disserthais 1 - Repositórios Digitais da UFSC - Universidade ...
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per<strong>da</strong> de folhas e número reduzido de estômatos, as quais aumentam sua tolerância às<br />
condições de estresse salino (Seeliger, 1992).<br />
Além de B. portulacoides, Araujo & Henriques (1984) cita Alternanthera maritima<br />
(no presente trabalho, observa<strong>da</strong> principalmente na duna frontal) como integrante <strong>da</strong><br />
comuni<strong>da</strong>de halófila (encontra<strong>da</strong> na parte superior <strong>da</strong> praia), nas restingas fluminenses.<br />
Panicum racemosum e Paspalum vaginatum são outras espécies freqüentemente menciona<strong>da</strong>s<br />
para faixas mais próximas ao oceano (Pfadenhauer, 1978; Araujo & Henriques, 1984; Pereira<br />
et al., 1992; Castellani & Folchini, 1995), o que está de acordo com o observado neste<br />
trabalho.<br />
Waechter (1990) cita, como espécies mais comuns nas dunas marítimas do Rio Grande<br />
do Sul, Blutaparon portulacoides, Paspalum vaginatum, Hydrocotyle bonariensis, Senecio<br />
crassiflorus, Andropogon arenarius, Spartina ciliata, Panicum racemosum, Androtrichum<br />
trigynum, Cyperus obtusatus e Gymnopogon legrandii, e enfatiza que essas não se localizam<br />
somente em uma determina<strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de, apresentando valores de abundância variáveis.<br />
Esse fato pode ser observado neste trabalho para as espécies cita<strong>da</strong>s acima, sendo que, na<br />
ver<strong>da</strong>de, a maior parte <strong>da</strong>s espécies (226, correspondendo a 69%) ocorreu em mais de um tipo<br />
de hábitat e apresentou abundância diferencia<strong>da</strong> (entre os tipos de hábitat).<br />
Panicum racemosum e Spartina ciliata são importantes fixadoras de dunas litorâneas<br />
(Pfadenhauer, 1978; Cor<strong>da</strong>zzo, 2003), sendo Spartina ciliata uma espécie dominante nas<br />
dunas <strong>da</strong> costa sul-americana (Cor<strong>da</strong>zzo, 2003). Neste levantamento S. ciliata foi registra<strong>da</strong><br />
em cinco hábitats, sendo abun<strong>da</strong>nte em três.<br />
Androtrichum trigynum é uma espécie endêmica do litoral atlântico, distribuindo-se<br />
do Brasil austral até o Uruguai e a Argentina (Cor<strong>da</strong>zzo & Seeliger, 1995). Esta espécie habita<br />
depressões úmi<strong>da</strong>s e secas entre dunas, no extremo sul do Brasil, sendo dominante nas<br />
depressões úmi<strong>da</strong>s (Cor<strong>da</strong>zzo & Seeliger, 1993). Nesse levantamento A. trigynum foi<br />
abun<strong>da</strong>nte tanto nas baixa<strong>da</strong>s secas como nas úmi<strong>da</strong>s, reduzindo muito sua abundância nas<br />
alaga<strong>da</strong>s, o que indica que a espécie provavelmente não suporta condições de alagamento por<br />
períodos extensos.<br />
Dez famílias só ocorreram nas baixa<strong>da</strong>s alaga<strong>da</strong>s e úmi<strong>da</strong>s (Osmun<strong>da</strong>ceae,<br />
Alismataceae, Cucurbitaceae, Gentianaceae, Haloragaceae, Lemnaceae, Mayacaceae,<br />
Menyanthaceae, Polygonaceae e Typhaceae). Entre os gêneros presentes nesses hábitats,<br />
destacaram-se Juncus, Eleocharis, Ludwigia e Utricularia, sendo esses também citados por<br />
Caetano (2003) em uma baixa<strong>da</strong> úmi<strong>da</strong> no Rio Grande do Sul. Os gêneros mais ricos deste<br />
trabalho nestes hábitats foram Eleocharis (6 espécies exclusivas) e Utricularia (4), enquanto<br />
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