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Mineração de dados para inferência da relação solo ... - IAC

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INSTITUTO AGRONÔMICOCURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURATROPICAL E SUBTROPICALMINERAÇÃO DE DADOS PARA INFERÊNCIADA RELAÇÃO SOLO-PAISAGEM EM MAPEAMENTOSDIGITAIS DE SOLOSRAFAEL CASTRO CRIVELENTIOrientador: Ricardo Marques CoelhoDissertação submeti<strong>da</strong> como requisitoparcial <strong>para</strong> obtenção do grau <strong>de</strong> Mestreem Agricultura Tropical e SubtropicalÁrea <strong>de</strong> Concentração em Gestão <strong>de</strong>Recursos AgroambientaisCAMPINAS, SPFevereiro 2009


Ficha elabora<strong>da</strong> pela bibliotecária do Núcleo <strong>de</strong> Informação e Documentação doInstituto AgronômicoC936mCrivelenti, Rafael CastroMineração <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> <strong>para</strong> inferência <strong>da</strong> relação <strong>solo</strong>-paisagemem mapeamentos digitais <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s /Rafael Castro Crivelenti.Campinas, 2009. 107 fls.Orientador: Ricardo Marques CoelhoDissertação (Mestrado em Concentração em Gestão <strong>de</strong>Recursos Agroambientais) - Instituto AgronômicoLevantamento pedológico 2. Parâmetros geomorfométricos3. Mo<strong>de</strong>lo Digital <strong>de</strong> Elevação (MDE), 4. Mapeamentos digitais<strong>de</strong> <strong>solo</strong>s I. Coelho, Ricardo Marques II. Título1.CDD. 631.4


Primeiramente a Deus, pela vi<strong>da</strong>,Ao meu pai Renato e a minha mãe Adriana,Exemplos <strong>de</strong> muita luta, amor e carinho.DEDICOA minha irmã, meu amor emeus afilhados, simplesmentepelo fato <strong>de</strong> existirem...OFEREÇO


AGRADECIMENTOS- Ao pesquisador Dr. Ricardo Marques Coelho, pela brilhante orientação, amiza<strong>de</strong>,<strong>de</strong>dicação e paciência nos ensinamentos <strong>da</strong> ciência do <strong>solo</strong>, que até então <strong>de</strong>sconhecia;- Ao pesquisador Samuel Fernando A<strong>da</strong>mi, pela co-orientação e prontidão nosensinamentos <strong>de</strong> geoprocessamento, sempre muito disposto a enfrentar novos <strong>de</strong>safios,sem as quais o trabalho jamais seria concretizado;- Ao pesquisador Dr. Stanley Oliveira, <strong>da</strong> Embrapa Informática Agropecuária, por suailustre colaboração na análise e interpretação dos resultados, sempre calmo e prestativonos seus ensinamentos;- À pesquisadora Silvia Massruhá, <strong>da</strong> Embrapa Informática Agropecuária, por to<strong>da</strong>ssuas grandiosas contribuições durante a <strong>de</strong>fesa <strong>da</strong> tese, que vieram complementar aslacunas ain<strong>da</strong> existentes, além <strong>de</strong> sua simpatia ímpar.- Ao pesquisador Dr. Estevão Viccari Mellis, meu conterrâneo e “padrinho” no <strong>IAC</strong>,através do qual conheci o programa <strong>de</strong> mestrado, gran<strong>de</strong> amigo e companheiro;- Ao pesquisador Dr. Márcio Chiba, primeiramente pela amiza<strong>de</strong> e por to<strong>da</strong>s suassugestões e contribuições, sempre muito prestativo em <strong>da</strong>r “idéias” <strong>para</strong> valorizar oprojeto;- A todos os pesquisadores do centro <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s e recursos ambientais <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> SantaEliza, especialmente a Dra. Sônia, Dr. Sydney, Dr. Ricardo, Dr. Sandro, Dra. Isabela eDr. Márcio Chiba, assim como seus servidores, por todo apoio ao longo <strong>de</strong>sses doisanos.- A todos os professores <strong>da</strong> pós-graduação, especialmente Dra. Isabela, Dra. Clei<strong>de</strong>, Dr.Marinho, Dr. Glauco, Dr. Sidney, Dr. Ricardo, Dr. Chiba, entre outros, pela gran<strong>de</strong>contribuição na minha formação profissional;- A todos os colegas <strong>da</strong> pós-graduação, especialmente ao Cezar Nagumo, OswaldoGue<strong>de</strong>s, Luiz Niero, Renato Lemos e Carla Fernan<strong>da</strong>, amigos e companheiros <strong>de</strong>trabalho, pelos bons momentos <strong>de</strong> convivência e boas risa<strong>da</strong>s durante essa longajorna<strong>da</strong>;- A todo pessoal <strong>da</strong> secretaria <strong>da</strong> pós-graduação, sempre dispostos e prestativos comnossas dúvi<strong>da</strong>s;


- A to<strong>da</strong> turma do geoprocessamento (Jener, Samuel, João, Alceu, Alfredo, Tânia eBeth) sempre muito alegres, prestativos e atenciosos em seus ensinamentos;- A todos os membros <strong>da</strong> República Virginal, minha família em Campinas,especialmente aos gran<strong>de</strong>s amigos Gutim, Túlio, Waguinho e Marcelo, pelos bonsmomentos vividos ao longo <strong>de</strong>sses dois anos;- A Renato Crivelenti, meu pai, por todo seu exemplo <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> e profissional, meu maioramigo, por me proporcionar mais uma oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> conquista profissional, sem osquais seu apoio jamais teria conseguido este título.- À minha mãe, Adriana, por todo seu apoio, carinho e força sempre na minha vi<strong>da</strong> eprincipalmente ao longo <strong>de</strong>sses dois anos, além <strong>de</strong> todo seu exemplo <strong>de</strong> muita luta e fé,o que me fez superar to<strong>da</strong>s as barreiras encontra<strong>da</strong>s.- À minha irmã Lívia, minha melhor amiga, muito conselheira e calma nos seusensinamentos, por todo seu apoio ao longo <strong>de</strong>sses dois anos.- À minha vovó Ci<strong>da</strong>, minha segun<strong>da</strong> mãe, por todo apoio e carinho durante to<strong>da</strong> minhavi<strong>da</strong> e principalmente durante a fase <strong>de</strong> escrita <strong>da</strong> tese, a qual residi em sua casa.- À Nathânia Ferreira do Prado Lopes, minha namora<strong>da</strong> e meu amor, por to<strong>da</strong> suapaciência e compreensão ao longo <strong>de</strong>sses dois anos, além <strong>de</strong> todo seu apoio e carinho,sempre me <strong>da</strong>ndo muita força <strong>para</strong> a finalização do mestrado.


SUMÁRIOÍNDICE DE TABELAS........................................................................................... VIIÍNDICE DE FIGURAS............................................................................................ IXABREVIAÇÕES..................................................................................................... XRESUMO................................................................................................................. XIABSTRACT........................................................................................................... XIIIINTRODUÇÃO.................................................................................................... 12 REVISÃO DE LITERATURA............................................................................. 32.1 Histórico dos levantamentos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s no Brasil................................................. 32.2 Levantamento <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s por métodos tradicionais............................................... 52.3 Mapeamento digital <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s.............................................................................. 72.4 Relações <strong>solo</strong> versus paisagem........................................................................... 92.5 Variáveis morfométricas..................................................................................... 122.6 Técnicas <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem no mapeamento <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s............................................. 172.7 Árvores <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão............................................................................................. 182.8 Sistemas <strong>de</strong> Informação Geográficas e Sensoriamento Remoto........................ 222.9 Com<strong>para</strong>ção entre diversas técnicas <strong>de</strong> mapeamento digital............................. 252.10 Pedometria: Acurácia e exatidão dos mapas..................................................... 293 MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................. 313.1 Descrição <strong>da</strong> área <strong>de</strong> estudo............................................................................... 313.1.1 Localização...................................................................................................... 313.1.2 Clima................................................................................................................ 323.1.3 Geologia.......................................................................................................... 333.1.4 Relevo.............................................................................................................. 373.1.5 Solos................................................................................................................ 383.1.6 Vegetação........................................................................................................ 393.2 Seleção <strong>da</strong> área <strong>de</strong> estudo................................................................................... 403.3 Criação do banco <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong>................................................................................. 413.3.1 No programa ArcGis........................................................................................ 413.3.2 No programa Ilwis............................................................................................ 423.4 Análise dos <strong><strong>da</strong>dos</strong>............................................................................................... 433.4.1 No programa Weka 3.5.6 explorer................................................................... 433.5 Elaboração do mapa digital <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s.................................................................. 464. RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................................................... 474.1 MDE, Geologia e Geomorfometria..................................................................... 474.2 Análise dos <strong><strong>da</strong>dos</strong> e elaboração do mo<strong>de</strong>lo preditivo dos <strong>solo</strong>s......................... 534.3 Mapa digital <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s.......................................................................................... 624.4 Flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>para</strong> mapeamentos digitais em áreas nãomapea<strong>da</strong>s.................................................................................................................. 825. CONCLUSÕES................................................................................................... 866. SUGESTÕES....................................................................................................... 877. REFERÊNCIAS................................................................................................... 888. ANEXO(S)........................................................................................................... 101


ÍNDICE DE TABELASTabela 1 - Distribuição geológica na folha <strong>de</strong> Dois Córregos........................................ 34Tabela 2 - Distribuição geológica na folha <strong>de</strong> São Pedro............................................... 34Tabela 3 – Exemplo <strong>de</strong> matriz <strong>de</strong> variáveis morfométricas versus uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>mapeamento com as linhas elimina<strong>da</strong>s em negrito e itálico........................................... 53Tabela 4 – Acurácia nos diversos balanceamentos <strong>para</strong> to<strong>da</strong>s as classes <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s <strong>da</strong> folhaSão Pedro........................................................................................................................ 55Tabela 5 – Acurácia <strong>da</strong>s unimaps <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s individualmente, em porcentagem, <strong>para</strong> to<strong>da</strong>sas classes <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s que ocorrem na folha São Pedro. ..................................................... 56Tabela 6 - Acurácia nos diversos balanceamentos, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> retira<strong>da</strong>s as unimaps comprobabili<strong>da</strong><strong>de</strong> nula <strong>de</strong> ocorrência no mo<strong>de</strong>lo gerado <strong>para</strong> os <strong><strong>da</strong>dos</strong> brutos.................... 57Tabela 7 - Acurácia <strong>da</strong>s classes <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s individualmente, retira<strong>da</strong>s as unimaps <strong>de</strong> <strong>solo</strong>scom probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> nula <strong>de</strong> ocorrência no mo<strong>de</strong>lo gerado <strong>para</strong> os <strong><strong>da</strong>dos</strong> brutos. ........... 58Tabela 8 - Acurácia nos diversos balanceamentos <strong>para</strong> to<strong>da</strong>s as unimaps <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s <strong>da</strong>folha Dois Córregos........................................................................................................ 59Tabela 9 - Acurácia <strong>da</strong>s unimaps <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s individualmente, <strong>para</strong> to<strong>da</strong>s as unimaps queocorrem na folha Dois Córregos..................................................................................... 60Tabela 10 - Acurácias nos diversos balanceamentos <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> retira<strong>da</strong>s as unimaps <strong>de</strong><strong>solo</strong>s com probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> nula <strong>de</strong> ocorrência no mo<strong>de</strong>lo inicial...................................... 61Tabela 11 - Acurácia <strong>da</strong>s unimaps <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s individualmente, retira<strong>da</strong>s as classes <strong>de</strong><strong>solo</strong>s com probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> nula <strong>de</strong> ocorrência no mo<strong>de</strong>lo gerado <strong>para</strong> os <strong><strong>da</strong>dos</strong> brutos... 62Tabela 12 – Atualização <strong>da</strong> legen<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s e agrupamento <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>mapeamento (unimaps) <strong>para</strong> a folha São Pedro. ............................................................ 63Tabela 13 – Proporção <strong>de</strong> ocorrência <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento <strong>da</strong> folha São Pedro,após simplificação <strong>da</strong> legen<strong>da</strong>. ....................................................................................... 65Tabela 14 – Diferentes classes <strong>de</strong> po<strong>da</strong>s aplica<strong>da</strong>s nos <strong><strong>da</strong>dos</strong> com a melhor acuráciageral. ............................................................................................................................... 66Tabela 15 – Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong>s variáveis morfométricas quanto à contribuição no mo<strong>de</strong>logerado <strong>para</strong> a folha São Pedro. ....................................................................................... 67Tabela 16 – Matiz <strong>de</strong> confusão <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento <strong>para</strong> o mo<strong>de</strong>lo com os<strong><strong>da</strong>dos</strong> <strong>de</strong> melhor acurácia na folha São Pedro. ............................................................... 71


Tabela 17 – Porcentagem <strong>de</strong> acerto e erro <strong>da</strong> matriz <strong>de</strong> confusão <strong>para</strong> as classes <strong>de</strong> <strong>solo</strong>snos diversos balanceamentos <strong>da</strong> folha São Pedro. ......................................................... 73Tabela 18 - Agrupamento <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento e atualização <strong>da</strong> legen<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s<strong>para</strong> a folha Dois Córregos ............................................................................................. 73Tabela 19 – Porcentagem <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento na folha Dois Córregos, apóssimplificação <strong>da</strong> legen<strong>da</strong> ................................................................................................ 75Tabela 20 - – Diferentes classes <strong>de</strong> po<strong>da</strong>s aplica<strong>da</strong>s no mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> maior acurácia....... 76Tabela 21 - Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong>s variáveis morfométricas quanto à contribuição no mo<strong>de</strong>logerado <strong>para</strong> a folha Dois Córregos. ................................................................................ 76Tabela 22 - – Matiz <strong>de</strong> confusão <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento <strong>para</strong> o mo<strong>de</strong>lo com os<strong><strong>da</strong>dos</strong> <strong>de</strong> melhor acurácia na folha Dois Córregos. ........................................................ 80Tabela 23 - Porcentagem <strong>de</strong> acerto e erro <strong>da</strong> matriz <strong>de</strong> confusão <strong>para</strong> as unimaps nosdiversos balanceamentos <strong>da</strong> folha Dois Córregos. ......................................................... 81


ÍNDICE DE FIGURASFigura 1 - Representação esquemática <strong>de</strong> uma árvore <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão (GAMA, 2004)........ 19Figura 2 - Localização <strong>da</strong>s quadrículas <strong>de</strong> Brotas e Piracicaba no estado <strong>de</strong> São Paulo,escala 1:100.000. ............................................................................................................ 31Figura 3 - Inserção <strong>da</strong>s folhas Dois Córregos e São Pedro, na escala 1:50.000, nasrespectivas quadrículas em escala 1:100.000 <strong>de</strong> Brotas e Piracicaba............................. 31Figura 4 - Balanço Hídrico: a) Dois Córregos; b) São Pedro. (FONTE: <strong>IAC</strong>) .............. 33Figura 5 – Mapas <strong>de</strong> geologia <strong>da</strong>s folhas <strong>de</strong> Dois Córregos e São Pedro (IPT, 1981)... 35Figura 6 - Mapas <strong>de</strong> variáveis morfométricas <strong>da</strong> folha <strong>de</strong> São Pedro: a) Hipsometria(Altitu<strong>de</strong>); b) Distância diagonal <strong>da</strong> drenagem; c) Declivi<strong>da</strong><strong>de</strong>..................................... 48Figura 7 - Mapas <strong>de</strong> variáveis morfométricas <strong>da</strong> folha <strong>de</strong> São Pedro: a) Curvatura emperfil; b) Curvatura em planta; c) Área <strong>de</strong> contribuição................................................. 49Figura 8 - Mapas <strong>de</strong> variáveis morfométricas <strong>da</strong> folha <strong>de</strong> Dois Córregos: a) Hipsometria(Altitu<strong>de</strong>); b) Distância diagonal <strong>da</strong> drenagem; c) Declivi<strong>da</strong><strong>de</strong>..................................... 51Figura 9 – Mapas <strong>de</strong> variáveis morfométricas <strong>da</strong> folha Dois Córregos: a) Curvatura emperfil; b) Curvatura em planta; c) Área <strong>de</strong> contribuição <strong>da</strong> bacia. ................................. 52Figura 10 – Distribuição dos pixels por unimaps nos três balanceamentos na folha SãoPedro:.............................................................................................................................. 55Figura 11 – Distribuição do número <strong>de</strong> pixels por unimaps na folha Dois Córregos: ... 59Figura 12 – Mapa <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s <strong>da</strong> folha São Pedro, após simplificação <strong>da</strong> legen<strong>da</strong>. ........... 64Figura 13 – Mapa <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s <strong>da</strong> folha São Pedro produzido a partir <strong>da</strong>s variáveisgeomorfométricas e <strong>da</strong> litologia. .................................................................................... 68Figura 14 – Mapa <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s <strong>da</strong> folha Dois Córregos após simplificação <strong>da</strong> legen<strong>da</strong>. ..... 74Figura 15 – Mapa <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s <strong>da</strong> folha Dois Córregos produzido a partir <strong>da</strong>s variáveisgeomorfométricas e <strong>da</strong> litologia. .................................................................................... 78


LISTA DE ABREVIAÇÕESDAEE – Departamento <strong>de</strong> Água e Energia ElétricaEIA – Estudo <strong>de</strong> Impacto AmbientalEMBRAPA – Empresa Brasileira <strong>de</strong> Pesquisa AgropecuáriaGPS – Sistema <strong>de</strong> Posicionamento Global<strong>IAC</strong> – Instituto Agronômico <strong>de</strong> CampinasIBGE – Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Geografia e EstatísticaIPT – Instituto <strong>de</strong> Pesquisas TecnológicasINPE – Instituto Nacional <strong>de</strong> Pesquisas EspaciaisMDE – Mo<strong>de</strong>lo Digital <strong>de</strong> ElevaçãoMDT – Mo<strong>de</strong>lo Digital do TerrenoPDI – Processamento Digital <strong>de</strong> InformaçõespH – Potencial HidrogeniônicoPI – Plano <strong>de</strong> InformaçãoRADAM – Ra<strong>da</strong>r <strong>da</strong> AmazôniaSIG – Sistema <strong>de</strong> Informação GeográficaSRTM – Shuttle Ra<strong>da</strong>r Topography MissionUNESP – Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Estadual PaulistaUNIMAP – Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamentoX


CRIVELENTI, Rafael Castro. Mineração <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> <strong>para</strong> inferência <strong>da</strong> relação <strong>solo</strong>paisagemem mapeamentos digitais <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s. Dissertação (Mestrado em Gestão <strong>de</strong>Recursos Agroambientais) – Pós-Graduação – <strong>IAC</strong>.RESUMOA escassez <strong>de</strong> recursos e <strong>de</strong> tempo leva à necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> adoção <strong>de</strong> novos métodos quetornem os levantamentos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s mais ágeis e menos onerosos. O mapeamento digital<strong>de</strong> <strong>solo</strong>s é uma alternativa. A pesquisa objetiva <strong>de</strong>senvolver técnica <strong>de</strong> mapeamentodigital <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s com apoio principal <strong>de</strong> parâmetros <strong>de</strong>scritores do relevo(geomorfométricos), do mapa geológico e <strong>de</strong> base <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> oriundos <strong>de</strong> levantamentos<strong>de</strong> <strong>solo</strong>s pré-existentes, assim como elaborar digitalmente mapa pedológico <strong>para</strong> asfolhas Dois Córregos e São Pedro (escala 1:50.000). Foi construído um banco <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong>digitais a partir <strong>de</strong> cartas topográficas e temáticas, além <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s e geologia. Apartir do Mo<strong>de</strong>lo Digital <strong>de</strong> Elevação (MDE), elaborado a partir <strong>de</strong> curvas <strong>de</strong> nível epontos cotados <strong>da</strong>s cartas topográficas 1:50.000, calculou-se os parâmetrosgeomorfométricos <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, curvaturas em planta e perfil, área <strong>de</strong> contribuição <strong>da</strong>bacia e distância diagonal <strong>da</strong> drenagem <strong>de</strong>ssas duas áreas <strong>de</strong> referência, que possuemmapa pedológico em escala 1:100.000 (Brotas e Piracicaba). Esses parâmetros,juntamente com o mapa geológico, foram associados, por georreferenciamento, aosmapas <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s, o que permitiu a construção <strong>de</strong> uma matriz relacionando uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>mapeamento com os parâmetros do relevo <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> referência. Essas matrizes foramutiliza<strong>da</strong>s pelo programa Weka, <strong>de</strong> aprendizado <strong>de</strong> máquina, <strong>para</strong> geração <strong>de</strong> ummo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> predição <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento, por meio <strong>de</strong> análise hierárquica dotipo árvores <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão. As regras <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s nesse mo<strong>de</strong>lo foram aplica<strong>da</strong>s naelaboração dos mapas digitais <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s com o uso <strong>de</strong> SIG. Geologia foi o elemento commaior po<strong>de</strong>r preditivo <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento, seguido <strong>da</strong>s variáveisgeomorfométricas <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, na folha São Pedro, e distância diagonal <strong>da</strong> drenagem,XI


na folha Dois Córregos. As árvores <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão mostraram-se a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s na elaboraçãodos mo<strong>de</strong>los, com acurácia <strong>de</strong> 55 % <strong>para</strong> a folha São Pedro e 61 % <strong>para</strong> a folha DoisCórregos. O balanceamento <strong>da</strong>s classes <strong>para</strong> treinamento do mo<strong>de</strong>lo permitiu aumentara acurácia <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento menos extensivas, com pequena redução naacurácia <strong>da</strong>quelas com ocorrência mais ampla, aumentando a utili<strong>da</strong><strong>de</strong> do mapaproduzido. Recomen<strong>da</strong>-se que a metodologia <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> seja utiliza<strong>da</strong> em outroslocais sem levantamentos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s, mas com similari<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> ocorrências geológicas e<strong>de</strong> relevo.Palavras-Chave: levantamento pedológico, parâmetros geomorfométricos, árvore <strong>de</strong><strong>de</strong>cisão.XII


CRIVELENTI, Rafael Castro. Data mining about to inference from relation soil -landscape in digital mapping soil. Dissertação (Mestrado em Gestão <strong>de</strong> RecursosAgroambientais) – Pós-Graduação – <strong>IAC</strong>.ABSTRACTDigital soil mapping can be a feasible option for less expensive and less timeconsumingsoil surveys. This research aims to <strong>de</strong>velop a digital soil mapping techniqueusing relief <strong>de</strong>scriptors as well as geologic mapping units in or<strong>de</strong>r to produce digital soilmaps of two topographic sheets to the scale of 1:50.000, Sao Pedro (SF-23-Y-A-IV-1) eDois Corregos (SF-22-Z-B-III-3). A digital <strong>da</strong>tabase was built with topographic,geological and soil survey sheets. A digital elevation mo<strong>de</strong>l (DEM), constructed fromthe 1:50.000 topo sheets, was used to create the relief morphometrical <strong>para</strong>meters slopegradient, slope profile, contour profile, basin contribution area, and diagonal distance tothe drainage of the two study areas. These <strong>para</strong>meters together with the geological mapwere georeferred, rasterized, and spatially associated to the existing 1:100.000-scale soilmaps, what allowed building a matrix of landscape <strong>para</strong>meters and soil mapping units.These matrixes were used in the Weka machine-learning environment to generate aprediction mo<strong>de</strong>l by means of <strong>de</strong>cision trees. The rules <strong>de</strong>veloped by the mo<strong>de</strong>ls wereapplied in geographical information systems to produce digital soil maps. Geology wasthe element with the greatest ability to predict soil mapping units, followed by slopegradient, at the Sao Pedro sheet, and by diagonal distance to the drainage, at the DoisCorregos sheet. Decision trees performed well to produce the mo<strong>de</strong>ls, with a spatialaccuracy of 55 % for the Sao Pedro and 61 % for the Dois Corregos sheets. Balancingclasses for training the <strong>da</strong>ta increased precision of mapping units with the leastextensive occurrences, associated to little reduction in the precision of those that occurin greater extensions, what improved usefulness of the produced digital soil maps.XIII


Keywords: soil survey, relief <strong>de</strong>scriptors, <strong>de</strong>cision trees.XIV


1 INTRODUÇÃOA distribuição espacial, caracterização e interpretação dos <strong>solo</strong>s <strong>para</strong> osdiferentes usos são forneci<strong>da</strong>s pelos levantamentos pedológicos, que são um inventáriodo recurso <strong>solo</strong> que viabilizam, a partir do seu conhecimento, trabalhos <strong>de</strong> conservaçãodo <strong>solo</strong>, <strong>de</strong> prevenção e controle à poluição, estimativa <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> agrícola, <strong>de</strong>custos em obras <strong>de</strong> construção civil, <strong>de</strong>ntre tantos outros, o que contribui tanto <strong>para</strong> o<strong>de</strong>senvolvimento rural como urbano.O estado <strong>de</strong> São Paulo, pioneiro no País em levantamento sistemático <strong>de</strong> <strong>solo</strong>spor quadrículas na escala 1:100.000, tem hoje 14 <strong>da</strong>s suas 118 quadrículas na escala1:100.000 com mapeamento <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s realizado, o que constitui menos <strong>de</strong> 15 % <strong>da</strong> áreatotal do Estado. Uma quadrícula na escala 1:100.000 abrange área <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente2.800 km 2 . Essa área, com uma equipe <strong>de</strong> trabalho composta por dois pedólogos maisdois auxiliares <strong>de</strong> campo, <strong>de</strong>man<strong>da</strong> cerca <strong>de</strong> um ano e meio a dois anos <strong>de</strong> trabalhointensivo <strong>para</strong> a realização do levantamento. Seus custos são também elevados seconsi<strong>de</strong>rarmos os <strong>de</strong>slocamentos necessários, o que envolve veículos e combustível,análises <strong>de</strong> <strong>solo</strong> e outros materiais e serviços. Portanto, o método tradicional é lento ecaro, resultando na necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> novos métodos que tornem os levantamentos <strong>de</strong><strong>solo</strong>s mais ágeis e menos onerosos.O mapeamento digital <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s é um exemplo, que introduz algumas vantagensem relação ao método tradicional <strong>para</strong> o mapeamento <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s, por ser uma alternativarápi<strong>da</strong> e econômica. Po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finido como a criação <strong>de</strong> sistemas espaciais <strong>de</strong>informação, utilizando mo<strong>de</strong>los numéricos <strong>para</strong> a inferência <strong>da</strong>s variações espaciais etemporais dos tipos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s e <strong>de</strong> suas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s, a partir <strong>de</strong> observações econhecimento dos <strong>solo</strong>s e <strong>de</strong> variáveis ambientais correlaciona<strong>da</strong>s, como as variáveisgeomorfométricas <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, curvaturas, <strong>de</strong>ntre outras (LAGACHERIE &McBRATNEY, 2007).As quadrículas na escala 1:100.000 <strong>de</strong> Brotas e Piracicaba possuemlevantamento pedológico realizado e po<strong>de</strong>m, portanto, ser utiliza<strong>da</strong>s na vali<strong>da</strong>ção domo<strong>de</strong>lo <strong>solo</strong>-morfometria <strong>da</strong> paisagem. Além disso, estas áreas são <strong>de</strong> interesse <strong>para</strong>estudos que objetivem <strong>de</strong>senvolver técnicas <strong>de</strong> mapeamento digital, pois apresentam1


gran<strong>de</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ambientes formadores do <strong>solo</strong>, especialmente <strong>de</strong> geologia e <strong>de</strong>relevo.Assim, em virtu<strong>de</strong> <strong>da</strong> gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong> por levantamentos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s, somado ànecessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> novas técnicas <strong>de</strong> mapeamento mais ágeis, o presente estudo procuraenten<strong>de</strong>r as relações entre as variáveis morfométricas <strong>da</strong> paisagem e suas associaçõescom os tipos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s, tendo como objetivos:OBJETIVO GERAL:Desenvolver metodologia <strong>para</strong> mapeamento digital <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s com apoio <strong>de</strong>parâmetros morfométricos, geologia e <strong>de</strong> base <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> oriundos <strong>de</strong>levantamentos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s existentes.OBJETIVOS ESPECÍFICOS:a) Criar banco <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> digitais do meio físico <strong>para</strong> apoio ao mapeamentodigital <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s <strong>da</strong>s folhas topográficas <strong>de</strong> Dois Córregos e São Pedro.b) Selecionar, quantificar e classificar variáveis do relevo que possam serutiliza<strong>da</strong>s no mapeamento digital <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s.c) Estabelecer mo<strong>de</strong>los que associem as variáveis geomorfométricas às uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong> mapeamento <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s correspon<strong>de</strong>ntes.d) Avaliar o po<strong>de</strong>r preditivo <strong>da</strong> metodologia proposta frente ao mapeamentoexistente.e) Elaborar mapas digitais <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s <strong>para</strong> as folhas Dois Córregos e São Pedro.2


2 REVISÃO DE LITERATURA2.1 Histórico dos levantamentos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s no BrasilSegundo estudos feitos por OLIVEIRA (1988), as bases <strong>da</strong> Pedologia, ramo doconhecimento relativamente recente, foi lançado em 1880 na União Soviética porDokuchaiev, ao reconhecer que o <strong>solo</strong> não era um simples amontoado <strong>de</strong> materiais nãoconsoli<strong><strong>da</strong>dos</strong> em diferentes estágios <strong>de</strong> alteração, mas resultava <strong>de</strong> uma complexainteração <strong>de</strong> inúmeros fatores pedogenéticos: clima, organismos e topografia, os quais,agindo durante certo período <strong>de</strong> tempo sobre o material <strong>de</strong> origem, formam o <strong>solo</strong>.No Brasil, os estudos pedológicos tiveram início sete anos mais tar<strong>de</strong>, em 1887,com F. W. Dafert, primeiro diretor do atual Instituto Agronômico, ao mostrarpreocupação com a exploração agrícola dos <strong>solo</strong>s. Porém, os trabalhos <strong>de</strong> levantamentos<strong>de</strong> <strong>solo</strong>s só foram iniciados em 1935, com a criação <strong>da</strong> Seção <strong>de</strong> Agrogeologia nomesmo instituto, conduzido pelo Dr. Paul Vageler até 1939.Esses trabalhos tiveram seqüência sob a coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> José Setzer, queapresentou, em 1943, o primeiro mapa <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s efetuado no Brasil, <strong>de</strong>nominado“Esboço-Agro-Geológico do estado <strong>de</strong> São Paulo”, divulgado em 1945 no livro “Solosdo Estado <strong>de</strong> São Paulo” (SETZER, 1949). Foram <strong>de</strong>scritas características <strong>de</strong> 22 tipos<strong>de</strong> <strong>solo</strong>s com base na natureza petrográfica do material <strong>de</strong> origem, com subdivisãobasea<strong>da</strong> em proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s físicas e químicas. Este trabalho, apesar <strong>de</strong> suas limitações,apresenta gran<strong>de</strong> preocupação com a interpretação dos atributos dos <strong>solo</strong>s i<strong>de</strong>ntificados<strong>para</strong> fins agrícolas.Nessa época, houve o início <strong>da</strong>s pesquisas sobre minerais <strong>de</strong> argila, realiza<strong>da</strong>spor Paiva Neto, no <strong>IAC</strong>. PAIVA NETO et al. (1951), <strong>de</strong>finiram gran<strong>de</strong>s tipos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>sem função <strong>da</strong> geologia e, secun<strong>da</strong>riamente, <strong>da</strong> textura, no trabalho “Observações geraissobre os gran<strong>de</strong>s tipos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s do Estado <strong>de</strong> São Paulo”, na qual foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>snove uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento.Com a criação <strong>da</strong> Comissão <strong>de</strong> Solos do Centro Nacional <strong>de</strong> Ensino e PesquisasAgronômicas do Ministério <strong>da</strong> Agricultura, em 1947, os levantamentos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s noBrasil tomaram gran<strong>de</strong> impulso. Inicialmente, a atribuição <strong>da</strong> Comissão <strong>de</strong> Solos eracoor<strong>de</strong>nar os estudos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s a serem realizados em diferentes regiões brasileiras. Em1953, com a sua reestruturação, teve por incumbências principais a execução do plano3


ásico <strong>de</strong> inventário geral <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s do Território Nacional e oaperfeiçoamento <strong>da</strong> capacitação <strong>de</strong> levantamentos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s.Em termos <strong>de</strong> estudos pedológicos, os trabalhos <strong>da</strong> Comissão <strong>de</strong> Solos tiveramefeito catalisador. Com a publicação dos levantamentos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s, ocorreu gran<strong>de</strong>estímulo <strong>para</strong> estudos pedológicos, em diferentes estados do Brasil. Assim, <strong>solo</strong>s <strong>de</strong>diversas regiões brasileiras podiam ser com<strong>para</strong>dos, pois, com sua classificação, foramanti<strong>da</strong> certa uniformi<strong>da</strong><strong>de</strong>.No final <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1950 e começo <strong>da</strong> <strong>de</strong> 1960, foram realizadoslevantamentos semi-<strong>de</strong>talhados, com base na morfologia do perfil e nas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>squímicas, em nível <strong>de</strong> série, dos <strong>solo</strong>s <strong>da</strong> bacia <strong>de</strong> Taubaté (VERDADE et al., 1961), novale do rio Paraíba, São Paulo.Já a partir <strong>de</strong> 1975, a Seção <strong>de</strong> Pedologia (antiga seção <strong>de</strong> Agrogeologia) do <strong>IAC</strong>iniciou um programa sistemático <strong>de</strong> levantamento semi<strong>de</strong>talhado dos <strong>solo</strong>s do estado naescala 1:100.000, que abrangeu cerca <strong>de</strong> 15 % do estado <strong>de</strong> SP.Conceitos sobre a variabili<strong>da</strong><strong>de</strong> espacial dos <strong>solo</strong>s, somados ao <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> programas computacionais e implementação <strong>de</strong> sensores remotos permitiram oavanço <strong>de</strong>sses levantamentos, <strong>de</strong>vido a estas ferramentas propiciarem análises préviasdo meio físico a ser estu<strong>da</strong>do, o que reduziu os custos e o tempo <strong>de</strong> execução <strong>de</strong>stes.Atualmente, o Brasil conta com inúmeros trabalhos <strong>de</strong> levantamentos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s,elaborados em vários níveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhe, em várias regiões. Instituições oficiais, como aEMBRAPA e o Projeto RADAMBRASIL executaram os levantamentos generalizadosque recobrem todo o Território Nacional, enquanto a iniciativa priva<strong>da</strong> é responsávelpela maioria absoluta dos levantamentos executados em níveis <strong>de</strong> maior <strong>de</strong>talhe, <strong>para</strong>satisfazer objetivos diversos, tais como exploração agrícola, conservação do <strong>solo</strong>,irrigação e drenagem, assentamentos <strong>de</strong> colonos, estudos <strong>de</strong> Impactos Ambientais eRelatórios <strong>de</strong> Impactos ao Meio Ambiente, <strong>de</strong>ntre outros. É válido mencionar osEstados <strong>de</strong> São Paulo, que até pouco tempo contava com um programa <strong>de</strong>levantamentos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s no nível <strong>de</strong> semi-<strong>de</strong>talhe, <strong>de</strong>senvolvido pelo InstitutoAgronômico <strong>de</strong> Campinas, e Pernambuco, que realizou o levantamento <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s <strong>de</strong> todoo seu território na escala 1:100.000 (IBGE, 2007).4


