13.07.2015 Views

Emprego de índices de cor na escolha de mercado para ... - IAC

Emprego de índices de cor na escolha de mercado para ... - IAC

Emprego de índices de cor na escolha de mercado para ... - IAC

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

31. Coeficientes Técnicos e Custo <strong>de</strong> ProduçãoA região <strong>de</strong> São José do Rio Pardo é uma das mais representativas quanto àprodução <strong>de</strong> beterraba no Estado <strong>de</strong> São Paulo. Na tabela 1 são apresentados oscoeficientes técnicos da cultura e o custo <strong>de</strong> produção <strong>para</strong> o mês <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2011.Verifica-se um significativo gasto <strong>de</strong> 28,2% referentes aos custos com calcário, fertilizantes esua aplicação ao solo, em relação ao total das <strong>de</strong>spesas com a implantação, manejo ecolheita da beterraba. Tor<strong>na</strong>-se, portanto, fundamental a realização e interpretação daanálise <strong>de</strong> solo e da análise foliar <strong>para</strong> o cálculo <strong>cor</strong>reto da calagem e adubação.Deve ser ressaltado que a produtivida<strong>de</strong> citada nesta tabela, <strong>de</strong> 30 t ha -1 <strong>de</strong> raízesencontra-se próxima às aquelas mencio<strong>na</strong>das pelo Instituto <strong>de</strong> Economia Agrícola <strong>para</strong> oEstado <strong>de</strong> São Paulo (28 t ha -1 <strong>de</strong> raízes) em anos recentes. Este fato permite inferir que aproporção dos gastos com calcário e fertilizantes em outras regiões do Estado <strong>de</strong>ve estarbastante próxima aos dados apresentados <strong>na</strong> tabela 1.É importante mencio<strong>na</strong>r que com a adoção <strong>de</strong> novas técnicas <strong>de</strong> plantio, uso <strong>de</strong>irrigação, híbridos altamente produtivos, adubação equilibrada e estan<strong>de</strong> <strong>de</strong> plantasa<strong>de</strong>quado (450 a 550 mil plantas por ha), tem-se obtido produtivida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> até 60 t ha -1 , <strong>na</strong>época <strong>de</strong> outono-inverno <strong>na</strong> região <strong>de</strong> São José do Rio Pardo.


4Tabela 1. Coeficientes técnicos <strong>de</strong> produção e viabilida<strong>de</strong> econômica da beterraba divulgadapela COOXUPÉ - Núcleo <strong>de</strong> São José do Rio Pardo (SP) em junho <strong>de</strong> 2011, <strong>para</strong> umaprodutivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 30 t ha -1 <strong>de</strong> raízes (1.200 caixas K <strong>de</strong> 25 kg por hectare).Descrição Quantida<strong>de</strong> Unida<strong>de</strong> V. Unitário(R$) Total (R$)A - PREPARO DO SOLOLimpeza da área 2,0 HT 35,00 70,00Aração 4,0 HT 50,00 200,00Gradagem (2x) 6,0 HT 50,00 300,00Encanteiramento e semeadura 6,0 HT 80,00 480,00Conservação do solo 2,5 HT 50,00 125,00Aplicação <strong>de</strong> fertiliz. orgânico 4,0 HT 35,00 140,00SUB TOTAL A 1.315,00B - MÃO DE OBRA E TRATOS CULTURAISIrrigações (6x) 3,0 DH 40,00 120,00Aplicação fertiliz. min. plantio 1,0 DH 40,00 40,00Aplicação fertiliz. orgânico 2,0 HM 35,00 70,00Raleação (<strong>de</strong>sbaste) 30,0 DH 40,00 1.200,00Adubações <strong>de</strong> cobertura (3x) 3,0 DH 40,00 120,00Pulverizações fitossanit. (6x) 3,0 DH 40,00 120,00Colheita (colher e <strong>cor</strong>tar folhas) 30,0 DH 40,00 1.200,00SUB TOTAL B 2.870,00C - INSUMOSSementes 6,0 kg 50,00 300,00Fertilizante 04-14-08 + B + Zn 0,75 t 750,00 562,50Fertilizante cobert. (20-00-20) 0,50 t 950,00 475,00Cama (“piso”) <strong>de</strong> galinha 5,00 t 120,00 600,00Mancozebe (2x) 5,0 kg 16,00 80,00Oxicloreto <strong>de</strong> cobre (2x) 2,0 kg 15,00 30,00Azoxistrobi<strong>na</strong>+Difenocon. (2x) 0,2 kg 400,00 80,00Organofosforado (3x) 2,0 L 16,50 33,00Piretrói<strong>de</strong> (3x) 0,6 L 45,00 27,00Ciromazi<strong>na</strong> (2x) 2,0 emb/15 g 18,00 36,00Espalhante a<strong>de</strong>sivo 20,0 L 6,50 130,00Energia elétrica 2.000 kW 0,29 580,00SUB TOTAL C 2.933,50D - TRANSPORTE INTERNOFertiliz. <strong>de</strong> plantio e cobertura 4,0 HT 35,00 140,00Colheita 10,0 HT 35,00 350,00SUB TOTAL D 490,00TOTAL (A + B + C +D) 7.608,50VIABILIDADE ECONÔMICAProdução Estimada (kg) 30.000Receita Bruta Estimada 15.000,00Total do Custo (Orçamento) 7.608,50LUCRO 7.391,50HT = hora trator; DH = dia homem; HM = hora máqui<strong>na</strong>.Fonte: Breda Jr., J.M., 2011


