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a corte portuguesa eo escravismo no brasil sob o olhar de ... - História

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As representações carregam um po<strong>de</strong>r simbólico daquilo que “re-<br />

apresentam”, “dizem mais do que aquilo que mostram ou enunciam,<br />

carregam sentidos ocultos, que, construídos social ou historicamente, se<br />

internalizam <strong>no</strong> inconsciente coletivo e se apresentam como naturais,<br />

dispensando reflexão” (PESAVENTO, 2005, p. 41).<br />

Representar é presentificar algo ausente, não necessariamente <strong>de</strong><br />

forma mimética porque a representação não é a cópia do real e sim uma<br />

construção feita a partir do real.<br />

A história cultural propõe-se a escrever a história através das representações pelas quais os homens expressaram o mundo e<br />

sua socieda<strong>de</strong>. Cabe ao historiador cultural ler essas representações simbólicas como fontes construídas <strong>no</strong> passado que<br />

carregam significados e informações do contexto na qual foram criadas.<br />

Em termos gerais po<strong>de</strong>-se dizer que a proposta da <strong>História</strong> Cultural seria, pois, <strong>de</strong>cifrar<br />

a realida<strong>de</strong> do passado por meio <strong>de</strong> suas representações, tentando chegar àquelas<br />

formas, discursivas e imagéticas pelas quais os homens expressam a si próprios e ao<br />

mundo (PESAVENTO, 2005, p. 42).<br />

Quando a representação se dá pela exposição <strong>de</strong> uma imagem ou <strong>de</strong> um objeto em substituição a algo ou<br />

alguém, po<strong>de</strong>-se dizer que elas são portadoras <strong>de</strong> um significado simbólico.<br />

Outro conceito que permeia a história cultural junto com o conceito <strong>de</strong> representação é o <strong>de</strong> imaginário. De<br />

acordo com Pesavento ”enten<strong>de</strong>-se por imaginário um sistema <strong>de</strong> idéias e imagens <strong>de</strong> representação coletiva que os homens,<br />

em todas as épocas, construíram para si, dando sentido ao mundo” (2005, p. 43).<br />

O imaginário não é fixo <strong>de</strong> um período para outro, ele varia <strong>de</strong> acordo com as transformações sociais, ou seja,<br />

a cada época os homens constroem representações para significar o real.<br />

O imaginário é histórico e datado, ou seja, em cada época os homens constroem<br />

representações para conferir sentido ao real. Essa construção <strong>de</strong> sentido é ampla, uma<br />

vez que se expressa por palavras/ discursos/ sons, por imagens, coisas, materialida<strong>de</strong>s<br />

e por práticas, ritos, performances. O imaginário comporta crenças, mitos, id<strong>eo</strong>logias,<br />

conceitos, valores, é construtor <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s e exclusões, hierarquiza, divi<strong>de</strong>, aponta<br />

semelhanças e diferenças <strong>no</strong> social (PESAVENTO, 2005, p.43).<br />

Paralelamente ao conceito <strong>de</strong> representação e imaginário, os historiadores culturais pr<strong>eo</strong>cupam-se com a<br />

<strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> <strong>no</strong>vas fontes que levantem <strong>no</strong>vas informações e questionamentos <strong>no</strong> âmbito das investigações históricas.<br />

Ao trabalhar com o imaginário, a história cultural recorre a discursos e imagens que representam fatos<br />

históricos e possibilitem a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> espaços, atores e práticas sociais. Para tanto tem sido recorrente o uso <strong>de</strong><br />

imagens como fontes <strong>de</strong> investigação.<br />

As imagens são representações <strong>de</strong> um mundo elaboradas para significar um <strong>de</strong>terminado período. Durante<br />

muito tempo elas foram reduzidas a meras ilustrações <strong>de</strong> textos escritos.<br />

Com o conceito <strong>de</strong> representação, a imagem renasce com força total para a história como fonte, rica em<br />

significações, que estabelecem relações diretas entre o enunciador (produtor) e o enunciatário (espectador), e tem como<br />

base para a sua elaboração uma realida<strong>de</strong> a qual não preten<strong>de</strong> representar com veracida<strong>de</strong> e sim com verossimilhança. Entre<br />

a imagem e o real existe uma semelhança em nível <strong>de</strong> significado, ou seja, uma leitura comum entre as figuras visuais<br />

planares (sig<strong>no</strong>s) e as figuras do mundo natural (significantes).

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