2.2 Levantamento pedológico por métodos tradicionaisSegundo SANTANA (1983), o levantamento pedológico é consi<strong>de</strong>rado acaracterização e classificação <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s, estabelecendo limites geográficos,representados em um mapa, que apresenta sua <strong>de</strong>scrição e sua interpretação com afinali<strong>da</strong><strong>de</strong> proposta. O mapa <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s tem por finali<strong>da</strong><strong>de</strong> a or<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> conhecimentocom relação ao objeto, visando à memorização consistente <strong>de</strong> suas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>maneira fácil e precisa.Esses inventários do <strong>solo</strong> têm como principal objetivo subdividir áreasheterogêneas em parcelas homogêneas, <strong>de</strong> modo que apresentem a menor variabili<strong>da</strong><strong>de</strong>possível, em função dos critérios <strong>de</strong> classificação e dos atributos utilizados <strong>para</strong> suadistinção (McBRATNEY & WEBSTER, 1981).As informações conti<strong>da</strong>s nesses levantamentos são essenciais <strong>para</strong> a avaliaçãodo potencial e <strong>da</strong>s limitações <strong>de</strong> um <strong>solo</strong>, constituindo uma base <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> <strong>para</strong> estudos<strong>de</strong> viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> técnica e econômica <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> uso, manejo e conservação <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s,além <strong>de</strong> prevenção e combate à poluição. Além disso, permite a estimativa <strong>da</strong>produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> agrícola, <strong>de</strong> custos em obras <strong>de</strong> construção civil, entre outros. Assim, oslevantamentos pedológicos contribuem substancialmente, com o <strong>de</strong>senvolvimento rurale urbano (OLSON, 1981).Os métodos tradicionais <strong>de</strong> levantamentos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s apóiam-se, principalmente,em observações <strong>de</strong> campo, cujo número e intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> por área mapea<strong>da</strong> variamconforme a escala e o nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhe esperado. Esses métodos foram semprefun<strong>da</strong>mentados em observações pontuais, observações ao longo <strong>de</strong> transectos quecruzam a paisagem e observações por áreas seleciona<strong>da</strong>s <strong>para</strong> estudos mais <strong>de</strong>talhados.A interpretação é tanto mais a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> quanto melhores e maiores as informaçõesdisponíveis (RANZANI, 1969).Assim, o levantamento é um prognóstico <strong>da</strong> distribuição geográfica dos <strong>solo</strong>scomo corpos naturais, <strong>de</strong>terminados por um conjunto <strong>de</strong> relações e proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>sobserváveis na natureza. O levantamento <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s i<strong>de</strong>ntifica e se<strong>para</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>mapeamento, prevê e <strong>de</strong>lineia suas áreas nos mapas. Assim sendo, po<strong>de</strong>-se dizer que olevantamento pedológico trabalha com uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento gerando como produtofinal mapa(s) e relatório(s) (EMBRAPA, 1995).5


A precisão e a eficácia <strong>de</strong> levantamentos efetuados <strong>de</strong>sta forma são limita<strong>da</strong>s,segundo ZHU et al. (1999, 2001), principalmente pela técnica <strong>de</strong> cartografia basea<strong>da</strong> empolígonos e pelo processo manual <strong>de</strong> produção do mapa <strong>de</strong> <strong>solo</strong>.Segundo o Manual Técnico <strong>de</strong> Pedologia (IBGE, 2007), enten<strong>de</strong>-se porobservações os exames <strong>de</strong> perfis <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s, elaborados durante os trabalhos <strong>de</strong> campo,em barrancos <strong>de</strong> estra<strong>da</strong>, mini-trincheiras e tra<strong>da</strong>gens, que têm por objetivo i<strong>de</strong>ntificar everificar a extensão territorial <strong>de</strong> tipos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s ou variações <strong>de</strong>les, <strong>para</strong> efeito <strong>de</strong>mapeamento.A <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> observações é função do maior ou menor grau <strong>de</strong>heterogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> área <strong>de</strong> trabalho, <strong>da</strong> escala final do mapa <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s, dos objetivos dolevantamento e <strong>da</strong> fotointerpretação do material básico, além <strong>da</strong> experiência <strong>de</strong> campo edo conhecimento prévio <strong>da</strong> área por parte <strong>da</strong> equipe executora. Assim, é permiti<strong>da</strong> certaflexibili<strong>da</strong><strong>de</strong> quanto à <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> observações, ficando a <strong>de</strong>cisão a critério doresponsável pelo levantamento. Porém, recomen<strong>da</strong>-se consi<strong>de</strong>rar as seguintesamplitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> número <strong>de</strong> observações por área nos levantamentos (IBGE, 2007):Detalhado - 0,20 - 4 observações/ha.Semi<strong>de</strong>talhado - 0,02 - 0,20 observações/ha.Reconhecimento - 0,04 - 2,00 observações/km 2Exploratório - < 0,04 observações/km 2Esquemático - sem especificaçãoPorém, com a utilização <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong> geoprocessamento, técnicas <strong>de</strong>geoestatística, sistemas <strong>de</strong> informação geográfica e o georreferenciamento <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong>esperam-se ampliar as alternativas <strong>de</strong> mapeamento <strong>de</strong> campo, com redução <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong>execução, <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> observações e freqüência <strong>de</strong> amostragem.Quanto à finali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos mapas nessas diferentes escalas, têm-se, como exemplo,nos levantamentos semi<strong>de</strong>talhados, obtenção <strong>de</strong> informações básicas <strong>para</strong> implantação<strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> colonização, loteamentos rurais, estudos integrados em microbacias,planejamento local <strong>de</strong> uso e conservação <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s em áreas <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s ao<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> projetos agrícolas, pastoris e florestais, além <strong>de</strong> projetos e estudospreliminares <strong>para</strong> engenharia civil. Nesse caso, os trabalhos <strong>de</strong> campo assumem maiorimportância e a caracterização dos <strong>solo</strong>s <strong>de</strong>ve ser minuciosa, pois será usa<strong>da</strong>diretamente na <strong>de</strong>finição do manejo a ser implantado. São também elaborados com opropósito <strong>de</strong> Estudos Ambientais em empreendimentos localizados (minerações,construção, estações experimentais, etc.), visando o estabelecimento <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s6


corretivas ou compensatórias <strong>de</strong> caráter local, e seleção <strong>de</strong> áreas <strong>para</strong> projetosespecíficos e sua implementação.O material cartográfico e tipos <strong>de</strong> sensores remotos básicos utilizados nesseslevantamentos são os mapas e cartas planialtimétricas em escalas maiores que 1:50.000e fotografias aéreas até a escala 1:60.000, <strong>para</strong> que seja possível produzir os mapasfinais em escalas entre 1:50.000 e 1:100.000.As uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento são i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s no campo, por observação eamostragem ao longo <strong>de</strong> toposseqüências, que <strong>de</strong>vem ser as mais representativas <strong>da</strong>área, abrangendo diversas formas <strong>de</strong> encostas e tipos <strong>de</strong> relevo, <strong>de</strong> modo a permitir ascorrelações <strong>solo</strong>s-superfícies geomórficas.Nos levantamentos semi<strong>de</strong>talhados as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento são constituí<strong>da</strong>spor uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s simples, complexos e associações, <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s no nível <strong>de</strong> família <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s,em sistemas hierárquicos <strong>de</strong> classificação. É importante que as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamentotenham razoável homogenei<strong>da</strong><strong>de</strong>, sendo esperado que as inclusões em uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s simplesnão ultrapassem 15 % <strong>da</strong> área mapea<strong>da</strong>. Em associações é admitido o máximo <strong>de</strong> 10 %<strong>de</strong> inclusões, se forem <strong>de</strong> uma única classe <strong>de</strong> <strong>solo</strong> e até 20 % se forem duas ou maisuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento. Espera-se que a precisão <strong>de</strong> informações sobre a composiçãoe a pureza <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento, neste tipo <strong>de</strong> levantamento, esteja em torno <strong>de</strong>85-90 % (IBGE, 2007).2.3 Mapeamento digital <strong>de</strong> <strong>solo</strong>sFica claro que o levantamento e mapeamento <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s são ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>simportantes no diagnóstico do meio físico, uma vez que a pedosfera encontra-se emcontato com a atmosfera e a hidrosfera, e é parte <strong>da</strong> geosfera e <strong>da</strong> biosfera, po<strong>de</strong>ndo,então, ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> uma excelente ferramenta na estratificação <strong>de</strong> ambientes(RESENDE et al., 1995). No entanto, o levantamento tradicional é uma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>bastante onerosa, em termos <strong>de</strong> tempo e custos. Somado a isto, a crescente preocupaçãoambiental e o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> agricultura <strong>de</strong> precisão <strong>de</strong>man<strong>da</strong>ram novoslevantamentos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s em escala compatível com estes objetivos (McBRATNEY et al.,2003).O mapeamento digital <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s po<strong>de</strong> então ser <strong>de</strong>finido como a criação <strong>de</strong>sistemas espaciais <strong>de</strong> informação <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s através do uso <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los numéricos <strong>para</strong> ainferência <strong>da</strong>s variações espaciais e temporais dos tipos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s e <strong>de</strong> suas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s,7


a partir <strong>de</strong> observações e conhecimento dos <strong>solo</strong>s e <strong>de</strong> variáveis ambientaiscorrelaciona<strong>da</strong>s (LAGACHERIE & McBRATNEY, 2007).Esses levantamentos surgiram através <strong>da</strong> elaboração <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los preditivos <strong>da</strong>distribuição dos <strong>solo</strong>s na paisagem, tornando esta ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> mais ágil. Estes mo<strong>de</strong>lospo<strong>de</strong>m ser realizados, por exemplo, por meio <strong>de</strong> estudos <strong>de</strong> correlação entre <strong>solo</strong>s,geomorfologia, geologia e vegetação nativa, respeitando-se os fatores <strong>de</strong> formação dos<strong>solo</strong>s (RESENDE et al., 1995).Os fatores <strong>de</strong> formação dos <strong>solo</strong>s <strong>de</strong>scritos por JENNY (1941) são: material <strong>de</strong>origem, clima, organismos, relevo e tempo. O material <strong>de</strong> origem é <strong>de</strong>finido como oestágio inicial do sistema <strong>solo</strong>, que através dos processos físico-químicos dointemperismo alteram e <strong>de</strong>sagregam as rochas, transformando-as em <strong>solo</strong>.O clima é consi<strong>de</strong>rado por BIRKLAND (1984) o fator mais importante na<strong>de</strong>terminação <strong>da</strong>s proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> maioria dos <strong>solo</strong>s. De seus elementos, <strong>de</strong>stacam-se atemperatura e a precipitação pluvial. Esta última fornece a água que, por sua vez, estápresente na maioria dos fenômenos físicos, químicos e bioquímicos que se processamno <strong>solo</strong>. A temperatura, por outro lado, tem influência marcante na intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> eveloci<strong>da</strong><strong>de</strong> com que aqueles fenômenos atuam. Os organismos compreen<strong>de</strong>m a micro emacro fauna e flora que tem ação direta nos processos <strong>de</strong> formação do <strong>solo</strong>, agindotanto em sua superfície como no seu interior.A ação do relevo reflete-se diretamente sobre o clima do <strong>solo</strong> e sobre a dinâmica<strong>de</strong> água, tanto a superficial como a que transita no interior do <strong>solo</strong>. A ação sobre o climado <strong>solo</strong> se dá diretamente, através <strong>da</strong> incidência diferencia<strong>da</strong> <strong>da</strong> radiação solar, segundoa inclinação e a posição <strong>da</strong>s vertentes e do <strong>de</strong>créscimo <strong>da</strong> temperatura com o aumento<strong>da</strong> altitu<strong>de</strong>, e indiretamente, sobre os seres vivos e tipos <strong>de</strong> vegetação natural, que são<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>da</strong>s condições climáticas locais. Parte <strong>da</strong> água que atinge o <strong>solo</strong>, por suavez, nele se infiltra e parte escorre sobre a superfície, na forma <strong>de</strong> enxurra<strong>da</strong>(OLIVEIRA, 2005).Por fim, o tempo é consi<strong>de</strong>rado o mais passivo dos fatores <strong>de</strong> formação, pois elenão adiciona nem exporta material e não contribui nos fenômenos <strong>de</strong> intemperismomecânico e químico, necessários a formação do <strong>solo</strong>. Porém, como os outros fatoresvariam ao longo do tempo, em si mesmos e em suas relações mútuas, ele condiciona oresultado final <strong>de</strong>ssas interações (PATON, 1977). Assim sendo, o clima, juntamentecom os organismos, agem no material <strong>de</strong> origem num <strong>de</strong>terminado relevo,transformando-o em <strong>solo</strong> ao longo do tempo.8


Nesta perspectiva, é oportuno <strong>de</strong>senvolver uma estrutura intelectual eoperacional <strong>para</strong> mapeamento digital <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s que integre avanços recentes em técnicasnuméricas <strong>de</strong> mapeamento <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s conjuga<strong>da</strong> ao conhecimento que tem sidoacumulado por pedólogos ao longo do tempo (HOWELL et al., 2006).No Brasil, os levantamentos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s ain<strong>da</strong> são necessários, principalmente emescalas maiores, <strong>para</strong> o planejamento e condução <strong>de</strong> projetos agropecuários eambientais. A continui<strong>da</strong><strong>de</strong> na execução <strong>de</strong>sses levantamentos, em quaisquer níveis <strong>de</strong><strong>de</strong>talhe, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> novas técnicas <strong>de</strong> mapeamento digital, consi<strong>de</strong>rando a gran<strong>de</strong>extensão territorial do país e o restante <strong>da</strong> área sem informação em escalas maiores.2.4 Relações <strong>solo</strong> - paisagemConsi<strong>de</strong>ra-se a paisagem como sendo o resultado material <strong>de</strong> todos os processosque ocorrem em um <strong>de</strong>terminado local. A paisagem é portanto construí<strong>da</strong> a partir <strong>da</strong>síntese <strong>de</strong> todos os elementos presentes neste local e sua apreensão se dá pela imagemresultante <strong>de</strong>la. Assim, atua como um sistema complexo e dinâmico, on<strong>de</strong> diferentesfatores naturais e culturais interagem e evoluem em conjunto (SANTOS, 2002).Atualmente, verifica-se uma constante tentativa na formulação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los <strong>para</strong>compartimentar a paisagem <strong>de</strong> forma a refletir a sua dinâmica interna e suas interações.Dentre essas interações po<strong>de</strong>m-se citar mo<strong>de</strong>los que visam compreen<strong>de</strong>r a associação do<strong>solo</strong> com as formas <strong>da</strong> paisagem.Nas paisagens naturais, os <strong>solo</strong>s apresentam heterogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> tanto no sentidovertical quanto no plano horizontal (REICHARDT et al., 1986), resultante <strong>da</strong>sinterações dos seus fatores <strong>de</strong> formação. Assim, os <strong>solo</strong>s variam continuamente noespaço, razão pelas quais as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s homogêneas indica<strong>da</strong>s em mapas apresentamcerto grau <strong>de</strong> variabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, mesmo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> classe pedológica(WILDING & DREES, 1983). O comportamento aparentemente aleatório <strong>da</strong>s variaçõespedológicas, longe <strong>de</strong> representar a reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, tem origem na falta <strong>de</strong> conhecimentosobre esses fenômenos naturais (WEBSTER, 2000). Como conseqüência <strong>da</strong> variaçãocontínua dos <strong>solo</strong>s, é váli<strong>da</strong> a teoria <strong>de</strong> que os atributos localizados mais próximos sãomais semelhantes entre si do que os mais distantes (KUZYAKOVA et al., 2001).Assim, diferentes feições <strong>da</strong> superfície terrestre expressas pelo relevo em váriasescalas provocam variações nos atributos do <strong>solo</strong> em magnitu<strong>de</strong>s diferencia<strong>da</strong>s,<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes principalmente <strong>de</strong> um local específico <strong>da</strong> paisagem (SCHOORL et al.,9


2000). Além disso, fatores <strong>da</strong> hidrologia, litologia e as condições climáticas também sãoresponsáveis por essa variabili<strong>da</strong><strong>de</strong> (STOLT et al., 1993), principalmente quandoassociados aos acontecimentos geológicos e geomorfológicos históricos, queinfluenciam a dinâmica <strong>de</strong> ocorrência e o grau <strong>de</strong> evolução dos <strong>solo</strong>s nas paisagens.Assim sendo, vários mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> paisagem se propõem a estu<strong>da</strong>r e enten<strong>de</strong>r asrelações entre as condições do <strong>solo</strong> e a topografia. Entre esses mo<strong>de</strong>los po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>stacaro <strong>de</strong> RUHE (1969) e o <strong>de</strong> DANIELS et al. (1971), que conceituam uma superfíciegeomórfica como uma porção <strong>de</strong> terra <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> no tempo e no espaço, com limitesgeográficos <strong>de</strong>finidos e caráter tempo-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte. Outro mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> paisagemimportante é aquele baseado na curvatura do terreno, conforme estabelecido porTROEH (1965), no qual as pedoformas po<strong>de</strong>m variar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as lineares até as côncavas,passando pelas convexas, associando o perfil e a curvatura <strong>da</strong> paisagem com o grau <strong>de</strong>intemperismo e evolução do terreno.Além <strong>de</strong>sses mo<strong>de</strong>los, DALRYMPLE et al. (1968) estabeleceram um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>paisagem, composto por nove uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s hipotéticas <strong>de</strong> vertente, que po<strong>de</strong>m estarparcialmente ausentes ou repeti<strong>da</strong>s na catena. Esse mo<strong>de</strong>lo enfatiza as interações entreos materiais do <strong>solo</strong> e a sua movimentação, transporte e re<strong>de</strong>posição pela água e pelagravi<strong>da</strong><strong>de</strong>, em superfície e subsuperfície do terreno. Dessa forma, é consi<strong>de</strong>rado ummo<strong>de</strong>lo pedogeomórfico, pois relaciona processos geomórficos superficiais aosprocessos pedológicos subsuperficiais atuais. Os segmentos <strong>de</strong> vertente <strong>de</strong>ste mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>paisagem afetam gran<strong>de</strong>mente os atributos do <strong>solo</strong>, principalmente, em função <strong>da</strong>quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>, fluxo e distribuição sazonal <strong>da</strong> água, que po<strong>de</strong>m condicionar ambientesespecíficos já que interferem no movimento <strong>de</strong> bases e comportamento <strong>da</strong>s argilas(DANIELS & HAMMER, 1992). Entretanto, segundo LARK (1999), <strong>para</strong> que seenten<strong>da</strong>m as relações entre esses mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> paisagem e os <strong>solo</strong>s é necessário o uso <strong>de</strong>Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> Elevação Digital (MDE) e <strong>de</strong> técnicas geoestatísticas.Está comprovado que os melhores resultados em estudos <strong>de</strong> variabili<strong>da</strong><strong>de</strong>espacial do <strong>solo</strong>, levantamentos pedológicos e pedogênese são alcançados com ainclusão dos parâmetros geomorfológicos. Como exemplo, <strong>de</strong>staca-se o trabalho <strong>de</strong>DANIELS et al. (1971) e <strong>de</strong> GERRARD (1993), que ressaltam essa importância através<strong>de</strong>: (a) i<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong> coluna lito-estratigráfica e do material <strong>de</strong> origem dos <strong>solo</strong>s, (b)i<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong>s superfícies geomórficas (que indicam as i<strong>da</strong><strong>de</strong>s relativas dos <strong>solo</strong>s) e(c) relacionamento entre atributos do <strong>solo</strong> e do relevo, integrando os dois itensanteriores.10


irregulares (MONTGOMERY, 2003). As variáveis morfométricas do relevo po<strong>de</strong>m serobti<strong>da</strong>s <strong>de</strong> duas formas:a) Diretamente a partir do MDE, <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong>s variáveis primárias, como a<strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, orientação <strong>da</strong>s vertentes, elevação, plano e perfil <strong>de</strong> curvatura,comprimento do caminho do fluxo e área específica <strong>de</strong> contribuição.b) Calcula<strong>da</strong>s a partir <strong>de</strong> outras variáveis obti<strong>da</strong>s do MDE, <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong>svariáveis secundárias, que incluem índice <strong>de</strong> umi<strong>da</strong><strong>de</strong>, índice <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong>sedimentos entre outros (MOORE et al., 1993).Essas informações morfométricas são variáveis importantes na mo<strong>de</strong>lagemmatemática dos ecossistemas (RAMOS et al., 2003). Dentre estes atributos, elevação,<strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e orientação, têm sido reconheci<strong>da</strong>s como os mais efetivos <strong>para</strong> a realização<strong>de</strong> levantamentos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s <strong>de</strong> média escala (CHAGAS, 2006).A <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> constitui um importante instrumento <strong>para</strong> levantamentos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s,ao consi<strong>de</strong>ramos a distribuição do relevo e a paisagem regional (RESENDE, 1995). A<strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> é <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> por BURROUGH (1986) como sendo um plano tangente àsuperfície, ou seja, correspon<strong>de</strong> à inclinação <strong>da</strong> superfície do terreno em relação aoplano horizontal, expresso como a mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> elevação sobre certa distância.Assim, a <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> influencia diretamente o movimento <strong>da</strong> água, o mo<strong>de</strong>ladogeomorfológico e o processo <strong>de</strong> formação do <strong>solo</strong>, tanto no perfil longitudinal <strong>da</strong>paisagem como no latitudinal, evi<strong>de</strong>nciando também os processos <strong>de</strong> pedogênese.Matematicamente, <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> é a primeira <strong>de</strong>riva<strong>da</strong> <strong>da</strong> altitu<strong>de</strong> (GALLANT &WILSON, 2000).A curvatura do terreno, também conheci<strong>da</strong> como curvatura em perfil, é asegun<strong>da</strong> <strong>de</strong>riva<strong>da</strong> <strong>da</strong> altitu<strong>de</strong>. O plano <strong>de</strong> curvatura e o perfil <strong>de</strong> curvatura representamas formas do relevo, sendo importantes atributos na distinção <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>sgeomorfológicas. O primeiro se refere à forma <strong>da</strong> vertente, analisa<strong>da</strong> em um plano,po<strong>de</strong>ndo ser convergente, divergente e planar e o segundo a forma <strong>da</strong> vertente, analisa<strong>da</strong>em perfil, po<strong>de</strong>ndo ser convexa, côncava ou retilínea. A curvatura <strong>de</strong> uma vertente estárelaciona<strong>da</strong> a fatores tais como teor <strong>de</strong> água no <strong>solo</strong>, fluxo convergente/divergente etaxa <strong>de</strong> erosão/<strong>de</strong>posição (MOORE et al., 1991).As posições <strong>da</strong>s vertentes também apresentam estreita relação com os <strong>solo</strong>s.BRUBAKER et al. (1993) associaram proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s do <strong>solo</strong> diretamente à posição <strong>de</strong>vertentes, numa aplicação direta <strong>da</strong> contextualização topográfica. Os <strong><strong>da</strong>dos</strong> locais econtextualizados po<strong>de</strong>m ser combinados em variáveis compostas, como a <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e13


área <strong>de</strong> captação. Os estudos <strong>de</strong> compartimentação <strong>da</strong> topografia apontam a curvaturaem perfil como uma <strong>da</strong>s variáveis <strong>de</strong> alto po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>shomogêneas do relevo (DOORNKAMP & KING, 1971). A curvatura vertical, porexemplo, está relaciona<strong>da</strong> aos processos <strong>de</strong> migração e acúmulo <strong>de</strong> água, minerais ematéria orgânica no <strong>solo</strong> através <strong>da</strong> superfície, proporciona<strong>da</strong> pela gravi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Associa<strong>da</strong>à exposição <strong>de</strong> vertentes (aspecto), a curvatura vertical <strong>de</strong>sempenha papel importantesobre a evapotranspiração e o <strong>de</strong>corrente balanço hídrico (VALERIANO, 2003).Outro importante parâmetro que po<strong>de</strong> ser extraído do MDE é a área <strong>de</strong>contribuição, que é a área drena<strong>da</strong> a montante <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> célula <strong>de</strong> uma matriz e estárelaciona<strong>da</strong> ao valor <strong>da</strong> área correspon<strong>de</strong>nte à bacia <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> célula específica, porrevelar on<strong>de</strong> há locais com maior fluxo <strong>de</strong> água através do cálculo <strong>da</strong> vazão a partir <strong>de</strong>equações <strong>da</strong>s curvas <strong>de</strong> permanência <strong>para</strong> vazões regionaliza<strong>da</strong>s. Além disso, a<strong>de</strong>terminação <strong>da</strong> área <strong>de</strong> contribuição é <strong>de</strong> extrema importância nos estudos <strong>de</strong> previsãoe <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> instabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, sobretudo nas porções côncavas do relevo uma vezque essas são zonas potenciais <strong>de</strong> saturação (BEVEN & KIRKBY, 1979).Vários autores <strong>de</strong>senvolveram metodologias <strong>para</strong> a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> área <strong>de</strong>contribuição (COSTA CABRAL & BURGES, 1994), <strong>de</strong>ntre as quais se <strong>de</strong>staca a<strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> por QUINN et al. (1991), que efetua o cálculo distribuindo o fluxo <strong>de</strong>forma proporcional entre as células localiza<strong>da</strong>s à jusante, <strong>de</strong> acordo com a <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>local. Este método obteve melhores resultados <strong>para</strong> aplicação em áreas <strong>de</strong> fluxoconvergente (TARBOTON, 1997).Assim, por ser uma área <strong>da</strong> Ciência do Solo em <strong>de</strong>senvolvimento, o número <strong>de</strong>variáveis morfométricas utiliza<strong>da</strong>s nos estudos <strong>de</strong> associação com os tipos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s,como quais utilizar, ain<strong>da</strong> não está bem <strong>de</strong>finido.WALKER et al. (1968) mostraram correlações entre parâmetros do relevo eproprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos <strong>solo</strong>s. Os parâmetros utilizados foram: altitu<strong>de</strong>, <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>,comprimento <strong>da</strong> encosta, direção do <strong>de</strong>clive, curvatura <strong>da</strong> pen<strong>de</strong>nte e distância do topo.Dentre os atributos <strong>de</strong>rivados do MDE que se encontram relacionados com osprocessos <strong>de</strong> formação do <strong>solo</strong> po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>stacar a elevação, <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e curvatura emca<strong>da</strong> ponto <strong>da</strong> superfície. Esses atributos permitem a caracterização <strong>de</strong> elementos <strong>da</strong>paisagem e a posterior associação com uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento através <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong>geoprocessamento (MOORE et al., 1991).ODEH et al. (1991) <strong>de</strong>stacaram a importância do <strong>de</strong>lineamento <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>paisagem <strong>para</strong> a projeção dos padrões <strong>de</strong> amostragem nos levantamentos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s, com14


o objetivo <strong>de</strong> diminuir o erro por extrapolação e, portanto, a classificação equivoca<strong><strong>da</strong>dos</strong> <strong>solo</strong>s. Esses autores encontraram que a <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e a curvatura explicam gran<strong>de</strong>parte <strong>da</strong> variabili<strong>da</strong><strong>de</strong> dos <strong>solo</strong>s <strong>da</strong> área estu<strong>da</strong><strong>da</strong>. O uso <strong>da</strong> <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>da</strong> orientação <strong>da</strong>vertente e <strong>da</strong> elevação nos levantamentos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s é praticamente generalizado.Por outro lado, DEMATTÊ et al. (1992) verificaram que condições climáticaslocais, materiais <strong>de</strong> origem e posição na encosta condicionam a drenagem local,influenciando assim <strong>de</strong>cisivamente os atributos e a distribuição dos <strong>solo</strong>s na paisagem.Em estudos no município <strong>de</strong> Jaú, COELHO et al. (1994) verificaram quediversos atributos dos <strong>solo</strong>s se relacionaram com segmentos geomorfológicos <strong>de</strong> umatranseção e com o material <strong>de</strong> origem. Concluíram que a distribuição dos tipos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>sao longo <strong>da</strong> toposseqüências foi <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> por uma associação <strong>de</strong> fatores ligados aposição topográfica e ao material <strong>de</strong> origem.IRVIN et al. (1997) utilizaram a informação <strong>de</strong>riva<strong>da</strong> <strong>da</strong> análise digital doterreno (elevação, <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, curvatura, radiação solar inci<strong>de</strong>nte e um índicetopográfico) em classificações dos tipos ISODATA (Iterative Self-Organizing DataAnalysis Technique) e lógica fuzzy <strong>para</strong> a discriminação <strong>de</strong> pedoformas. Esses autoresencontraram que os dois tipos <strong>de</strong> classificações numéricas replicaram as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>paisagem obti<strong>da</strong>s por métodos manuais e ain<strong>da</strong> permitiram maior <strong>de</strong>talhamento equantificação dos elementos <strong>da</strong> paisagem.No Brasil, MIRANDA et al. (1999) realizaram o levantamento semi-<strong>de</strong>talhadodos <strong>solo</strong>s <strong>da</strong> Zona <strong>da</strong> Mata Mineira, utilizando como base a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> padrõesfisiográficos por interpretação visual do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> elevação e <strong>da</strong>s classes <strong>de</strong><strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> orientação <strong>de</strong>riva<strong>da</strong>s <strong>de</strong>sse mo<strong>de</strong>lo. Em ca<strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>pedogeomorfológica homogênea os autores selecionaram pontos <strong>de</strong> observação eamostragem representativos, e obtiveram uma estratificação dos <strong>solo</strong>s basea<strong>da</strong> nasformas do relevo.HERMUCHE et al. (2003) <strong>de</strong>senvolveram um procedimento <strong>de</strong> mapeamentopedológico preliminar baseado nos <strong><strong>da</strong>dos</strong> morfométricos <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, aspecto e área <strong>de</strong>contribuição, obtidos a partir do MDE, no qual alcançou resultados que consi<strong>de</strong>rousatisfatórios, através <strong>da</strong> composição colori<strong>da</strong> entre essas diversas variáveis, composterior com<strong>para</strong>ção visual com a distribuição dos <strong>solo</strong>s <strong>de</strong>scritos pela EMBRAPA nabacia do rio Jardim, Distrito Fe<strong>de</strong>ral.LACERDA et al (2005) também conseguiram resultado semelhante em outraregião do Distrito Fe<strong>de</strong>ral, DF, a partir <strong>de</strong> cruzamentos entre diferentes classes <strong>de</strong>15


<strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> com o mo<strong>de</strong>lo numérico do terreno e classes <strong>de</strong> geologia. Após checagens<strong>de</strong> campo, constatou-se que a mo<strong>de</strong>lagem geomorfopedológica utiliza<strong>da</strong> apresentou boarepresentativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> distribuição <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s na paisagem, <strong>de</strong>monstrando que as técnicas<strong>de</strong> geoprocessamento utiliza<strong>da</strong>s foram eficientes.Classificando formas <strong>de</strong> relevo em correspondência com os tipos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s numamicrobacia no município <strong>de</strong> Viçosa, MG, IPPOLITI et al. (2005) relata que a<strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e o perfil topográfico foram os principais fatores <strong>de</strong> relevo queinfluenciaram na distribuição dos <strong>solo</strong>s na região estu<strong>da</strong><strong>da</strong>.VALLADARES & HOTT (2006) utilizaram elementos geomorfométricos taiscomo altitu<strong>de</strong>, curvatura topográfica e mapa <strong>de</strong> <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, obtidos a partir <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lodigital <strong>de</strong> elevação (MDE) com 4 metros <strong>de</strong> resolução espacial, na predição uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>mapeamento <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s. Após interpretação <strong>da</strong>s curvas <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> freqüência dosparâmetros morfométricos e <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> intervalos <strong>de</strong> classes, foram preditas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong> mapeamento que se mostraram úteis na elaboração <strong>de</strong> um mapa preliminar <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s,mas ain<strong>da</strong> houve necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> usar o método tradicional <strong>para</strong> elaboração do mapafinal.CARVALHO JUNIOR et al. (2006) avaliaram os parâmetros morfométricosaltitu<strong>de</strong>, cota relativa, aspecto, plano <strong>da</strong> curvatura, perfil <strong>da</strong> curvatura, <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>,direção <strong>de</strong> fluxo hídrico, acumulação <strong>de</strong> fluxo e distância euclidiana <strong>da</strong> drenagem, todosobtidos do MDE, que caracterizam as pedopaisagens, com a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r ospadrões <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s na paisagem e auxiliar nos levantamentos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>. Osresultados mostraram ser possível o uso <strong>de</strong>sses atributos na elaboração <strong>da</strong> classificaçãosupervisiona<strong>da</strong> usando re<strong>de</strong>s neurais ou algoritmos <strong>de</strong> máxima similari<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>para</strong>classificação <strong>de</strong> pedopaisagens em áreas montanhosas, reduzindo a subjetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> doslevantamentos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s.Com a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> possibilitar o <strong>de</strong>lineamento <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s homogêneas <strong>de</strong><strong>solo</strong>s, BUI et al. (2008) testaram várias metodologias <strong>de</strong> predição <strong>de</strong> mapas <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s apartir <strong>da</strong> relação <strong>de</strong>stes com a posição topográfica na paisagem, geologia, grupo <strong>de</strong>vegetação e uso do <strong>solo</strong>. Dentre as metodologias testa<strong>da</strong>s estão a <strong>da</strong>s árvores <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisãoe a Expector, na qual se realizou a associação entre o mapa <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s <strong>da</strong> região <strong>de</strong>Toowoomba, Austrália, com as <strong>de</strong>riva<strong>da</strong>s do terreno e geologia, a partir <strong>de</strong> uma gra<strong>de</strong><strong>de</strong> 250 metros <strong>de</strong> MDE. Os softwares utilizados na investigação foram o S-plus e o C5.Os parâmetros morfométricos utilizados foram: <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, curvaturas em planta, perfile tangencial, área <strong>de</strong> contribuição e aspecto, obtidos a partir do MDE.16


