literatura - arcadismo
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LITERATURA - ARCADISMO<br />
Questões comentadas<br />
www.profjorge.com.br<br />
1. (Ucs 2012) As obras literárias marcam diferentes visões de mundo, não apenas dos autores, mas também de<br />
épocas históricas distintas. Reflita sobre isso e leia os fragmentos dos poemas de Gregório de Matos e de Tomás<br />
Antônio Gonzaga.<br />
Arrependido estou de coração,<br />
de coração vos busco, dai-me abraços,<br />
abraços, que me rendem vossa luz.<br />
Luz, que claro me mostra a salvação,<br />
a salvação pretendo em tais abraços,<br />
misericórdia, amor, Jesus, Jesus!<br />
(MATOS, Gregório. Pecador contrito aos pés do Cristo crucificado. In: TUFANO, Douglas. Estudos de <strong>literatura</strong> brasileira. 4 ed. rev. e ampl. São Paulo: Moderna, 1988.<br />
p. 66.)<br />
Minha bela Marília, tudo passa;<br />
a sorte deste mundo é mal segura;<br />
se vem depois dos males a ventura,<br />
vem depois dos prazeres a desgraça.<br />
Estão os mesmos deuses<br />
sujeitos ao poder do ímpio fado:<br />
Apolo já fugiu do céu brilhante,<br />
já foi pastor de gado.<br />
(GONZAGA, Tomás António. Lira XIV. In: TUFANO, Douglas Estudos de <strong>literatura</strong> brasileira. 4 ed. rev. e ampl. São Paulo: Moderna, 1988. p. 77.)<br />
Em relação aos poemas, analise a veracidade (V) ou a falsidade (F) das proposições abaixo.<br />
( ) O poema de Gregório de Matos apresenta um sujeito lírico torturado pelo peso de seus pecados e desejoso de<br />
aproximar-se do Divino.<br />
( ) Tomás Antônio Gonzaga, embora pertença ao mesmo período literário de Gregório de Matos, revela neste<br />
poema um sujeito lírico consciente da brevidade da vida.<br />
( ) Em relação às marcas de religiosidade, a visão antagônica que se coloca entre os dois poemas reflete, no<br />
Barroco, a influência do cristianismo e, no Arcadismo, a da mitologia grega.<br />
Assinale a alternativa que preenche corretamente os parênteses, de cima para baixo.<br />
a) V – V – V<br />
b) V – F – F<br />
c) V – F – V<br />
d) F – F – F<br />
e) F – V – F<br />
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 4 QUESTÕES:<br />
Leia o poema de Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810).<br />
18<br />
Não vês aquele velho respeitável,
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que à muleta encostado,<br />
apenas mal se move e mal se arrasta?<br />
Oh! quanto estrago não lhe fez o tempo,<br />
o tempo arrebatado,<br />
que o mesmo bronze gasta!<br />
Enrugaram-se as faces e perderam<br />
seus olhos a viveza:<br />
voltou-se o seu cabelo em branca neve;<br />
já lhe treme a cabeça, a mão, o queixo,<br />
nem tem uma beleza<br />
das belezas que teve.<br />
Assim também serei, minha Marília,<br />
daqui a poucos anos,<br />
que o ímpio tempo para todos corre.<br />
Os dentes cairão e os meus cabelos.<br />
Ah! sentirei os danos,<br />
que evita só quem morre.<br />
Mas sempre passarei uma velhice<br />
muito menos penosa.<br />
Não trarei a muleta carregada,<br />
descansarei o já vergado corpo<br />
na tua mão piedosa,<br />
na tua mão nevada.<br />
As frias tardes, em que negra nuvem<br />
os chuveiros não lance,<br />
irei contigo ao prado florescente:<br />
aqui me buscarás um sítio ameno,<br />
onde os membros descanse,<br />
e ao brando sol me aquente.<br />
Apenas me sentar, então, movendo<br />
os olhos por aquela<br />
vistosa parte, que ficar fronteira,<br />
apontando direi: — Ali falamos,<br />
ali, ó minha bela,<br />
te vi a vez primeira.<br />
Verterão os meus olhos duas fontes,<br />
nascidas de alegria;<br />
farão teus olhos ternos outro tanto;<br />
então darei, Marília, frios beijos<br />
na mão formosa e pia,<br />
que me limpar o pranto.<br />
Assim irá, Marília, docemente<br />
meu corpo suportando<br />
do tempo desumano a dura guerra.<br />
Contente morrerei, por ser Marília<br />
