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Tratamento Ortodôntico-Cirúrgico da Classe III - Dental Press

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Artigo de Divulgação<br />

Relatos clínicos e de técnicas, investigações científicas e<br />

revisões literárias<br />

<strong>Tratamento</strong><br />

<strong>Ortodôntico</strong>-<strong>Cirúrgico</strong> <strong>da</strong><br />

<strong>Classe</strong> <strong>III</strong><br />

As desarmonias esqueléticas sempre desafiaram os limites <strong>da</strong> ortodontia, pois em sua maioria, não podem ser totalmente corrigi<strong>da</strong>s<br />

somente com a terapia ortodôntica, requisitando também movimentações cirúrgicas. Este trabalho ressalta alguns itens considerados<br />

importantes para a planificação do tratamento ortodôntico-cirúrgico <strong>da</strong>s <strong>Classe</strong>s <strong>III</strong>, visto que o mecânica ortodôntica difere<br />

em muitos aspectos quando aplica<strong>da</strong> em um caso cirúrgico.<br />

UNITERMOS: tratamento ortodôntico-cirúrgico, má-oclusão de <strong>Classe</strong> <strong>III</strong>.<br />

Surgical Orthodontic Treatment of Class <strong>III</strong><br />

Jaw discrepancies had always defied the orthodontic treatment limits, considering that most of these cases can’t be corrected using<br />

only orthodontic procedures and also require surgical movements. This work emphasize some aspects considered importants to<br />

the proper planning of orthodontic-surgical Class <strong>III</strong> treatment, since orthodontic mechanics differs in many aspects if applied in<br />

a surgical case.<br />

UNITERMS: surgical orthodontic treatment, class <strong>III</strong> malocclusion.<br />

Adriana S. Domingues<br />

Adriana Simões Domingues a<br />

Décio Rodrigues Martins b<br />

José Fernando Castanha Henriques c<br />

Jorge Ayala Puente d<br />

Anka Sapunar Papic d<br />

AOrtodontista, Assistente do Curso de Especialização em Ortodontia <strong>da</strong> Facul<strong>da</strong>de de Odontologia de Bauru.<br />

BProfessor Titular do Departamento de Ortodontia <strong>da</strong> Facul<strong>da</strong>de de Odontologia de Bauru.<br />

CProfessor Associado do Departamento de Ortodontia e Odontopediatria <strong>da</strong> Facul<strong>da</strong>de de Odontologia de Bauru-USP e Coordenador dos Cursos de Pós-<br />

Graduação em Nível de Mestrado e Doutorado.<br />

DOrtodontistas em Santiago-Chile, ministradores do Curso de Educação Continua<strong>da</strong> em Ortodontia pelo Roth-Williams Center for Functional Occlusion.<br />

REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA MAXILAR VOLUME 2, Nº 6<br />

NOVEMBRO / DEZEMBRO - 1997 11


INTRODUÇÃO<br />

O tratamento ortodôntico-cirúrgico<br />

para a correção <strong>da</strong>s anomalias<br />

esqueléticas começou a ser efetuado,<br />

quando se constatou que as terapias exclusivamente<br />

ortodônticas de compensações<br />

dentárias, não apresentavam o resultado<br />

esperado, pois conseguiam somente<br />

uma relação oclusal satisfatória.<br />

Indubitavelmente, a correção dos problemas<br />

<strong>da</strong> <strong>Classe</strong> <strong>III</strong> sempre constituiu um<br />

desafio à prática ortodôntica. A<br />

expectativa de um crescimento mandibular<br />

indesejado, porém certamente esperado,<br />

fez com que muitos profissionais<br />

encarassem o problema com certo pessimismo,<br />

tanto que a recusa ao tratamento<br />

passou a ser rotineira. A falta de conhecimento<br />

do ver<strong>da</strong>deiro mecanismo de<br />

crescimento mandibular, colaborou para<br />

que muitos tratamentos fossem postergados<br />

até a i<strong>da</strong>de adulta, pois aceitava-se que<br />

um prognatismo decorrente de padrão<br />

genético pré-estabelecido, não pudesse ser<br />

precocemente interceptado.<br />

Com o advento <strong>da</strong> cefalometria, em<br />

1931, a utilização de mensurações<br />

esqueléticas <strong>da</strong> face e do crânio permitiu<br />

a localização <strong>da</strong>s anomalias e a<br />

quantificação <strong>da</strong>s correções a serem<br />

efetua<strong>da</strong>s. Observou-se, a partir dos estudos<br />

subseqüentes, que as más-oclusões<br />

de <strong>Classe</strong> <strong>III</strong> decorriam não somente do<br />

prognatismo mandibular, como também,<br />

em muitos casos, do hipodesenvolvimento<br />

maxilar.<br />

Este trabalho objetiva eluci<strong>da</strong>r os princípios<br />

considerados importantes para a<br />

correção cirúrgica <strong>da</strong>s anomalias<br />

esqueléticas de <strong>Classe</strong> <strong>III</strong>, informando<br />

sobre os pontos mais relevantes <strong>da</strong>s etapas<br />

de diagnóstico, planejamento e técnicas<br />

ortodôntico-cirúrgicas comumente<br />

utiliza<strong>da</strong>s .<br />

REVISÃO DA LITERATURA<br />

A primeira cirurgia para a correção<br />

do prognatismo mandibular foi realiza<strong>da</strong><br />

em 1849, por HULLIHEN 21 ,utilizando uma<br />

técnica intrabucal de osteotomia<br />

subapical, reduzindo a mandíbula à custa<br />

dos espaços dos primeiros pré-molares<br />

inferiores extraídos. Em 1898, ANGLE 2,<br />

juntamente com Vilray Blair, um renomado<br />

cirurgião plástico, realizaram um grande<br />

número de casos cirúrgicos, inclusive<br />

uma redução mandibular por osteotomia<br />

de corpo. Aos poucos, os profissionais<br />

foram se conscientizando que a<br />

associação ortodôntico-cirúrgica era a<br />

única possibili<strong>da</strong>de de correção <strong>da</strong>s<br />

anomalias dentofaciais totalmente desenvolvi<strong>da</strong>s.<br />

2,19,42<br />

Porém, foi somente na metade do século<br />

que a interação ortodontista-cirurgião<br />

tornou esses procedimentos mais<br />

freqüentes, pois com o advento dos antibióticos<br />

e de técnicas cirúrgicas mais avança<strong>da</strong>s,<br />

os resultados tornaram-se mais<br />

estéticos e seguros. 2,4,11 .<br />

Pairava, contudo, uma grande dúvi<strong>da</strong>,<br />

com relação ao momento ideal para a<br />

intervenção, ortodôntica ou cirúrgica. A<br />

má oclusão de <strong>Classe</strong> <strong>III</strong> foi, então, classifica<strong>da</strong><br />

em duas categorias: aquela que<br />

apresentava a mandíbula normalmente<br />

forma<strong>da</strong>, com a maxila atrésica; e a caracteriza<strong>da</strong><br />