52. Nutrição MineralA beterraba apresenta um crescimento intenso até os 80 dias após sua semeadura,sendo que tanto a parte aérea como a raiz continuam a crescer até o fi<strong>na</strong>l do ciclo. Aabsorção <strong>de</strong> nutrientes é contínua dos 40 dias até a colheita, com maior intensida<strong>de</strong> a partirdo 60 dias após a semeadura. Na Horta Experimental da ESALQ, em Piracicaba (1988) emum solo <strong>de</strong> alta fertilida<strong>de</strong> (Terra Roxa Estruturada, atualmente Nitossolo VermelhoEutroférrico) verificou-se que <strong>para</strong> uma população <strong>de</strong> 330.000 plantas ha -1 , a beterraba (cvEarly Top Won<strong>de</strong>r) extraiu os macronutrientes (em kg ha -1 ): N = 78; P = 18 (<strong>cor</strong>respon<strong>de</strong> a41 <strong>de</strong> P 2 O 5 ); K = 203 (<strong>cor</strong>respon<strong>de</strong> a 244 <strong>de</strong> K 2 O); Ca = 20; Mg = 29 e os micronutrientes(em g ha -1 ): Cu = 23; Fe = 736; Mn = 584 e Zn = 388. A alta absorção <strong>de</strong> potássio pelasplantas <strong>de</strong> beterraba verificada nesse tipo <strong>de</strong> solo <strong>de</strong>ve-se em parte ao “consumo <strong>de</strong> luxo”que significa a extração <strong>de</strong>ste nutriente acima da necessida<strong>de</strong> nutricio<strong>na</strong>l da planta quandocultivada em solos ricos em potássio trocável.Conforme ampla revisão <strong>de</strong> literatura <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l é válido citar asseguintes quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> nutrientes extraídas pela beterraba (produtivida<strong>de</strong>s entre 20 e 65t ha -1 <strong>de</strong> raízes + folhas): macronutrientes em kg ha -1 : N = 78 a 275; P = 18 a 40 (ou seja 41a 92 <strong>de</strong> P 2 O 5 ); K= 83 a 476 (ou seja 100 a 571 <strong>de</strong> K 2 O) ; Ca = 20 a 74; Mg = 27 a 62.Quanto aos micronutrientes, os trabalhos realizados no Brasil e no Exterior são maisescassos. Po<strong>de</strong>-se citar como exemplo a seguinte exportação <strong>de</strong> micronutrientes (em g ha -1 )pelas raízes quando se consi<strong>de</strong>ra uma produtivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 20 t ha -1 <strong>de</strong> beterraba: B = 44;Cu = 22; Fe = 406; Mn = 24; Mo = 0,3 e Zn = 62.A análise química das folhas permite fornecer a interpretação sobre o estadonutricio<strong>na</strong>l da cultura. No caso da beterraba recomenda-se a amostragem durante o<strong>de</strong>senvolvimento das plantas, <strong>de</strong> preferência no período entre 40 e 60 dias após plantio,coletando-se o limbo das folhas recém-maduras centrais, <strong>de</strong> 30 plantas representativas dalavoura. As faixas <strong>de</strong> teores a<strong>de</strong>quados <strong>de</strong> macro e micronutrientes são apresentadas <strong>na</strong>tabela 2, a seguir.


