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Boletim Marista Social Edição Especial 42

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Comunicação da Gerência <strong>Social</strong> - Província<br />

<strong>Marista</strong> Brasil Centro Norte - PMBCN<br />

B o l e t i m M S<br />

N e s t a e d i ç ã o :<br />

Editorial 1<br />

Lançamento do Livro CMS/ 2<br />

Entrevista Ir. Rafael Ferreira 3<br />

Depoimento do adolescente 4<br />

A Responsabilização do adolescente<br />

Depoimento Ivanda Cava 6<br />

Galeria <strong>Social</strong> 7<br />

EXPEDIENTE<br />

Gerente <strong>Social</strong><br />

Claudia Laureth<br />

Coordenador<br />

Administrativo <strong>Social</strong><br />

Juliano Oliveira<br />

Analistas Sociais<br />

Bianca Oliveira<br />

Sandra Constâncio<br />

Valéria Palheiros<br />

Assistente Administrativo<br />

Vanessa Fonseca<br />

Secretária<br />

Graciele Ramos<br />

Projeto gráfico<br />

Jeferson Sarmento<br />

Jornalista Responsável<br />

Fernanda Carmo — IMAS<br />

Colabore com nosso <strong>Boletim</strong>.<br />

Envie notícias para:<br />

fmsilva@marista.edu.br/<br />

gerenciasocial@marista.edu.br<br />

5<br />

Caro (a) leitor (a),<br />

Brasília/DF, 28 de setembro de 2011 Volume 3, edição <strong>42</strong><br />

<strong>Edição</strong> <strong>Especial</strong> “A Experiência <strong>Marista</strong> na Execução da Medida<br />

Socioeducativa na Semiliberdade”<br />

Reportagem e <strong>Edição</strong> Fernanda Carmo<br />

A Casa Marisa de Semiliberdade lançou no dia 05 de agosto de 2011 o Livro Vidas<br />

Adolescentes e Parcerias pela Vida - A Experiência <strong>Marista</strong> na Execução da Medida<br />

Socioeducativa de Semiliberdade‖. O trabalho foi realizado em parceria do Instituto<br />

<strong>Marista</strong> com o Instituto de Atendimento Sócio - Educativo do Espírito Santo - IASES e<br />

o Governo do Estado do Espírito Santo, por meio da Secretaria de Justiça. O livro<br />

relata o trabalho desenvolvido na Casa <strong>Marista</strong> de Semiliberdade que proporciona<br />

aos adolescentes em cumprimento de Medida Socioeducativa (MS) uma oportunidade<br />

de retomar os estudos, socialização e trabalho. Além disso, possibilita mudanças em<br />

trajetórias marcadas pela negação dos Direitos cidadãos. Acompanhe os detalhes da<br />

inauguração nas páginas a seguir. Boa leitura!<br />

Comunicação da Gerência <strong>Social</strong><br />

Acesse o livro na íntegra: http://marista.edu.br/social/files/2011/09/Semiliberdade-2.pdf<br />

www.marista.edu.br/social


Página 2 V o l u m e 3 , e d i ç ã o 4 2<br />

Lançamento do 1º Livro da Casa <strong>Marista</strong> de Semiliberdade<br />

O audiovisual do Colégio <strong>Marista</strong> Nossa Senhora da Penha foi palco para a realização da cerimônia de lançamento<br />

do primeiro livro da Casa <strong>Marista</strong> de Semiliberdade, com o título ―Vidas Adolescentes e Parcerias pela Vida‖ - a<br />

execução <strong>Marista</strong> na experiência da Medida Socioeducativa (MS) de Semiliberdade.<br />

O evento contou com a presença dos adolescentes que estão em cumprimento da medida, familiares, adolescentes<br />

egressos na Medida de Semiliberdade, colaboradores da Casa <strong>Marista</strong>; gerente social; analistas sociais; Irmãos<br />

e Pré postulantes da Comunidade <strong>Marista</strong> de Terra Vermelha; Irmãos da Comunidade <strong>Marista</strong> de Colatina, direção<br />

e funcionários do Colégio <strong>Marista</strong> Nossa Senhora da Penha. Participaram ainda a diretora presidente do Instituto<br />

de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo- IASES, juntamente com sua equipe técnica e demais colaboradores<br />

das unidades de atendimentos das Medidas Socioeducativas, o juiz da Vara e da Infância e Juventude de<br />

