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visão, missão e cenários estratégicos nas instituições ... - Seplan

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VISÃO, MISSÃO E CENÁRIOS ESTRATÉGICOS NAS<br />

INSTITUIÇÕES PÚBLICAS<br />

Prof. MSc Luiz Almir Menezes Fonseca<br />

Resumo<br />

O artigo registra a necessidade das organizações governamentais a se ajustarem as condições<br />

ambientais, onde fatores internos e externos, passam a determinar os rumos de adequações<br />

que devem existir, colocando a instituição no espaço confortável dos <strong>cenários</strong> presentes e<br />

futuros, considerando a <strong>missão</strong> e a <strong>visão</strong> que possuem.<br />

Palavras –chave: <strong>visão</strong>; <strong>missão</strong>. estratégia .<br />

Abstract.<br />

The article shows necessite that the government institutions needs to adjust in the today<br />

environment, where internal external factors, determinate which adaptations should exist,<br />

putting the institution is a comfort zone between the actual and future scenery, considering<br />

its mission and vision.<br />

Keyword: vision, mission ; strategy.<br />

Introdução<br />

Nos últimos 50 anos, diversas alterações nos <strong>cenários</strong> mundiais provocaram, e<br />

continuam provocando profundas mudanças nos processos de reestruturação produtiva e<br />

gerencial em todos os setores da atividade humana. No campo das Instituições Públicas hoje<br />

podemos considerar que existem três modelos nos <strong>cenários</strong> governamentais.:<br />

a) as que fazem acontecer;<br />

b) as que ape<strong>nas</strong> observam acontecer;<br />

c) e as que, de forma surpreendente, se espantam com o que aconteceu.<br />

Nessas perspectivas, uma Instituição moderna, que pretende manter-se competitiva,<br />

deve estar entre as <strong>instituições</strong> pertencentes ao primeiro modelo – as que fazem acontecer –<br />

pois no mundo globalizado, não existe espaço para os que seguem modelos prontos mais sim,<br />

para os inovadores.<br />

Nesse contexto fica evidenciada a importância de uma estratégia que oriente a<br />

instituição para que seja possível alcançar seus objetivos, seja através da produção de bens<br />

de serviço, para a sociedade.<br />

No contexto organizacional, a estratégia corresponde a capacidade de se trabalhar<br />

contínua e sistematicamente o ajustamento da instituição às condições ambientais que se<br />

encontram e constante mudanças, tendo sempre em mente a <strong>visão</strong> do futuro e a perpetuidade<br />

organizacional.


A formulação das estratégias institucionais é um processo complexo, uma vez que a<br />

própria estratégia está mergulhada em uma multiplicidade de fatores e de componentes<br />

internos e externos e muito desses fatores estão situados completamente fora do controle e da<br />

pre<strong>visão</strong> da instituição, daí a necessidade de se estabelecer procedimentos para definir qual é<br />

a sua <strong>missão</strong> e <strong>visão</strong>, no contexto da esfera de governo onde se encontra.<br />

Saber elaborar a estratégia de forma eficaz é de fundamental importância para a<br />

sobrevivência da instituição. Para auxiliar esse processo devem ser seguidos critérios para<br />

que o caminho não seja desvirtuado na sua trajetória.<br />

Decidir em que negócio a instituição estará a formar uma <strong>visão</strong> estratégica de para<br />

onde precisa ser direcionada – em verdade, infundir na instituição de um sentimento de<br />

meta, fornecendo orientação de longo prazo e estabelecendo uma <strong>missão</strong> clara a ser<br />

cumprida. A preocupação deve ser em converter a <strong>visão</strong> e <strong>missão</strong> estratégica em objetivos<br />

mensuráveis e objetivos de desempenho. Elaborar a estratégia para atingir resultados<br />

desejados, implementar e executar a estratégia escolhida de forma eficiente e eficaz.<br />

Completando essa trajetória da <strong>visão</strong> e <strong>missão</strong> estratégica, avaliar o desempenho,<br />

revisar os novos desenvolvimentos e ajustar o rumo de longo prazo, os objetivos, a estratégia<br />

de implementar para incorporar a experiência atual, mudando as condições, novas idéias e<br />

novas oportunidades.<br />

Falando em <strong>visão</strong> e <strong>missão</strong>, é primordial que se estabeleça o seu significado para melhor<br />

compreensão do assunto:<br />

Visão é a expectativa da administração, conceituada como os limites que a instituição<br />

consegue enxergar, dentro de um período de tempo mais longo e de uma abordagem mais<br />

ampla, proporcionando o delineamento do planejamento.<br />

Missão é a razão de ser da instituição, é onde se procura determinar qual o seu negócio,<br />

por que ela existe e que tipo de atividade deverá concentra-se. Traduzir os sistemas de<br />

valores em termos de crença ou áreas básicas de atuação, considerando as tradições<br />

filosóficas das políticas de governa a qual é subordinada .<br />

Porque a <strong>missão</strong> é importante:<br />

a) para garantir uma unanimidade da proposta da instituição;<br />

- b) para fornecer bases para alocação de recursos;<br />

- c) para fornecer um censo de direção para os servidores e para a sociedade;<br />

