Impasse entre consórcios emperra o Samu Oeste - O Paraná
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Jornal O <strong>Paraná</strong><br />
A4|OPR POLÍTICA|<br />
Quarta-feira, 4 de abril de 2012 oparana@oparana.com.br<br />
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Pedro<br />
washington<br />
E.mail: prpress@terra.com.br<br />
Perigo a vista<br />
Um levantamento promovido pela <strong>Paraná</strong> Pesquisas confirmou<br />
o que todos já intuíam: o curitibano, quase em<br />
sua maioria, não sabe exatamente a função do vereador.<br />
A percepção é de que as distorções superam a função<br />
constitucional prevista. Em vez de legislar e fiscalizar<br />
o Executivo, funções precípuas, o que o eleitor espera<br />
dele é ações em favor do bairro que representa, além de<br />
atuação típica a assistente social. Além de dar nome a<br />
ruas, agraciar pessoas notáveis (ou bom de voto) com títulos<br />
honoríficos, especialmente a cidadania honorária.<br />
Daí, a necessidade de o vereador transformar-se num<br />
cumpridor de ordens do Executivo para poder fazer a interface<br />
dos interesses do morador de bairro com a prefeitura,<br />
é um pulo. Nem se diga que essa situação é exclusiva<br />
das câmaras municipais. Funciona assim nas câmaras<br />
superiores. Estar de bem com o governo que tem<br />
a caneta na mão, em todos os níveis, é razão sine qua<br />
para ser bem atendido nas reivindicações, inclusive na<br />
liberação das emendas parlamentares que vão beneficiar<br />
obras em sua base e por vezes, transformar-se em<br />
objeto de corrupção. Por isso a coluna insiste em chamar<br />
de incipiente a democracia que se pratica por aqui.<br />
O problema é que, de tanto ver essas instituições desmoralizadas<br />
pelo desvirtuamento de funções, o que leva<br />
a outras mazelas, o próprio regime começa a entrar em<br />
deterioração pelo baixo conceito que dele se faz. Os últimos<br />
acontecimentos, na Câmara de Curitiba e no Congresso,<br />
somados a episódios anteriores, começam a criar<br />
um clima desfavorável ao regime que pouco mais de<br />
26 anos tem. Democracias consolidadas superam séculos<br />
de vivência e aperfeiçoamento.<br />
Saudade, palavra<br />
triste...<br />
Embora os da ativa mantenham-se<br />
em atitude de<br />
obediência ao escalão superior,<br />
ontem o ministro<br />
da Defesa, militares da<br />
reserva, mais do Exército,<br />
ensaiaram uma manifestação<br />
em comemoração à<br />
“revolução” de 1964. O<br />
confronto com militantes<br />
da esquerda, no Rio, terminou<br />
em confronto. O<br />
episódio mostra que tem<br />
gente com saudade do regime.<br />
“Esquece quem<br />
bate, não esquece quem<br />
apanha”, lembra a sabedoria<br />
popular.<br />
Fato (nem tão)...<br />
Não passa uma semana<br />
sem um fato desabonador<br />
novo! Embora tenha<br />
sido eclipsada pelo fator<br />
Diógenes, o ex-puro, a<br />
compra de lanchas supostamente<br />
para fiscalização<br />
pelo Ministério da<br />
Pesca cria novo escândalo.<br />
A Folha de São Paulo<br />
fotografou lanchas, desprotegidas,<br />
praticamente<br />
abandonadas (certamente<br />
pagando estacionamento)<br />
numa marina de Florianópolis.<br />
Com um adendo: a<br />
empresa vendedora (foram<br />
dezenas delas) afirma<br />
que teve que fazer doação<br />
ao PT.<br />
...novo<br />
A Semana Santa salva<br />
Ideli, de sobrenome parecido,<br />
que foi ministra sem<br />
ter feito as compras. A encomenda<br />
foi anterior à<br />
sua passagem pelo Ministério.<br />
Sua campanha derrotada<br />
ao governo de Santa<br />
Catarina, porém, supostamente<br />
foi beneficiada<br />
pela verba.<br />
Rápido no gatilho<br />
O mesmo ministro Ricardo<br />
Lewandowski, que, rápido<br />
no gatilho, abriu investigação<br />
e sigilo bancário<br />