Vitória, Defensoria Pública, ex- vereadores, dirigentes e técnicos de Entidades não governamentais. A ocasião<br />

contou ainda com a participação do juiz da Vara da Infância e Juventude de Santo Ângelo do Rio Grande do Sul,<br />

que após o lançamento do livro, proferiu a Palestra sobre Medidas Socioeducativas, centrando o foco na medida<br />

de semiliberdade.<br />

A programação do evento seguiu o protocolo de cerimônia iniciando, em primeiro momento, com o Hino Nacional,<br />

o pronunciamento da palavra dos componentes da Mesa de Honra, um momento de espiritualidade, apresentação<br />

da Proposta Pedagógica da Casa <strong>Marista</strong> com sua contextualização histórica e finalizando com o testemunho do<br />

adolescente Rodolfo da Silva Siqueira, egresso na MS, ponto forte do evento. A Casa <strong>Marista</strong> foi fundada com o<br />

objetivo de executar a medida de semiliberdade, no município de<br />

Vila Velha, atendendo 12 (doze), adolescentes na faixa etária de 15<br />

a 18 anos em primeira medida e posteriormente, progressão de medida.<br />

A fundação deu-se em 06 de março de 2008, com início da execução<br />

em 15 de setembro de 2008, quando a Unidade <strong>Marista</strong> recebeu<br />

o primeiro adolescente. Nesses três anos de execução, 67<br />

adolescentes foram acolhidos e atualmente, nove adolescentes estão<br />

em cumprimento da medida. ―A Missão da Casa <strong>Marista</strong>, esta<br />

centrada nos apelos do XXI Capitulo Geral, Ir Depressa com Maria<br />

Para Uma Nova Terra, procurando desenvolver com os jovens da<br />

Casa <strong>Marista</strong> a pedagogia do Amor e a compaixão, para tornar Jesus<br />

Cristo conhecido e amado, buscando reafirmar o Legado de São Marcelino<br />

Champagnat‖, disse Ivanda Gava, diretora social da Casa <strong>Marista</strong><br />

de Semiliberdade.<br />

www.marista.edu.br/social


Página 3 V o l u m e 3 , e d i ç ã o 4 2<br />

Ir. Rafael Ferreira<br />

Entrevista - Comunicação da Gerência <strong>Social</strong> conversa com o Ir. Rafael Ferreira<br />