- d) Para resolver pontos de divergências inter<strong>nas</strong>;<br />

- e) Para elevar sentimentos positivos sobre a organização;<br />

- g) Para servir de base para os objetivos <strong>estratégicos</strong>;<br />

- h) Para prover direção.<br />

No esquema gráfico, abaixo visualizado pode ser entendido, de forma clara e objetiva o<br />

significado de <strong>missão</strong> e <strong>visão</strong>:<br />

DECLARAÇÃO DE MISSÃO<br />

RESPONDE A QUESTÃO<br />

QUAL É O NOSSO<br />

NEGÓCIO<br />

DECLARAÇÃO DE VISÃO<br />

RESPONDE A QUESTÃO<br />

O QUE NOS QUEREMOS<br />

NOS TORNAR


Por que a <strong>visão</strong> é importante para a Instituição?<br />

Os dirigentes das <strong>instituições</strong> que compreendem a necessidade desta ter uma <strong>visão</strong>, para<br />

implantar o seu planejamento estratégico como uma força capaz de gerar e orientar as ações<br />

sabe da necessidade de cada servidor ter conhecimento sobre a <strong>visão</strong> de sua instituição, ou<br />

seja, a forma de como a instituição quer ser reconhecida na sociedade que se insere. Eles<br />

precisam saber da sua importância do seu trabalho e quanto o seu comprometimento<br />

individual e ou coletivo podem fazer na realização das metas.<br />

A geração dessa apropriação da <strong>visão</strong> da instituição pelos seus servidores e a geração de<br />

ação comprometida através do seu sistema de organização faz a instituição tornar-se ágil,<br />

flexível e capaz de gerar resultados projetados por essa <strong>visão</strong>.<br />

Os líderes e suas equipes, compreendendo o significado da <strong>visão</strong> e da <strong>missão</strong> da<br />

instituição precisam ser capacitados para aprender a pensar e a compreender os movimentos<br />

da instituição, dos fatores que se movem no ambiente externo e interno, para poderem<br />

opinar sobre as escolhas de sua estratégia, nos <strong>cenários</strong> de governo em que se inserem.<br />

Os ambientes internos e externos formam <strong>cenários</strong> que se reflete em métodos para<br />

articular os diferentes caminhos que poderão existir amanhã e descobrir os movimentos<br />

adequados ao longo daqueles caminhos.<br />

Dessa maneira, os servidores poderão realizar escolhas pessoais de desenvolvimento<br />

mais eficaz e construtiva para sua instituição, ao mesmo tempo, agregam valor à sua vida<br />

profissional e a da instituição.<br />

Finalmente, a <strong>visão</strong> estratégica cria novas bases de relacionamento <strong>nas</strong> equipes ao<br />

revelar, clara e indiscutivelmente, que o compartilhamento natural do conhecimento e das<br />

melhores práticas (aprendizado) é o caminho mais rápido e seguro para capacitar as<br />

empresas a prosperar em um futuro que não pode ser previsto.<br />

O planejamento estratégico, que passa a assumir as bases declaradas na <strong>visão</strong> e <strong>missão</strong><br />

da instituição, desenvolve-se considerando os <strong>cenários</strong> cujo conceito poderá ser assim<br />

definido:<br />

a) Cenários são sondas para o futuro;<br />

b) Cenários são elucubrações de ambientes futuros viáveis;<br />

c) Cenário é uma ferramenta para ordenar a percepção sobre alternativas do<br />

ambiente futuro, em que as decisões de hoje terão efetividade;<br />

d) Cenário é uma idealização de situações futuras possíveis que não necessariamente<br />

tenham interligação com o presente e o passado;<br />

e) Os <strong>cenários</strong> são coleções de futuros possíveis para que possam estabelecer as<br />

fronteiras de nossa incerteza e os limites dos futuros plausíveis. Os <strong>cenários</strong> não<br />

são uns fins em si mesmo, é uma ferramenta de gestão para melhorar a qualidade<br />

de tomada de decisões.<br />

Os <strong>cenários</strong> se apresentam como eficientes instrumentos para o planejamento<br />

estratégico, pois sem eles fica impossível vislumbrar um ambiente de inserção de atividades e<br />

os macro-ambientes regionais, nacionais e internacional e seus respectivos componentes


(governo/poderes executivo, legislativo e judiciário, os aspectos sociais, econômicos, de<br />

demandas, tecnológico, demográfico, cultural, ambiental etc...) devendo-se construir mais de<br />

um cenário para que se tenham visões distintas do futuro quanto às ameaças e incertezas.<br />

