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PARNASIANISMO

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<strong>PARNASIANISMO</strong><br />

Prof. Jorge Jr.<br />

www.profjorge.com.br<br />

________________________________________________________________________________________________________<br />

Nas últimas décadas do século XIX, a<br />

literatura brasileira abandonou o sentimentalismo<br />

dos românticos e percorreu novos caminhos.<br />

Na prosa, surgiu o Realismo/Naturalismo e<br />

na poesia, o Parnasianismo e Simbolismo.<br />

Os poetas parnasianos achavam que<br />

alguns princípios adotados pelos românticos<br />

(linguagem simples, emprego da sintaxe e<br />

vocabulário brasileiros, sentimentalismo, etc)<br />

esconderam as verdadeiras qualidades da poesia.<br />

Então, propuseram uma literatura mais objetiva,<br />

com um vocabulário elaborado (às vezes,<br />

incompreensível por ser tão culto), racionalista e<br />

voltada para temas universais.<br />

A inspiração nos modelos clássicos,<br />

ajudaria a combater as emoções e fantasias<br />

exageradas dos românticos, garantindo o equilíbrio<br />

que desejavam.<br />

Desde a década de 1870, as idéias<br />

parnasianas já estavam sendo divulgadas.<br />

No final dessa década, o jornal carioca “Diário do<br />

Rio de Janeiro” publicou uma polêmica em versos<br />

que ficou conhecida como “Batalha do Parnaso”. De<br />

um lado, os adeptos do Realismo e Parnasianismo,<br />

e, de outro os seguidores do Romantismo.<br />

Como conseqüência, as idéias parnasianas<br />

e realistas foram amplamente divulgadas nos meios<br />

artísticos e intelectuais do país.<br />

O marco inicial do Parnasianismo brasileiro<br />

foi em 1882 com a publicação de “Fanfarras” de<br />

Teófilo Dias.<br />

PRINCIPAIS AUTORES E OBRAS<br />

- OLAVO BILAC (16/12/1865 – 28/12/1918)<br />

Tentou estudar medicina e advocacia,<br />

porém abandonou as duas carreiras por gostar mais<br />

de artes plásticas. Além de poesias, ele também<br />

escreveu crônicas e comentários, inicialmente<br />

publicados em jornais e revistas. Foi inspetor<br />

escolar, secretário da Liga de Defesa Nacional,<br />

jornalista, tomou parte na fundação da Academia<br />

de Letras e foi sócio correspondente da Academia<br />

das Ciências de Lisboa. Trabalhou muito pelo<br />

ensino cívico e pela defesa do país. Expressou seu<br />

mundo interior através de uma poesia lírica,<br />

amorosa e sensual, abandonando o tom comedido<br />

do Parnasianismo.<br />

Olavo Bilac criou uma linguagem pessoal e<br />

comunicativa, não ficando limitado às idéias<br />

parnasianas. Por causa disso, ele é considerado um<br />

dos mais populares escritores de sua época.<br />

Escreveu: “A sesta de Nero”, “O incêndio de<br />

Roma”, “O Caçador de Esmeraldas” “Panóplias”,<br />

“Via Láctea”, “Sarças de fogo”, “As viagens”,<br />

“Alma inquieta”, “Tarde” (publicada após a sua<br />

morte, em 1919), etc.<br />

- ALBERTO DE OLIVEIRA (1857 – 1937)<br />

Um dos mais típicos poetas parnasianos.<br />

Suas poesias se caracterizam por um grande<br />

preciosismo vocabular. Possui características<br />

românticas, porém é mais contido e não tão<br />

sentimental como os românticos.<br />

Obras: “Canções Românticas”, “Meridionais”,<br />

“Sonetos e Poemas”, “Versos e Rimas”.<br />

- RAIMUNDO CORREIA (1860 – 1911)<br />

A visão negativa e subjetiva que tinha do mundo<br />

deu um certo tom filosófico à sua poesia, embora<br />

apenas superficialmente.<br />

Poemas:” Plenilúnio”, “Banzo”, “A cavalgada”,<br />

“Plena Nudez”, “As pombas”.<br />

Livros: “Primeiros Sonhos”, “Sinfonias”, “Versos e<br />

Versões”, “Aleluias”, “Poesias”.<br />

- VICENTE DE CARVALHO (1866 – 1924)<br />

Apesar do rigor com a forma, ele não possui<br />

características parnasianas, pois não abandonou a<br />

expressão lírica e sentimental do romantismo.


Obras: “Ardentias”, “Relicário”, “Rosa, rosa de<br />

amor”, “Poemas e canções”.<br />

Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e Raimundo Correia<br />

formavam a “Tríade Parnasiana”.<br />

CARACTERÍSTICAS DO <strong>PARNASIANISMO</strong><br />

- Preocupação formal<br />

- Comparação da poesia com as artes plásticas,<br />

principalmente com a escultura<br />

- Referências a elementos da mitologia grega e<br />

latina<br />

- Preferência por temas descritivos (cenas<br />

históricas, paisagens)<br />

- Enfoque sensual da mulher (davam ênfase na<br />

descrição de suas características físicas)<br />

- Habilidade na criação dos versos<br />

- Vocabulário culto<br />

- Objetivismo<br />

- Universalismo<br />

- Apego à tradição clássica<br />

Crédito: Cristiana Gomes<br />

EXEMPLOS DE POESIA PARNASIANA<br />

Vaso Chinês<br />

Estranho mimo, aquele vaso! Vi-o<br />

Casualmente, uma vez, de um perfumado<br />

Contador sobre o mármor luzidio,<br />

Entre um leque e o começo de um bordado.<br />

Fino artista chinês, enamorado<br />

Nele pusera o coração doentio<br />

Em rubras flores de um sutil lavrado,<br />

Na tinta ardente, de um calor sombrio.<br />

Mas, talvez por contraste à desventura -<br />

Quem o sabe? – de um velho mandarim<br />

Também lá estava a singular figura:<br />

Que arte, em pintá-la! A gente acaso vendo-a<br />

Sentia um não sei quê com aquele chim<br />

De olhos cortados à feição de amêndoa.<br />

Alberto de Oliveira<br />

A Cavalgada<br />

A lua banha a solitária estrada.<br />

Silêncio! … Mais além, confuso e brando,<br />

O som longínquo vem se aproximando<br />

Do galopar de estranha cavalgada.<br />

São fidalgos que voltam da calçada;<br />

Vêm alegres, vêm rindo, vêm cantando,<br />

E as tropas a soar vão agitando<br />

O remanso da noite embalsamada…<br />

E o bosque estala, move-se, estremece…<br />

Da cavalgada o estrépito que aumenta<br />

Perde-se após no centro da montanha.<br />

E o silêncio outra vez soturno desce…<br />

E límpida, sem mácula, alvacenta,<br />

A lua a estrada solitária banha…<br />

Raimundo Correia<br />

Via láctea<br />

“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo<br />

Perdeste o senso!” Eu vos direi, no entanto,<br />

Que para ouvi-las, muita vez desperto<br />

E abro as janelas, pálido de espanto…<br />

E conversamos toda a noite, enquanto<br />

A via láctea, como um pálio aberto,<br />

Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,<br />

Inda as procuro pelo céu deserto.<br />

Direis agora: “Tresloucado amigo!<br />

Que conversas com elas? Que sentido<br />

Tem o que dizem, quando estão contigo?”<br />

E eu vos direi: “Amai para entendê-las!<br />

Pois só quem ama pode ter ouvido<br />

Capaz de ouvir e de entender estrelas.” Olavo Bilac<br />

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http://www.profjorge.com.br/questoes-noflash.htm

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