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O PRAZER DE LER E ESCREVER ATRAVÉS DOS CONTOS INFANTIS<br />

Uiliete Márcia Silva de Mendonça<br />

Núcleo de Educação da Infância/NEI-CAp-<strong>UFRN</strong><br />

1<br />

etinharon@ig.com.br<br />

Keila Barreto de Araújo<br />

Núcleo de Educação da Infância/NEI-CAp-<strong>UFRN</strong><br />

araraazul05@yahoo.com.br<br />

RESUMO<br />

O presente trabalho trata de um estudo teórico - pratico sobre a importância dos contos na Educação<br />

Infantil, realizado no Núcleo de Educação da Infância - NEI/CAp/<strong>UFRN</strong>, que privilegia em sua<br />

rotina diária a prática da leitura e contação dos contos infantis. O trabalho sistemático com os<br />

contos é um importante aliado no processo complexo e com temporalidades inerentes a cada<br />

alfabetizando, principalmente, por despertar e formar leitores, capazes de compreender, analisar,<br />

interpretar e produzir textos, além de enriquecer o processo ensino-aprendizagem tornando-o<br />

lúdico, instigante e desafiador. Nesse sentido, é necessária uma atenção no uso de bons textos que<br />

lidem não apenas com situações de aprendizagens, mas que envolvam ativamente o alfabetizando<br />

nas práticas sociais de leitura e escrita, perspectivando o letramento. Dessa forma, ressaltamos a<br />

importância do trabalho com os contos infantis no processo de alfabetização, por propiciar ao aluno<br />

aprender de maneira eficaz a língua, possibilitando-o significar o mundo e a realidade, aprendendo<br />

assim, não só palavras ou frases isoladas.<br />

Palavras-chave: Contos, educação infantil, leitura e escrita.<br />

INTRODUÇÃO<br />

“Para a criança é um grande prazer e uma grande satisfação o<br />

fato de tornar-se capaz de ler... Ela fica orgulhosa ao poder fazer<br />

isto. Entretanto, esse entusiasmo logo se esvanece quando os<br />

textos com os quais se defronta forçam-na interminavelmente a<br />

reler a mesma palavra. O reconhecimento da palavra deteriora-se<br />

rapidamente: torna-as uma vazia aprendizagem de memória<br />

quando não conduz diretamente a leitura de conteúdos<br />

significativos...” (Bruno Bettelheim).<br />

O presente trabalho trata de um estudo teórico-prático sobre a importância dos<br />

contos na Educação Infantil, realizado no Núcleo de Educação da Infância –


NEI/CAp/<strong>UFRN</strong>, que privilegia em sua rotina diária a prática da leitura e contação de<br />

histórias no contexto escolar. Entendendo-se que essa prática possibilita a construção de um<br />

sólido vínculo de afetividade com a criança estimulando-a na busca de livros e,<br />

conseqüentemente, o gosto pela leitura.<br />

Ler e contar histórias é uma atividade sempre presente na rotina das crianças da<br />

Educação Infantil. Essa prática é considerada importante, não só para os professores, mas<br />

para autores dessa área, pois essa atividade proporciona a formação de pequenos leitores<br />

contribuindo para construção de um repertório lingüístico diversificado.<br />

Nas últimas décadas, percebemos uma mudança acentuada na compreensão sobre o<br />

processo de alfabetização. Nesse sentido, as pesquisas psicogenéticas, lideradas por Emília<br />

Ferreiro e colaboradores, aparecem como uma das contribuições mais relevantes na<br />

explicação dos processos cognitivos vivenciados para o alfabetizando na sua apropriação<br />

acerca do sistema de escrita. Ao lado disso, os estudos sobre o letramento priorizam as<br />

práticas sociais da lecto-escrita defendendo que elas sejam consideradas requisitos e meios<br />

do ensino da leitura e escrita tornando este mais significativo e prazeroso. Dessa forma, o<br />

processo de alfabetização passa a ser buscado não só em termos do conhecimento do<br />

sistema alfabético, com todas as suas normas, mas também pela valorização da<br />

possibilidade de ampliação do repertório lingüístico que utilizamos no cotidiano.<br />

O método utilizado para a alfabetização não deve se pautar na abordagem mecânica,<br />

que se inicia pelas letras e vai adicionando palavras, frases e “textos”, levando o aluno a<br />

associar e fixar sons para conseguir dominar as famílias silábicas, formação de palavras e,<br />

finalmente, conseguir produzir seus próprios textos. É necessário salientar que, nessa<br />

perspectiva, os “textos” são simplificados, sem sentido e direcionados, apenas, para<br />