Recentemente, SIRTOLI et al. (2008) também mostraram correlações entre os<strong>solo</strong>s e os atributos do relevo na bacia hidrográfica do rio Canguiri, Paraná. Os atributosforam obtidos a partir <strong>da</strong> <strong>de</strong>rivação do mo<strong>de</strong>lo digital <strong>de</strong> elevação (MDE), <strong>de</strong>ntre osquais se po<strong>de</strong>m citar os primários elevação, <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, radiação solar global, plano eperfil <strong>de</strong> curvatura e orientação <strong>da</strong>s vertentes e o secundário índice topográfico <strong>de</strong>umi<strong>da</strong><strong>de</strong> (TWI). As interações que ocorrem entre geologia e os atributos <strong>de</strong>rivados doMDE com os <strong>solo</strong>s mapeados na área também foram avalia<strong>da</strong>s.Portanto, a escolha <strong>de</strong> quantas e, principalmente, quais variáveis morfométricasutilizar, é um fator <strong>de</strong>terminante <strong>para</strong> obtenção <strong>de</strong> um bom mo<strong>de</strong>lo relacional uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong> <strong>solo</strong>s - parâmetros <strong>de</strong>scritores do relevo.2.6 Técnicas <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem no mapeamento <strong>de</strong> <strong>solo</strong>sA predição <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento <strong>de</strong> <strong>solo</strong> <strong>de</strong> forma digital po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>como o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los numéricos ou estatísticos <strong>da</strong> relação entre variáveisambientais e proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s do <strong>solo</strong> (SCULL et al., 2003). Isto é, então, aplicado à base <strong>de</strong><strong><strong>da</strong>dos</strong> geográficos <strong>para</strong> criar um mapa preliminar. Esta técnica foi possibilita<strong>da</strong> pelo<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> tecnologias geocomputacionais nas últimas déca<strong>da</strong>s.Dentre estas está a utilização <strong>de</strong> ferramentas geoestatísticas, que possibilitamavaliar a <strong>de</strong>pendência espacial dos atributos estu<strong><strong>da</strong>dos</strong> e a conseqüente estimação <strong>de</strong>valores em lugares não medidos (McBRATNEY et al., 1992; VIEIRA, 2000). Essanova concepção em mapeamentos adiciona aos tradicionais fatores <strong>de</strong> formação do<strong>solo</strong>, <strong>de</strong>scritos por JENNY (1941), o fator localização geográfica (McBRATNEY et al.,2003).Avanços na ciência <strong>da</strong> informação geográfica, mo<strong>de</strong>lagem digital do terreno,sensoriamento remoto e lógica nebulosa, por exemplo, também criaram um imensopotencial <strong>para</strong> melhorar a forma como os mapas <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s são produzidos (ZADEH,1965). Nesses sistemas <strong>de</strong> processamento, parâmetros quantitativos <strong>de</strong>scritores <strong>da</strong>paisagem, como os geomorfométricos, e que têm estreita associação com a distribuiçãodos <strong>solo</strong>s, também po<strong>de</strong>m ser obtidos (IRVIN et al., 1997; VENTURA & IRVIN, 2000)Assim, têm-se que técnicas <strong>de</strong> estatística, geoestatística e mineração <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong>são ferramentas importantes <strong>para</strong> <strong>de</strong>senhar esquemas <strong>de</strong> amostragem <strong>para</strong> mapeamentoe caracterização do <strong>solo</strong>. Devido a muitas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos <strong>solo</strong>s variarem17


continuamente, métodos <strong>de</strong> classificação contínua (lógica fuzzy) são <strong>de</strong>sejáveis <strong>para</strong><strong>de</strong>screverem a variação do <strong>solo</strong> (BURROUGH, 2000).Essa técnica fuzzy tem sido intensamente utiliza<strong>da</strong> em trabalhos <strong>de</strong> inferênciaespacial e, quando com<strong>para</strong><strong>da</strong> à mo<strong>de</strong>lagem convencional, tem a prerrogativa <strong>de</strong> nãoforçar os especialistas a <strong>de</strong>finirem regras dicotômicas rígi<strong>da</strong>s com contatos normalmenteartificiais que diminuem a habili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> articular eficientemente soluções <strong>para</strong>problemas complexos, tão comuns em processos naturais (TANSCHEIT, 2006). Essastécnicas <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem permitem simular, através do uso <strong>de</strong> “possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s”, asincertezas e transições tão comuns aos sistemas pedológicos. Isto é feitocorrelacionando-se o grau <strong>de</strong> certeza à experiência e ao conhecimento acumulado.Assim, a atribuição dos pesos às possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> ocorrência <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>mapeamento em uma área é totalmente controla<strong>da</strong> pelo julgamento subjetivo <strong>de</strong>especialista experiente e que <strong>de</strong>tenha um profundo conhecimento sobre a área <strong>de</strong> estudo.Este tipo <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem faz parte <strong>da</strong> categoria <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> “basea<strong>da</strong> no conhecimento”e se apresenta como uma alternativa <strong>para</strong> operacionalizar os levantamentos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>.Porém, outras técnicas estão sendo <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s com a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>compreen<strong>de</strong>r melhor as relações entre os vários elementos <strong>da</strong> paisagem, através <strong>da</strong>criação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los que permitem a inferência <strong>de</strong>ssas várias variáveis utilizando comoferramenta programas que envolvem o aprendizado <strong>de</strong> máquina.2.7 Árvores <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisãoMineração <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> ou Data Mining, é a principal etapa do processo <strong>de</strong><strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> conhecimento em banco <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> (KDD - Knowledge Discovery inDatabases) e tem como objetivo encontrar padrões em <strong><strong>da</strong>dos</strong> armazenados nessesbancos (HAN & KANBER, 2001).As árvores <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão são técnicas <strong>de</strong> mineração <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> utiliza<strong>da</strong>s <strong>para</strong>classificação e predição <strong>da</strong>s amostras <strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong>s através <strong>de</strong> aprendizado <strong>de</strong>máquina, ou seja, com base em registros conhecidos realiza-se um conjunto <strong>de</strong>treinamento, <strong>da</strong> qual então uma árvore é monta<strong>da</strong> e, a partir <strong>de</strong>sta árvore, po<strong>de</strong>-seclassificar a amostra <strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong> sem necessariamente testar todos os valores dos seusatributos (BREIMAN et al., 1984).A árvore <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão consiste <strong>de</strong> uma hierarquia <strong>de</strong> nós internos e externos quesão conectados por ramos. O nó interno, também conhecido como <strong>de</strong>cisório ou nó18


intermediário, é a uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão que avalia através <strong>de</strong> teste lógico qualserá o próximo nó <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte ou filho. Em contraparti<strong>da</strong>, um nó externo, aquele quenão tem nó <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte, também conhecido como folha ou nó terminal, está associado aum rótulo ou valor. Assim, apresenta-se um conjunto <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> ao nó inicial <strong>da</strong> árvore, e<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do resultado do teste lógico usado pelo nó, a árvore ramifica-se <strong>para</strong> umdos nós filhos e este procedimento é repetido até que um nó terminal é alcançado. Arepetição <strong>de</strong>ste procedimento caracteriza a recursivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> árvore <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão(BREIMAN et al., 1984).Um dos principais autores contribuintes <strong>para</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ssametodologia foi QUINLAN (1983), através do <strong>de</strong>senvolvimento do algoritmo ID3(Iterative Dichotomizer – Dicotomizador Iterativo), na qual um conjunto <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> <strong>de</strong>um exemplo qualquer permitiu a construção automática <strong>de</strong> uma árvore <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão.Para a construção <strong>de</strong>stas árvores também são usados outros algoritmos como oASSISTANT, C4.5, C5 (QUINLAN, 1983), CART ( BREIMAN et al., 1984), <strong>de</strong>ntreoutros. O C4.5 não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> suposições sobre a distribuição dos valores <strong>da</strong>s variáveisou <strong>da</strong> in<strong>de</strong>pendência entre si <strong>da</strong>s variáveis. Isto é importante quando se utiliza <strong><strong>da</strong>dos</strong> <strong>de</strong>SIG juntamente com <strong><strong>da</strong>dos</strong> <strong>de</strong> imagem (ARAKI, 2005). Não há uma forma <strong>de</strong><strong>de</strong>terminar qual é o melhor algoritmo, sendo que um po<strong>de</strong> ter melhor <strong>de</strong>sempenho em<strong>de</strong>termina<strong>da</strong> situação e outro po<strong>de</strong> ser mais eficiente em outros tipos <strong>de</strong> situações.A figura 1 representa uma árvore <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão on<strong>de</strong> ca<strong>da</strong> nó <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão contém umteste <strong>para</strong> algum atributo, ca<strong>da</strong> ramo <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte correspon<strong>de</strong> a um possível valor <strong>de</strong>steatributo, os conjuntos <strong>de</strong> ramos são distintos, ca<strong>da</strong> folha está associa<strong>da</strong> a uma classe e,ca<strong>da</strong> percurso <strong>da</strong> árvore, <strong>da</strong> raiz à folha, correspon<strong>de</strong> uma regra <strong>de</strong> classificação.Figura 1 - Representação esquemática <strong>de</strong> uma árvore <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão (GAMA, 2004).19


Como se po<strong>de</strong> visualizar, a estrutura <strong>de</strong> uma árvore <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão é forma<strong>da</strong> por:– folhas (nós puros), que correspon<strong>de</strong>m às uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s a serem preditas.– nós internos, que correspon<strong>de</strong>m aos atributos (especifica algum teste efetuado numúnico atributo, com duas ou mais sub-árvores que representam saí<strong>da</strong>s possíveis);– ramos, que correspon<strong>de</strong>m aos valores dos atributos.Os algoritmos <strong>de</strong> indução <strong>de</strong> árvores <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão constroem os padrões a partirdos <strong><strong>da</strong>dos</strong> <strong>de</strong> treino, <strong>de</strong> uma forma recursiva efetuando a subdivisão do conjunto <strong>de</strong><strong><strong>da</strong>dos</strong> até que este seja apenas composto por nós “puros”, ou seja, até que ca<strong>da</strong> nórepresente apenas uma única classe ou satisfaça um <strong>de</strong>terminado critério (QUINTELA,2005).O critério utilizado <strong>para</strong> realizar as partições é o <strong>da</strong> utili<strong>da</strong><strong>de</strong> do atributo <strong>para</strong> aclassificação. Aplica-se, por este critério, um <strong>de</strong>terminado ganho <strong>de</strong> informação a ca<strong>da</strong>atributo. O atributo escolhido como atributo teste <strong>para</strong> o corrente nó é aquele que possuio maior ganho <strong>de</strong> informação. A partir <strong>de</strong>sta aplicação, inicia-se um novo processo <strong>de</strong>partição. Nos casos em que a árvore é usa<strong>da</strong> <strong>para</strong> classificação, os critérios <strong>de</strong> partiçãomais conhecidos são baseados na entropia (ONODA, 2001).Entropia é o cálculo do ganho <strong>de</strong> informação baseado em uma medi<strong>da</strong> utiliza<strong>da</strong>na teoria <strong>da</strong> informação (equações 1, 2, 3 e 4), na qual H é a entropia e U(y/x) o grau <strong>de</strong>incerteza <strong>da</strong> informação (equações 5 e 6), sendo y a variável a ser predita e x a original.A entropia caracteriza a pureza/impureza dos <strong><strong>da</strong>dos</strong>: em um conjunto <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong>, é umamedi<strong>da</strong> <strong>da</strong> falta <strong>de</strong> homogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> dos <strong><strong>da</strong>dos</strong> <strong>de</strong> entra<strong>da</strong> em relação a sua classificação.Por exemplo, a entropia é máxima quando x prediz totalmente y (igual a 1), ou seja,quando o conjunto <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> é heterogêneo (MITCHELL (1997); COIMBRA (2008)). Jáquando a entropia é 0, x e y não apresentam associação alguma.A entropia, H, <strong>de</strong> x e y é respectivamente:H ( x)= ∑ − p i. ln pie H ( y)= ∑ − p j. ln pj[1]on<strong>de</strong> i = 1,2.. n, nas classes <strong>de</strong> variáveis x; j = 1,2.. m, nas classes <strong>da</strong> variável y; p é aprobabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> uma classe; ln é o logaritmo natural.A entropia conjunta é:−∑H ( x,y)[2]= p i. ln pj ija entropia <strong>de</strong> x <strong>da</strong>do y é:20


−∑H x / y)= p .ln( p / p )[3](ij ij ie <strong>de</strong> modo inverso, a entropia <strong>de</strong> y <strong>da</strong>do x é:−∑H y / x)= p .ln( p / p )[4](ij i j ja incerteza <strong>de</strong> y <strong>da</strong>do x, U (y|x), é:[ H ( y)− H ( y / x)]U ( y / x)= [5]H ( y)U (y|x) dá uma idéia <strong>da</strong> fração <strong>de</strong> y que é redun<strong>da</strong>nte com a informação em x, contudoessa relação é exponencial e não linear. Os mapas x e y po<strong>de</strong>m ser tratadossimetricamente <strong>para</strong> <strong>da</strong>r a incerteza <strong>de</strong> informações conjuntas, U (x, y):[ H ( y)+ H ( x)− H ( x,y)]U ( x / y)= [6]H ( y)+ H ( x)Se o mapa predito for y e o mapa <strong>de</strong> treinamento é x, U (y|x) é a medi<strong>da</strong> <strong>da</strong> força <strong>da</strong>previsão. O coeficiente <strong>de</strong> incerteza simétrico, U (x, y), é mais apropriado <strong>para</strong>com<strong>para</strong>r os resultados <strong>de</strong> dois métodos <strong>para</strong> fazer previsões <strong>de</strong> mapa.A construção <strong>de</strong> uma árvore <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão tem, então, três objetivos: diminuir aentropia (aleatorie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> variável objetivo), ser consistente com o conjunto <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> epossuir o menor número <strong>de</strong> nós.Uma árvore <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão tem, portanto, a função <strong>de</strong> subdividir recursivamente umconjunto <strong>de</strong> treinamento, até que ca<strong>da</strong> subconjunto obtido <strong>de</strong>sta subdivisão contenhacasos <strong>de</strong> uma única classe. Para atingir esta meta, a técnica <strong>de</strong> árvores <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisãoexamina e com<strong>para</strong> a distribuição <strong>de</strong> classes durante a construção <strong>da</strong> árvore. O resultadoobtido, após a construção <strong>de</strong> uma árvore <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão são <strong><strong>da</strong>dos</strong> organizados <strong>de</strong> maneiracompacta, que são utilizados <strong>para</strong> classificar novos casos (HOLSHEIMER & SIEBES,1994). A partir <strong>de</strong> uma árvore <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão é possível <strong>de</strong>rivar regras. As regras sãoescritas consi<strong>de</strong>rando o trajeto do nó raiz até uma folha <strong>da</strong> árvore.A avaliação <strong>da</strong> árvore <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão foi realiza<strong>da</strong> através <strong>da</strong> utilização <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> quenão tenham sido usados no treinamento. Esta estratégia permite estimar como a árvoregeneraliza os <strong><strong>da</strong>dos</strong> e se a<strong>da</strong>pta a novas situações, po<strong>de</strong>ndo, também, estimar aproporção <strong>de</strong> erros e acertos ocorridos na sua construção (BRAZDIL, 2008). Essasmatrizes <strong>de</strong> erros po<strong>de</strong>m ser avalia<strong>da</strong>s através do índice Kappa (equação 7), que me<strong>de</strong> omontante dos <strong><strong>da</strong>dos</strong> que estão em concordância com o mo<strong>de</strong>lo e corrige os <strong><strong>da</strong>dos</strong>21


inconsistentes <strong>para</strong> o montante esperado. Os valores <strong>da</strong> diagonal principal <strong>da</strong> matriz <strong>de</strong>confusão refletem o montante em concordância com o mo<strong>de</strong>lo e os elementos que nãoestão nas diagonais mostram o montante "<strong>da</strong> confusão", on<strong>de</strong> as classes não estãopreditas pelo mo<strong>de</strong>lo gerado (COHEN, 1960).A fórmula do índice Kappa é:K =∑pii1−− ∑∑ qiiqiion<strong>de</strong> Σpii é a soma dos elementos diagonais ou o total <strong>de</strong> concordância e Σq ii é a soma<strong>da</strong> concordância espera<strong>da</strong>. O índice Kappa varia <strong>de</strong> -1 <strong>para</strong> a discordância perfeita a 1<strong>para</strong> a concordância completa.Assim, as árvores <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão apresentam como vantagens a sua versatili<strong>da</strong><strong>de</strong> eum elevado índice <strong>de</strong> legibili<strong>da</strong><strong>de</strong> que permitem i<strong>de</strong>ntificar <strong>de</strong> forma expedita os fatoresmais influentes, além <strong>de</strong> permitir a classificação <strong>de</strong> uma amostra <strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong> sem anecessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> análise <strong>de</strong> todos os atributos.Entretanto, <strong>de</strong>vemos consi<strong>de</strong>rar alguns <strong>de</strong>talhes antes do uso do algoritmo <strong>de</strong>árvores <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão. O algoritmo trabalha bem com valores discretos, pois caso contrárioa árvore po<strong>de</strong> se tornar extensa e <strong>de</strong> difícil compreensão. Outro problema é anecessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se utilizar uma quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> quando se trata <strong>de</strong>estruturas complexas, o que po<strong>de</strong> gerar problema quanto ao tempo <strong>de</strong> montagem <strong>da</strong>árvore, pois é necessária uma gran<strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> cálculos <strong>de</strong> probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> além <strong>de</strong>armazenamento temporário <strong>de</strong> valores.[7]2.8 Sistemas <strong>de</strong> Informação Geográficas e Sensoriamento RemotoOs Sistemas <strong>de</strong> Informação Geográficas (SIG) po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>finidos como sistema<strong>de</strong> informações computacionais que permitem a captura, mo<strong>de</strong>lagem, manipulação,recuperação, análise e apresentação <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> georreferenciados (WORBOIS, 1995). Jáo sensoriamento remoto é uma técnica <strong>para</strong> obter informações sobre objetos através <strong>de</strong><strong><strong>da</strong>dos</strong> coletados por instrumentos que não estejam em contato físico como os objetosinvestigados, sendo que a forma <strong>de</strong> transmissão dos <strong><strong>da</strong>dos</strong> (do objeto <strong>para</strong> o sensor) sedá através <strong>da</strong> radiação eletromagnética (AVERY & BERLIN, 1992; MENESES, 2001).22


Estes sistemas manipulam <strong><strong>da</strong>dos</strong> georreferenciados, mapas temáticos diversos,imagens <strong>de</strong> satélites, fotografias aéreas, entre outros, permitindo a realização <strong>de</strong>diversos tipos <strong>de</strong> análises ambientais (GOODCHILD, 1993).Os projetos <strong>de</strong>senvolvidos em SIG apresentam como principal proposta acombinação <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> espaciais, objetivando <strong>de</strong>screver e analisar interações <strong>para</strong> fazerprevisões, através <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los empíricos que fornecem apoio à <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> classes,uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s ou locais <strong>de</strong> interesse.Os métodos <strong>de</strong> levantamentos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s têm passado por vários ajustes eaperfeiçoamentos ao longo dos anos e um mo<strong>de</strong>lo básico é <strong>de</strong>scrito hierarquizando asdiversas etapas <strong>de</strong> execução. Pesquisas em tecnologias <strong>de</strong> mapeamento têm direcionadomais atenção <strong>para</strong> técnicas inovadoras, que se utilizam dos conhecimentos disponíveisem geoestatística, sistemas geográficos, sensoriamento remoto por satélite,processamento digital, recursos <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o e imagem, ra<strong>da</strong>r <strong>de</strong> penetração, laser, commelhoria do processo <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> e organização <strong>da</strong>s etapas do levantamento <strong>de</strong><strong>solo</strong>s como um ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro sistema <strong>de</strong> informação (ZINK, 1990).As aplicações <strong>de</strong> sensoriamento remoto em pedologia começaram na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong>1930 com a utilização <strong>de</strong> fotografias aéreas como mapas-base. Na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1960 umnovo impulso ocorreu com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas técnicas cartográficas, queforam introduzi<strong>da</strong>s <strong>para</strong> <strong>da</strong>r suporte aos mapeamentos pedológicos, permitindo o estudofisiográfico dos <strong>solo</strong>s (BERTOLDO et al., 2005).Com o advento <strong>da</strong> informática, o uso <strong>de</strong> geotecnologias (SIG - Sistema <strong>de</strong>Informações Geográficas e PDI – Processamento Digital <strong>de</strong> Imagens) vem apontandonovos caminhos e mo<strong>de</strong>los que possibilitam o tratamento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><strong><strong>da</strong>dos</strong> e informações indispensáveis aos mapeamentos realizados em Ciência do Solo.Este cenário se amplia com a disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> novas imagens e <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> <strong>de</strong> MDE.Atualmente estes padrões po<strong>de</strong>m ser avaliados através <strong>de</strong> imagens <strong>de</strong> satélite ecartografia digitais, <strong>da</strong>ndo subsídio <strong>para</strong> planejamentos agrícolas, como é o caso doinventário e levantamento do uso <strong>da</strong> terra, visando o monitoramento <strong>de</strong> culturasconsi<strong>de</strong>rando o agroambiente (ALVES et al., 2000).Existem diversos trabalhos utilizando a tecnologia dos SIG’s, <strong>para</strong> acaracterização dos recursos naturais, po<strong>de</strong>ndo-se citar: ANDRADE et al. (1998),LACERDA (1999), entre tantos outros, que aplicaram mo<strong>de</strong>los preditivos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s napaisagem, permitindo o mapeamento dos <strong>solo</strong>s <strong>da</strong>s regiões estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s.23


A integração <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> ambientais <strong>para</strong> o planejamento territorial em microbaciascom SIG tem sido experimenta<strong>da</strong> sob varia<strong>da</strong>s formas. Dados estruturados em imagensraster ligados a precipitação pluvial, <strong>solo</strong>s, relevo e proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> vegetação, sãosobrepostos <strong>para</strong> executar, <strong>de</strong> forma espacializa<strong>da</strong>, análises do potencial e <strong>da</strong>sfragili<strong>da</strong><strong>de</strong>s do terreno. Sistemas provêm automação <strong>de</strong> análises <strong>para</strong> o planejamentoterritorial, como o programa SAMPA (KOFFLER, 1995) que faz a aplicação automáticados procedimentos <strong>da</strong> avaliação <strong>da</strong> aptidão agrícola <strong>da</strong>s terras (RAMALHO FILHO &BEEK, 1994). De modo semelhante, LOPES-ASSAD (1995) operou em SIG osprocedimentos <strong>da</strong> classificação <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uso do <strong>solo</strong> (LEPSCH et al., 1991).A exatidão <strong>da</strong>s imagens <strong>de</strong> variáveis numéricas <strong>da</strong> paisagem é pouco estu<strong>da</strong><strong>da</strong>(WEIR, 1991) assim como é pouco freqüente sua obtenção com o uso <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s reais,sejam <strong>de</strong> campo ou cartográficas. O volume <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> solicitados e as complicaçõesadvin<strong>da</strong>s <strong>de</strong> simplificações <strong>da</strong> resolução geométrica (CAVALLI & VALERIANO,2000) reforçam a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se <strong>de</strong>senvolver procedimentos a<strong>de</strong>quados durante aaplicação <strong>da</strong>s técnicas digitais disponíveis (VALERIANO, 1999).As diferentes variáveis passíveis <strong>de</strong> extração automática em SIG po<strong>de</strong>m <strong>da</strong>rsuporte à classificação multivaria<strong>da</strong> <strong>da</strong> paisagem, fornecendo uma segmentação <strong>da</strong>mesma em ambientes topográficos. Como exemplos <strong>de</strong> extração digital <strong>de</strong> informações<strong>da</strong> topografia, análises <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s fluviais (TURCOTTE et al., 2001), partição <strong>de</strong>microbacias hidrográficas (BAND, 1986) e a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> relevo(GILES & FRANKLIN, 1998) vêm sendo <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s em ambiente computacional,amenizando a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> <strong>de</strong> trabalho manual e a subjetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ssas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.Essas ferramentas computacionais, conjuga<strong>da</strong>s a uma base <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> <strong>de</strong> <strong>solo</strong>soriun<strong>da</strong> dos levantamentos já realizados, a exemplo <strong>da</strong>s disponíveis em instituições eempresas que realizam levantamentos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s (ou que realizem pesquisas comobtenção <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> similares), como o <strong>IAC</strong>, Universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e empresas reflorestadoras,po<strong>de</strong>m aperfeiçoar a execução <strong>de</strong> levantamentos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s (CARRÉ et al., 2006). Avantagem <strong>de</strong>sse procedimento é a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> relativamente reduzi<strong>da</strong> <strong>de</strong> tempo e <strong>de</strong>recursos financeiros.WEBER et al. (2006) relatam o uso <strong>de</strong> apoio digital e <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem <strong>solo</strong>-relevoe <strong>de</strong> cooperação entre Universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Instituições <strong>de</strong> Pesquisa viabilizando omapeamento <strong>de</strong> 20 quadrículas na escala 1:50.000 no estado do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul,mostrando a otimização dos trabalhos através <strong>da</strong> realização <strong>de</strong>ssas parcerias.24


2.9 Com<strong>para</strong>ção entre resultados <strong>de</strong> diversas técnicas <strong>de</strong> mapeamento digitalBUI et al. (2008), também utilizou árvores <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão na predição <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong> mapeamento <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s na região <strong>de</strong> Toowoomba, Austrália. O mapa original <strong>de</strong>ssaárea <strong>de</strong> treinamento foi com<strong>para</strong>do com o mapa predito através <strong>de</strong> testes <strong>de</strong> incerteza <strong>da</strong>informação, sendo que pelo método S-plus chegou a resultados mo<strong>de</strong>rados, com 35 %<strong>de</strong> acurácia pelo método expector, 37 % pelas árvores <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão e 49 % através <strong>da</strong>sobreposição dos resultados dos dois métodos com o mapa original. Como os doisresultados individualizados foram representações incompletas dos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> <strong>solo</strong>soriginais realizados pelos pedólogos, testaram-se outros mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> árvores <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisãoa partir do algoritmo C5, que constrói árvores <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão por maximizar a redução <strong>da</strong>entropia em ca<strong>da</strong> nó <strong>da</strong> árvore, além <strong>de</strong> tratar maiores banco <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> em menor tempo.A partir <strong>de</strong>sse mo<strong>de</strong>lo chegou-se a excelentes resultados, com um uma acurácia entre omapa predito e o original <strong>de</strong> 48 %, mostrando-se possível a extrapolação <strong>para</strong> áreassemelhantes geomorfologicamente.Quanto ao sensoriamento remoto, a aplicação <strong>de</strong>sta técnica no estudo do <strong>solo</strong>baseia-se no fato <strong>de</strong> que os diferentes <strong>solo</strong>s absorvem e refletem a energiaeletromagnética em comprimentos <strong>de</strong> on<strong>da</strong> distintos, <strong>de</strong> acordo com seus atributosquímicos, físicos e mineralógicos sendo, <strong>de</strong>sta forma, possível diferencia-los entre si(ANDRONIKOV & DOBROVOLSKIY, 1991).DEMATTÊ et al. (2004), em estudos na região <strong>de</strong> Uberlândia/MG, mostroucorrelações entre mapas obtidos por sensoriamento remoto espectral e o obtido pelométodo convencional. Utilizando o mapa planialtimétrico como base, 30 pontos <strong>de</strong>amostragem foram <strong>de</strong>marcados na área <strong>de</strong> estudo. As amostras foram coleta<strong>da</strong>s a 0–20,40–60 e 80–100 cm <strong>de</strong> profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> em ca<strong>da</strong> ponto, todos georreferenciados,totalizando noventa amostras nas quais foram feitas as análises químicas, físicas eradiométricas. Os <strong><strong>da</strong>dos</strong> radiométricos foram obtidos em laboratório usando oespectrorradiômetro IRIS, na faixa <strong>de</strong> 400–2.500 nm.Pela análise e interpretação dos <strong><strong>da</strong>dos</strong> espectrais, juntamente com as curvas <strong>de</strong>nível, obteve-se um mapa espectral <strong>de</strong>talhado <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s. Na mesma área foi obtido ummapa <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s <strong>de</strong>talhado pelo método convencional. Foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s quatrouni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamentos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s em ambos os mapas, com boa correlação,<strong>de</strong>monstrando que os <strong><strong>da</strong>dos</strong> espectrais po<strong>de</strong>m ser utilizados como instrumento nomapeamento <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s. A matriz <strong>de</strong> confusão permitiu i<strong>de</strong>ntificar que a maior correlação25


foi no <strong>solo</strong> <strong>de</strong> maior ocorrência, latos<strong>solo</strong> (75 % <strong>da</strong> área <strong>de</strong> estudo), com 95 %<strong>de</strong>concordância, o que implicou em erros <strong>de</strong> até 65 % em uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento <strong>de</strong>menor abrangência. A maior parte <strong>da</strong>s confusões ocorreu na zona <strong>de</strong> transição entre asdiferentes classes <strong>de</strong> <strong>solo</strong>. Por causa <strong>da</strong> complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>stes locais, os <strong><strong>da</strong>dos</strong> espectraisnão i<strong>de</strong>ntificaram corretamente a classe <strong>de</strong> <strong>solo</strong>. Além disso, como na área as classes docambis<strong>solo</strong> e do gleis<strong>solo</strong> ocupam uma área pequena, proporcionalmente aos latos<strong>solo</strong>s,qualquer ponto classificado erroneamente representa ou uma expressiva per<strong>da</strong> ou ganho<strong>de</strong> área.HERMUTHE et al. (2003) em estudos na Bacia do rio Jardim, Distrito Fe<strong>de</strong>ral,<strong>de</strong>senvolveu metodologia basea<strong>da</strong> em <strong><strong>da</strong>dos</strong> morfométricos <strong>para</strong> subsidiar os trabalhos<strong>de</strong> campo, através <strong>da</strong> elaboração <strong>de</strong> mapeamentos preliminares. A partir do MDEelaboraram-se os mapas <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, aspecto e área <strong>de</strong> contribuição. Apósisso, foram emprega<strong>da</strong>s técnicas <strong>de</strong> composição colori<strong>da</strong>, com o objetivo <strong>de</strong> realçar ospadrões morfométricos. Assim, combinaram-se três imagens quaisquer com as trêscores primárias (RGB) e foi possível i<strong>de</strong>ntificar padrões visuais correlacionados com os<strong>solo</strong>s. Com a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar os limites ou faixas <strong>de</strong> transição entre umaUNIMAP e outra foram elaborados histogramas <strong>de</strong> freqüência e realiza<strong>da</strong>s as máscaras<strong>para</strong> obtenção do mapa preliminar. Por fim, foram calcula<strong>da</strong>s as estatísticas dos padrõesmorfométricos (ENVI 3.2) <strong>para</strong> ca<strong>da</strong> classe <strong>de</strong> <strong>solo</strong>, na qual os autores concluiram que,em com<strong>para</strong>ção com o mapa existente, houve semelhança. O problema <strong>de</strong>ssametodologia é que nem todos os tipos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s são i<strong>de</strong>ntificados, em virtu<strong>de</strong> dos padrõesmorfométricos estabelecidos não fornecerem critérios suficientes <strong>para</strong> todo tipo <strong>de</strong> <strong>solo</strong>.BERTOLDO et al. (2007), em estudos na bacia hidrográfica do ribeirão Fartura,em Paraibuna/SP, em uma área <strong>de</strong> 8.000 ha, obtiveram o <strong>de</strong>talhamento do mapa <strong>de</strong><strong>solo</strong>s escala 1:500.000 <strong>para</strong> 1:200.000, com o auxílio <strong>de</strong> geoprocessamento emo<strong>de</strong>lagem, com base no mo<strong>de</strong>lo geomorfo-pedológico. A partir do MDE obtiveram-seas classes <strong>de</strong> <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e suas correspondências com o relevo e <strong>solo</strong>, o quepossibilitou as correlações com base no mo<strong>de</strong>lo geomorfo-pedológico <strong>de</strong>senvolvido porANDRADE et al. (1998). Através do módulo Análise/LEGAL do software SPRING(INPE, 2000), foi obtido o cruzamento do mapa <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s 1:500.000, e o mapa <strong>de</strong> classes<strong>de</strong> relevo, gerados através dos <strong><strong>da</strong>dos</strong> obtidos pelo SRTM com eqüidistância <strong>da</strong>s curvas<strong>de</strong> nível <strong>de</strong> 25 metros, resultando assim o mapa preliminar <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s <strong>para</strong> a área <strong>de</strong>estudo. O método <strong>de</strong> classificação <strong>de</strong> pedoformas proposto possibilitou a obtenção <strong>de</strong>uma mo<strong>de</strong>lagem preliminar <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s e a quantificação <strong>da</strong>s áreas ocupa<strong>da</strong>s por classes <strong>de</strong>26


mapeamento, consi<strong>de</strong>rando as classes <strong>de</strong> <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> que caracterizam o relevo e omapa <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s na escala 1:500.000, mostrando ser uma ferramenta eficiente tanto emtermos <strong>de</strong> economia <strong>de</strong> tempo quanto <strong>de</strong> recursos. Contudo, <strong>de</strong>ve-se salientar aimportância <strong>da</strong> checagem <strong>de</strong> campo, <strong>de</strong> modo a observar variações não evi<strong>de</strong>ntes nomaterial cartográfico, como por exemplo, mu<strong>da</strong>nças no material <strong>de</strong> origem ou aspectosrelativos à erosão atual, e o estabelecimento <strong>da</strong>s relações <strong>de</strong> ocorrência dos <strong>solo</strong>s napaisagem.CARVALHO et al. (2007), em estudos na Chapa<strong>da</strong> Diamantina, município <strong>de</strong>Mucugê/BA, utilizou lógica nebulosa fuzzy na predição <strong>de</strong> mapas pedológicos a partir<strong>de</strong> variáveis morfométricas <strong>de</strong> <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, altitu<strong>de</strong>, geologia e vegetação.A lógica fuzzy é a lógica basea<strong>da</strong> na teoria dos conjuntos fuzzy. Ela difere dossistemas lógicos tradicionais em suas características e seus <strong>de</strong>talhes. Nesta lógica, oraciocínio exato correspon<strong>de</strong> a um caso limite do raciocínio aproximado, sendointerpretado como um processo <strong>de</strong> composição <strong>de</strong> relações nebulosas. Na lógica fuzzy, ovalor ver<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma proposição po<strong>de</strong> ser um subconjunto fuzzy <strong>de</strong> qualquer conjuntoparcialmente or<strong>de</strong>nado, ao contrário dos sistemas lógicos binários, on<strong>de</strong> o valor ver<strong>da</strong><strong>de</strong>só po<strong>de</strong> assumir dois valores: ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro (1) ou falso (0). Nos sistemas lógicos multivalores,o valor ver<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma proposição po<strong>de</strong> ser ou um elemento <strong>de</strong> um conjuntofinito, num intervalo, ou uma álgebra booleana. Na lógica nebulosa, os valores ver<strong>da</strong><strong>de</strong>são expressos linguisticamente, (e.g. : ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, muito ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, não ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, falso,muito falso, ...), on<strong>de</strong> ca<strong>da</strong> termo linguístico é interpretado como um subconjunto fuzzydo intervalo unitário (ZADEH, 1988).Assim, a mo<strong>de</strong>lagem por lógica nebulosa fuzzy permite simular, através do uso<strong>de</strong> “probabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s”, as incertezas e transições tão comuns aos sistemas pedológicos.Isto é feito correlacionando-se o grau <strong>de</strong> certeza à experiência e ao conhecimentoacumulado. Assim, a atribuição dos pesos às probabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> ocorrência <strong>da</strong>s classes<strong>de</strong> <strong>solo</strong> em uma área é totalmente controla<strong>da</strong> pelo julgamento subjetivo <strong>de</strong> especialistaexperiente e que <strong>de</strong>tenha um profundo conhecimento sobre a área <strong>de</strong> estudo (ZADEH,1973). Po<strong>de</strong>-se constatar, segundo CARVALHO et al. (2007), que a metodologiapermite:1- fazer predição <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>solo</strong> a partir <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> auxiliares (relacionados aosfatores <strong>de</strong> formação do <strong>solo</strong>) pré-existentes e do conhecimento <strong>de</strong> especialistas <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s;27


