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Cap 2 - UFT

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Esta presença do karõ foi notada por Nimuendajú em suas pesquisas entre os<br />

Apinaje na década de 1930. Segundo ele, as mulheres da aldeia Bacaba cuidavam de suas<br />

roças com muito carinho, tratando as plantas com um zelo maternal, chegando ao ponto<br />

delas tratarem as plantas de suas roças como se fossem seus filhos, chamando-as por termo<br />

de parentesco correspondente a filho (Nimuendajú, [1939] 1983:90).<br />

Em minhas pesquisas também encontrei informações das mulheres tratando suas<br />

plantas como se fossem seus filhos. E a recíproca também é verdadeira. Segundo elas, as<br />

plantas das suas roças tratam-nas como mães, e aos seus maridos, como pais. 13 Por isso,<br />

quando vão preparar os terrenos (da roças) para plantar, cuidam de retirar todos os capins e<br />

gravetos para deixar o terreno limpo (veja fotos abaixo).<br />

É para ficar “como se fosse o terreiro da casa”, dizem estas mulheres. Afinal,<br />

Grupo familiar de Irepxi limpando<br />

roça para o plantio<br />

Sikoi (de branco) em sua roça<br />

preparada para o plantio<br />

13<br />

Os karõ , quando se manifestam “verbalmente”, através do seu choro (m ~ e mỳr), utilizam os termos xũri<br />

(para pai) e nhiri (para mãe).<br />

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