Mergulho Livre Autonomo - Marinha Americana.pdf - Mkmouse.com.br

CURSO DE MERGULHO LIVRE / AUTÔNOMO:<br />

- 2 -<br />

Mergulho Livre e Autônomo<br />

Coordenação: Capitão Adilson Esquerdo<br />

Tenente Renato Chiaparini Aires<br />

Membros do Grupo Independente Especializado de São Paulo<br />

Compilação e Ilustração da Apostila: Tenente Renato Chiaparini.<br />

Bibliografia:<br />

Manual de mergulho da marinha americana.<br />

Sistema PROGENSI da CBPDS/CMAS.<br />

Sistema da YMCA.

Índice:<br />



Índice:.......................................................................................................................... 3<br />

Capítulo I - INTRODUÇÃO ........................................................................................ 6<br />

Introdução............................................................................................................... 6<br />

Código do Mergulhador ......................................................................................... 6<br />

Capítulo II – EQUIPAMENTO DE MERGULHO ..................................................... 7<br />

Máscara................................................................................................................... 7<br />

Snorkel (ou Respirador) ......................................................................................... 8<br />

Nadadeiras .............................................................................................................. 9<br />

Colete Equilibrador...............................................................................................10<br />

Cilindros.................................................................................................................11<br />

Reguladores ...........................................................................................................12<br />

Manômetro Submersível (MS)..............................................................................14<br />

Roupas de Exposição .............................................................................................14<br />

Acessórios de Roupas de Exposição ......................................................................17<br />

Sistema de Lastros.................................................................................................18<br />

Capítulo III - EQUIPAMENTOS ACESSÓRIOS DE MERGULHO.........................19<br />

Faca de Mergulho ..................................................................................................19<br />

Bolsa de Equipamentos..........................................................................................19<br />

Instrumentos de Mergulho ....................................................................................20<br />

Bóias de Superfície.................................................................................................21<br />

Bandeira de Mergulho...........................................................................................21<br />

Lanternas para Mergulho .....................................................................................22<br />

Log Book (Livro de Registro de Mergulho)..........................................................22<br />

Identificação do Equipamento ..............................................................................22<br />

Capítulo IV - ADAPTAÇÃO AO MUNDO SUBAQUÁTICO.....................................23<br />

Visão Subaquática .................................................................................................23<br />

Audição Subaquática.............................................................................................23<br />

Perda de Calor na Água ........................................................................................23<br />

Capítulo V - RESPIRAÇÃO .......................................................................................25<br />

Eficiência Respiratória ..........................................................................................25<br />

Exaustão Respiratória ...........................................................................................25<br />

Controle das vias aéreas e objetivos da respiração...............................................26



Capítulo VI - COMUNICAÇÃO NO MERGULHO ...................................................27<br />

Sinais Obrigatórios ................................................................................................27<br />

Sinais Complementares .........................................................................................28<br />

Para Obter Atenção...............................................................................................29<br />

Comunicação Subaquática....................................................................................29<br />

Comunicação na Superfície...................................................................................30<br />

Chamada Subaquática ..........................................................................................30<br />

Capítulo VII – SISTEMA DE DUPLAS.....................................................................31<br />

Capítulo VIII - FLUTUABILIDADE .........................................................................32<br />

Definição ................................................................................................................32<br />

Necessidade do controle da flutuabilidade............................................................32<br />

Itens usados............................................................................................................32<br />

Influência da densidade da água e do volume pulmonar .....................................32<br />

Capítulo IX - O MUNDO SUBAQUÁTICO ...............................................................33<br />

Espaços Aéreos Corporais e Pressão da Água......................................................33<br />

Relação ternária: Pressão, Volume e Densidade ..................................................33<br />

Efeitos do Aumento de Pressão .............................................................................33<br />

Técnicas de Equalização........................................................................................34<br />

Efeitos da Diminuição da Pressão .........................................................................34<br />

Efeitos do Aumento da Densidade do Ar..............................................................35<br />

Capítulo X – MANEJO DE PROBLEMAS ................................................................36<br />

Manejo de Problemas à Superfície........................................................................36<br />

Reconhecimento de Problemas..............................................................................36<br />

Manejo de Problemas Sob a Água ........................................................................37<br />

Capítulo XI - SAÚDE PARA O MERGULHO ...........................................................39<br />

Capítulo XII – RESPIRAR AR À PROFUNDIDADE................................................40<br />

O Ar que Respiramos ............................................................................................40<br />

Ar Contaminado ....................................................................................................40<br />

Oxigênio .................................................................................................................41<br />

Narcose por Nitrogênio..........................................................................................41<br />

Doença Descompressiva.........................................................................................41<br />

Capítulo XIII – LIMITES DO MERGULHO.............................................................44<br />

Mergulho Não-Descompressivo.............................................................................44<br />

Mergulho Descompressivo.....................................................................................44



Limites de Profundidade .......................................................................................44<br />

Tabelas de Mergulho .............................................................................................44<br />

Paradas de Segurança ...........................................................................................45<br />

Mergulho em Altitude ...........................................................................................46<br />

Vôos após Mergulhos.............................................................................................46<br />

Mergulhos em Condições Extenuantes ou Muito Frias........................................46<br />

Capítulo XIV - ESTILOS DE MERGULHO ..............................................................47<br />

Estilo Snorkeling....................................................................................................47<br />

Mergulho Estilo Livre ...........................................................................................47<br />

Mergulho Estilo Caça Submarina.........................................................................47<br />

Mergulho Estilo Autônomo ...................................................................................47<br />

Como entrar na água.............................................................................................48<br />

Capítulo XV - O MEIO AMBIENTE DE MERGULHO ............................................49<br />

Temperatura da Água ...........................................................................................49<br />

Visibilidade ............................................................................................................49<br />

Correntes................................................................................................................50<br />

Composição do Fundo ...........................................................................................50<br />

Animais e Plantas Aquáticas .................................................................................50<br />

Luz Solar................................................................................................................51<br />

Água Doce e Água Salgada....................................................................................51<br />

Capítulo XVI – CURIOSIDADES ..............................................................................53

Capítulo I - INTRODUÇÃO<br />



Introdução<br />

O mergulho autônomo que teve o seu desenvolvimento e disseminação após o<br />

advento do Aqualung de Custeau e Gagnan permite que participemos de um mundo<br />

onde a gravidade quase não existe, onde as cores e referências mudam conforme a<br />

luminosidade e o movimento da água, movimento este que cria um bailado de algas,<br />

esponjas e corais em perfeita sintonia com o bailado solo dos peixes e outras criaturas<br />

marinhas, um mundo de silêncio e belezas.<br />

Mas... Nem tudo são maravilhas. Estamos invadindo um mundo que não é o<br />

nosso, um mundo em que para sobrevivermos precisamos fazer uso de artifícios<br />

tecnológicos, onde qualquer falha pode ser grave e ter sérias conseqüências.<br />

Este curso se propõe exatamente a torná-lo apto a utilizar esta tecnologia com<br />

tranqüilidade e segurança, tornando o seu mergulho seguro e confortável.<br />

Código do Mergulhador<br />

1. Mergulharei sempre dentro de minhas habilidades e conhecimentos.<br />

2. Avaliarei sempre as condições do local antes de qualquer mergulho,<br />

considerando minhas habilidades e conhecimentos.<br />

3. Estarei familiarizado com meu equipamento e com a forma correta de usá-lo,<br />

antes e durante o mergulho.<br />

4. Conhecerei o “meu dupla” e suas habilidades como a mim mesmo.<br />

5. Aceitarei sempre a responsabilidade pela minha própria segurança em todo<br />

mergulho que fizer.

Capítulo II – EQUIPAMENTO DE MERGULHO<br />



O mergulho é possível graças a equipamentos modernos e especializados, que<br />

lhe adaptam ao ambiente aquático. Os equipamentos atuais vêm numa variedade de<br />

cores e estilos, provendo conforto e funcionalidade. Veremos nesta sessão alguns<br />

equipamentos. Ao fazer a sua escolha de equipamento, solicite a ajuda de seu instrutor.<br />

Máscara<br />

• Propósito: A máscara permite que você enxergue claramente sob a água, pois<br />

interpõe um espaço aéreo à frente dos olhos. Como já visto, este espaço deve ser<br />

equalizado na descida. Por isto, seu nariz deve estar incluso na máscara. Óculos de<br />

natação não permitem a equalização, não podendo, portanto, ser usado para o<br />

mergulho.<br />

• Estilos: Uma ou duas lentes. A máscara ideal deve ter pequeno volume interno e<br />

bom ângulo visual. Há máscaras com visores laterais para aumentar a visão<br />

periférica.<br />

• Características: Ao selecionar uma máscara, considere as seguintes<br />

características:<br />

1. Lentes de vidro temperado, mais seguras;<br />

2. Molde confortável. Selando bem a sua face;<br />

3. Espaço para pinçar as narinas;<br />

4. Pequeno volume, tornando sua equalização mais fácil;<br />

5. Tira ajustável e firme;<br />

6. Bom ângulo de visão.<br />

Uma característica opcional é a purga, pouco usada atualmente, pois com uma<br />

simples manobra você pode esgotar a água da máscara.<br />

Para pessoas com problema de visão, há a opção de se fazer uma máscara com<br />

lentes corretoras. Além disto, não há problemas em se usar lentes de contato<br />

gelatinosas.<br />

• Materiais: Podem ser feitas de neoprene ou silicone. As de silicone são mais caras,<br />

porém oferecem uma série de vantagens: são mais macias, mais duráveis e não<br />

irritam a pele, entre outras.<br />

• Seleção: Os dois fatores mais importantes na seleção da máscara são adaptação e<br />

conforto. Para checar se uma máscara veda bem, coloque-a na face sem a tira e faça<br />

uma sucção. A máscara deve ficar firme no lugar.



• Preparação para uso: Máscaras novas têm uma película oleosa no vidro, que deve<br />

ser removida. Se isso não for feito, haverá condensação. Para remover esta película,<br />

esfregue pasta de dente nas lentes com um pano macio (a pasta não deve ser tipo<br />

gel). Além disto lembre-se de ajustar a tira da máscara.<br />

• Manutenção: Os três procedimentos gerais para qualquer equipamento de<br />

mergulho, inclusive a máscara, são:<br />

1. Enxágüe bastante com água doce em abundância, após o uso, para<br />

eliminar contaminantes e corrosão;<br />

2. Mantenha longe da luz solar, pois os raios solares podem danificar o<br />

neoprene e o silicone. Deve ainda ser seca antes de guardada;<br />

3. Guarde num local seco e fresco.<br />

Por fim, máscaras e outros equipamentos compostos de silicone devem ser<br />

guardados sem tocar produtos de borracha preta, para prevenir que o silicone escureça.<br />

Snorkel (ou Respirador)<br />

• Propósito: É uma peça mandatária do equipamento, que permite a você respirar na<br />

superfície, sem tirar o rosto d’água. No mergulho livre, permite que você veja<br />

constantemente o mundo subaquático, sem ter que tirar a cabeça da água para<br />

respirar. Já mergulhadores autônomos usam o snorkel na superfície para economizar<br />

o ar do cilindro.<br />

• Estilos: São aparatos simples, basicamente um bucal e um tubo que se estende além<br />

da superfície.<br />

• Características: Devem permitir uma respiração fácil, irrestrita. Um bom snorkel<br />

deve ter estas três características:<br />

1. Bom diâmetro do tubo;<br />

2. Medir até 45 cm de extensão;<br />

3. Ser feito com curvas suaves.<br />

Muitos respiradores modernos possuem mecanismos que facilitam a drenagem<br />

de água. Você verá posteriormente como é fácil esgotar a água que entra no<br />

respirador. Por isto, estes mecanismos não são fundamentais.<br />

• Materiais: A maioria dos snorkels modernos são feitos de uma combinação de<br />

silicone ou neoprene e borracha.<br />

• Seleção: Os pontos mais importantes na seleção são o conforto, adaptação e<br />

resistência respiratória mínima. Cheque se o bucal do snorkel fica confortável e bem



adaptado a sua boca, sem causar fadiga da mandíbula. Respire fundo através do<br />

mesmo. Compare alguns modelos.<br />

• Preparação para uso: Fixe o respirador do lado direito de sua máscara, com sua<br />

presilha, este deve ficar posicionado de tal forma que, ao olhar 45° para baixo, o<br />

mesmo fique na vertical. Se posicionado corretamente, os músculos da mandíbula<br />

não terão que segurar o snorkel na posição.<br />

• Manutenção: Seguem-se os mesmos procedimentos usados para a máscara, ou seja,<br />

lavar com água doce após o uso, secar bem, manter fora da luz solar e guardar de<br />

forma em que se evite o contato da borracha com o silicone.<br />

Nadadeiras<br />

• Propósito: Permite o deslocamento na água com menos esforço e mais eficiência do<br />

que usando as mãos. Isso se dá, pois as nadadeiras provêm uma grande área de<br />

contato, que os poderosos músculos das pernas podem usar para nadar. Toda<br />

nadadeira tem um bolso para os pés e uma lâmina para propulsão.<br />

• Estilos: Podem ser de tiras ajustáveis (abertas) ou com calçadeiras fixas (fechadas).<br />

As nadadeiras de tiras ajustáveis são usadas com botas de neoprene. Já as nadadeiras<br />

fechadas são preferidas em águas quentes.<br />

• Características: Nadadeiras, especialmente as de tiras ajustáveis, tem uma série de<br />

características a escolher. As tiras devem ter presilhas que as tornem facilmente<br />

ajustáveis, com esforço mínimo. As lâminas têm designs variados para aumento de<br />

performance, incluindo: Canaletas, tubos e aletas laterais. De uma forma ou de<br />

outra, estes mecanismos reduzem a resistência à pernada ou aumentam sua potência.<br />

• Materiais: A maioria das nadadeiras modernas é feita de uma composição de<br />

materiais. Em geral, as calçadeiras são feitas de borracha e as lâminas de<br />

termoplástico. Existem nadadeiras feitas apenas de borracha.<br />

• Seleção: A escolha da nadadeira deve ser determinada por alguns fatores: Seu<br />

tamanho, habilidade física e área geográfica onde você mergulha. Pessoas maiores<br />

devem optar por nadadeiras de lâmina grande, que por outro lado requerem mais<br />

força. Se onde você mergulha a temperatura da água requer roupas de proteção<br />

térmica, é adequado o uso de nadadeiras abertas (de tiras ajustáveis) com botas de<br />

neoprene. Conforto e adaptação são as considerações principais na escolha das<br />

nadadeiras. Elas não devem apertar, causar cãibras ou incomodar.<br />

• Preparação para uso: Nadadeiras de tiras devem ser ajustadas de tal forma que<br />

fiquem firmes no lugar, não apertadas. Nadadeiras novas vêm com uma substância<br />

preservativa que deve ser removida com lavagem.<br />

• Manutenção: As nadadeiras devem ser lavadas em água doce e guardadas em local<br />

seco e fresco, fora da luz solar.