2- a metodologia é extremamente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do conhecimento <strong>de</strong> especialistas em<strong>solo</strong>s <strong>da</strong> área a ser mapea<strong>da</strong> e como cita<strong>da</strong> na literatura pela quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do banco <strong>de</strong><strong><strong>da</strong>dos</strong>.3- a mo<strong>de</strong>lagem sob inferência fuzzy <strong>de</strong>monstra ser potencialmente capaz <strong>de</strong>operacionalizar os trabalhos em levantamentos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>4- Os <strong><strong>da</strong>dos</strong> raster representados por muitos quadrados pequenos - pixels, permitemagregar informações inerentes a condições particulares <strong>da</strong> cobertura pedológica <strong>de</strong> umaregião, possibilitando na mo<strong>de</strong>lagem SIG a representação <strong>de</strong> pequenas variações comboa resolução espacial.Para se <strong>de</strong>finir a real aplicabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> metodologia, porém, é preciso confeccionar omapa digital <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s e confrontar os resultados obtidos com os encontrados no mapa <strong>de</strong><strong>solo</strong> convencional <strong>da</strong> área, verificando no campo a existência ou não <strong>da</strong>s variações e <strong>da</strong>sinformações conti<strong>da</strong>s no mapa convencional e no mapa a ser gerado por estametodologia.Por fim, a re<strong>de</strong> neural é uma técnica <strong>de</strong> aprendizado <strong>de</strong> máquina, na qualsistemas computacionais são estruturados numa aproximação à computação basea<strong>da</strong> emligações (KEY et al., 1989). Nós simples são interligados <strong>para</strong> formar uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> nós,sendo um método <strong>para</strong> solucionar problemas através <strong>da</strong> simulação do cérebro humano,ou seja, apren<strong>de</strong>ndo, errando e fazendo <strong>de</strong>scobertas. São técnicas computacionais queapresentam um mo<strong>de</strong>lo inspirado na estrutura neural <strong>de</strong> organismos inteligentes e queadquirem conhecimento através <strong>da</strong> experiência. Um re<strong>de</strong> neural po<strong>de</strong> possuir uma oumúltiplas cama<strong>da</strong>s. Exemplificando com três cama<strong>da</strong>s, po<strong>de</strong>ríamos ter a cama<strong>da</strong> <strong>de</strong>entra<strong>da</strong>, on<strong>de</strong> as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s recebem os padrões; a cama<strong>da</strong> intermediária, on<strong>de</strong> é feitoprocessamento e a extração <strong>de</strong> características; e a cama<strong>da</strong> <strong>de</strong> saí<strong>da</strong>, que conclui eapresenta o resultado final. Quanto maior o número <strong>de</strong> cama<strong>da</strong>s, melhor a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>aprendizado (HAYKIN, 2001). Entretanto, enquanto os sistemas especialistas sãobaseados na representação simbólica do conhecimento e, conseqüentemente,incorporam <strong><strong>da</strong>dos</strong> qualitativos na estimativa, através <strong>da</strong> programação a priori doalgoritmo <strong>de</strong> aprendizagem, as re<strong>de</strong>s neurais empregam uma abor<strong>da</strong>gem conexionista(HEPNER et al., 1990).Em região montanhosa <strong>de</strong> Mares <strong>de</strong> Morros na Bacia do rio São Domingos,região Noroeste do Rio <strong>de</strong> Janeiro CHAGAS (2006), utilizou o MDE <strong>para</strong> predizeruni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s através <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s neurais. Dentre os atributos doterreno, elevação, <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, aspecto e plano <strong>de</strong> curvatura são os que mais se28


correlacionaram com a distribuição dos <strong>solo</strong>s, e a sua utilização facilitou a i<strong>de</strong>ntificação<strong>da</strong>s diferentes interações que ocorrem na área. Finalmente, foi utiliza<strong>da</strong> uma abor<strong>da</strong>gempor re<strong>de</strong>s neurais <strong>para</strong> a predição <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento. Nesta avaliação, basea<strong>da</strong>no clássico conceito <strong>solo</strong>-paisagem, foram testa<strong>da</strong>s diferentes combinações entre asvariáveis discriminantes: geologia, elevação, <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, aspecto, plano <strong>de</strong> curvatura,índice <strong>de</strong> umi<strong>da</strong><strong>de</strong> (CTI) e três índices <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> uma imagem do sensor ETM+ doLandsat-7, quanto à capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> discriminação <strong>da</strong>s classes <strong>de</strong> <strong>solo</strong>. A com<strong>para</strong>çãocom pontos <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> campo mostrou que o mapa produzido pela abor<strong>da</strong>gem porre<strong>de</strong>s neurais obteve um <strong>de</strong>sempenho superior (70,83 % <strong>de</strong> concordância) aos mapasproduzidos pelo método convencional (52,77 %).Acredita-se, portanto, que tanto o mapeamento digital <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s através <strong>de</strong>árvores <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão, assim como outras técnicas <strong>de</strong> mapeamento digital, como porSensoriamento Remoto, criação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los geomorfo-pedológico, lógica nebulosafuzzy e re<strong>de</strong>s neurais, possam apresentar vantagens e <strong>de</strong>svantagens em relação aométodo tradicional <strong>de</strong> mapeamento pedológico. Assim, <strong>para</strong> viabilizar essesmapeamentos a custos acessíveis, <strong>de</strong> acordo com a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> existente e finali<strong>da</strong><strong>de</strong>proposta, torna-se necessário a utilização <strong>de</strong>ssas novas ferramentas conjuntamente como conhecimento acumulado pelos pedólogos, pois essas metodologias sãocomplementares.2.10 Pedometria: precisão e exatidão dos mapasA técnica <strong>de</strong> mapeamento digital permite a utilização <strong>de</strong> novos procedimentos apartir <strong>da</strong> utilização <strong>de</strong> novas ferramentas, como base <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s existentes,mo<strong>de</strong>los digitais <strong>de</strong> elevação, sistemas <strong>de</strong> informação geográfica, geoestatística efunções <strong>de</strong> pedotransferência (MENDONÇA-SANTOS, 2007).A precisão <strong>da</strong>s informações <strong>de</strong> um mapa <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s é <strong>da</strong><strong>da</strong> pela variação dosatributos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento ou dos mapas <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s. Aquali<strong>da</strong><strong>de</strong> pedológica <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>, em geral, do tipo <strong>de</strong> levantamento <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s, nívelcategórico utilizado <strong>para</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s taxonômicas, escala <strong>de</strong>mapeamento <strong>de</strong> campo e <strong>de</strong> publicação, tipos <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento e seuscomponentes, métodos <strong>de</strong> prospecção, amostragem e verificação <strong>de</strong> limites, os quaisrefletem a precisão e a acurácia <strong>da</strong> informação presente nos mapas (SILVA, 2000).29


A quali<strong>da</strong><strong>de</strong> pedológica dos mapas digitais produzidos po<strong>de</strong> ser testa<strong>da</strong> através<strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> pureza, utilizando son<strong>da</strong>gens externas com a escolha <strong>de</strong> pontos napaisagem selecionados aleatoriamente, <strong>para</strong> que os <strong>solo</strong>s sejam amostrados e <strong>de</strong>scritos,através <strong>de</strong> tra<strong>da</strong>gem e análises. Por fim, estabelecem-se as classes <strong>de</strong> pureza do mapa everifica-se qual a exatidão do mapa e quais utili<strong>da</strong><strong>de</strong>s apresentará (SILVA, 2000).Ain<strong>da</strong> conforme SILVA (2000) a conferência <strong>de</strong> campo, em que se po<strong>de</strong>verificar a associação entre as geoformas e os tipos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s, tem como objetivoelaborar a primeira aproximação do mapa <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> pedoformas na paisagem.No campo, <strong>de</strong>ve-se estabelecer um número variável <strong>de</strong> pontos com GPS <strong>para</strong>observação do tipo <strong>de</strong> <strong>solo</strong> e geoforma dominante. Esses pontos posteriormente sãointroduzidos no SIG <strong>para</strong> checagem <strong>da</strong> concordância com o mapa <strong>de</strong> geoformas, poranálise visual. Um número maior <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong>ve ser coletado on<strong>de</strong> há maiorcomplexi<strong>da</strong><strong>de</strong> e segmentação <strong>da</strong>s geoformas.Para avaliação <strong>da</strong> exatidão e vali<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> mo<strong>de</strong>lagem aplica<strong>da</strong> po<strong>de</strong>m serescolhidos locais representativos <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s se<strong>para</strong><strong>da</strong>s, nas quais se abrem trincheiras<strong>para</strong> <strong>de</strong>scrição e caracterização completa dos <strong>solo</strong>s. Esse procedimento é recomen<strong>da</strong>dopor McBRATNEY et al. (2003) <strong>para</strong> a elaboração <strong>de</strong> mapeamentos digitais <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s,quando <strong>de</strong>stacam que as investigações <strong>de</strong> campo são essenciais <strong>para</strong> o ajuste dos mapas.Portanto, enten<strong>de</strong>-se que essas novas tecnologias computacionais que integramSIG´s e programas <strong>de</strong> mineração <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> (RESENDE et. al., 2003), são ferramentasadicionais que contribuem no mapeamento preliminar <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s pedológicas,propiciando aos pedólogos diretrizes que reduzem o tempo e os custos dosmapeamentos pelos métodos tradicionais, além <strong>de</strong> tornar possível o mapeamento <strong>de</strong>áreas com gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong> por informações pedológicas.30


3 MATERIAL E MÉTODOS3.1 Descrição <strong>da</strong> área <strong>de</strong> estudo3.1.1 LocalizaçãoA área <strong>de</strong>ste estudo localiza-se na região central do estado <strong>de</strong> São Paulo, sendorepresenta<strong>da</strong> por duas folhas cartográficas na escala 1:50.000, com extensão aproxima<strong>da</strong><strong>de</strong> 700 km 2 ca<strong>da</strong>, conforme observado nas figuras 2 e 3. São elas:a) Folha Dois Córregos (SF-22-Z-B-III-3), <strong>de</strong>limita<strong>da</strong> pelas coor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s 48º30’- 48º15’longitu<strong>de</strong> oeste e 22º15’-22º30’ latitu<strong>de</strong> sul, situa<strong>da</strong> na quadrícula <strong>de</strong> Brotas (SF-22-Z-B-III), escala 1:100.000;b) Folha São Pedro (SF-23-Y-A-IV-1), <strong>de</strong>limita<strong>da</strong> pelas coor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s 48º00’-47º45’longitu<strong>de</strong> oeste e 22º30’-22º45’ latitu<strong>de</strong> sul, situa<strong>da</strong> na quadrícula <strong>de</strong> Piracicaba (SF-23-Y-A-IV), escala 1:100.000.Figura 2 - Localização <strong>da</strong>s quadrículas <strong>de</strong> Brotas e Piracicaba no estado <strong>de</strong> São Paulo, escala 1:100.000.Figura 3 - Inserção <strong>da</strong>s folhas Dois Córregos e São Pedro, na escala 1:50.000, nas respectivas quadrículasem escala 1:100.000 <strong>de</strong> Brotas e Piracicaba.31


3.1.2 ClimaA região central do estado <strong>de</strong> São Paulo po<strong>de</strong> ser caracteriza<strong>da</strong> por dois tiposclimáticos predominantes, tropical com estação seca <strong>de</strong> inverno (Aw) e tropical <strong>de</strong>altitu<strong>de</strong>, com inverno seco e verão quente (Cwa).A região <strong>de</strong> Dois Córregos e São Pedro apresentam tanto áreas com clima dotipo Cwa como Aw, segundo a classificação <strong>de</strong> Köeppen, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>da</strong> região <strong>da</strong>sfolhas.O clima Cwa caracteriza-se por ser um clima quente, com inverno seco etemperatura média acima <strong>de</strong> 22°C no mês mais quente e abaixo <strong>de</strong> 18°C no mês maisfrio, além <strong>de</strong> menos <strong>de</strong> 30 mm <strong>de</strong> chuva no mês mais seco. A precipitação média anualé <strong>de</strong> 1342 mm (CEPAGRI, 2008).Ao contrário, o clima Aw apresenta uma estação seca mais ampla, no inverno,com chuvas menos abun<strong>da</strong>ntes. A precipitação média anual fica compreendi<strong>da</strong> entre1000 e 1500 mm. Além disso, a área sofre alternância <strong>de</strong> massas <strong>de</strong> ar equatorialnevoento e tépido límpido. Durante o inverno, a nebulosi<strong>da</strong><strong>de</strong> é fraca. Po<strong>de</strong>mos dizerque o Aw é um tipo climático intermediário entre as zonas <strong>de</strong> convergência eascendência <strong>de</strong> ar e as <strong>de</strong> divergência e subsidência (CEPAGRI, 2008).Apesar <strong>de</strong> haver variações microclimáticas entre as duas regiões, principalmenteentre as regiões mais baixas e as mais eleva<strong>da</strong>s, essas foram consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s nãosignificativas em termos <strong>de</strong> diferenças pedogenéticas. Este fato po<strong>de</strong>-se observar atravésdo balanço hídrico médio mensal <strong>da</strong>s duas áreas (Figura 4), na qual não há gran<strong>de</strong>variação entre as precipitações e temperatura, por se tratarem <strong>de</strong> ambos os climastropicais. Nesse sentido, o clima atmosférico <strong>da</strong>s regiões foi consi<strong>de</strong>rado homogêneo noestudo, e não entrou na base <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> do mo<strong>de</strong>lo que relaciona fatores <strong>de</strong> formação do<strong>solo</strong> com as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento do <strong>solo</strong>.32


(a)120Extrato do Balanço Hídrico Mensal10080mm6040200-20Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov DezDEF(-1)EXC(b)120Extrato do Balanço Hídrico Mensal1008060mm40200-20-40Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov DezDEF(-1)EXCFigura 4 - Balanço Hídrico: a) Dois Córregos; b) São Pedro. (FONTE: Centro <strong>de</strong> Ecofisiologia eBiofísica, <strong>IAC</strong>).3.1.3 GeologiaAs duas regiões apresentam semelhanças quanto à formação geológica, sendopredominantes os Grupos São Bento e Bauru, ambos do período Mesozóico. O GrupoSão Bento presente nessas regiões é representado pelas formações Pirambóia, Botucatue Serra Geral, enquanto o grupo Bauru é representado pela formação Itaqueri. Hátambém a presença do Grupo Passa Dois, representado pela formação Corumbataí (IPT,1981).A folha Dois Córregos (Figura 5 a) apresenta predominantemente a formaçãoItaqueri, ocupando aproxima<strong>da</strong>mente 52 % <strong>da</strong> área, segui<strong>da</strong> pela formação Serra Geral(28 %) e Pirambóia (15 %), com um menor <strong>de</strong>staque <strong>para</strong> a formação Botucatu (5 %),tabela 1. Na folha São Pedro (figura 5 b) há predominância <strong>da</strong> formação Pirambóia,33


ocupando 73 % <strong>da</strong> área total <strong>da</strong> folha, 16 % <strong>da</strong> formação Corumbataí e outras commenor expressão, não ultrapassando 6,5 % ca<strong>da</strong>, conforme observado na tabela 2.Tabela 1 - Distribuição geológica na folha <strong>de</strong> Dois CórregosGeologia (Formações) Área (%)Botucatu 5,2Itaqueri 51,8Pirambóia 15,2Serra Geral 27,8Total 100Tabela 2 - Distribuição geológica na folha <strong>de</strong> São PedroGeologia (Formações) Área(%)Botucatu 1,1Itaqueri 2,2Pirambóia 73,1Serra Geral 1,1Corumbataí 16,2Sedimentos Aluvionares 6,3Total 10034


(a)(b)Figura 5 – Mapas <strong>de</strong> geologia <strong>da</strong>s folhas <strong>de</strong>: a) Dois Córregos e b) São Pedro (IPT, 1981).35


A Formação Pirambóia (TrJp) foi <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> em PACHECO (1927), com sua áreatipo situa<strong>da</strong> nos arredores <strong>de</strong> Pirambóia, estado <strong>de</strong> São Paulo, na qual se encontram<strong>de</strong>pósitos fluviais e <strong>de</strong> planícies <strong>de</strong> inun<strong>da</strong>ção, incluindo arenitos médios e finos comcores esbranquiça<strong>da</strong>s, avermelha<strong>da</strong>s e alaranja<strong>da</strong>s.O contato com as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s inferiores seria discor<strong>da</strong>nte (ALMEIDA & MELO1981), porém é observa<strong>da</strong> gra<strong>da</strong>ção entre as duas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Hoje se aceita que a uni<strong>da</strong><strong>de</strong>correspon<strong>da</strong> à evolução <strong>de</strong> um extenso campo <strong>de</strong> dunas eólicas. É fonte <strong>de</strong> areiasquartzosas <strong>para</strong> uso industrial e suas cama<strong>da</strong>s <strong>de</strong> arenitos são partes constituintes doAqüífero Guarani.A Formação Botucatu (JKb) é representa<strong>da</strong> por arenitos eólicos avermelhados <strong>de</strong>granulação fina a média com estratificações cruza<strong>da</strong>s <strong>de</strong> médio a gran<strong>de</strong> porte. Essasáreas apresentam <strong>de</strong>pósitos fluviais restritos <strong>de</strong> natureza areno-conglomerática ecama<strong>da</strong>s localiza<strong>da</strong>s <strong>de</strong> argilitos lacustres.A Formação Serra Geral (JKsg) teve sua primeira referência em WHITE (1906)e sua área tipo foi <strong>de</strong>scrita na Serra Geral do Planalto Meridional Brasileiro, estado <strong>de</strong>Santa Catarina. Apresentam rochas vulcânicas em <strong>de</strong>rrames basálticos <strong>de</strong> coloraçãocinza a negra. A Formação Serra Geral é resultado <strong>de</strong> intenso magmatismo,representado na forma <strong>de</strong> uma espessa cobertura <strong>de</strong> lavas, com cerca <strong>de</strong> 1.500 metros <strong>de</strong>espessura junto ao <strong>de</strong>pocentro <strong>da</strong> bacia, associado a uma extensa re<strong>de</strong> <strong>de</strong> diques emúltiplos níveis <strong>de</strong> soleiras. Os <strong>de</strong>rrames assentam-se sobre os arenitos eólicos <strong>da</strong>Formação Botucatu. São constituídos principalmente por basaltos, perfazendoaproxima<strong>da</strong>mente 90% do volume total <strong>da</strong>s rochas extrusivas.ALMEIDA & BARBOSA (1953) <strong>de</strong>finiram a Formação Itaqueri a partir dosestudos <strong>de</strong> SETZER (1943) sobre os <strong>solo</strong>s <strong>da</strong> região noroeste do Estado <strong>de</strong> SP, quedistinguiu divisão dupla na série Bauru, caracteriza<strong>da</strong> <strong>de</strong> cimento calcáreo, ausente naporção inferior. ALMEIDA & BARBOSA (1953) propõem a <strong>de</strong>nominação Itaqueri <strong>para</strong>a inferior, e Marília <strong>para</strong> a superior. Sua área-tipo localiza-se nos planaltos <strong>de</strong> Garça eMarília, Estado <strong>de</strong> São Paulo. Constituem a formação Itaqueri membros alternados <strong>de</strong>arenitos com cimento argiloso, folhelhos e conglomerados. PONÇANO (1981) <strong>de</strong>screveesta uni<strong>da</strong><strong>de</strong> como constituí<strong>da</strong> por intercalações <strong>de</strong> arenitos, folhelhos e conglomerados.Os arenitos, em granulometria variável, <strong>de</strong> muito fina e siltítica até grossa, sãoeventualmente silicificados.36


Conforme PONÇANO (1981), o ambiente <strong>de</strong> formação <strong>da</strong> Formação Itaqueri éfluvial, com a <strong>de</strong>posição realiza<strong>da</strong> em meio <strong>de</strong> alta energia, sujeito as bruscas mu<strong>da</strong>nças<strong>de</strong> veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> transporte.Já os sedimentos aluvionares constituem <strong>de</strong>pósitos nos ambientes <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição,como as margens dos corpos d’água, na qual estão presentes materiais como as areias,cascalheiras, siltes, argilas e, localmente turfas, resultantes dos processos <strong>de</strong> erosão,transporte e <strong>de</strong>posição a partir <strong>de</strong> áreas-fonte diversas (IPT, 1981).Por fim, têm-se a formação Corumbataí que, segundo MEZZALIRA et al. (1981),é composta na sua seção inferior, <strong>de</strong> um pacote <strong>de</strong> argilitos, folhelhos e siltitos cinzaescurose pretos. Na seção superior, ocorre uma seqüência <strong>de</strong> argilitos e arenitos finos,argilosos, regular a bem classificados, esver<strong>de</strong>ados, arroxeados e avermelhados.3.1.4 RelevoO mapa geomorfológico do estado <strong>de</strong> São Paulo na escala 1:1.000.000 (IPT,1981), mostra que o relevo <strong>da</strong> região <strong>de</strong> estudo caracteriza-se por três regiõesfisiográficas distintas, que, segundo ALMEIDA (1964), são caracterizados como:a) Depressão Periférica: constitui-se principalmente <strong>de</strong> arenitos, po<strong>de</strong>ndoaparecer manchas <strong>de</strong> siltes e argilas. Possui relevo com formas ondula<strong>da</strong>s outabuliformes, <strong>de</strong>stacando-se os morros testemunhos e pequenas cuestas. Na maior parteé <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> topográfica, com vales amplos e suaves. Na área <strong>de</strong>ste estudo,essas formações são encontra<strong>da</strong>s principalmente na região <strong>de</strong> São Pedro.b) Cuestas Basálticas: constituem-se principalmente <strong>de</strong> cama<strong>da</strong>s <strong>de</strong> rochasareníticas e basálticas. Apresentam-se no relevo como o alinhamento <strong>de</strong> escarpas comcortes abruptos e íngremes em sua parte frontal e um <strong>de</strong>clive suave em seu reverso. Ascuestas são encontra<strong>da</strong>s principalmente na região <strong>de</strong> Dois Córregos.c) Planalto Oci<strong>de</strong>ntal: Segundo ROSS & MOROZ (1997), esta uni<strong>da</strong><strong>de</strong>encontra-se na porção noroeste <strong>da</strong> folha Dois Córregos, no reverso <strong>da</strong> cuesta, nointerflúvio Tietê/Mogi-Guaçu. As formas <strong>de</strong> relevo predominante são as <strong>de</strong>nu<strong>da</strong>cionais,basicamente forma<strong>da</strong>s por colinas <strong>de</strong> topos convexos e tabulares. O entalhamento dosvales varia em torno <strong>de</strong> 20 a 80 metros e a dimensão média dos interflúvios <strong>de</strong> 250 a3.750 metros. As altitu<strong>de</strong>s predominantes estão entre 600 e 900 metros, a <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>da</strong>s vertentes com valores <strong>de</strong> 2 a 30 %.37


3.1.5 SolosCom relação aos tipos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s, as folhas <strong>da</strong> área <strong>de</strong> estudo apresentam oitogran<strong>de</strong>s or<strong>de</strong>ns, representa<strong>da</strong>s principalmente pelos latos<strong>solo</strong>s (latos<strong>solo</strong> vermelho,latos<strong>solo</strong> vermelho férrico e latos<strong>solo</strong> vermelho amarelo) e argis<strong>solo</strong>s (argis<strong>solo</strong>vermelho e argis<strong>solo</strong> vermelho amarelo). Há <strong>de</strong>staque também <strong>para</strong> os neos<strong>solo</strong>s(neos<strong>solo</strong> litólico e neos<strong>solo</strong> quartzarênico), gleis<strong>solo</strong>s, nitos<strong>solo</strong>s e outros com menorexpressão, como os cambis<strong>solo</strong>s, chernos<strong>solo</strong>s e espodos<strong>solo</strong>s.Os <strong>solo</strong>s <strong>da</strong> folha <strong>de</strong> Dois Córregos foram <strong>de</strong>scritos por ALMEIDA et al. (1981),no levantamento pedológico <strong>da</strong> quadrícula <strong>de</strong> Brotas, na escala 1:100.000. Os <strong>solo</strong>s<strong>de</strong>ssa região estão distribuídos em quatro or<strong>de</strong>ns, <strong>de</strong> acordo com o Sistema Brasileiro <strong>de</strong>Classificação <strong>de</strong> Solos (EMBRAPA, 2006), sendo elas: latos<strong>solo</strong>s, argis<strong>solo</strong>s, nitos<strong>solo</strong>se neos<strong>solo</strong>s, com predomínio <strong>de</strong> latos<strong>solo</strong>s vermelho amarelos.Já os <strong>solo</strong>s <strong>da</strong> folha <strong>de</strong> São Pedro, foram <strong>de</strong>scritos por OLIVEIRA et al. (1989),no levantamento pedológico <strong>da</strong> quadrícula <strong>de</strong> Piracicaba, escala 1:100.000, sendo quenessa folha há oito or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s: argis<strong>solo</strong>s, latos<strong>solo</strong>s, neos<strong>solo</strong>s, gleis<strong>solo</strong>s,nitos<strong>solo</strong>s, cambis<strong>solo</strong>s, espodos<strong>solo</strong>s e chernos<strong>solo</strong>s. O argis<strong>solo</strong> vermelho amarelo é o<strong>de</strong> maior expressão na folha, seguido pelos neos<strong>solo</strong>s.Esses <strong>solo</strong>s po<strong>de</strong>m ser assim <strong>de</strong>scritos quanto às suas características <strong>de</strong> acordocom o Sistema Brasileiro <strong>de</strong> Classificação <strong>de</strong> Solos (EMBRAPA, 2006):a) Argis<strong>solo</strong>: Solos constituídos por material mineral, apresentando horizonte B texturalimediatamente abaixo do A ou E, com argila <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> baixa ou com argila <strong>de</strong>ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> alta conjuga<strong>da</strong> com saturação por bases baixa e/ou caráter alítico na maiorparte do horizonte B.b) Latos<strong>solo</strong>: Solos constituídos por material mineral, apresentando horizonte Blatossólico imediatamente abaixo <strong>de</strong> qualquer tipo <strong>de</strong> horizonte A, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> 200 cm <strong>da</strong>superfície do <strong>solo</strong> ou <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> 300 cm, se o horizonte A apresenta mais que 150 cm <strong>de</strong>espessura.e) Neos<strong>solo</strong>: Solos pouco evoluídos constituídos por material mineral, ou por materialorgânico com menos <strong>de</strong> 20 cm <strong>de</strong> espessura, não apresentando qualquer tipo <strong>de</strong>horizonte B diagnóstico.g) Nitos<strong>solo</strong>: Solos constituídos por material mineral que apresentam horizonte B níticoabaixo do horizonte A, com argila <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> baixa ou caráter alítico na maior parte dohorizonte B, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> 150 cm <strong>da</strong> superfície do <strong>solo</strong>.38


h) Cambis<strong>solo</strong>: Solos constituídos por material mineral com horizonte B incipientesubjacente a qualquer tipo <strong>de</strong> horizonte superficial, exceto hístico com 40 cm ou mais<strong>de</strong> espessura, ou horizonte A chernozêmico, quando o B incipiente apresentar argila <strong>de</strong>ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> alta e saturação por bases alta.i) Gleis<strong>solo</strong>: Solos constituídos por material mineral com horizonte glei iniciando-se<strong>de</strong>ntro dos primeiros 150 cm <strong>da</strong> superfície, imediatamente abaixo <strong>de</strong> horizonte A ou E,ou <strong>de</strong> horizonte hístico com espessura insuficiente <strong>para</strong> <strong>de</strong>finir a classe dosOrganos<strong>solo</strong>s.j) Espodos<strong>solo</strong>: Solos constituídos por material mineral, apresentando horizonte Bespódico, imediatamente abaixo <strong>de</strong> horizonte E, A, ou horizonte hístico, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> 200cm <strong>da</strong> superfície do <strong>solo</strong>, ou <strong>de</strong> 400 cm, se a soma dos horizontes A+E ou doshorizontes hístico (com menos <strong>de</strong> 40 cm) + E ultrapassar 200 cm <strong>de</strong> profundi<strong>da</strong><strong>de</strong>.k) Chernos<strong>solo</strong>: Solos constituídos por material mineral, que apresentam horizonte Achernozêmico.3.1.6 VegetaçãoDe acordo com o mapa <strong>de</strong> vegetação do Brasil (IBGE, 2004), a área <strong>de</strong> estudoapresenta como formação principal a floresta estacional semi<strong>de</strong>cidual. Porém, suamaior parte encontra-se <strong>de</strong>gra<strong>da</strong><strong>da</strong> <strong>de</strong>vido a intensa exploração agrosilvopastoril.Assim, apesar do relevante papel dos organismos na formação dos <strong>solo</strong>s, nenhumaestimativa direta <strong>da</strong>s condições locais <strong>da</strong> vegetação foi realiza<strong>da</strong> <strong>de</strong>vido a vegetaçãooriginal na área <strong>de</strong> estudo ser praticamente inexistente.O conceito ecológico <strong>da</strong> floresta estacional semi<strong>de</strong>cidual está condicionado peladupla estacionali<strong>da</strong><strong>de</strong> climática: uma tropical, com época <strong>de</strong> intensas chuvas <strong>de</strong> verãosegui<strong>da</strong>s por estiagens acentua<strong>da</strong>s; e outra subtropical, sem período seco, mas com secafisiológica provoca<strong>da</strong> pelo intenso frio <strong>de</strong> inverno. Esta floresta constitui vegetaçãotípica do bioma mata atlântica, per<strong>de</strong>ndo parte <strong>da</strong>s folhas (20 a 50%) nos períodossecos. É constituí<strong>da</strong> por fanerófitos com gemas foliares protegi<strong>da</strong>s <strong>da</strong> seca por escamas(catáfilos ou pêlos), tendo folhas adultas esclerófilas ou membranáceas <strong>de</strong>ciduais(VELOSO et al., 1991). O grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>ciduali<strong>da</strong><strong>de</strong>, ou seja, <strong>da</strong> per<strong>da</strong> <strong>da</strong>s folhas é<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> e duração <strong>de</strong>dois fatores: as temperaturas mínimas, máximase o déficit hídrico (LEITÂO-FILHO, 1987).39


Há também a presença <strong>de</strong> pequenos fragmentos <strong>de</strong> cerrado na área <strong>de</strong> estudo,sendo esta a segun<strong>da</strong> maior formação vegetal brasileira. Estendia-se originalmente poruma área <strong>de</strong> 2 milhões <strong>de</strong> km², abrangendo <strong>de</strong>z estados do Brasil Central. Hoje, restamapenas 20 % <strong>de</strong>sse total. Essa vegetação cobria aproxima<strong>da</strong>mente 14 % do Estado <strong>de</strong>São Paulo no início do século XX, porém hoje representa menos <strong>de</strong> 1 % do estado,tendo sido substituí<strong>da</strong> em sua maior parte por pastagens ou monoculturas (cana-<strong>de</strong>açúcar,eucalipto, laranja) na área <strong>de</strong> estudo (BITENCOURT, 2004).Típico <strong>de</strong> regiões tropicais, o cerrado caracteriza-se por apresentar duasestações bem marca<strong>da</strong>s: inverno seco e verão chuvoso. O <strong>solo</strong> do cerrado é <strong>de</strong>ficienteem nutrientes, porém é rico em alumínio, o que limita o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> certasplantas, apresentando vegetação característica, com aparência seca, entre arbustosesparsos, gramíneas ou formação florestal, <strong>de</strong>senvolvem pequenas árvores <strong>de</strong> troncostorcidos e recurvados e <strong>de</strong> folhas grossas (DURIGAN et al., 2004).3.2 Seleção <strong>da</strong> área <strong>de</strong> estudoPara seleção <strong>da</strong> área <strong>de</strong> estudo estabeleceram-se alguns critérios:a) Selecionar quadrículas do estado <strong>de</strong> São Paulo com mapeamento <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s jáconcluído, <strong>para</strong> que o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> mapeamento digital pu<strong>de</strong>sse ser testado;b) Selecionar áreas com gran<strong>de</strong> variabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ambientes formadores <strong>de</strong> <strong>solo</strong>,especialmente geologia e geomorfologia;c) Selecionar áreas com a menor variação climática possível, <strong>para</strong> que o climapu<strong>de</strong>sse ser consi<strong>de</strong>rado homogêneo no estudo.Assim, através do levantamento <strong>da</strong>s informações <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s <strong>da</strong>s diferentesquadrículas mapea<strong>da</strong>s na escala 1:100.000 no estado <strong>de</strong> São Paulo foi possível fazeruma análise <strong>de</strong>stas nos mapas geológico e geomorfológico, escala 1:1.000.000 (IPT,1981) <strong>para</strong> verificar áreas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> quanto a litologia e relevo. A partirdisso, selecionaram-se as folhas escala 1:50.000 Dois Córregos e São Pedro comoobjeto <strong>de</strong> estudo, folhas inseri<strong>da</strong>s, respectivamente, nas quadrículas escala 1:100.000 <strong>de</strong>Brotas e Piracicaba, que possuem mapas pedológicos publicados (ALMEIDA et al.,1981; OLIVEIRA & PRADO, 1989).Uma análise mais <strong>de</strong>talha<strong>da</strong> foi realiza<strong>da</strong> nos mapas geológicos na escala1:250.000, folhas Bauru SF 22-Z-B (DAEE/UNESP, 1984) e Campinas (SF 23-Y-A)(DAEE/UNESP, 1982) e no mapa geomorfológico do estado <strong>de</strong> São Paulo na escala40


