MARANHÃO - Ministério do Meio Ambiente
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EROSÃO E PROGRADAÇÃO DO LITORAL BRASILEIRO | <strong>MARANHÃO</strong><br />
Short (1979), Wright et al. (1979), Short & Hesp (1982) e Alves (2001) sugeriram que<br />
os esta<strong>do</strong>s morfodinâmicos da praia e da zona de surfe são também, outros fatores<br />
importantes nos processos erosivos de escala local e de curta duração.<br />
Os minerais pesa<strong>do</strong>s também têm si<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong>s como indica<strong>do</strong>res de erosão. Frihy<br />
& Komar (1993), observan<strong>do</strong> as praias <strong>do</strong> delta <strong>do</strong> Nilo, conseguiram relacionar<br />
zonas de erosão da linha de costa, e mostraram que há uma grande correlação com<br />
a distribuição e concentração de minerais pesa<strong>do</strong>s (“placers”), nas áreas sujeitas à<br />
erosão. Segun<strong>do</strong> estes autores, com a erosão mais atuante, haverá uma concentração<br />
mais alta de minerais pesa<strong>do</strong>s.<br />
As praias <strong>do</strong> litoral norte da Ilha de São Luís sofrem transformações morfológicas<br />
(Santos, 1989; Feitosa, 1989, 1997; Tarouco & Santos, 1997; Sobrinho, 1998). Além<br />
de processos naturais, estes autores mostram que as alterações morfológicas são<br />
também de origem antrópica, devi<strong>do</strong> o processo acelera<strong>do</strong> da urbanização, que vem<br />
causan<strong>do</strong> processos de desmatamento, remoção de dunas e paleo-dunas, poluição<br />
de corpos aquáticos, lixo, etc. (Viana, 2000).<br />
Segun<strong>do</strong> Viana (2000), levantamentos de perfis topográficos nas praias da Ilha de<br />
São Luís (Figuras 03, 04, 05, 06 e 07) apresentam as seguintes observações:<br />
Praia de São Marcos (farol): no perío<strong>do</strong> de setembro a novembro de 1997 (estiagem)<br />
traços de erosão apareceram na parte superior e deposição na parte inferior<br />
da praia. No entanto, no perío<strong>do</strong> de setembro a novembro de 1997, foram feitas<br />
as seguintes observações: erosão no estirâncio superior e sedimentação na parte<br />
inferior.<br />
Pontal de São Marcos: entre setembro a novembro de 1997, processos de erosão<br />
e sedimentação alternaram-se no estirâncio. Entre janeiro a março de 1988 (chuvas),<br />
a erosão tomou conta de to<strong>do</strong> o perfil praial.<br />
Estas praias são constituídas por areias finas quartzosas como as demais praias da<br />
Ilha de São Luís (Santos, 1989; Tarouco e Santos, 1997; Sobrinho, 1998). A mediana<br />
segue perfeitamente os valores da média. O desvio padrão caracteriza a presença<br />
de sedimentos moderadamente seleciona<strong>do</strong>s a bem seleciona<strong>do</strong>s, demonstran<strong>do</strong><br />
uma menor seleção <strong>do</strong>s grãos. A assimetria é negativa contrarian<strong>do</strong> os valores das<br />
praias supracitadas, o que caracteriza uma dinâmica diferente das demais praias,<br />
bem como sua morfologia e principalmente sua topografia, o que confirma uma<br />
maior ação <strong>do</strong>s agentes oceanográficos, associa<strong>do</strong>s a ação <strong>do</strong>s ventos. A curtose<br />
apresenta <strong>do</strong>mínio de leptocúrtica a muito leprocúrtica, traduzin<strong>do</strong> um processo<br />
sedimentológico com uma energia capaz de transportar sedimentos arenosos ao<br />
longo <strong>do</strong> perfil, produzin<strong>do</strong> um ambiente de praia arenosa oceânica dissipativa<br />
(Viana, 2000).<br />
Dominguez (1993) advoga que a erosão da linha de costa é, mais adeqüadamente,<br />
caracterizada como recuo da linha de costa. Isto se deve ao fato de que as praias, a<br />
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