Colete Equilibrador<br />



• Propósito: Como visto em flutuabilidade, o Colete Equilibrador (CE), é uma bolsa<br />

que pode ser inflada ou desinflada, a fim de ajustar a sua flutuabilidade. Os CE’s<br />

modernos podem ser inflados oralmente, ou com ar do cilindro através do inflador<br />

de baixa pressão (LPI). A desinflagem é feita através de mecanismos especiais. O<br />

CE é peça obrigatória do equipamento. Permite que você ajuste sua flutuabilidade a<br />

qualquer profundidade e momento.<br />

• Estilos: Há três estilos básicos de CE’s: O frontal (babador), o dorsal (borboleta) e o<br />

jaqueta (jacket). O CE frontal se fixa à frente do tronco, o CE dorsal fica nas costas,<br />

acoplado ao back-pack (peça responsável pela fixação do cilindro) e o CE tipo<br />

jacket é vestido como um casaco sem mangas, envolvendo todo o tronco.<br />

Atualmente, o CE tipo jacket é o mais popular, dado seu conforto e praticidade. Este<br />

tipo de colete já possui um back-pack acoplado.<br />

• Tamanho: Experimente o colete antes de comprar. Ele não pode ficar folgado e<br />

nem justo. Os flutuadores abdominais devem estar entre a posição lateral e frontal.<br />

• Material: Os CE’s modernos são feitos com uma ou duas bolsas. O CE de duas<br />

bolsas tem uma bolsa interna de plástico-uretano, que retêm o ar, e uma externa de<br />

nylon, que protege a primeira contra cortes, furos, etc. O bom colete é fabricado<br />

com um nylon resistente. Dê preferência ao nylon 840. Os CE’s de uma bolsa são<br />

feitos de um tecido emborrachado, o que os torna impermeáveis e resistentes.<br />

Atualmente, CE’s de uma bolsa são mais populares.<br />

• Características: Qualquer tipo de CE deve ter cinco características elementares<br />

para o mergulho autônomo:<br />

1. Deve conter ar suficiente para lhe dar uma flutuabilidade ampla na<br />

superfície;<br />

2. Deve ter uma traquéia de inflagem/desinflagem larga, para que o ar possa<br />

ser liberado facilmente;<br />

3. Deve ter um sistema de inflagem de baixa pressão, que lhe possibilite<br />

inflar lentamente o CE com ar do cilindro;<br />

4. Deve ter uma válvula de alívio de pressão, para prevenir uma ruptura<br />

acidental do CE;<br />

5. Deve ter um formato anatômico e confortável.<br />

O CE deve ficar o mais ajustável possível ao seu corpo. Outras características<br />

desejáveis são bolsos, apito, prendedores de mangueiras e de acessórios. Os coletes



modernos possuem diversas características adicionais que aumentam a segurança<br />

provêem maior conforto e praticidade. Um bom colete deve possuir as seguintes<br />

características adicionais:<br />

o Encosto para a coluna: Os coletes com back-pack soft, acolchoados,<br />

proporcionam mais conforto do que os demais.<br />

o Regulagem de altura: Alguns dos back-pack saem de fábrica com regulagem<br />

de altura. Se você for alto e magro, será essencial que a seu colete tenha este<br />

ajuste.<br />

o Bolso: É muito importante que o colete tenha pelo menos quatro bolsos<br />

(sempre com tecido drenante no fundo). Sendo que dois destes com velcro.<br />

Caso contrário, será mais fácil você perder lanternas, lastros, e outros<br />

acessórios.<br />

o Válvula de purga posterior e inferior: Elas são essenciais para controlar a<br />

flutuabilidade durante o mergulho. É preciso que tenham acesso o mais fácil<br />

possível.<br />

o Cinta abdominal: Uma boa cinta abdominal com feixe de velcro e regulagem<br />

de tamanho é indispensável para pessoas muito magras ou muito<br />

rechonchudas.<br />

o Tirantes peitorais: É preciso que tenham regulagem e presilhas de soltura<br />

rápida nos dois lados. Facilitam bastante no momento de se equipar e no de<br />

se desequipar.<br />

o Tirante abdominal: Deve ter regulagem de tamanho.<br />

o Presilhas diversas: Para fixação de octopus, lanternas, carretilhas, saco de<br />

coleta, apito, etc.<br />

o Apito: Emite sinal sonoro para chamar o barco em caso de emergência<br />

Os coletes com um número inferior de características citadas acima são mais<br />

baratos e geralmente usados em cursos de mergulho.<br />

• Preparação para uso: Devem ser ajustados para servir confortavelmente. CE’s<br />

muito largos ficam rodando desconfortavelmente no corpo e CE’s muito apertados<br />

machucam, especialmente quando muito inflados. Os CE’s tipo jacket ou dorsal<br />

devem ser montados no cilindro, checando-se bem o engate do back-pack. Depois<br />

de ajustado por seu dupla, para colocar o CE, faça ajustes finais nas presilhas, afim<br />

de deixá-lo firme e confortável.<br />

• Manutenção: Além de lavar, secar e guardar fora da luz solar, devemos ter dois<br />

cuidados adicionais:<br />

1. Lave também a porção interna do CE, com água doce;<br />

2. Guarde o CE parcialmente inflado.<br />

Cilindros<br />

• Propósito: O cilindro para mergulho é um container cilíndrico de metal, usado para<br />

guardar ar sob alta pressão.<br />

• Estilos e características: Cilindros vêm numa variedade de capacidade de ar,<br />

dependendo de sua pressão de trabalho e volume. A capacidade de um cilindro é<br />

expresso em pés cúbicos (cubic feet - cf) de ar descomprimido. Algumas



capacidades comuns são 50, 64 e 80cf. Mergulhos<br />

especiais requerem cilindros de maior capacidade,<br />

ou mesmo cilindros duplos. As pressões de<br />

trabalho podem variar de 1.500 Libras por<br />

Polegada Quadrada (psi), aproximadamente 102<br />

ATM, a mais de 4.000 psi (272 ATM). Aqui, os<br />

cilindros mais comuns trabalham a 3.000 (204<br />

ATM).<br />

• Materiais: Os cilindros para mergulho podem ser<br />

feitos de aço ou alumínio. Ambos estão sujeitos à<br />

regulamentação por órgãos de normas técnicas<br />

(nos EUA, o órgão é o “U.S. Department of<br />

Transportation, D.O.T.”). Estes órgãos requerem que cilindros de alta pressão<br />

recebam marcações específicas, estampadas na sua curvatura superior. Estas marcas<br />

indicam o tipo de material do qual são feitos, sua pressão máxima de trabalho, seu<br />

número de série, data dos testes hidrostáticos e marca do fabricante.<br />

• Seleção: Depende de uma série de fatores, como seu tamanho e o tipo de mergulho<br />

que você fará. Consulte seu instrutor para uma melhor orientação.<br />

• Preparação para uso: Além de fixar o cilindro ao back-pack, o outro preparo<br />

requerido é ter seu cilindro cheio numa estação de recarga apropriada.<br />

• Manutenção: Dado que o cilindro e a torneira formam uma peça unitária, sua<br />

manutenção será discutida a parte, posteriormente.<br />

Reguladores



• Propósito: O regulador reduz a alta pressão do cilindro de mergulho, a um nível que<br />

permita seu uso. Ele possui uma válvula unidirecional que só libera o ar quando o<br />

mergulhador inspira.<br />

* Estilos e Características: O regulador moderno é um<br />

aparato simples e confiável, com algumas partes móveis.<br />

É composto de dois estágios: O primeiro estágio, que é<br />

acoplado ao cilindro e o segundo estágio, que contém o<br />

bucal. O primeiro estágio reduz a alta pressão do cilindro<br />

a um nível intermediário, de 100 a 150 psi acima da<br />

pressão ambiente. O segundo estágio reduz esta pressão<br />

intermediária à pressão ambiente, permitindo uma<br />

respiração fácil, essa respiração fácil é a característica<br />

mais importante do regulador.<br />

Independente de marca, todos os reguladores modernos<br />

tem uma estrutura básica similar. O primeiro estágio contém em sua estrutura metálica,<br />

conexões para acessórios e uma abertura para entrada de ar do cilindro com um filtro,<br />

coberta por um protetor. O segundo estágio contém, basicamente, uma tampa, um<br />

diafragma, uma válvula de entrada, um bucal e uma válvula de exaustão.<br />

Quando você inspira, o diafragma é sugado para dentro. Isto faz com que a<br />

válvula de entrada seja empurrada para baixo, liberando ar. Quando você expira, o<br />

diafragma é empurrado, fechando a válvula de entrada. Daí, a válvula de exaustão se<br />

abre, jogando para fora o ar exalado. A válvula de exaustão é unidirecional, o que<br />

impede a entrada de água. Ao regulador devem estar acoplados: O manômetro<br />

submersível, um segundo estágio extra (octopus) e a mangueira de conexão do CE.<br />

• Materiais: O primeiro estágio e feito geralmente de metal cromado e, o segundo<br />

estágio, com peças de plástico de alto impacto, metal, ou uma combinação de<br />

ambos. O bucal é feito de silicone ou borracha.<br />

• Seleção: O fator mais importante na seleção é a facilidade respiratória, tanto na<br />

inspiração quanto na expiração. Lembre-se também de obter junto seu octopus, ao<br />

comprar seu regulador.<br />

• Preparação: Deve ter seus acessórios acoplados (octopus, manômetro, etc.) por um<br />

profissional. Geralmente isto é feito durante a compra.<br />

• Manutenção: Seu regulador deve ser lavado sempre após o uso, com o resto do<br />

equipamento, mas o melhor é deixá-lo imerso em água doce antes. Tenha estes três<br />

pontos em mente:<br />

1. Deixe o protetor firme no lugar, para evitar entrada de água no primeiro<br />

estágio;<br />

2. Não use água sob pressão para lavar o regulador;<br />

3. Não aperte o botão da purga durante a lavagem, pois isso permitiria a<br />

entrada de água pela mangueira do segundo estágio.<br />

Durante a lavagem, escorra água por todas as reentrâncias do primeiro estágio<br />

(exceto a entrada de ar do cilindro, coberta pelo protetor) e por dentro do bucal do<br />

segundo estágio.<br />

Evite contato com areia, lama e resíduos. Ao guardar o regulador, faça as<br />

mangueiras formarem curvas grandes e suaves, sem angulações, para prevenir danos<br />

às mesmas. Evite puxá-las quando o regulador estiver conectado ao cilindro. É<br />

melhor guardar o regulador deitado, ao invés de pendurá-los por um dos estágios ou<br />

mangueiras. Um ponto importante na manutenção do regulador é a sua inspeção por



assistência técnica autorizada, anualmente. Com imersão, lavagem,<br />

acondicionamento apropriado e inspeção anual, seu regulador funcionará<br />

adequadamente por muitos anos.<br />

Manômetro Submersível (MS)<br />

• Propósito: O manômetro submersível (MS) lhe permite<br />

monitorar continuamente o suprimento de ar do cilindro,<br />

durante o mergulho, da mesma forma que o marcador de<br />

combustível do carro lhe mostra o quanto deste resta. O<br />

MS dá a quantidade de ar no começo e durante o<br />

mergulho, permitindo que você o planeje, de forma a<br />

retornar com segurança ao ponto de saída, não ficando<br />

sem ar. O MS é equipamento obrigatório para qualquer<br />

forma de mergulho autônomo.<br />

• Estilos, Características, Materiais e Seleção: Embora<br />

qualquer MS tenha a mesma função, existem alguns estilos e características básicas.<br />

Vão desde marcadores analógicos que apenas indicam a pressão do ar comprimido,<br />

até aparelhos eletrônicos sofisticados com uma série de funções (estes aparatos<br />

serão discutidos posteriormente). Solicite ajuda de seu instrutor na seleção do MS.<br />

Por ser peça obrigatória do equipamento, o MS deve ser comprado com o regulador.<br />

• Preparação: A única preparação requerida é acoplar o MS ao regulador, o que devE<br />

ser feito na loja, quando você o compra com o regulador.<br />

• Manutenção: O MS é um instrumento de precisão, merecendo cuidados especiais.<br />

Não o derrube ou bata e evite deitar o cilindro, ou outro objeto pesado, sobre o<br />

mesmo. Como o MS fica acoplado ao regulador, sua imersão e lavagem com este é a<br />

sua manutenção básica. Ao levar o regulador para manutenção anual, solicite<br />

também a inspeção do MS, como parte do serviço.<br />

Roupas de Exposição<br />

• Propósito: As roupas de exposição são usadas em todas as atividades do mergulho,<br />

e servem para redução da perda de calor e para a proteção contra ferroadas, abrasões<br />

e pequenos machucados.

