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Tecnologia, currículo e projetos - Ministério da Educação

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Vera Lúcia Duarte de Novais*<br />

A escola, como instituição, e os professores, como os principais responsáveis pelo desenvolvimento intelectual<br />

<strong>da</strong>s novas gerações de brasileiros, têm sido alvo de inúmeras críticas, provenientes de vários segmentos<br />

de nossa socie<strong>da</strong>de. A exigência quanto ao desempenho <strong>da</strong> escola é, em grande parte, decorrente <strong>da</strong> premência<br />

que nosso país tem por se desenvolver, avançando na solução de muitos problemas que há muito nos acompanham,<br />

especialmente no que tange à situação de extrema carência em que vivem muitos brasileiros.<br />

Qualquer professor, em busca de ver seus alunos se interessarem pelo que aprendem, para que possam<br />

desenvolver-se do ponto de vista intelectual e pessoal, ao refletir sobre sua ação profissional, percebe com<br />

clareza uma marca desalentadora de seu trabalho cotidiano: o descompasso entre a escola e o mundo exterior,<br />

seja quanto aos recursos didáticos disponíveis, seja quanto às formas pelas quais a escola tem mantido sua<br />

maneira de organizar-se como instituição e, por conseguinte, de li<strong>da</strong>r com o <strong>currículo</strong> escolar, em torno do qual o<br />

ensino, razão primordial de sua própria existência, se desenvolve. Nesse sentido, a escola, como instituição, não<br />

tem sido capaz de garantir a seus alunos a aprendizagem de uma série de conhecimentos básicos e, ao mesmo<br />

tempo, de manter-se conecta<strong>da</strong> ao que ocorre fora de seus muros.<br />

Até algumas déca<strong>da</strong>s atrás, talvez essa característica do trabalho escolar não fosse tão preocupante.<br />

Mas muitas mu<strong>da</strong>nças ocorreram desde então. Por exemplo, há 40 ou 50 anos não seria difícil a um professor<br />

especialista de uma ciência natural – física, química, biologia – que tivesse acesso a uma publicação especializa<strong>da</strong><br />

manter-se relativamente informado sobre os avanços que estavam sendo feitos pelos pesquisadores<br />

de sua área e <strong>da</strong>s possíveis repercussões na vi<strong>da</strong> cotidiana desses novos conhecimentos; ultimamente,<br />

no entanto, isso se torna impensável, pois, tendo em vista a veloci<strong>da</strong>de com que os conhecimentos se<br />

ampliam, é impossível, mesmo a um pesquisador de um desses campos do conhecimento, acompanhar tal<br />

evolução. O que se dirá, então, com relação à apropriação de certo conjunto de conhecimentos de uma área<br />

por uma outra, ou <strong>da</strong>s conseqüências que esses avanços possam ter para a vi<strong>da</strong>, em geral, ou para nosso<br />

país?<br />

Tudo isso nos remete a mu<strong>da</strong>nças importantes no papel <strong>da</strong> escola e do professor, contempla<strong>da</strong>s na LDB/96. 1<br />

Depreende-se desse texto que o objetivo <strong>da</strong> instituição de ensino é preparar seus alunos para que, ao deixarem a<br />

escola básica, sejam capazes de continuar aprendendo continuamente, o que requer de ca<strong>da</strong> um flexibili<strong>da</strong>de para<br />

fazê-lo.<br />

Apesar <strong>da</strong>s dificul<strong>da</strong>des que mencionamos anteriormente, de mu<strong>da</strong>r e de adequar-se ao novo, inerentes à<br />

própria instituição escolar, os educadores brasileiros que hoje atuam em nossas escolas vivem uma época<br />

singular, que lhes permite vislumbrar saí<strong>da</strong>s para vencer o descompasso entre as deman<strong>da</strong>s sociais e suas<br />

efetivas possibili<strong>da</strong>des de ação. Se, de um lado, há inúmeros obstáculos a enfrentar, de outro, é possível capitalizar<br />

os recursos advindos <strong>da</strong>s novas tecnologias de comunicação e informação para reduzir, com rapidez,<br />

inimaginável há poucos anos, a distância entre a escola e as diversas instâncias <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de, viabilizando o<br />

acesso a pesquisas atualiza<strong>da</strong>s e a informações de natureza diversa, provenientes dos mais variados locais do<br />

mundo.<br />

Essa facili<strong>da</strong>de de acessar informações, graças ao uso <strong>da</strong> Internet, por si só torna viável o contato <strong>da</strong><br />

escola com o mundo exterior. Mas mais importante do que isso é a possibili<strong>da</strong>de que esse recurso traz<br />

para que, com orientação adequa<strong>da</strong> do professor, o aluno se aproprie de conceitos, aprendendo-os<br />

significativamente, não só por poder perceber a importância que eles têm, em um contexto mais amplo,<br />

mas também na medi<strong>da</strong> em que possa entender a relevância que eles possuem do ponto de vista social,<br />

<strong>da</strong>ndo-lhe a oportuni<strong>da</strong>de de desenvolver sua competência de utilizar-se desses conceitos em um novo<br />

contexto.<br />

No sentido de tornar mais claro o exposto, vamos exemplificar, a partir de alguns dos assuntos, o que se<br />

espera que um aluno apren<strong>da</strong> ao estu<strong>da</strong>r química no Ensino Médio.<br />

Assim, no ensino de combustíveis – e <strong>da</strong> reação de combustão como fonte de energia –, pode-se propor que<br />

os alunos pesquisem na rede Internet desde fatos isolados que possam ter sido divulgados há pouco na mídia e<br />

possam ter sensibilizado os alunos (por exemplo, uma explosão – de uma mina de carvão, de um imóvel por<br />

vazamento de gás) até fatos de relevância nacional ou internacional, como é o caso <strong>da</strong> produção de energia a<br />

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