somente pelo prognatismo<br />

mandibular. As más oclusões <strong>da</strong> 1 a . categoria,<br />

deveriam ser trata<strong>da</strong>s precocemente,<br />

para evitar o travamento lingual dos<br />

incisivos superiores e o conseqüente retardo<br />

do crescimento maxilar. Já na 2 a .<br />

categoria , seria adequado e prudente não<br />

tratá-la ortodonticamente até que se<br />

consumasse todo o crescimento, para<br />

então se recorrer à cirurgia, sem receio<br />

de <strong>da</strong>nos aos centros de crescimento. 12,39<br />

Porém, observando os efeitos deletérios<br />

resultantes do uso do colete de<br />

Millwaukee sobre a oclusão e a mandíbula,<br />

configurado pelo redirecionamento<br />

do seu vetor de crescimento, despertouse<br />

o interesse pelo tratamento precoce do<br />

prognatismo mandibular. 1,18,22, A<br />

mentoneira foi, então, o aparelho<br />

interceptor utilizado, e a terapia passou<br />

a ser inicia<strong>da</strong>, logo após o diagnóstico.<br />

Mesmo as “pseudo” <strong>Classe</strong>s <strong>III</strong> passaram<br />

a ser trata<strong>da</strong>s precocemente, pois<br />

evoluíam para problemas esqueléticos<br />

ver<strong>da</strong>deiros, ao final <strong>da</strong> fase de crescimento.<br />

Os casos com prognatismo mandibular<br />

são interceptados com o uso <strong>da</strong><br />

mentoneira e os com atresia maxilar, por<br />

tração com as máscaras faciais. 9,18,22,36,41<br />

A interceptação mostra-se eficiente, pois,<br />

em uma fase precoce, as principais carac-<br />

terísticas do problema são essencialmente<br />

neuromusculares 27 . Entretanto, pela<br />

complexi<strong>da</strong>de do tratamento na fase de<br />

dentadura mista, muitos profissionais,<br />

após algumas experiências frustrantes,<br />

protelam o tratamento até que se estabeleça<br />

a dentadura permanente , quando já<br />

cessou a fase de crescimento ativo. Estes<br />

profissionais acreditam que um<br />

prognatismo mandibular em desenvolvimento<br />

apresenta um potencial genético<br />

pré-determinado, que não será alterado<br />

pelo tratamento precoce. Com este procedimento,<br />

um grande número de jovens<br />

experimentam alterações estéticas desfavoráveis<br />

durante uma fase onde a estética<br />

constitue um fator de relevância psíquica<br />

importante 9 .<br />

Os métodos de diagnóstico e planejamento<br />

foram se tornando ca<strong>da</strong> vez mais<br />

precisos, para melhor orientar o tratamento<br />

e facilitar o procedimento cirúrgico.<br />

A determinação <strong>da</strong> posição de relação<br />

cêntrica passou a ser considera<strong>da</strong> como<br />

parte fun<strong>da</strong>mental no diagnóstico <strong>da</strong><br />

<strong>Classe</strong> <strong>III</strong>, pois uma posição mais anterior<br />

<strong>da</strong> mandíbula, muitas vezes determina<strong>da</strong><br />

por interferências oclusais durante<br />

a posição de relação cêntrica, pode<br />

simular um prognatismo bem mais acentuado<br />

<strong>da</strong>quele realmente existente 3,13,35 .<br />

A posição natural <strong>da</strong> cabeça durante o<br />

exame do paciente e as toma<strong>da</strong>s<br />

radiográficas, também visa a otimização<br />

dos planejamentos. 30,33<br />

Quando se planeja o tratamento de um<br />

paciente jovem com <strong>Classe</strong> <strong>III</strong>, deve-se<br />

assegurar o que o crescimento facial<br />

poderá modificar em seu perfil, até a fase<br />

adulta, pois o crescimento mandibular de<br />

uma <strong>Classe</strong> <strong>III</strong> trata<strong>da</strong> precocemente, pode<br />

desenvolver um prognatismo posteriormente,<br />

se ain<strong>da</strong> ocorrer um crescimento<br />

desfavorável. No intuito de sanar este<br />

problema, desenvolveram-se análises<br />

cefalométricas e métodos de predição de<br />

crescimento, que fornecem <strong>da</strong>dos<br />

estimativos <strong>da</strong>s características faciais do<br />

paciente, até o final <strong>da</strong> fase de<br />

crescimento. 7,16,25,40<br />

Porém, embora os traçados<br />

cefalométricos tradicionais demonstrem a<br />

extensão <strong>da</strong>s displasias esqueléticas, o<br />

resultado estético pós-cirúrgico não<br />

REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA MAXILAR VOLUME 2, Nº 6<br />

NOVEMBRO / DEZEMBRO - 1997 12


depende somente de sua quantificação.<br />

Devido à grande variação de espessura dos<br />

tecidos moles faciais e peribucais, nem<br />

sempre um resultado esqueleticamente<br />

favorável apresenta-se esteticamente<br />

aceitável. Muitos casos, inicialmente<br />

indicados para cirurgias de redução<br />

mandibular, podem ser, na ver<strong>da</strong>de,<br />

tratados com protração de maxila, ou uma<br />

combinação dos dois procedimentos<br />

3,5,6,8,10,14,15,19,20,23,25,28,30,39,42,45 .<br />

ETIOLOGIA, DIAGNÓSTICO E PLANE-<br />

JAMENTO<br />

As desarmonias esqueléticas podem ser<br />

descritas como resultantes de um<br />

crescimento craniofacial desproporcional<br />

e de etiologia bastante complexa. Os fatores<br />

que as determinam são diversos, mas<br />

apresentam-se intimamente associados<br />

entre si. Dentre os principais fatores<br />

etiológicos <strong>da</strong> <strong>Classe</strong> <strong>III</strong>, destacam-se o<br />

padrão genético (que aparenta ser<br />

predominante), as disfunções endócrinas,<br />

a matriz funcional e o crescimento ósseo<br />

aposicional 11 . Há também, uma correlação<br />

entre a <strong>Classe</strong> <strong>III</strong> e a respiração bucal,<br />

durante a fase de crescimento, pois a<br />

maxila pode sofrer uma atresia pela posição<br />

mais inferior <strong>da</strong> língua, que deixa de<br />

exercer a pressão necessária para o<br />

desenvolvimento maxilar normal. 27<br />

De acordo com as diversas pesquisas<br />

realiza<strong>da</strong>s acerca <strong>da</strong> incidência <strong>da</strong>s más<br />

oclusões de <strong>Classe</strong> <strong>III</strong>, estima-se que a<br />

população atingi<strong>da</strong> oscile de 1 a 12,2 % e<br />

que as taxas mais eleva<strong>da</strong>s encontrem-se<br />

nas populações japonesa e escandinava 25 .<br />

A baixa incidência deste tipo de má oclusão<br />

seria talvez, a responsável pelo reduzido<br />

número de estudos com a finali<strong>da</strong>de de<br />

instituir alguma técnica mais eficaz para<br />

minimizar tão grave problema 14,25,26 .<br />

Dentre os estudos realizados para<br />

proceder a interceptação <strong>da</strong> <strong>Classe</strong> <strong>III</strong><br />