PROTEÇÃO À EXPOSIÇÃO NÃO SIGNIFICA PROTEÇÃO AOS CORAIS<br />



Quando mergulhadores exploram o frágil ambiente a volta de<br />

corais, esponjas e outras formas de vida aquática sem proteção à<br />

exposição, tendem a serem mais cuidadosos. Com a utilização de<br />

roupas de exposição, entretanto, mergulhadores não são tão<br />

cuidadosos, e isso significa um grande dano ao ambiente. Mesmo que a<br />

maioria dos mergulhadores não bateria suas nadadeiras, nem<br />

esbarrariam intencionalmente nos recifes e nos seus habitantes, as<br />

roupas de exposição tornam menos perceptível a sensação de um<br />

contato acidental. Muitas vezes, mergulhadores não entendem que<br />

mesmo um leve toque pode danificar ou matar alguns organismos.<br />

Quebrar um pedaço de coral de apenas 25 centímetros significa destruir<br />

uma década de crescimento.<br />

Você pode minimizar danos acidentais aos recifes, utilizando<br />

técnicas simples e tomando muito cuidado neste ambiente frágil, como:<br />

• Nade próximo ao recife. Isto evita danos feitos na parte<br />

descendente da pernada.<br />

• Controle a flutuabilidade. Manter uma flutuabilidade neutra,<br />

evita a tendência de esbarras nos corais, onde suas pernas<br />

e pés podem causar destruição em pequena escala.<br />

• Incline-se para o lado ao olhar por baixo de pedras. Os<br />

mergulhadores muitas vezes esquecem que o cilindro nas<br />

costas aumenta sua altura. Se você se inclinar para o lado,<br />

reduzirá a probabilidade de bater o cilindro nos corais.<br />

Em geral, evite tocar coral vivo. Tenha em mente que só porque<br />

você está protegido contra o recife, não significa que o recife está<br />

protegido de você.<br />

• Estilos: Existem três estilos básicos de roupas de exposição, com suas<br />

características e nível de exposição próprios.<br />

o Roupas de Lycra: São roupas modernas de exposição, confeccionadas<br />

normalmente de lycra ou nylon colorido. Oferecem proteção contra abrasões<br />

no corpo todo, porém pouca proteção térmica sendo por isso utilizadas<br />

somente em águas tropicais. As roupas de lycra lhe oferecem um grande<br />

conforto fora da água (protegem-no de queimaduras solares).<br />

o Roupas Úmidas: Este é o tipo mais usado de roupa de exposição. Existem<br />

em uma grande variedade de modelos e espessuras do tecido, que as torna<br />

propícias à proteção térmica em águas de 10 a 25°C. As roupas reduzem a<br />

perda de calor de dois modos: Oferecendo uma camada de isolante térmico<br />

próximo a pele e reduzindo a quantidade de água fria que circula sobre a<br />

pele. Roupas úmidas recebem esse nome, pois se molham - a água penetra<br />

pelos punhos, pescoços e tornozelos, preenchendo o espaço entre a pele e o<br />

material isolante. Quando a água fria entra, fica retida na roupa. Está água,<br />

mais fria que sua pele, absorve o calor de seu corpo até atingir o ponto de<br />

equilíbrio. É necessário muito pouco calor corporal para mantê-la quente.<br />

Desde que não circule água por dentro desta. Caso haja circulação de água<br />

na roupa, uma grande quantidade de calor será perdida para aquecer a água<br />

que entra. É por isso que um fator crítico de uma roupa é que fique justa ao<br />

corpo.



o Roupas Secas: A roupa seca oferece isolamento térmico, mantendo o<br />

mergulhador seco. É a maior proteção térmica utilizada por mergulhadores<br />

esportivos, especialmente úteis em águas mais frias com temperaturas abaixo<br />

de 10°C. Em alguns casos veste-se abaixo da roupa seca, roupas especiais<br />

para aumentar o aquecimento. Roupas secas contêm ar e devem ser<br />

equalizadas durante a descida, do mesmo modo que outros espaços aéreos.<br />

Por isto, a roupa seca vem equipada com mecanismos de inflagem e<br />

desinflagem. Independente do tipo de mecanismo de inflagem, a maioria das<br />

roupas é cheia com ar do cilindro, via mangueira de baixa pressão similar a<br />

do CE. Mergulhar com roupa seca requer instrução especial.<br />

• Características: Dentre os três tipos de roupa, a roupa úmida possui a maior gama<br />

de características, devido à diversidade de ambientes nos quais ela é utilizada. Suas<br />

opções mais comuns incluem comprimento, espessura do neoprene, cor, protetores<br />

para joelhos e cotovelos, bolsos e posição do zíper. Algumas destas características<br />

são também encontradas em roupas secas.<br />

• Materiais: Como já visto, as roupas de lycra (body suits), mais simples entre as<br />

roupas de exposição, são confeccionadas de nylon fino ou lycra. As roupas úmidas e<br />

secas, por outro lado, devem ser feitas de um material isolante. As roupas úmidas<br />

são feitas de neoprene, com pequenas células internas de ar. Estas células de ar, que<br />

retêm gás dentro do neoprene, não estão interligadas. Por isto, a água não pode<br />

circular pela roupa, igual a uma esponja. Por possuir milhares de células de gás, a<br />

roupa úmida se torna bastante positiva quanto a flutuabilidade. A roupa úmida é tão<br />

positiva na superfície, que lhe fará boiar confortavelmente. É muito difícil afundar<br />

sem o uso de um sistema de lastro que a neutralize. O neoprene é um ótimo isolante.<br />

Porém, quando você afunda, a pressão da água comprime as bolhas do tecido,<br />

tornando-o mais fino. Em conseqüência, a roupa se torna menos positiva e isolante,<br />

quanto maior a profundidade. A compensação desta menor flutuabilidade é feita<br />

adicionando-se ar ao CE. Para manter um bom isolamento, escolha uma roupa com<br />

espessura adequada ao isolamento necessário à profundidade do seu mergulho.<br />

As roupas secas podem ser feitas de neoprene, mas utilizam zíperes especiais,<br />

assim como vedações no pescoço e nos pulsos, que evitam a entrada de água. O<br />

neoprene dá uma parte do isolamento térmico, com um isolamento extra feito pela<br />

camada de ar. Outras roupas secas são feitas de tecidos sintéticos revestidos e não<br />

possuem isolamento interno. Estas roupas foram desenvolvidas para serem usadas<br />

com roupas térmicas internas, e sem estas, você sentirá frio, mesmo em águas<br />

moderadas. As roupas secas são muito mais positivas que as úmidas, pois são<br />

preenchidas com ar.<br />

• Seleção: A seleção do tipo de roupa de exposição depende basicamente do ambiente<br />

onde você vai mergulhar. As considerações mais importantes, independente do tipo<br />

de roupa são: calor, conforto e ajuste ao corpo. A roupa de exposição deve ser uma<br />

das primeiras peças a se adquirir, pois ela faz a diferença entre um mergulho frio e<br />

desconfortável e um mergulho quente, agradável e divertido.<br />

• Preparação para uso: Roupas de lycra e roupas úmidas não necessitam de<br />

preparação especial para uso. Roupas secas requerem preparo. Consulte seu manual<br />

de instruções.<br />

• Manutenção: Há 4 passos básicos na manutenção de roupas:<br />

1. Lavar;<br />

2. Secar primeiro pelo avesso;

3. Guardar pendurada e sem dobrar;<br />

4. Lubrificar zíperes e fechos.<br />



A roupa de mergulho, como todo equipamento, deve ser lavada após o uso. Após<br />

isto, vire-a do avesso para secar. Guarde-a na sombra em cabide não metálico. Evite<br />

deixá-la dobrada por muito tempo. Isto faz com que as células de ar do neoprene<br />

colem, reduzindo sua habilidade de isolante térmico. Lubrifique zíperes e fechos<br />

periodicamente com spray de silicone ou outro lubrificante não derivado de<br />

petróleo.<br />

Acessórios de Roupas de Exposição<br />

Sua cabeça, mãos e pés também necessitam de<br />

proteção, assim como o resto de seu corpo. Você obtém<br />

essa proteção através de acessórios de roupas de exposição:<br />

Capuz, luvas e botas.<br />

• Capuz: Podemos perder até 75% do calor corporal<br />

através da cabeça, caso esta esteja desprotegida. Por esta<br />

razão, capuz é uma proteção térmica importante em<br />

águas abaixo de 21°C. O capuz dá ainda proteção contra<br />

lesões na cabeça e no pescoço. Capuzes são tipicamente<br />

feitos de neoprene. Existem uma grande variedade de espessuras e 3 tipos básicos:<br />

capuz com aba, capuz sem aba e capuz com camiseta. A aba do capuz deve ser<br />

colocada por dentro da jaqueta. Isto cria um ajuste melhor entre a jaqueta e a nuca e,<br />

diminui a circulação de água pela nuca. O capuz sem aba é normalmente usado com<br />

roupas secas. Capuz com camiseta incorpora, uma camiseta de neoprene sem<br />

manga, o que dá uma boa vedação na nuca e um isolamento térmico maior na área<br />

do peito. Escolha um capuz justo, porém não apertado. Um capuz apertado pode<br />

causar alterações nos batimentos cardíacos, devido à compressão das artérias do<br />

pescoço. Considere conforto e ajuste apropriado durante a escolha de seu capuz.<br />

• Luvas: Suas mãos são muito susceptíveis a perda de calor, pois não têm proteção<br />

térmica. Em águas frias, as mãos podem perder sensibilidade e destreza, se ficarem<br />

desprotegidas. Isto pode causar dificuldades na operação do equipamento e em<br />

tarefas relacionadas a segurança. Suas mãos, além disto, estão vulneráveis a objetos<br />

cortantes e alérgicos. Recomenda-se o uso de luvas em qualquer mergulho.<br />

Dependendo da água, você pode usar uma luva sem isolamento térmico, só para<br />

proteção; luvas de neoprene, para isolamento térmico e proteção, ou luvas de<br />

neoprene sem dedo, para isolamento térmico extra em águas muito frias.<br />

• Botas: Botas de neoprene são utilizadas no mergulho por três razões: Proteção<br />

térmica em águas abaixo de 21°C, proteção à cortes, picadas e abrasões durante a<br />

entrada e a saída da água e prevenção contra abrasão causado pelas tiras das<br />

nadadeiras. As botas devem se ajustar de forma confortável, nem muito grandes,<br />

nem muito pequenas.

Sistema de Lastros<br />

HIPERTERMIA<br />



As roupas de mergulho reduzem a perda de calor corporal e por<br />

isso também podem gerar aumento de calor, caso o mergulhador a<br />

coloque fora da água, em dias quentes. Existem 6 passos para evitar a<br />

hipertermia:<br />

1. Prepare todo o equipamento antes de vestir a roupa de<br />

mergulho. Vista a roupa no último momento possível;<br />

2. Uma vez vestido. Limite sua atividade ao mínimo;<br />

3. Mantenha-se longe do sol o máximo que puder;<br />

4. Não coloque o capuz, deixe-o pendurado no pescoço;<br />

5. Mantenha o zíper de sua jaqueta aberto, até estar pronto<br />

para cair na água;<br />

6. Resfrie-se, jogando água uma ou mais vezes dentro da<br />

roupa durante a sua colocação.<br />

• Propósito: Contrabalançar a flutuabilidade positiva natural das pessoas e aumentada<br />

pelo uso de roupas de exposição. Sua função não é fazer, mas sim permitir, que o<br />

mergulhador afunde.<br />

• Estilos, características e Materiais: As peças de lastro são feitas de chumbo, com<br />

uma grande variedade de desenhos e peso por peça. Comumente, têm passagem para<br />

um cinto que as retêm na cintura do mergulhador. Alguns CE’s tem mecanismos<br />

para acoplar lastros. Independente de modelos, qualquer sistema deve ter um<br />

mecanismo de desengate rápido, sua característica mais importante. Este mecanismo<br />

deve ser operável com uma mão. As fivelas de cintos são feitas de termoplástico ou<br />

metal.<br />

• Seleção: Vai depender do tipo de equipamento e do ambiente onde você<br />

mergulhará. Solicite instrução de seu instrutor.<br />

• Preparação para uso: Distribua as peças de maneira simétrica entre os dois lados<br />

da cintura. Idealmente, as peças devem ficar meio para frente do abdome. Durante<br />

as aulas de piscina, seu instrutor ajudará a determinar a quantidade de lastro<br />

adequada a você.<br />

• Manutenção: Uma simples lavagem é o necessário para cintos de lastros. Sistemas<br />

integrados podem ter requerimentos especiais, neste caso consulte o manual do<br />

fabricante. É importante ter cuidados para não deixar que o cinto caia sobre objetos<br />

ou equipamentos que possam se quebrar, ou que machuque pessoas. Existem<br />

presilhas que fixam melhor as peças de lastro ao cinto.



Capítulo III - EQUIPAMENTOS ACESSÓRIOS DE MERGULHO<br />

No capítulo anterior você aprendeu sobre máscaras, snorkels, nadadeiras, CE’s,<br />

roupas de exposição, sistema de lastros e a unidade SCUBA. Neste capítulo você se<br />

familiarizará com fontes extras de ar, facas de mergulho, bolsa de equipamentos e<br />

instrumentos de mergulho.<br />

Faca de Mergulho<br />

• Propósito: São ferramentas práticas, lhe dando meios<br />

para medir, cortar, abrir, cavar, etc. A faca de<br />

mergulho não é uma arma.<br />

• Estilos, Características e Materiais: Há uma grande<br />

variedade de modelos e tamanhos. Uma boa faca de<br />

mergulho deve, no mínimo:<br />

1. Ser feita de aço inox;<br />

2. Lâmina com um lado cortante e outro<br />

serrilhado;<br />

3. Ter bainha apropriada.<br />

• Seleção: Além destas três características mínimas, você pode optar por facas<br />

colocáveis na perna, braço ou CE, ou ainda facas acopladas a consoles.<br />

• Manutenção: Mesmo feitas de aço inox, as facas apresentam alguma ferrugem.<br />

Lave sua faca com água doce e, ocasionalmente, afie se necessário.<br />

Bolsa de Equipamentos<br />

• Propósito: É essencial para<br />

transportar e guardar<br />

temporariamente o equipamento. É<br />

fundamental para evitar confusões<br />

numa embarcação com vários<br />

mergulhadores.<br />

• Estilos, Características, Materiais<br />

e Seleção: A sacola deve ser grande<br />

e forte, o suficiente para carregar e proteger todo equipamento, exceto cilindro e<br />

cinto de lastro. Deve ser feita de tecido forte e impermeável, com zíper à prova de<br />

corrosão.<br />

• Preparação para uso: O armazenamento correto é muito importante, evitando<br />

perda de tempo durante a montagem do equipamento e danos ao mesmo. Guarde por<br />

baixo os equipamentos a serem montados por último. Ao término do mergulho,<br />

habitue-se a guardar o equipamento na sacola, assim que possível.