―Nós <strong>Marista</strong>s<br />

estamos do lado<br />

daqueles<br />

que a sociedade<br />

não quer.<br />

Ir. Rafael<br />

Ferreira<br />

CGS - Como o senhor avalia a experiência da Casa<br />

Marisa de Semiliberdade na ressocialização de adolescentes?<br />

IRF= De início, ressaltando a importância da experiência<br />

em si, pois entendo que por si só a Casa <strong>Marista</strong><br />

de Semiliberdade é duplamente um sinal profético<br />

em nossa sociedade: primeiro por ser uma centelha<br />

de esperança para as famílias que têm filhos atendidos<br />

por lá. Segundo, porque sua existência, sinaliza<br />

que atuamos na contramão da história, que estamos<br />

ao lado daqueles que ninguém mais quer, que acreditamos<br />

nos jovens e que estamos dispostos a gastar a<br />

vida para que eles tenham mais vida. Ressalto, ainda,<br />

a qualidade da proposta pedagógica que é desenvolvida<br />

na casa. O currículo é denso e diversificado,<br />

envolvendo temáticas que tocam a vida dos adolescentes<br />

a partir de diversos ângulos. Assim,<br />

higiene e organização pessoais, estudo, lazer,<br />

cultivo de bons hábitos na relação com as demais<br />

pessoas e com as coisas da casa, bem como<br />

o incentivo à responsabilidade em relação ao próprio<br />

processo de cumprimento da medida socioeducativa,<br />

são importantes meios para a ressocialização dos internos.<br />

CGS- Quais os maiores desafios enfrentados nos dias<br />

de hoje para que o adolescente, em cumprimento<br />

de Medida Socioeducativa (MS), retome sua cidadania<br />

e recomece sua vida?<br />

IRF= São várias, infelizmente. Mas limito-me a citar<br />

duas que julgo decisivas: a descrença da sociedade<br />

em relação ao adolescente em cumprimento de MS; a<br />

descrença do próprio adolescente em sua recuperação<br />

e conseqüente reintegração à sociedade que feriu<br />

(ou pela qual foi ferido). Ambas têm conseqüências<br />

muito concretas na vida do adolescente e sinalizam<br />

que ele é "duplamente não amado": nem pela<br />

sociedade, nem por ele próprio.<br />

Se me permite, sugiro duas dinâmicas que podem contribuir<br />

decisivamente no processo de ressocialização:<br />

trabalhar a auto-estima dos adolescentes e oferecerlhes<br />

bons exemplos nos quais possam inspirarem-se enquanto<br />

dão passos, que normalmente são lentos, em seu<br />

processo de ressocialização.<br />

Qual sua orientação para que a família participe do<br />

processo de ressocialização social de seus filhos na<br />

sociedade?<br />

IRF= A moderna reflexão pedagógica chama a atenção<br />

para a importância da participação familiar na educação<br />

dos filhos. Assim sendo, a escola não é mais a principal<br />

responsável pela educação de crianças, adolescentes<br />

e jovens. É muito mais uma parceira, ainda que a<br />

principal, da família. O mesmo se pode dizer do processo<br />

de ressocialização vivido na Casa de Semiliberdade<br />

<strong>Marista</strong>. Sem a participação dos pais e/ou responsáveis<br />

a tarefa de ressocializar torna-se mais difícil, lenta e<br />

infrutífera. Como nem sempre a família tem consciência<br />

do quanto sua participação efetiva importa na recuperação<br />

do jovem, cabe aos educadores a tarefa de chamá<br />

-la, envolvê-la, responsabilizá-la. Neste processo, todas<br />

as dinâmicas importam: reuniões, partilha em grupo e a<br />

informação clara e precisa sobre o processo de cada<br />

adolescente. Encontrei todos estes elementos na proposta<br />

pedagógica da Casa de Semiliberdade <strong>Marista</strong>.<br />

Quais as principais responsabilidades que um adolescente<br />

em cumprimento de MS precisa ter para resgatar<br />

seu espaço na sociedade?<br />

IRF= Penso que por mais difícil que seja lidar com tal<br />

dinâmica, é imprescindível trabalhar com a idéia da<br />

responsabilização. Dito de outra forma há que se acompanhar<br />

o adolescente de modo que ele atinja um nível<br />

de consciência sempre maior sobre si, sobre o ato infracional<br />

que o levou a estar na instituição e sobre o que a<br />

sociedade exige dele para reintegrá-lo em suas relações<br />

e estruturas. Claro, não falo aqui da simples culpabilização,<br />

que pode apenas resultar em revolta ou levar o<br />

adolescente a um cárcere ainda mais degradante, a prisão<br />

psicológica. Importa muito que os educadores<br />

"enxarquem" este processo de amor, pois o amor permitirá<br />

que se atinja a medida certa na hora correção. Depois,<br />

mas não menos importante, diria que valores como<br />

responsabilidade no uso das coisas, organização pessoal,<br />

capacidade de relacionamento humano, disposição<br />

para o trabalho e o estudo, dentre outros, são responsabilidades<br />

que o adolescente precisa adquirir enquanto<br />

se prepara para reintegrar-se à sociedade.<br />

www.marista.edu.br/social


Página 4 V o l u m e 3 , e d i ç ã o 4 2<br />

Adolescente da CMS relata sua experiência de superação<br />

A Casa <strong>Marista</strong> de Semiliberdade (CMS) desperta nos adolescentes a certeza de que é possível recomeçar.<br />