6,15,20,24,29,33,40 , o componente ântero-posterior<br />

foi amplamente analisado e discutido,<br />

to<strong>da</strong>via as informações<br />

concernentes ao componente vertical<br />

ain<strong>da</strong> são insuficientes. Os surtos de<br />

crescimento dos maxilares são independentes<br />

entre si e do crescimento <strong>da</strong> base<br />

craniana. A oclusão não influencia no<br />

desenvolvimento <strong>da</strong>s bases ósseas, pois<br />

a a<strong>da</strong>ptabili<strong>da</strong>de dos dentes no processo<br />

alveolar é compensa<strong>da</strong> pela mu<strong>da</strong>nça<br />

no relacionamento mútuo dos maxilares<br />

14.<br />

O plano oclusal parece ser um fator<br />

determinante no desenvolvimento vertical <strong>da</strong><br />

face. Segundo SATO 37,38 , o irrompimento<br />

contínuo do molar ocorre, não somente<br />

durante o crescimento <strong>da</strong>s estruturas faciais,<br />

mas também durante a fase pós-pubertária.<br />

Desta maneira, a característica genética pode<br />

não ser a única explicação para o estabelecimento<br />

desse tipo de má oclusão; o<br />

irrompimento contínuo dos segundos e<br />

terceiros molares em um espaço tão reduzido<br />

pode, também, contribuir sobremaneira.<br />

Quando o paciente apresenta um grande<br />

potencial de crescimento vertical <strong>da</strong><br />

mandíbula, esta pode rotar em sentido<br />

horário, desenvolvendo uma mordi<strong>da</strong> aberta<br />

anterior. Já se o potencial de crescimento<br />

horizontal for excessivo, pode ocorrer um<br />

deslocamento anterior <strong>da</strong> mandíbula, determinando<br />

uma <strong>Classe</strong> <strong>III</strong> esquelética.<br />

Uma <strong>Classe</strong> <strong>III</strong> cirúrgica deve ser<br />

diagnostica<strong>da</strong> desde o início do tratamento,<br />

portanto o planejamento ortodôntico<br />

deve ser preciso, para se evitar<br />

procedimentos que comprometam a<br />

necessi<strong>da</strong>de de cirurgia posterior. 11,14,23,,41,43<br />

Para um adequado planejamento, deve-se<br />

proceder uma avaliação completa,<br />

destacando alguns itens imprescindíveis:<br />

Histórico do paciente<br />

É importante que se estabeleça a existência<br />

ou não do mesmo problema em<br />

familiares do paciente com <strong>Classe</strong> <strong>III</strong> ou<br />

pseudo-<strong>Classe</strong> <strong>III</strong>. Quando o padrão de<br />

crescimento for desfavorável, os pais devem<br />

ser advertidos <strong>da</strong> possível necessi<strong>da</strong>de de<br />

cirurgia posterior, ain<strong>da</strong> que a fase inicial<br />

do tratamento tenha sido bem sucedi<strong>da</strong> 43 .<br />

Análise frontal e do perfil<br />

Não obstante seja padroniza<strong>da</strong> a análise<br />

do perfil em norma lateral, deve-se<br />

considerar que o paciente se observa ao<br />

espelho em uma visão frontal. Por este<br />

motivo, a análise frontal é de suma<br />

importância, pois registra as alterações do<br />

equilíbrio entre os terços faciais, bem como<br />

as assimetrias 3,43,48 .<br />

Análise radiográfica<br />

Todo diagnóstico deve ser precedido<br />

por análises radiográficas em normas<br />

lateral e frontal, radiografias<br />

ortopantomográficas e periapicais. As<br />

análises cefalométricas tradicionais devem<br />

ser complementa<strong>da</strong>s pela<br />

avaliação WITS 24,25,25,43 (Fig. 1), ótima<br />

para avaliar a relação ântero-posterior<br />

entre as bases ósseas, ou pela<br />

análise de MC NAMARA JR 32 , que<br />

atenta para a proporcionali<strong>da</strong>de entre<br />

as bases ósseas. Porém, as análises<br />

cefalométricas devem ser<br />

individualiza<strong>da</strong>s para ca<strong>da</strong> caso. Como<br />

exemplo, alguns pacientes com<br />

prognatismo mandibular apresentam<br />

um pogônio considerável, necessitando,<br />

além do reposicionamento mandibular,<br />

uma mentoplastia. Outros, com<br />

apinhamento ântero-inferior grave e<br />

uma condição periodontal de suporte<br />

comprometi<strong>da</strong>, requisitam exodontias<br />

de segundos pré-molares para resolver<br />

o apinhamento, evitando uma retração<br />

anterior excessiva 23,43 .<br />

Musculatura e Articulação<br />

Temporomandibular<br />

Atualmente, um diagnóstico bem<br />

realizado deve contar com a avaliação<br />

dos músculos mastigatórios, bem como<br />

<strong>da</strong> ATM. Alguns casos cirúrgicos podem<br />

suscitar exames adicionais, como a<br />

tomografia, ou mesmo a pantografia,<br />

para a detecção de alguma<br />

anormali<strong>da</strong>de local <strong>da</strong> articulação, bem<br />

como de algum distúrbio funcional<br />

12,25,27,35,43,44 .<br />

Compreensão de pacientes e/ou pais<br />

Deve-se comunicar ao paciente e/ou<br />

aos seus pais, quanto ao problema esquelético<br />

que ele apresenta, mesmo que<br />

a consulta tenha sido solicita<strong>da</strong> somente<br />

por um problema de apinhamento ânteroinferior.<br />

Se o paciente não deseja se<br />

submeter a uma intervenção cirúrgica, o<br />

profissional deve ponderar muito bem<br />

os riscos e benefícios de um tratamento<br />

ortodôntico nessas condições. A<br />

finalização pode não ser adequa<strong>da</strong> e, talvez,<br />

o tratamento não seja o mais aconselhado,<br />

podendo acarretar problemas<br />

futuros. 23,25,43 .<br />

REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA MAXILAR VOLUME 2, Nº 6<br />

NOVEMBRO / DEZEMBRO - 1997 13


ANÁLISE CEFALOMÉTRICA<br />

Para o planejamento de uma cirurgia<br />

ortognática, é fun<strong>da</strong>mental determinar a<br />

extensão <strong>da</strong> anomalia, bem como<br />

identificar qual <strong>da</strong>s bases ósseas, ou<br />

ambas, seja a responsável pelo problema.<br />

No caso específico <strong>da</strong> <strong>Classe</strong> <strong>III</strong>,<br />

pode-se ter uma mandíbula avança<strong>da</strong>,<br />

uma maxila retroposta, ou uma combinação<br />

de ambos 14 .<br />

Os métodos cefalométricos tradicionais<br />

utilizam como referência um plano<br />

localizado na base do crânio, o Sela-Násio,<br />

relacionando-o com a maxila e a<br />

mandíbula, originando os ângulos SNA e<br />

SNB. Para um ângulo mandibular normal,<br />

o valor de SNB é estimado em 80º, sendo<br />

maior ou menor nos casos de prognatismo<br />

ou retrognatismo, respectivamente 34 .<br />

A diferença entre as medi<strong>da</strong>s dos ângulos<br />

SNA e SNB, o ângulo ANB, representa<br />

o grau de displasia ântero-posterior<br />

<strong>da</strong>s bases ósseas. O valor de ANB para<br />

jovens com oclusão normal é de 2º. Leituras<br />

abaixo desse valor sugerem<br />

displasias de <strong>Classe</strong> <strong>III</strong>. Para os casos cirúrgicos,<br />