• Manutenção: A sacola deve ser esvaziada e lavada após o uso. Espere secar antes<br />

de guardar.<br />

Instrumentos de Mergulho<br />

Bússola Marcador de tempo<br />

(Computador)<br />

Computador Profundímetro<br />

São equipamentos necessários para obtenção de dados do mergulho, bem como<br />

seu correto monitoramento.<br />

• Marcadores de Tempo Subaquáticos: Todo mergulho tem um limite de tempo,<br />

baseado em fatores que serão discutidos posteriormente. Por isto, você deve marcar<br />

o tempo de mergulho. Há dois tipos de marcadores de tempo para mergulho:<br />

Relógios e cronômetros. Relógios podem ser usados para mergulho e no dia a dia. Já<br />

os cronômetros são específicos. Tanto relógios como cronômetros podem ser<br />

analógicos ou digitais. Alguns modelos são automaticamente ativados pela pressão.<br />

Uma boa lavagem em água doce faz a manutenção adequada.<br />

• Profundímetros: Como discutimos no item anterior, o mergulho deve ser<br />

monitorado, levando-se em conta uma série de fatores. Um fator fundamental é a<br />

profundidade, medida por profundímetros. Também há uma grande variedade de<br />

modelos e características, entre elas marcação analógica ou digital. Trate seu<br />

profundímetro com cuidado, pois é um instrumento de precisão. Evite pancadas e<br />

lave sempre após o uso. Alguns profundímetros são danificados por variações de<br />

altitude. Para esta modalidade de mergulho, procure saber que profundímetro é<br />

adequado.<br />

• Bússola: Sua função é determinar a direção e dar informações para uma navegação<br />

subaquática precisa. Com o uso da bússola, você consegue mergulhar numa<br />

determinada direção e voltar ao ponto de partida sem que para isso se faça<br />

necessário voltar a tona. Bússolas subaquáticas são preenchidas com líquido, o que<br />

as torna imunes à pressão. Os tipos preferidos de bússola têm uma marca de<br />

referência, chamada linha de fé e outras marcações que podem ser alinhadas com a<br />

agulha magnética. Sua manutenção requer lavagem com água doce após o uso.<br />

• Termômetro: Embora não seja um instrumento essencial, é útil para dar<br />

informações sobre a temperatura da água, para planejamento de mergulhos futuros<br />

numa mesma área. O Manômetro Submersível - Já foi discutido antes, sendo apenas<br />

lembrado aqui que é equipamento mandatório para o mergulho.<br />

• Console de Instrumentos: Instrumentos podem ser usados individualmente, em<br />

pulseiras ou combinados em consoles, acoplados ao MS. Consoles fornecem uma

Bandeira de Mergulho<br />



maneira eficiente para obtenção de referências rápidas. Evite deixar seu console<br />

solto, durante o mergulho. A maioria dos CE’s tem presilhas próprias para consoles.<br />

Ter seu console preso ao CE não vai impedir a sua monitoração, e sim vai ajudar na<br />

sua preservação e na proteção do meio ambiente.<br />

• Instrumentos Integrados: Encontram-se alguns instrumentos integrados em um só<br />

painel, tornado o console mais compacto e conveniente. Alguns modelos integram<br />

profundidade e tempo, outros tem, além destas informações, pressão do cilindro,<br />

profundidade máxima, profundidade atual, tempo de fundo, tempo de superfície e<br />

número do mergulho no dia.<br />

• Computadores de Mergulho: Além dos dados acima, computadores de mergulho<br />

mostram seu limite de tempo e profundidade para o momento do mergulho.<br />

Discutiremos os computadores mais a fundo posteriormente.<br />

Bóias de Superfície<br />

São bóias carregadas pelos mergulhadores, usadas para marcação de locais,<br />

descanso, assistência a outro mergulhador ou como suporte da bandeira de mergulho.<br />

Podem ser feitas de diversos materiais, ou ancoradas em um ponto determinado, ou<br />

carregadas por todo o mergulho. De qualquer forma, uma bóia deve ter um cabo com<br />

pelo menos 15 metros de comprimento, de preferência numa carretilha.<br />

Bandeira de Mergulho<br />

Áreas populares para mergulho são muitas vezes populares para outros esportes<br />

náuticos, como jet-ski, pesca oceânica, etc. Como é praticamente impossível que<br />

embarcações lhe vejam sob a água, você deve avisar sua presença, com uma bandeira de<br />

mergulho. Em alguns locais, bandeiras de mergulho são requeridas por lei.<br />

Bandeira Alfa<br />

Luzes<br />

Há dois desenhos de bandeiras que sinalizam a presença de mergulhadores na<br />

água: uma bandeira vermelha com uma faixa diagonal branca, ou uma bandeira branca e<br />

azul secionada (internacional).<br />

Ao mergulhar de um barco, coloque a bandeira no mastro, antena de rádio ou<br />

outro local alto e visível. Ao mergulhar da costa, carregue a bandeira numa bóia de<br />

superfície. Cada local tem sua lei própria sobre a distância que se pode passar de uma<br />

bandeira de mergulho. Por bom senso, você deve ficar dentro de um raio de 15 metros<br />

da bandeira e os barcos não devem se aproximar mais que 30 metros desta. Muito<br />

embora seja obrigatório um curso para a habilitação de qualquer condutor náutico,<br />

sabemos que muitas pessoas conduzem embarcações sem qualquer habilitação e muitas



vezes um barco não vê ou não sabe o significado de uma bandeira de mergulho,<br />

Portanto, sempre suba com muito cuidado e próximo à mesma.<br />

Lanternas para Mergulho<br />

Além de seu uso óbvio em certas especialidades, como<br />

mergulho noturno. Lanternas são usadas à luz do dia. São úteis<br />

para se olhar em tocas e grutas e restaurar as cores. A lanterna<br />

deve ser inspecionada periodicamente e guardada sem bateria.<br />

Log Book (Livro de Registro de Mergulho)<br />

Além da certificação que você deverá solicitar ao término<br />

deste curso, você deve documentar sua experiência, através do Log<br />

Book. Enquanto o certificado comprova a sua qualificação, o Log<br />

Book dá comprovação de experiência, geralmente requisitadas<br />

para novos níveis de curso e treinamentos, e por Resorts e<br />

Operadoras. O Log Book lhe permite guardar dados de seus<br />

mergulhos, suas experiências e detalhes que possam ser usados futuramente. Há uma<br />

grande variedade de Log books, de muito simples a muito complexos.<br />

Identificação do Equipamento<br />

Para uma identificação fácil, você deve marcar todo seu equipamento pessoal<br />

usando marcadores especiais. Pode-se usar tinta-esmaltada, canetas especiais ou fitas<br />

adesivas coloridas, entre outros.<br />

Muitos mergulhadores previnem frustração e confusão com equipamentos<br />

similares, de tamanhos diferentes, marcando seu equipamento. Isto pode ocorrer em<br />

barcos ou aulas de piscinas. A identificação do equipamento ajuda ainda a distinguir um<br />

mergulhador de outro, sob a água.



Capítulo IV - ADAPTAÇÃO AO MUNDO SUBAQUÁTICO<br />

Durante o treinamento de águas confinadas, você se aventurou pela primeira vez<br />

no mundo subaquático e passou por novas sensações, como ficar sem peso e respirar<br />

sob a água. Você também deve ter notado algumas diferenças em como as coisas se<br />

parecem ou soam quando estão debaixo da água.<br />

Sendo uma criatura que respira ar, você está adaptado para a vida terrestre. Fora<br />

da água, você vê, ouve e se move de maneira familiar e confortável, pois está adaptado<br />

ao meio aéreo. Sob a água, você está num um mundo novo, onde a visão, audição,<br />

manutenção do calor e movimentação são diferentes. Isto tudo ocorre porque a água é<br />

800 vezes mais densa do que o ar, afetando a luz, sons e calor de uma forma a qual não<br />

estamos acostumados.<br />

Visão Subaquática<br />

A máscara providencia um espaço aéreo. Sem ela, você poderá ver objetos<br />

grandes, mas borrados e indistintos, porque seu olho não conseguirá fazer com que os<br />

raios de luz façam um ponto focal. Somente com uso da máscara, consegue-se enxergar<br />

bem.<br />

A luz viaja na água a uma velocidade diferente que no ar. Quando esta passa da<br />

água para o ar, na máscara, a mudança de velocidade causa um pequeno desvio no<br />

ângulo dos raios luminosos. Isto causa o efeito da magnificência (aumento), onde os<br />

objetos, sob a água, parecem 25% maiores e mais próximos.<br />

Audição Subaquática<br />

O mundo subaquático não é um mundo silencioso. Você ouvirá sons novos e<br />

interessantes, como o ronco dos peixes, lagostas estalando e o barulho dos motores de<br />

barcos. O som se propaga mais intensa e rapidamente (4 vezes mais rápido) na água do<br />

que no ar, por isso podemos ouvir coisas que estão muito mais longe, do que fora da<br />

água e temos dificuldades de determinar a direção do som. Sob a água, há sensação de<br />

os sons vir de todas as direções, ao mesmo tempo.<br />

Falar sob a água é impossível, porque nossas cordas vocais não conseguem<br />

emitir sons no meio líquido. A comunicação através de sons embaixo da água se limita<br />

a atrair a atenção do outro mergulhador, batendo no cilindro com um objeto sólido,<br />

como a faca. O mergulhador poderá escutar esse som, porém não saberá dizer de onde<br />

vem.<br />

Perda de Calor na Água<br />

O mergulho perde sua beleza quando o mergulhador começa a tremer de frio. De<br />

fato, mesmo uma pequena perda de calor corporal tem o potencial de se tornar um sério<br />

risco à saúde. Sabendo isto, é importante entender a perda de calor sob a água. No<br />

ambiente aéreo, nosso corpo perde calor através da pele para o ar, quando o calor é<br />

levado por correntes de ar ou pela transpiração, que esfria a pele através da evaporação.



A água remove nosso calor corporal aproximadamente 20 vezes mais rápido que o ar.<br />

Isto mostra porque, numa dada temperatura, a água tem um efeito resfriatório muito<br />

maior. A água com temperatura de 23ºC parece quente, mas ela se torna fria após um<br />

certo tempo. A perda de calor na água pode levar rapidamente a uma condição séria, a<br />

não ser que se use um isolante para reduzir a perda de calor.<br />

A roupa de exposição é recomendado para mergulhos em águas à 20°C ou<br />

menos. Você deve se vestir apropriadamente para o mergulho. Para um maior conforto e<br />

prevenção de perda de calor excessiva, você deverá usar algum tipo de isolante em<br />

todos os mergulhos.<br />

Mesmo com o uso de isolamento, você pode começar a tremer após algum<br />

tempo. Tremor contínuo é sinal que a perda de calor atingiu um nível crítico. Toda vez<br />

que você começar a tremer continuamente, saia da água. Seque-se e procure se aquecer.

Capítulo V - RESPIRAÇÃO<br />



Os peixes retiram o oxigênio necessário à sua sobrevivência, diretamente da<br />

água. Não sendo capazes disto, devemos levar nosso suprimento de ar, quando formos<br />

mergulhar. Conhecendo como respiramos, você aprenderá o método apropriado de<br />

respiração, durante o mergulho. Este é um passo importante à adaptação ao ambiente<br />

subaquático.<br />

Eficiência Respiratória<br />

Toda vez que você respira, inala oxigênio, o gás necessário à manutenção da<br />

vida. Quando o ar atinge os pulmões, o sangue absorve o oxigênio a ser transportado<br />

para as células do corpo, e elimina gás carbônico proveniente destas. Esta troca de gases<br />

ocorre somente nos pulmões, as passagens de ar até os pulmões (boca, traquéia e<br />

brônquios) contém ar que não toma parte diretamente na troca de gases. Estes espaços<br />

são chamados "espaço morto respiratório". O regulador e o snorkel aumentam a<br />

quantidade de espaços mortos respiratórios naturais existentes no corpo, através do<br />

aumento de volume da passagem de ar dos pulmões. Ao inspirar o primeiro ar levado<br />

aos seus pulmões é aquele presente no espaço morto respiratório, que restou das<br />

respirações anteriores. Este ar é rico em gás carbônico. Se você respirar curto, cada<br />

respiração terá uma quantidade relativamente alta de gás carbônico, pois você inalará<br />

pouco ar fresco. Você estará re-inalando o ar dos espaços mortos respiratório.<br />

A respiração curta não é muito eficiente, porque apenas uma pequena quantidade<br />

do ar respirado toma parte da troca de gases, gás carbônico e oxigênio. Por outro lado,<br />

ao respirar profundamente, você inalará muito mais ar fresco. Neste caso, existe uma<br />

proporção maior de ar fresco chegando aos pulmões. Isto significa que a respiração<br />

profunda é muito mais eficiente.<br />

Lembre-se de respirar profunda e lentamente sempre que estiver usando<br />

equipamento SCUBA. Além de obter uma eficiência maior, você estará prevenindo a<br />

exaustão respiratória. Limite sua atividade ao seu grau de condicionamento.<br />

Exaustão Respiratória<br />

Se você mantiver um alto grau de atividade durante o mergulho, como nadar<br />

contra uma corrente ou carregar um peso excessivo, poderá ficar com exaustão.<br />

Sintomas de exaustão incluem fadiga, respiração ofegante, sensação de sufocação,<br />

fraqueza, ansiedade, dor de cabeça, cãibras musculares ou tendência ao pânico. O<br />

melhor é prevenir a exaustão. Conheça seus limites físicos e nade a um ritmo<br />

compassado, para não perder o fôlego. Mova-se lentamente. Caso você apresente<br />

sintomas de exaustão sob a água, pare toda a atividade, respire profundamente e<br />

descanse. Apóie-se num objeto, se possível.<br />

Caso você tenha exaustão na superfície, estabeleça flutuabilidade e pare de se<br />

mover. Descanse e restabeleça a respiração. Quando estiver recuperado, continue num<br />

ritmo mais lento.



Controle das vias aéreas e objetivos da respiração<br />

Não é raro haver uma pequena quantidade de água, ocasionalmente, no<br />

regulador ou snorkel, principalmente após o seu esgotamento. Normalmente isto não<br />

traz problemas, pois um controle apropriado das vias aéreas evita que você inale<br />

acidentalmente um pouco de água. O controle apropriado das vias aéreas significa:<br />

1. Sempre inale lentamente, caso tenha entrado água no regulador, respirador<br />

ou boca, assim esta água não irá para a sua garganta;<br />

2. Sempre inale lenta e cuidadosamente após o esgotamento do regulador ou<br />

respirador e;<br />

3. Utilize a língua como uma barreira à entrada de água, colando-a no céu da<br />

boca.<br />

Estes métodos e procedimentos previnem que você inale água e engasgue. Você<br />

poderá facilmente expelir a água da sua boca, regulador ou snorkel, quando exalar.<br />

Se por acaso você perder o controle das vias aéreas, e acidentalmente inalar<br />

água, mantenha o regulador ou Snorkel segurando-o com uma mão na boca e tussa<br />

através do bucal. Fique calmo. Deglutir a água inalada permitirá que você respire e<br />

retome o controle das vias aéreas. O controle durante o mergulho é facilmente<br />

aprendido e desenvolvido. Ele se torna um hábito natural com o tempo e com um pouco<br />

de experiência.<br />

Resumindo, os objetivos da respiração subaquática são:<br />

• Respire sempre lenta e profundamente;<br />

• Desenvolva o controle das vias aéreas;<br />

• Respire continuamente durante o mergulho autônomo.