Durante a cerimônia de lançamento do Livro ―Vidas Adolescentes e Parcerias pela Vida‖ - a execução <strong>Marista</strong><br />

na experiência da Medida Socioeducativa de Semiliberdade‖, o público presente se emocionou com o<br />

relato do adolescente Rodolfo da Silva Siqueira (19 anos), egresso na Medida Socioeducativa. Confira!<br />

―Bom dia, meu nome é Rodolfo da Silva Siqueira, tenho 19 anos moro no Bairro Glória em Vila Velha. Entrei na<br />

Casa <strong>Marista</strong> de Semiliberdade no dia 19/11/2009 e fui liberado no dia 4 de agosto de 2010 para cumprir liberdade<br />

assistida.<br />

Antes de vir para a casa marista cumpri 92 dias na Unip em Cariacica. Nesses 92 dias que eu estava na Unip foi<br />

uma experiência que eu não desejo nunca mais passar por ela novamente, ver a minha mãe só no domingo e uma<br />

vês ou outra o meu irmão ia lá também, mas só o constrangimento que as mães passam naquele lugar de ficar nua<br />

para ser revistada já um bom motivo para nenhum adolescente cometer nenhum ato infracional novamente.<br />

Já na Casa <strong>Marista</strong> é totalmente diferente. As mães são bem atendidas não precisam ser revistadas e as pessoas<br />

têm total respeito sobre elas.<br />

Quando eu soube que eu iria para esta casa fiquei arrasado pensando que eu ia ficar meses sem ver a minha família,<br />

minha namorada e os meus amigos, mas.<br />

Ao entrar pelo portão e ser bem recebido por toda equipe da casa, demonstrando toda a atenção sobre os adolescentes<br />

já fiquei mais tranqüilo, mas o único problema é que a Casa <strong>Marista</strong> é perto da minha casa. Por ser perto<br />

da casa eu acabava vendo todos os meus amigos no período que eu não podia ir para minha casa que é de 30 dias.<br />

Estes dias são os mais difíceis no começo da medida ai que complicava um pouco. Logo eu voltei para o meu antigo<br />

emprego assim que entrei na casa. Fiz um bom curso de soldador e voltei a estudar que graças a eles eu terminei<br />

o 2° grau porque se eu tivesse no mundo jamais iria termina o estudo.<br />

O mais difícil desta Casa é voltar todos os domingos que o mais tentador de você deixar sua casa seus amigos, a<br />

namorada para voltar para casa, mas como eu decidi mudar de vida pela a minha mãe e até por mim mesmo, erguia<br />

a cabeça todo final de semana e vinha de volta para a casa.<br />

Mas Casa também tem seus direitos e deveres para conquistar a ida para casa no final<br />

de semana, quem não cumpre esses deveres, infelizmente não ia para casa.<br />

Tem hora para almoçar, hora de tomar, café, jantar e etc. Hoje, graças a Deus me<br />

redime e sigo a minha caminhada numa boa sem dever nada a justiça‖<br />

Rodolfo da Silva Siqueira, adolescente egresso da Medida Socioeducativa da Casa<br />

<strong>Marista</strong> de Semiliberdade<br />

www.marista.edu.br/social


Página 5<br />

V o l u m e 3 , e d i ç ã o 4 2<br />

A responsabilização do adolescente em conflito<br />

com a lei que lhe é atribuída com a imposição<br />

de uma medida socioeducativa tem como desdobramento<br />

a necessidade de se trabalhar a responsabilização<br />

no sentido pedagógico.<br />

A responsabilização do Adolescente<br />

Por Lauriene Queiroz - advogada e analista social e jurídica do IMAS<br />

Nesse sentido, a unidade responsável pela execução<br />

da medida socioeducativa imposta deve<br />

desenvolver um conjunto de ações capazes de<br />

ajudá-lo a se tornar um ser responsável. Para<br />

que a medida atinja seus efeitos, faz-se necessário<br />

que o adolescente compreenda o significado<br />

da mesma. Ele deve compreender que não<br />

esta cumprindo medida por causa do juiz, do<br />

promotor, da testemunha que o reconheceu,<br />

mas sim por causa de suas escolhas. A medida<br />

imposta precisa fazer sentido para que possa<br />

imprimir uma resignificaçao de valores. Talvez este seja o ponto central, ou melhor, inicial: o encontro com a<br />