porém, é conveniente utilizar<br />

um método de análise que relacione somente<br />

as bases ósseas entre si, pois sabese<br />

que a inclinação <strong>da</strong> base do crânio<br />

pode influenciar na interpretação real dos<br />

ângulos que determinam o posicionamento<br />

<strong>da</strong> maxila e <strong>da</strong> mandíbula. A avaliação<br />

Wits 24 transfere para o plano oclusal<br />

funcional do paciente (máxima intercuspi<strong>da</strong>ção),<br />

projeções perpendiculares dos<br />

pontos A e B. Nas <strong>Classe</strong>s <strong>III</strong> , a leitura<br />

desses ângulos é negativa, com o ponto B<br />

(mandibular), localizado à frente do ponto<br />

A (maxilar). (Fig. 1).<br />

A análise desenvolvi<strong>da</strong> por<br />

MCNAMARA JR 32 também relaciona as<br />

bases óseas entre si. Tomando como referência,<br />

um comprimento normal para<br />

a maxila, pode-se determinar se a mandíbula<br />

apresenta um comprimento normal,<br />

menor ou maior, como o que se espera<br />

nos casos com prognatismo mandibular.<br />

Porém, se a maxila demonstra valores<br />

menores que os normais, deve-se considerar<br />

uma retroposição maxilar,e, neste<br />

caso o seu posicionamento cefalométrico<br />

deve ser corrigido até uma posição ideal,<br />

para que se obtenha um valor proporci-<br />

onal para a mandíbula. A determinação<br />

<strong>da</strong> dimensão vertical também deve ser<br />

executa<strong>da</strong> pois, se a altura facial inferior<br />

estiver aumenta<strong>da</strong>, é bem provável que<br />

esteja ocorrendo um mascaramento <strong>da</strong><br />

totali<strong>da</strong>de do prognatismo, com um deslocamento<br />

<strong>da</strong> mandíbula no sentido horário.<br />

Também para aprimorar o diagnóstico,<br />

uma linha partindo do ponto N e<br />

perpendicular ao plano horizontal de<br />

Frankfort, pode ser utiliza<strong>da</strong> como plano<br />

de referência, permitindo melhor observação<br />

<strong>da</strong>s discrepâncias existentes.<br />

Porém, embora as análises de tecido<br />

ósseo sejam suficientes para identificar<br />

a natureza <strong>da</strong> discrepância, são incompletas<br />

quando se desejam informações<br />

sobre a morfologia e as proporções<br />

faciais e estéticas. O tegumento mole<br />

que recobre os ossos apresenta uma<br />

significativa variação em espessura, dependendo<br />

diretamente <strong>da</strong> posição e <strong>da</strong><br />

dimensão <strong>da</strong>s estruturas ósseas e dentárias.<br />

Como resultado, as mensurações<br />

realiza<strong>da</strong>s em tecido duro podem diferir<br />

consideravelmente <strong>da</strong>s características<br />

que o paciente apresenta, com relação<br />

ao tecido mole. Dentre as regiões<br />

críticas e passíveis destas alterações,<br />

destacam-se o ângulo nasolabial, o<br />

mento e os lábios; estes podem se apresentar<br />

mais ou menos protruídos do<br />

que indica a análise cefalométrica,<br />

caso sejam excessivamente espessos ou<br />

delgados.<br />

A análise de tecidos moles proposta<br />

por LEGAN & BURSTONE 30,concede especial<br />

atenção a esses fatores. Dentre os<br />

ângulos descritos em sua análise, destaca-se<br />

o ângulo <strong>da</strong> convexi<strong>da</strong>de facial<br />

(ACF), que relaciona a glabela,<br />

subnasal e pogônio (Fig. 2a). O valor<br />

médio de -11º ± 4º sugere um perfil<br />

facial ideal. À medi<strong>da</strong> que esse ângulo<br />

diminui, aproximando-se de um valor<br />

negativo, o perfil torna-se mais característico<br />

de uma <strong>Classe</strong> <strong>III</strong>. O autor propõe<br />

uma linha perpendicular ao plano<br />

horizontal, desde a glabela, relacionando-a<br />

com a maxila e a mandíbula (Fig.<br />

2b). Mede-se a distância entre o ponto<br />

subnasal e a linha vertical, paralelamente<br />

ao plano horizontal. Um número negativo<br />

sugere retrusão maxilar. A posi-<br />

Figura 1 - Análise de Wits e as projeções<br />

perpendiculares dos pontos A e B sobre o<br />

plano oclusal funcional.<br />

ção <strong>da</strong> mandíbula também é avalia<strong>da</strong>,<br />

medindo a distância entre o pogônio e a<br />

linha vertical, e à medi<strong>da</strong> que o<br />

prognatismo se torna mais evidente,<br />

maior valor se espera dessa distância.<br />

Uma medi<strong>da</strong> importante também proposta<br />

pelo autor é o ângulo inferior <strong>da</strong><br />

face, formado pela intersecção <strong>da</strong>s linhas<br />

Sn-Gn e Gn-C (Fig. 2c ). A avaliação deste<br />

ângulo proporciona um bom planejamento<br />

<strong>da</strong>s correções de displasias<br />

ântero-posteriores. Um ângulo obtuso<br />

adverte o clínico para não utilizar procedimentos<br />

que reduzam a proeminência do<br />

mento. Nesse caso, não devem ser realiza<strong>da</strong>s<br />

reduções de mandíbula e sim<br />

protrações de maxila ou cirurgias mandibulares<br />

subapicais. O mesmo ocorre para<br />

pacientes que apresentam uma distância<br />

reduzi<strong>da</strong> entre Pg e C, que exibem uma<br />

mandíbula clinicamente pequena.<br />

Dentre os diversos pontos observados<br />

por ARNETT 3 em sua análise facial, o<br />

rebordo orbitário e o contorno <strong>da</strong> bochecha<br />

visam facilitar o diagnóstico diferencial<br />

entre retrognatismo maxilar e<br />

prognatismo mandibular. O globo ocular<br />

é, normalmente, posicionado 2 a 4 mm à<br />

frente do rebordo orbitário (Fig. 3); uma<br />

distância maior sugere uma maxila<br />

retroposta. Quanto mais posterior a posição<br />

maxilar, mais plano se mostra o contorno<br />

<strong>da</strong> bochecha (Fig. 3).<br />

REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA MAXILAR VOLUME 2, Nº 6<br />

