Assim nasceu o carnaval - Jornal da Metrópole

Siplan
O deputado estadual Reinaldo Braga (PR) solicitou
ao Legislativo acesso ao Sistema Informatizado de
Planejamento (Siplan), para que parlamentares possam
fiscalizar obras e programas do governo.
Realidade
preocupante
Trinta e seis municípios já
participam do projeto, cujas reclamações
viram solicitações de
providências para as secretarias
de educação municipal e estadual.
Em 20 dias, a OAB cobra de novo.
“Se nada for feito, o ofício vai para
o Ministério Público”, explica a
presidente da Comissão de Proteção
à Criança e ao Adolescente da
OAB-BA, Eliasibe Simões.
A realidade preocupa. Na
Escola Municipal Parque São
Cristóvão, em Salvador, foram 78
relatos de falta de professores,
construções precárias, professores
ganhando abaixo do piso, falta de
fardamento e merenda. E as queixas
não são exceções.
Educação de faz-de-conta
“A professora deu atestado
o ano todo. Não deu aula”,
conta Paulo Góes, 16, aluno
do Colégio Estadual Frederico
Costa. “No fim do ano, fez
uma atividade e passou todo
mundo”, diz, indignado. A
fala do estudante do primeiro
ano do Ensino Médio ilustra o
‘faz-de-conta’ encenado em algumas
escolas públicas. Pro-
Em 2011, o governo estadual
gastou cerca de R$ 2,8 bilhões com
educação. A tirar pelo montante e
pela situação das escolas, a precariedade
do cenário fica subentendida.
A falta de material escolar
adequado, merenda, fardamento,
bibliotecas e espaços esportivos
Escola Parque São
Cristovão recebeu dezenas
de reclamações
fessores fingem que ensinam,
alunos fingem que aprendem.
“Não tenho as facilidades que
os alunos que tiveram aulas
normais. Vou ter que correr
atrás”, lamenta o adolescente,
que chegou a apresentar à
diretoria do colégio um documento
pedindo um professor
substituto, mas terminou o
ano sem ter aulas.
está presente em quase todos os
relatórios do comitê da OAB. “Faltava
tudo. Comprei piloto para
dar aula. Era assim ou não dava”,
conta o professor de língua portuguesa
Thiago Moura. Novato
nas salas de aula, ele foi substituir
uma professora em licença-mater-
Jogou a toalha
O prefeito João Henrique (PP) desistiu do pedido de
reconsideração do TCM sobre as contas da Prefeitura
de Salvador, referentes a 2009. A Comissão de Finanças,
Orçamento e Fiscalização tem até 13/3 para decisão.
‘Descaso muito grande’
nidade e encontrou uma situação
lamentável. “Uma coisa é como
dizem que são as escolas. A realidade
é bem pior. Os professores e
coordenadores não estão preocupados
com as crianças. Você vai à
direção, e nada acontece. Estão ali
para cumprir tabela”, desabafa.
Vistas grossas
A assessoria de comunicação
da Secretaria de Educação do Estado
da Bahia (Sec) informou que
acompanha as escolas, mas o material
enviado pela OAB e Correios
é incluído na pauta. Segundo a Sec,
há interesse em estreitar laços com
o comitê e haveria planos de uma
política
politica@jornaldametropole.com.br
Alunos do Colégio Estadual Frederico Costa foram aprovados mesmo sem ter aulas durante todo o ano
reunião para discutir o assunto.
Até o fechamento da edição, o Jornal
da Metrópole não conseguiu
contatar a Secretaria Municipal de
Educação, Cultura, Esporte e Lazer
(Secult) para ter acesso ao orçamento
municipal de educação ou
às demandas do comitê.
Salvador, 17 de fevereiro de 2012 13