6Tabela 2. Faixas <strong>de</strong> teores a<strong>de</strong>quados <strong>de</strong> macro e micronutrientes em folhas <strong>de</strong> beterraba.N P K Ca Mg S---------------------------------------------------g kg -1 ----------------------------------------------------30 – 50 2 – 4 20 – 40 25 – 35 3 – 8 2 – 4B Cu Fe Mn Zn---------------------------------------------------mg kg -1 --------------------------------------------------40 – 80 5 – 15 70 – 200 70 – 200 20 – 1003. CalagemA maioria dos solos brasileiros apresenta características químicas i<strong>na</strong><strong>de</strong>quadas <strong>para</strong> ocultivo intensivo <strong>de</strong> plantas, tais como: elevada aci<strong>de</strong>z, altos teores <strong>de</strong> hidrogênio e alumíniotrocáveis além da <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> cálcio e magnésio. Portanto, a calagem é práticafundamental <strong>para</strong> a <strong>cor</strong>reção da aci<strong>de</strong>z do solo e <strong>para</strong> o fornecimento <strong>de</strong> cálcio e magnésioàs plantas. A cultura da beterraba está entre as hortaliças mais sensíveis à aci<strong>de</strong>z do solo.Assim sendo, os solos em que será cultivado beterraba <strong>de</strong>vem ser <strong>cor</strong>rigidos, quandonecessário, até obter 80 a 90% <strong>de</strong> saturação por bases, além <strong>de</strong> pH entre 6,5 e 7,0.Dentre os <strong>cor</strong>retivos da aci<strong>de</strong>z do solo, os calcários são os mais comercializados. Oscalcários po<strong>de</strong>m ser classificados em função do teor <strong>de</strong> óxido <strong>de</strong> magnésio (MgO) comocalcíticos, magnesianos ou dolomíticos. Calcários que apresentam até 5% <strong>de</strong> MgO são<strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>dos calcíticos; <strong>de</strong> 6-12% <strong>de</strong> MgO, magnesianos e acima <strong>de</strong> 12% <strong>de</strong> MgO,dolomíticos.Os calcários comuns têm PRNT (po<strong>de</strong>r relativo <strong>de</strong> neutralização total) aproximado <strong>de</strong>70% e <strong>de</strong>vem ser in<strong>cor</strong>porados ao solo <strong>de</strong> 60 a 90 dias antes da semeadura ou do plantio dabeterraba <strong>para</strong> o<strong>cor</strong>rer completa <strong>cor</strong>reção da aci<strong>de</strong>z do solo.Os calcários fi<strong>na</strong>mente moídos <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>dos “Filler” (PRNT próximo a 85-90%) e oscalcários parcialmente calci<strong>na</strong>dos (PRNT <strong>de</strong> 95 a 100%) apresentam ação mais rápida <strong>na</strong>