do senador Demóstenes<br />
Torres, do Democratas,<br />
apanhado em dolo,<br />
não tem pressa de levar<br />
a julgamento o escândalo<br />
do mensalão, que ele relata,<br />
ao plenário do STF.<br />
A previsão do julgamento<br />
é para junho, se Ricardo<br />
demonstrar um pouco<br />
mais de pressa. Julgamento<br />
que não interessa<br />
a PT e até a PMDB, com<br />
alguns implicados, em<br />
ano eleitoral.<br />
Em choque<br />
O curto prazo dos promotores para apontarem os atingidos<br />
pela Lei da Ficha Limpa e que nessa condição não podem<br />
disputar a eleição de outubro para prefeitos e vereadores<br />
faz com que apelem ao bom-senso dos partidos. Os candidatos<br />
de mais consciência, sabedores de suas dificulda-<br />
des futuras, certamente abandonarão a liça. Os inconsequentes<br />
apostarão na impunidade que é norma no País.<br />
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DENÚNCIA<br />
Senador Senador Demós Demóstenes Demós enes cede<br />
cede<br />
à à pr pressão pr essão e e deix deixa deix a a o o DEM<br />
DEM<br />
Decisão foi tomada após abertura de processo que poderia levá-lo à expulsão<br />
Brasília - O senador Demóstenes<br />
Torres (GO) pediu<br />
desfiliação do DEM ontem em<br />
carta enviada à direção do<br />
partido. A decisão foi tomada<br />
após a legenda anunciar a<br />
abertura de um processo disciplinar<br />
para apurar se o senador<br />
usou seu mandato para<br />
favorecer o contraventor Carlos<br />
Augusto Almeida Ramos,<br />
o Carlinhos Cachoeira, preso<br />
pela PF em fevereiro sob a<br />
acusação de comandar um esquema<br />
de jogo ilegal em Goiás.<br />
O processo disciplinar poderia<br />
levar à expulsão de Demóstenes<br />
do partido.<br />
“Embora discordando frontalmente<br />
da afirmação de que<br />
eu tenha me desviado reiteradamente<br />
do Programa Partidário,<br />
mas diante do pré-julgamento<br />
público que o partido fez,<br />
comunico a minha desfiliação<br />
do Democratas”, diz carta assinada<br />
pelo senador e <strong>entre</strong>gue<br />
ao presidente da legenda, senador<br />
Agripino Maia (RN).<br />
Com o pedido de desfiliação,<br />
o processo que poderia resultar<br />
na expulsão do senador do<br />
partido perde o sentido.<br />
Mesmo fora da sigla, Demóstenes<br />
continua no cargo e ainda<br />
pode responder a processo<br />
no Conselho de Ética do Senado<br />
por quebra de decoro parlamentar,<br />
o que pode resultar em<br />
cassação e, consequentemente,<br />
na perda do direito de se eleger.<br />
Na semana passada, foi<br />
protocolada representação na<br />
Comissão de Ética pedindo investigação<br />
do envolvimento do<br />
parlamentar com Cachoeira.<br />
Após <strong>entre</strong>gar o pedido de<br />
desfiliação, a assessoria de<br />
Demóstenes afirmou que ele<br />
está “abatido”, “chateado”,<br />
mas “confiante” de que conseguirá<br />
comprovar a inocência.<br />
O DEM vinha cobrando explicações<br />
públicas de Demóstenes.<br />
O partido queria que<br />
ele apresentasse justificativas<br />
ou fizesse um pronunciamento<br />
na tribuna do Senado.<br />
Mas o senador argumentou<br />
que precisa de mais tempo<br />
para analisar o inquérito<br />
ao qual responderá no Supremo<br />
Tribunal Federal.<br />
PARTIDO NÃO COGITA PEDIR O MANDATO<br />
O presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN), afirmou que o<br />
partido não pretende reivindicar na Justiça o mandato do senador<br />
Demóstenes Torres (GO). Resolução da Justiça Eleitoral prevê<br />
perda de mandato para os parlamentares que trocarem de partido<br />
sem justificativa. Pela regra, que define as situações de infidelidade<br />
partidária, o mandato pertence ao partido, e não ao parlamentar.<br />
Agripino Maia avalia que o pedido de desfiliação não implica<br />
infidelidade partidária.