Espaçamento e Poda na Cultura do Pinhão Manso - IAC
Espaçamento e Poda na Cultura do Pinhão Manso - IAC
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ESPAÇAMENTO E PODA NA CULTURA DO PINHÂO MANSO (Jatropha curcas L.)<br />
Maria Regi<strong>na</strong> G. Ungaro, Centro de Grãos e Fibras, <strong>IAC</strong>, ungaro@iac.sp.gov.br<br />
Lizz Kezzy de Morais, Centro de Grãos e Fibras, <strong>IAC</strong>, lizz@iac.sp.gov.br<br />
Amadeu Regitano Neto, Centro de Grãos e Fibras, <strong>IAC</strong>, regitano@iac.sp.gov.br<br />
Ignácio José de Go<strong>do</strong>y, Centro de Grãos e Fibras, <strong>IAC</strong>, ijgo<strong>do</strong>y@iac.sp.gov.br<br />
Publica<strong>do</strong> em:<br />
Resumos <strong>do</strong> 4º Congresso Brasileiro de Plantas Oleaginosas, Óleos, Gorduras e<br />
Biodiesel - “Biodiesel: Combustível Ecológico”, Varginha, 03 de julho de 2007 /<br />
Eds. Pedro Castro Neto, Antônio Carlos Fraga – Lavras: UFLA, 2007. 272p.<br />
(p. 97)<br />
A<strong>na</strong>is completos em CD (pp. 726-728)<br />
RESUMO<br />
O trabalho teve por objetivo estudar o efeito da densidade de plantas e da poda <strong>do</strong>s ramos <strong>na</strong><br />
produtividade em grãos de plantas de pinhão-manso. Sementes obtidas no Esta<strong>do</strong> de Mi<strong>na</strong>s<br />
Gerais foram semeadas em sacos plásticos e germi<strong>na</strong>das em condições de casa-de-vegetação,<br />
sen<strong>do</strong> transplantadas no campo 3 meses após a semeadura. O experimento de campo foi<br />
instala<strong>do</strong> no delineamento em parcelas sub-divididas, com 4 repetições, em latosolo<br />
vermelho-amarelo orto, em Tatuí, SP, em área pertencente ao <strong>IAC</strong>. Foram estuda<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is<br />
níveis de espaçamento entre linhas (2 e 3m) e <strong>do</strong>is entre plantas (1 e 2m). Para cada<br />
combi<strong>na</strong>ção de espaçamento, as parcelas foram divididas de maneira a receberem <strong>do</strong>is tipos<br />
de poda e um terceiro tratamento sem poda. Cada unidade experimental foi constituída por<br />
três linhas de seis plantas, num total de 864 plantas. Os resulta<strong>do</strong>s indicam que quanto mais<br />
adensa<strong>do</strong> o número de plantas por hectare, maior a produtividade em grãos; a produção de<br />
cada planta, individualmente, não foi influenciada pelas densidades populacio<strong>na</strong>is; não houve<br />
vantagens produtivas com a realização de poda <strong>do</strong>s galhos de J. curcas.<br />
Palavras-chave: produção de grãos; densidade populacio<strong>na</strong>l, pinhão manso, Jatropha curcas
1. INTRODUÇÃO<br />
Jatropha curcas produz sementes com cerca de 40% de óleo, que pode ser utiliza<strong>do</strong><br />
para a fabricação de biodiesel, entre outras utilizações. A planta pode-se desenvolver em<br />
diferentes condições de uso <strong>do</strong> solo (DATTA & PANDEY, 2005), sen<strong>do</strong> facilmente<br />
propagada por sementes e mudas, começan<strong>do</strong> a produzir em <strong>do</strong>is anos, estenden<strong>do</strong>-se para<br />
mais de 40 anos.<br />
Segun<strong>do</strong> SALEME (2005), a planta de pinhão-manso cresce de forma espontânea em<br />
solos secos, pedregosos e pouco férteis, em clima desfavorável à maioria das culturas<br />