7<strong>cor</strong>reção da aci<strong>de</strong>z do solo (30 a 40 dias após a aplicação).É importante que se realize a in<strong>cor</strong>poração do <strong>cor</strong>retivo até 20 a 30 cm <strong>de</strong>profundida<strong>de</strong>, <strong>para</strong> possibilitar o pleno <strong>de</strong>senvolvimento das raízes da beterraba. Logo apósa in<strong>cor</strong>poração do calcário, recomenda-se irrigar o local <strong>para</strong> que se atinja umida<strong>de</strong>suficiente à reação do calcário junto ao solo.Vale ressaltar que o gesso agrícola (sulfato <strong>de</strong> cálcio bi-hidratado) não <strong>cor</strong>rige o pH dosolo. Tem como principal função fornecer cálcio e enxofre às culturas e também arrastar <strong>para</strong>longe do alcance das raízes, o alumínio trocável do solo. Sua aplicação <strong>de</strong>ve ser criteriosa,pois o excesso <strong>de</strong> gesso agrícola também po<strong>de</strong>rá acarretar a lixiviação <strong>para</strong> maioresprofundida<strong>de</strong>s, além do Al +++ , <strong>de</strong> cátions como o K + e o Mg ++ .4. AdubaçãoA recomendação <strong>de</strong> adubação <strong>para</strong> a cultura da beterraba no Estado <strong>de</strong> São Paulo éa seguinte:- Adubação orgânica: aplicar <strong>de</strong> 20 a 40 t ha -1 <strong>de</strong> esterco bovino bem curtido ou compostoorgânico, sendo a maior dose <strong>para</strong> solos arenosos. Po<strong>de</strong>-se utilizar também 1/4 <strong>de</strong>ssasquantida<strong>de</strong>s com outros fertilizantes orgânicos tais como a cama <strong>de</strong> frango, o esterco <strong>de</strong>galinha, <strong>de</strong> suínos ou equinos. Todos <strong>de</strong>vem ser bem in<strong>cor</strong>porados ao solo, entre 30 e 40dias antes da semeadura ou plantio da beterraba. Vale lembrar que os fertilizantes orgânicosalém <strong>de</strong> melhorar a parte física e biológica do solo, fornecem parcialmente os nutrientesnecessários às plantas <strong>de</strong> beterraba. A velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> liberação dos nutrientes <strong>para</strong> asplantas é gradativa e varia bastante conforme o tipo <strong>de</strong> solo e as temperaturas do período <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento da cultura.- Adubação mineral <strong>de</strong> plantio: aplicar e in<strong>cor</strong>porar <strong>de</strong> 7 a 10 dias antes da semeadura,conforme a análise do solo (Tabela 3).


8Tabela 3. Recomendação <strong>de</strong> doses <strong>de</strong> NPK em pré-plantio, conforme análise <strong>de</strong> soloNitrogênioP resi<strong>na</strong>, mg/dm 3 K + trocável, mmol c/dm 3 Zn, mg/dm 30-25 26-60 61-120 >120 0-1,5 1,6-3,0 3,1-6,0 >6,0 0-0,5 0,6-1,2 >1,2N, kg ha -1 ----------P 2O 5, kg ha -1 ---------- ----------K 2O, kg ha -1 ---------- -------Zn, kg ha -1 -------20 a 40 360 240 160 80 160 80 40 20 3 1 0Aplicar junto com o NPK em pré-plantio, 2 a 4 kg ha -1 <strong>de</strong> B, sendo as maiores doses em solos<strong>de</strong>ficientes em boro ou pobres em matéria orgânica.As doses <strong>de</strong> nutrientes a serem aplicadas antes da semeadura ou do plantio, po<strong>de</strong>mtambém variar conforme o sistema <strong>de</strong> distribuição dos fertilizantes, em área total do canteiroou nos sulcos <strong>de</strong> semeadura. Caso a análise <strong>de</strong> solo indique a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> doses <strong>de</strong>K 2 O no plantio, acima <strong>de</strong> 60-80 kg ha -1 , o produtor <strong>de</strong>verá aplicar o fertilizante contendopotássio em área total do canteiro. Isso porque a aplicação concentrada nos sulcos <strong>de</strong>semeadura po<strong>de</strong>rá acarretar a “queima das sementes”. Nessa situação <strong>de</strong>ve-se utilizar amaior parte <strong>de</strong> K em cobertura, dividida em 3 ou 4 aplicações durante o ciclo da cultura,<strong>de</strong>s<strong>de</strong> os 15 até 60 dias após a emergência das plantas.O produtor <strong>de</strong> beterraba que aplica as fórmulas <strong>de</strong> fertilizantes em sulcos ou linhas<strong>de</strong>ve sempre regular a máqui<strong>na</strong> <strong>para</strong> que o adubo fique situado 2,5 cm abaixo e 2,5 cm aolado das sementes, diminuindo assim, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> “queima” das mesmas, causadasprincipalmente pelo Cl - presente no cloreto <strong>de</strong> potássio.- Adubação mineral <strong>de</strong> cobertura: 80 a 160 kg ha -1 <strong>de</strong> N e 60 a 120 kg ha -1 <strong>de</strong> K 2 O. No casoda irrigação por aspersão convencio<strong>na</strong>l as doses po<strong>de</strong>rão ser parceladas em 4 aplicações:aos 15, 30, 45 e 60 dias após a germi<strong>na</strong>ção. Recomenda-se a proporção <strong>de</strong> 20%; 30%; 30%e 20% das quantida<strong>de</strong>s a serem aplicadas <strong>de</strong> nutrientes em cobertura. Caso seja utilizada afertirrigação, através <strong>de</strong> gotejamento ou pivô central, tais doses <strong>de</strong>verão ser parceladas emmaior número <strong>de</strong> vezes.- Adubação foliar: aplicar em pulverização, aos 20 e 40 dias após a semeadura ou após otransplante das mudas, 5 g <strong>de</strong> molibdato <strong>de</strong> sódio (ou molibdato <strong>de</strong> amônio), e 10 a 20 g <strong>de</strong>