“facilitar” a leitura. Nessa visão, os “textos” não apresentam nenhuma relevância para o<br />

contexto social do aluno, por apresentarem apenas conjuntos de frases, muitas vezes sem<br />

nenhuma lógica entre elas.<br />

Para que aluno aprenda a produzir e interpretar textos é necessário abandonar a<br />

mecanização e eleger como estratégia de ensino a leitura diária de histórias,<br />

especificamente os contos infantis, pois a utilização dos contos articulados as atividades de<br />

leitura e escrita proporcionam ao aluno um contato com o maravilhoso e o mítico,<br />

contribuindo para o desenvolvimento de habilidades que o leva a tornar-se um leitor capaz<br />

2


de compreender, analisar, interpretar e produzir textos. Para Amarilha (1997, p.22), “[...] a<br />

oralização tem a finalidade de enriquecer a bagagem antecipatória do leitor, buscando<br />

familiarizá-lo com as estratégias da narrativa, por conseguinte, com as convenções da<br />

escrita”.<br />

Trabalhar diariamente atividades que possibilitem o prazer da leitura é uma<br />

ferramenta para o (a) professor (a) que possibilita reverter o quadro da alfabetização<br />

mecanicista. A leitura diária de histórias, contos ou fábulas, envolverá grande parte do<br />

alunado nas atividades desenvolvidas em sala de aula e mesmo aqueles que ainda não lêem<br />

ou escrevem convencionalmente sentir-se-ão estimulados para participar das atividades<br />

propostas.<br />

Essa forma de aprender estender-se-á em um processo mais amplo na vivência do<br />

aluno levando-o a organizar idéias/fatos, exercitar a criatividade e a reflexão através da<br />

leitura. Assim, essa prática de ouvir histórias lidas ou contadas por um leitor experiente e<br />

sua exploração constante no ambiente escolar, vivificará o prazer pela leitura através da<br />

interação que se estabelece entre ouvinte e o leitor, constituindo uma relação singular com<br />

o mundo imaginário e lúdico. Segundo Amarilha (1997, p. 49):<br />

A linguagem literária organiza os fatos diferentes da linguagem oral do<br />

cotidiano. Como essa roupagem tem bossa, ritmo, humor, o leitor mirim<br />

percebe que está diante de uma maneira diferente de ser da língua. É por<br />

essa razão que muitas vezes a criança solicita a repetição de uma mesma<br />

história, principalmente, crianças pré-escolares. Visto que não dominam<br />

ainda os esquemas e convenções da escrita, elas precisam ter um apoio<br />

para aprenderem as novidades da linguagem literária- o ritmo das frases,<br />

o jogo de sonoridade, a arrumação das palavras são para elas pontos de<br />

referência no acesso à escrita.<br />

No NEI, como parte inerente da rotina, todos os dias tem-se o momento da leitura e<br />

contação de histórias, seja ela com fantoches, dedoches, caixas de histórias, dramatizações<br />

e a própria leitura dos livros.<br />

Além disso, possui a Biblioteca Visconde de Sabugosa onde as crianças, uma vez<br />

por semana, desfrutam desse espaço, manuseando os livros, lendo-os e ouvindo suas<br />

histórias, vivenciando e sendo transportadas para o mundo real ou imaginário, levando-se<br />

em conta o fato de que a separação entre história de ficção e história real envolve conceitos<br />

3


que a criança ainda não tem condições de formular ou entender nesse momento. (BRASIL,<br />

1992).<br />

Dessa forma, a leitura e contação de histórias são recursos a serem utilizados para<br />

auxiliar o domínio da linguagem, colocando o sujeito em uma situação de comunicação<br />

social, na construção da interação com o outro, fornecendo-o conceitos e uma organização<br />

do real, estabelecendo assim uma relação entre o leitor e o objeto de conhecimento, sendo<br />

assim, deve ocupar o lugar de “linguagem a ser conhecida, descoberta nos aspectos que lhe<br />

são próprios (internos), e reconhecida como portadora de inúmeras significações (sócio-<br />

culturais, históricas, emocionais, lingüísticas, literárias)”. (BRASIL, 1992, p.31).<br />