Capítulo VI - COMUNICAÇÃO NO MERGULHO<br />



Apesar do som se propagar melhor na água que no ar, a comunicação verbal é<br />

virtualmente impossível sob a água, exceto com a utilização de elaborados sistemas<br />

eletrônicos. Devido ao custo e outros fatores, estes sistemas não são usados no<br />

mergulho esportivo. Usamos então, outras formas de comunicação, não verbais.<br />

Sinais Obrigatórios<br />

1. Ok! Ou Ok? 2. Ok na superfície. 3. Subir. 4. Descer.<br />

5. Sem ar. 6. Abra minha reserva.<br />

Ou não consigo abrir<br />

minha reserva.<br />

9. Estou na<br />

reserva.<br />

10. Ok. Tudo vai bem.<br />

(Grandes círculos<br />

lentos).<br />

7. Algo não vai bem. Ou<br />

“mais ou menos”.<br />

11. Não. Algo não vai<br />

bem. (Grandes<br />

movimentos verticais<br />

rápidos com o braço<br />

esticado).<br />

8. Dificuldades, na<br />

superfície. Ou Socorro!<br />

12. Os mesmo sinais<br />

diurnos, iluminados<br />

pela lanterna. (Só para<br />

perto).

Sinais Complementares<br />

13. Eu! Olhe para<br />

mim!<br />

14. Você! Olhe para lá! 15. Reunir! Junte com<br />

seu dupla.<br />



16. Parar! Atenção.<br />

17. Indica direção. 18. Não. Negativa. 19. Ir mais devagar. 20. Acelerar. Apressar.<br />

21. Compense! 22. Indica ignorância<br />

ou incompreensão.<br />

25. Estou com Frio.<br />

Hipotermia.<br />

26. Compartilhar ar.<br />

Cachimbo.<br />

23. Vertigem. Tontura. 24. Ação de dar nó.<br />

Apertar.<br />

27. Venha aqui! 28. Ouvido não<br />

compensa. Ou<br />

compensou?

29. Estou com pouco<br />

ar.<br />

30. Devagar! Calma!<br />

Relaxe!<br />

33. Qual direção? 34. Nivelar aqui.<br />

Equalizar<br />

flutuabilidade.<br />

37. Não estou bem.<br />

Estou com pouco ar.<br />



31. Tudo bem. Ok. 32. Perigo.<br />

35. Eu sigo você. 36. Para esta direção.<br />

Vamos para lá!<br />

Para Obter Atenção<br />

Antes de se comunicar com outro mergulhador, você deve obter sua atenção.<br />

Toque-o gentilmente ou bata no seu cilindro com uma faca ou outro objeto duro.<br />

Comunicação Subaquática<br />

Após obter atenção de sua dupla, você pode se comunicar,<br />

escrevendo em uma prancheta ou usando sinais manuais. Existem<br />

vários tipos de pranchetas nas lojas de mergulho. Os sinais<br />

manuais padronizados, usados sob a água, estão ilustrados nas<br />

páginas anteriores. Você deve aprender o significado de cada um<br />

destes sinais. Além disso, você deve rever os sinais manuais e<br />

outras formas de comunicação com a sua dupla antes do mergulho,<br />

para evitar desentendimentos e confusões debaixo da água.



Comunicação na Superfície<br />

Na superfície, você pode usar sinais manuais ou sonoros. Alguns sinais manuais<br />

de superfície estão ilustrados nas páginas anteriores. Evite acenar com os braços na<br />

superfície, para cumprimentar alguém, isto é um sinal de socorro à superfície. O apito é<br />

peça obrigatória do equipamento de comunicação de superfície, porque chama a atenção<br />

com eficiência, ao produzir um som alto, sem gasto excessivo de energia (em<br />

comparação com o grito), e bem audível.<br />

Chamada Subaquática<br />

Algumas embarcações utilizam um aparelho eletrônico de chamadas<br />

subaquáticas para chamar a atenção dos mergulhadores submersos. Quando ativado este<br />

aparelho emite um som parecido com o de uma sirene, através de um alto-falante<br />

subaquático. Ao escutar esse som durante o mergulho, suba a superfície com cuidado e<br />

procure o barco para instruções. Barcos que não possuem aparelho de chamada<br />

costumam sinalizar através de partida no motor da embarcação. Não nade em direção ao<br />

barco até que o capitão sinalize.

Capítulo VII – SISTEMA DE DUPLAS<br />



Você deve mergulhar sempre com sua dupla, e ficar próximo deste o tempo<br />

todo. Antes do mergulho, sua dupla provê assistência geral na colocação e checagem do<br />

equipamento; durante o mergulho lhe ajuda a lembrar os limites de profundidade, tempo<br />

e suprimento de ar; e ainda lhe dará ajuda necessária, numa eventual emergência. Sua<br />

dupla deve receber essa mesma assistência de você, e ambos se sentirão mais seguros<br />

mergulhando juntos, do que separados.<br />

Mergulho é uma atividade social. Mergulhar acompanhado é mais divertido.<br />

Juntos, você e sua dupla dividirão experiências e a imensa variedade de cenas mostradas<br />

pelo mundo subaquático. Você se surpreenderá com o número de amigos que você fará<br />

através do mergulho e do sistema de duplas.<br />

Tenha em mente as três razões principais para se mergulhar em duplas:<br />

1. Praticidade;<br />

2. Segurança;<br />

3. Diversão.<br />

Você tem uma responsabilidade com seu parceiro e para que o sistema de duplas<br />

funcione, ambos devem querê-lo. Ambos devem aprender procedimentos que<br />

minimizem sua separação sob a água. Entenda a importância, necessidade e o valor do<br />

sistema de duplas e decida, desde já, usá-lo sempre que mergulhar.

Capítulo VIII - FLUTUABILIDADE<br />



Definição<br />

Você já deve ter se perguntado porquê certos objetos extremamente pesados,<br />

como um navio, flutuam, enquanto outros bem mais leves podem afundar. Na verdade,<br />

o que determina a flutuabilidade de um objeto é a relação entre seu peso e seu volume.<br />

Se o objeto tiver um volume que desloca uma quantidade de água mais pesada<br />

que seu próprio peso, flutuará (positivo). Se este tiver um volume que desloca uma<br />

quantidade mais leve que seu próprio peso, afundará (negativo). E se o peso da água<br />

deslocada for igual ao seu, haverá o que chamamos de equilíbrio, ou flutuabilidade<br />

neutra.<br />

Necessidade do controle da flutuabilidade<br />

É essencial que os mergulhadores tenham um bom controle sobre a sua<br />

flutuabilidade. Este controle deve ser praticado com freqüência. O mergulhador deverá<br />

variar algumas vezes sua flutuabilidade no mergulho, ficando:<br />

• Positivo na superfície, para economizar energia;<br />

• Neutro sob a água, ficando sem peso e evitando bater no fundo, ajudando<br />

assim a preservar a delicada vida marinha e seu próprio equipamento.<br />

Itens usados<br />

Os dois itens usados pelo mergulhador para controlar a sua flutuabilidade são: o<br />

Colete Equilibrador e o Cinto de Lastro. O Colete permite que você aumente ou<br />

diminua o seu volume e o Cinto contrabalanceia a flutuabilidade positiva que a maioria<br />

das pessoas têm quando equipadas.<br />

Influência da densidade da água e do volume pulmonar<br />

Quanto mais denso o líquido, mais pesado. Em conseqüência, um mesmo objeto<br />

imerso em água doce e salgada, terá comportamento diferente, tendendo a flutuar mais<br />

na água salgada. Você notará essa diferença quando mergulhar no mar, depois das aulas<br />

na piscina. Além disso, pulmões vazios diminuem o volume, facilitando a submersão do<br />

mergulhador.

Capítulo IX - O MUNDO SUBAQUÁTICO<br />



Espaços Aéreos Corporais e Pressão da Água<br />

Embora não percebamos, nosso corpo recebe pressão constante pelo ar. Nosso<br />

corpo é primariamente líquido, o que faz com que esta pressão seja distribuída de<br />

maneira uniforme. O corpo possui alguns espaços aéreos (seios faciais, ouvido médio e<br />

pulmões).<br />

Como a água é muito mais densa que o ar, ocorre uma variação de pressão muito<br />

maior com a mudança de profundidade do que com a mudança de altitude.<br />

Relação ternária: Pressão, Volume e Densidade<br />

A pressão atmosférica, ao nível do mar, é de 1 atm (1 Atmosfera). Isso<br />

corresponde ao peso de toda a camada de ar que envolve a Terra. A mesma pressão é<br />

obtida com apenas 10 metros de coluna de água. Assim sendo, temos o acréscimo de 1<br />

atm para cada 10 metros de profundidade. Veja a tabela abaixo:<br />

PRESSÃO<br />

Profundidade Pressão Hidrostática Pressão Absoluta Volume Pulmonar<br />

0m 0 Atm 1 Atm 5 L<br />

10m 1 Atm 2 Atm 2,5 L<br />



40m 4 Atm 5 Atm 1 L<br />

O aumento da pressão gera uma diminuição proporcional no volume de um<br />

espaço aéreo e uma diminuição da pressão gera um aumento proporcional no volume do<br />

mesmo. A diminuição deste volume gera um aumento proporcional da densidade dentro<br />

do espaço aéreo.<br />

Para manter o volume original do espaço aéreo, deve-se acrescentar mais ar ao<br />

mesmo, de maneira proporcional. Este é o conceito da equalização. A medida que a<br />

pressão é reduzida na subida, o ar dentro do espaço aéreo expande, até atingir seu<br />

volume original, na superfície. No entanto, se algum ar adicionado a este espaço no<br />

fundo, para sua equalização, o volume irá expandir além do inicial, podendo até levar a<br />

ruptura deste espaço.<br />

Efeitos do Aumento de Pressão<br />

Como visto, os espaços aéreos são afetados por mudanças de pressão. O<br />

mergulhador tem espaços aéreos naturais e artificiais, criados pelo uso de equipamentos.<br />

Os naturais mais perceptivelmente afetados são: Os seios da face e o ouvido médio. O<br />

espaço artificial mais afetado é o criado pela máscara.<br />

Durante a descida, estes espaços são comprimidos pela pressão. Se esta não for<br />

equilibrada, surgirá desconforto e dor progressivos, podendo levar a um barotrauma.



Barotraumas podem ocorrer no ouvido, seios da face, dentes e<br />

pulmões. Felizmente, isso pode ser facilmente evitado pelo<br />

mergulhador.<br />

Para evitar o desconforto, deve-se igualar a pressão<br />

dentro do espaço interno à pressão do espaço externo - da água<br />

-. Isto é feito através da Equalização, isto é, acrescentar ar nos<br />

espaços aéreos à medida que se desce, antes de surgir o<br />

desconforto.<br />

A equalização dos seios da face e ouvido é feita<br />

acrescentando-se ar através de interligações com vias aéreas<br />

(ossos sinusais e tubas auditivas).<br />

Lembre-se que dentes não têm espaços aéreos naturais,<br />

podendo surgir cavitações por cáries ou obturações mal<br />

adaptadas. A única prevenção para o barotrauma dental é<br />

fazer checkups regularmente.<br />

Os pulmões são largos e flexíveis. Como mergulhador autônomo, você equaliza<br />

a pressão nos pulmões de forma automática, ao respirar continuamente. No mergulho<br />

livre, nada acontece desde que você encha os pulmões ao descer, pois na subida, os<br />

mesmos voltam ao tamanho original.<br />

Técnicas de Equalização<br />

Para equalizar os seios da face e os ouvidos: Tape as narinas e tente assoprar<br />

gentilmente, através das mesmas, com a boca fechada. Outra técnica que pode ser<br />

efetiva é deglutir ou movimentar a mandíbula para os lados.<br />

Lembre-se de equalizar seus espaços aéreos desde o começo e a cada metro. Se<br />

surgir desconforto, proceda como indicado abaixo:<br />

1. Suba até o desconforto passar;<br />

2. Tente equalizar novamente e desça lentamente;<br />

3. Se você novamente não conseguir equalizar interrompa o mergulho.<br />

Resfriados geram congestão e conseqüente obstrução das vias aéreas,<br />

impossibilitando a equalização. Não se recomenda o uso de descongestionantes para o<br />

mergulho. O uso de um plug de ouvido cria um espaço que não pode ser equalizado.<br />

Não use plugs. Deixe entrar água e sair ar do capuz, antes de iniciar a descida.<br />

Para equalizar a máscara, simplesmente exale pelo nariz. Se isto não for feito,<br />

você sentirá uma “sucção” na face e olhos.<br />

Efeitos da Diminuição da Pressão<br />

Como visto anteriormente, toda vez que um mergulhador livre desce, seus<br />

pulmões são comprimidos e voltam ao tamanho inicial quando o mergulhador retorna à<br />

superfície. Já no mergulho autônomo, nada acontece ao volume pulmonar, desde que o<br />

mergulhador respire constantemente. No entanto, se o mesmo prender a respiração<br />

durante a subida, o ar irá expandir nos pulmões. Esta expansão pode gerar uma<br />

sobrepressão pulmonar, a mais séria lesão que um mergulhador pode sofrer.



Embora seja muito séria, a sobrepressão pulmonar é também facilmente evitável.<br />

Bastando apenas que o mergulhador respire sempre.<br />

A regra mais importante do mergulho autônomo é: RESPIRE<br />

CONTINUAMENTE AO USAR AR COMPRIMIDO.<br />

Nos outros espaços aéreos, o escape de gás se faz de maneira natural, sem gerar<br />

problemas. Às vezes, o ar pode se aprisionar, gerando o que chamamos Bloqueio<br />

Reverso. Estes são raros e, geralmente, causados quando se mergulha resfriado ou o<br />

efeito de um descongestionante cessa enquanto o mergulhador está no fundo.<br />

Também pode ocorrer expansão de ar no aparelho digestivo, durante a subida,<br />

causando desconforto. É uma situação rara, que pode ser prevenida evitando-se a<br />

ingestão de alimentos fermentativos antes do mergulho.<br />

Bloqueio Reverso pode ocorrer ainda em dentes mal obturados ou que<br />

apresentam erosão interna. Este tipo de Bloqueio Reverso é prevenido com checkups<br />

dentais regulares. Ao sentir desconforto na subida, por expansão de ar, pare ou diminua<br />

a velocidade de ascensão, desça alguns metros e aguarde o escape de ar. Se você tiver<br />

bloqueios reversos com freqüência, procure um médico especializado.<br />

Efeitos do Aumento da Densidade do Ar<br />

Uma pergunta freqüentemente feita por leigos é: “Quanto tempo se pode ficar<br />

submerso com um dado cilindro de mergulho?” Como veremos, isso depende, entre<br />

outras coisas, da profundidade do mergulho. Como visto anteriormente, é fácil perceber<br />

que à medida que a pressão aumenta, mais ar deve ser acrescentado para preencher o<br />

espaço aéreo. Aplicando este conceito a respiração, podemos dizer que o ar do cilindro é<br />

gasto mais rapidamente, a medida que mergulhamos mais fundo. Assim, seu consumo<br />

de ar a 20 metros é três vezes maior que na superfície, da mesma forma que é necessário<br />

usar o triplo de ar para preencher um espaço aéreo a esta profundidade.<br />

Além disto, quanto mais fundo você vai, mais denso é o ar respirado. Isto afeta a<br />

respiração, aumentando a dificuldade inspiratória e expiratória. Para eficiência máxima,<br />

respire profunda e lentamente, relaxe e não force o seu limite.