9ácido bórico em 10 litros <strong>de</strong> água. Evitar a mistura dos micronutrientes com agrotóxicos <strong>para</strong>não o<strong>cor</strong>rer incompatibilida<strong>de</strong> entre os componentes.O boro via foliar também po<strong>de</strong> ser aplicado em conjunto com fertilizantes fontes <strong>de</strong> Cae N, como o nitrato <strong>de</strong> cálcio.Ao iniciar a “tuberização” da raiz da beterraba, próximo dos 50 dias, realizar aplicaçãofoliar com sulfato <strong>de</strong> magnésio <strong>de</strong> 0,3 a 0,5% do volume <strong>de</strong> calda.5. A importância do nitrogênio e do boro <strong>para</strong> a cultura da beterraba.Dentre os nutrientes mais exigidos pela cultura da beterraba <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>stacado onitrogênio o qual contribui <strong>para</strong> o aumento da produtivida<strong>de</strong> por promover a expansão foliar(essencial <strong>para</strong> a fotossíntese) e mais acúmulo <strong>de</strong> massa <strong>de</strong> raízes, além das folhas.O manejo a<strong>de</strong>quado da fertilização nitroge<strong>na</strong>da é importante também do ponto <strong>de</strong> vistaambiental, pois o excesso <strong>de</strong> nitrogênio sendo facilmente lixiviado pela água da chuva ou dairrigação po<strong>de</strong> atingir o lençol freático do solo.Observa-se <strong>na</strong> literatura a existência <strong>de</strong> diferenças significativas <strong>na</strong>s quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Nrecomendadas <strong>para</strong> a beterraba <strong>de</strong> mesa. Isso se <strong>de</strong>ve às diferentes exigências nutricio<strong>na</strong>is dascultivares utilizadas, às diferentes <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio e também aos diversos tipos <strong>de</strong> solo eclima.Experimentos com doses <strong>de</strong> nitrogênio, <strong>de</strong> 0 até 200 kg ha -1 <strong>de</strong> N, realizados <strong>na</strong> década<strong>de</strong> 90, em Campi<strong>na</strong>s (Figura 3) (Latossolo Vermelho Amarelo <strong>de</strong> textura média) e em MonteAlegre do Sul (SP) (Figura 4) (Argissolo Vermelho Amarelo <strong>de</strong> textura franco-arenosa), comteores <strong>de</strong> matéria orgânica <strong>de</strong> 2,0%, mostraram que as melhores produtivida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> raízes <strong>de</strong>beterraba situaram-se <strong>na</strong> faixa <strong>de</strong> 90 a 120 kg ha -1 <strong>de</strong> N, aplicado em cobertura. Nessesexperimentos, a análise foliar revelou boa <strong>cor</strong>relação entre as doses <strong>de</strong> N aplicadas e osteores <strong>de</strong> N <strong>na</strong>s folhas.


10Figura 3. A foto à esquerda mostra em primeiro plano, canteiro <strong>de</strong> beterraba on<strong>de</strong> se aplicoudose a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> N e em segundo plano, canteiro on<strong>de</strong> se utilizou dose insuficiente <strong>de</strong> N. Afoto à direita mostra raízes e parte aérea <strong>de</strong> beterraba que receberam doses crescentes <strong>de</strong>nitrogênio (0; 40; 80; 120; 160 e 200 kg ha -1 <strong>de</strong> N). Campi<strong>na</strong>s, 1998. (Foto: Paulo E. Trani).Figura 4. Estudo <strong>de</strong> adubação nitroge<strong>na</strong>da da beterraba em Monte Alegre do Sul, APTA-Polo Leste Paulista. A foto mostra a primeira cobertura com fertilizante nitroge<strong>na</strong>do aos 15dias após a germi<strong>na</strong>ção. 1990. (Foto: Paulo E. Trani).