1:1.000.000 (IPT, 1981), e evi<strong>de</strong>nciou que as áreas representa<strong>da</strong>s nas folhas DoisCórregos (1:50.000) e São Pedro (1:50.000), objeto do presente mapeamentopedológico, apresentam gran<strong>de</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> quanto à geologia e relevo, consoli<strong>da</strong>ndosua escolha <strong>para</strong> o estudo.3.3 Criação do banco <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong>3.3.1 No programa Arcgis (ESRI, 2004):As cartas topográficas escala 1:50.000 <strong>de</strong> São Pedro e Dois Córregos elabora<strong>da</strong>spelo Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Geografia e Estatística (IBGE) e disponíveis em formatoraster foram digitaliza<strong>da</strong>s e posteriormente vetoriza<strong>da</strong>s. Dentre os planos <strong>de</strong> informação(PIs) vetorizados <strong>de</strong>stacam-se:a) malha viária, composta <strong>de</strong> ferrovias, caminhos, estra<strong>da</strong>s <strong>de</strong> terra, estra<strong>da</strong>spavimenta<strong>da</strong>s e rodovias;b) hidrografia, composto <strong>de</strong> rios-linhas, rios-polígonos e lagos/represas(polígonos);c) hipsografia, que compreen<strong>de</strong> curvas <strong>de</strong> nível e pontos cotados;d) manchas urbanas, digitaliza<strong>da</strong>s em polígonos;Uma vez digitaliza<strong>da</strong>s realizaram-se correções e edições <strong>de</strong>sses planos <strong>de</strong>informações (PI’s), assim como se associou a ca<strong>da</strong> curva <strong>de</strong> nível seu valor <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>,<strong>para</strong> que o mo<strong>de</strong>lo digital <strong>de</strong> elevação pu<strong>de</strong>sse ser gerado.O mapa temático geologia (polígonos e linhas) na escala 1:1.000.000 (IPT,1981) foi escaneado e posteriormente georreferenciado <strong>para</strong> que pu<strong>de</strong>sse ser vetorizadoos polígonos.Os mapas <strong>da</strong>s quadrículas <strong>de</strong> Brotas e Piracicaba, em escala 1:100.000,vetorizados, foram disponibilizados pelo laboratório <strong>de</strong> Geoprocessamento do <strong>IAC</strong>.Nestes mapas <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s realizou-se a seleção <strong>da</strong>s duas folhas <strong>de</strong> estudo 1:50.000, composterior georreferenciamento.Além disso, atualizaram-se e unificaram-se as legen<strong>da</strong>s dos mapas pedológicosoriginais <strong>de</strong>ssas quadrículas até o terceiro nível categórico do Sistema Brasileiro <strong>de</strong>Classificação <strong>de</strong> Solos (EMBRAPA, 2006), nível <strong>de</strong> Gran<strong>de</strong> Grupo, e um novo mapapedológico foi produzido.41


Posteriormente, elaborou-se o mo<strong>de</strong>lo digital <strong>de</strong> elevação (MDE) a partir <strong>da</strong>scurvas <strong>de</strong> nível e pontos cotados vetorizados <strong>da</strong> base cartográfica, constituí<strong>da</strong> <strong>da</strong>s cartastopográficas IBGE, escala 1:50.000. Para isto, gerou-se o mo<strong>de</strong>lo TIN GRID naextensão 3D Analyst no programa ArcGIS (ESRI, 2004). Por fim, esse novo arquivo foiconvertido <strong>para</strong> o formato raster e obteve-se o MDE <strong>da</strong>s respectivas folhas topográficas,com um pixel <strong>de</strong> 30 metros <strong>de</strong> resolução. Do MDE foi possível extrair as variáveismorfométricas do relevo, utilizando o programa Ilwis Aca<strong>de</strong>mic (ITC, 2001).3.3.2 No programa Ilwis Aca<strong>de</strong>mic (ITC, 2001)O Mo<strong>de</strong>lo Digital <strong>de</strong> Elevação (MDE), assim como o PI hidrografia foramimportados no programa Ilwis Aca<strong>de</strong>mic (ITC, 2001), on<strong>de</strong> se criou um sistema <strong>de</strong>coor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s <strong>para</strong> as duas áreas.Com base na revisão <strong>de</strong> literatura, selecionaram-se as variáveis morfométricas<strong>para</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento do mapeamento digital <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s, quais sejam: <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>,distância diagonal <strong>da</strong> drenagem, área <strong>de</strong> contribuição, plano <strong>de</strong> curvatura e perfil <strong>de</strong>curvatura (WALKER, 1968; MOORE, 1991; RESENDE, 1995; IRVIN et al., 1997;MIRANDA et al., 1999; GUIMARÃES et al., 2005; CARVALHO JÚNIOR et al.,2003, 2006; VALADARES & HOT, 2006).A partir do MDE, utilizou-se a extensão TP_MORPHOMETRIC <strong>para</strong> obter osparâmetros <strong>de</strong> <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e curvaturas em planta e em perfil. Para gerar o parâmetroárea <strong>de</strong> contribuição, utilizou-se a extensão DEM hydro-processing, que permitiu obtera direção e acumulação <strong>de</strong> fluxo <strong>da</strong> drenagem, <strong>para</strong> então gerar a área <strong>de</strong> drenagem,com área mínima <strong>de</strong> 900 metros quadrados, <strong>de</strong>vido ao pixel apresentar 30 x 30 metros.Por fim, <strong>para</strong> a geração <strong>da</strong> distância diagonal <strong>da</strong> drenagem utilizou-se oprograma IDRISI ANDES (CLARK LABS, 2006), através <strong>de</strong> uma “macro”(VALERIANO, 1999), na qual os <strong><strong>da</strong>dos</strong> <strong>de</strong> entra<strong>da</strong> <strong>para</strong> gerar esse parâmetro foram oMDE e os mapas <strong>de</strong> limites geográficos <strong>da</strong>s folhas.Uma vez os parâmetros gerados, foram <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s classes discretas <strong>para</strong> ca<strong>da</strong>um <strong>de</strong>les, baseado na bibliografia, sendo estas:a) Declivi<strong>da</strong><strong>de</strong> (GALLANT & WILSON, 2000): 0 a 3 % (Plano), 3 a 8 % (Suave), 8 a 20 % (Suave Ondulado), 20 a 45 % (Ondulado), acima <strong>de</strong> 45 %(Montanhoso);42


) Curvatura em perfil (VALERIANO, 2003): -1 a -0,02 (Convexo), -0,02 a 0,02(Retilíneo), 0,02 a 1 (Côncavo);c) Curvatura em planta (VALERIANO, 2003): -5 a -0,05 (Divergente), -0,05 a0,05 (Plano), 0,05 a 5 (Convergente);d) Área <strong>de</strong> contribuição (QUINN et al., 1991): menor que 12.000 metrosquadrados (muito baixa), 12.000 a 150.000 (baixa), 150.000 a 700.000 (média), 700.000a 1.000.000 (alta), maior que 1.000.000 metros quadrados (muito alta);e) Distância diagonal <strong>da</strong> drenagem: 8 a 20 m (muito pequena), 20 a 45 m(pequena), 45 a 70 m (média), 70 a 150 m (gran<strong>de</strong>), maior que 150 m (muito gran<strong>de</strong>).Uma vez gerados os mapas com os parâmetros discretos, o próximo passoconsistiu em fazer o seu cruzamento <strong>para</strong> se obter uma matriz <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> <strong>da</strong>s variáveismorfométricas e os tipos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>, utiliza<strong>da</strong> como <strong>da</strong>do <strong>de</strong> entra<strong>da</strong> <strong>para</strong> as análises porárvores <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão.As tabelas contendo os parâmetros <strong>de</strong>scritores do relevo e os <strong>solo</strong>s foramtrata<strong>da</strong>s em uma análise hierárquica <strong>da</strong> família <strong>da</strong>s árvores <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão e <strong>para</strong> istoutilizou-se o programa Weka (WEKA, 2006), pelo fato <strong>de</strong> ser um software <strong>de</strong> domíniopúblico e possibilitar a análise dos <strong><strong>da</strong>dos</strong> através <strong>de</strong> diversos algoritmos.3.4 Análise dos <strong><strong>da</strong>dos</strong>3.4.1 No programa Weka 3.5.6 explorerA análise dos <strong><strong>da</strong>dos</strong> foi realiza<strong>da</strong> através do algorítimo C5 <strong>da</strong>s árvores <strong>de</strong><strong>de</strong>cisão, por esta ser uma metodologia que permite uma fácil interpretação do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>aprendizado gerado, assim como ser uma ferramenta capaz <strong>de</strong> trabalhar com um extensobanco <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong>, como neste caso, além <strong>de</strong> possibilitar a classificação <strong>de</strong> amostras<strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong>s sem necessariamente analisar todos os atributos.Assim, as árvores <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão realizam a partição sucessiva <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong><strong><strong>da</strong>dos</strong> em subconjuntos ca<strong>da</strong> vez mais homogêneos (BREIMAN et al., 1984). Estemétodo representa funções como regra <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão. Estas árvores são treina<strong>da</strong>s <strong>de</strong> acordocom um conjunto <strong>de</strong> amostras previamente classifica<strong>da</strong>s e posteriormente, outrasamostras são classifica<strong>da</strong>s <strong>de</strong> acordo com essa mesma árvore.Para aplicar a técnica <strong>de</strong> mineração <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> foi utilizado o software <strong>de</strong> domíniopúblico, <strong>de</strong>nominado Waikato Environment for Knowledge Analysis (Weka), <strong>da</strong>43


Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Waikato, Nova Zelândia. O pacote Weka consiste <strong>de</strong> uma coleção <strong>de</strong>algoritmos <strong>de</strong> aprendizado <strong>de</strong> máquina <strong>para</strong> tarefas <strong>de</strong> mineração <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong>. Po<strong>de</strong> serusado <strong>para</strong> aplicar métodos <strong>de</strong> aprendizado a um conjunto <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> e analisar a saí<strong>da</strong><strong>para</strong> extrair informações a partir dos <strong><strong>da</strong>dos</strong> <strong>de</strong> entra<strong>da</strong> (WEKA, 2006).O Weka usa arquivos <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> <strong>de</strong> treinamento on<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem ser explicita<strong>da</strong>s quaisvariáveis são permiti<strong>da</strong>s <strong>para</strong> uma relação específica, bem como o tipo <strong>de</strong> <strong>da</strong>do <strong>de</strong> ca<strong>da</strong>variável, isto é, nominal ou valor numérico. O Weka po<strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar padrões em <strong><strong>da</strong>dos</strong>que po<strong>de</strong>m ser explorados mediante regras. Dos recursos disponíveis, foi utilizado osistema <strong>de</strong> aprendizado com o algoritmo <strong>de</strong> indução <strong>de</strong> árvore <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão C4.5<strong>de</strong>senvolvido por QUINLAN (1983) e implementado em sua versão <strong>para</strong> linguagemJava (no Weka) com o nome J4.8, <strong>para</strong> gerar árvores <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão (WEKA, 2006).Para a utilização do conjunto <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong>, foi necessário um pré-processamento afim <strong>de</strong> torná-los compatíveis com o formato <strong>da</strong> ferramenta utiliza<strong>da</strong>. Além disso, oalgoritmo <strong>de</strong> classificação requer que a variável a ser explica<strong>da</strong> seja uma variávelnominal, sendo necessário transformar os <strong><strong>da</strong>dos</strong> em variáveis nominais.A primeira etapa foi corrigir as matrizes <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong>, pois estas apresentavamalguns <strong><strong>da</strong>dos</strong> que não contribuiriam no <strong>de</strong>senvolvimento do mo<strong>de</strong>lo, ou seja, retiraramseos <strong><strong>da</strong>dos</strong> conflitantes <strong>da</strong>s tabelas. A folha Dois Córregos apresentou 794.273 linhasna tabela enquanto a folha São Pedro apresentou 826.136 linhas.Foi utiliza<strong>da</strong> uma técnica <strong>de</strong> balanceamento <strong>de</strong> classes, que tem por finali<strong>da</strong><strong>de</strong>aumentar a proporção <strong>de</strong> amostragem nas classes com menor área <strong>de</strong> ocorrência ereduzir a proporção nas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s com maior área, ou seja, elevar a representativi<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>da</strong>s classes com menor representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> e diminuir a <strong>da</strong>s com maiorrepresentativi<strong>da</strong><strong>de</strong> (BATISTA, 2003).Os balanceamentos <strong>da</strong>s classes utilizados foram <strong>de</strong>: 0 (representa os <strong><strong>da</strong>dos</strong>brutos, sem balanceamento <strong>de</strong> classes), 0,5 (as classes são balancea<strong>da</strong>s <strong>de</strong> modointermediário entre zero e um) e 1 (situação na qual to<strong>da</strong>s as classes apresentam mesmadistribuição na folha).Para a criação do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> aprendizagem <strong>solo</strong> - geomorfometria <strong>para</strong> os <strong><strong>da</strong>dos</strong>brutos e os diversos balanceamentos <strong>da</strong>s classes, uma amostra <strong>de</strong> 10 % dos <strong><strong>da</strong>dos</strong> foiretira<strong>da</strong> aleatoriamente <strong>da</strong> matriz <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> pelo programa Weka, porém com to<strong>da</strong>s asuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento contempla<strong>da</strong>s, mantendo-se a proporção <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> uma. Apartir disso, o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> aprendizado foi gerado com os outros 90 % dos <strong><strong>da</strong>dos</strong>. Porfim, a acurácia <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> mo<strong>de</strong>lo foi obti<strong>da</strong> por aplicação do mo<strong>de</strong>lo gerado nos 10 % dos44


<strong><strong>da</strong>dos</strong> estratificados retirados antes <strong>da</strong>s análises. Essa metodologia foi utiliza<strong>da</strong> visandoum maior aprendizado pelo programa, pois o banco <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> é muito extenso, e ametodologia tradicional <strong>de</strong> fazer o teste em 1/3 (33%) dos <strong><strong>da</strong>dos</strong> a partir do aprendizado<strong>de</strong> 2/3(66%) po<strong>de</strong> gerar uma baixa acurácia <strong>de</strong> predição.Com a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> melhorar a acurácia geral do mo<strong>de</strong>lo na predição <strong>da</strong>suni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamentos dos <strong>solo</strong>s retiraram-se as UNIMAPS com menorrepresentativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, ou seja, com probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> zero <strong>de</strong> ocorrência no balanceamento <strong>de</strong>classes 0 e que, portanto, não estavam fazendo parte do mo<strong>de</strong>lo por apresentarem umabaixa distribuição espacial nas folhas estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s. Uma vez retira<strong>da</strong>s, novos mo<strong>de</strong>losforam gerados através <strong>da</strong>s mesmas metodologias <strong>para</strong> observar os resultados.Para finalizar, refinamentos foram feitos através <strong>de</strong> uma técnica <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong>po<strong>da</strong> <strong>da</strong> árvore <strong>de</strong> classificação. As po<strong>da</strong>s foram realiza<strong>da</strong>s com os valores 10, 50 e 100,sendo estes o número mínimo <strong>de</strong> pixels necessários <strong>para</strong> que a folha <strong>da</strong> árvore fosseestabeleci<strong>da</strong> e os resultados foram com<strong>para</strong>dos. Esses valores foram escolhidos emfunção <strong>da</strong> área mínima mapeável, consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> igual a 0,6 x 0,6 cm 2 , <strong>de</strong> um mapa <strong>de</strong><strong>solo</strong>s na escala 1:50.000.Utilizando-se uma gra<strong>de</strong> <strong>de</strong> 30 x 30 metros <strong>para</strong> a elaboração do MDE nascartas topográficas 1:50.000, têm-se que 1 cm no mapa correspon<strong>de</strong> a 500 metros.Portanto, a área mínima mapeável é <strong>de</strong> 90.000 m 2 , que dividi<strong>da</strong> pela área <strong>de</strong> um pixelcorrespon<strong>de</strong> a um total <strong>de</strong> 100 pixels, sendo este, portanto, o valor máximo <strong>da</strong> po<strong>da</strong>.Além disso, com a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> observar o rankeamento dos parâmetrosmorfométricos <strong>para</strong> o mo<strong>de</strong>lo foram feitos testes <strong>de</strong> ganho <strong>de</strong> informação (entropia) equi-quadrado, através dos quais se obteve <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> or<strong>de</strong>m <strong>para</strong> o mo<strong>de</strong>lo nas duasfolhas.A Entropia foi <strong>de</strong>scrita no capítulo 2.7 e o Qui-Quadrado (equações 8 e 9),simbolizado por χ 2 , é um teste <strong>de</strong> hipóteses que se <strong>de</strong>stina a encontrar um valor <strong>da</strong>dispersão <strong>para</strong> duas variáveis nominais, avaliando a associação existente entre variáveisqualitativas. O princípio básico <strong>de</strong>ste método é com<strong>para</strong>r proporções, isto é, as possíveisdivergências entre as freqüências observa<strong>da</strong>s e espera<strong>da</strong>s <strong>para</strong> certo evento.Evi<strong>de</strong>ntemente, po<strong>de</strong>-se dizer que dois grupos se comportam <strong>de</strong> forma semelhante se asdiferenças entre as freqüências observa<strong>da</strong>s e as espera<strong>da</strong>s em ca<strong>da</strong> categoria foremmuito pequenas, próximas a zero. PEARSON (1900) propôs a seguinte fórmula <strong>para</strong>medir as possíveis discrepâncias entre proporções observa<strong>da</strong>s e espera<strong>da</strong>s:45


= ∑ − 22 ( o e)X [8]eEm que:o = freqüência observa<strong>da</strong> <strong>para</strong> ca<strong>da</strong> classe.e = freqüência espera<strong>da</strong> <strong>para</strong> aquela classe.Note-se que (o - e) = <strong>de</strong>svio (d), portanto a fórmula também po<strong>de</strong> ser escrita como:∑22X = ( d / e)[9]3.5 Elaboração do mapa digital <strong>de</strong> <strong>solo</strong>sA partir <strong>da</strong>s análises dos resultados dos diferentes mo<strong>de</strong>los <strong>para</strong> ca<strong>da</strong> folhaespecífica foi possível escolher os <strong>de</strong> maior acurácia <strong>para</strong> então utilizar as regras nageração do mapa digital <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s. Para isto foi necessário criar um mapa <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s <strong>para</strong>ca<strong>da</strong> regra gera<strong>da</strong>. Assim, primeiramente dividiram-se as regras por uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>mapeamento <strong>de</strong> <strong>solo</strong>, sendo que essas regras foram utiliza<strong>da</strong>s no SIG através <strong>da</strong> lógicaBoleana. Posteriormente, foram gerados os diferentes mapas <strong>para</strong> ca<strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>mapeamento nas duas folhas topográficas, se<strong>para</strong><strong>da</strong>mente. Por fim, fez-se asobreposição dos mapas <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento gera<strong>da</strong>s por folha topográfica, oque possibilitou a obtenção dos mapas <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s digitais <strong>da</strong>s folhas <strong>de</strong> Dois Córregos eSão Pedro.46


4 RESULTADOS E DISCUSSÃO4.1 MDE, Geologia e Geomorfometriaa) Folha São PedroA elaboração dos mapas <strong>de</strong> Mo<strong>de</strong>lo Digital <strong>de</strong> Elevação (MDE) a partir <strong>da</strong>scurvas <strong>de</strong> nível <strong>da</strong> folha <strong>de</strong> São Pedro escala 1:50.000, gerou diferentes mapas <strong>de</strong>variáveis morfométricas: <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, distância diagonal <strong>da</strong> drenagem, área <strong>de</strong>contribuição, curvaturas em planta e perfil (Figuras 6 e 7).A análise no mapa <strong>de</strong> hipsometria (Figura 6 a) permitiu i<strong>de</strong>ntificar que a altitu<strong>de</strong>local varia entre 450 e 970 metros, sendo a altitu<strong>de</strong> média 530 metros. Quanto à<strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, os terrenos apresentam em sua maioria relevo plano a suave ondulado,compreen<strong>de</strong>ndo 60 % <strong>da</strong> área <strong>da</strong> folha em questão. Áreas montanhosas ou com relevoforte ondulado são minoria na área, havendo, porém, 30 % <strong>de</strong> áreas com relevoondulado (Figura 6 c).A gran<strong>de</strong> presença <strong>de</strong> cursos d’água presentes nesta folha faz com que adistância diagonal <strong>da</strong> drenagem não seja eleva<strong>da</strong>, com 70 % <strong>da</strong> área apresentandodistâncias muito pequenas e pequenas. As distâncias médias também possuemrepresentativi<strong>da</strong><strong>de</strong> na folha, ocupando aproxima<strong>da</strong>mente 27 % <strong>de</strong>sta (Figura 6 b). Emcontraparti<strong>da</strong>, distâncias gran<strong>de</strong>s e muito gran<strong>de</strong>s ficam limita<strong>da</strong>s às áreas <strong>de</strong> maioraltitu<strong>de</strong>, com baixa representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> local.Quanto às curvaturas do terreno (Figura 7 a e 7 b), em planta, há <strong>de</strong>staque <strong>para</strong> aplana, com 57 % <strong>de</strong> distribuição, sendo que as curvaturas convergentes e divergentesocupam 21 e 22 % <strong>da</strong> folha, respectivamente. Já quando analisa<strong>da</strong> em perfil, 70 % <strong>da</strong>área apresenta curvatura retilínea. A área <strong>de</strong> contribuição <strong>da</strong> bacia é consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> muitobaixa em 80 % <strong>da</strong> folha, que soma<strong>da</strong> aos 15 % <strong>de</strong> baixa contribuição compreen<strong>de</strong>mquase to<strong>da</strong> a área. Há pouca expressivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>para</strong> contribuições altas ou muito altas(Figura 7 c).47


(a)(b)(c)Figura 6 - Mapas <strong>de</strong> variáveis morfométricas <strong>da</strong> folha <strong>de</strong> São Pedro: a) Hipsometria (Altitu<strong>de</strong>); b)Distância diagonal <strong>da</strong> drenagem; c) Declivi<strong>da</strong><strong>de</strong>.48


(a)(b)(c)Figura 7 - Mapas <strong>de</strong> variáveis morfométricas <strong>da</strong> folha <strong>de</strong> São Pedro: a) Curvatura em perfil; b) Curvaturaem planta; c) Área <strong>de</strong> contribuição.49


) Dois CórregosPara a Folha Dois Córregos foram produzidos os mesmos mapas <strong>da</strong>s variáveismorfométricas apresenta<strong>da</strong>s <strong>para</strong> a folha São Pedro (Figuras 8 e 9).A altitu<strong>de</strong> média é <strong>de</strong> 670 metros acima do nível do mar, sendo as maioresencontra<strong>da</strong>s na porção Leste <strong>da</strong> folha, po<strong>de</strong>ndo chegar a 840 metros em alguns locais,como na Serra <strong>de</strong> Brotas e do Tabuleiro. Já as altitu<strong>de</strong>s mais baixas estão presentes naparte Sul <strong>da</strong> folha, na qual se encontram numerosos cursos d´água (Figura 8 a).A pequena diferença na <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> local faz com que o relevo apresente 70 %com formas planas a suave ondula<strong>da</strong>s, sendo que áreas <strong>de</strong> relevo ondulado sãoencontra<strong>da</strong>s dispersas em 25 % <strong>da</strong> folha. Áreas com relevo forte ondulado sãoencontra<strong>da</strong>s apenas nos divisores <strong>de</strong> água <strong>da</strong>s bacias, representando apenas 5 % <strong>da</strong> folha(Figura 8 b).Devido à intensa re<strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem distribuí<strong>da</strong> pela folha, as distânciasdiagonais <strong>da</strong> drenagem são classifica<strong>da</strong>s como muito pequenas a pequenas, abrangendo92% <strong>da</strong> folha, sendo a distância diagonal média presente apenas nos topos <strong>de</strong> morros.Distâncias altas ou muito altas não apresentam expressivi<strong>da</strong><strong>de</strong> (Figura 8 c).Quanto à área <strong>de</strong> contribuição há predominância <strong>da</strong>s classes baixa e muito baixa,compreen<strong>de</strong>ndo 93 % <strong>da</strong> folha, sendo que algumas porções <strong>da</strong> folha apresentam gran<strong>de</strong>sáreas <strong>de</strong> contribuição, porém representam apenas 2 % <strong>da</strong> área <strong>da</strong> folha (Figura 9 c).Quanto às curvaturas, há <strong>de</strong>staque <strong>para</strong> a forma do relevo retilínea em perfil,abrangendo 95 % <strong>da</strong> área e plana, em planta, compreen<strong>de</strong>ndo 65 % <strong>da</strong> folha (Figura 9 ae 9 b).50


(a)(b)(c)Figura 8 - Mapas <strong>de</strong> variáveis morfométricas <strong>da</strong> folha <strong>de</strong> Dois Córregos: a) Hipsometria (Altitu<strong>de</strong>); b)Distância diagonal <strong>da</strong> drenagem; c) Declivi<strong>da</strong><strong>de</strong>.51


(a)(b)(c)Figura 9 – Mapas <strong>de</strong> variáveis morfométricas <strong>da</strong> folha Dois Córregos: a) Curvatura em perfil; b)Curvatura em planta; c) Área <strong>de</strong> contribuição <strong>da</strong> bacia.52


4.2 Análise dos <strong><strong>da</strong>dos</strong> e elaboração do mo<strong>de</strong>lo preditivo dos <strong>solo</strong>sa) São PedroOs diferentes mapas <strong>de</strong> variáveis geomorfométricas foram sobrepostos e suasinformações cruza<strong>da</strong>s em SIG, gerando novos mapas, do qual foi possível obter umatabela que relacionou as variáveis <strong>de</strong>scritoras do relevo com as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>mapeamento associa<strong>da</strong>s a esse conjunto, como ilustrado na tabela 3.A matriz <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> <strong>da</strong> folha São Pedro apresentou 826.134 pixels, com 900metros quadrados ca<strong>da</strong>, o que equivale a aproxima<strong>da</strong>mente 74.000 hectares. O número<strong>de</strong> pixels representa o número <strong>de</strong> linhas <strong>da</strong> matriz <strong>de</strong> entra<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> no programa <strong>de</strong>mineração <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong>. Esse elevado número <strong>de</strong> linhas gerou tabelas extensas, com <strong><strong>da</strong>dos</strong>conflitantes, como a ausência <strong>de</strong> valores em <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s colunas ou ausência <strong>de</strong>uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento pela atribuição <strong>de</strong> outros usos, como municípios e corpos <strong>de</strong>água. Essas linhas foram elimina<strong>da</strong>s <strong>para</strong> que as análises tornassem possíveis, sendo queforam elimina<strong>da</strong>s 23.192 linhas, o que representou aproxima<strong>da</strong>mente 3 % do totalinicial.Por exemplo, na tabela 3, a linha 182 foi elimina<strong>da</strong> por não apresentar valor<strong>de</strong>finido nauni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mapeamento, enquanto as linhas 43.772 e 491.160 foramelimina<strong>da</strong>s por apresentarem seu valor discreto na uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mapeamento comomunicípio e água, respectivamente, informações que não contribuiriam com o mo<strong>de</strong>logerado.Tabela 3 – Exemplo <strong>de</strong> matriz <strong>de</strong> variáveis morfométricas associa<strong>da</strong>s as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento, comexemplos <strong>de</strong> linhas elimina<strong>da</strong>s em negrito e itálico.LINHA GEOLOGIA DECLIVIDADEDISTÂNCIADIAGONALCURVATURAPLANTACURVATURAPERFILÁREACONTRIBUIÇÃO UNIMAP182 Itaqueri ondulado média divergente retilínea muito baixa Sem valor210 Itaqueri suave média divergente retilínea baixaLVA muitoarg575 Pirambóia suave pequena plano retilínea muito baixaPVA<strong>da</strong>ren/médmuito41463 Botucatu montanhoso gran<strong>de</strong> plano retilínea muito baixa RLe arg43772 Pirambóia ondulado média plano retilínea muito baixa município3801 Corumbatai planomuitopequena convergente retilínea muito baixa PVAd arg397462 Pirambóia ondulado média plano retilínea muito baixa GX + GM491160Sedimentosaluvionais planomuitopequena divergente retilínea baixa água512415Sedimentosaluvionaisplanomuitopequena divergente retilínea baixa GX_+ GM53


Após a correção <strong>da</strong> matriz <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> iniciaram-se as análises, selecionando-sealeatoriamente uma amostra <strong>de</strong> 10 % dos <strong><strong>da</strong>dos</strong> <strong>da</strong> folha São Pedro pelo programa <strong>de</strong>mineração <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> WEKA, <strong>de</strong> modo que to<strong>da</strong>s as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento fossemcontempla<strong>da</strong>s. Posteriormente, gerou-se um mo<strong>de</strong>lo relacional <strong>de</strong> aprendizado, sem os<strong><strong>da</strong>dos</strong> estratificados, através <strong>de</strong> árvores <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão, na qual ca<strong>da</strong> folha <strong>da</strong> árvorecorrespon<strong>de</strong>u às diferentes uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento a serem preditas e os ramosreferiam-se às classes discretas <strong>da</strong>s variáveis gera<strong>da</strong>s na construção do mo<strong>de</strong>lo <strong>para</strong> os<strong><strong>da</strong>dos</strong> brutos. A avaliação <strong>da</strong> acurácia <strong>de</strong>sse mo<strong>de</strong>lo foi obti<strong>da</strong> quando as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>mapeamento <strong>de</strong> <strong>solo</strong> resultantes foram testa<strong>da</strong>s nos <strong><strong>da</strong>dos</strong> selecionados no início eobservados a porcentagem <strong>de</strong> acerto e erro.Com a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> melhorar essa acurácia foi realizado o balanceamento <strong>de</strong>classes, pois algumas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento apresentam gran<strong>de</strong> representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> nafolha, enquanto outras não chegaram a 2 % do total. Essa técnica consiste em aumentara proporção <strong>de</strong> amostragem nas classes com menor área <strong>de</strong> ocorrência e reduzir aproporção nas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s com maior área (Figura 10).Muitos sistemas <strong>de</strong> aprendizado assumem previamente que as classes estãobalancea<strong>da</strong>s e acabam falhando ao induzir um classificador que seja incapaz <strong>de</strong> predizera classe minoritária com acurácia. Na maioria dos casos o classificador possui uma boaacurácia <strong>para</strong> a classe majoritária, mas uma acurácia baixa <strong>para</strong> a classe minoritária. Oproblema agrava-se ain<strong>da</strong> mais quando o custo <strong>da</strong> classificação incorreta <strong>da</strong> classeminoritária é muito maior que o custo <strong>da</strong> classificação incorreta <strong>da</strong> classe majoritária(BATISTA, 2003).Para solucionar esses problemas po<strong>de</strong>m ser aplicados alguns métodos, como os<strong>de</strong>senvolvidos por JAPKOWICZ & STEPHENS (2002), através <strong>da</strong> atribuição doscustos <strong>da</strong> classificação incorreta, un<strong>de</strong>r-sampling ou over-sampling. Esses dois últimossão métodos <strong>de</strong> pré-processamento dos <strong><strong>da</strong>dos</strong>. Consistem em balancear artificialmente adistribuição <strong>da</strong>s classes no conjunto <strong>de</strong> exemplos. Através do un<strong>de</strong>r-sampling oconjunto <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> é balanceado pela eliminação <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento commaior representativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, enquanto no over-sampling as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s são balancea<strong>da</strong>s pelareplicação <strong>da</strong>s <strong>de</strong> menor proporção.54