alimentares tradicio<strong>na</strong>is. Apresenta raízes profundas, melhora o microclima, diminui a erosão,<br />
fertiliza o solo com a queda de suas folhas, além de poder ser planta<strong>do</strong> em consorciação com<br />
outras oleaginosas ou culturas de subsistência como o milho, o feijão, o algodão e o<br />
amen<strong>do</strong>im.<br />
Com relação à produtividade, existem grandes controvérsias <strong>na</strong>s literaturas<br />
disponíveis, que por si só já justificam o desenvolvimento de um trabalho mais amplo de<br />
pesquisa. Sabe-se que os rendimentos por planta variam conforme as condições<br />
edafoclimáticas, regularidade pluviométrica e tratos durante o cultivo. De acor<strong>do</strong> com os<br />
da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s de plantios organiza<strong>do</strong>s de J. curcas, desenvolvi<strong>do</strong>s no Centro Experimental de<br />
Ségou, <strong>na</strong> antiga África Ocidental Francesa, a produtividade da cultura alcançava índices em<br />
torno de 8.000 Kg de sementes por hectare.<br />
Em Mi<strong>na</strong>s Gerais, DRUMMOND et al. (1984) recomendam que, em terrenos mais<br />
pobres, o pinhão pode ser planta<strong>do</strong> nos espaçamentos de 3 x 3m ou 3 x 2m.<br />
Na Índia, estu<strong>do</strong>s com poda indicam que ela deve ser feita podan<strong>do</strong>-se a gema apical<br />
da haste principal com 1 ano de idade aumenta o número de brotações principais e<br />
secundárias, aumentan<strong>do</strong> o número de ramos por planta.<br />
O trabalho teve por objetivo estudar o efeito da densidade de plantas e da poda <strong>do</strong>s<br />
ramos <strong>na</strong> produtividade em grãos de plantas de pinhão-manso.<br />
2. MATERIAL E MÉTODOS
As sementes para o experimento foram obtidas no Esta<strong>do</strong> de Mi<strong>na</strong>s Gerais. Elas foram<br />
semeadas em sacos plásticos e germi<strong>na</strong>das em condições de casa-de-vegetação, sen<strong>do</strong><br />
transplantadas no campo 3 meses após a semeadura.<br />
O experimento foi instala<strong>do</strong> no delineamento em parcelas sub-divididas, com 4<br />
repetições, em latosolo vermelho-amarelo orto, em Tatuí, SP, em área pertencente ao <strong>IAC</strong>.<br />
Foram estuda<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is níveis de espaçamento entre linhas (2 e 3m) e <strong>do</strong>is entre plantas<br />
(1 e 2m). Para cada combi<strong>na</strong>ção de espaçamento, as parcelas foram divididas de maneira a<br />
receberem <strong>do</strong>is tipos de poda e um terceiro tratamento sem poda. Cada unidade experimental<br />
foi constituída por três linhas de seis plantas, num total de 864 plantas.<br />
P1- sem poda<br />
Foram utiliza<strong>do</strong>s os seguintes tipos de poda:<br />
P2- poda de ramos secundários, com 1 ano de idade<br />
P3- poda <strong>do</strong> ramo apical, com 1 ano de idade<br />
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />
Tabela 1- Resulta<strong>do</strong>s da produção de grãos por planta e por hectare, nos diferentes<br />
espaçamentos e podas, após 4 anos de plantio das mudas no campo. Média de 4 repetições.<br />
Espaçam <strong>Poda</strong> 1 <strong>Poda</strong> 2 <strong>Poda</strong> 3 Média<br />
g/pl kg/ha g/pl kg/ha g/pl kg/ha g/pl kg/ha<br />
2 x 1 718 3594 937 4626 797 3984 817 a 4088 a<br />
