Romantismo Brasileiro: um projeto de identidade e nação.
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<strong>Romantismo</strong> <strong>Brasileiro</strong>: <strong>um</strong> <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e <strong>nação</strong>.<br />
O Brasil vivia no início do século XIX o impacto da vinda <strong>de</strong> quase toda a corte<br />
portuguesa – que fugia das tropas <strong>de</strong> Napoleão Bonaparte – para o Rio <strong>de</strong><br />
Janeiro. Ruas foram ampliadas, escolas e bibliotecas abertas, surgiram novos<br />
bairros e avenidas.<br />
Com a Proclamação da In<strong>de</strong>pendência, a intelectualida<strong>de</strong> brasileira buscou<br />
consolidar <strong>um</strong>a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> <strong>nação</strong>. A exuberância do paisagismo tropical e das<br />
florestas virgens, a riqueza da fauna e a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tribos indígenas, tão<br />
amplamente catalogados e exaltados por missionários estrangeiros, como<br />
Auguste <strong>de</strong> Saint-Hilaire, foram rapidamente assimilados pelos autores como<br />
símbolos nacionais.<br />
Inspirados pela <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> ―bom selvagem‖, Gonçalves <strong>de</strong> Magalhães bradou<br />
sobre a importância <strong>de</strong> plantar a árvore da literatura nacional, ou seja, ter <strong>um</strong>a<br />
produção tão genuína e particular quanto a fauna e flora. Gonçalves Dias<br />
começou a explorar em poemas com métrica marcada e ritmo tão forte quanto<br />
os tambores nativos, a temática indianista (tão cara também a José <strong>de</strong><br />
Alencar). Natureza, pátria e religião foram temas bastante explorados pelo<br />
autor <strong>de</strong> Os Timbiras e Canto do Piaga. O poeta também explorou o amor em<br />
poemas mais líricos e <strong>de</strong> versificação mais livre. Álvares <strong>de</strong> Azevedo foi <strong>um</strong><br />
dos mestres da fase ultra-romântica, na qual a morte e a paixão foram<br />
tematizadas. Atormentados e marcados pelo mal do século (a tuberculose), os<br />
poetas atraíam-se pelo mistério e pelo <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> evasão da realida<strong>de</strong>.<br />
Arroubos sentimentais, sentimentos <strong>de</strong>smedidos eram comuns na composição<br />
dos versos. O i<strong>de</strong>al da mulher lânguida e pálida foi ressaltado, em substituição<br />
às virgens robustas das escolas anteriores.<br />
Com o crescimento da polêmica entre escravocratas e abolicionistas, nasceu a<br />
terceira geração do <strong>Romantismo</strong>, que tem na figura <strong>de</strong> Castro Alves o porta-<br />
voz. Influenciado por Victor Hugo, o poeta baiano, mesmo valendo-se da<br />
dramaticida<strong>de</strong> típica e das hipérboles, <strong>de</strong>nunciou as atrocida<strong>de</strong>s cometidas<br />
contra os escravos, por meio <strong>de</strong> sua oratória emocionada.<br />
Com Castro Alves, o nacionalismo romântico encontra,<br />
provavelmente, a sua expressão mais autêntica e mais<br />
completa. Alg<strong>um</strong>as <strong>de</strong> suas poesias mais belas adquirem<br />
dimensão e profundida<strong>de</strong> exatamente porque contrastam<br />
a situação presente com os símbolos estabelecidos pelos<br />
poetas anteriores. Em outras palavras, a imagem <strong>de</strong> <strong>um</strong><br />
país livre criada pelos poetas contrasta com a situação <strong>de</strong><br />
escravo; os símbolos da natureza se chocam com a<br />
realida<strong>de</strong> social. (LEITE, 1979, p.47)<br />
O cantor dos escravos a<strong>de</strong>riu à causa abolicionista e fez da poesia, espaço<br />
para a <strong>de</strong>núncia dos maus tratos sofridos pelos negros. No poema Tragédia do<br />
Lar, Castro Alves chega a incitar o leitor a <strong>um</strong>a visita à senzala.<br />
Na Senzala, úmida, estreita,<br />
Brilha a chama da can<strong>de</strong>ia,<br />
No sapé se esgueira o vento.<br />
E a luz da fogueira ateia.