quem, sentida, chorando<br />
meus baços olhos cerra.<br />
(Tomás Antônio Gonzaga. Marília de Dirceu e mais poesias. Lisboa: Livraria Sá da Costa Editora, 1982.)<br />
2. (Unesp 2012) Assinale a alternativa que indica a ordem em que os versos de dez e de seis sílabas se sucedem<br />
nas oito estrofes do poema.<br />
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a) 6, 10, 6, 6, 10, 10.<br />
b) 10, 6, 10, 10, 6, 6.<br />
c) 10, 10, 6, 10, 6, 6.<br />
d) 10, 6, 10, 6, 10, 6.<br />
e) 6, 10, 6, 10, 6, 6.<br />
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3. (Unesp 2012) Marque a alternativa em que o verso apresenta acento tônico na segunda e na sexta sílabas:<br />
a) o tempo arrebatado.<br />
b) das belezas que teve.<br />
c) daqui a poucos anos.<br />
d) e ao brando sol me aquente.<br />
e) na mão formosa e pia.<br />
4. (Unesp 2012) No conteúdo da quinta estrofe do poema encontramos uma das características mais marcantes do<br />
Arcadismo:<br />
a) paisagem bucólica.<br />
b) pessimismo irônico.<br />
c) conflito dos elementos naturais.<br />
d) filosofia moral.<br />
e) desencanto com o amor.<br />
5. (Unesp 2012) Observe os seguintes vocábulos extraídos da sétima estrofe do poema:<br />
I. ternos.<br />
II. frios.<br />
III. pia.<br />
IV. pranto.<br />
As palavras que aparecem na estrofe como adjetivos estão contidas apenas em:<br />
a) I e II.<br />
b) I e III.<br />
c) I, II e III.<br />
d) I, II e IV.<br />
e) II, III e IV.<br />
6. (cftmg 2011)<br />
Torno a ver-vos, o montes; o destino<br />
Aqui me torna a por nestes oiteiros;<br />
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros<br />
Pelo traje da Corte rico, e fino.<br />
Aqui estou entre Almendro, entre Corino,<br />
Os meus fiéis, meus doces companheiros,<br />
Vendo correr os míseros vaqueiros<br />
Atrás de seu cansado desatino.<br />
Se o bem desta choupana pode tanto,<br />
Que chega a ter mais preço, e mais valia,<br />
Que da cidade o lisonjeiro encanto;<br />
Aqui descanse a louca fantasia;<br />
E o que te agora se tornava em pranto,<br />
Se converta em afetos de alegria.<br />
Com relação a esse poema, não é correto afirmar que<br />
a) manifesta o contraste entre natureza rústica e sofisticação cultural.<br />
b) defende o preceito árcade do fugere urbem, valorizando o bucolismo como ideal de vida.<br />
c) dirige-se a pastora amada pelo eu-lírico como determina a convenção típica da poesia da época.<br />
d) revela resquícios de procedimentos característicos da estética barroca, no uso de antíteses e no gosto por<br />
oposições.<br />
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7. (Espcex (Aman) 2011)<br />
Quanto à Literatura Brasileira, assinale a alternativa correta.<br />
a) Os escritores românticos, contrários aos árcades, buscavam uma forma mais objetiva de descrever a realidade,<br />
revelando os costumes, as relações sociais, a crise das instituições etc.<br />
b) O racionalismo é uma característica presente tanto no Arcadismo, quanto no Realismo, em contraposição ao<br />
Barroco e ao Romantismo, respectivamente.<br />
c) A publicação de “O Cortiço”, de Aluísio Azevedo, em 1881, marca oficialmente o início do Realismo no Brasil.<br />
d) A linguagem objetiva, a perfeição formal e o universalismo são características presentes na poesia barroca.<br />
e) Amor, solidão, pátria, índio, medievalismo são temas igualmente presentes na poesia épica de Gonçalves Dias e<br />
Castro Alves.<br />
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES:<br />
Leia o texto a seguir e responda à questão.<br />
Que diversas que são, Marília, as horas,<br />
que passo na masmorra imunda e feia,<br />
dessas horas felizes, já passadas<br />
na tua pátria aldeia!<br />
Então eu me ajuntava com Glauceste;<br />
e à sombra de alto cedro na campina<br />
eu versos te compunha, e ele os compunha<br />
à sua cara Eulina.<br />
Cada qual o seu canto aos astros leva;<br />