Nessa proposta, os materiais de leitura devem ser ricos, diversificados e atuais, com<br />

estruturas que atendam a múltiplas finalidades e propiciem aos alunos vivenciarem escritas<br />

em situações reais.<br />

Não se formam bons leitores oferecendo materiais de leitura<br />

empobrecidos, justamente no momento em que as crianças são iniciadas<br />

no mundo da escrita. As pessoas aprendem a gostar de ler quando, de<br />

alguma forma, a qualidade de suas vidas melhora com a leitura. (BRASIL,<br />

1997, p.36).<br />

É importante oferecer diversos materiais de leitura para formar leitores autônomos, e os<br />

contos, especificamente os contos de fadas despertam nas crianças o problema da moral e a solução<br />

para resolvê-lo. Bettelheim (2007, p. 16) esclarece,<br />

É característico dos contos de fadas colocar um dilema existencial de<br />

maneira breve e incisiva. Isso permite a criança aprender o problema em<br />

sua forma mais essencial, enquanto que uma trama mais complexa<br />

confundiria as coisas para ela. O conto de fadas simplifica todas as<br />

situações [...] Ao contrario do que acontece em muitas histórias infantis<br />

modernas, nos contos de fadas o mal é tão onipresente quanto à virtude<br />

[...] é essa dualidade que coloca o problema moral e requer a luta para<br />

resolve-lo.<br />

Para Soligo (2001) o trabalho com a diversidade de materiais de leitura e a prática<br />

pedagógica é eficiente. Só percebemos os resultados da formação de leitores autônomos,<br />

quando refletimos sobre a importância da formação dos professores, implicando nos<br />

conhecimentos sobre as estratégias de leitura (seleção, antecipação, inferência, verificação),<br />

4


sobre a responsabilidade da escola, implicando ainda nas políticas públicas de educação,<br />

para oferecer uma educação de qualidade.<br />

De acordo com Soligo (2001) uma prática constante de leitura na escola pressupõe o<br />

trabalho com a diversidade de objetivos, modalidades e textos que caracterizam as práticas<br />

de leitura de fato. Diferentes objetivos exigem diferentes textos e cada qual, por sua vez,<br />

exige um tipo específico, uma modalidade de leitura.<br />

A leitura é um processo de construção contínua, através do qual as possibilidades do<br />

leitor aumentam e o aproximam da figura do leitor competente. Para que o aluno aprenda a<br />

ler é necessário a atribuição de sentido ao texto, a formação de recursos cognitivos<br />

específicos e a presença de leitores que o estimulem e que medeiem durante esses<br />

momentos de forma significativa.<br />

De acordo com alguns autores, no processo de leitura intervêm tanto as<br />

experiências, a motivação e o conhecimento do aprendiz, como os auxílios e recursos que<br />

lhe proporciona o educador. Dessa forma, o processo de aprendizagem da leitura far-se-á<br />

com sujeitos com ritmos e características diferentes em contextos particulares, pois “o<br />

aprendizado da leitura é um ato social; ele resulta da interferência pedagógica de uma<br />

geração sobre a outra” (AMARILHA, 1997, p. 43).<br />

De acordo com Teberosky e Colomer (2003), para o ensino da leitura deve-se<br />

considerar importante a inserção de algumas propostas como: o uso combinado de diversas<br />

estratégias; o oferecimento as crianças de diversos tipos de textos, com momentos<br />

dedicados à leitura realizada pelo outro (pais, professores, etc.), além da realização de<br />

atividades que fomentem o prazer de ler, permitindo as crianças experimentar o poder da<br />

leitura para transportá-las a outros mundos; aproveitando o interesse da criança pela leitura<br />

e valorizando as intenções que demonstrem essa aproximação; considerando os<br />

questionamentos das crianças sobre o sistema – “o que se põe aqui?” “Como se escreve?”,<br />

aproveitando, também, seus conhecimentos prévios acerca do significado do texto, de<br />

palavras desconhecidas e outros conhecimentos mais próprios da narrativa. Além do que,<br />

há de se levar em conta à possibilidade do acesso a bibliotecas, ao canto da leitura e ao<br />

momento da história na própria sala de aula.<br />

Dessa forma, a leitura e contação dos contos são recursos a serem utilizados para<br />

auxiliar o domínio da linguagem, colocando o sujeito em uma situação de comunicação<br />

5


social, na construção da interação com o outro, fornecendo-o conceitos e uma organização<br />

do real, estabelecendo assim uma relação entre o leitor e o objeto de conhecimento, sendo<br />

assim, deve ocupar o lugar de “linguagem a ser conhecida, descoberta nos aspectos que lhe<br />

são próprios (internos), e reconhecida como portadora de inúmeras significações (sócio-<br />

culturais, históricas, emocionais, lingüísticas, literárias)”. (BRASIL, 1992, p.31).<br />

