20.04.2013 Views

O PARAÍSO - Portal da História do Ceará

O PARAÍSO - Portal da História do Ceará

O PARAÍSO - Portal da História do Ceará

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

COQUELUCHE - Vai sabê o qui é bom . ..<br />

JURUBEBA - Eu cá . .. num lhe gabo o gosto . ..<br />

GASPAR - Como assim?<br />

DOIS DE PAUS - Num é realmente uma be lezinha a noiva <strong>do</strong><br />

João!?<br />

GASPAR - E além disso, delica<strong>da</strong>, modesta e graciosa!?<br />

JURUBEBA - Home, quanto a isto, num hai dúvi<strong>da</strong> . .. Mas esse<br />

negoço de casamento . .. Hum . .. Tem cão dentro . (FER­<br />

REIRA DESCE)<br />

COQUELUCHE - É. Você porque foi infeliz com o seu e . .. naufragou,<br />

pensa que to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> vai o fun<strong>do</strong> . ..<br />

D. DE PAUS - Quem an<strong>da</strong> aos porcos, tu<strong>do</strong> lhe ronca . ..<br />

FERREIRA - A propósito, Jurubeba, sabes que fim levou a tua<br />

cara-metade?<br />

GASPAR - Metade bem cara, realmente .<br />

JURUBEBA - Eu sei lá que fim le vou aquela sirigaita! Que o<br />

diabo a leve pras profun<strong>da</strong> . ..<br />

FERREIRA - E a conserve por lá até a consumação <strong>do</strong>s séculos .<br />

(RI)<br />

D. DE PAUS - (TIRANDO O CHAPÉU) Amém!<br />

(J . GASPAR SOBE, SAI À D.)<br />

FERREIRA - Meus amigos, deve chegar hoje <strong>da</strong> Capital o Gustavo,<br />

filho <strong>do</strong> fina<strong>do</strong> João Galberto .<br />

COQUELUCHE - O que?! O Gustavim?! . ..<br />

D. DE PAUS - Era um menino atenta<strong>do</strong> como os seiscentos dimonho!<br />

. ..<br />

FERREIRA - Pois chega hoje, já homem feito . Em sua companhia<br />

vem a irmã .<br />

JURUBEBA - A Cecy!?<br />

FERREIRA - A Cecy. E é preciso que sejam bem-trata<strong>do</strong>s aqui<br />

em atenção à memória <strong>do</strong> pai, que foi o maior amigo e protetor<br />

de to<strong>do</strong>s nós, quan<strong>do</strong> aqui residia .<br />

COQUELUCHE - A véúva ain<strong>da</strong> é propriatára <strong>do</strong> sítio, seu Ferreira?<br />

FERREIRA - É. E eu sou feitor <strong>do</strong> "Paraíso", desde 1915, quan<strong>do</strong><br />

o compadre João Galberto mu<strong>do</strong>u-se para a Capital.<br />

D. DE PAUS - A qui hora chega o Gustavim, seu Ferreira? Quero<br />

tomem chamá-lo aos peito .<br />

FERREIRA - Quanto à hora, não sei . A comadre Rufina me escreveu,<br />

dizen<strong>do</strong> que ele vem de automóvel. (NOUTRO<br />

TOM) Dois de Paus!<br />

D. DE PAUS - Pronto, seu Ferreira!<br />

FERREIRA - Vá lá pra cima <strong>do</strong> serrote <strong>da</strong> araponga e quan<strong>do</strong><br />

avistá o auto, solte um foguetão de aviso .<br />

D. DE PAUS - Vige-Maria! , seu Ferreira ! É mui to dificuli toso a<br />

gente se atrepá naquele pedreguio . (RIEM)<br />

518

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!