de exceder um ao outro qualquer trata;<br />
o eco agora diz: Marília terna;<br />
e logo: Eulina ingrata.<br />
Deixam os mesmos sátiros as grutas:<br />
um para nós ligeiro move os passos,<br />
ouve-nos de mais perto, e faz a flauta<br />
cos pés em mil pedaços.<br />
— Dirceu — clama um pastor — ah! bem<br />
merece<br />
da cândida Marília a formosura.<br />
E aonde — clama o outro — quer Eulina<br />
achar maior ventura?<br />
Lira 83<br />
Nenhum pastor cuidava do rebanho,<br />
enquanto em nós durava esta porfia;<br />
e ela, ó minha amada, só findava<br />
depois de acabar-se o dia.<br />
À noite te escrevia na cabana<br />
os versos, que de tarde havia feito;<br />
mal tos dava e os lia, os guardavas<br />
no casto e branco peito.<br />
Beijando os dedos dessa mão formosa,<br />
banhados com as lágrimas do gosto,<br />
jurava não cantar mais outras graças<br />
que as graças do teu rosto.<br />
Ainda não quebrei o juramento;<br />
eu agora, Marília, não as canto;<br />
mas inda vale mais que os doces versos<br />
a voz do triste pranto.<br />
(GONZAGA, T. A. Marília de Dirceu & Cartas Chilenas. São Paulo: Ática, 1997. p. 126-127.)<br />
8. (Uel 2010) Com base no poema de Tomás Antônio Gonzaga, considere as afirmativas a seguir:<br />
I. Na primeira estrofe do poema, o eu-lírico coloca lado a lado sua situação de prisioneiro político no presente da<br />
elaboração do poema e sua situação de estrangeiro no passado vivido em ambiente urbano.<br />
II. Na quinta estrofe do poema, há o registro da “porfia”, ou seja, da disputa obstinada efetivada por meio de palavras,<br />
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de dois pastores: Dirceu (Tomás Antônio Gonzaga) e Glauceste (Cláudio Manuel da Costa).<br />
III. Nas estrofes de números 7 e 8, depara-se o leitor com ambiente distinto daquele compartilhado com Glauceste,<br />
pois agora o ambiente é fechado e restrito ao convívio com a mulher amada.<br />
IV. Na última estrofe do poema, o eu-lírico afirma continuar cantando as graças de outros rostos, embora só consiga<br />
sentir o ambiente fétido e repugnante da prisão.<br />
Assinale a alternativa correta.<br />
a) Somente as afirmativas I e IV são corretas.<br />
b) Somente as afirmativas II e III são corretas.<br />
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.<br />
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.<br />
e) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.<br />
9. (Uel 2010) O ideal horaciano da “áurea mediocridade”, tão cultivado pelos poetas árcades, faz-se presente pelo<br />
registro<br />
a) de uma existência em contato com seres míticos, como é o caso dos sátiros.<br />
b) de uma vida raciocinante expressa por meio de linguagem elaborada mefaforicamente.<br />
c) da aceitação obstinada dos reveses da vida impostos pela política.<br />
d) do prazer suscitado pelas situações difíceis a serem disciplinadamente encaradas.<br />
e) de uma vida tranquila e amorosa em contato com a natureza sempre amena.<br />
10. (Uel 2010) Assinale a alternativa que enumera corretamente as características do Arcadismo brasileiro presentes<br />
no poema de Tomás Antônio Gonzaga.<br />
a) A presença do ambiente rústico; a transmissão da palavra poética ao autor; a celebração da vida familiar; a<br />
engenhosa elaboração pictórica do poema de maneira a dominarem as figuras de linguagem.<br />
b) A presença do ambiente nacional; a supressão da palavra poética; a celebração da vida familiar; a construção<br />
pictórica do poema de maneira a dominarem as figuras de linguagem.<br />
c) A presença do ambiente urbano; a transmissão da palavra poética ao autor; a celebração da vida rústica; a<br />
elaboração predominantemente hiperbólica do poema.<br />
d) A presença de ambiente bucólico; a delegação da palavra poética a um pastor; a celebração da vida simples; a<br />
clareza, a lógica e a simplicidade na construção do poema.<br />