12orgânica, e as menores doses <strong>de</strong> B <strong>para</strong> os <strong>de</strong>mais solos. O boro aplicado via foliar emcomplemento à aplicação via radicular, tem as doses mencio<strong>na</strong>das no item “adubação foliar”.Figura 6. Raízes <strong>de</strong> beterraba mostrando manchas <strong>cor</strong>ticói<strong>de</strong>s e áreas necróticas escuras<strong>de</strong>vido à <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> boro. A parte inter<strong>na</strong> das raízes po<strong>de</strong> mostrar ou não tais sintomas,conforme o nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência no solo. Itapecerica da Serra, 2005. (Foto: Takenobu Miazato).6. Outras recomendaçõesPara aproveitamento racio<strong>na</strong>l dos resíduos <strong>de</strong> <strong>cor</strong>retivos e fertilizantes utilizados <strong>na</strong>produção <strong>de</strong> beterraba, recomenda-se como rotação <strong>de</strong> cultura o cultivo <strong>de</strong> repolho, alface,ervilha, cenoura, berinjela ou feijão-vagem. Tendo em vista que a beterraba tem uma amplafaixa <strong>de</strong> plantio no ano, <strong>de</strong>ve ser escolhido o período com temperaturas mais a<strong>de</strong>quadascomo um fator condicio<strong>na</strong>nte <strong>na</strong> <strong>de</strong>finição da espécie hortícola a ser utilizada no sistema <strong>de</strong>rotação / sucessão <strong>de</strong> culturas.Se <strong>na</strong> área <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> beterraba, for constatado nematói<strong>de</strong>, fazer rotação <strong>de</strong>cultura com espécies <strong>de</strong> adubos ver<strong>de</strong>s, como Crotalaria juncea ou Crotalaria spectabilis,milheto ou ainda um “mix” <strong>de</strong> crotalárias e milheto.


137. ConclusõesA calagem e adubação são práticas agronômicas fundamentais <strong>para</strong> se obter altasprodutivida<strong>de</strong>s e também raízes e folhas <strong>de</strong> beterraba com boa qualida<strong>de</strong> comercial enutricio<strong>na</strong>l.O cálculo <strong>cor</strong>reto das quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> calcário e fertilizantes a serem aplicados noplantio e em cobertura <strong>de</strong>ve sempre levar em conta a análise <strong>de</strong> solo e a análise foliar.Com a adoção <strong>de</strong>stas práticas, ao lado <strong>de</strong> outras, como a <strong>escolha</strong> certa da cultivar,bom estan<strong>de</strong>, irrigação <strong>cor</strong>reta e o controle equilibrado <strong>de</strong> pragas e doenças, será possível aobtenção <strong>de</strong> melhores produtivida<strong>de</strong>s e qualida<strong>de</strong> das raízes.A figura 7 mostra uma plantação <strong>de</strong> beterraba conduzida conforme mo<strong>de</strong>r<strong>na</strong>stécnicas agronômicas. A figura 8 mostra um engradado com raízes bem selecio<strong>na</strong>dasprontas <strong>para</strong> a comercialização.Figura 7. Plantas <strong>de</strong> beterraba aos 55 dias mostrando boa uniformida<strong>de</strong> e ótimo estan<strong>de</strong>,graças à semeadura bem calibrada e também à calagem e adubação bem executadas. SãoJosé do Rio Pardo, 2013. (Foto: José Maria Breda Jr).