O uso da técnica de <strong>cenários</strong> para construção de estratégias de longo prazo, no<br />

ambiente da gestão pública, tem sido utilizado o método Delphy, aplicado por profissionais<br />

habilitados para conduzir com sucesso esse tipo de estudo.<br />

A utilização desse método possibilita ao planejamento, a observação de tendências<br />

provendo o aparecimento de hipóteses significativas, para definição e/ou redefinição das<br />

visões, missões e valores permanentes das organizações públicas. As decisões estratégicas<br />

encontram nestes <strong>cenários</strong> o suporte e a indispensável fundamentação para a construção de<br />

um plano equilibrado e flexível, dentro da <strong>missão</strong> e <strong>visão</strong> proposta pela organização.<br />

A indagação da sociedade sobre o seu futuro tem sua origem no que revela Schwartz<br />

(2000) nos egípcios que observavam as cabeceiras do Rio Nilo, na busca de projeções<br />

enchentes ou vazantes, no ciclo das águas ali existentes que possuíam fatores determinantes<br />

das colheitas <strong>nas</strong> suas margens e que influenciavam na prosperidade daquela nação.<br />

Os escritos de H. Karan, intitulado ¨O ano 2000¨ de 1975 é outro exemplo que, mesmo<br />

no campo da ficção, levavam a um nível de reflexão sociológica levando ao leitor a um futuro<br />

que no mínimo despertavam a atenção para os caminhos ou descaminhos que a humanidade<br />

poderia aguardar.<br />

Segundo Bontempo (2000) as mais variadas transformações de ordem econômica,<br />

tecnológica, sociais e políticas e suas respectivas propagações, vem de forma inesperada<br />

obrigando, muitas vezes, as <strong>instituições</strong> a se adaptarem a novas realidades onde paradigmas<br />

são continuamente quebrados e emergindo outros que, de forma cíclica deverá também ser<br />

rompidos. É nessa perspectiva que o autor salienta a preocupação com a capacidade dos<br />

governos, por meio de suas <strong>instituições</strong> estarem preparados para e capacitados aos novos<br />

<strong>cenários</strong>, ao mesmo tempo em que, com base na analise de <strong>cenários</strong> futuros, possam<br />

racionalmente estabelece mudanças bem sucedidas, apresentando uma postura pró-ativa as<br />

circunstâncias que se apresentam.<br />

As técnicas e métodos de prospecção sobre <strong>cenários</strong>, têm sido utilizadas pelos<br />

planejadores, públicos ou privados, com a intenção de prospecções ambientais e de futuro.<br />

Diffenbach (1983) registra 14 técnicas de análises de variáveis de ambiente utilizadas por<br />

empresas para análise de <strong>cenários</strong>. Essas técnicas são: Opinião de Especialistas;<br />

Extrapolação de tendências; Cenários Alternados; Cenários simples; Simulação de Modelos;<br />

Brainstorming; Modelos Causais; Projeção Delphi; Análise de Impactos Cruzados; Análise<br />

de inputs e Outputs, Previsões Exponenciais; Monitoramento de Sinais; Árvore de<br />

Relevância e Análise Morfológica.<br />

Um importante benefício dos <strong>cenários</strong> resulta na criação de estratégias alternativas<br />

como minimizadoras de riscos da estratégia principal. Os <strong>cenários</strong> devem ser consistentes e<br />

fatíveis, o que não significa dizer que ocorrerão exatamente, pois o seu principal objetivo é<br />

dar orientações às estratégias que promoverão a instituição à uma posição de maior<br />

expressão no contexto em que se insere. Para que tudo isso se torne realidade precisamos de<br />

determinar escolhas que venham permitir conclusões relevantes para uma tomada de<br />

decisões e com atitudes responsáveis e capaz.<br />

Prof. MSc Luiz Almir Menezes Fonseca


Referências<br />

BONTEMPO, M.T. Análise comparativa dos métodos de construção de <strong>cenários</strong><br />

esteatégicos no planejamento ambiental. Dissertação de mestrado. São Paulo; FEA-<br />

USP, 2000.<br />

HILDEBRAND E CRISI, Celso Cláudio. Técnicas de <strong>cenários</strong> e o método Delphi:<br />

uma aplicação para o ambiente brasileiro, in < cenariosintitucionais-wwwgoogl><br />

acesso em 21/10/2010.<br />

SCHWARTZ, P. A arte da <strong>visão</strong> de longo prazo. São Pulo: Editora Nova Cultura,<br />

2000.<br />

DIFFENBACH, John. Corporate invironmental analisis in large US corporations .<br />

Long Range Planning: vol 16, no.3, p. 107-116, 1983.

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