No momento da história percebemos o entusiasmo das crianças ao mergulharem no<br />

mundo da imaginação ouvindo a leitura de contos, sejam conto de fadas, contos populares,<br />

entre outros, que chamam a atenção das crianças, despertando-as e estimulando-as no gosto<br />

pela leitura. Segundo Bettelheim (2007, p. 11 e 12),<br />

[...] no conjunto da literatura infantil – com raras exceções -, nada é tão<br />

enriquecedor e satisfatório, seja para a criança, seja para o adulto, do que<br />

o conto de fadas popular [...], por meio deles pode-se aprender mais sobre<br />

os problemas íntimos dos seres humanos e sobre as soluções corretas para<br />

suas dificuldades em qualquer sociedade do que em qualquer outro tipo de<br />

história compreensível por uma criança.<br />

O trabalho sistemático com os contos é um importante aliado nesse processo<br />

complexo e com temporalidades inerentes a cada alfabetizando, principalmente, por<br />

despertar e formar pequenos leitores, além de enriquecer o processo ensino-aprendizagem<br />

tornando-o lúdico, instigante e desafiador.<br />

Como esclarece (AMARILHA, 2003, p.91), “na relação criança e ficção, o caminho<br />

do lúdico é o acesso seguro na elaboração do significado textual. O lúdico é uma forma de<br />

como a comunicação textual se dá, estimulando a memória semântica do leitor, que é<br />

essencial à aprendizagem formal”.<br />

Como dito anteriormente a leitura e a escrita é um processo longo, que se constitui<br />

numa atividade cognitiva complexa, não implicando apenas, num processo de codificação e<br />

decodificação. De acordo com Gallart (1998/1999), as habilidades de codificação e<br />

decodificação constituem um importante componente, mas não são os únicos implicados na<br />

leitura e escrita, pois é necessário também atribuição de sentidos, motivação e prazer.<br />

A leitura pressupõe na aproximação das crianças de algo que elas já conhecem,<br />

proporcionando-as experiências divertidas, ricas e gratificantes e que faz parte da sua vida.<br />

6


O professor se insere nesse processo como elemento mediador, possibilitador de<br />

atividades desafiadoras e problematizador no processo de aprendizagem, considerando o<br />

aluno como um sujeito ativo na construção dos seus conhecimentos, respeitando a<br />

diversidade desses alunos e intervindo para que ele avance. Assim, será possível uma<br />

aprendizagem significativa e compreensiva da leitura, ampliando, então, a visão reduzida<br />

de leitura como decodificação.<br />

Nesse sentido, é importante o papel do professor como elemento mediador,<br />

possibilitador e problematizador no processo de aprendizagem, considerando o aluno como<br />

um sujeito ativo na construção dos seus conhecimentos, respeitando a diversidade desses<br />

alunos e intervindo para que o aluno avance. Assim, será possível uma aprendizagem<br />

significativa e compreensiva da leitura e da escrita.<br />

Percebemos que o domínio do código escrito com suas regularidades e<br />

irregularidades não é algo apreendido de forma descontextualizada ou sem intervenção<br />

pedagógica direcionada. Nesse processo, devemos proporcionar ao educando a<br />

oportunidade de se envolver com textos significativos e coerentes com os usos sociais da<br />

lecto-escrita, que levem o aluno a viajar no mundo da imaginação, descobrindo, formas<br />

prazerosas de aprender a ler e a escrever, uma dessas formas são os contos infantis .<br />

O ouvir histórias pode estimular o desenhar, o musicar, o sair, o ficar, o pensar, o<br />

teatrar, o imaginar, o brincar, o ver o livro, o escrever, o querer ouvir de novo. Ouvir<br />

histórias é viver um momento de gostosuras, de prazer e de divertimento.<br />

(ABRAMOVICH, 1991). Pois, o livro da criança que ainda não lê é a história contada.<br />

Como esclarece Abramovich (1991, apud Louis Paswels p. 24} “quando uma criança<br />

escuta a história que se lhe conta penetra nela simplesmente, como história. Mas existe<br />

uma orelha detrás da orelha que conserva a significação do conto e o revela muito mais<br />

tarde”.<br />

A reflexão sobre a prática da leitura e a contação de histórias diária em sala de aula<br />

nos permite compreender melhor a importância da leitura e da escrita e o desenvolvimento<br />

da oralidade, sendo atividades que exercitam a produção do conhecimento, pois ao escutar<br />

uma história, a criança pode ter um caminho de descoberta e compreensão de mundo, um<br />

caminho que incentiva a criatividade e a criticidade.<br />

A escola é um lugar excelente para proporcionar aos alunos ricos ambientes<br />

7


instigadores para a leitura, como também, oferecer aos profissionais responsáveis e<br />

capacitados, que estimulem seus alunos, tornando-os leitores autônomos. Percebe-se que a<br />

leitura e a contação realizada cotidianamente na escola para as crianças, de forma prazerosa<br />