verdade. Para alcançarmos esta verdade precisamos chegar ao coração deste adolescente. Neste aspecto, é fundamental<br />

o compromisso da equipe envolvida, que vai não só no cumprimento de horas de trabalho, mas de comprometer-se<br />

com a transformação do outro. Precisamos, portanto, ter identidade com a causa, esta precisa fazer<br />

sentido também para nós; pois somente aquilo que sai do coração é capaz de chegar ao coração do outro.<br />

A pergunta que devemos nos fazer todos os dias talvez seja esta: somos capazes de alcançar o coração de nossos<br />

adolescentes? Mas qual é o caminho? Honestamente, às vezes não temos um mapa nem do nosso coração, como<br />

querer saber o do outro? O que temos são sugestões que gostaríamos de partilhar, sem a pretensão de mudar opiniões,<br />

mas com a modesta pretensão de emprestar um olhar diferente acerca deste tema.<br />

A pergunta que devemos nos fazer todos os dias talvez seja esta: somos capazes de alcançar o coração de nossos<br />

adolescentes? Mas qual é o caminho? Honestamente, às vezes não temos um mapa nem do nosso coração, como<br />

querer saber o do outro? O que temos são sugestões que gostaríamos de partilhar, sem a pretensão de mudar opiniões,<br />

mas com a modesta pretensão de emprestar um olhar diferente acerca deste tema.<br />

Em primeiro lugar, precisamos conhecer o adolescente, sem julgamentos, além do ato infracional. O sabor da sua<br />

infância, suas preferências, aquilo que lhe encanta ou desencanta, aquilo que o faz sentir seguro ou inseguro.<br />

Em segundo, demonstrar que conhecemos de seu mundo infracional também, suas malandragens, suas gírias. Ou<br />

seja, a equipe precisa ser continuadamente capacitada. O assunto ato infracional não pode ser tratado como um<br />

tabu. O adolescente ao perceber que não nos encanta com seu mundo de fantasias, também percebe que não adianta<br />

mais se esconder atrás de máscaras. É como se estivéssemos dizendo para ele não venha me dizer que o trafico<br />

é fascinante porque te dá muito dinheiro, onde estão os seus amigos agora? Enquanto você esta jogando fora<br />

os melhores anos de sua vida, tem muita gente se enriquecendo às suas custas. Talvez Jesus diria : Acorda Lazaro!<br />

Em terceiro, precisamos ajudá-lo a compreender as conseqüências do ato praticado. E, olhando nos olhos, dizer:<br />

o que você fez foi sério, tem famílias que foram devastadas por sua causa, tem pais, mães, filhos que choram todos<br />

os dias por sua causa, pára de falar que foi por culpa do juiz, o culpado é você.<br />

www.marista.edu.br/social


Página 6 V o l u m e 3 , e d i ç ã o 4 2<br />

Atividades desenvolvidas com as famílias dos adolescentes: parceria no acompanhamento da medida<br />

A operacionalização do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) exige de todos nós uma satisfação com a sociedade.<br />

Não podemos perder de vista que hoje, o ECA, não goza de grande aprovação social. E enquanto tratarmos<br />

o adolescente como uma vítima, diminuindo seus atos, não estaremos fazendo nada de mais no sentido de ajudálo<br />

a se tornar um adulto responsável. Não existem dois lados. Cada adolescente que deixa de praticar atos infracionais<br />