Junto ao fogo, <strong>um</strong>a africana,<br />
Sentada, o filho embalando,<br />
Vai lentamente cantando<br />
Uma tirana indolente,<br />
Repassada <strong>de</strong> aflição.<br />
E o menino ri contente...<br />
Mas treme e grita gelado,<br />
Se nas palhas do telhado<br />
Ruge o vento do sertão.<br />
Se o canto pára <strong>um</strong> momento,<br />
Chora a criança impru<strong>de</strong>nte ...<br />
Mas continua a cantiga ...<br />
E ri sem ver o tormento<br />
Daquele amargo cantar.<br />
Ai! triste, que enxugas rindo<br />
Os prantos que vão caindo<br />
Do fundo, materno olhar,<br />
E nas mãozinhas brilhantes<br />
Agitas como diamantes<br />
Os prantos do seu pensar ...<br />
E voz como <strong>um</strong> soluço lacerante<br />
Continua a cantar:<br />
"Eu sou como a garça triste<br />
"Que mora à beira do rio,<br />
"As orvalhadas da noite<br />
"Me fazem tremer <strong>de</strong> frio.<br />
"Me fazem tremer <strong>de</strong> frio<br />
"Como os juncos da lagoa;<br />
"Feliz da araponga errante<br />
"Que é livre, que livre voa.<br />
"Que é livre, que livre voa<br />
"Para as bandas do seu ninho,<br />
"E nas braúnas à tar<strong>de</strong><br />
"Canta longe do caminho.<br />
"Canta longe do caminho.<br />
"Por on<strong>de</strong> o vaqueiro trilha,<br />
"Se quer <strong>de</strong>scansar as asas<br />
"Tem a palmeira, a baunilha.<br />
"Tem a palmeira, a baunilha,<br />
"Tem o brejo, a lava<strong>de</strong>ira,<br />
"Tem as campinas, as flores,<br />
"Tem a relva, a trepa<strong>de</strong>ira,
"Tem a relva, a trepa<strong>de</strong>ira,<br />
"Todas têm os seus amores,<br />
"Eu não tenho mãe nem filhos,<br />
"Nem irmão, nem lar, nem flores".<br />
A cantiga cessou. . . Vinha da estrada<br />
A trote largo, linda cavalhada<br />
De estranho viajor,<br />
Na porta da fazenda eles paravam,<br />
Das mulas boleadas apeavam<br />
E batiam na porta do senhor.<br />
Figuras pelo sol tisnadas, lúbricas,<br />
Sorrisos sensuais, sinistro olhar,<br />
Os bigo<strong>de</strong>s retorcidos,<br />
O cigarro a f<strong>um</strong>egar,<br />
O rebenque prateado<br />
Do pulso <strong>de</strong>pendurado,<br />
Largas chilenas luzidas,<br />
Que vão tinindo no chão,<br />
E as garruchas embebidas<br />
No bordado cinturão.<br />
A porta da fazenda foi aberta;<br />
Entraram no salão.<br />
Por que tremes mulher? A noite é calma,<br />
Um bulício remoto agita a palma<br />
Do vasto coqueiral.<br />
Tem pérolas o rio, a noite l<strong>um</strong>es,<br />
A mata sombras, o sertão perf<strong>um</strong>es,<br />
Murmúrio o bananal.<br />
Por que tremes, mulher? Que estranho crime,<br />
Que remorso cruel assim te oprime<br />
E te curva a cerviz?<br />
O que nas dobras do vestido ocultas?<br />
É <strong>um</strong> roubo talvez que aí sepultas?<br />
É seu filho ... Infeliz! ...<br />
Ser mãe é <strong>um</strong> crime, ter <strong>um</strong> filho - roubo!<br />
Amá-lo <strong>um</strong>a loucura! Alma <strong>de</strong> lodo,<br />
Para ti - não há luz.<br />
Tens a noite no corpo, a noite na alma,<br />
Pedra que a h<strong>um</strong>anida<strong>de</strong> pisa calma,<br />
— Cristo que verga à cruz!<br />
Na hipérbole do ousado cataclisma<br />
Um dia Deus morreu... fuzila <strong>um</strong> prisma
Do Calvário ao Tabor!<br />
Viu-se então <strong>de</strong> Palmira os pétreos ossos,<br />
De Babel o cadáver <strong>de</strong> <strong>de</strong>stroços<br />
Mais lívidos <strong>de</strong> horror.<br />
