18.04.2013 Views

pág. 1768 – Anais do XVI CNLF. Rio de Janeiro: CiFEFiL, 2012. DO ...

pág. 1768 – Anais do XVI CNLF. Rio de Janeiro: CiFEFiL, 2012. DO ...

pág. 1768 – Anais do XVI CNLF. Rio de Janeiro: CiFEFiL, 2012. DO ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Essas três crenças estão miscigenadas na religiosida<strong>de</strong> da cultura<br />

pantaneira. Na tradição cultural pantaneira, a expressão “santuário” é metáfora<br />

<strong>de</strong> Pantanal, legitimada pelo pantaneiro que o consi<strong>de</strong>ra um lugar<br />

sagra<strong>do</strong>, “<strong>de</strong>positário <strong>de</strong> crenças”.<br />

A expressão “lida” <strong>de</strong>signa na linguagem <strong>do</strong> dicionário, ; na tradição cultural pantaneira, sintetiza um conjunto <strong>de</strong> ações<br />

da vida <strong>de</strong> um peão. Peão <strong>–</strong> representação <strong>de</strong> vida no Pantanal. O intertexto<br />

explicita um conjunto <strong>de</strong> conhecimentos relativos à <strong>de</strong>signação<br />

“peão” com valor positivo. Essa explicitação é <strong>de</strong> implícitos culturais e<br />

não está contida no verbete “peão”, enquanto vocábulo. A expressão<br />

“peão” é <strong>de</strong>signada como e na tradição<br />

cultural pantaneira, sintetiza a crença local <strong>do</strong> homem que povoa o Pantanal<br />

Sul. Em relação aos <strong>de</strong>mais homens / mulheres e seus fazeres, “peão<br />

é uma metonímia para representar a lida pantaneira”, no seu ir e vir.<br />

Em síntese, o cavalo e o campea<strong>do</strong>r têm suas raízes culturais na<br />

Espanha, passa pelos guaicurus e se mantém na contemporaneida<strong>de</strong> no<br />

peão. Tanto o campea<strong>do</strong>r espanhol quanto o guaicuru são representa<strong>do</strong>s<br />

como heróis (guerreiros luta<strong>do</strong>res e hábeis cavaleiros), <strong>de</strong> forma a se<br />

manter como conhecimento cultural na representação <strong>do</strong> peão que <strong>de</strong>vi<strong>do</strong><br />

à ín<strong>do</strong>le pacifica <strong>do</strong> guarani constrói novas significações para o homem<br />

sul pantaneiro.<br />

O intertexto é expandi<strong>do</strong> pelo intertexto, Comitiva Esperança <strong>de</strong><br />

Almir Sater e Paulo Simões focalizada no “Ir” no momento da vazante<br />

pantaneira, que propicia o transporte da boiada.<br />

Nossa viagem não é ligeira<br />

Ninguém tem pressa <strong>de</strong> chegar<br />

A nossa estrada é boia<strong>de</strong>ira<br />

Não interessa on<strong>de</strong> vai dar<br />

On<strong>de</strong> a Comitiva Esperança<br />

Chega já começa a festança<br />

Através <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> Negro,<br />

Nhecolândia e Paiaguás<br />

Vai <strong>de</strong>scen<strong>do</strong> o Piquiri<br />

O São Lourenço e o Paraguai.<br />

Tá <strong>de</strong> passagem, abre a porteira<br />

Conforme for, pra pernoitar<br />

Se é gente boa, hospitaleira<br />

A comitiva vai tocar<br />

Moda ligeira que é uma <strong>do</strong>i<strong>de</strong>ira<br />

Assanha o povo e vai dançar<br />

Ou moda lenta que faz sonhar<br />

Ca<strong>de</strong>rnos <strong>do</strong> <strong>CNLF</strong>, Vol. <strong>XVI</strong>, Nº 04, t. 2, <strong>pág</strong>. 1777.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!