Capítulo X – MANEJO DE PROBLEMAS<br />



O mergulho é uma atividade recreacional, onde você e sua dupla mergulham<br />

respeitando certos limites planejam seus mergulhos e usam técnicas de segurança. É<br />

importante que você mantenha um bom condicionamento físico e treine suas<br />

habilidades como mergulhador, tornando muito mais fácil a prevenção de problemas.<br />

No entanto, se ocorrer um problema, você saberá cuidar de si mesmo e até ajudar outro<br />

mergulhador.<br />

Discutiremos aqui alguns conceitos básicos de manejo de problemas no<br />

mergulho. Tenha em mente, que ao planejar um mergulho num local onde não há<br />

assistência secundária (paramédicos, salva-vidas, dive master ou instrutor) nas<br />

proximidades, você deve obter treinamentos adicionais, que inclui Primeiros Socorros,<br />

Reanimação Cardio-Respiratória (RCR) e procedimentos especiais para acidentes de<br />

mergulho. Se informe com seu instrutor.<br />

Neste ponto, você deve se concentrar na prevenção de problemas e ter a mão<br />

formas de contato para assistência a emergências (telefone de paramédicos e policia, e<br />

radiofreqüência da guarda costeira).<br />

Tenha ainda o telefone da Câmara de Recompressão mais próxima e de um<br />

médico especializado na área. Nos EUA, você pode contatar a DAN (Divers Alert<br />

Network) numa emergência, e em determinadas partes a Assist America, ligada a DAN.<br />

Manejo de Problemas à Superfície<br />

A maioria dos problemas no mergulho ocorre à superfície, por mais estranho que<br />

possa parecer. Estes problemas de superfície podem ser prevenidos ou controlados<br />

assim:<br />

1. Mergulhe dentro das suas limitações;<br />

2. Relaxe enquanto mergulha;<br />

3. Estabeleça e mantenha flutuabilidade positiva, enquanto estiver na<br />

superfície.<br />

Os principais problemas de superfície são exaustão, cãibras ou engasgamento<br />

por inalação de água. Os dois primeiros já foram discutidos anteriormente. Se você<br />

inalar água, mantenha o regulador na boca e tussa através do mesmo. Engolir um pouco<br />

de água pode ajudar. Mantenha flutuabilidade positiva.<br />

Se um problema ocorrer à superfície, estabeleça flutuabilidade imediatamente,<br />

inflando o CE ou liberando o cinto de lastro. Pare, pense e aja. Não existe em sinalizar<br />

pedindo ajuda, quando você necessitar.<br />

Reconhecimento de Problemas<br />

Antes de ajudar outro mergulhador, você precisa saber que o mesmo precisa de<br />

ajuda. Daí poderá agir imediatamente e prover a ajuda necessária. Um mergulhador com<br />

problemas, mas que está sob controle, não aparenta a situação. Você só perceberá se o<br />

mesmo sinalizar pedindo ajuda. Este terá, tipicamente, o equipamento no lugar,<br />

aparentando estar relaxado e com respiração normal.



Já um mergulhador que perde o raciocínio lógico, troca estas ações apropriadas<br />

por gestos não pensados. O medo do afogamento o faz tirar o rosto da água, gastando<br />

muita energia. Este geralmente abandona o regulador e coloca a máscara na testa,<br />

ansioso por ar. Sua respiração é rápida e curta e ele não presta atenção a outros<br />

mergulhadores. Seus olhos estão esbugalhados. Um mergulhador com esta aparência<br />

precisa de ajuda imediata, senão continuará a se debater até tornar-se totalmente exausto<br />

e inapto a flutuar.<br />

Há quatro passos básicos na assistência a outro mergulhador:<br />

1. Estabeleça ampla flutuabilidade ao mergulhador;<br />

2. Acalme o mergulhador;<br />

3. Ajude-o a estabelecer o controle da respiração;<br />

4. Se necessário ajude-o a voltar para o barco ou costa.<br />

O primeiro passo é dar ampla flutuabilidade ao mergulhador. Isto pode ser feito<br />

jogando-lhe uma bóia, inflando seu CE e/ou liberando seu cinto de lastro. Depois você<br />

deve acalmá-lo. Fale com ele, encorajando-o. Solicite que ele respire profunda e<br />

lentamente e, o reboque, se este não puder por si próprio, à costa ou barco.<br />

Manejo de Problemas Sob a Água<br />

Uns raros problemas podem ocorrer sob a água e podem ser prevenidos da<br />

seguinte forma: Relaxe durante o mergulho, monitore cuidadosamente seu suprimento<br />

de ar e mergulhe dentro de seus limites. Vejamos os principais problemas que podem<br />

ocorrer sob a água:<br />

• Exaustão Respiratória: Como já visto, a exaustão pode ser prevenida<br />

movendo-se e respirando lentamente. Além disto, se surgir exaustão, você<br />

deve parar a atividade, descansar, relaxar e respirar profunda e lentamente.<br />

Sob a água, a exaustão pode lhe dar uma sensação de fraqueza e tontura, pelo<br />

aumento da resistência respiratória do regulador, com a profundidade.<br />

Previna a exaustão evitando atividades extenuantes e sabendo o seu ritmo<br />

adequado.<br />

• Ficar com muito pouco ou sem Ar: - Ficar sem ar é o problema de mais<br />

fácil prevenção e, uma depressão de ar por disfunção do equipamento é<br />

extremamente rara. A simples monitoração de seu MS faz a prevenção. Mas<br />

lembre-se que o MS só lhe será útil se você consultá-lo. No evento<br />

improvável de você ficar sem ar subitamente, há uma série de opções para<br />

tirá-lo desta situação sem maiores problemas:<br />

Faça uma subida normal: Isto funcionará bem se seu cilindro não<br />

estiver totalmente vazio, pois à medida que você sobe, o pouco ar do<br />

cilindro expande.<br />

Suba usando uma fonte alternativa de ar: É a maneira mais fácil de<br />

voltar à superfície, tanto usando uma fonte alternativa própria (“spare<br />

air” ou “pony bottle”) como da sua dupla. Para isto, é fundamental saber<br />

localizar, pegar e usar esta fonte. Não negligencie estes passos na<br />

checagem de segurança pré-mergulho.<br />

Faça uma subida livre de emergência: Se você não tiver uma fonte<br />

alternativa de ar à mão ou sua dupla estiver muito longe e em<br />

profundidade não maior que 12 metros, pode-se optar por uma subida<br />

livre de emergência. Nade para superfície exalando continuamente pelo



regulador emitindo um som “AAA”, para prevenir uma hiperdistensão<br />

pulmonar.<br />

Divida o ar de um regulador (cachimbo): Se você estiver mais fundo<br />

que 12 metros e não houver uma fonte alternativa à mão, você pode ter<br />

que dividir ar de um regulador único com sua dupla, o chamado<br />

“cachimbo”.<br />

Faça uma subida de emergência boiada: É uma opção final que requer<br />

que você abandone seu cinto de lastro ou infle o CE, e suba exalando<br />

continuamente com um som “AAAAA”, em direção à superfície. Só<br />

deve ser usada numa opção extrema.<br />

Lembre-se de discutir com sua dupla todas as opções numa eventual<br />

depressão de ar, antes do mergulho. Desta forma vocês estarão melhores<br />

preparados se necessário. A melhor opção ainda é a prevenção, monitorando<br />

continuamente seu suprimento de ar e da sua dupla.<br />

• Regulador em débito contínuo: Reguladores modernos, numa eventual<br />

pane, quebram abrindo o fluxo de ar, nunca cortando, isto é chamado débito<br />

contínuo. Você aprenderá a respirar de um regulador nestas condições,<br />

tomando cuidado para não inalar em excesso, o que poderia causar<br />

hiperdistensão pulmonar. Lembre-se que se isto acontecer realmente, você<br />

deverá avisar sua dupla e encerrar o mergulho.<br />

• Enroscos: É muito raro enroscar-se. No entanto, linhas de pesca, redes e<br />

outras coisas podem gerar enroscos sob a água. Previna enroscos, olhando<br />

atentamente sua direção, movendo-se lentamente e tendo suas peças de<br />

equipamento, especialmente os instrumentos e mangueiras presas em seus<br />

engates. Enroscar-se não é propriamente uma emergência, desde que você<br />

não se machuque. Se você se enroscar, pare, pense e tente se liberar lenta e<br />

calmamente. Solicite ajuda da sua dupla. Eventualmente você terá que<br />

remover a unidade SCUBA para se desenroscar, recolocando-a logo após.

Capítulo XI - SAÚDE PARA O MERGULHO<br />



Mergulho é uma atividade de “relax”, se feita corretamente. Algumas vezes,<br />

entretanto, pode haver algum grau de cansaço. Por isto, você deve ter um nível de saúde<br />

e condicionamento suficientes para atividades moderadas. Isto faz parte da segurança do<br />

mergulho.<br />

Recomendações gerais de saúde com relação a alimentação e descanso se<br />

aplicam não só ao mergulho, como no dia a dia. Siga estas recomendações:<br />

• Nunca use álcool, cigarros e medicações antes de mergulhar. Álcool e<br />

medicações podem ter seus efeitos intensificados com a profundidade e<br />

alterar sua capacidade decisória. Além disto, a ingestão de álcool<br />

previamente ou logo após o mergulho pode aumentar seu risco de ter doença<br />

descompressiva. Quanto à medicação prescrita pelo seu médico, consulte-o a<br />

respeito. Cigarros, além dos efeitos nocivos à saúde, diminuem a eficiência<br />

respiratória e circulatória durante o mergulho.<br />

• Não mergulhe se você não estiver se sentindo bem, nem resfriado; como já<br />

visto, mergulhar resfriado aumenta as chances de um bloqueio reverso.<br />

• Mantenha um condicionamento físico razoável e faça exame médico<br />

completo anualmente. Idealmente, você deve obter exame de um médico que<br />

conheça bem a atividade. Além disto, mantenha suas imunizações em dia,<br />

especialmente Tétano e Tifo.<br />

• Faça uma dieta balanceada e repouso adequado antes de mergulhar.<br />

Mantenha um programa regular de exercícios.<br />

• Esteja bem física e mentalmente. Seja um mergulhador ativo. Mantendo-se<br />

treinado nas novas habilidades de mergulho aprendidas. Aperfeiçoe essas<br />

habilidades e o seu conhecimento. Após um longo período de inatividade,<br />

procure praticar em águas confinadas antes.<br />

• Mulheres têm algumas considerações especiais. Mergulhar no período<br />

menstrual não é um problema, desde que a mulher se sinta bem para tal. Já<br />

na gravidez, a mulher não deve mergulhar, pois pode haver efeitos sobre o<br />

feto.<br />

Finalizando, você deve se sentir bem para mergulhar bem! Mantenha-se com<br />

boa saúde, bom condicionamento físico e mental e evite hábitos danosos.

Capítulo XII – RESPIRAR AR À PROFUNDIDADE<br />



Através de sua experiência prévia em águas confinadas e do que vimos em aulas<br />

teóricas, você sabe que respirar ar sob a água é diferente do que respirá-lo na superfície.<br />

Além de efeitos óbvios, como aumento da densidade, respirar ar sob pressão traz alguns<br />

efeitos sutis. Felizmente, esses efeitos são compreensíveis e de fácil prevenção, como<br />

veremos a seguir.<br />

O Ar que Respiramos<br />

O ar comprimido de seu cilindro é basicamente o<br />

mesmo que respiramos agora. Uma mistura de Nitrogênio<br />

(aproximadamente 80%) e Oxigênio (aproximadamente 20%).<br />

O oxigênio é usado para sustentação da vida e o Nitrogênio,<br />

fisiologicamente inerte (não utilizado pelo nosso corpo).<br />

Enquanto nenhum desses gases pode lhe dar efeitos adversos<br />

sobre a água, ambos podem gerar problemas, quando<br />

respirados sob maiores pressões.<br />

Ar Contaminado<br />

Antes de discutirmos os problemas associados com os componentes normais do<br />

ar, é importante vermos problemas que podem surgir de contaminantes que não devem<br />

estar presentes no ar. O compressor que recarrega os cilindros deve ser montado e<br />

mantido corretamente para evitar a penetração de contaminantes no ar, como Monóxido<br />

de Carbono ou vapor de óleo. Ar contaminado, geralmente, tem gosto e cheiro ruins,<br />

mas também pode ser inodoro e insípido. Um mergulhador que respire ar contaminado<br />

pode apresentar dores de cabeça, náuseas, tontura e até inconsciência. Um mergulhador<br />

intoxicado por ar contaminado pode apresentar lábios e base das unhas com coloração<br />

vermelho-cereja. Deve se dar ar fresco e Oxigênio (se disponível) a uma pessoa com<br />

suspeita de intoxicação por ar contaminado. Nos casos mais severos é necessária a<br />

respiração boca-a-boca. Cuidados médicos são necessários em todos os casos.<br />

Felizmente, ar contaminado é raro desde que você faça a recarga em locais<br />

apropriados, como nas lojas de mergulho. Estas lojas sabem da gravidade do ar<br />

contaminado e fazem uma checagem freqüente da qualidade de seu ar. Se você achar<br />

que o ar tem cheiro ou gosto ruins, independente da sua fonte, não o utilize. Ao sentir-se<br />

mal ou ter dores de cabeça durante o mergulho, pare imediatamente. Se por algum<br />

motivo você suspeitar que existe ar contaminado no seu cilindro, guarde-o para análise e<br />

não o utilize para mergulhar.<br />

Para evitar ar contaminado, só carregue seu cilindro com ar comprimido filtrado,<br />

puro e seco de uma estação de recarga respeitável. Esteja alerta, porém, à intoxicação<br />

por ar contaminado, respirando-se fumaça de exaustão do barco.