Era o relampejar da liberda<strong>de</strong><br />
Nas nuvens do chorar da h<strong>um</strong>anida<strong>de</strong>,<br />
Ou sarça do Sinai,<br />
— Relâmpagos que ferem <strong>de</strong> <strong>de</strong>smaios...<br />
Revoluções, vós <strong>de</strong>les sois os raios,<br />
Escravos, esperai! ...<br />
..................................................................<br />
Leitor, se não tens <strong>de</strong>sprezo<br />
De vir <strong>de</strong>scer às senzalas,<br />
Trocar tapetes e salas<br />
Por <strong>um</strong> alcouce cruel,<br />
Que o teu vestido bordado<br />
Vem comigo, mas ... cuidado ...<br />
Não fique no chão manchado,<br />
No chão do imundo bor<strong>de</strong>l.<br />
Não venhas tu que achas triste<br />
Às vezes a própria festa.<br />
Tu, gran<strong>de</strong>, que nunca ouviste<br />
Senão gemidos da orquestra<br />
Por que <strong>de</strong>spertar tu'alma,<br />
Em sedas adormecida,<br />
Esta excrescência da vida<br />
Que ocultas com tanto esmero?<br />
E o coração - tredo lodo,<br />
Fezes d'ânfora doirada<br />
Negra serpe, que enraivada,<br />
Mor<strong>de</strong> a cauda, mor<strong>de</strong> o dorso<br />
E sangra às vezes pieda<strong>de</strong>,<br />
E sangra às vezes remorso?...<br />
Não venham esses que negam<br />
A esmola ao leproso, ao pobre.<br />
A luva branca do nobre<br />
Oh! senhores, não mancheis...<br />
Os pés lá pisam em lama,<br />
Porém as frontes são puras<br />
Mas vós nas faces impuras<br />
Ten<strong>de</strong>s lodo, e pus nos pés.<br />
Porém vós, que no lixo do oceano<br />
A pérola <strong>de</strong> luz i<strong>de</strong>s buscar,<br />
Mergulhadores <strong>de</strong>ste pego insano
Da socieda<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ste tredo mar.<br />
Vin<strong>de</strong> ver como rasgam-se as entranhas<br />
De <strong>um</strong>a raça <strong>de</strong> novos Prometeus,<br />
Ai! vamos ver guilhotinadas almas<br />
Da senzala nos vivos mausoléus.<br />
— Escrava, dá-me teu filho!<br />
Senhores, i<strong>de</strong>-lo ver:<br />
É forte, <strong>de</strong> <strong>um</strong>a raça bem provada,<br />
Havemos tudo fazer.<br />
Assim dizia o fazen<strong>de</strong>iro, rindo,<br />
E agitava o chicote...<br />
A mãe que ouvia<br />
Imóvel, pasma, doida, sem razão!<br />
À Virgem Santa pedia<br />
Com prantos por oração;<br />
E os olhos no ar erguia<br />
Que a voz não podia, não.<br />
— Dá-me teu filho! repetiu fremente<br />
o senhor, <strong>de</strong> sobr'olho carregado.<br />
— Impossível!...<br />
— Que dizes, miserável?!<br />
— Perdão, senhor! perdão! meu filho dorme...<br />
Inda há pouco o embalei, pobre inocente,<br />
Que nem sequer pressente<br />
Que i<strong>de</strong>s...<br />
— Sim, que o vou ven<strong>de</strong>r!<br />
— Ven<strong>de</strong>r?!. . . Ven<strong>de</strong>r meu filho?!<br />
Senhor, por pieda<strong>de</strong>, não<br />
Vós sois bom antes do peito<br />
Me arranqueis o coração!<br />
Por pieda<strong>de</strong>, matai-me! Oh! É impossível<br />
Que me roubem da vida o único bem!<br />
Apenas sabe rir é tão pequeno!<br />
Inda não sabe me chamar? Também<br />
Senhor, vós ten<strong>de</strong>s filhos... quem não tem?<br />
Se alguém quisesse os ven<strong>de</strong>r<br />
Havíeis muito chorar<br />
Havíeis muito gemer,<br />
Diríeis a rir — Perdão?!<br />
Deixai meu filho... arrancai-me<br />
Antes a alma e o coração!<br />
— Cala-te miserável! Meus senhores,<br />
O escravo po<strong>de</strong>is ver ...