é um ganho para toda a sociedade bem como para ele mesmo. Queríamos então finalizar com uma breve<br />

historia chamada Canção dos Homens:<br />

Dizem que quando uma mulher, de certa tribo da África sabe que esta grávida, segue para a selva com outras mulheres<br />

e juntas rezam e meditam ate compor a canção da criança. Quando nasce a criança a tribo se reúne e cantam<br />

sua canção, assim quando começa sua educação, quando se torna adulta, quando chega o momento do seu<br />

casamento. Enfim, nas ocasiões mais marcantes de sua vida. E se em algum momento da vida a pessoa comete<br />

um crime ou um ato de desamor, o levam ate o centro do povoado e a gente da comunidade forma um circulo e<br />

cantam a sua canção.<br />

Quando reconhecemos nossa própria canção, já não temos desejos nem necessidade de prejudicar ninguém. Teus<br />

amigos conhecem a tua canção e a cantam quando tu a esqueces. Eles recordam a tua beleza quando se sente<br />

feio, tua totalidade quando estas quebrada, tua inocência e teu propósito quando estas confuso.<br />

― É com muita alegria que relatamos os acontecimentos deste evento, considerando que os resultados virão gradativamente,<br />

no sentido de reconhecimento e fortalecimento da implementação da Casa <strong>Marista</strong> de Semiliberdade,<br />

afirmando para a Sociedade Capixaba e o sistema judiciário a continuidade da consolidação e a credibilidade do<br />

trabalho, a importância e as oportunidades da mesma, garantindo maior propagação da cultura e aplicabilidade<br />

desta medida, no Estado do Espírito Santo.A Política de Semiliberdade, conforme preconizada no artigo 120 do<br />

Estatuto da Criança e do Adolescente e as diretrizes, traçadas no Sistema Nacional de Atendimento – SINASE, foi<br />

implantada no Estado do Espírito Santo, no Município de Vila, na modalidade de Gestão Compartilhada entre União<br />

Brasileira de Educação e Ensino UBEE e Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo- IASES, por meio<br />

do Governo do Estado, com assinatura do Convênio em 27 de dezembro de 2007‖. A Missão da Casa <strong>Marista</strong>, esta<br />

centrada nos apelos do XXI Capitulo Geral, Ir Depressa com Maria Para Uma Nova Terra, procurando desenvolver<br />

com os jovens da Casa <strong>Marista</strong> a pedagogia do Amor e a compaixão, para tornar Jesus Cristo conhecido e amado,<br />

buscando reafirmar o Legado de São Marcelino Champagnat<br />

Ivanda Gava – diretora social da Casa <strong>Marista</strong> de Semiliberdade<br />

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Página 7 V o l u m e 3 , e d i ç ã o 4 2<br />

O lançamento do livro que descreve a experiência <strong>Marista</strong> na Medida Socioeducativa de Semiliberdade,<br />

foi uma "experiência" profissional da qual carregarei ao longo de minha vida.<br />

Estar contribuindo com uma instituição que visa estabelecer o crescimento e as perspectivas da população<br />

jovem, em dizer para eles que eles podem modificar o presente e realmente visualizar um futuro<br />

digno, é contribuir para uma vida social que se preocupa com o próximo, e com as minorias.<br />

Penso que a escolha do Palestrante, com toda simplicidade, demonstra a toda equipe, bem como aos<br />

adolescentes a igualdade do ser humano, contribuindo para o trabalho desenvolvido na Casa <strong>Marista</strong>.<br />

Sabemos que as dificuldades existem, como disse a Diretora Ivanda em sua apresentação e, sabemos<br />

também que elas sempre existirão, mas temos que ter a coragem de responsabilizar os adolescentes<br />

pelos atos cometidos, dando-lhes a oportunidade de modificar tudo aquilo que eles não tiveram, ou<br />

até mesmo o que lhes foram retirados, de modo a estabelecer vínculos de respeito para com o próximo<br />

e para consigo mesmo, isto é o que retiro de nosso trabalho realizado não somente no evento mas<br />

em nosso dia-a-dia.<br />

Jefferson Ferreira - Analista Jurídico Casa <strong>Marista</strong> de Semiliberdade<br />

mil palavras Galeria <strong>Social</strong> Imagens que valem por mil palavras Galeria <strong>Social</strong> Imagens que valem por mil palavras Gal<br />

“A vida só se compreende mediante um retorno ao passado, mas só se vive para diante.”<br />

Soren Kierkegaard<br />

Conscientização jovem: homenagem aos adolescentes da Casa <strong>Marista</strong> de Semiliberdade pela superação.<br />

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