Oxigênio<br />

Embora seja necessário à vida, o Oxigênio pode ser tóxico em grandes<br />

quantidades e pressões. Se você encher o cilindro com Oxigênio puro, ao invés de ar<br />

comprimido, poderá ter problemas, mesmo em águas rasas. Por isto nunca recarregue<br />

seu cilindro com outro gás que não seja ar comprimido.<br />

Os 20% de O2 presentes no ar comprimido, também pode ser tóxico, não será<br />

desde que você não ultrapasse o limite recomendado de 30 metros para o mergulho<br />

esportivo. Nunca recarregue seu cilindro com O2 puro e nunca exceda o limite máximo<br />

de profundidade recomendado para o mergulho esportivo. Assim você prevenirá a<br />

intoxicação por este gás.<br />

Narcose por Nitrogênio<br />

Os efeitos adversos do O2 ou do ar contaminado<br />

são raros no mergulho esportivo, mas os efeitos do<br />

Nitrogênio devem ser considerados em todos os<br />

mergulhos. Quando você respira ar a uma profundidade de<br />

trinta metros, pode sentir um efeito chamado Narcose por<br />

Nitrogênio, que é a qualidade anestésica deste gás sob<br />

pressão. Quanto mais fundo você mergulhar, maior é o<br />

efeito narcótico do N2. Um mergulhador com narcose por<br />

Nitrogênio comporta-se como se estive embriagado.<br />

Apresenta julgamento e coordenação lentos, pode sentir uma falsa sensação de<br />

segurança e exibir falta de preocupação com esta. Além disto, pode haver ansiedade ou<br />

desconforto. Estes efeitos podem ser desastrosos, resultando numa baixa capacidade<br />

decisória do mergulhador.<br />

A narcose por N2, afeta as pessoas diferentemente. Você pode ser mais ou menos<br />

susceptível que outros mergulhadores. Além disto, o grau de susceptibilidade pode<br />

variar de dia para dia e de mergulho para mergulho. A narcose por nitrogênio some<br />

quando você atinge águas mais rasas, não deixando efeitos posteriores. Ao começar a se<br />

sentir estranho ou embriagado, suba imediatamente para uma profundidade menor para<br />

que a narcose passe. Esta, geralmente, passa rapidamente. Se sua dupla age de modo<br />

estranho, conduza-a para águas mais rasas.<br />

Prevenir narcose por Nitrogênio é fácil, simplesmente evite mergulhos<br />

profundos. A narcose por nitrogênio por si só não é perigosa, mas o julgamento lento e<br />

a falta de coordenação que ela causa podem ser muito perigosos.<br />

Doença Descompressiva<br />

Já falamos que existem limites para<br />

os tempos e profundidades dos mergulhos,<br />

além dos limites óbvios impostos pelo<br />

suprimento de ar, frio e fadiga. Estes limites<br />

de tempo e profundidade resultam de um<br />

efeito do N2, diferente do efeito da narcose.<br />

Este efeito do N2 absorvido pelo corpo



durante o mergulho, é talvez um dos mais significativos efeitos da respiração de ar<br />

pressurizado.<br />

Durante o mergulho, o aumento da pressão faz com que o N2 do ar respirado se<br />

dissolva nos tecidos do seu corpo. A quantidade absorvida pelo corpo num dado<br />

mergulho depende da profundidade e do tempo do mesmo, mas quanto mais fundo você<br />

for e quanto mais tempo você ficar, maior será a absorção de N2 em excesso. Quando<br />

você sobe, a pressão ambiente diminui, o N2 absolvido começa a deixar o seu corpo.<br />

Este excesso de N2 deve ser eliminado lentamente através da respiração, pois<br />

diferentemente do O2, o seu corpo não o usa. O que entra deve sair.<br />

Seu corpo pode eliminar o N2 sem complicação, desde que a quantidade em<br />

excesso esteja dentro de um limite razoável. Tabelas especiais foram desenvolvidas para<br />

estabelecer os limites necessários para uma quantidade aceitável de N2 (estas tabelas só<br />

são utilizadas para mergulhos acima de 12 metros, o que não é o caso deste curso, para<br />

mergulhos mais profundos devem ser feitos cursos e treinamentos adicionais). Se você<br />

ficar sob a água muito tempo, o N2 em excesso começará a formar bolhas na circulação<br />

e nos tecidos durante a subida, do mesmo modo quando se abre uma garrafa de<br />

refrigerante rapidamente. Estas bolhas causam uma doença séria chamada Doença<br />

Descompressiva (DD), também conhecida por “the bends”.<br />

Existem outros fatores que influenciam a absorção e a eliminação de N2 em<br />

excesso, e que contribuem no desenvolvimento da DD: Fadiga, desidratação, exercícios<br />

vigorosos (antes, durante e após o mergulho), frio, idade avançada, doenças, lesões,<br />

consumo de álcool antes ou após o mergulho e obesidade. Além disto, o aumento de<br />

altitude após o mergulho (voar ou subir a serra) pode contribuir para o aparecimento da<br />

DD.<br />

Mergulhadores esportivos devem mergulhar dentro de limites estabelecidos e<br />

usar cuidados extras caso outro fator influenciante esteja presente. Os sintomas de DD<br />

podem variar, porque as bolhas podem se formar em locais diferentes do corpo. Estes<br />

sintomas incluem: paralisia, choque, fraqueza, formigamento, insensibilidade,<br />

dificuldades respiratórias e vários graus de dor nas articulações e membros. Nos casos<br />

mais severos, inconsciência e morte.<br />

No mergulho recreacional, a DD pode ter sintomas mais sutis como: dor discreta<br />

e moderada, geralmente, mas não necessariamente, nas juntas. Pode haver<br />

formigamento e insensibilidade moderados, geralmente, mas não necessariamente, nos<br />

membros. Outros sintomas comuns de DD são fraqueza e fadiga prolongada. Os<br />

sintomas de DD podem ocorrer em conjunto ou individualmente, podem ocorrer em<br />

qualquer local do corpo e ainda podem ser acompanhados de uma leve sensação de<br />

tontura. Estes sintomas costumam aparecer de 15 minutos a 12 horas após o mergulho,<br />

porém podem surgir mais tarde. A maioria dos sintomas aparece gradual e<br />

persistentemente, porém pode ser também intermitente. Todos os casos de DD devem<br />

ser considerados sérios, independendo da severidade dos sintomas. Caso um<br />

mergulhador suspeite estar com DD, ele deve: Parar de mergulhar, procurar<br />

imediatamente ajuda médica e consultar um médico especializado. Alguns locais<br />

possuem serviços especiais para emergências de mergulho.<br />

A maioria dos casos de DD são tratados através de recompressão numa câmara<br />

hiperbárica. Sob hipótese alguma, deve-se levar um mergulhador com suspeita de DD<br />

para baixo da água. A partir do aparecimento dos sintomas, o tratamento leva horas,<br />

muito mais tempo que a resistência do mergulhador, mesmo que haja ar suficiente.<br />

Além disto, a recompressão requer procedimentos médicos e medicações. A tentativa de



tratamento do mergulhador sob a água pode piorar os sintomas e trazer resultados<br />

desastrosos.<br />

Ao dar assistência a um mergulhador com suspeita de DD, leve-o para<br />

atendimento médico, para que se estabilize e seja transportado para uma câmara de<br />

recompressão. Primeiros Socorros para DD incluem prevenção ou tratamento do estado<br />

de choque, administrando-se oxigênio e se necessário, RCR. Um mergulhador<br />

inconsciente que esteja respirando, deve ser colocado deitado em decúbito dorsal<br />

horizontal e tratado do mesmo modo descrito para mergulhador inconsciente. Quanto<br />

mais rápido começar o tratamento, menor serão os riscos de seqüelas permanentes.<br />

Apesar da DD ser uma doença muito séria, com o tratamento adequado, ela<br />

raramente se torna fatal no mergulho esportivo. Além disso, ela é facilmente evitada,<br />

bastando apenas seguir apropriadamente os limites de tempo e profundidade<br />

estabelecidos pelo seu instrutor. É importante, também, subir devagar a uma velocidade<br />

de subida segura e fazer uma parada de segurança.

Capítulo XIII – LIMITES DO MERGULHO<br />



Com relação à profundidade e tempo, um mergulho pode ser descompressivo ou<br />

não descompressivo. O que diferencia estes dois tipos de mergulhos é o seu grau técnico<br />

que pode tranqüilamente ser entendido como o risco. No mergulho esportivo apenas<br />

mergulhamos de forma não-descompressiva em situações normais.<br />

Mergulho Não-Descompressivo<br />

Mergulho não descompressivo significa ficar dentro dos limites máximos<br />

estabelecidos para o mergulho esportivo, limites de tempo, profundidade e intervalo de<br />

superfície (este intervalo de superfície só é utilizado para mergulhos repetitivos,<br />

principalmente acima de 10 metros de profundidade e, não é a proposta deste curso<br />

tratar deles), podendo subir diretamente à superfície a qualquer hora durante o<br />

mergulho, sem riscos significativos de DD. O mergulho esportivo sempre é planejado<br />

como não-descompressivo.<br />

Mergulho Descompressivo<br />

Nos mergulhos comerciais e militares, normalmente fica-se a uma dada<br />

profundidade, um tempo além dos limites de tempo do mergulho esportivo, por isso se<br />

faz necessária à técnica de mergulho descompressivo. O mergulho descompressivo é<br />

aquele onde se faz uma série de paradas difíceis e complexas durante a subida, para<br />

evitar a DD. Este tipo de mergulho requer grande apoio de superfície e preparação para<br />

emergência e está além dos objetivos do mergulho esportivo, porque pode ser muito<br />

perigoso.<br />

Limites de Profundidade<br />

• 10 metros Básico *<br />

• 18 metros Novato<br />

• 30 metros Recomendado<br />

• 40 metros Absoluto<br />

Tabelas de Mergulho<br />

Através da tabela de mergulho, podemos calcular para a profundidade do<br />

mergulho o tempo que podemos permanecer submersos, sem o risco de DD. Através<br />

dela, podemos também saber quanto tempo temos até a primeira parada, tempo de<br />

parada aos 3 metros, tempo total de descompressão e o grupo de repetição.<br />

* Este é o nosso caso assim que formados.



Para a proposta deste curso, a tabela nos servirá apenas para dar-nos o tempo de<br />

fundo, já que em profundidades de até 10 metros, não há absorção de Nitrogênio a<br />

níveis perigosos. Vejamos a tabela:<br />

Profundidade<br />

Tempo de<br />

Fundo<br />

Tempo até a<br />

1ª parada<br />

Parada aos 3<br />

metros<br />

Tempo total<br />

descompressivo<br />

*<br />

12 metros 200 minutos - 00 minuto 00,40 minuto<br />

210 minutos 0,30 minuto 02 minutos 02,40 minutos<br />




300 minutos 0,30 minuto 19 minutos 19.40 minutos<br />

*<br />

15 metros 100 minutos - 00 minuto 00,50 minuto<br />

SEJA UM MERGULHADOR S.A.F.E.<br />

(SLOWLY ASCEND FROM ECERY DIVE)<br />

(SUBA LENTAMENTE APÓS CADA MERGULHO)<br />

Você já aprendeu a importância de ajustar seu corpo durante a descida, o<br />

que é feito através da equalização de seus espaços aéreos corporais. Durante a<br />

subida, o seu corpo também necessita de tempo para ajustar-se. E você precisa de<br />

tempo para regular sua flutuabilidade, manter sua dupla no campo de visão e olhar<br />

os obstáculos sobre sua cabeça. É muito importante subir lentamente, não mais<br />

rápido que 18 metros por minuto. O que é mais devagar do que você possa<br />

imaginar. Como você nunca mergulhou, pode achar um pouco difícil julgar a<br />

velocidade de subida da primeira vez. Comece sempre sua subida com bastante ar<br />

para permitir uma viagem lenta à superfície. Suba de preferência ao longo de um<br />

cabo ou siga os contornos do fundo. Isto não dará uma referência visual para ajudálo<br />

a manter sua velocidade. Use o profundímetro para tal, particularmente durante<br />

subidas sem referência visual. Você pode levar no mínimo 10 segundos para subir<br />

de um mergulho a 3 metros de profundidade, não se preocupe com a exatidão.<br />

Desde que a velocidade não exceda 30 centímetros por segundo. Aliais, é uma boa<br />

idéia subir mais lento que 30cm/s, para uma segurança extra. Sempre que possível,<br />

pare sua subida ao atingir 4,5 metros e espere 3 minutos antes de continuar a<br />

subida, principalmente em mergulhos profundos ou mergulhos que estiverem<br />

próximo ao limite de tempo (o que não é o nosso caso). Isto é chamado de Parada<br />

de Segurança, que lhe dará uma margem extra de segurança. Pense em 18m/min<br />

como um limite máximo de velocidade para a subida. É melhor ir mais devagar, não<br />

mais rápido. Seja um mergulhador S.A.F.E. e suba lentamente após cada mergulho.<br />

Paradas de Segurança<br />

Como já comentamos as paradas de segurança são utilizadas para mergulhos<br />

descompressivos para eliminar o excesso de Nitrogênio do corpo, mas também podem<br />

ser executadas em mergulhos não-descompressivos a fim de oferecer uma segurança<br />

* O Mergulho feito dentro desses limites não oferece riscos de absorção de N2 residual. Para nosso curso a<br />

profundidade adotada é de 10 metros, então, adotaremos a referência de 12 metros na tabela.



extra, principalmente para mergulhos acima de 30 metros. Ela é feita a 4,5 metros por 3<br />

minutos e, nela aproveitamos para ajustar nossa flutuabilidade e nos prepararmos para<br />

subir os metros restantes.<br />

Mergulho em Altitude<br />

À medida que subimos, a pressão atmosférica (Patm) diminui. Em altitudes<br />

acima de 300 metros, há procedimentos especiais requeridos para compensar o<br />

decréscimo da Patm. Portanto, mergulhos em altitudes, requerem treinamentos<br />

especiais.<br />

Vôos após Mergulhos<br />

Você deverá levar em conta o decréscimo da pressão atmosférica ao subir uma<br />

montanha de carro ou voar, após um mergulho. Se você planejar subir a uma altitude de<br />

2.400 metros (pressão de cabine da maioria dos aviões comerciais) ou mais, siga estas<br />

recomendações:<br />

• Se você fez até 2 mergulhos simples e a soma de seu tempo de fundo não<br />

exceder 2 horas, espere 12 horas para voar ou subir altitudes.<br />

• Se você fez mais do que o descrito acima, mas ainda dentro do limite nãodescompressivo,<br />

espere 24 horas.<br />

• Se qualquer um de seus mergulhos requerer descompressão de emergência,<br />

espere pelo menos 48 horas para voar ou subir altitude.<br />

Mergulhos em Condições Extenuantes ou Muito Frias<br />

Frio ou cansaço extremo podem fazer com que seu corpo absorva mais N2 ao<br />

final de um mergulho, do que o esperado. Ao planejar um mergulho em águas frias ou<br />

em condições mais extenuantes que as normais, considere seu mergulho 3 metros mais<br />

fundo do que o real.