E a mãe em pranto aos pés dos mercadores<br />
Atirou-se a gemer.<br />
— Senhores! basta a <strong>de</strong>sgraça<br />
De não ter pátria nem lar, -<br />
De ter honra e ser vendida<br />
De ter alma e nunca amar!<br />
Deixai à noite que chora<br />
Que espere ao menos a aurora,<br />
Ao ramo seco <strong>um</strong>a flor;<br />
Deixai o pássaro ao ninho,<br />
Deixai à mãe o filhinho,<br />
Deixai à <strong>de</strong>sgraça o amor.<br />
Meu filho é-me a sombra amiga<br />
Neste <strong>de</strong>serto cruel!...<br />
Flor <strong>de</strong> inocência e candura.<br />
Favo <strong>de</strong> amor e <strong>de</strong> mel!<br />
Seu riso é minha alvorada,<br />
Sua lágrima doirada<br />
Minha estrela, minha luz!<br />
É da vida o único brilho<br />
Meu filho! é mais... é meu filho<br />
Deixai-mo em nome da Cruz!...<br />
Porém nada comove homens <strong>de</strong> pedra,<br />
Sepulcros on<strong>de</strong> é morto o coração.<br />
A criança do berço ei-los arrancam<br />
Que os bracinhos esten<strong>de</strong> e chora em vão!<br />
Mudou-se a cena. Já vistes<br />
Bramir na mata o jaguar,<br />
E no furor <strong>de</strong>smedido<br />
Saltar, raivando atrevido.<br />
O ramo, o tronco estalar,<br />
Mor<strong>de</strong>r os cães que o mor<strong>de</strong>ram...<br />
De vítima feita algoz,<br />
Em sangue e horror envolvido<br />
Terrível, bravo, feroz?<br />
Assim a escrava da criança ao grito<br />
Destemida saltou,<br />
E a turba dos senhores aterrada<br />
Ante ela recuou.<br />
— Nem mais <strong>um</strong> passo, cobar<strong>de</strong>s!<br />
Nem mais <strong>um</strong> passo! ladrões!<br />
Se os outros roubam as bolsas,<br />
Vós roubais os corações! ...