NOVEMBRO / DEZEMBRO - 1997 14


Outro fator importante de sua análise<br />

3 , relaciona o comprimento do lábio à<br />

exposição gengival. Um “sorriso<br />

gengivoso”, não deve ser tratado à custa<br />

<strong>da</strong> subexposição dos incisivos, o que acarreta<br />

em um envelhecimento precoce <strong>da</strong><br />

face. Deve-se, também, analisar as proporções<br />

faciais do paciente em repouso<br />

de modo a poder identificar um lábio<br />

anatomicamente curto (Fig. 4).<br />

POSIÇÃO DO LÁBIO<br />

O ângulo nasolabial 30 também é uma<br />

medi<strong>da</strong> imprescindível para uma avaliação<br />

estética adequa<strong>da</strong> (Fig. 5a). Um ângulo<br />

nasolabial obtuso sugere algum grau de<br />

hipoplasia maxilar, requisitando como<br />

tratamento, o avanço maxilar ou a<br />

proclinação dos incisivos superiores<br />

4,5,16,30,32,45. Com relação ao lábio inferior,<br />

avalia-se o sulco labiomental, medindo a<br />

profundi<strong>da</strong>de do sulco à linha Li-Pg,<br />

considerando como normal um valor<br />

aproximado de 4 mm (Fig. 5b). Nos casos<br />

com prognatismo mandibular, geralmente<br />

esse valor é reduzido e uma mentoplastia<br />

por adição pode auxiliar no<br />

aprofun<strong>da</strong>mento desse sulco. Deve ser<br />

avaliado também o espaço interlabial, pois<br />

um paciente que apresenta um aumento do<br />

terço inferior <strong>da</strong> face e um espaço<br />

Figura 2 - A. Ângulo <strong>da</strong> convexi<strong>da</strong>de facial. B. Posição <strong>da</strong> maxila e <strong>da</strong> mandíbula em relação à perpendicular ao plano horizontal. C. Ângulo<br />

inferior <strong>da</strong> face.<br />

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NOVEMBRO / DEZEMBRO - 1997 15


A<br />

Figura 3 - A- a projeção do rebordo orbitário, medi<strong>da</strong> em relação ao globo ocular.<br />

B- comumente plano nos casos de atresia maxilar, o contorno <strong>da</strong> bochecha mostrase<br />

interrompido na altura do lábio superior, quando está também envolvido o<br />

prognatismo mandibular.<br />

Figura 4 - com os lábios em repouso, observar a exposição do incisivo e as proporções entre<br />

as subdivisões do terço inferior. O lábio superior corresponde à metade do comprimento do<br />

lábio inferior.<br />

interlabial aumentado, pode requerer<br />

adicionalmente, reduções no sentido<br />

vertical.<br />

As análises do perfil mole associam a<br />

correção <strong>da</strong> displasia esquelética com a<br />

conquista do equilíbrio facial, bem como<br />

o alcance dos objetivos estéticos e<br />

satisfatórios para o paciente. Entretanto,<br />

a estética facial e o equilíbrio harmônico<br />

são fatores de determinação subjetiva,<br />

culturalmente dependentes, advindos de<br />

padrões familiares e não devem obedecer<br />

simplesmente às medi<strong>da</strong>s impostas<br />

B<br />

pelas avaliações utiliza<strong>da</strong>s como auxiliares<br />

dos planejamentos.<br />

O USO DA MENTONEIRA<br />

A pressão exerci<strong>da</strong> contra o mento<br />

pela mentoneira foi um dos primeiros<br />

intentos para se interceptar o crescimento<br />

mandibular excessivo. NORMAN<br />

KINGSLEY 28, na última déca<strong>da</strong> do século<br />

19, idealizou a aplicação <strong>da</strong> força<br />

extrabucal para resolver os problemas<br />

esqueléticos. Contudo, esta terapia para<br />

o prognatismo mandibular não foi total-<br />

mente aceita inicialmente, pois acreditava-se<br />

que a interceptação não conseguisse<br />

controlar totalmente o crescimento<br />

mandibular. Somente após a II Guerra<br />

Mundial, o uso de forças extrabucais<br />

despertaram novamente para a utilização<br />

<strong>da</strong>s mentoneiras para a correção <strong>da</strong>s<br />

<strong>Classe</strong> <strong>III</strong> 5.<br />

A dinâmica <strong>da</strong> mentoneira pressupõe<br />

o controle do crescimento mandibular<br />

por uma força aplica<strong>da</strong> no centro de crescimento<br />

condilar <strong>da</strong> mandíbula. A força<br />

exerci<strong>da</strong> nas direções superior e posterior,<br />

realiza uma aparente oposição aos<br />

vetores anterior e inferior do crescimento<br />

mandibular, embora estudos confirmem<br />

que a magnitude desse controle do<br />

crescimento seja pouco significante<br />

9,12,13,14,17,22,26,,38,41 . O que realmente se<br />

sabe, é que a mentoneira exerce uma<br />

excelente função no redirecionamento<br />

do crescimento mandibular, alterando<br />

seus vetores para os sentidos posterior e<br />

inferior, promovendo um aumento do<br />

terço inferior <strong>da</strong> face . Com essa característica,<br />

a contra-indicação para o uso <strong>da</strong><br />

mentoneira restringe-se aos casos de jovens<br />

que apresentam uma altura facial<br />

inferior aumenta<strong>da</strong> .<br />

A terapia interceptora com a<br />

mentoneira não pode ser considera<strong>da</strong><br />

como definitiva para resolver precocemente<br />

todos os casos com prognatismo<br />

mandibular. Sabe-se, porém, que seus<br />

efeitos podem minimizar algumas<br />

características do problema, e ain<strong>da</strong>, em<br />

alguns casos, produzir resultados estéticos<br />

satisfatórios, quando o tratamento é<br />

realizado em i<strong>da</strong>de precoce e bem<br />

conduzido 9,13,18,34,41 .<br />

MECÂNICA ORTODÔNTICA PRÉ-<br />

CIRÚRGICA<br />

Nos estágios iniciais do tratamento, a<br />

mecânica ortodôntica pré-cirúrgica apresenta<br />

objetivos similares aos <strong>da</strong> mecânica<br />

convencional, como: correção <strong>da</strong>s<br />

deficiências de comprimento dos arcos,<br />

eliminação de rotações e demais procedimentos<br />

envolvidos durante a fase de<br />

nivelamento. Porém, um caso considerado<br />

cirúrgico deve, desde o início, seguir um<br />

planejamento adequado. Pode ser<br />

extremamente frustrante, envi<strong>da</strong>r os<br />

REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA MAXILAR VOLUME 2, Nº 6<br />

