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pág. 1768 – Anais do XVI CNLF. Rio de Janeiro: CiFEFiL, 2012. DO ...

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Embora tenha si<strong>do</strong> feita a pesquisa <strong>de</strong> letras musicais regionais <strong>do</strong><br />

Mato Grosso <strong>do</strong> Sul, relativas ao cultivo regional com a <strong>de</strong>rrubada da<br />

mata, não foi encontrada nenhuma letra que traga representa<strong>do</strong> o momento<br />

das origens <strong>de</strong>ste Esta<strong>do</strong>. Estas são relativas à mineração e aos engenhos<br />

<strong>de</strong> açúcar, instala<strong>do</strong>s às margens <strong>do</strong> rio Paraguai, não há também<br />

representação em língua da erva mate local.<br />

Este resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> pesquisa propicia dizer que o que é relativo à<br />

mineração, aos engenhos <strong>de</strong> açúcar e à extração da erva mate não está representa<strong>do</strong><br />

nas tradições histórico-culturais <strong>do</strong> homem sul pantaneiro<br />

presentes nas letras musicais sul pantaneiras e sim a ativida<strong>de</strong> pastoril e a<br />

criação extensiva <strong>de</strong> ga<strong>do</strong>.<br />

As referências a este momento se encontram nos <strong>de</strong>mais interdiscursos<br />

que serão apresenta<strong>do</strong>s a seguir. As letras musicais trazem, portanto,<br />

representa<strong>do</strong> em língua, o universo pantaneiro sen<strong>do</strong> que alguns<br />

componentes importantes emergem num movimento <strong>de</strong> ir e vir, on<strong>de</strong> o<br />

lar é o seu ponto <strong>de</strong> partida e volta.<br />

As características culturais <strong>do</strong> peão boia<strong>de</strong>iro se fazem presentes<br />

na lida pantaneira, nas indumentárias, em seu lazer, nos hábitos, crenças<br />

e valores que trazem uma somatória das influências diversas que receberam<br />

os sul-mato-grossenses pantaneiros.<br />

A letra musical Peão Pantaneiro <strong>de</strong> Aral Car<strong>do</strong>so intertextualiza-<br />

-se, portanto com o texto base:<br />

De manhã cedinho, quan<strong>do</strong> o sol <strong>de</strong>sponta<br />

Pego o meu cavalo raça pantaneira<br />

Ouço a seriema e o quero- quero<br />

Que ficam cantan<strong>do</strong> bem junto à porteira.<br />

O meu velho apeio tem muitas argolas<br />

É to<strong>do</strong> trança<strong>do</strong> <strong>de</strong> focinho a cola<br />

Tomo tereré, tomo chimarrão<br />

Levo o meu <strong>de</strong>stino na palma da mão.<br />

Tenho um cachorro que é um companheiro<br />

E nas comitivas é o melhor vaqueiro<br />

Uso bom pelego pra aliviar o trote<br />

Se a viagem é longa, conto com a sorte.<br />

Tempo <strong>de</strong> festança ao som da viola<br />

Danço o siriri e o cururu<br />

Polca paraguaia toca a noite inteira<br />

Enquanto a peonada levanta poeira.<br />

Saio para o campo <strong>de</strong> olhar atento<br />

Pra contar boiada, não uso instrumento<br />

Ca<strong>de</strong>rnos <strong>do</strong> <strong>CNLF</strong>, Vol. <strong>XVI</strong>, Nº 04, t. 2, <strong>pág</strong>. 1775.

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