Capítulo XIV - ESTILOS DE MERGULHO<br />



No mergulho, existem quatro principais estilos, são eles: Mergulho estilo<br />

Snorkeling, Livre, Caça Submarina e Autônomo. Veremos agora, o que é cada um<br />

deles.<br />

Estilo Snorkeling<br />

Trata-se da prática de mergulho, onde o praticante se utiliza basicamente da<br />

máscara, nadadeiras e snorkel para mergulhar. Na realidade, nesta prática o indivíduo<br />

não mergulha, apenas mantêm-se positivo e observa o mundo subaquático com o rosto<br />

submerso e respirando pelo snorkel. Esta prática é especialmente válida para pessoas<br />

que pôr motivos de saúde ou pânico não podem mergulhar.<br />

Mergulho Estilo Livre<br />

O mergulho livre consiste em mergulhar sem utilizar nenhuma fonte de ar, ou<br />

seja, manter-se em baixo da água somente com o ar dos pulmões (em apnéia). Há<br />

mergulhadores que se utilizando dessa técnica ficam submersos pôr um período superior<br />

a cinco minutos e descem a uma profundidade superior a cem metros.<br />

Mergulho Estilo Caça Submarina<br />

Consiste no uso das técnicas de apnéia para praticar, utilizando-se um arbanete<br />

(arpão), a caça. Por ser injustamente mal visto por alguns mergulhadores que fazem<br />

uma falsa defesa ecológica, hoje em dia utiliza-se também embora incorretamente, o<br />

nome Pesca Subaquática. Esta modalidade exige muita técnica e treino, pois além de o<br />

mergulhador ter que ficar tempo suficiente submerso para poder atingir seu alvo tem<br />

que ter uma boa “pontaria”. Este tipo de prática também deve ser feita em duplas, onde<br />

só um dos mergulhadores da dupla deverá carregar o arpão.<br />

Vale ressaltar que e expressamente proibida a caça submarina em Narquilê<br />

(utilizando-se fontes artificiais de ar), pelo fator ecológico, constituindo-se a<br />

desobediência da mesma, crime contra o meio ambiente.<br />

Mergulho Estilo Autônomo<br />

O Mergulho Autônomo é o estilo em que se usam as fontes artificiais de ar<br />

(Cilindro ou Narquilê) para se manter submerso na água sem precisar retornar à<br />

superfície para respirar, através dos aparatos utilizados para a prática desta modalidade,<br />

o mergulhador passa a ter uma perfeita autonomia sobre o seu mergulho. Podendo assim<br />

explorar com mais atenção e riqueza de detalhes os mistérios e surpresas do mundo<br />

subaquático.

Como entrar na água<br />

Passo do Gigante<br />

Rolamento Dorsal<br />



Há algumas maneiras de entrar na água,<br />

que serão demonstradas na prática. De maneira<br />

geral elas se aplicam individualmente a situações<br />

bem específicas, tais como barco pequeno, local<br />

raso etc. Estas formas são pulos, conhecidos<br />

como passo de gigante, salto em tesoura,<br />

rolamento dorsal e caranguejo, dentre outras,<br />

sendo que cada uma possui sua peculiaridade.<br />

Por exemplo, quando o mergulho entrada se dá<br />

pela costa, utilizamos a entrada caranguejo, para<br />

embarcações pequenas, sem plataforma,<br />

utilizamos o rolamento dorsal e em barcos com<br />

plataforma o passo do gigante. O salto tesoura é<br />

uma técnica de arremesso, muito utilizada para<br />

saídas de helicóptero.<br />

Qualquer que seja a maneira escolhida para entrar na água lembre sempre:<br />

• O colete não deve estar muito inflado.<br />

• Segure sempre a máscara e o regulador com uma das mãos, enquanto a outra dá<br />

sustentação ao cilindro ou segura a fivela do cinto de lastro e o console.<br />

• Nunca pule olhando para baixo. O impacto da máscara na água pode quebrar o vidro<br />

ou arrancar a máscara e o regulador do lugar, machucando-o.

Capítulo XV - O MEIO AMBIENTE DE MERGULHO<br />



Mesmo de maneira limitada, suas primeiras aulas de piscina lhe mostrarão<br />

algumas condições subaquáticas que afetam os mergulhos, como claridade e<br />

temperatura da água. Cada ambiente de mergulho terá condições diferentes, que podem<br />

variar de um momento para outro, dependendo das condições de tempo e outros fatores.<br />

Estas condições são:<br />

1. Temperatura;<br />

2. Visibilidade;<br />

3. Movimentação da água;<br />

4. Composição do fundo;<br />

5. Vida aquática;<br />

6. Luz solar.<br />

Vejamos estas condições em maiores detalhes. Seu instrutor discutirá mais a<br />

fundo as condições da área dos seus treinamentos de águas abertas. Lembre-se, sempre<br />

que você for mergulhar numa área desconhecida, obtenha informação sobre a mesma.<br />

Temperatura da Água<br />

Temperaturas naturais da água variam de -2°C, na região ártica, a mais de 30°C<br />

nos trópicos. A variação numa mesma região raramente é maior que 10°C.<br />

À medida que descemos, a temperatura diminui. Às vezes, há uma transição<br />

abrupta de temperatura para uma água muito mais fria, chamada termoclina. A variação<br />

numa termoclina pode chegar a 10°C ou mais. Além disto, pode se perceber uma<br />

distorção visual na termoclina, causada pelas misturas das camadas de temperaturas<br />

diferentes. Termoclinas podem ser encontradas a qualquer profundidade, em água doce<br />

ou salgada. Use uma roupa de exposição adequada à profundidade do mergulho.<br />

Visibilidade<br />

Podemos definir visibilidade sob a água como a “distância horizontal que você<br />

pode ver”. Esta pode variar de 0 a mais de 60 metros. Os principais fatores que afetam a<br />

visibilidade são: Movimentação da água, tempo, partículas em suspensão e composição<br />

do fundo.<br />

Ondas, correntes e arrebentação suspendem o sedimento, reduzindo a<br />

visibilidade. Proliferações de certas plantas (algas) e animais (plâncton) podem também<br />

turvar a água. Outro exemplo é a suspensão do sedimento do fundo, pelas nadadeiras de<br />

um mergulhador ou outro movimento.<br />

Os efeitos da visibilidade limitada são óbvios no mergulho, como a perda de<br />

referência visual adequada. Para mergulhar em visibilidade extremamente limitada,<br />

fique bem próximo à sua dupla. Use a bússola para se localizar adequadamente e um<br />

cabo de referência a partir da superfície, para prevenir desorientação. Muitas vezes é<br />

preferível abortar o mergulho.



Surpreendentemente, alguns problemas podem ser causados por águas muito<br />

limpas, como exceder limites de profundidade (pelo efeito de magnificação), ou<br />

desorientação por falta de referência. Um cabo de descida soluciona estes problemas.<br />

Correntes<br />

Já discutimos técnicas para mergulhar relaxado, sem gasto exagerado de energia.<br />

Agora discutiremos como aplicarmos isto em mergulhos com correntes. Assim você<br />

evitará problemas e natações longas e difíceis de volta ao barco ou à costa.<br />

Correntes são movimentos de massas de água de extensão variável, causadas por:<br />

1. Vento agindo na superfície da água;<br />

2. Aquecimento e resfriamento desiguais da água;<br />

3. Movimentos das marés;<br />

4. Ondas.<br />

Ao encontrar uma corrente moderada no local do mergulho, comece o mergulho<br />

contra a corrente. No final do mergulho, ela lhe ajudará a voltar. Evite natações de<br />

superfície prolongadas, mesmo com correntes moderadas. É sempre mais fácil nadar<br />

contra uma corrente no fundo.<br />

Se você for pego acidentalmente por uma corrente, e levado longe do ponto de saída,<br />

Nade perpendicularmente à mesma até o seu final e faça seu percurso de volta. Num<br />

mergulho de barco, pego numa corrente à superfície, estabeleça flutuação, sinalize<br />

pedindo ajuda e aguarde.<br />

Composição do Fundo<br />

Você encontrará diversos tipos de fundo: arenoso, lodoso, coralino, rochoso, etc.<br />

Destes, os mais interessantes são os coralinos e rochosos. Alguns tipos de sedimentos<br />

suspendem muito mais facilmente que outros, como lama e areia. Seja cuidadoso<br />

mesmo em fundos coralinos e rochosos, ajudando a evitar danos ao meio ambiente. Um<br />

bom controle de flutuabilidade é fundamental para evitar suspensão de sedimentos.<br />

Animais e Plantas Aquáticas<br />

• Interação com a vida Aquática: Sua interação com a vida aquática pode ser ativa<br />

ou passiva. Interação ativa ocorre quando você faz contato físico com a vida<br />

aquática, mesmo que acidentalmente. Muitas vezes esta forma de interação é danosa<br />

ao meio, por exemplo, quando mergulhadores tocam corais. Raras vezes é benéfica.<br />

Interação passiva é a simples observação da vida aquática, sem ter que tocar em<br />

nada.<br />

• Fauna Aquática: Quase todos animais aquáticos são tímidos e inofensivos. A<br />

maioria é fascinante e pouco os quais você terá que ser cuidadoso. A maioria das<br />

lesões envolvendo a vida aquática é causada por falta de cuidado dos<br />

mergulhadores. São lesões raras e, na sua maioria, sem conseqüência. As lesões<br />

mais comuns envolvem animais não agressivos. Incluem picadas de ouriços,<br />

ferroadas de águas-vivas ou similar, cortes e raspaduras em corais. Para evitar esses<br />

tipos de lesões, apenas olhe onde você toca e use roupa de exposição. Se um



organismo não lhe é familiar, não o toque. Muito poucas espécies são realmente<br />

agressivas. Embora seja verdade que quase todo animal fica perigoso quando<br />

provocado, a incidência de lesões em seres humanos, causadas por animais<br />

aquáticos é muito baixa. Há muito mais sensacionalismo do que verdade, sobre<br />

tubarões e orcas “sedentos de sangue”.<br />

Praticamente todas lesões por animais que parecem agressivos, como moréias e<br />

raias, ocorrem quando os mesmos são molestados. Estas criaturas agem<br />

defensivamente. Se você se deparar com um animal potencialmente agressivo, fique<br />

calmo no fundo e observe suas reações. O animal pode simplesmente, deixar o local.<br />

Se este ficar na área, afaste-se calmamente pelo fundo, e saia da água. Para evitar<br />

problemas com a fauna aquática, siga estas 9 regras:<br />

1. Trate qualquer animal com respeito. Não os provoque ou perturbe;<br />

2. Seja cuidadoso em águas turvas, especialmente onde você põe as mãos;<br />

3. Evite usar jóias ou objetos brilhantes, pois podem atrair alguns animais;<br />

4. Ao praticar caça submarina, remova peixes arpoados da água;<br />

5. Use luvas e roupa de exposição, para evitar cortes e abrasões;<br />

6. Estabeleça flutuabilidade neutra, evitando bater no fundo;<br />

7. Mova-se lenta e cuidadosamente;<br />

8. Fique atento á sua direção e onde você põe as mãos;<br />

9. Evite tocar animais desconhecidos.<br />

• Plantas Aquáticas: Podem variar de florestas gigantes de algas (comuns na<br />

Califórnia), a pequenos leitos de musgos em rios. Estas plantas fornecem alimento e<br />

proteção para os animais aquáticos, e você pode encontrar muita coisa interessante<br />

nestas áreas. A única preocupação no mergulho é o risco de se enroscar nas plantas.<br />

Felizmente isso não é um problema sério, pois é muito fácil prevenir e se<br />

desenroscar, caso necessário. Caso aconteça, trabalhe lentamente com ajuda da sua<br />

dupla.<br />

Luz Solar<br />

A intensidade da luz solar varia de região para região. Lembre-se que no mar,<br />

onde há menos poluição, a luz penetra mais intensamente. Por isto, não esqueça de se<br />

prevenir contra queimaduras solares quando for mergulhar, da mesma forma que faria<br />

ao ir bronzear-se.<br />

Água Doce e Água Salgada<br />

O reino aquático tem, basicamente, dois tipos de ambientes: água doce e água<br />

salgada. Cada um tem diferentes condições, fauna, flora e considerações, que requerem<br />

técnicas e procedimentos diferentes.<br />

• Mergulho em Água Doce: Áreas de mergulho em água doce incluem lagos,<br />

represas, rios, pedreiras, etc. Há uma série de atividades de mergulho nestes locais,<br />

mas procure obter treinamento especializado antes de participar. Os principais<br />

problemas em água doce são: Correntes, composição do fundo, visibilidade<br />

limitada, termoclinas, água fria, enroscos e barcos. Além disto, o mergulho pode ser<br />

em altitude, o que requer considerações especiais. Lembre-se que você terá menos<br />

flutuabilidade em água doce, e faça ajustes apropriados ao seu lastreamento.



• Mergulho em Água Salgada: Podemos dividir ambientes com água salgada em três<br />

áreas: Temperadas, tropicais e árticas. A maioria dos mergulhos recreacionais ocorre<br />

em águas temperadas e tropicais. Atividades nestas áreas incluem, além de simples<br />

observação, fotografia submarina, naufrágios, mergulho noturno, etc. As principais<br />

considerações neste ambiente incluem ondas, arrebentação, marés, correntes, corais,<br />

barcos, águas profundas, vida marinha e locais remotos. Como mencionado antes,<br />

procure obter orientação local e treinamento apropriado para determinadas<br />

especialidades.

Capítulo XVI – CURIOSIDADES<br />



O<br />

esporte do ano 2000 cativou até a loirinha Angélica.<br />

Para dar um colorido submarino no programa TV<br />

Animal, do SBT, a apresentadora e suas<br />

Angeliquetes fizeram um curso de mergulho na ACM –<br />

Associação Cristã de Moços, em São Paulo.<br />

O instrutor Roberto Amorim Paschoal elogia a aluna,<br />

que demonstrou muito profissionalismo nas piscinas. “Ela é<br />

calma embaixo d’água e está aguardando ansiosa o dia do<br />

check out”. Pelo jeito, a loirinha vai ter que segurar um<br />

pouco essa ansiedade. Por enquanto, sua produção está<br />

tratando de escolher qual o melhor point do Caribe para seu<br />

batismo.<br />

CARTA AOS MERGULHADORES


Mergulho Livre e Autônomo

Mergulho Livre Autonomo - Marinha Americana.pdf - Mkmouse.com.br

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