14Figura 8. Raízes <strong>de</strong> beterraba após lavagem e classificação, prontas <strong>para</strong> acomercialização. No <strong>de</strong>talhe, raízes <strong>cor</strong>tadas mostrando formato arredondado e boaintensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>cor</strong>. 2007. (Foto: Paulo R. Nogueira Carvalho).8. LiteraturaCAMARGO, A.M.M.M.P.; CAMARGO, F.P.; CAMARGO FILHO, W.P.. Distribuiçãogeográfica da produção <strong>de</strong> hortaliças no Estado <strong>de</strong> São Paulo: participação no País,concentração regio<strong>na</strong>l e evolução no período 1996-2006. Informações Econômicas,São Paulo, v. 38, n. 1, p. 28-35, 2008.CANTLIFFE, D.J; GOODWIN, P.R.. Effects of nitrogen rate; source and various anions andcations on NO - 3 accumulation and nutrients constituents of table beets. Agronomy Jour<strong>na</strong>l,Madison, v.66, p. 779-783, 1974GRANGEIRO, L.C; NEGREIROS, M.Z; SOUZA, B.S; AZEVEDO, P.E; OLIVEIRA, S.L;MEDEIROS, M.A. Acúmulo e exportação <strong>de</strong> nutrientes em beterraba. Ciênc. agrotec.,Lavras,v.31, n.2, p.267-273, mar./abr., 2007.HAAG, H.P; MINAMI, K.. Requerimentos <strong>de</strong> nutrientes pela cultura da beterraba. In:_____________ (coods). Nutrição Mineral em Hortaliças, 2 ed. Campi<strong>na</strong>s: FundaçãoCargill, 1988. p 52-59.


15HALBROOKS, M.C; PETERSON, L.A.. Boron use in the table beet and the relation ofshort-term boron stress to blackheart injury. Jour<strong>na</strong>l American Society of HorticulturalScience, v. 111, p. 751-757, 1986.LIMA JUNIOR, S.; FACTOR, T.L; SILVEIRA CARVALHO, J.M; PURQUERIO, L.F.V.;CALORI, A.H.; GUIMARÃES, R.S.; SANTELLO, M.C.; RONCHI, R.S.M. Produtivida<strong>de</strong> <strong>de</strong>beterraba cultivada em plantio direto em função <strong>de</strong> doses e parcelamento da adubaçãopotássica. Horticultura Brasileira, v. 29, n.2, S3958-S3965, 2011. Suplemento – CD-ROM.MESQUITA FILHO, M.V.; SOUZA, A.F.; FURLANI, P.R.. Hortaliças <strong>de</strong> bulbos, tubérculos,raizes e frutos. In: FERREIRA, M.E.; CRUZ M.C.P.; RAIJ, B. van; ABREU, C.A.Micronutrientes e elementos tóxicos <strong>na</strong> agricultura. Jaboticabal:CNPq/FAPESP/POTAFOS, 2001. p. 511-532.PURQUERIO, L.F.V.; FACTOR, T.L.; LIMA JR, S; SILVEIRA, J.M.C.; TIVELLI, S.W.;CALORI, A.H.; GUIMARAES, R.S.; SANTELLO, M.C.; RONCHI, R.S.M. Produtivida<strong>de</strong> <strong>de</strong>beterraba cultivada em plantio direto em função <strong>de</strong> doses e fontes <strong>de</strong> nitrogênio.Horticultura Brasileira, v. 29, n.2, S3771-S3777, 2011. Suplemento – CD-ROM.TRANI, P.E.; FORNASIER, J.B.; LISBÃO, R.S.. Nutrição mineral e adubação dabeterraba. In: Nutrição e adubação <strong>de</strong> hortaliças. Piracicaba: Associação Brasileira<strong>para</strong> Pesquisa da Potassa e do Fosfato. p. 429-446. 1993TRANI, P.E.; PASSOS, F.A.; TAVARES, M.; AZEVEDO FILHO, J.A. 1997. Beterraba,<strong>na</strong>bo, rabanete e salsa. In: RAIJ, B. van; CANTARELLA, H,; QUAGGIO, J.A.; FURLANI,A.M.C. Recomendações <strong>de</strong> adubação e calagem <strong>para</strong> o Estado <strong>de</strong> São Paulo.Campi<strong>na</strong>s, SP: Instituto Agronômico & Fundação <strong>IAC</strong>, p.174. (Boletim Técnico Nº 100, 2ed. Rev. Atual).TRANI, P.E.; CANTARELLA, H.; TIVELLI, S.W.. Produtivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> beterraba em função<strong>de</strong> doses <strong>de</strong> sulfato <strong>de</strong> amônio em cobertura. Horticultura Brasileira v. 23, p. 726-730.2005

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!