pág. 1768 – Anais do XVI CNLF. Rio de Janeiro: CiFEFiL, 2012. DO ...
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a livrar-se <strong>do</strong> interrogatório ou agradar o interlocutor, a timi<strong>de</strong>z,<br />
o amor à liberda<strong>de</strong>.<br />
A influência paraguaia na culinária e na música pantaneira: hábitos<br />
musicais: ouvir guarânias, polcas e os chamamés; hábitos culinários:<br />
o arroz carreteiro, a chipa e tereré. A influência boliviana vem <strong>do</strong>s hábitos<br />
culinários: o arroz-boliviano e a saltena. Da influência cuiabana, livramentana<br />
e poconeana <strong>do</strong> antigo Mato Grosso vem os hábitos culinários:<br />
farofa <strong>de</strong> banana, a farofa <strong>de</strong> carne, o caribéu (carne seca com mandioca).<br />
Logo, este intertexto progri<strong>de</strong> semanticamente, os intertextos já<br />
analisa<strong>do</strong>s, a fim <strong>de</strong> explicitar informações a respeito das diferentes contribuições<br />
culturais que se con<strong>de</strong>nsam na cultura sul pantaneira, sintetizada<br />
pela <strong>de</strong>signação <strong>do</strong> intertexto anterior “sentimento <strong>de</strong> superiorida<strong>de</strong>”<br />
<strong>do</strong> vaqueiro-pantaneiro, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> às suas “múltiplas habilida<strong>de</strong>s”.<br />
Com relação à contemporaneida<strong>de</strong>, ao se referir às comitivas boia<strong>de</strong>iras,<br />
na lembrança <strong>de</strong> muitos peões, ainda estão vivas nas travessias<br />
<strong>de</strong> até vinte mil bois, <strong>do</strong> Paraguai para São Paulo, conforme Nogueira<br />
(2003, p.113); esse trabalho <strong>de</strong>sempenha<strong>do</strong> pelas comitivas ao longo <strong>do</strong>s<br />
tempos está sen<strong>do</strong> substituí<strong>do</strong> pelos caminhões-boia<strong>de</strong>iros pelas estradas<br />
brasileiras. Enquanto os caminhões, as gaiolas, os boieiros vão, aos poucos,<br />
substituin<strong>do</strong> uma tradição <strong>de</strong> séculos, os berrantes, <strong>de</strong>pendura<strong>do</strong>s<br />
nas pare<strong>de</strong>s das salas <strong>de</strong> visitas ou nas varandas, testemunham, cala<strong>do</strong>s, o<br />
<strong>de</strong>saparecimento <strong>de</strong> mais um costume típico, <strong>de</strong>vora<strong>do</strong> pelas garras <strong>do</strong><br />
progresso, que substituíram os tropeiros e os boia<strong>de</strong>iros pelos caminhoneiros.<br />
(NOGUEIRA, 2002, p. 11)<br />
As mudanças chegaram, as fazendas foram rapidamente divididas,<br />
seja por sucessão hereditária, pela "reforma agrária familiar" - a retaliação<br />
das antes, imensas fazendas para contemplar os direitos <strong>do</strong>s muitos<br />
her<strong>de</strong>iros <strong>do</strong>s gran<strong>de</strong>s fazen<strong>de</strong>iros, seja pela chegada <strong>do</strong>s “novos”.<br />
(BARROS, 1998)<br />
Para Nogueira (2009), o pantanal das novas tecnologias é hoje<br />
uma realida<strong>de</strong>, seja pela invasão da tecnologia e da mecanização, o êxo<strong>do</strong><br />
<strong>do</strong>s fazen<strong>de</strong>iros típicos para as cida<strong>de</strong>s, a chegada <strong>do</strong>s neopantaneiros,<br />
a implantação <strong>do</strong> ecoturismo em algumas fazendas, a implantação da internet,<br />
celulares, rádio e televisão, as fazendas transformadas em pousadas,<br />
o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> transição <strong>do</strong> “culto o tradicional” para a “a<strong>de</strong>são às novida<strong>de</strong>s”,<br />
o contexto da globalização trouxe novos olhares, novas configurações<br />
sociais, históricas, econômicas e culturais.<br />
Ca<strong>de</strong>rnos <strong>do</strong> <strong>CNLF</strong>, Vol. <strong>XVI</strong>, Nº 04, t. 2, <strong>pág</strong>. 1781.