BalanceamentosFigura 10 – Distribuição dos pixels por unimaps nos três balanceamentos <strong>da</strong>s classes na folha São Pedro:1 – Latos<strong>solo</strong> Vermelho Amarelo textura média (LVA text. média); 2 – Latos<strong>solo</strong> Vermelho Amarelotextura muito argilosa (LVA text. muito argilosa); 3 – Neos<strong>solo</strong> Litólico eutrófico textura argilosa (RLetext. argilosa); 4 – Neos<strong>solo</strong> Quartzarênico (RQ); 5 – Argis<strong>solo</strong> Vermelho Amarelo distrófico texturaarenosa sob média (PVAd text. arenosa/média); 6 – Argis<strong>solo</strong> Vermelho Amarelo distrófico texturaargilosa (PVAd text. argilosa); 7 – Nitos<strong>solo</strong> Vermelho eutrófico textura argilosa (NVe text. argilosa); 8 –Latos<strong>solo</strong> Vermelho distroférrico textura argilosa ou muito argilosa (LVdf text. argilosa ou muitoargilosa); 9 – Neos<strong>solo</strong> Litólico eutrófico textura média (RLe text. média); 10 – Latos<strong>solo</strong> Vermelhodistrófico textura argilosa (LVd text. argilosa); 11 – Argis<strong>solo</strong> Vermelho Amarelo distrófico texturamédia (PVAd text. média); 12 – Chernos<strong>solo</strong> textura argilosa (M text. argilosa); 13 – Gleis<strong>solo</strong>s Háplicosou Melânicos (GX + GM); 14 – Neos<strong>solo</strong> Litólico eutrófico ou distrófico textura cascalhenta (RLe ouRLd text. cascalhenta); 15 – Espodos<strong>solo</strong> Humilúvico textura arenosa (EK text. arenosa); 16 – Latos<strong>solo</strong>Vermelho Amarelo textura argilosa ou cascalhenta (LVA text. argilosa ou cascalhenta); 17 – Neos<strong>solo</strong>Litólico eutrófico ou distrófico textura média ou média sob argilosa (RLe ou RLd text. média ouargilosa); 18 – Cambis<strong>solo</strong> Háplico distrófico (CXbd).na tabela 4.O grau <strong>de</strong> acurácia <strong>para</strong> os diferentes balanceamentos <strong>da</strong>s classes testados estáTabela 4 – Acurácia nos diversos balanceamentos <strong>da</strong>s classes <strong>para</strong> to<strong>da</strong>s as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento <strong>da</strong>folha São PedroBalanceamento <strong>de</strong> classes: 0 0,5 1Acurácia geral do mo<strong>de</strong>lo (%) 54,25 49,29 15,1Coeficiente Kappa 0,2694 0,246 0,0978Po<strong>de</strong>-se observar que a acurácia geral do mo<strong>de</strong>lo diminui com o aumento dobalanceamento <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento, pois na medi<strong>da</strong> em que esse é realizado,uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento que antes não entravam no mo<strong>de</strong>lo passaram a terrepresentativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, o que mostrou uma acurácia geral menor <strong>de</strong>vido ao aumento <strong>da</strong>sclassificações incorretas imposta pela sub-amostragem <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> maior área <strong>de</strong>ocorrência.Em contraparti<strong>da</strong>, se analisarmos a acurácia <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mapeamentoindividualmente, é possível observar (Tabela 5) que há um aumento na acurácia <strong>da</strong>s55


uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento que foram inflaciona<strong>da</strong>s. Já a acurácia <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>mapeamento com gran<strong>de</strong> representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> diminui <strong>de</strong>vido à <strong>de</strong>flação que obalanceamento <strong>de</strong> classes condiciona.Tabela 5 – Acurácia <strong>da</strong>s unimaps <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s individualmente, em porcentagem, <strong>para</strong> to<strong>da</strong>s as unimaps queocorrem na folha São Pedro.BalanceamentosUNIMAP 0 0,5 1LVA text. média 66,1 65,3 56,4LVA text. muito argilosa 0 11,7 8,2RLe text. argilosa 77,6 75 55,2RQ 49,4 46,6 35,8PVAd text. arenosa/média 53,6 54,5 65,6PVAd text. argilosa 49,4 46,9 53,6NVe text. argilosa 0 4,7 2,3LVdf text. argilosa ou muito argilosa 0 4,8 3,6RLe text. média 11,1 31,6 16,9LVd text. argilosa 0 4,6 4,6PVAd text. média 0 6,1 4,1M text. argilosa 0 1,1 0,3GX + GM 64,3 46,9 30,2RLe ou RLd text. média ou argilosa 0 17,8 16,2CXbd 75 24 1,7RLe ou RLd text. cascalhenta 0 3 2,4EK text. arenosa 0 5,7 1,6LVA text. argilosa_ou_cascalhenta 0 0 0,1Por exemplo, as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento que foram <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s do mo<strong>de</strong>locom o balanceamento <strong>de</strong> classes igual a zero, como o Neos<strong>solo</strong> Lítico eutrófico texturamédia, passam a ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s com o balanceamento <strong>de</strong> classes igual a 0,5, com umaacurácia <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente 30 %. Já outras com maior representativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, como osNeos<strong>solo</strong>s Quartzarênicos, tiveram sua acurácia diminuí<strong>da</strong> com o balanceamento <strong>de</strong>classes, <strong>de</strong> 49 % <strong>para</strong> 35 %, do balanceamento <strong>de</strong> classes 0 <strong>para</strong> 1.No balanceamento <strong>de</strong> classes igual a um, no qual se consi<strong>de</strong>ra que to<strong>da</strong>s asuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento apresentam a mesma distribuição na folha <strong>de</strong> estudo, hádiminuição <strong>da</strong> acurácia tanto <strong>para</strong> o mo<strong>de</strong>lo geral, que passou <strong>de</strong> 54 % <strong>para</strong> 15 %, como<strong>para</strong> as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s individualmente, em relação ao balanceamento <strong>de</strong> classesintermediário, conforme observado na tabela 5. Isso ocorre <strong>de</strong>vido a esta ser umacondição que não é condizente com a reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, pois consi<strong>de</strong>ra que to<strong>da</strong>s as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>mapeamento apresentaram a mesma distribuição na área estu<strong>da</strong><strong>da</strong>, o que faz com queproporção significativa <strong>de</strong> pixels <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento com maior área <strong>de</strong>56


ocorrência <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> ser amostra<strong>da</strong> no treinamento <strong>da</strong> árvore, <strong>de</strong>ixando o mo<strong>de</strong>lo combaixo po<strong>de</strong>r preditivo.Com a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> aumentar a acurácia geral do mo<strong>de</strong>lo foram retira<strong>da</strong>s asuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s com probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> igual a zero no mo<strong>de</strong>lo <strong>para</strong> os<strong><strong>da</strong>dos</strong> brutos (balanceamento zero), ou seja, eliminaram-se as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamentoque não eram consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s e que, portanto, quando amostra<strong>da</strong>s, eram classifica<strong>da</strong>scomo, com 100 % <strong>de</strong> erro. No total foram elimina<strong>da</strong>s nove UNIMAPS, que soma<strong>da</strong>srepresentam um total <strong>de</strong> 19.835 pixels, o equivalente a 1,2 % <strong>da</strong> área.A partir disso, as análises foram realiza<strong>da</strong>s com os mesmos valores <strong>de</strong>balanceamento <strong>de</strong> classes e os resultados com<strong>para</strong>dos <strong>para</strong> observar se houve melhoriana acurácia do mo<strong>de</strong>lo em geral e também na <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamentoindividualmente (Tabela 6 e 7).Tabela 6 - Acurácia nos diversos balanceamentos <strong>da</strong>s classes, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> retira<strong>da</strong>s as unimaps comprobabili<strong>da</strong><strong>de</strong> nula <strong>de</strong> ocorrência no mo<strong>de</strong>lo gerado <strong>para</strong> os <strong><strong>da</strong>dos</strong> brutos <strong>da</strong> folha São Pedro.Balanceamento <strong>de</strong> classes: 0 0,5 1Regras 212 362 362Acurácia geral do mo<strong>de</strong>lo (%) 54,8 50,5 33,4Coeficiente Kappa 0,2708 0,2802 0,2096Houve melhoria em todos os balanceamentos <strong>da</strong>s classes após a eliminação <strong>da</strong>suni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento com erro <strong>de</strong> 100 %, com uma mu<strong>da</strong>nça significativa nobalanceamento <strong>de</strong> classes igual a 1, que aumentou a acurácia <strong>de</strong> 15,1 <strong>para</strong> 33,4 %.Porém, o melhor <strong>de</strong>sempenho ficou com os <strong><strong>da</strong>dos</strong> com balanceamento <strong>de</strong> classes igual azero, com aumento <strong>de</strong> 54,2 % <strong>para</strong> 54,8 %.Quanto à acurácia <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento individuais, nenhumaapresentou mu<strong>da</strong>nça significativa (Tabela 7). Há <strong>de</strong>staque <strong>para</strong> o Neos<strong>solo</strong> Litólicoeutrófico ou distrófico textura média ou argilosa, que foi <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> nobalanceamento <strong>de</strong> classes igual a zero, porém passou a fazer parte do mo<strong>de</strong>lo nosbalanceamentos <strong>da</strong>s classes <strong>de</strong> 0,5 e 1, com acurácia <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente 14,5 %. Essapequena alteração na acurácia geral e individual <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento nomo<strong>de</strong>lo ocorreu <strong>de</strong>vido à baixa representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ssas nove uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s retira<strong>da</strong>s, ouseja, quando foram elimina<strong>da</strong>s do mo<strong>de</strong>lo bruto não houve significativas alterações naproporção entre as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento, por representarem menos <strong>de</strong> 1,5 % <strong>da</strong> área<strong>de</strong> estudo.57


Assim, <strong>de</strong>ve-se levar em consi<strong>de</strong>ração o objetivo dos levantamentos a seremrealizados <strong>para</strong> avaliar qual o melhor mo<strong>de</strong>lo <strong>para</strong> a área <strong>de</strong> estudo. Enten<strong>de</strong>-se que, emlevantamentos mais <strong>de</strong>talhados ou que exijam informações <strong>de</strong> maior variabili<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong>vem ser priorizados mo<strong>de</strong>los que contemplem o maior número <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>mapeamento possíveis, além <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r utilizar base <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> mais <strong>de</strong>talha<strong>da</strong>s (escala1:5.000 a 1:25.000), enquanto que <strong>para</strong> levantamentos gerais <strong>de</strong>vem ser priorizadosmo<strong>de</strong>los que apresentem uma maior acurácia geral e que consi<strong>de</strong>rem as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>mapeamento <strong>de</strong> maior expressão na área, com a base <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> generaliza<strong>da</strong> (1:50.000 a1:250.000).Tabela 7 - Acurácia <strong>da</strong>s unimaps individualmente, retira<strong>da</strong>s as unimaps <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s com probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> nula<strong>de</strong> ocorrência no mo<strong>de</strong>lo gerado <strong>para</strong> os <strong><strong>da</strong>dos</strong> brutos.BalanceamentosUNIMAP 0 0,5 1LVA text. média 68,9 72,4 63,7RLe text. argilosa 79,1 62,2 50,9RQ 49 47 35,8PVAd text. arenosa/media 53,9 55,6 60,9PVAd text. argilosa 51,1 48,3 50,8RLe média 16,7 25,5 16GX + GM 65,5 38,4 32,1RLe ou RLd text. média ou argilosa 0 14,9 14CXbd 71,4 9,7 1,8b) Dois CórregosA partir do cruzamento <strong>da</strong>s informações dos mapas <strong>de</strong> geologia, parâmetrosgeomorfométricos e <strong>solo</strong>s, através <strong>de</strong> sobreposições, foi possível montar uma matriz <strong>de</strong><strong><strong>da</strong>dos</strong> com uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamentos associa<strong>da</strong>s as variáveis do relevo <strong>para</strong> que se<strong>de</strong>senvolvesse um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> treinamento a partir <strong>de</strong>ssa relação, como realizado <strong>para</strong> afolha São Pedro.A matriz <strong>para</strong> a folha Dois Córregos apresentou 794.273 linhas (pixels), sendoque 5.574 apresentavam-se com ruídos, representando menos <strong>de</strong> 1 % <strong>da</strong> área (unimapclassifica<strong>da</strong>s como ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s ou variáveis sem valor <strong>de</strong>finido), <strong><strong>da</strong>dos</strong> estes eliminados<strong>para</strong> gerar o mo<strong>de</strong>lo.Da mesma forma que <strong>para</strong> a folha São Pedro, foram seleciona<strong>da</strong>s aleatoriamente10 % dos <strong><strong>da</strong>dos</strong> estratificados <strong>para</strong> que pu<strong>de</strong>ssem ser utilizados no teste do mo<strong>de</strong>logerado a partir dos outros 90 %. As técnicas <strong>de</strong> balanceamento <strong>de</strong> classes também foramutiliza<strong>da</strong>s com a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> equalizar a distribuição dos <strong><strong>da</strong>dos</strong>, <strong>de</strong> modo que to<strong>da</strong>s as58


uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s fossem contempla<strong>da</strong>s no mo<strong>de</strong>lo gerado. Osbalanceamentos <strong>da</strong>s classes gerados foram <strong>de</strong> 0, 0,5 e 1 e a distribuição dos pixels nasuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s a partir <strong>de</strong>sses são esquematizados no gráfico a seguir (Figura 11).BalanceamentosFigura 11 – Distribuição do número <strong>de</strong> pixels por unimaps na folha Dois Córregos:1 – Latos<strong>solo</strong> Vermelho distrófico textura argilosa (LVd text. argilosa); 2 – Latos<strong>solo</strong> Vermelhodistrófico textura média (LVd text. média); 3 – Latos<strong>solo</strong> Vermelho Amarelo textura média (LVA text.média); 4 – Argis<strong>solo</strong> Vermelho Amarelo eutrófico textura arenosa sobre média ou média sob argilosa(PVAe text. arenosa/média ou média/argilosa); 5 – Neos<strong>solo</strong> Litólico eutrófico ou distrófico texturamédia (RLe ou RLd text. média); 6 – Neos<strong>solo</strong>s Quartzarênicos (RQ); 7 – Latos<strong>solo</strong> Vermelhodistroférrico textura argilosa ou muito argilosa (LVdf text. argilosa ou muito argilosa); 8 – Nitos<strong>solo</strong>Vermelho eutrófico ou distrófico textura argilosa (NVe ou NVd text. argilosa); 9 – Latos<strong>solo</strong> Vermelhoeutroférrico textura argilosa ou muito argilosa (LVef text. argilosa ou muito argilosa); 10 – Argis<strong>solo</strong>Vermelho Amarelo distrófico textura média ou arenosa sobre média (PVAd text. média ouarenosa/média).Po<strong>de</strong>-se observar que uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s com distribuição abaixo<strong>de</strong> 9.000 pixels, sete <strong>da</strong>s <strong>de</strong>z presentes, tiveram seu valor elevado nos balanceamentos<strong>da</strong>s classes <strong>de</strong> 0,5 e 1, enquanto as outras três, com maiores distribuições, foram<strong>de</strong>flaciona<strong>da</strong>s durante a amostragem <strong>para</strong> o aprendizado do mo<strong>de</strong>lo. Posteriormente, omo<strong>de</strong>lo gerado foi testado nos 10 % <strong>da</strong> área retirados no início. Os resultados <strong>para</strong> ostrês balanceamentos <strong>da</strong>s classes encontram-se na tabela 8.Tabela 8 - Acurácia nos diversos balanceamentos <strong>da</strong>s classes <strong>para</strong> to<strong>da</strong>s as unimaps <strong>de</strong><strong>solo</strong>s <strong>da</strong> folha Dois Córregos.Balanceamento <strong>de</strong> classes: 0 0,5 1Regras gera<strong>da</strong>s 172 294 418Acurácia geral do mo<strong>de</strong>lo (%) 54,24 53 36,13Coeficiente Kappa 0,37 0,36 0,2559


É possível verificar que a acurácia geral do mo<strong>de</strong>lo diminui significativamentecom o aumento do balanceamento <strong>de</strong> classes, pois se passa <strong>de</strong> uma situação real,encontra<strong>da</strong> no ambiente, <strong>para</strong> uma situação na qual to<strong>da</strong>s as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s estariamrepresenta<strong>da</strong>s na folha topográfica com a mesma proporção. A acurácia diminuiu 18 %do balanceamento <strong>de</strong> classes 0 <strong>para</strong> o igual a 1, sendo que o número <strong>de</strong> regras gera<strong>da</strong>s eo tamanho <strong>da</strong> árvore aumentaram, <strong>de</strong>vido ao aumento <strong>da</strong>s classificações incorretas pelasub amostragem <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento <strong>de</strong> maior área <strong>de</strong> ocorrência.Os maiores ganhos com o balanceamento <strong>de</strong> classes, porém, se dão <strong>de</strong>vido aoaumento <strong>da</strong> acurácia específica <strong>para</strong> ca<strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mapeamento <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s, na qualalgumas que antes apresentavam 100 % <strong>de</strong> erro no mo<strong>de</strong>lo, ou seja, nunca seriamclassifica<strong>da</strong>s, passam a ter representativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, como mostra a tabela 9.Tabela 9 - Acurácia <strong>da</strong>s unimaps <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s individualmente, <strong>para</strong> to<strong>da</strong>s as unimaps que ocorrem na folhaDois Córregos.BalanceamentosUNIMAPS 0 0,5 1LVd text. argilosa 0 12,3 3,8LVd text. média 18,6 18,8 21,2LVA text. média 63 63,4 68,2PVAe text. arenosa/média ou média/argilosa 63 65,3 65RLe ou RLd text. média 57,9 54,5 52,4RQ 34,5 18,9 8,9LVdf text. argilosa ou muito argilosa 0 8,3 11,6NVd ou NVe text. argilosa ou muito argilosa 31,7 34,3 37,5LVef text. argilosa ou muito argilosa 20,1 20,2 18,2PVAd text. média ou arenosa/média 0 13,3 8,2É possível verificar que uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento como o latos<strong>solo</strong> vermelhodistrófico textura argilosa, latos<strong>solo</strong> vermelho distroférrico textura argilosa ou muitoargilosa e o argis<strong>solo</strong> vermelho amarelo distrófico textura média ou arenosa sobremédia, que não eram contempla<strong>da</strong>s no mo<strong>de</strong>lo, passam a ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s com acuráciamédia <strong>de</strong> 10 % nos balanceamentos <strong>da</strong>s classes 0,5. Em contraparti<strong>da</strong>, algumas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>scomo a dos neos<strong>solo</strong>s quartzarênicos, que apresentavam acurácia <strong>de</strong> 34 % nobalanceamento <strong>de</strong> classes zero passam a ter menor acurácia. As outras uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>mapeamento que apresentavam maior distribuição na folha e foram <strong>de</strong>flaciona<strong>da</strong>s com obalanceamento <strong>de</strong> classes, não tiveram sua acurácia diminuí<strong>da</strong>, como ocorreu com olatos<strong>solo</strong> vermelho amarelo textura média e argis<strong>solo</strong> vermelho amarelo eutrófico,60


<strong>de</strong>vido a sua gran<strong>de</strong> representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> nesta folha ain<strong>da</strong> após a eliminação <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong> mapeamento com probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> 0.Como realizado na folha São Pedro, foram retira<strong>da</strong>s <strong>da</strong> tabela as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>mapeamento com probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> igual a zero <strong>de</strong> ocorrência, sendo que três uni<strong>da</strong><strong>de</strong>sforam elimina<strong>da</strong>s, Latos<strong>solo</strong> Vermelho distrófico textura argilosa, Latos<strong>solo</strong> Vermelhodistroférrico textura argilosa ou muito argilosa e Argis<strong>solo</strong> Vermelho-Amarelodistrófico textura média ou arenosa/média, representando um total <strong>de</strong> 85.390 pixels ouaproxima<strong>da</strong>mente 11 % <strong>da</strong> área.A partir disso, novas análises foram realiza<strong>da</strong>s com os mesmos valores <strong>de</strong>balanceamento <strong>de</strong> classes e os resultados com<strong>para</strong>dos <strong>para</strong> observar se houve melhoriana acurácia do mo<strong>de</strong>lo em geral (Tabela 10) e também <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamentoindividualmente.Tabela 10 - Acurácias nos diversos balanceamentos <strong>da</strong>s classes <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> retira<strong>da</strong>s as unimaps <strong>de</strong> <strong>solo</strong>scom probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> nula <strong>de</strong> ocorrência no mo<strong>de</strong>lo inicial <strong>da</strong> folha Dois Córregos.Balanceamento <strong>de</strong> classes: 0 0,5 1Regras gera<strong>da</strong>s 98 156 214Acurácia geral do mo<strong>de</strong>lo (%) 60,88 58,77 43Coeficiente Kappa 0,43 0,41 0,3Os resultados mostraram-se promissores, pois <strong>para</strong> os três balanceamentos <strong>da</strong>sclasses houve um aumento <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente 6 % na acurácia geral do mo<strong>de</strong>lo emrelação aos <strong><strong>da</strong>dos</strong> anteriores. Cabe ressaltar que <strong>para</strong> mo<strong>de</strong>los preditivos emlevantamentos mais <strong>de</strong>talhados a retira<strong>da</strong> <strong>de</strong> 10 % <strong>da</strong> área po<strong>de</strong> ser um númerosignificativo, uma vez que <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento não seriamconsi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s no mo<strong>de</strong>lo. Porém, no levantamento em questão, na qual se priorizou umadistribuição geral <strong>da</strong>s unimaps na área, esse aumento na predição é importante, poisinteressa um maior acerto <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento representativas.Quanto às uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento individuais, a maioria apresentou acuráciaacima <strong>de</strong> 60 % (Tabela 11), in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>da</strong> expressão na folha, como ocorreucom os Neos<strong>solo</strong>s Litólicos e Quartzarênicos, que não representam 6 % <strong>da</strong> área <strong>da</strong>folha. Esses últimos, porém, foram os únicos que apresentaram uma diminuiçãosignificativa <strong>da</strong> acurácia com o aumento dos balanceamentos <strong>da</strong>s classes, sendo que nasoutras uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s não houve muita variação.61


Tabela 11 - Acurácia <strong>da</strong>s unimaps <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s individualmente, retira<strong>da</strong>s as unimaps com probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> nula<strong>de</strong> ocorrência no mo<strong>de</strong>lo gerado <strong>para</strong> os <strong><strong>da</strong>dos</strong> brutos.BalanceamentosUNIMAPS 0 0,5 1LVd text. média 14,3 0 23,4LVA text. media 68,8 68,9 73,2PVAe text. arenosa/média ou média/argilosa 63,7 65 65,1RLe ou RLd text. média 62,3 56 55,6RQ 61,1 17,6 10,9NVd ou NVe text. argilosa ou muito argilosa 41,3 46 46,1LVef text. argilosa ou muito argilosa 27,3 26,2 23,94.3 Mapa digital <strong>de</strong> <strong>solo</strong>sa) São PedroO mapa <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s <strong>de</strong>scrito por OLIVEIRA et al. (1989) teve suas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>mapeamento unifica<strong>da</strong>s. Por exemplo, o mapa produzido em 1989 apresentava 15uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento compostas, porém, com as junções, uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s como Li3 + PV8e Li3 + PV9 foram <strong>de</strong>nominados <strong>de</strong> Li3. Além disso, uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s como LV1, LV2 e LV3,que se apresentavam iguais até o 3º nível categórico (gran<strong>de</strong> grupo) e em grupamentotextural, diferindo apenas quanto ao tipo <strong>de</strong> horizonte A, foram to<strong>da</strong>s agrupa<strong>da</strong>s em umaúnica uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mapeamento(Tabela 12).Posteriormente, essa nova legen<strong>da</strong> foi atualiza<strong>da</strong> (tabela 12), conformeEMBRAPA (2006) e um novo mapa produzido. Assim, Li3 passou a ser <strong>de</strong>nominadoRLe ou RLd textura média ou argilosa e LV3 como LVA textura média, conformeobservado na figura 12.Essas simplificações tornaram-se necessárias <strong>para</strong> que o mo<strong>de</strong>lo digital pu<strong>de</strong>sseser <strong>de</strong>senvolvido com uma maior acurácia no programa <strong>de</strong> mineração <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong>, pois,quanto maior o número <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s existentes, menor é aprobabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> acerto do mo<strong>de</strong>lo, representando assim uma <strong>da</strong>s limitações <strong>de</strong>ssemétodo, principalmente <strong>para</strong> locais em que a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos levantamentos exige maioracurácia, pois nem to<strong>da</strong>s as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s que ocorrem em uma <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> regiãosão contempla<strong>da</strong>s nesses mo<strong>de</strong>los.62


Tabela 12 – Atualização <strong>da</strong> legen<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s e agrupamento <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento (unimaps) <strong>para</strong>a folha São Pedro.Legen<strong>da</strong> antigaLegen<strong>da</strong> atualLR-3LVdf text. argilosa ou muito argilosaLE-2LVd text. argilosaLV-1, LV-2, LV-3 e LV-9LVA text. médiaLV-4 e LV-6LVA text. argilosaLV-8LVA text. argilosa ou cascalhentaAQRQLi-1RLe ou RLd text. cascalhentaLi-3RLe ou RLd text. média ou argilosaLi-5 e Li-7RLe text. médiaLi-6RLe text. argilosaG-3 GX + GMPV-2 e PV-9PVAd text. argilosaPV-6PVAd text. médiaPV-7 e PV-8PVAd abruptos text. arenosa/médiaPHEK text. arenosaBV-2M text. argilosaC-1 CXbdPENVe text. argilosa ou muito argilosaLR – 3: Latos<strong>solo</strong> Roxo Distrófico textura argilosa ou muito argilosa; LE – 2: Latos<strong>solo</strong> VermelhoEscuro textura argilosa; LV-1: Latos<strong>solo</strong> Vermelho Amarelo textura média, uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Coqueiro; LV-2:Latos<strong>solo</strong> Vermelho Amarelo textura média, uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Laranja Aze<strong>da</strong>; LV-3: Latos<strong>solo</strong> Vermelho Amarelotextura média, uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Três Barras; LV-8: Latos<strong>solo</strong> Vermelho Amarelo textura argilosa ou cascalhenta;LV-9: Latos<strong>solo</strong> Vermelho Amarelo textura média intermediário com Areias Quartzosas; AQ: AreiasQuartzosas Profun<strong>da</strong>; Li-1: Solos Litólicos eutrófico ou distrófico textura cascalhenta; Li-3: SolosLitólicos eutróficos ou distróficos textura média ou argilosa; Li-5: Solos Litólicos eutrófico textura médiasubstrato arenito <strong>da</strong>s formações Botucatu ou Pirambóia; Li-6: Solos Litólicos eutrófico textura argilosa;Li-7: Solos Litólicos eutrófico textura média substrato sedimentos indiscriminados Grupo Bauru; G-3:Solos Hidromórficos; PV-2: Podzólico Vermelho Amarelo distróficos textura argilosa ou muito argilosa;PV-6: Podzólico Vermelho Amarelo distróficos abrúpticos textura média; PV-7: Podzólico VermelhoAmarelo distróficos abrúpticos textura arenosa/média; PV-8: Podzólico Vermelho Amarelo distróficosabrúpticos textura arenosa/média pouco profundos; PV-9: Podzólico Vermelho Amarelo abrúpticostextura argilosa; PH: Podzol textura arenosa; BV-2: Brunizem Avermelhado textura argilosa; C-1:Cambis<strong>solo</strong>s; PE: Terra Roxa Estrutura<strong>da</strong> textura argilosa ou muito argilosa.63


Figura 12 – Mapa <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s <strong>da</strong> folha São Pedro, após simplificação <strong>da</strong> legen<strong>da</strong>.64


A análise do mapa permite verificar a ocorrência <strong>de</strong> oito or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s na folhaem questão, sendo essas: argis<strong>solo</strong>s, latos<strong>solo</strong>s, neos<strong>solo</strong>s, gleis<strong>solo</strong>s, nitos<strong>solo</strong>s,cambis<strong>solo</strong>s, espodos<strong>solo</strong>s e chernos<strong>solo</strong>s. O argis<strong>solo</strong> vermelho amarelo (PVA) é o <strong>de</strong>maior expressão na folha, ocupando 52,6 % <strong>de</strong> área <strong>de</strong>sta, seguido pelos neos<strong>solo</strong>s (33,8%), com maior expressão <strong>para</strong> o neos<strong>solo</strong> quartzarênico (RQ), que ocupa 22 % <strong>da</strong> área.Por fim, há uma pequena parcela <strong>de</strong> latos<strong>solo</strong> vermelho amarelo (LVA) (7 %) e outros<strong>solo</strong>s com baixa representativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, abaixo <strong>de</strong> 4 %, conforme observado na tabela 13.Tabela 13 – Proporção <strong>de</strong> ocorrência <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento <strong>da</strong> folha São Pedro, apóssimplificação <strong>da</strong> legen<strong>da</strong>.Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Mapeamento Área (%)Corpos d'água 2,5CXbd 0,42EK text. arenosa 0,12GX+GM 3,8LVA text. arg ou cascalhenta 0,03LVA text. média 6,8LVA text. muito argilosa 0,1LVd text. argilosa 0,03LVdf text. arg. ou muito argilosa 0,05M text. argilosa 0,07Município 0,18NVe text. argilosa 0,22PVAd text. arenosa/média 45PVAd text. argilosa 7,2PVAd text. média 0,4RLe text. argilosa 2,4RLe text. média 6,5RLe ou RLd text. cascalenta 0,18RLe ou RLd text. méia ou argilosa 2RQ 22TOTAL 100A partir <strong>da</strong>s análises <strong>para</strong> a folha São Pedro foi possível verificar que o melhor<strong>de</strong>sempenho <strong>para</strong> o tipo <strong>de</strong> levantamento em questão ocorreu sem os ruídos comaproxima<strong>da</strong>mente 55 % <strong>de</strong> acurácia geral do mo<strong>de</strong>lo, penalizando apenas uma classe,Neos<strong>solo</strong> Litólico eutrófico ou distrófico textura média ou argilosa, sendo que sete <strong>da</strong>soito uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento apresentam acurácia individual acima <strong>de</strong> 50 %.O número <strong>de</strong> regras gera<strong>da</strong>s na construção <strong>de</strong>sse mo<strong>de</strong>lo foi <strong>de</strong> 212, sendo queisso impediu a visualização <strong>da</strong> árvore <strong>de</strong> classificação. Esse elevado número <strong>de</strong> regraspo<strong>de</strong> gerar estatísticas não confiáveis apesar <strong>da</strong> estimativa do “erro <strong>de</strong> resubstituição”(estimativa obti<strong>da</strong> com os <strong><strong>da</strong>dos</strong> <strong>de</strong> treinamento usado durante o crescimento <strong>da</strong> árvore)manter-se <strong>de</strong>crescente. Com isto, a acurácia <strong>da</strong>s estimativas do erro é fortemente65


<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> amostra. Como o algoritmo divi<strong>de</strong> recursivamente oconjunto <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> <strong>de</strong> treinamento original, as divisões vão sendo avalia<strong>da</strong>s comamostras ca<strong>da</strong> vez menores. Isto significa que as estimativas <strong>de</strong> erro têm menos acuráciaà medi<strong>da</strong> que a árvore cresce.Com intuito <strong>de</strong> diminuir o número <strong>de</strong> regras gera<strong>da</strong>s, minimizar este problema eevitar o super ajustamento dos <strong><strong>da</strong>dos</strong> <strong>de</strong> treinamento com árvores muito complexasrealizou-se a po<strong>da</strong>.Nesse estudo foi utilizado o método <strong>da</strong> pré-po<strong>da</strong>, na qual o crescimento <strong>da</strong>árvore é interrompido antes que a divisão seja consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> não-confiável. Esse métodousa um procedimento “passo único”. Este algoritmo corre através dos nós <strong>da</strong> árvore ou“<strong>de</strong> baixo <strong>para</strong> cima” ou “<strong>de</strong> cima <strong>para</strong> baixo”, <strong>de</strong>cidindo <strong>para</strong> ca<strong>da</strong> nó, se a po<strong>da</strong><strong>de</strong>veria ser realiza<strong>da</strong> <strong>de</strong> acordo com algum critério <strong>de</strong> avaliação.Assim, foram <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s três classes <strong>de</strong> po<strong>da</strong>, 20, 50 e 100, sendo que essesnúmeros representam o número mínimo <strong>de</strong> pixels que as regras <strong>de</strong>vem chegar até que seencontre uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mapeamento <strong>de</strong> <strong>solo</strong> (folha <strong>da</strong> árvore). A partir <strong>da</strong> observação<strong>da</strong> tabela 14 é possível verificar que há uma diminuição do tamanho <strong>da</strong> árvore e nonúmero <strong>de</strong> regras gera<strong>da</strong>s com o aumento <strong>da</strong> po<strong>da</strong>, o que já era esperado. Assim, 48regras foram elimina<strong>da</strong>s com o aumento <strong>da</strong> po<strong>da</strong> <strong>de</strong> 20 <strong>para</strong> 100, enquanto aporcentagem do mo<strong>de</strong>lo permaneceu por volta <strong>de</strong> 54,9 % <strong>de</strong> acurácia. Esses resultadosindicam que algumas regras são essenciais no <strong>de</strong>senvolvimento do mo<strong>de</strong>lo, enquantooutras apenas aumentam a complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ste, além <strong>de</strong> não contribuírem <strong>para</strong> oaumento <strong>de</strong> acurácia.Tabela 14 – Diferentes classes <strong>de</strong> po<strong>da</strong>s aplica<strong>da</strong>s nos <strong><strong>da</strong>dos</strong> com a melhor acurácia geral.Classes <strong>de</strong> po<strong>da</strong> Regras Acurácia (%)20 212 54,9550 178 54,94100 164 54,91A partir <strong>de</strong> testes <strong>de</strong> entropia e qui-quadrado foi possível verificar orankeamento dos atributos quanto à contribuição no mo<strong>de</strong>lo gerado. A tabela 15 ilustraa or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> importância <strong>para</strong> a folha São Pedro <strong>para</strong> os dois testes.66


Tabela 15 – Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong>s variáveis morfométricas e <strong>de</strong> geologia quanto à contribuição no mo<strong>de</strong>logerado <strong>para</strong> a folha São Pedro.Ranking <strong>da</strong>s variáveisOr<strong>de</strong>m Entropia Qui-quadrado1 Geologia Geologia2 Declivi<strong>da</strong><strong>de</strong> Declivi<strong>da</strong><strong>de</strong>3 Distância Diagonal Distância Diagonal4 Área <strong>de</strong> Contribuição Área <strong>de</strong> Contribuição5 Curvatura em Perfil Curvatura em Perfil6 Curvatura em Planta Curvatura em PlantaPo<strong>de</strong>-se observar que nos dois testes, apesar <strong>de</strong> apresentarem lógicas diferentes,os resultados foram os mesmos quanto à or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> importância dos atributos. Essestestes são baseados no ganho <strong>de</strong> informação ou entropia <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> variável no mo<strong>de</strong>lo.Assim, a geologia foi consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> o parâmetro mais importante <strong>para</strong> a classificação dos<strong>solo</strong>s. Isso ficou evi<strong>de</strong>nciado por algumas regras gera<strong>da</strong>s já <strong>de</strong>finirem o tipo <strong>de</strong> <strong>solo</strong>apenas pelo tipo <strong>de</strong> geologia. Por exemplo, to<strong>da</strong> área <strong>da</strong> formação Itaqueri foiclassifica<strong>da</strong> como Latos<strong>solo</strong> Vermelho Amarelo textura média e to<strong>da</strong> a área <strong>da</strong>formação Botucatu foi classifica<strong>da</strong> como Neos<strong>solo</strong> Litólico eutrófico textura argilosa.Por outro lado, <strong>de</strong>vido a gran<strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> córregos e riachos, ocupandoaproxima<strong>da</strong>mente 3 % <strong>da</strong> área <strong>da</strong> folha, a distância diagonal <strong>da</strong> drenagem tornou-se umparâmetro importante <strong>para</strong> diferenciar os tipos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s. Por exemplo, em áreas <strong>de</strong>Sedimentos aluvionares, distâncias muito gran<strong>de</strong>s <strong>da</strong> drenagem foram associa<strong>da</strong>s aosNeos<strong>solo</strong>s Litólicos eutrófico textura argilosa, enquanto a distâncias gran<strong>de</strong>sencontraram-se os Argis<strong>solo</strong>s Vermelho Amarelos. Já na formação Pirambóia osArgis<strong>solo</strong>s foram associados a distâncias muito pequenas e pequenas, enquanto nasdistâncias gran<strong>de</strong>s predominaram os Neos<strong>solo</strong>s Quartzarênicos.Por fim, evi<strong>de</strong>ncia-se que as curvaturas foram os parâmetros com menor grau <strong>de</strong>importância no mo<strong>de</strong>lo, sendo muitas vezes as regras gera<strong>da</strong>s in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong>stesparâmetros, provavelmente <strong>de</strong>vido não apresentarem gran<strong>de</strong> variação na área emquestão, pois predominaram as curvaturas em planta plana e em perfil retilínea. Porexemplo, em to<strong>da</strong>s as áreas <strong>da</strong> formação Corumbataí e Sedimentos aluvionares acurvatura em perfil foi <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>, sendo mais importantes na geologia Pirambóia.Assim, a partir <strong>da</strong> análise e interpretação <strong>da</strong>s regras gera<strong>da</strong>s foi possível elaboraro mapa digital <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s <strong>da</strong> folha São Pedro com o auxílio <strong>de</strong> SIG (Figura 13).67


Figura 13 – Mapa <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s <strong>da</strong> folha São Pedro produzido a partir <strong>da</strong>s variáveis geomorfométricas e <strong>da</strong>litologia.68