e) A presença do ambiente nacional; a delegação da palavra poética a um pastor; a celebração da vida em<br />
sociedade; a construção racional do poema enfatizando o decoro e a discrição.<br />
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:<br />
Texto extraído de Formação da Literatura Brasileira, de Antonio Candido.<br />
No Brasil, o homem de estudo, de ambição e de sala, que provavelmente era, encontrou condições inteiramente<br />
novas. Ficou talvez mais disponível, e o amor por Dorotéia de Seixas o iniciou em ordem nova de sentimentos: o<br />
clássico florescimento da primavera no outono.<br />
Foi um acaso feliz para a nossa <strong>literatura</strong> esta conjunção de um poeta de meia idade com a menina de dezessete<br />
anos. O quarentão é o amoroso refinado, capaz de sentir poesia onde o adolescente só vê o embaraçoso cotidiano;<br />
e a proximidade da velhice intensifica, em relação à moça em flor, um encantamento que mais se apura pela fuga do<br />
tempo e a previsão da morte:<br />
Ah! enquanto os destinos impiedosos<br />
não voltam contra nós a face irada,<br />
façamos, sim, façamos, doce amada,<br />
os nossos breves dias mais ditosos.<br />
11. (Unifesp 2009) Nos versos apresentados por Antonio Candido, fica evidente que o eu lírico:<br />
a) Reconhece a amada como única forma de não sofrer pela morte.<br />
b) Se mostra frustrado e angustiado pela possibilidade de morrer.<br />
c) Considera o presente desagradável, tanto quanto a morte iminente.<br />
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d) Se entrega ao amor da amada para burlar o tempo e atrasar a morte.<br />
e) Convida a amada a aproveitar o presente, já que a morte é inevitável.<br />
12. (Unifesp 2009) "Deus me deu um amor no tempo de madureza, quando os frutos ou não são colhidos ou sabem<br />
a verme Deus - ou foi talvez o diabo - deu-me este amor maduro, e a um e outro agradeço, pois que tenho um amor."<br />
Estes versos, de Carlos Drummond de Andrade, podem ser tematicamente relacionados ao texto de Antonio<br />
Candido, na medida em que:<br />
a) Exemplificam a ideia contida em clássico florescimento da primavera no outono.<br />
b) Justificam a ideia de que o adolescente só vê o embaraçoso cotidiano.<br />
c) Negam a ideia de que o homem de quarenta anos é o amoroso refinado.<br />
d) Confirmam a ideia de que o amor se desencanta com a previsão da morte.<br />
e) Se opõem à ideia de que a proximidade da velhice intensifica um encantamento.<br />
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:<br />
Torno a ver-vos, ó montes: o destino<br />
Aqui me torna a pôr nestes outeiros,<br />
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros<br />
Pelo traje da Corte, rico e fino.<br />
Aqui estou entre Almendro, entre Corino,<br />
Os meus fiéis, meus doces companheiros,<br />
Vendo correr os míseros vaqueiros<br />
Atrás de seu cansado desatino.<br />
Se o bem desta choupana pode tanto,<br />
Que chega a ter mais preço, e mais valia<br />
Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto.<br />
Aqui descanso a louca fantasia,<br />
E o que até agora se tornava em pranto<br />
Se converta em afetos de alegria.<br />
Cláudio Manoel da Costa. In: Domício Proença Filho. A poesia dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 78/9.<br />
13. (Enem 2008) Considerando o soneto de Cláudio Manoel da Costa e os elementos constitutivos do Arcadismo<br />
brasileiro, assinale a opção correta acerca da relação entre o poema e o momento histórico de sua produção.<br />
a) Os "montes" e "outeiros", mencionados na primeira estrofe, são imagens relacionadas à Metrópole, ou seja, ao<br />
lugar onde o poeta se vestiu com traje "rico e fino".<br />
b) A oposição entre a Colônia e a Metrópole, como núcleo do poema, revela uma contradição vivenciada pelo poeta,<br />
dividido entre a civilidade do mundo urbano da Metrópole e a rusticidade da terra da Colônia.<br />
