20.04.2013 Views

a corte portuguesa eo escravismo no brasil sob o olhar de ... - História

a corte portuguesa eo escravismo no brasil sob o olhar de ... - História

a corte portuguesa eo escravismo no brasil sob o olhar de ... - História

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Se as elites iriam buscar pelo me<strong>no</strong>s aparências européias, Debret<br />

encontraria nas ruas aspectos <strong>de</strong> uma gente escura, humil<strong>de</strong>, e alquebrada<br />

<strong>de</strong> um vazio <strong>olhar</strong> famélico que po<strong>de</strong> ser visto até os dias <strong>de</strong> hoje. Ele será<br />

assim precursor <strong>no</strong> registro da população <strong>de</strong> rua (BANDEIRA, 2003, p. 45).<br />

É <strong>sob</strong>re essas duas formas <strong>de</strong> representações distintas, <strong>corte</strong> e cotidia<strong>no</strong>, que este<br />

estudo se propõe a dialogar com as produções <strong>de</strong> Debret realizando, através da<br />

leitura <strong>de</strong> imagens, uma reflexão <strong>sob</strong>re o discurso histórico imerso nas obras do<br />

artista, traçando o pa<strong>no</strong>rama político e sócio-cultural estabelecido <strong>no</strong> Brasil após a<br />

chegada da <strong>corte</strong>.<br />

Suas aquarelas foram reunidas por ele em três tomos em Viagem<br />

Pitoresca e Histórica através do Brasil, editado em Paris <strong>de</strong> 1834 a 1839,<br />

acompanhadas <strong>de</strong> escritos do artista que revelam seu <strong>olhar</strong> <strong>sob</strong>re a<br />

nação recém formada.<br />

Debret realizou uma verda<strong>de</strong>ira obra documental ao reunir suas pinturas<br />

e aquarelas realizadas <strong>no</strong> Brasil possibilitando o resgate histórico <strong>de</strong> um período<br />

que marca o início da nacionalida<strong>de</strong> <strong>brasil</strong>eira.<br />

Jean Baptiste Debret foi, <strong>de</strong> todos os seus contemporân<strong>eo</strong>s, o único artista<br />

viajante a penetrar na velada intimida<strong>de</strong> <strong>brasil</strong>eira, ele invadiu a alcova <strong>de</strong><br />

uma elite que permanecera três séculos isolada e conservava<br />

comportamentos chegados a estas plagas ainda <strong>no</strong>s Quinhentos<br />

(BANDEIRA, 2003, p. 41).<br />

Dentre os tomos que compõe a obra <strong>de</strong> Debret, centraremos <strong>no</strong>ssa atenção <strong>no</strong><br />

segundo e terceiro tomo, que trazem respectivamente as representações da<br />

socieda<strong>de</strong> <strong>brasil</strong>eira <strong>de</strong> brancos e negros e as imagens da Corte e das elites <strong>no</strong><br />

Brasil. Acerca da produção artística <strong>de</strong> Debret afirma Walter Zanini:<br />

O livro <strong>de</strong> Debret apresenta imagens, litografadas segundo suas aquarelas e seus<br />

<strong>de</strong>senhos, e um longo texto que – bastante superior ao <strong>de</strong> Rugendas – assumem por<br />

vezes aspectos memorialísticos, que enriquecem pela autenticida<strong>de</strong>.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!