disserthais 1 - Repositórios Digitais da UFSC - Universidade ...
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vento, que constantemente transporta e deposita areia, podendo soterrar as plantas ou expor suas<br />
raízes e/ou seus caules subterrâneos. A riqueza de espécies diminui em locais onde ocorre<br />
transporte de grande quanti<strong>da</strong>de de areia pelo vento (Hesp, 1991). No entanto, algumas espécies<br />
(como Panicum racemosum e Senecio crassiflorus) conseguem crescer onde o vento deposita<br />
areia e reduzem seu crescimento onde o substrato é mais fixado, necessitando do acúmulo <strong>da</strong><br />
areia para seu bom desenvolvimento (Pfadenhauer, 1978).<br />
As dunas internas semifixas já oferecem certa proteção contra o vento e o soterramento,<br />
porém a riqueza encontra<strong>da</strong> não é tão expressiva (150 spp.), considerando que esse hábitat<br />
ocupa 30% <strong>da</strong> área estu<strong>da</strong><strong>da</strong>. As dunas fixas, ao contrário, com 85 espécies, se sobressaem, se<br />
considerarmos a pequena superfície do hábitat (2%) na área de estudo. Neste tipo de duna,<br />
ocorrem principalmente espécies que habitam as dunas semifixas e as baixa<strong>da</strong>s secas, além de<br />
algumas espécies mais características de restingas arbustivas e arbóreas como Clusia criuva,<br />
Ilex spp., Myrsine spp. (Falkenberg, 1999), que também podem ser observa<strong>da</strong>s nas dunas<br />
semifixas. A riqueza encontra<strong>da</strong> nas dunas fixas pode ser explica<strong>da</strong>, em parte, pelo porte<br />
arbustivo <strong>da</strong> vegetação, que proporciona o estabelecimento de epífitas e trepadeiras exclusivas<br />
deste hábitat.<br />
Alguns trabalhos no RS também encontraram riquezas varia<strong>da</strong>s em dunas internas:<br />
Lindeman et al. (1975), no Parque Estadual de Torres, indicam quatro espécies nas dunas<br />
móveis e 29 nas dunas fixas, e Bueno & Martins-Mazzitelli (1996), no Parque Estadual de<br />
Itapuã, identificam 120 espécies que habitam um trecho de dunas móveis, parcialmente fixa<strong>da</strong>s<br />
e fixa<strong>da</strong>s (porém as autoras incluem as baixa<strong>da</strong>s entre essas dunas).<br />
O tipo de hábitat mais rico <strong>da</strong> área, as baixa<strong>da</strong>s secas (238 spp.), apresenta uma mistura de<br />
espécies dos outros hábitats, além <strong>da</strong>s espécies de restingas arbustivas e arbóreas referi<strong>da</strong>s<br />
acima (principalmente indivíduos jovens) e um grande número de espécies exclusivas (50 spp.).<br />
A concentração de nutrientes <strong>da</strong>s baixa<strong>da</strong>s (tanto secas como úmi<strong>da</strong>s) pode ser<br />
consideravelmente mais alta que a <strong>da</strong>s dunas adjacentes (Hesp, 1991), e as baixa<strong>da</strong>s secas<br />
podem possuir um substrato mais estável, fatos que talvez contribuam para a riqueza verifica<strong>da</strong>.<br />
As baixa<strong>da</strong>s úmi<strong>da</strong>s também apresentam uma riqueza expressiva (155 spp.). O<br />
microrrelevo é um fator influente na distribuição <strong>da</strong> vegetação nas baixa<strong>da</strong>s úmi<strong>da</strong>s entre dunas<br />
(Caetano, 2003). Considerando esse fato, na área estu<strong>da</strong><strong>da</strong> podemos encontrar espécies <strong>da</strong>s<br />
baixa<strong>da</strong>s secas, que conseguem sobreviver nas partes mais altas <strong>da</strong>s baixa<strong>da</strong>s úmi<strong>da</strong>s, ou<br />
mesmo espécies <strong>da</strong>s baixa<strong>da</strong>s alaga<strong>da</strong>s, que também conseguem habitar as baixa<strong>da</strong>s úmi<strong>da</strong>s.<br />
Além disso, esse hábitat possui um número considerável de espécies exclusivas (25 spp.) e<br />
espécies já cita<strong>da</strong>s de restingas arbustivas e arbóreas. Apesar do grande número de espécies<br />
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