A partir <strong>da</strong> sobreposição dos mapas e interpretação <strong>da</strong>s principais regras gera<strong>da</strong>spo<strong>de</strong>-se observar que os Neos<strong>solo</strong>s Litólicos eutróficos textura argilosa estão associadosa <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s acentua<strong>da</strong>s, com relevos predominantemente ondulados a montanhosos,com curvaturas em planta geralmente plana e distâncias médias a gran<strong>de</strong>s <strong>da</strong> drenagem,sendo presente em to<strong>da</strong>s as geologias <strong>da</strong> folha e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>da</strong> área <strong>de</strong> contribuição.Já os Neos<strong>solo</strong>s Litólicos eutróficos textura média são encontrados apenas nasformações Pirambóia com áreas <strong>de</strong> contribuição alta. A semelhança dos RL texturamédia com os <strong>de</strong> textura argilosa está no fato <strong>de</strong> serem encontrados em relevosondulados, <strong>de</strong> curvatura plana e a distâncias médias <strong>da</strong> drenagem.Os Neos<strong>solo</strong>s Quartzarênicos também estão associados exclusivamente àgeologia Pirambóia na folha <strong>de</strong> estudo, porém encontram-se presentes em to<strong>da</strong>s as<strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> relevos planos a montanhosos, não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>da</strong>s curvaturas egeralmente a distâncias médias <strong>da</strong> drenagem, po<strong>de</strong>ndo estar presentes nas outrasdistâncias também.Os Cambis<strong>solo</strong>s Háplicos Tb Distróficos estão associados apenas à formaçãoCorumbataí na folha, em áreas <strong>de</strong> relevo ondulado e distâncias médias <strong>da</strong> drenagem,in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>da</strong>s curvaturas e área <strong>de</strong> contribuição.Os Argis<strong>solo</strong>s Vermelho-Amarelos distróficos textura argilosa também estãoassociados a esta geologia, porém em <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s mais amenas, com relevopredominantemente plano a suave ondulado. A curvatura em planta é geralmente plana,in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do perfil, característica esta presente em todos os <strong>solo</strong>s <strong>da</strong> geologiaCorumbataí. Estes <strong>solo</strong>s encontram-se próximos à drenagem, em distâncias muitobaixas a baixas, sendo presentes em to<strong>da</strong>s as áreas <strong>de</strong> contribuição.Os argis<strong>solo</strong> vermelho amarelo distrófico textura arenosa/média, mesmo gran<strong>de</strong>grupo que o anterior, estão presentes nas formações Corumbataí e Pirambóia. Quandoassociados à formação Corumbataí, diferentemente dos argis<strong>solo</strong>s <strong>de</strong>scritosanteriormente, estão presentes em áreas <strong>de</strong> curvatura convergente ou divergente. Naformação Pirambóia estão presentes em <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s suaves a forte ondula<strong>da</strong>s e nasdiferentes curvaturas em planta, sendo que a curvatura em perfil é geralmente côncava,sendo encontrados geralmente a distâncias médias <strong>da</strong> drenagem.Próximos a drenagem e associados exclusivamente aos Sedimentos Aluvionaresencontram-se os gleis<strong>solo</strong>s háplicos ou melânicos, presentes em relevos planos, comáreas <strong>de</strong> contribuição muito baixa ou baixa e distâncias muito pequenas e pequenas <strong>da</strong>drenagem. IPPOLITI et al. (2003) chegaram a conclusões semelhantes em estudo na69


microbacia <strong>da</strong> Zona <strong>da</strong> Mata/MG, através <strong>da</strong> utilização <strong>de</strong> outros parâmetros:<strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, curvaturas e elevação, obti<strong>da</strong>s a partir <strong>de</strong> um MDE com gra<strong>de</strong> <strong>de</strong> 20metros, sendo que os gleis<strong>solo</strong>s foram associados a relevos planos na planície fluvial(leito maior), nas margens dos cursos <strong>de</strong> água, ou em partes baixas <strong>da</strong> paisagem on<strong>de</strong>ocorrem condições <strong>de</strong> alagamento.Na formação Itaqueri está presente somente o latos<strong>solo</strong> vermelho amarelotextura média, po<strong>de</strong>ndo também ser este encontrado em áreas <strong>de</strong> SedimentosAluvionares. Associam-se a <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s menores, com relevo predominantementeplano a suave ondulado, quando em áreas próximas a drenagem. Em distâncias médias,associam-se a relevos mais ondulados. Nessas duas formações geológicas esses <strong>solo</strong>sestão presentes em to<strong>da</strong>s as curvaturas em planta.REZENDE (1971) também <strong>de</strong>stacou que os perfis <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s localizados nas áreasmuito <strong>de</strong>clivosas são os menos espessos <strong>da</strong> seqüência, pois tal posição favorece amorfogênese, levando estes <strong>solo</strong>s a um constante rejuvenescimento por erosão.SIRTOLI et al. (2008) também avaliaram as interações que ocorrem entregeologia e os atributos <strong>de</strong>rivados do MDE com os <strong>solo</strong>s mapeados na bacia hidrográficado rio Canguiri/PR, e chegaram a conclusões semelhantes: os latos<strong>solo</strong>s estãopredominantemente em plano e perfil <strong>de</strong> curvatura, divergente e convexa, enquanto queos cambis<strong>solo</strong>s em curvatura em planta convergente/divergente e em perfil côncavo e osgleis<strong>solo</strong>s em curvatura em planta convergente/planar e em perfil retilínea. Os <strong>solo</strong>scom caráter hidromórfico e os latos<strong>solo</strong>s localizam-se em relevos mais aplainadosenquanto os Cambis<strong>solo</strong>s estão nas maiores <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s. As posições mais eleva<strong>da</strong>s epreserva<strong>da</strong>s dos processos <strong>de</strong> entalhamento <strong>da</strong> paisagem apresentampredominantemente latos<strong>solo</strong>s. Os cambis<strong>solo</strong>s estão em posições intermediárias e nasmenores altitu<strong>de</strong>s encontram-se os <strong>solo</strong>s <strong>de</strong> caráter hidromórfico.TERAMOTO et al. (2001), chegaram a relações semelhantes em estudos nabacia do ribeirão Martins, Piracicaba/SP na qual o argis<strong>solo</strong> vermelho amarelo <strong>de</strong>textura arenosa/média relacionam-se aos arenitos <strong>da</strong> formação Pirambóia em áreas com<strong>de</strong>clive suave. Já os neos<strong>solo</strong>s litólicos argilosos estão associados aos siltitos <strong>da</strong>formação Corumbataí, ocorrendo nas superfícies geológicas mais recentes, inferiores eem áreas muito inclina<strong>da</strong>s. Por fim, os cambis<strong>solo</strong>s háplicos <strong>de</strong> textura indiscrimina<strong>da</strong>relacionam-se aos alúvio-colúvios <strong>da</strong> base.70


Tabela 16 – Matiz <strong>de</strong> confusão <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento <strong>para</strong> o mo<strong>de</strong>lo com os <strong><strong>da</strong>dos</strong> <strong>de</strong> melhoracurácia na folha São Pedro.Matriz <strong>de</strong> confusão com exclusão <strong>da</strong>s classes com p = 0Balanceamento <strong>de</strong> classes = 0Preditasa b c d e f g h i Classificado como:2696 220 177 2236 110 0 199 0 0 a = LVA text. média137 1335 217 276 0 0 0 0 0 b = RLe text. Argilosa230 114 3052 14957 49 5 10 0 0 c = RQ446 11 2103 32225 1989 0 179 0 2 d = PVAd text. arenosa/média0 0 75 2597 3237 0 0 0 0 e = PVAd text. argilosa100 7 475 4720 0 1 6 0 0 f = RLe text. média288 1 90 1473 365 0 904 0 0 g = GX+GM4 0 10 1098 532 0 4 0 0h = RLe ou RLd text. média ouargilosa14 0 25 179 47 0 79 0 5 I = CXbdBalanceamento <strong>de</strong> classes = 0,5a b c d e f g h i Classificado como2519 299 376 1728 129 22 453 54 58 a = LVA text. média72 1528 99 215 0 49 2 0 0 b = RLe text. Argilosa190 388 4046 12328 53 1065 269 51 27 c = RQ443 148 3325 25612 2499 1585 1155 2070 118 d = PVAd text. arenosa/média0 0 151 1166 3492 28 14 918 140 e = PVAd text. argilosa93 57 452 3661 0 968 67 0 11 f = RLe text. média161 35 73 860 364 73 1271 53 231 g = GX+GMh = RLe ou RLd text. média ou2 0 32 376 662 0 10 554 12 argilosa1 0 58 113 29 4 69 11 64 I = CXbdBalanceamento <strong>de</strong> classes = 1a b c d e f g h i Classificado como2584 299 974 390 111 223 471 94 492 a = LVA text. média75 1587 107 52 0 132 3 0 9 b = RLe text. Argilosa366 761 7830 2772 44 3516 358 77 2693 c = RQ700 306 10500 6945 1959 7921 1406 3286 3932 d = PVAd text. arenosa/média29 3 395 244 3071 247 24 1422 474 e = PVAd text. argilosa128 120 1503 743 1 2363 86 6 359 f = RLe text. média158 41 376 178 334 255 1140 84 555 g = GX+GMh = RLe ou RLd text. média ou15 0 97 68 507 45 12 813 91 argilosa1 0 67 15 22 22 50 13 159 I = CXbdPo<strong>de</strong>-se observar na folha São Pedro que o aumento dos balanceamentos <strong>da</strong>sclasses <strong>de</strong> 0 <strong>para</strong> 1 diminuiu o valor do índice Kappa tanto <strong>para</strong> o mapa com todos os<strong>solo</strong>s representados quanto <strong>para</strong> o mo<strong>de</strong>lo sem as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento <strong>de</strong> <strong>solo</strong>scom probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> nula <strong>de</strong> ocorrência. O índice Kappa me<strong>de</strong> o grau <strong>de</strong>concordância/discordância entre as classes <strong>de</strong> <strong>solo</strong> preditas e as do mapa original e éexpresso pela diagonal principal <strong>da</strong> matriz mostra<strong>da</strong> na tabela 16. O melhor<strong>de</strong>sempenho foi com o balanceamento <strong>de</strong> classes igual a 0,5, retira<strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s comprobabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrência igual a 0, com valor <strong>de</strong> 28 % <strong>de</strong> concordância (Tabela 6).71


A partir <strong>da</strong> tabela <strong>da</strong> matriz <strong>de</strong> confusão é possível estabelecer aconcordância/discordância <strong>para</strong> ca<strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mapeamento <strong>de</strong> <strong>solo</strong>, através <strong>da</strong>divisão entre o número total <strong>de</strong> pixels predito (do acerto) em relação ao número total <strong>de</strong>pixels presentes originalmente em ca<strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mapeamento.Assim, a uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mapeamento que apresentou o maior acerto foi o Argis<strong>solo</strong>Vermelho Amarelo distrófico textura arenosa sobre média, com 87 % <strong>de</strong> concordância,no balanceamento <strong>de</strong> classes igual a zero. Isso se <strong>de</strong>ve principalmente a sua ampladistribuição na folha, ocupando mais <strong>de</strong> 50 % <strong>de</strong>sta, sendo favorecido no mo<strong>de</strong>lo.Porém, quando há o balanceamento <strong>de</strong> classes essa acurácia ten<strong>de</strong> a diminuir <strong>de</strong>vido àsub-amostragem <strong>da</strong>s classes com maior distribuição na folha.Por outro lado, uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s como o neos<strong>solo</strong> litólico eutrófico ou distrófico texturamédia ou argilosa foram <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rados do mo<strong>de</strong>lo, ou seja, apresentaram 100 % <strong>de</strong>erro no balanceamento <strong>de</strong> classes igual a zero, sendo essas áreas classifica<strong>da</strong>s comoargis<strong>solo</strong> vermelho amarelo distrófico textura arenosa sobre média em 66 % dos <strong><strong>da</strong>dos</strong> e33 % como argis<strong>solo</strong> vermelho amarelo distrófico textura argilosa. Com o aumento dosbalanceamentos <strong>da</strong>s classes, essa uni<strong>da</strong><strong>de</strong> passa a ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> no mo<strong>de</strong>lo,apresentando 33 % e 50 % <strong>de</strong> acerto nos balanceamentos <strong>da</strong>s classes igual a 0,5 e 1,respectivamente (Tabela 17).Um <strong>da</strong>do interessante é que to<strong>da</strong>s as <strong>de</strong>mais uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamentoapresentavam alguma área que foi classifica<strong>da</strong> erroneamente como argis<strong>solo</strong> vermelhoamarelo distrófico textura arenosa sobre média, com <strong>de</strong>staque <strong>para</strong> os neos<strong>solo</strong>squartzarênicos, neos<strong>solo</strong>s litólicos eutróficos textura média, gleis<strong>solo</strong>s e cambis<strong>solo</strong>s,todos com erro acima <strong>de</strong> 50 %. Em contraparti<strong>da</strong>, uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s como latos<strong>solo</strong> vermelhoamarelo textura média e neos<strong>solo</strong> litólico eutrófico textura argilosa, apesar <strong>de</strong>apresentarem distribuição intermediária na folha, aproxima<strong>da</strong>mente 15 % ca<strong>da</strong>, ficaramcom boa concordância nos três balanceamentos <strong>da</strong>s classes, acima <strong>de</strong> 45 %, conformeobservado na tabela 17.72


Tabela 17 – Porcentagem <strong>de</strong> acerto e erro <strong>da</strong> matriz <strong>de</strong> confusão <strong>para</strong> as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento nosdiversos balanceamentos <strong>da</strong>s classes <strong>da</strong> folha São Pedro.UNIMAPS Concordância (%)Balanceamentos: 0 0,5 1LVA text. méd 47,8 44,7 45,8RLe text. arg 67,9 77,8 80,8RQ 16,6 22 42,5PVAd text. aren/méd 87,2 69,3 18,8PVAd text. arg 54,8 59,1 52RLe med 25 18,2 44,5GX GM 29 40,7 36,5RLe ou RLd text. méd ou arg 0 33,6 49,3CXbd 1,4 18,3 45,6b) Folha Dois CórregosO mapa <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s (ALMEIDA et al., 1981), escala 1:100.000, passou poralgumas modificações <strong>para</strong> se obter o mapa <strong>de</strong> Dois Córregos 1:50.000, como a união<strong>de</strong> suas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento compostas (Tabela 18). Por exemplo, havia 24uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s compostas que foram agrupa<strong>da</strong>s, a exemplo <strong>de</strong> (LRd + LE3 + TE2), (LRd +LRe) e (LRd + TE2), que passaram a ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s apenas como LRd (Tabela 18).Posteriormente, essas legen<strong>da</strong>s foram atualiza<strong>da</strong>s <strong>de</strong> acordo com EMBRAPA (2006) eum novo mapa foi produzido (Figura 14). Essas junções tiveram como objetivoprincipal obter um melhor resultado na acurácia do mo<strong>de</strong>lo proposto, como <strong>de</strong>scrito<strong>para</strong> a folha São Pedro.Tabela 18 - Agrupamento <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento e atualização <strong>da</strong> legen<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s <strong>para</strong> a folhaDois CórregosLegen<strong>da</strong> antigaLegen<strong>da</strong> AtualLReLVef text. argilosa ou muito argilosaLRdLVdf text. argilosa ou muito argilosaLE-1 e LE-2LVd text. médiaLE-3LVd text. argilosaLV-1, LV-2, LV-3 e LV-4LVA text. médiaTE-1 e TE-2NV distroférrico ou NV eutroférrico text argilosaAQRQLi-1RLe ou RLd text. médiaPV-1 e PV-2PVAe text. arenosa/média ou média/argilosaPV-3PVAd text. média ou arenosa/médiaLRe: Latos<strong>solo</strong> Roxo eutrófico textura argilosa ou muito argilosa, uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Ribeirão Preto. LRd: Latos<strong>solo</strong> Roxo distróficotextura argilosa ou muito argilosa, uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Barão Geraldo; LE-1: Latos<strong>solo</strong> vermelho Escuro textura média, uni<strong>da</strong><strong>de</strong> DoisCórregos; LE-2: Latos<strong>solo</strong> vermelho Escuro textura média, uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Hortolândia; LE-3: Latos<strong>solo</strong> vermelho Escuro texturaargilosa, uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Limeira; LV-1: Latos<strong>solo</strong> Vermelho Amarelo textura média, uni<strong>da</strong><strong>de</strong> São Lucas; LV-2: Latos<strong>solo</strong>Vermelho Amarelo textura média, uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Coqueiro; LV-3: Latos<strong>solo</strong> Vermelho Amarelo textura média, uni<strong>da</strong><strong>de</strong> LaranjaAze<strong>da</strong>; LV-4: Latos<strong>solo</strong> Vermelho Amarelo textura média, uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Três Barras; TE-1: Terra Roxa Estrutura<strong>da</strong> eutrófica oudistrófica textura argilosa, uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Estrutura<strong>da</strong>; TE-2: Terra Roxa Estrutura<strong>da</strong> eutrófica ou distrófica textura argilosa,uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Itaguaçu; AQ: Areias Quartzosas Profun<strong>da</strong>s; Li-1: Solos Litólicos eutróficos ou distróficos textura média; PV-1:Podzólico Vermelho Amarelo eutrófico textura arenosa/média ou média/argilosa, uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Serrinha; PV-2: PodzólicoVermelho Amarelo eutrófico textura arenosa/média ou média/argilosa, uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Monte Cristo; PV-3: Podzólico VermelhoAmarelo eutrófico textura média ou arenosa/média, uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Canela.73


Figura 14 – Mapa <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s <strong>da</strong> folha Dois Córregos após simplificação <strong>da</strong> legen<strong>da</strong>.74


Como po<strong>de</strong> ser observado na figura 14, os <strong>solo</strong>s <strong>de</strong>ssa região estão distribuídosem quatro or<strong>de</strong>ns, <strong>de</strong> acordo com o Sistema Brasileiro <strong>de</strong> Classificação <strong>de</strong> Solos(EMBRAPA, 2006), sendo elas: latos<strong>solo</strong>s, argis<strong>solo</strong>s, nitos<strong>solo</strong>s e neos<strong>solo</strong>s.Os latos<strong>solo</strong>s ocupam a maior parte <strong>da</strong> área, 64,3 %, com <strong>de</strong>staque <strong>para</strong> olatos<strong>solo</strong> vermelho amarelo (40,5 %). O argis<strong>solo</strong> vermelho amarelo também estápresente em gran<strong>de</strong> parte <strong>da</strong> área, com 22 % <strong>de</strong> distribuição, sendo que os neos<strong>solo</strong>s enitos<strong>solo</strong>s apresentam uma baixa expressivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, menos que 10 % <strong>da</strong> área ca<strong>da</strong> (Tabela19).Tabela 19 –Proporção <strong>de</strong> ocorrência <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento na folha Dois Córregos, apóssimplificação <strong>da</strong> legen<strong>da</strong>.Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Mapeamento Área (%)LVA text. média 40,5LVd text. argilosa 3,2LVd text. média 12,3LVdf text. arg. ou muito argilosa 3,9LVef arg. ou muito argilosa 4,45Municípios 0,43NVe ou NVd arg. ou muito argilosa 8,15PVAd text. méd. ou arenosa/média 3,7PVAe text. aren/méd. ou méd/arg. 17,9RLe ou RLd text. argilosa 0,21RLe ou RLd text. média 4,26RQ 1TOTAL 100O melhor <strong>de</strong>sempenho ocorreu <strong>para</strong> o balanceamento <strong>de</strong> classes igual a zero,sem as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s com probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrência igual a zero,com aproxima<strong>da</strong>mente 61 % <strong>de</strong> acurácia (Tabela 10), contemplando to<strong>da</strong>s as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong> mapeamento individualmente com boa acurácia. Apesar disso, o número <strong>de</strong> regrasgera<strong>da</strong>s foi elevado, 98, sendo que não foi possível observar a árvore <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão.São poucos os trabalhos que utilizaram tal técnica no mapeamento digital <strong>de</strong><strong>solo</strong>s, cabendo <strong>de</strong>stacar o <strong>de</strong>senvolvido por BUI et al. (2008), na região <strong>de</strong> Toowoomba,Austrália. Diferentemente <strong>de</strong>ste trabalho, foi utilizado uma gra<strong>de</strong> <strong>de</strong> MDE <strong>de</strong> 250metros e obteve os parâmetros <strong>de</strong> <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, aspecto, curvaturas em perfil, planta,tangencial e área <strong>de</strong> contribuição. O algorítimo utilizado foi o mesmo, C5, sendo os seusresultados consi<strong>de</strong>rados os mais promissores até então, com 69 % <strong>de</strong> concordância entreo mapa real (obtido através <strong>de</strong> levantamento tradicional <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s) e o predito, com umacurácia <strong>de</strong> predição <strong>de</strong> 48 %. Cabe então ressaltar a importância <strong>de</strong>sse trabalho com a75


obtenção <strong>de</strong> acurácias consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s eleva<strong>da</strong>s, 54,8 % e 60,88 % e concordâncias <strong>de</strong>27% e 43 %, <strong>para</strong> as áreas <strong>de</strong> São Pedro e Dois Córregos, respectivamente.Com a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> diminuir o número <strong>de</strong> regras gera<strong>da</strong>s foi realiza<strong>da</strong> a prépo<strong>da</strong>gem<strong>da</strong> árvore com os mesmos valores <strong>para</strong> a folha São Pedro (20, 50 e 100),sendo esses os números mínimos <strong>de</strong> pixels que o mo<strong>de</strong>lo utiliza <strong>para</strong> gerar uma regra,ou seja, classifica uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mapeamento <strong>de</strong> <strong>solo</strong> como folha <strong>da</strong> árvore <strong>de</strong>classificação.Tabela 20 - – Diferentes classes <strong>de</strong> po<strong>da</strong>s aplica<strong>da</strong>s no mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> maior acurácia <strong>para</strong> a folha DoisCórregos.Classes <strong>de</strong> Po<strong>da</strong> Regras Acurácia (%)20 98 60,7550 92 60,75100 86 60,75Como observado na tabela 20, a po<strong>da</strong> <strong>da</strong> árvore <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão contribuiu <strong>para</strong> adiminuição do número <strong>de</strong> regras sem alterar a acurácia geral do mo<strong>de</strong>lo, o que significaque algumas combinações <strong>de</strong> variáveis morfométricas são mais importantes na<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> certas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento. A po<strong>da</strong> <strong>de</strong> 20 <strong>para</strong> 100 diminuiu 12regras <strong>da</strong> árvore.A partir <strong>de</strong> testes <strong>de</strong> incerteza <strong>da</strong> informação e qui-quadrado foi possívelverificar o rankeamento dos atributos quanto à sua contribuição ao mo<strong>de</strong>lo gerado. Atabela 21 ilustra a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> importância dos atributos <strong>para</strong> a folha Dois Córregos.Tabela 21 - Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong>s variáveis morfométricas e geologia quanto à contribuição ao mo<strong>de</strong>lo gerado<strong>para</strong> a folha Dois Córregos.Ranking <strong>da</strong>s variáveisOr<strong>de</strong>m Entropia Qui-quadrado1 Geologia Geologia2 Distância Diagonal Distância Diagonal3 Declivi<strong>da</strong><strong>de</strong> Declivi<strong>da</strong><strong>de</strong>4 Curvatura em Perfil Curvatura em Perfil5 Curvatura em Planta Curvatura em Planta6 Área <strong>de</strong> Contribuição Área <strong>de</strong> ContribuiçãoPo<strong>de</strong>-se observar que <strong>para</strong> os dois testes o or<strong>de</strong>namento foi o mesmo, com<strong>de</strong>staque <strong>para</strong> a Geologia e Distância Diagonal como parâmetros <strong>de</strong>terminantes napredição dos <strong>solo</strong>s. Isso ficou comprovado através <strong>da</strong>s regras gera<strong>da</strong>s pelo mo<strong>de</strong>lo, naqual com apenas a combinação <strong>de</strong>ssas duas variáveis foi possível classificar algumas76


uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento. Por exemplo, na formação geológica Itaqueri, em distânciaspequenas encontram-se o latos<strong>solo</strong> vermelho amarelo e em gran<strong>de</strong>s o neos<strong>solo</strong> litólico.Já na formação Serra Geral, nas distâncias pequenas estão os nitos<strong>solo</strong>s vermelhos e nasdistâncias gran<strong>de</strong>s os neos<strong>solo</strong>s litólicos. Por fim, em áreas <strong>de</strong> formação Pirambóia agran<strong>de</strong>s distâncias <strong>da</strong> drenagem encontram-se o argis<strong>solo</strong> vermelho amarelo.A área <strong>de</strong> contribuição não teve gran<strong>de</strong> importância na folha pelo fato <strong>de</strong> nãohaver gran<strong>de</strong>s diferenças <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong> (figura 8 a). As curvaturas tiveram uma maiorcontribuição, principalmente na formação Itaqueri, ao diferenciar o Argis<strong>solo</strong> VermelhoAmarelo, associado a curvatura <strong>de</strong> perfil côncava e <strong>de</strong> planta plana, do Neos<strong>solo</strong>Litólico, associado a curvatura em perfil convexa e planta divergente ou plana.A interpretação <strong>de</strong>ssas regras permitiu a elaboração do mapa digital <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s<strong>de</strong>sta folha, com o auxílio <strong>de</strong> SIG, sendo possível estabelecer algumas relações após ainterpretação e sobreposição dos diversos mapas <strong>de</strong> variáveis e <strong>solo</strong>s (Figura 15).77


Figura 15 – Mapa <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s <strong>da</strong> folha Dois Córregos produzido a partir <strong>da</strong>s variáveis geomorfométricas e<strong>da</strong> litologia.78


O latos<strong>solo</strong> vermelho amarelo textura média ocorrem em to<strong>da</strong>s as formaçõesgeológicas <strong>da</strong> folha, geralmente em relevos suave ondulados, porém também presentenas outras formas <strong>de</strong> relevo. Situam-se a distâncias muito pequenas <strong>da</strong> drenagem, exceto<strong>para</strong> a geologia Pirambóia, na qual essa distância é média.O latos<strong>solo</strong> vermelho eutroférrico textura argilosa ou muito argilosa estãopresente apenas na formação Serra Geral, em áreas <strong>de</strong> relevo suave ondulados aondulados, em áreas <strong>de</strong> curvatura em planta plana ou divergente, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes doperfil e a distâncias muito pequenas <strong>da</strong> drenagem em to<strong>da</strong>s as áreas <strong>de</strong> contribuição. Jáos latos<strong>solo</strong>s vermelhos distróficos textura média (mesma subor<strong>de</strong>m que anterior),diferenciam-se do latos<strong>solo</strong> vermelho eutroférrico textura argilosa ou muito argilosa porserem encontrados em áreas <strong>de</strong> curvatura em planta convergente e com áreas <strong>de</strong>contribuição baixa.Presentes exclusivamente na formação Serra Geral estão os nitos<strong>solo</strong>s vermelhoseutroférricos ou distróférricos textura argilosa, que por apresentarem distribuição emlocais <strong>de</strong> <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> plana e suave ondula<strong>da</strong>, a distâncias pequenas <strong>da</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong>drenagem acabaram sobrepondo áreas <strong>de</strong> latos<strong>solo</strong> vermelho eutroférrico texturaargilosa ou muito argilosa, <strong>de</strong>vido a estes apresentarem sua distribuição diminuí<strong>da</strong> coma eliminação <strong>da</strong>s unimaps com acurácia igual a zero.Já o argis<strong>solo</strong> vermelho amarelo textura arenosa sobre média ou média sobreargilosa não são encontrados apenas na formação Serra Geral, mas ocorrem em to<strong>da</strong>s asoutras, com maior <strong>de</strong>staque <strong>para</strong> a Pirambóia, na qual se encontram a distâncias maiores<strong>da</strong> drenagem. Em contraparti<strong>da</strong>, na formação Botucatu, são encontrados a distânciaspequenas <strong>da</strong> drenagem e na formação Itaqueri a distâncias médias. Po<strong>de</strong>m serencontrados em to<strong>da</strong>s as <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e curvaturas em perfil e em planta, sendo estasgeralmente planas ou divergentes.Os neos<strong>solo</strong>s litólicos eutróficos ou distróficos textura média também estãopresentes nesta folha, ocupando áreas <strong>de</strong> <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s eleva<strong>da</strong>s, com relevo ondulado eforte ondulado, presente em to<strong>da</strong>s as geologias, em distâncias médias a gran<strong>de</strong>s <strong>da</strong>drenagem. Ocorrem geralmente em curvaturas planas, porém aparecem em áreas <strong>de</strong>curvatura divergente, não sendo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>da</strong> área <strong>de</strong> contribuição.Os neos<strong>solo</strong>s quartzarênicos estão associados apenas aos locais <strong>da</strong> formaçãoBotucatu nesta folha, em relevos ondulados, a pequenas distâncias <strong>da</strong> drenagem,in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>da</strong>s curvaturas em planta e em perfil.79


Uma análise mais <strong>de</strong>talha<strong>da</strong> no índice Kappa e na matriz <strong>de</strong> confusão (Tabela 10e 22) permite avaliar quais os erros mais freqüentes <strong>de</strong>ssas relações, ou seja, comoestavam sendo classifica<strong>da</strong>s <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento.O índice Kappa apresentou um <strong>de</strong>créscimo significativo conforme houve oaumento no balanceamento <strong>de</strong> classes, <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente 0,43 <strong>para</strong> 0,30 (Tabela 10),<strong>de</strong>vido ao aumento <strong>da</strong>s classificações incorretas conforme diminuem-se a amostragem<strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> maior área <strong>de</strong> ocorrência.Tabela 22 - – Matiz <strong>de</strong> confusão <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento na folha Dois Córregos.Matriz <strong>de</strong> confusão com exclusão <strong>da</strong>s classes com p = 0Balanceamento <strong>de</strong> classes = 0a b c d e f g Classificado como1 7874 17 53 0 1173 611 a = LVd text. média0 26033 3482 123 0 1706 840 b = LVA text. médiac = PVAe text.0 3031 8573 977 7 1276 340 arenosa/média_ou_média/argilosa0 42 569 2667 0 103 2 d = RLe ou RLd text. média0 27 755 21 11 6 0 e = RQ3 551 72 389 0 4505 953 f = NVdf ou NVef_text. argilosa3 306 0 48 0 2149 1032 g = LVef_arg_ou_muitoargBalanceamento <strong>de</strong> classes = 0,5a b c d e f g Classificado como0 7869 0 55 19 695 1091 a = LVd text. média0 25984 2979 250 420 1115 1436 b = LVA text. médiac = PVAe text.0 2974 6471 1615 1528 912 704 arenosa/média_ou_média/argilosa0 35 115 3043 85 96 9 d = RLe ou RLd text. média0 0 342 27 445 6 0 e = RQ0 549 42 392 27 3580 1883 f = NVdf ou NVef_text. argilosa0 302 0 48 0 1373 1815 g = LVef_arg_ou_muitoargBalanceamento <strong>de</strong> classes = 1a b c d e f g Classificado como4695 3130 4 55 44 480 1321 a = LVd text. média13473 11862 2415 256 1264 810 2104 b = LVA text. médiac = PVAe text.1389 934 5146 1653 3153 849 1080 arenosa/média_ou_média/argilosa13 3 89 3050 113 86 29 d = RLe ou RLd text. média0 0 217 28 569 3 3 e = RQ277 191 36 393 77 2650 2849 f = NVd ou NVe_text. argilosa209 85 0 49 8 871 2316 g = LVef_arg_ou_muitoargAssim, através <strong>da</strong> tabela 22, na qual a diagonal principal representa os acertos eas células fora <strong>da</strong> diagonal os erros do mo<strong>de</strong>lo, verificou-se que o maior número <strong>de</strong>acertos foi na uni<strong>da</strong><strong>de</strong> do latos<strong>solo</strong> vermelho amarelo textura média, na qual 80 % dos<strong><strong>da</strong>dos</strong> foram classificados corretamente (Tabela 23), <strong>de</strong>vido a esse tipo <strong>de</strong> <strong>solo</strong> ocupargran<strong>de</strong> parte <strong>da</strong> folha. Esse fator fez com que gran<strong>de</strong> parte <strong>da</strong>s outras uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>80


mapeamento <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s fosse classifica<strong>da</strong> erroneamente como latos<strong>solo</strong> vermelho amarelotextura média.Outras classes com gran<strong>de</strong> concordância, apesar <strong>de</strong> representarem menos <strong>de</strong>13% em áreas soma<strong>da</strong>s, foram os nitos<strong>solo</strong>s vermelhos (NV) e os neos<strong>solo</strong>s litólicos(RL), com aproxima<strong>da</strong>mente 70 e 79 % <strong>de</strong> acerto (Tabela 23).As uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento com menor distribuição, como os neos<strong>solo</strong>squartzarênicos apresentaram gran<strong>de</strong> taxa <strong>de</strong> erro, sendo que 92 % dos <strong><strong>da</strong>dos</strong> foramclassificados como nitos<strong>solo</strong>s vermelhos. Uma solução eficiente que contribuiu noaumento <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> acerto <strong>de</strong>ssas classes <strong>de</strong> <strong>solo</strong> foi o balanceamento <strong>de</strong> classes,conforme observado na tabela 23.Tabela 23 - Porcentagem <strong>de</strong> acerto <strong>da</strong> matriz <strong>de</strong> confusão <strong>para</strong> as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento nos diversosbalanceamentos <strong>da</strong>s classes <strong>da</strong> folha Dois Córregos.Concordância (%)UNIMAPS 0 0,5 1LVd_med 0 0 48,3LVA_med 80,9 80,7 36,9PVAe_aren/med_ou_med/arg 60,4 45,6 36,2RLe_ou_RLd_med 78,8 89,9 90,2RQ 1,3 54,3 69,4NVdf ou NVef arg 69,6 55,3 40,9Lvef_arg_ou_muitoarg 29,2 51,3 65,5Po<strong>de</strong>-se observar que o aumento do balanceamento <strong>de</strong> classes <strong>de</strong> 0 <strong>para</strong> 1influenciou a acurácia <strong>de</strong> acerto <strong>da</strong>s UNIMAPS, <strong>de</strong> modo que uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s com gran<strong>de</strong>representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> na folha, como os argis<strong>solo</strong>s e latos<strong>solo</strong>s vermelho amarelos, tem seuacerto diminuído. Em contraparti<strong>da</strong>, uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> menor expressão, como os latos<strong>solo</strong>svermelhos eutroférricos e neos<strong>solo</strong>s quartzarênicos aumentam consi<strong>de</strong>ravelmente a taxa<strong>de</strong> acerto, sendo que o latos<strong>solo</strong> vermelho distrófico textura média, que nosbalanceamentos <strong>da</strong>s classes 0 e 0,5 apresentou 100 % <strong>de</strong> erro no mo<strong>de</strong>lo, passou a serconsi<strong>de</strong>rado com uma taxa <strong>de</strong> concordância <strong>de</strong> 50 % no balanceamento <strong>de</strong> classes iguala um.Como principal vantagem <strong>de</strong>ssa metodologia <strong>de</strong>staca-se o subsídio <strong>para</strong> ospedólogos na orientação dos trabalhos <strong>de</strong> campo em regiões que apresentam poucasinformações pedológicas disponíveis, tornando os levantamentos mais rápidos e menoscustosos, uma vez que permitem uma análise preliminar <strong>da</strong>s relações <strong>solo</strong>-paisagem naárea <strong>de</strong> estudo, em função <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> ocorrência previamente conhecido.81