3 x 1 1052 3510 749 2748 687 2291 829 a 2850 ab<br />
2 x 2 804 2010 742 1855 702 1757 749 a 1874 bc<br />
3 x 2 781 1302 675 1061 807 1346 754 a 1236 c<br />
Média 838 a 2604 a 776 a 2588 a 748 a 2345 a<br />
Médias seguidas por mesma letra não diferem por Tukey a 5%.<br />
Os resulta<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s <strong>na</strong> Tabela 1 foram obti<strong>do</strong>s no ensaio de poda x<br />
espaçamento, quatro anos após o plantio das mudas no campo. Não houve diferença<br />
estatística, por Tukey a 5%, para a produção de grãos por planta nos diferentes espaçamentos<br />
e tipos de poda; no entanto, quan<strong>do</strong> se calculou a produção obtida em cada tratamento, em<br />
kg/ha, os tratamentos de poda não mostraram influência <strong>na</strong> produção enquanto houve<br />
diferença estatística entre os espaçamentos. Conforme se aumenta a área explorada por uma<br />
planta não há, como ocorre para o girassol (UNGARO et al., 1996), uma compensação da
planta que se traduz em aumento de produção individual; para o pinhão, a produção por planta<br />
não se modificou nos diferentes espaçamentos. Por seu la<strong>do</strong>, a produção por hectare<br />
apresentou-se diretamente relacio<strong>na</strong>da ao número de plantas por área, resulta<strong>do</strong> <strong>na</strong>s maiores<br />
produções de grãos nos espaçamentos mais adensa<strong>do</strong>s de 2 e 3m 2 por planta, correspondentes<br />
aos espaçamentos 2 x 1 e 3 x 1, respectivamente.<br />
4. CONCLUSÕES<br />
que:<br />
Nas condições <strong>do</strong> experimento, no quarto ano após o plantio das mudas, observou-se<br />
- Quanto mais adensa<strong>do</strong> o número de plantas por hectare, maior a produção de grãos;<br />
- A produção de grãos, por planta, não foi influenciada <strong>na</strong>s diferentes densidades<br />
populacio<strong>na</strong>is, indicativo de que o pinhão não consegue compensar eventuais falhas de<br />
estande;<br />
- Não houve vantagens produtivas com a realização de poda <strong>do</strong>s galhos de J. curcas.<br />
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />
DATTA, S.K.; PANDEY, R.K. Cultivation of Jatropha curcas- a viable biodiesel source. J.<br />
Rural Technology, v. 1, n. 6, p. 304 – 308, 2005..<br />
DRUMMOND, O.A.; PURCINO, A.A.C.; CUNHA, L.H.S.; VELOSO, J.M. <strong>Cultura</strong> <strong>do</strong><br />
pinhão manso. Pesquisan<strong>do</strong>, EPAMIG, Belo Horizonte, n.131, 6p. 1984.<br />
SALEME, W.J.L. Potencial <strong>do</strong> <strong>Pinhão</strong>-<strong>Manso</strong> para o Programa Nacio<strong>na</strong>l de Biodiesel.<br />
Instituto Fênix de Pesquisa e Desenvolvimento Sustentável, Brasília, 2005. 11p. In:<br />
Potencial <strong>do</strong> <strong>Pinhão</strong>-<strong>Manso</strong> para o Programa Nacio<strong>na</strong>l de Biodiesel. Fundação de Estu<strong>do</strong>s e<br />
Pesquisa em Administração e Desenvolvimento- FEPAD. Disponível em:<br />
http://www.fepad.org.br/NovoSite/%5Fdi<strong>na</strong>mico/?Link=semi<strong>na</strong>rio. Acessa<strong>do</strong> em 27 de abril<br />
de 2006.
UNGARO, M.R.G.; CRUZ, L.S.P.; AMBROSIO, L.A. Efeito da densidade de plantas e da<br />
modalidade de controle de mato em girassol (H. annuus L.). Revista de Agricultura,<br />
Piracicaba, v.71, n.2, p.165-185, 1996.