NOVEMBRO / DEZEMBRO - 1997 16


Figura 5 - A- Ângulo nasolabial. B- Sulco labiomental.<br />

melhores esforços para o tratamento de<br />

um caso cirúrgico exclusivamente com<br />

ortodontia, e, não obtendo sucesso,<br />

recorrer à terapia cirúrgica como segun<strong>da</strong><br />

alternativa.<br />

Para a consecução dos objetivos, os<br />

dentes superiores e inferiores devem estar<br />

bem posicionados em suas bases ósseas,<br />

portanto, devem ser elimina<strong>da</strong>s as<br />

compensações dentárias comuns como:<br />

incisivos inferiores retroinclinados e ou<br />

incisivos superiores inclinados para vestibular.<br />

Com a descompensação e o conseqüente<br />

agravamento do quadro <strong>da</strong> má<br />

oclusão, a anomalia revela-se em sua totali<strong>da</strong>de,<br />

ensejando uma correção<br />

esquelética satisfatória. Estudos recentes<br />

evidenciam que um bom<br />

reposicionamento <strong>da</strong>s bases ósseas consegue-se<br />

às expensas <strong>da</strong> remoção de to<strong>da</strong>s<br />

as compensações dentárias existentes<br />

5,23,30,43,45 .<br />

Quando há uma discrepância de modelo<br />

significativa, recorrem-se às extrações.<br />

Deve-se, porém, atentar que, ao<br />

serem extraídos elementos dentários do<br />

arco inferior, obtém-se uma relação<br />

molar de <strong>Classe</strong> <strong>III</strong>, mas uma relação de<br />

caninos de <strong>Classe</strong> I, o que reduz a quanti<strong>da</strong>de<br />

de retrusão mandibular no ato cirúrgico.<br />

Portanto, para alguns casos, re-<br />

comen<strong>da</strong>-se também a extração de dentes<br />

no arco superior, possibilitando uma<br />

maior retrusão mandibular cirúrgica.<br />

Com a extração de dois pré-molares superiores,<br />

obtém-se, ao final do tratamento,<br />

uma relação de molares de <strong>Classe</strong> II e<br />

de caninos de <strong>Classe</strong> I. Por esse aspecto,<br />

o planejamento deve ser meticuloso e<br />

conciso pois, extraindo-se dentes inferiores<br />

para uma terapia exclusivamente<br />

ortodôntica, coloca-se em risco o sucesso<br />

de uma terapia cirúrgica posterior 23,45 .<br />

Outro fator característico <strong>da</strong>s <strong>Classe</strong>s<br />

<strong>III</strong> concerne ao relacionamento transversal<br />

dos arcos. Muitas vezes se observa<br />

uma mordi<strong>da</strong> cruza<strong>da</strong> posterior no paciente<br />

e quando se articulam seus modelos<br />

de gesso, verifica-se um bom relacionamento<br />

transversal entre as bases. A<br />

inobservância dessa condição pode resultar<br />

numa expansão maxilar desnecessária.<br />

Por outro lado, nos casos com<br />

atresia maxilar, onde se faz necessária a<br />

expansão, devem ser observados cui<strong>da</strong>dosamente<br />

alguns detalhes, como por<br />

exemplo a condição periodontal <strong>da</strong> face<br />

vestibular <strong>da</strong> maxila. Caso sejam observa<strong>da</strong>s<br />

recessões gengivais, devem ser evita<strong>da</strong>s<br />

as manobras mecânicas de expansão,<br />

devendo esta etapa do tratamento<br />

constar do planejamento cirúrgico 4,23 .<br />

Assim que sejam alcançados os<br />

objetivos ortodônticos do tratamento, o<br />

profissional deve manter os arcos finais<br />

por um período mínimo de 4 a 6 semanas<br />

antes <strong>da</strong> toma<strong>da</strong> de novas radiografias.<br />

Só assim poderá estar seguro de que<br />

foi manifestado todo o potencial de movimentação<br />

dos arcos e que não ocorreu<br />

alteração desde a toma<strong>da</strong> dos últimos<br />

registros. Modelos precisos são confeccionados,<br />

para a cirurgia de modelos e<br />

para a confecção do guia cirúrgico. Estes<br />

modelos são montados em articulador,<br />

com as devi<strong>da</strong>s toma<strong>da</strong>s de arco facial de<br />

registros, em cera. Somente desta maneira<br />

pode ser realiza<strong>da</strong> uma cirurgia de<br />

modelos simulando os movimentos necessários.<br />

Após esta etapa, e determina<strong>da</strong>s<br />

as dimensões dos procedimentos cirúrgicos,<br />

deve-se analisar a oclusão proposta<br />

e incluir qualquer alteração necessária,<br />

considerando-se que após a cirurgia<br />

é prudente que pouca ou nenhuma<br />

movimentação ortodôntica seja requisita<strong>da</strong><br />

4,10,14,23 .<br />

CIRURGIA EM MODELOS<br />

A razão básica para se realizar a cirurgia<br />

em modelos é determinar se o procedimento<br />

cirúrgico indicado produzirá<br />

um relacionamento oclusal adequado, ou<br />

pelo menos, que a mecânica realiza<strong>da</strong> no<br />

pós-cirúrgico o produza. Se uma boa<br />

oclusão dos modelos não for obti<strong>da</strong>, o<br />

ortodontista deve planejar as<br />

movimentações dentárias que ain<strong>da</strong> devem<br />

ser realiza<strong>da</strong>s ortodonticamente, antes <strong>da</strong><br />

cirurgia.<br />

Há, basicamente, dois tipos de cirurgia<br />

que são planeja<strong>da</strong>s com os<br />

modelos, a cirurgia com deslocamento<br />

de todo o arco, e a segmenta<strong>da</strong>. A<br />

cirurgia com deslocamento total do<br />

arco, pode ser realiza<strong>da</strong> ocluindo<br />

manualmente os modelos, até uma<br />

posição de melhor relação dentária<br />

possível, ou pela montagem em um<br />

articulador simples. Já a cirurgia segmenta<strong>da</strong><br />

requer maiores cui<strong>da</strong>dos, a<br />

começar pela fideli<strong>da</strong>de <strong>da</strong> reprodução<br />

dos modelos. A quanti<strong>da</strong>de de movimentação<br />

realiza<strong>da</strong> no ato cirúrgico,<br />

bem como os locais eleitos para as<br />

osteotomias, vão ser determinados por este<br />

REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA MAXILAR VOLUME 2, Nº 6<br />

NOVEMBRO / DEZEMBRO - 1997 17


procedimento laboratorial. Portanto, é<br />

imprescindível que o próprio cirurgião<br />

realize essa etapa do planejamento 4,23 .<br />

Ao final <strong>da</strong> cirurgia nos modelos, quando<br />

estiverem determina<strong>da</strong>s as alterações a<br />

serem realiza<strong>da</strong>s e a posição final dos arcos,<br />

um guia cirúrgico deve ser construído, em<br />

acrílico, para reproduzir durante o ato<br />

cirúrgico, a relação interarcos planeja<strong>da</strong>.<br />

Este guia deve se apresentar o mais delgado<br />

possível, sendo também utilizado como<br />

contenção, durante a fixação pós-cirúrgica<br />

4,10,23 .<br />

TÉCNICAS CIRÚRGICAS 5<br />

A eleição <strong>da</strong> técnica apropria<strong>da</strong> e dos<br />

locais <strong>da</strong>s osteotomias depende <strong>da</strong> extensão<br />