Exercício Proposto<br />
Entram três negros possantes,<br />
Brilham punhais traiçoeiros...<br />
Rolam por terra os primeiros<br />
Da morte nas contorções.<br />
Um momento <strong>de</strong>pois a cavalgada<br />
Levava a trote largo pela estrada<br />
A criança a chorar.<br />
Na fazenda o azorrague então se ouvia<br />
E aos golpes - <strong>um</strong>a doida respondia<br />
Com frio gargalhar! ...<br />
Disponível em:<br />
http://www.luso-poemas.net/modules/news03/article.php?storyid=481<br />
Acesso 13 Abr 2011.<br />
Referências:<br />
http://www.jornal<strong>de</strong>poesia.jor.br/calves2.html<br />
Acesso 13 Abr 2011.<br />
LEITE, Dante Moreira. O amor romântico e outros temas. São Paulo<br />
Nacional/Edusp, 1979.<br />
1- ANALISE o poema América, <strong>de</strong> Castro Alves. Lembre-se <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar o<br />
contexto <strong>de</strong> produção e <strong>de</strong> frisar a diferença entre a crítica social<br />
elaborada pelo poeta baiano e o nacionalismo i<strong>de</strong>alizado da geração<br />
anterior. (20-30 linhas).<br />
América<br />
Castro Alves<br />
Acorda a pátria e vê que é pesa<strong>de</strong>lo<br />
O sonho da ignomínia que ela sonha!<br />
Tomás Ribeiro<br />
À Tépida sombra das matas gigantes,<br />
Da América ar<strong>de</strong>nte nos pampas do Sul,<br />
Ao canto dos ventos nas palmas brilhantes,<br />
À luz transparente <strong>de</strong> <strong>um</strong> céu todo azul,<br />
A filha das matas — cabocla morena —<br />
Se inclina indolente sonhando talvez!<br />
A fronte nos An<strong>de</strong>s reclina serena.<br />
E o Atlântico h<strong>um</strong>il<strong>de</strong> se esten<strong>de</strong> a seus pés.<br />
As brisas dos cerros ainda lhe ondulam<br />
Nas pl<strong>um</strong>as vermelhas do arco <strong>de</strong> avós,<br />
Lembrando o passado seus seios pululam,<br />
Se a onça ligeira boliu nos cipós.
São vagas lembranças <strong>de</strong> <strong>um</strong> tempo que teve!...<br />
Palpita-lhe o seio por sob <strong>um</strong>a cruz.<br />
E em cisma doirada — qual garça <strong>de</strong> neve —<br />
Sua alma revolve-se em ondas <strong>de</strong> luz.<br />
Embalam-lhe os sonhos, na tar<strong>de</strong> saudosa,<br />
Os cheiros agrestes do vasto sertão,<br />
E a triste araponga que geme chorosa<br />
E a voz dos tropeiros em terna canção.<br />
Se o gênio da noite no espaço flutua<br />
Que negros mistérios a selva contém!<br />
Se a ilha <strong>de</strong> prata, se a pálida lua<br />
Clareia o levante, que amores não tem!<br />
Parece que os astros são anjos pendidos<br />
Das frouxas neblinas da abóbada azul,<br />
Que miram, que adoram ar<strong>de</strong>ntes, perdidos,<br />
A filha morena dos pampas do Sul.<br />
Se aponta a alvorada por entre as cascatas,<br />
Que estrelas no orvalho que a noite verteu!<br />
As flores são aves que pousam nas matas,<br />
As aves são flores que voam no céu!<br />
......................................................................<br />
Ó pátria, <strong>de</strong>sperta... Não curves a fronte<br />
Que enxuga-te os prantos o Sol do Equador.<br />
Não miras na fímbria do vasto horizonte<br />
A luz da alvorada <strong>de</strong> <strong>um</strong> dia melhor?<br />
Já falta bem pouco. Saco<strong>de</strong> a ca<strong>de</strong>ia<br />
Que chamam riquezas... que nódoas te são!<br />
Não manches a folha <strong>de</strong> tua epopéia<br />
No sangue do escravo, no imundo balcão.<br />
Sê pobre, que importa? Sê livre... és gigante,<br />
Bem como os condores dos píncaros teus!<br />
Arranca este peso das costas do Atlante,<br />
Levanta o ma<strong>de</strong>iro dos ombros <strong>de</strong> Deus.<br />
Para Casa<br />
Redija <strong>um</strong>a resenha (30 linhas) sobre o filme Carlota Joaquina, princesa do<br />
Brasil, dirigido por Carla Camurati. Lembre-se <strong>de</strong> comprovar a sua<br />
arg<strong>um</strong>entação e <strong>de</strong> utilizar exemplos consistentes.