c) O bucolismo presente nas imagens do poema é elemento estético do Arcadismo que evidencia a preocupação do<br />
poeta árcade em realizar uma representação literária realista da vida nacional.<br />
d) A relação de vantagem da "choupana" sobre a "Cidade", na terceira estrofe, é formulação literária que reproduz a<br />
condição histórica paradoxalmente vantajosa da Colônia sobre a Metrópole.<br />
e) A realidade de atraso social, político e econômico do Brasil Colônia está representada esteticamente no poema<br />
pela referência, na última estrofe, à transformação do pranto em alegria<br />
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14. (Enem 2008) Assinale a opção que apresenta um verso do soneto de Cláudio Manoel da Costa em que o poeta<br />
se dirige ao seu interlocutor.<br />
a) "Torno a ver-vos, ó montes: o destino" (v. 1)<br />
b) "Aqui estou entre Almendro, entre Corino," (v. 5)<br />
c) "Os meus fiéis, meus doces companheiros," (v. 6)<br />
d) "Vendo correr os míseros vaqueiros" (v. 7)<br />
e) "Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto." (v. 11)<br />
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:<br />
Ao longo do sereno<br />
Tejo, suave e brando,<br />
Num vale de altas árvores sombrio,<br />
Estava o triste Almeno<br />
Suspiros espalhando<br />
Ao vento, e doces lágrimas ao rio.<br />
Bailemos nós ia todas tres, ay irmanas,<br />
so aqueste ramo destas auelanas<br />
e quen for louçana, como nós, louçanas,<br />
se amigo amar,<br />
so aqueste ramo destas auelanas<br />
uerrá baylar.<br />
Tão cedo passa tudo quanto passa!<br />
morre tão jovem ante os deuses quanto<br />
Morre! Tudo é tão pouco!<br />
Nada se sabe, tudo se imagina.<br />
Circunda-te de rosas, ama, bebe<br />
E cala. O mais é nada.<br />
Os privilégios que os Reis<br />
Não podem dar, pode Amor,<br />
Que faz qualquer amador<br />
Livre das humanas leis.<br />
mortes e guerras cruéis,<br />
Ferro, frio, fogo e neve,<br />
Tudo sofre quem o serve.<br />
TEXTO I<br />
TEXTO II<br />
TEXTO III<br />
TEXTO IV<br />
PROFESSOR JORGE JUNIOR (JJ)<br />
(Luís de Camões, Ao longo do sereno.)<br />
(Aires Nunes. In Nunes, J. J., Crestomatia arcaica.)<br />
(Fernando Pessoa, Obra poética.)<br />
(Luís de Camões, Obra completa.)<br />
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As minhas grandes saudades<br />
São do que nunca enlacei.<br />
Ai, como eu tenho saudades<br />
Dos sonhos que não sonhei!...)<br />
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TEXTO V<br />
PROFESSOR JORGE JUNIOR (JJ)<br />
(Mário de Sá Carneiro, Poesias.)<br />
15. (Unifesp 2002) O motivo do "carpe diem" ("aproveita o dia", em latim) expressa, em geral, o gosto de viver<br />
plenamente a vida, de usufruir os dons da beleza e a energia da juventude, enquanto o tempo permitir. Esse motivo<br />
aparece nos textos<br />
a) I e II.<br />
b) II e III.<br />
c) III e IV.<br />
d) IV e V.<br />
e) I e V.<br />
16. (Ita 1999) Torno a ver-vos, ó montes; o destino<br />
Aqui me torna a pôr nestes oiteiros;<br />
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros<br />
Pelo traje da Corte rico, e fino.<br />
Aqui estou entre Almendro, entre Corino,<br />
Os meus fiéis, meus doces companheiros,<br />
Vendo correr os míseros vaqueiros<br />
Atrás de seu cansado desatino.<br />
Se o bem desta choupana pode tanto,<br />
Que chega a ter mais preço, e mais valia,<br />
Que da Cidade o lisonjeiro encanto;<br />
Aqui descanse a louca fantasia;<br />
E o que té agora se tornava em pranto,<br />
Se converta em afetos de alegria.<br />
Dadas as asserções:<br />
I - O poema manifesta o conflito do poeta, homem nativista provinciano, ligado à terra natal, cuja formação superior<br />
deu-se na metrópole.<br />
II - O poema mostra como o autor soube explorar a característica principal do Arcadismo: a celebração da vida<br />