<strong>da</strong> deformi<strong>da</strong>de, <strong>da</strong> quanti<strong>da</strong>de de<br />

correção esquelética necessária e <strong>da</strong>s alterações<br />

estéticas requisita<strong>da</strong>s.<br />

A técnica mandibular intrabucal mais<br />

utiliza<strong>da</strong> é a osteotomia sagital com separação<br />

do ramo. Em alguns casos específicos,<br />

a ostectomia de corpo e a<br />

osteotomia subapical são indica<strong>da</strong>s.<br />

OSTEOTOMIA SAGITAL POR SEPA-<br />

RAÇÃO DO RAMO (Fig. 6 )<br />

Indica<strong>da</strong> para quando se desejam<br />

grandes alterações bidimensionais para a<br />

correção de problemas esqueléticos<br />

mandibulares. Quando são planeja<strong>da</strong>s<br />

correções verticais e ântero-posteriores , a<br />

osteotomia sagital promove um maior<br />

contato ósseo, contribuindo sobremaneira<br />

para a estabilização dos segmentos.<br />

Resultados semelhantes também são obtidos<br />

com a osteotomia vertical, ficando a opção<br />

a cargo do cirurgião. Nas cirurgias com<br />

separação dos ramos, deve-se atentar para<br />

a posição dos côndilos em relação às<br />

cavi<strong>da</strong>des glenóides, que devem estar<br />

centrados. É importante ressaltar que, uma<br />

posição força<strong>da</strong> dos côndilos para posterior<br />

pode recidivar para uma relação esquelética<br />

de <strong>Classe</strong> <strong>III</strong>.<br />

OSTECTOMIA DE CORPO<br />

Esta mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de de técnica cirúrgica<br />

é geralmente indica<strong>da</strong> quando se deseja<br />

uma pequena redução mandibular, não<br />

mais que o espaço de um dente. Também<br />

é recomen<strong>da</strong><strong>da</strong> nos casos em que os<br />

locais eleitos para as modificações situ-<br />

Figura 6 - Osteotomia sagital por separação do ramo.<br />

am-se nas regiões anteriores ao local <strong>da</strong><br />

ostectomia, quando não se deseja alterar<br />

a relação oclusal.<br />

Ostectomia em “V”, “Y” ou retangular<br />

As ostectomias em “V” ou “Y” são<br />

indica<strong>da</strong>s para os casos de mordi<strong>da</strong> aberta<br />

anterior resultante de uma reversão<br />

excessiva <strong>da</strong> Curva de Spee no arco inferior,<br />

e quando não estão planejados procedimentos<br />

cirúrgicos maxilares (Fig. 7a).<br />

Já a ostectomia retangular promove um<br />

melhor fechamento de mordi<strong>da</strong> quando<br />

a mordi<strong>da</strong> aberta é resultante de degrau<br />

no plano oclusal inferior (Fig. 7b ).<br />

OSTEOTOMIA SUBAPICAL (Fig. 8)<br />

Pode ser efetua<strong>da</strong> quando a<br />

protrusão mandibular localiza-se, quase<br />

que exclusivamente, em sua porção<br />

alveolar anterior, com ocasional mordi<strong>da</strong><br />

cruza<strong>da</strong> anterior, porém, sem qualquer<br />

tipo de cruzamento lateral. É importante<br />

que as relações dentárias na região<br />

posterior sejam satisfatórias. Geralmente,<br />

a estética pode estar discretamente<br />

comprometi<strong>da</strong> pela ausência de profundi<strong>da</strong>de<br />

de sulco labiomentoniano.<br />

Cirurgia de Le Fort I (Fig. 9)<br />

Nas <strong>Classe</strong>s <strong>III</strong>, quando a redução<br />

mandibular não favorece uma estética<br />

aceitável, e que o terço médio <strong>da</strong> face<br />

encontra-se retruído, ou mesmo quando<br />

há uma deficiência maxilar associa<strong>da</strong> à<br />

protrusão mandibular, são requisitados<br />

procedimentos para o avanço maxilar. É,<br />

também aplica<strong>da</strong>, quando se deseja reduzir<br />

o excesso alveolar maxilar, contribuindo<br />

para a redução <strong>da</strong> exposição<br />

gengival (excesso alveolar anterior), para<br />

a correção do plano oclusal inclinado nas<br />

mordi<strong>da</strong>s abertas (excesso alveolar<br />

posterior), ou quando ocorra uma<br />

combinação de ambos.<br />

A cirurgia de Le Fort I desloca totalmente<br />

a maxila, quando não se exige expansão<br />

posterior, podendo ser realiza<strong>da</strong><br />

por segmentações, para a correção de<br />

mordi<strong>da</strong>s cruza<strong>da</strong>s ou abertas. A cirurgia<br />

segmenta<strong>da</strong> deve ser cui<strong>da</strong>dosamente<br />

planeja<strong>da</strong>, pois, nos locais eleitos para as<br />

osteotomias, deve-se contar com um<br />

paralelismo radicular ideal, para evitar o<br />

comprometimento <strong>da</strong>s raízes, durante o ato<br />

cirúrgico .<br />

FIXAÇÃO E CONTENÇÃO<br />

Antes <strong>da</strong> fixação, deve-se certificar que<br />

os côndilos encontram-se bem<br />

posicionados na cavi<strong>da</strong>de glenóide, isto é,<br />

numa posição de repouso, não força<strong>da</strong>.<br />

Uma posição força<strong>da</strong> dos côndilos nos<br />

sentidos posterior e superior, pode<br />

ocasionar uma recidiva imediata nas<br />

direções opostas.<br />

A mandíbula apresenta uma forte tendência<br />

de rotação em direção posterior e<br />

inferior durante a fixação, como efeito<br />

secundário às forças exerci<strong>da</strong>s pela musculatura.<br />

A maioria <strong>da</strong>s recidivas ocorre nos<br />

casos em que a mandíbula é movi<strong>da</strong> no<br />

REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA MAXILAR VOLUME 2, Nº 6<br />

NOVEMBRO / DEZEMBRO - 1997 18


Figura 7 - A- Ostectomia em “V” e “Y”. B- Ostectomia retangular.<br />

Figura 8 - Osteotomia subapical.<br />

sentido anti-horário, após a osteotomia do<br />

ramo. Para evitar este inconveniente, o<br />

planejamento deve evitar esta manobra e<br />

ain<strong>da</strong> incluir alguma sobrecorreção, bem<br />

como deve ser confeccionado um guia cirúrgico<br />

delgado, para assegurar uma<br />

melhor posição <strong>da</strong> mandíbula,<br />

minimizando o efeito <strong>da</strong>s interferências<br />

oclusais 4,18,22,31,43,46 .<br />

Após a fase de contenção pós cirúrgica,<br />

a terapia ortodôntica é retoma<strong>da</strong> para<br />

a finalização do caso, que geralmente<br />

consiste em procedimentos de intercuspi<strong>da</strong>ção<br />

10 . O uso de elásticos de <strong>Classe</strong> <strong>III</strong> é<br />

de grande valia nesta etapa, pois controla<br />

o efeito de recidiva <strong>da</strong> relação interarcos,<br />

além de assegurar uma adequa<strong>da</strong> posição<br />

<strong>da</strong> mandíbula, em oposição à sua tendência<br />

de rotação 23,29 .<br />

CASO CLÍNICO<br />

A paciente C. O., com 20 anos de i<strong>da</strong>de,<br />

procurou o tratamento ortodôntico, com as<br />

seguintes queixas: má oclusão, exposição<br />

gengival excessiva ao sorrir e estética facial<br />

desagradável. Ao exame clínico, constatouse<br />

uma <strong>Classe</strong> <strong>III</strong>, com mordi<strong>da</strong> cruza<strong>da</strong>,<br />

exposição gengival de 6mm, 4 mm de<br />

apinhamento ântero-inferior e 4 mm de<br />

sobressaliência negativa. Esteticamente, o<br />

perfil prognata associava-se à incompetência<br />

labial superior e à deficiência do terço<br />

médio facial. ( Fig. 10 )<br />

Figura 9 - Cirurgia maxilar tipo Le Fort 1.<br />

REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA MAXILAR VOLUME 2, Nº 6<br />