Como principais <strong>de</strong>svantagens po<strong>de</strong>m-se citar a elaboração do banco <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong>através <strong>de</strong> digitalizações e edições dos diversos <strong><strong>da</strong>dos</strong> <strong>de</strong> entra<strong>da</strong> no SIG ser onerosa,assim como a edição <strong>da</strong>s matrizes <strong>de</strong> entra<strong>da</strong> <strong>para</strong> o formato exigido no programa <strong>de</strong>aprendizagem <strong>de</strong> máquina. Além disso, os mo<strong>de</strong>los gerados apresentam boa acurácia<strong>para</strong> as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento mais representativas, po<strong>de</strong>ndo não contemplar<strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> menor expressão local. Assim, a boa acurácia <strong>de</strong>sse mo<strong>de</strong>lotambém está limita<strong>da</strong> aos seguintes fatores: a) quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos <strong><strong>da</strong>dos</strong> <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s existentes;b) as generalizações que são impostas nos mapas originais; c) escalas dos mapas; d)escolha correta do número <strong>de</strong> variáveis morfométricas assim como quais <strong>de</strong>ntre várias<strong>de</strong>vem ser utiliza<strong>da</strong>s. Além disso, <strong>para</strong> que os mapas apresentem uma maior aplicação,po<strong>de</strong>-se utilizar filtros com a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> homogeneizar a representação <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong> mapeamento.4.4 Flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e aplicação do mo<strong>de</strong>lo <strong>para</strong> mapeamentos digitais em áreas nãomapea<strong>da</strong>sO fato <strong>da</strong>s duas folhas situarem-se próximas geograficamente faz com queapresentem semelhanças quanto aos aspectos físicos, inclusive litologias e uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>mapeamento <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s em comum, assim como pequena variação climática entre elas.Porém, há algumas particulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s presentes em ca<strong>da</strong> uma <strong>de</strong>las que fizeram com quehouvesse diferenças significativas no acerto <strong>da</strong> predição <strong>de</strong> um modo geral, assim comoespecificamente <strong>para</strong> ca<strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mapeamento <strong>de</strong> <strong>solo</strong>.Essas particulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s ficaram evi<strong>de</strong>ncia<strong>da</strong>s pela mu<strong>da</strong>nça <strong>da</strong> importância <strong>da</strong>svariáveis geomorfométricas na classificação do mo<strong>de</strong>lo predito <strong>de</strong> uma folha <strong>para</strong> outra.Na folha São Pedro, a área <strong>de</strong> contribuição foi um fator importante na classificação,enquanto na folha Dois Córregos, a área <strong>de</strong> contribuição não foi <strong>de</strong>terminante. Isso se<strong>de</strong>u primeiramente <strong>de</strong>vido a maior diferença <strong>de</strong> <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s na folha São Pedro,variável que também foi consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> mais importante na predição <strong>da</strong>s UNIMAPS <strong>para</strong>esta folha, ou seja, os maiores <strong>de</strong>clives fazem com que a água escorra superficialmentemais rapi<strong>da</strong>mente <strong>para</strong> um local <strong>de</strong> <strong>de</strong>ságüe. Quando essas águas chegam às áreasplanas estão em maior volume e, assim, terá maior influência na formação do <strong>solo</strong>.Associado a isto está o fato <strong>da</strong> predominância <strong>de</strong> diferentes tipos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s nasduas folhas topográficas. Na folha São Pedro há o predomínio <strong>de</strong> argis<strong>solo</strong>s (53 %) emrelação aos latos<strong>solo</strong>s (7 %) e neos<strong>solo</strong>s (7 %), enquanto que na folha Dois Córregos há82


predominância <strong>de</strong> latos<strong>solo</strong>s (64 %) em relação aos argis<strong>solo</strong>s (22 %). Os latos<strong>solo</strong>s eneos<strong>solo</strong>s quartzarênicos são <strong>solo</strong>s mais permeáveis que os argis<strong>solo</strong>s, o que <strong>de</strong>terminaum maior fluxo hídrico superficial em São Pedro, fato corroborado pela maior<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem. Consi<strong>de</strong>rando a água um dos importantes agentes nagênese do <strong>solo</strong>, no local on<strong>de</strong> há mais água espera-se que a área <strong>de</strong> contribuição sejauma variável mais importante como <strong>de</strong>terminante dos <strong>solo</strong>s que na folha com menoságua circulante.Quanto ao acerto geral do mo<strong>de</strong>lo, na folha São Pedro apresentaaproxima<strong>da</strong>mente 55 % <strong>de</strong> acurácia, enquanto que na folha Dois Córregos esse númerofoi bem mais elevado, 61 %. Essa diferença <strong>de</strong>ve-se principalmente ao maior número <strong>de</strong>uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento contempla<strong>da</strong>s no mo<strong>de</strong>lo, nove classes, enquanto em DoisCórregos foram sete classes. Além disso, a retira<strong>da</strong> <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s com 100 % <strong>de</strong>erro em São Pedro eliminou apenas 1,5 % dos <strong><strong>da</strong>dos</strong>, enquanto em Dois Córregos 11 %dos <strong><strong>da</strong>dos</strong> foram perdidos, o que contribuiu <strong>para</strong> uma maior acurácia, <strong>de</strong>vido adistribuição homogênea <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento. Consequentemente, o número <strong>de</strong>regras gera<strong>da</strong>s em São Pedro foi mais elevado, com 114 regras a mais, além docoeficiente Kappa apresentar uma menor taxa <strong>de</strong> acerto/concordância, <strong>de</strong> 0,43 em DoisCórregos a 0,27 em São Pedro.Em relação às semelhanças e diferenças entre as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento, têmseque os Neos<strong>solo</strong>s Litólicos eutróficos textura média são encontrados nas duas folhasem áreas <strong>de</strong> <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> ondula<strong>da</strong>, a distâncias médias <strong>da</strong> drenagem em curvaturas emplanta planas. Porém, em São Pedro há <strong>de</strong>pendência <strong>da</strong> área <strong>de</strong> contribuição alta,enquanto em Dois Córregos as relações são in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>da</strong> área <strong>de</strong> contribuição.Os latos<strong>solo</strong>s vermelho amarelos textura média apresentam muitas semelhançasnas duas áreas, associados à formação Itaqueri, geralmente ocorrendo em relevos suaveondulados não muito distantes <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> drenagem e não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>da</strong>s curvaturas.Os neos<strong>solo</strong>s quartzarênicos (RQ) são também in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>da</strong>s curvaturas nasduas folhas, porém em Dois Córregos estão associados à formação Botucatu,localizados a distâncias pequenas <strong>da</strong> drenagem em relevos ondulados. Já na folha SãoPedro associam-se a formação Pirambóia a distâncias médias <strong>da</strong> drenagem, ocorrendoem to<strong>da</strong>s as <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.Outros fatores que po<strong>de</strong>m contribuir na limitação <strong>de</strong>ssa técnica são asgeneralizações que foram realiza<strong>da</strong>s no mapa <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s 1:100.000 <strong>de</strong> Piracicaba e Brotas,com a junção <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s compostas em uma única uni<strong>da</strong><strong>de</strong> simples. Porém, essas83


generalizações foram necessárias <strong>para</strong> que as análises por árvores <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão setornassem possíveis, uma vez que o excessivo número <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamentoprejudicava a acurácia do mo<strong>de</strong>lo gerado <strong>de</strong>vido ao menor po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> predição.Nas duas folhas, observou-se que nos locais on<strong>de</strong> ocorrem manchas <strong>de</strong> <strong>solo</strong>smais alonga<strong>da</strong>s houve um maior erro do classificador, po<strong>de</strong>ndo ser observado na matriz<strong>de</strong> confusão, como ocorreu com o Neos<strong>solo</strong> Litólico em São Pedro. Isso ocorreuprincipalmente <strong>de</strong>vido ao maior contato com as outras manchas, o que acaba elevando o“efeito <strong>de</strong> bor<strong>da</strong>” nesses locais, induzindo a um erro maior.Para as duas folhas também não é possível avaliar ou escolher qual o melhormo<strong>de</strong>lo sem consi<strong>de</strong>rar os objetivos específicos <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> levantamento, ou seja, em qualbalanceamento <strong>de</strong> classes, com os <strong><strong>da</strong>dos</strong> brutos ou sem uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento comprobabili<strong>da</strong><strong>de</strong> igual a zero, obteve-se a maior acurácia. Assim, em levantamentos<strong>de</strong>talhados é viável priorizar os mo<strong>de</strong>los em que um maior número <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>mapeamento seja contemplado, enquanto que em levantamentos <strong>de</strong> menor abrangênciapo<strong>de</strong>m ser utilizados mo<strong>de</strong>los em que se eliminem as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento menosrepresentativas.Esse trabalho ressalta também a importância <strong>de</strong> tais levantamentos preliminares<strong>para</strong> áreas com poucas informações <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s, o que com certeza economizará tempo erecursos, assim como permitirá que os trabalhos <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhamento através <strong>de</strong> métodostradicionais partam <strong>de</strong> estágios mais avançados <strong>de</strong> conhecimento sobre a área que se<strong>de</strong>seja realizar esses estudos.Com a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> esten<strong>de</strong>r os estudos sobre mapeamento digital <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s,assim como aplicar os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> predição <strong>de</strong>sse estudo, sugere-se extrapolar os <strong><strong>da</strong>dos</strong>do mo<strong>de</strong>lo gerado <strong>para</strong> áreas sem levantamentos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s realizados. Para isto, torna-senecessário escolher áreas com as características e<strong>da</strong>foclimáticas, geológicas egeomorfológicas semelhantes, <strong>de</strong>vido à especifici<strong>da</strong><strong>de</strong> espacial <strong>da</strong> relação apresenta<strong>da</strong>entre os <strong>solo</strong>s e as variáveis do relevo.Uma importante região que apresenta intensa ocupação <strong>da</strong>s terras e existe gran<strong>de</strong><strong>de</strong>man<strong>da</strong> por informações <strong>de</strong> <strong>solo</strong> é a folha Botucatu, escala 1:50.000. Por outro lado, aárea é <strong>de</strong> enorme interesse <strong>para</strong> estudos que objetivem <strong>de</strong>senvolver técnicas <strong>de</strong>mapeamento digital, uma vez que apresenta gran<strong>de</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ambientesformadores do <strong>solo</strong>, especialmente litologia e relevo, em função dos quais se esperauma gran<strong>de</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s. Outros fatores positivos são as semelhanças <strong>de</strong>geologia e relevo com as regiões apresenta<strong>da</strong>s nesse estudo, além <strong>da</strong> disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>84


um banco <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> digitais <strong>para</strong> essa área. Isso evi<strong>de</strong>ncia a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> utilizaremseas regras do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> aprendizado <strong>da</strong>s folhas São Pedro e Dois Córregos <strong>para</strong>inferência <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento <strong>de</strong> <strong>solo</strong> na folha Botucatu.É importante <strong>de</strong>stacar também a contribuição dos diversos tipos <strong>de</strong> mapasoriginados através <strong>de</strong>ssa técnica <strong>de</strong> mapeamento digital <strong>para</strong> as áreas em questão, umavez que o banco <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> gerados po<strong>de</strong>rá ser útil no planejamento ambiental regional,através do cruzamento entre essas e outras variáveis com finali<strong>da</strong><strong>de</strong>s diferentes domapeamento digital <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s, como, por exemplo, mapeamento <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> erosão, <strong>de</strong>áreas agricultáveis, <strong>de</strong>ntre outros. Além disso, o inverso também po<strong>de</strong> ser realizado, ouseja, o aproveitamento <strong>de</strong> banco <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> existentes em instituições priva<strong>da</strong>s ougovernamentais <strong>para</strong> fins <strong>de</strong> mapeamento digital <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s.85


5 CONCLUSÕESOs resultados obtidos permitem concluir que:a) Mapas digitais <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s elaborados a partir <strong>de</strong> variáveis geológicas e <strong>de</strong> morfometriado relevo, quando tratados em SIG e por técnicas <strong>de</strong> aprendizado <strong>de</strong> máquinaapresentam eleva<strong>da</strong> acurácia (51% - São Pedro e 61% - Dois Córregos) quandocom<strong>para</strong><strong>da</strong>s aos trabalhos atuais (48% - BUY et al., 2008) e representam aproximaçõesdos mapas elaborados por métodos tradicionais, com baixo custo, a<strong>de</strong>quados a algunsestudos que <strong>de</strong>man<strong>de</strong>m menor <strong>de</strong>talhamento.b) Dentre as variáveis analisa<strong>da</strong>s, a geologia, nas duas áreas <strong>de</strong> estudo, foi a variávelmais influente na predição <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s.c) As variáveis morfométricas <strong>de</strong> relevo <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> > distância diagonal <strong>da</strong> drenagem >área <strong>de</strong> contribuição > curvatura em perfil > curvatura em planta, nessa or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>priori<strong>da</strong><strong>de</strong>, foram efetivas na predição <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s <strong>da</strong> folhaSão Pedro, com acurácia geral <strong>para</strong> a área <strong>de</strong> 51 %. Na folha Dois Córregos as variáveistambém se mostraram efetivas, porém a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> priori<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>para</strong> a geração do mapa foidistância diagonal <strong>da</strong> drenagem > <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> > curvaturas em perfil e planta > área <strong>de</strong>contribuição, com acurácia do mapa produzido <strong>de</strong> 61 %.d) Apesar <strong>de</strong> a árvore <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão favorecer uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento <strong>de</strong> maior área <strong>de</strong>ocorrência, o balanceamento <strong>de</strong> classes <strong>para</strong> treinamento do mo<strong>de</strong>lo foi efetivo <strong>para</strong>aumentar a acurácia e concordância <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento com menor área <strong>de</strong>ocorrência, aumentando a utili<strong>da</strong><strong>de</strong> do mapa produzido.e) A técnica <strong>de</strong> pré-po<strong>da</strong> mostrou-se eficaz <strong>para</strong> solucionar o elevado número <strong>de</strong>relações <strong>solo</strong> - paisagens gera<strong>da</strong>s no mo<strong>de</strong>lo, pois não influenciou sua acurácia geral eain<strong>da</strong> foi útil <strong>para</strong> eliminar <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s regras pouco expressivas, facilitando assim suainterpretação.f) A técnica <strong>de</strong> árvores <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão utiliza<strong>da</strong> no mapeamento digital <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s apresenta-secomo uma alternativa viável <strong>para</strong> orientar trabalhos <strong>de</strong> pedólogos em campo, reduzindoo tempo e custo <strong>de</strong>stes, uma vez que mostra, por exemplo, através do mo<strong>de</strong>lo gerado,quais os locais que apresentam maior taxa <strong>de</strong> erro e classificações incorretas,evi<strong>de</strong>nciando assim a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> maiores amostragens em alguns locais em<strong>de</strong>trimento <strong>de</strong> outros, com características mais homogêneas.86


6 SUGESTÕESComo trabalhos futuros sugerem-se:a) Extrapolação do mo<strong>de</strong>lo digital gerado neste estudo <strong>para</strong> áreas sem levantamentos <strong>de</strong><strong>solo</strong>s, sendo necessários estas serem semelhantes quanto a formação geológica e relevo.Estudos a priori indicam a folha Botucatu, escala 1:50.000, como a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>.b) Gerar novos mo<strong>de</strong>los <strong>para</strong> áreas com formação geológica e geomorfológicadiferentes <strong>de</strong>ste estudo, com a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ampliar o conhecimento <strong>da</strong>s relações <strong>solo</strong> –paisagem. Assim, em extrapolações futuras o banco <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> estará ca<strong>da</strong> vez maiscompleto.c) Utilizar outros parâmetros geomorfométricos, assim como diversas combinações<strong>de</strong>stes e diferentes classes discretas, <strong>para</strong> efeito <strong>de</strong> com<strong>para</strong>ção/contribuição <strong>para</strong> omo<strong>de</strong>lo digital gerado.d) Incluir a variável clima em estudos <strong>de</strong> folhas topográficas com maior variaçãoclimática.e) Gerar mo<strong>de</strong>los digitais <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s com apoio a base <strong>de</strong> <strong><strong>da</strong>dos</strong> oriundos <strong>de</strong>levantamentos mais <strong>de</strong>talhados, por exemplo, em escalas 1:10.000 a 1:50.000, <strong>para</strong>verificar a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> aumentar a utili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sses mapas digitais <strong>de</strong> <strong>solo</strong>sproduzidos.87


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8 ANEXO(S)Anexo I………………………………………………………………………….. 102Anexo II................................................................................................................ 103Anexo III.............................................................................................................. 104Anexo IV.............................................................................................................. 105Anexo V................................................................................................................ 106Anexo VI.............................................................................................................. 107101


Anexo I – Acurácia <strong>da</strong>s classes individuais <strong>para</strong> os três balanceamentos <strong>da</strong>s classes <strong>para</strong> a folha SãoPedro, em porcentagem.Balanceamento <strong>de</strong> classes = 0Falso FalsoF-Positivo Negativo Acurácia Measure Unimaps47,5 1,8 66,1 55,3 LVA text. média0 0 0 0 LVA text. muito argilosa67,2 0,5 77,6 72 RLe text. argilosa16,9 5,1 49,4 25,1 RQ87,3 64,5 53,6 66,4 PVAd text. arenosa/média55,2 4,5 49,4 52,2 PVAd text. argilosa0 0 0 0 NVe text. argilosa0 0 0 0 LVdf text. argilosa ou muito argilosa0 0 0 0 RLe text. média0 0 0 0 LVd text. argilosa0 0 0 0 PVAd text. média0 0 0 0 M text. argilosa29,4 0,7 64,3 40,4 GX+GM0 0 0 0 Rle ou RLd text. Média ou argilosa1,7 0 75 3,4 CXbd0 0 0 0 RLe ou RLd text. cascalhenta0 0 0 0 EK text. arenosa0 0 0 0 LVA text. argilosa ou cascalhentaBalanceamento <strong>de</strong> classes = 0,5Falso FalsoF-Positivo Negativo Acurácia Measure Unimaps29,8 1,2 65,3 40,9 LVA text. média52,8 0,4 11,7 19,2 LVA text. muito argilosa66,2 0,6 75 70,3 RLe text. argilosa23,3 7,9 46,6 31 RQ74,8 53,2 54,5 63,1 PVAd text. arenosa/média51,2 4,6 46,9 48,9 PVAd text. argilosa23,6 1,1 4,7 7,8 NVe text. argilosa63,4 0,6 4,8 9 LVdf text. argilosa ou muito argilosa4,5 0,7 31,6 7,8 RLe text. média73,1 0,5 4,6 8,7 LVd text. argilosa8,8 0,5 6,1 7,2 PVAd text. média20,3 1,3 1,1 2,1 M text. argilosa30,6 1,4 46,9 37 GX+GM12,9 1,3 17,8 15 Rle ou RLd text. Média ou argilosa3,4 0 24 6 CXbd27,5 1,6 3 5,5 RLe ou RLd text. cascalhenta23,2 0,5 5,7 9,1 EK text. arenosa0 0,1 0 0 LVA text. argilosa ou cascalhentaBalanceamento <strong>de</strong> classes = 1Falso FalsoF-Positivo Negativo Acurácia Measure Unimaps22,1 1,3 56,4 31,8 LVA text. média65,2 0,8 8,2 14,5 LVA text. muito argilosa71,7 1,5 55,2 62,4 RLe text. argilosa23,1 12,3 35,8 28,1 RQ3,3 1,5 65,6 6,3 PVAd text. arenosa/média13,1 0,9 53,6 21 PVAd text. argilosa41,8 4 2,3 4,4 NVe text. argilosa102


65,9 0,9 3,6 6,8 LVdf text. argilosa ou muito argilosa30,9 10,7 16,9 21,8 RLe text. média73,1 0,5 4,6 8,6 LVd text. argilosa10,4 1 4,1 5,9 PVAd text. média72,9 18,5 0,3 0,6 M text. argilosa21 2 30,2 24,7 GX+GM25,7 2,8 16,2 19,9 Rle ou RLd text. Média ou argilosa23 5,8 1,7 3,2 CXbd74,6 5,3 2,4 4,7 RLe ou RLd text. cascalhenta55,6 4,3 1,6 3,1 EK text. arenosa57,1 15,6 0,1 0,3 LVA text. argilosa ou cascalhentaAnexo II – Acurácia <strong>da</strong>s classes individuais, em porcentagem, <strong>para</strong> os três balanceamentos <strong>da</strong>s classes,retira<strong>da</strong>s as unimaps com probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> zero no mo<strong>de</strong>lo dos <strong><strong>da</strong>dos</strong> brutos <strong>de</strong> São Pedro.Balanceamento <strong>de</strong> classes = 0Falso FalsoF-Positivo Negativo Acurácia Measure Unimaps47,8 1,7 68,9 56,4 LVA text. média67,9 0,5 79,1 73,1 RLe text. Argilosa16,6 5,2 49 24,8 RQ87,2 65 53,9 66,6 PVAd text. arenosa/média54,8 4,2 51,1 52,9 PVAd text. Argilosa0 0 16,7 0 RLe text. média29 0,6 65,5 40,2 GX+GM0 0 0 0 Rle ou RLd text. Média ou argilosa1,4 0 71,4 2,8 CXbdBalanceamento <strong>de</strong> classes = 0,5Falso FalsoF-Positivo Negativo Acurácia Measure Unimaps44,7 1,3 72,4 55,2 LVA text. média77,8 1,2 62,2 69,1 RLe text. Argilosa22 7,5 47 29,9 RQ69,3 48,3 55,6 61,7 PVAd text. arenosa/média59,1 5,1 48,3 53,2 PVAd text. Argilosa18,2 3,8 25,5 21,3 RLe text. média40,7 2,7 38,4 39,5 GX+GM33,6 4,1 14,9 20,7 Rle ou RLd text. Média ou argilosa18,3 0,8 9,7 12,7 CXbdBalanceamento <strong>de</strong> classes= 1Falso FalsoF-Positivo Negativo Acurácia Measure Unimaps45,8 2 63,7 53,3 LVA text. média80,8 2 50,9 62,5 RLe text. Argilosa42,5 23 35,8 38,9 RQ18,8 10,5 60,9 28,7 PVAd text. arenosa/média52 4,1 50,8 51,4 PVAd text. Argilosa44,5 16,7 16 23,6 RLe text. média36,5 3,2 32,1 34,2 GX+GM49,3 6,4 14 21,8 Rle ou RLd text. Média ou argilosa45,6 10,9 1,8 3,5 CXbd103


Anexo III – Matriz <strong>de</strong> confusão <strong>para</strong> os três balanceamentos <strong>da</strong>s classes.Matriz <strong>de</strong> confusão <strong>para</strong> os <strong><strong>da</strong>dos</strong> <strong>de</strong> São PedroBalanceamento <strong>de</strong> classes = 0a b c d e f g h i j k l m n o p q r Classificado como2680 0 227 177 2242 110 0 0 0 0 0 0 202 0 0 0 0 0 a = LVA text. média84 0 0 0 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 b =LVA text. muito argilosa138 0 1321 237 270 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 c =RLe text. argilosa232 0 117 3105 14906 53 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 d = RQ454 0 6 2053 32271 1980 0 0 1 0 0 0 188 0 2 0 0 0 e = PVAd text. arenosa/média0 0 0 85 2560 3264 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 f = PVAd text. argilosa0 0 0 0 101 81 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 g = NVe text. argilosa26 0 13 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0h = LVdf text. argilosa ou muito0 0 0 0 0 argilosa86 0 14 477 4729 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 i = RLe text. média26 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 j = LVd text. argilosa27 0 0 9 202 80 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 k = PVAd text. média0 0 0 8 51 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 l = M text. argilosa266 0 4 101 1464 368 0 0 0 0 0 0 918 0 0 0 0 0 m = GX+GMn = Rle ou RLd text. Média ou7 0 0 12 1117 511 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 argilosa16 0 0 26 183 40 0 0 0 0 0 0 77 0 6 0 0 0 o = CXbd0 0 0 0 24 118 0 0 0 0 0 0 0p = RLe ou RLd text.0 0 0 0 0 cascalhenta13 0 0 0 51 0 0 0 0 0 0 0 35 0 0 0 0 0 q = EK text. arenosa0 0 0 1 27 0 0 0 0 0 0 0 0r = LVA text. argilosa ou0 0 0 0 0 cascalhentaBalanceamento <strong>de</strong> classes= 0,5a b c d e f g h i j k l m n o p q r1679 302 168 372 1867 93 31 315 3 338 6 21 346 6 0 25 63 3 a17 47 0 0 5 0 0 5 0 15 0 0 0 0 0 0 0 0 b29 22 1301 159 247 0 0 173 14 11 0 8 2 0 0 0 0 0 c185 0 230 4285 12964 50 5 1 176 0 3 332 135 15 1 8 1 26 d435 0 9 3416 27641 2112 565 0 300 0 298 536 497 637 13 388 51 57 e0 0 0 160 1519 3023 164 0 2 0 73 25 1 296 14 631 0 1 f0 0 0 0 31 74 43 0 0 0 9 0 0 8 0 17 0 0 g5 5 0 0 2 0 0 26 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 h40 15 14 567 4254 0 0 12 237 17 0 117 16 0 2 0 3 15 i0 7 0 0 0 0 0 0 0 19 0 0 0 0 0 0 0 0 j11 3 0 22 135 73 8 5 2 8 28 1 0 5 0 17 0 0 k0 0 0 9 38 0 0 0 0 0 0 12 0 0 0 0 0 0 l162 0 12 111 1192 345 7 0 14 0 1 25 954 14 7 41 230 6 m3 0 0 36 573 548 97 0 0 0 41 4 7 213 1 123 1 1 n5 0 0 57 133 39 1 0 3 0 0 10 54 1 12 0 33 0 o0 0 0 0 8 89 2 0 0 0 1 0 0 3 0 39 0 0 p2 0 0 2 49 0 0 0 0 0 0 0 23 0 0 0 23 0 q0 0 0 1 27 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 r104


Balanceamento <strong>de</strong> classes = 1a b c d e f g h i j k l m n o p q r1248 570 173 628 76 3 82 490 145 339 22 488 213 18 275 113 366 389 a4 58 0 0 0 0 1 9 0 15 0 1 0 0 0 1 0 0 b16 27 1410 29 2 0 0 177 80 12 2 117 5 1 10 0 5 73 c225 1 671 4253 350 27 38 11 2329 1 4 4672 229 37 1767 30 444 3328 d505 1 178 5759 1215 338 1691 13 5135 0 382 7471 981 1362 1933 1518 1382 7091 e8 1 0 201 35 774 879 1 129 0 259 385 13 680 318 1962 36 228 f2 0 0 0 0 8 76 0 0 0 7 1 0 19 2 66 0 1 g2 7 0 0 0 0 2 27 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 h26 30 83 611 96 4 1 16 1639 18 3 1252 55 6 148 0 208 1113 i0 7 0 0 0 0 0 0 0 19 0 0 0 0 0 0 0 0 j3 7 0 46 5 1 21 8 15 8 33 31 0 14 16 71 4 35 k0 0 0 1 0 0 0 0 3 0 0 43 0 0 3 0 1 8 l156 0 40 233 62 196 63 2 178 0 9 270 654 38 101 114 872 133 m11 0 0 63 8 77 396 0 26 0 75 62 3 423 65 359 19 61 n5 0 1 37 2 12 14 0 10 0 0 66 10 3 80 3 87 18 o0 0 0 0 0 5 15 0 0 0 4 0 0 6 6 106 0 0 p2 0 0 4 1 0 0 0 3 0 0 15 4 0 1 0 55 14 q0 0 0 2 0 0 0 0 5 0 0 5 0 0 0 0 0 16 rAnexo IV – Acurácia <strong>da</strong>s classes individuais <strong>para</strong> os três balanceamentos <strong>da</strong>s classes <strong>para</strong> a folha DoisCórregos, em porcentagem.Balanceamento <strong>de</strong> classes = 0FalsoPositivoFalsoNegativo AcuráciaF-Measure Unimaps0 0 0 0 LVd text. argilosa0,1 0,1 18,6 0,2 LVd text. média80,9 32,8 63 70,8 LVA text. média60,4 7,8 63 61,7 PVAe text. arenosa/média ou média/argilosa78,1 2,5 57,9 66,5 RLe ou RLd text. média1,2 0 34,5 2,4 RQ0 0 0 0 LVdf text. argilosa ou muito argilosa69 13,3 31,7 43,5 NVd ou NVe text. argilosa29,1 5,5 20,1 23,8 LVef text. Argilosa ou muito argilosa0 0 0 0 PVAd text. Média ou arenosa/médiaBalanceamento <strong>de</strong> classes = 0,5Falso FalsoF-Positivo Negativo Acurácia Measure Unimaps0,4 0,1 12,3 0,7 LVd text. argilosa0 0 18,8 0,1 LVd text. média80,4 32,1 63,4 70,9 LVA text. média50,7 5,9 65,3 57,1 PVAe text. arenosa/média ou média/argilosa86,2 3,2 54,5 66,8 RLe ou RLd text. média50 2,3 18,9 27,4 RQ0,1 00,1 8,3 0,3 LVdf text. argilosa ou muito argilosa56,4 9,7 34,3 42,7 NVd ou NVe text. argilosa48,5 9 20,2 28,5 LVef text. Argilosa ou muito argilosa0,9 0,2 13,3 1,7 PVAd text. Média ou arenosa/médiaBalanceamento <strong>de</strong> classes = 1Falso FalsoF-Positivo Negativo Acurácia Measure Unimaps0,8 0,7 3,8 1,4 LVd text. argilosa41 21,5 21,2 27,9 LVd text. média105


35,6 11,5 68,2 46,8 LVA text. média29,5 3,5 65 40,5 PVAe text. arenosa/média ou média/argilosa89,7 3,7 52,4 66,1 RLe ou RLd text. média75 8 8,9 16 RQ0,2 0,1 11,6 0,3 LVdf text. argilosa ou muito argilosa38,7 5,8 37,5 38,1 NVd ou NVe text. argilosa66,9 14,2 18,2 28,6 LVef text. Argilosa ou muito argilosa10,6 4,6 8,2 9,2 PVAd text. Média ou arenosa/médiaAnexo V - Acurácia <strong>da</strong>s classes individuais, em porcentagem, <strong>para</strong> os três balanceamentos <strong>da</strong>s classes,retira<strong>da</strong>s as unimaps <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s com probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> zero no mo<strong>de</strong>lo dos <strong><strong>da</strong>dos</strong> brutos <strong>de</strong> Dois Córregos.Acurácia <strong>da</strong>s unimaps sem probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> = 0Balanceamento <strong>de</strong> classes = 0Falso FalsoF-Positivo Negativo Acurácia Measure Unimap0 0 14,3 0 LVd text. Média80,9 31 68,8 74,3 LVA text. Média60,4 8,7 63,7 62PVAe text. arenosa/média oumédia/argilosa78,8 2,4 62,3 69,6 RLe ou RLd text. média1,3 0 61,1 2,6 RQ69,6 10 41,3 51,8 NVd ou NVe text. Argilosa29,2 4,1 27,3 28,2LVef text. argilosa ou muitoargilosaBalanceamento <strong>de</strong> classes = 0,5Falso FalsoF-Positivo Negativo Acurácia Measure Unimap0 0 0 0 LVd text. Média80,7 30,7 68,9 74,3 LVA text. Média45,6 6,2 65 53,6PVAe text. arenosa/média oumédia/argilosa89,9 3,6 56 69,1 RLe ou RLd text. média54,3 3 17,6 26,6 RQ55,3 6,6 46 50,2 NVd ou NVe text. Argilosa51,3 7,7 26,2 34,7LVef text. argilosa ou muitoargilosaBalanceamento <strong>de</strong> classes = 1Falso FalsoF-Positivo Negativo Acurácia Measure Unimap48,3 25,3 23,4 31,5 LVd text. Média36,9 11,4 73,2 49 LVA text. Média36,2 4,9 65,1 46,5PVAe text. arenosa/média oumédia/argilosa90,2 3,6 55,6 68,8 RLe ou RLd text. média69,4 6,7 10,9 18,8 RQ40,9 4,9 46,1 43,4 NVd ou NVe text. ArgilosaLVef text. argilosa ou muito65,5 11,1 23,9 35 argilosa106


Anexo VI - Matriz <strong>de</strong> confusão <strong>para</strong> os três balanceamentos <strong>da</strong>s classes.Matriz <strong>de</strong> confusão Dois CórregosBalanceamento <strong>de</strong> classes = 0a b c d e f g h i j Classificado como0 2 1050 32 140 0 0 806 466 0 a = LVd text. argilosa0 8 7855 19 53 0 1 1179 613 0 b = LVd text. Média0 5 26040 3446 142 5 1 1716 829 0 c = LVA text. Média0 7 3050 8584 968 12 0 1261 322d = PVAe text.0 arenosa/média_ou_média/argilosa0 1 37 588 2643 0 1 113 0 0 e = RLe ou RLd text. média0 0 23 762 20 10 0 5 0 0 f = RQg = LVdf text. argilosa ou muito0 2 779 125 112 2 0 1545 536 0 argilosa0 7 555 75 388 0 0 4470 979 0 h = NVd ou NVe text. argilosaI = LVef text argilosa ou muito0 8 304 0 45 0 0 2149 1031 0 argilosaj = PVAd text. média ou0 3 1664 3 54 0 0 856 363 0 arenosa/médiaBalanceamento <strong>de</strong> classes = 0,5a b c d e f g h i j Classificado como9 0 1041 8 144 21 2 606 656 9 a = LVd text. argilosa7 3 7811 2 59 21 8 815 966 36 b = LVd text. Média15 4 25882 3137 223 320 5 1246 1285 67 c = LVA text. Médiad = PVAe text.4 3 2854 7204 1364 1146 8 942 637 42 arenosa/média_ou_média/argilosa0 0 20 236 2915 97 1 109 4 1 e = RLe ou RLd text. média0 0 0 378 27 410 0 4 1 0 f = RQg = LVdf text. argilosa ou muito3 1 758 12 117 127 4 1129 947 3 argilosa25 1 541 48 396 27 8 3653 1767 8 h = NVd ou NVe text. argilosa5 1 302 0 45 0 8 1459 1714I = LVef text argilosa ou muito3 argilosaj = PVAd text. média ou5 3 1637 0 58 0 4 683 527 26 arenosa/médiaBalanceamento <strong>de</strong> classes = 1a b c d e f g h i j Classificado como21 492 391 0 147 27 2 329 934 153 a = LVd text. argilosa50 3987 3047 1 58 47 2 458 1335 743 b = LVd text. Média227 11958 11467 2009 268 1644 12 693 2085 1821 c = LVA text. Médiad = PVAe text.156 987 869 4184 1638 4084 10 643 1103 530 arenosa/média_ou_média/argilosa4 1 1 53 3034 154 3 85 29 19 e = RLe ou RLd text. média0 0 0 165 35 615 0 3 2 0 f = RQg = LVdf text. argilosa ou muito34 271 184 3 117 232 5 684 1503 68 argilosa42 184 192 26 396 77 5 2507 2931 114 h = NVd ou NVe text. argilosaI = LVef text argilosa ou muito12 185 74 0 45 7 2 809 2365 38 argilosaj = PVAd text. média ou10 759 595 0 57 0 2 469 740 311 arenosa/média107

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