urbana pelo intelectual, consciente das dificuldades da vida no campo.<br />
III - O poema manifesta a preocupação do poeta com os problemas sociais da época: transferência de riquezas da<br />
colônia para a metrópole, oriundas da pecuária e empobrecimento do homem do campo.<br />
está(ão) correta(s):<br />
a) Apenas a I.<br />
b) Apenas a II.<br />
c) I e II.<br />
d) I e III.<br />
e) II e III.<br />
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17. (Ita 1997) Dadas as afirmações:<br />
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I) "Uraguai", poema épico clássico que antecipa em várias direções o Romantismo, é motivado por dois propósitos<br />
indisfarçáveis: exaltação da política pombalina e antijesuitismo radical.<br />
II) O(A) autor(a) do poema épico "Vila Rica", no qual exalta os bandeirantes e narra a história da atual Ouro Preto,<br />
desde a sua fundação, cultivou a poesia bucólica, pastoril, na qual menciona a natureza como refúgio.<br />
III) Em "Marília de Dirceu", Marília é quase sempre um vocativo; embora tenha a estrutura de um diálogo, a obra é<br />
um monólogo - só Gonzaga fala, raciocina; constantemente cai em contradição quanto à sua postura de pastor e sua<br />
realidade de burguês.<br />
Est(á) (ão) correta(s):<br />
a) Apenas I<br />
b) Apenas II<br />
c) Apenas I e II<br />
d) Apenas I e III<br />
e) Todas<br />
18. (Ita 1996) As opções a seguir referem-se aos textos A, B, C e D.<br />
Texto "A" ( )<br />
"Ah! enquanto os destinos impiedosos<br />
não voltam contra nós a face irada,<br />
façamos, sim, façamos, doce amada,<br />
os nossos breves dias mais ditosos."<br />
Texto "B" ( )<br />
"Ó não aguardes, que a madura idade<br />
te converte essa flor, essa beleza,<br />
em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada",<br />
Texto "C" ( )<br />
"Nos olhos Caitutu não sofre o pranto,<br />
E rompe em profundíssimos suspiros,<br />
Lendo na testa da fronteira gruta<br />
De sua mão já trêmula gravado<br />
O alheio crime e a voluntária morte".<br />
Texto "D" ( )<br />
"O todo sem a parte não é todo;<br />
A parte sem o todo não é parte;<br />
Mas se a parte faz o todo, sendo parte,<br />
Não se diga que é parte, sendo todo.<br />
Preencha os parênteses anteriores dos textos dados, obedecendo à seguinte convenção:<br />
I) Gregório de Matos<br />
II) Tomás Antônio Gonzaga<br />
III) Basílio da Gama<br />
IV) Cláudio Manuel da Costa<br />
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Preenchidos os parênteses, a sequência correta é:<br />
a) II - I - III - I<br />
b) IV - I - II - II<br />
c) I - II - II - I<br />
d) I - IV - III - I<br />
e) II - IV - III - IV<br />
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Gabarito:<br />
Resposta da questão 1: [C]<br />
Apenas a segunda proposição é falsa, pois Tomás Antônio Gonzaga está inserido no período literário do Arcadismo, e Gregório de Matos, no Barroco.<br />
Resposta da questão 2: [B]<br />
A alternativa [B] apresenta a ordem em que os versos de dez e seis sílabas se sucedem nas estrofes do poema, conforme exemplificado no excerto abaixo.<br />
Não /vês /a/que/le /ve/lho /res/pei/tá/ (vel) -10<br />
que à /mu/le/ta en/cos/ta/ (do) -6<br />
a/pe/nas/ mal /se /mo/ve e /mal /se ar/ras/(ta) -10<br />
Oh!/quan/to es/tra/go /não /lhe /fez/ o /tem/(po) -10<br />
o /tem/po ar/re/ba/ta/(do) - 6<br />
que o /mês/mo /bron/ze /gas/(ta)-6<br />
Resposta da questão 3: [A]<br />
No verso “o tempo arrebatado”, a acentuação recai sobre a segunda e sexta sílabas, pois os termos “tempo” e “arrebatado” são paroxítonos: o/- tem/- po ar/- re/- ba/-<br />
ta-/ (do).<br />
Resposta da questão 4: [A]<br />
Expressões como “prado florescente”, “sítio ameno” e “brando sol” reproduzem o cenário idílico característico da poesia árcade. Inspirados na frase fugere urbem (fugir<br />
da cidade), do escritor latino Horácio, os autores árcades voltavam-se para a natureza em busca de uma vida simples, bucólica, pastoril, do locus amoenus (refúgio<br />