NOVEMBRO / DEZEMBRO - 1997 19


DIAGNÓSTICO<br />

Cefalometricamente, apresentava um<br />

padrão esquelético vertical, classificado,<br />

pelo índice de Vert, como dolicofacial<br />

suave. A <strong>Classe</strong> <strong>III</strong> resultou de uma<br />

retroposição maxilar com um discreto<br />

prognatismo mandibular. A mordi<strong>da</strong><br />

aberta esquelética, associa<strong>da</strong> à exposição<br />

gengival excessiva, denotavam um<br />

excesso alveolar <strong>da</strong> maxila.<br />

OBJETIVOS DO TRATAMENTO<br />

Os objetivos do tratamento<br />

visavam a<br />

1 - Correção do prognatismo mandibular,<br />

<strong>da</strong> retrusão do terço médio <strong>da</strong><br />

face e do perfil mole.<br />

2 - Correção <strong>da</strong> mordi<strong>da</strong> aberta<br />

esquelética e do excesso vertical<br />

maxilar.<br />

3 - Obtenção de um ve<strong>da</strong>mento<br />

labial passivo e de uma estética<br />

agradável.<br />

4 - Aquisição de uma oclusão mu-<br />

Figura 10 - fotos extra e intrabucais iniciais.<br />

tuamente protegi<strong>da</strong> e uma relação<br />

estável de <strong>Classe</strong> I, manti<strong>da</strong> em relação<br />

cêntrica.<br />

5 - Consecução dos objetivos funcionais<br />

neuromusculares, e a<br />

6 - Obtenção <strong>da</strong> estabili<strong>da</strong>de póstratamento.<br />

PLANO DE TRATAMENTO<br />

Para atingir os objetivos do tratamento,<br />

foi necessária a interação com<br />

o tratamento cirúrgico. Os<br />

procedimentos ortodônticos anteriores<br />

à cirurgia, constituíram-se,<br />

principalmente, de alinhamento e<br />

nivelamento dos arcos, com o principal<br />

objetivo de eliminar totalmente as<br />

compensações (Fig. 11). O apinhamento<br />

ântero-inferior foi corrigido pela<br />

inclinação dos incisivos para vestibular<br />

(descompensação) e pela correção <strong>da</strong>s<br />

giroversões excessivas dos segundos<br />

pré-molares. A duração <strong>da</strong> fase précirúrgica<br />

foi de 14 meses. Não foram<br />

requisita<strong>da</strong>s extrações dentárias.<br />

Concluí<strong>da</strong> esta fase, nova<br />

documentação foi realiza<strong>da</strong>, incluindo<br />

a montagem em articulador e a<br />

pantografia. Cirurgicamente, a maxila<br />

foi impacta<strong>da</strong> pela técnica de Le Fort<br />

I, em 6 mm na região anterior e 4 mm<br />

na posterior, além de avança<strong>da</strong> 7 mm.<br />

A mandíbula foi reduzi<strong>da</strong> 7 mm, por<br />

osteotomia sagital. A fixação rígi<strong>da</strong> foi<br />

manti<strong>da</strong> por 50 dias. A fase pós-cirúrgica<br />

constituiu-se de<br />

procedimentos de intercuspi<strong>da</strong>ção e<br />

de terapia com elásticos de <strong>Classe</strong> <strong>III</strong>.<br />

Após a remoção do aparelho, foram<br />

utiliza<strong>da</strong>s placas de Hawley como<br />

contenção superior e inferior por 12<br />

meses de uso diuturno e 24 meses de<br />

uso noturno. Adicionalmente, foram<br />

colados segmentos flexíveis de arco<br />

nos primeiros e segundos pré-molares<br />

inferiores de ambos os lados, como<br />

contenção <strong>da</strong>s giroversões corrigi<strong>da</strong>s<br />

(Fig. 12).<br />

REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA MAXILAR VOLUME 2, Nº 6<br />

NOVEMBRO / DEZEMBRO - 1997 20


Figura 11 - fase pré-cirúrgica. Observar as descompensações dentárias.<br />

Figura 12 - fotos extra e intrabucais ao final do tratamento.<br />

REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA MAXILAR VOLUME 2, Nº 6<br />

NOVEMBRO / DEZEMBRO - 1997 21


CONCLUSÃO<br />

Parece lícito concluir que:<br />

a) Mesmo nos casos que apresentam<br />

características genéticas hereditárias e<br />

raciais marcantes, a interceptação precoce<br />

é aconselha<strong>da</strong>. A protração <strong>da</strong> maxila<br />

nos casos de atresia maxilar e o uso<br />

<strong>da</strong> mentoneira, em alguns casos de<br />

prognatismo mandibular, pode modificar<br />

os vetores de crescimento, minimizando<br />

os problemas advindos <strong>da</strong> anomalia e<br />

obtendo resultados estéticos aceitáveis.<br />

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Orthod Dentofac Orthop, v. 53, n. 4,<br />

p. 262-84, 1967.<br />

b) As <strong>Classe</strong>s <strong>III</strong> não decorrem somente<br />

<strong>da</strong> protrusão mandibular; muitas vezes são<br />

resultantes <strong>da</strong> atresia maxilar. O<br />

planejamento cirúrgico, portanto, deve ser<br />

extremamente minucioso, para se evitar<br />

resultados estéticos desagradáveis.<br />

c) As medi<strong>da</strong>s cefalométricas, embora<br />

de grande utili<strong>da</strong>de, não constituem o único<br />

meio de diagnóstico para um planejamento<br />

cirúrgico adequado. Devem ser realiza<strong>da</strong>s<br />

análises de perfil mole, bem como uma<br />

cui<strong>da</strong>dosa observação clínica do paciente.<br />

09 - CAMPBELL, P. M. The dilemma of class<br />

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Orthod, v. 53, n. 3, p. 175-91,<br />

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11- CAPELOZZA FILHO, L. et al.<br />

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planning (II). J Clin Orthod, v. 12,<br />

p. 835-46, 1979.<br />

d) A opção por um tratamento cirúrgico<br />

deve ser concisa desde o início, pois a<br />

indicação ou não de extrações e a mecânica<br />

eleita, podem diferir <strong>da</strong>s realiza<strong>da</strong>s nos<br />

casos tratados exclusivamente com terapia<br />

ortodôntica.<br />

e) É imprescindível que o planejamento<br />

ortodôntico-cirúrgico, seja resultante de<br />

uma total interação ortodontista-cirurgião,<br />

durante as fases decisivas do tratamento.<br />

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NOVEMBRO / DEZEMBRO - 1997 23

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