e intencional expande as experiências, aumenta o seu repertório lingüístico e os seus<br />

conhecimentos.<br />

À escola cabe o papel de propiciar condições para que o aluno seja um sujeito ativo<br />

no processo de construção do conhecimento, se apropriando de saberes sobre a língua<br />

escrita. É essencial que o aluno seja estimulado a buscar sua autonomia, de dar significado à<br />

diversidade de textos com que se envolverá no presente e no futuro. E isto só pode se<br />

tornar realidade, se a escola parar de produzir analfabetos funcionais, isto é, meros<br />

decodificadores de textos que apresentam dificuldades em entenderem o escrito. È<br />

fundamental que se invista num ensino que tenha significado para o aluno, que extrapole os<br />

limites da escola, estimulando-o a ter interesse pelos textos e compromisso de explorá-los<br />

para entendê-los.<br />

Para que os objetivos apresentados sejam alcançados, é necessária uma atenção<br />

mais apurada no uso de bons textos que lidem não apenas com situações de aprendizagens,<br />

mas que envolvam ativamente o alfabetizando nas práticas sociais de leitura e escrita,<br />

perspectivando o letramento.<br />

Nesse sentido, ressaltamos a importância do trabalho com os contos infantis no<br />

cotidiano escolar, pois a partir dos contos a criança traduz idéias, sentimentos, vontades,<br />

pensamentos, categoriza os objetos, busca a solução de problemas, ações articuladas e<br />

situacionais, além de se familiarizar com o jeito próprio de se construir narrativas e<br />

aprender de maneira eficaz a língua, possibilitando-a significar o mundo e a realidade,<br />

aprendendo assim, não só palavras ou frases isoladas.<br />

REFERÊNCIAS<br />

AMARILHA, Marly. Estão mortas as fadas? Ed. Vozes, Natal: ED<strong>UFRN</strong>, 1997.<br />

BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fadas. São Paulo: Paz e Terra, 2007.<br />

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BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Secretaria de Educação Fundamental. Equipe<br />

Pedagógica do Programa de Formação de Professores Alfabetizadores/PROFA. Coletânea<br />

de Textos/ Módulo 1. Brasília: MEC/SEF, 2001.<br />

BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua<br />

Portuguesa. Secretaria da Educação Fundamental. Brasília: A Secretaria, 1997 (Parâmetros<br />

Curriculares Nacionais,2).<br />

BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Professor da pré-escola/ Fundação Roberto<br />

Marinho – 2ª ed. São Paulo: Globo, 1992.<br />

CURTO, Luís e outros (Trade. Ernane Rosa). Escrever e ler: como as crianças aprendem e<br />

como o professor pode ensiná-las a escrever e ler. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.<br />

FERREIRO, Emilia. A Representação da Linguagem e o Processo de Alfabetização. In:<br />

____ . Reflexões sobre Alfabetização. Tradução por Horácio Gonzáles et al. São Paulo:<br />

Cortez / Autores Associados, 1985. p.9-41. Título Original: não encontrado. (Coleção<br />

Polêmicas do Nosso Tempo, 17).<br />

FERREIRO, Emilia. Os processos construtivos de apropriação da escrita: as letras enquanto<br />

objetos em si; as letras enquanto objetos substitutos (Fragmentos de Pesquisas). In:<br />

FERREIRO, Emilia; PALACIO, Margarita Gomes (Coords.). Os Processos de Leitura e<br />

da Escrita: novas perspectivas. Tradução por Luíza Maria Silveira. Porto Alegre: Artes<br />

Médicas, 1987, p.108-114 / 01fl. Título original: Nuevas Perspectivas sobre los Procesos de<br />

Lectura y Escritura.<br />

GOMES, Adriano. A voz que vem de longe: o contador de histórias na formação do leitor.<br />

Fundação Vingt-un Rosado – Coleção Mossoroense. Série “C” – Volume 1404, 2003.<br />

SOARES, Magda Becker. As muitas facetas da alfabetização. Cadernos de Pesquisa. São<br />

Paulo: Fundação Carlos Chagas, (52): 19-24, fev./1985.<br />

SOLIGO, Rosaura. Para ensinar a ler. In BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO.<br />

Secretaria de educação fundamental. Equipe Pedagógica do Programa de Formação de<br />

Professores Alfabetizadores/PROFA. Coletânea de textos/Módulo 1. Brasília: MEC, 2001,<br />

Texto M1UI7T8.<br />

TEBEROSKY, Ana e COLOMER, Teresa. Aprender a ler e a escrever: uma proposta<br />

construtivista. Porto Alegre: Artmed, 2003.<br />

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