ameno).<br />
Resposta da questão 5: [C]<br />
Os termos “ternos”, “frios” e “pia” são adjetivos, pois caracterizam os substantivos “olhos”, “beijos” e “mãos”, respectivamente, enquanto a palavra “pranto” configura um<br />
substantivo, pois designa um ser.<br />
Resposta da questão 6: [C]<br />
Neste poema de Cláudio Manuel da Costa, representante do Arcadismo no Brasil, a interlocutora do eu lírico é a paisagem bucólica representada no vocativo “ó<br />
montes” e não a pastora amada referida na opção [C].<br />
Resposta da questão 7: [B]<br />
As características enunciadas em a) são típicas do Realismo e não do Romantismo, e as apresentadas em d), do Classicismo e não do Barroco. São incorretas as<br />
afirmações em c) e e), pois Aluísio Azevedo inicia o Naturalismo no Brasil em 1881 com a obra “O Mulato” e os temas apresentados em e) dizem respeito a dois<br />
momentos do Romantismo brasileiro: 1ª Geração- pátria, índio, medievalismo- Gonçalves Dias e 2ª Geração- amor-solidão- Álvares de Azevedo. Embora o tema amor<br />
e a solidão estejam também presentes na obra de Gonçalves Dias e Castro Alves, não podem ser incluídas no gênero épico da poesia.<br />
Resposta da questão 8: [B]<br />
A 2ª parte da obra Liras de Marília de Dirceu, a que pertence a Lira 83, foi escrita na prisão da ilha das Cobras. Os poemas exprimem a solidão, a saudade e o temor<br />
do futuro de Dirceu. Na primeira estrofe, o eu lírico, em tom confessional pleno de pessimismo, dirige-se à amada e informa-a da sua situação de prisioneiro em um<br />
ambiente contrastante com as paisagens bucólicas em que, no passado, haviam transcorrido os seus encontros (“dessas horas felizes, já passadas/na tua pátria<br />
aldeia!”).<br />
Na última estrofe, o eu lírico confirma o juramento que havia feito na anterior (“jurava não cantar mais outras graças/que as graças do teu rosto”). Apenas constata que<br />
a alegria do passado vivido com ela é substituída pela tristeza da sua condição de prisioneiro, sensação sugerida pela antítese “canto”X”pranto” (“eu agora, Marília, não<br />
as canto;/mas inda vale mais que os doces versos/a voz do triste pranto”). Assim, são incorretas as afirmativas I e IV.<br />
Resposta da questão 9: [E]<br />
O Arcadismo opõe-se aos exageros e rebuscamentos do Barroco, expresso pela expressão latina "inutilia truncat" ("cortar o inútil"). O ideal horaciano da “áurea<br />
mediocridade” simboliza a valorização de uma vida tranquila, o cotidiano simples orientado pela razão, o amor idílico em ambiente bucólico, como se afirma em [E].<br />
Resposta da questão 10: [D]<br />
Tomás Antônio Gonzaga, autor dos mais significativos poemas do <strong>arcadismo</strong> luso-brasileiro, expressa suas vivências em uma trajetória que abrange o período vivido<br />
em Vila Rica, Minas Gerais, e sua reclusão na ilha das Cobras, Rio de Janeiro. A construção do poema em versos redondilhos menores ou em decassílabos<br />
quebrados, a linguagem simples, a referência constante a ambientes bucólicos, em que o eu lírico se mimetiza com a figura de um pastor, são típicas do Arcadismo.<br />
Resposta da questão 11: [E]<br />
Resposta da questão 12: [A]<br />
Resposta da questão 13: [B]<br />
A oposição é observada nas diferenças existentes entre a vida simples no campo, tanto valorizada pelos poetas do Arcadismo, e a vida sofisticada da Metrópole, que<br />
representa ao poeta a ilusão.<br />
Resposta da questão 14: [A]<br />
O poeta dirige-se aos “montes”, fala com eles demonstrando matar a saudade do local, ou seja, os montes representam o contato do autor com a natureza, a volta a<br />
um ambiente simples e feliz.<br />
Resposta da questão 15: [B]<br />
Resposta da questão 16: [A]<br />
Resposta da questão 17: [D]<br />
Resposta da questão 18: [A]<br />
PROFESSOR JORGE JUNIOR (JJ)<br />
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