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Contos Novos - Mário de Andrade - Estação do Conhecimento

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9. "Tempo <strong>de</strong> camisolinha": Juca, posicionan<strong>do</strong>-se novamente como personagem-narra<strong>do</strong>r, evoca reminiscências da<br />

infância, especialmente <strong>do</strong> trauma que lhe causou o corte <strong>de</strong> seus longos cabelos cachea<strong>do</strong>s. Reconcilia-se com a<br />

vida ao presentear um operário português com três estrelas-<strong>do</strong>-mar.<br />

Foco narrativo <strong>de</strong> 1a pessoa<br />

Centra-se no eixo <strong>de</strong> individualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Juca, protagonista-narra<strong>do</strong>r. Por meio <strong>de</strong> evocação memorialista, em<br />

profunda introspecção, ele relembra a infância, a a<strong>do</strong>lescência e o início <strong>de</strong> vida adulta.<br />

Foco narrativo <strong>de</strong> 3a pessoa<br />

Centra-se num eixo <strong>de</strong> referência social, <strong>de</strong> inspiração neo-realista. A <strong>de</strong>núncia <strong>de</strong> problemas sociais se alia à<br />

análise da problemática existencial das personagens.<br />

Espaço<br />

Integra-se <strong>de</strong> forma dinâmica nos conflitos das personagens. Por exemplo, em "O poço", o frio cortante <strong>do</strong> vento <strong>de</strong><br />

julho, no interior paulista, amplifica o tratamento <strong>de</strong>sumano que o fazen<strong>de</strong>iro Joaquim Prestes dá a seus<br />

emprega<strong>do</strong>s.<br />

Personagens<br />

Nas nove narrativas, evi<strong>de</strong>ncia-se um profun<strong>do</strong> mergulho na realida<strong>de</strong> social e psíquica <strong>do</strong> homem brasileiro. Os<br />

quatro contos <strong>de</strong> cunho biográfico e memorialista, centra<strong>do</strong>s em Juca, promovem uma "interiorização" <strong>de</strong> temas<br />

sociais e familiares. Já os com enunciação em terceira pessoa apresentam personagens cuja <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> psicológica<br />

procura expressar a relação conflituosa <strong>do</strong> homem com o mun<strong>do</strong>. Em contos como "Primeiro <strong>de</strong> Maio", "Atrás da<br />

catedral <strong>de</strong> Ruão" e "Nélson", os protagonistas não têm nome: isso é índice da reificação e da alienação que<br />

fragmentam a existência humana na socieda<strong>de</strong> contemporânea.<br />

Os Melhores <strong>Contos</strong> - Rubem Braga<br />

O gênero<br />

A crônica é fruto <strong>do</strong> jornal, on<strong>de</strong> aparece entre notícias efêmeras. Trata-se <strong>de</strong> um gênero<br />

literário que se carcteriza por estar perto <strong>do</strong> dia-a-dia, seja nos temas, liga<strong>do</strong>s à vida cotidiana,<br />

seja na linguagem <strong>de</strong>spojada e coloquial <strong>do</strong> jornalismo. Mais <strong>do</strong> que isso, surge<br />

inesperadamente como um instante <strong>de</strong> pausa para o leitor fatiga<strong>do</strong> com a frieza da objetivida<strong>de</strong><br />

jornalística. De extensão limitada, essa pausa se caracteriza exatamente por ir contra as<br />

tendências fundamentais <strong>do</strong> meio em que aparece, o jornal diário. Se a notícia <strong>de</strong>ve ser sempre<br />

objetiva e impessoal, a crônica é subjetiva e pessoal. Se a linguagem jornalística <strong>de</strong>ve ser<br />

precisa e enxuta, a crônica é impressionista e lírica. Se o jornalista <strong>de</strong>ve ser metódico e claro, o<br />

cronista costuma escrever pelo méto<strong>do</strong> da conversa fiada, <strong>do</strong> assunto-puxa-assunto,<br />

estabelecen<strong>do</strong> uma atmosfera <strong>de</strong> intimida<strong>de</strong> com o leitor.<br />

A obra<br />

Os melhores contos <strong>de</strong> Rubem Braga (1985) na verda<strong>de</strong> são 39 crônicas, selecionadas pelo<br />

professor Davi Arrigucci Jr., que po<strong>de</strong>m ser divididas em:<br />

1. Passa<strong>do</strong> interiorano ou em Cachoeiro <strong>do</strong> Itapemirim - reunin<strong>do</strong> as crônicas em que o narra<strong>do</strong>r<br />

aborda, <strong>de</strong> forma lírica e nostálgica, a vida na cida<strong>de</strong> pequena <strong>do</strong> interior, entre caçadas <strong>de</strong><br />

passarinho, encontro com mora<strong>do</strong>res da cida<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>, peladas na rua, pescarias, cachorros<br />

amigos, e a vegetação abundante <strong>do</strong> meio quase rural:<br />

Tuim cria<strong>do</strong> no <strong>de</strong><strong>do</strong><br />

A moça rica<br />

Negócio <strong>de</strong> menino<br />

Caçada <strong>de</strong> paca<br />

Praga <strong>de</strong> menino<br />

Lembrança <strong>de</strong> Zig<br />

O sino <strong>de</strong> ouro<br />

O cajueiro<br />

História <strong>de</strong> pescaria

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