Outdoors pela cidade de Porto Alegre e os Modos de Viver ... - Anpad
Outdoors pela cidade de Porto Alegre e os Modos de Viver ... - Anpad
Outdoors pela cidade de Porto Alegre e os Modos de Viver ... - Anpad
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Fotografia 3: Propaganda Whisky Drury’s Fotografia 4: Propaganda Outback<br />
Fonte: Coleta <strong>de</strong> dad<strong>os</strong> pel<strong>os</strong> autores Fonte: Coleta <strong>de</strong> dad<strong>os</strong> pel<strong>os</strong> autores<br />
Por outro lado, <strong>os</strong> prazeres que vêm <strong>de</strong> fora, como a comida e a bebida, muitas vezes<br />
contrapõe-se à lógica da beleza física por irem contra a magreza do corpo. C<strong>os</strong>ta (2004) traz a<br />
questão da angústia vivida pel<strong>os</strong> sujeit<strong>os</strong> frente às perdas <strong>de</strong> valores e as exigências da<br />
socieda<strong>de</strong> para que se esteja sempre feliz, correndo constantemente atrás do bem-estar e d<strong>os</strong><br />
prazeres físic<strong>os</strong>.<br />
4.2 “A Flui<strong>de</strong>z, o Tempo e o Espaço”<br />
Castells (2000) apresenta que a era da informação está introduzindo uma nova forma<br />
urbana, a <strong>cida<strong>de</strong></strong> informacional. Po<strong>de</strong>-se relacionar a onipresença d<strong>os</strong> outdoors com a<br />
estrutura e o princípio do Panóptico, <strong>de</strong> Bentham (2000). N<strong>os</strong> outdoors parece que o princípio<br />
da vigilância permanece, sua onipresença, pois mesmo que não se queira vê-l<strong>os</strong>, eles estão lá,<br />
é como se houvesse um controle, uma vigilância por sobre cada sujeito que passe em sua<br />
frente.<br />
No caso do panóptico permanece a imobilida<strong>de</strong> do sujeito. Já no sinóptico, princípio<br />
mo<strong>de</strong>rnizado, conforme salienta Grisci (2008), a socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> controle passa, assim, a<br />
potencializar a invisibilida<strong>de</strong> do po<strong>de</strong>r que se dilui com as fronteiras tênues e com as re<strong>de</strong>s<br />
flexíveis, <strong>de</strong>spertando uma sensação <strong>de</strong> aparente liberda<strong>de</strong>. Assim apresenta-se o sujeito<br />
diante d<strong>os</strong> outdoors, um sujeito em constante movimento, numa “servidão voluntária da<br />
subjetivida<strong>de</strong>”, um “controle <strong>de</strong> múltiplas entradas” a serviço do capitalismo flexível.<br />
Como salienta Virilio (1996) o mundo como um todo também per<strong>de</strong> suas fronteiras, a<br />
lógica da corrida se transfigura, enquanto a velo<strong>cida<strong>de</strong></strong> começa a se <strong>de</strong>sterritorializar,<br />
esboçando a partir daí toda uma evolução, na qual a velo<strong>cida<strong>de</strong></strong> vai se afirmando como idéia<br />
pura e sem conteúdo, como puro valor, que ameaça ultrapassar até mesmo o valor do capital.<br />
8