AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: DO MERGULHO À ...
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necessidade de se incluir a expressão ainda no vocabulário dos professores. Nesse<br />
sentido, destaca que, ao invés de analisar os exercícios dos alunos para responder<br />
a acertos/erros, é preciso investigar quem aprendeu/quem ainda não aprendeu.<br />
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O fato de incluir-se o ainda revela que existe a confiança na possibilidade<br />
de a criança estar aprendendo sempre, evoluindo permanentemente em<br />
suas hipóteses sobre os objetos e os fenômenos. Ao mesmo tempo, o<br />
professor passa a fazer parte do ainda, comprometendo-se em tornar o ‘vir<br />
a ser’ possível, em oportunizar-lhes muitos desafios que favoreçam sua<br />
descoberta do mundo (HOFFMANN, 1999, p. 115).<br />
Desse modo, com a decisão pela aprovação de todos os alunos e a criação<br />
de maneiras e artes de fazer para promover o desenvolvimento destes alunos, o erro<br />
passou, conforme nos indica Esteban (2002a, c; 1999, 2003), a ser visto como<br />
elemento constitutivo da zona de desenvolvimento proximal dos alunos nos espaços<br />
astuciosos do “entre-lugar” do saber ao não-saber, isto é, nos espaços/tempos<br />
intervalares, fronteiriços onde se configura o ainda não-saber; portanto, o que pode<br />
vir a ser. Ao trabalharem com a dimensão do erro enquanto processo que se revela<br />
no ainda não-saber do aluno, ou enquanto dimensão de potência, não de<br />
deficiência, os praticantes escolares, especificamente professores e Pedagoga,<br />
acabaram por redimensionar a noção do erro. Entendido, agora, como um<br />
importante elemento para a percepção da diversidade de lógicas e de<br />
conhecimentos que circulam no contexto escolar e se plasma nas respostas dos<br />
praticantes escolares — especificamente alunos.<br />
[...] O erro revela que o saber e o não-saber dialogam no processo de<br />
construção de conhecimentos e na elaboração das respostas. O erro<br />
oferece pistas importantes, indica caminhos percorridos pela criança, e nem<br />
sempre percebidos pelo professor, que devem ser considerados e<br />
explorados para que se possa trabalhar no sentido de uma verdadeira<br />
ampliação coletiva dos conhecimentos. O erro explicita a interação entre os<br />
diversos conhecimentos e marca a dimensão criativa do processo de<br />
construção de conhecimentos, revela as aproximações possíveis num<br />
processo de aprendizagem”. Apesar dessa crítica, entendemos ser possível realizar uma aproximação entre as<br />
reflexões de Hoffmann (2001), sobretudo no livro “Avaliar para promover: as setas do caminho”, com os escritos<br />
de Esteban sem perder de vista a críticas já mencionadas. Fato esse que pode ser identificado mesmo de forma<br />
incipiente pelo próprio uso de alguns autores, antes não utilizados por Hoffmann, como Charlot (2000), Morin<br />
(2000), Schön (2000), Zabala (1998), referenciais fundamentais no estudo de Esteban. É preciso ressaltar que o<br />
uso desses referenciais teóricos de forma incipiente não contribuíram ainda de forma significativa para a autora<br />
avançar no sentido de superar as críticas realizadas, pois continua pautada na “observação permanente das<br />
manifestações de aprendizagem para proceder a uma ação educativa que otimize os percursos individuais. [...]<br />
Avaliar para promover significa, assim, compreender a finalidade dessa prática a serviço da aprendizagem, da<br />
melhoria da ação pedagógica, visando à promoção moral e intelectual dos alunos” (HOFFMANN, 2001, p. 23).<br />
Porém, evidencia, como a autora mesmo afirma, as setas do caminho a ser percorrido. Desse modo, procuramos<br />
retomar/resignificar o sentido da avaliação mediadora tendo como focus central os estudos de Esteban e não o<br />
inverso.