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Farto da mentira
em que, diz,
se viu envolvido,
CARLOS CRUZ
admite já não
esperar nada da vida
“Se não
tivesse
família, já
me teria
suicidado„
O arguido do processo
Casa Pia acaba
de lançar o livro
“Inocente para Além
de Qualquer Dúvida”
Segundo Carlos Cruz, o processo Casa Pia trouxe-lhe a distância de alguns amigos, mas a conquista de outros: “Ganhei
muitos amigos e perdi o convívio com pessoas que pensava que eram meus amigos e que na verdade não eram”
Há nove anos viu o seu nome envolvido
no maior processo de pedofi
lia que já foi julgado em Portugal
e, desde então, nunca mais foi
o mesmo. E isso nota-se no olhar
de Carlos Cruz. Desde que o processo Casa
Pia começou que o seu maior objetivo de vida
é provar a sua inocência. Uma inocência que
reclama como certa e de que procura fazer
prova no seu mais recente livro – “Inocente
para Além de Qualquer Dúvida”. “O livro é
muito claro e qualquer pessoa sem preconceitos,
ao lê-lo, chega à conclusão de que
sou inocente para além de qualquer dúvida.
Nele tenho a versão dos factos e dos não factos,
de uma forma clara, objetiva, sem muitas
adjetivações, para dar ao povo português
a verdade do que se passou. Este é um livro
documental e probatório, com provas a que
o tribunal não quis dar importância”, explica.
Para falar do livro e da sua vida após o
início deste processo, Carlos Cruz aceitou
dar esta entrevista à Lux, onde se mostrou
tal como é, sem máscaras nem artifícios
e com as emoções à fl or da pele.
Lux – É descabido associar o seu nome
a pedofi lia?
Carlos Cruz – É uma monstruosidade. Nunca
violei ninguém, nem psicologicamente.
Sempre fui contra qualquer tipo de violação.
Isto tem outros contornos, que a pouco e
pouco tenho vindo a descobrir graças a muita
gente. Já começo a perceber o que é este
processo, as suas motivações, porque é que
eu estou nele e o que é que este processo
implica como parte de uma estratégia para
outros fi ns. O processo Casa Pia é muito
mais do que um processo de abusos sexuais.
O que se passou é uma coisa sinistra em que o
fator menos importante são os abusos sexuais.
Há outros objetivos – económicos e políticos,
sim. Não tenho a menor dúvida de que este
processo foi inventado em cima de uma frase
da Dra. Teresa Costa Macedo que, para fugir
aos seus próprios problemas, inventou uma rede
de pedofi lia de ricos e poderosos que nunca
existiu. Ela está a mentir desde o primeiro dia.
Lux – Porque é que o seu nome surgiu
então no processo?
C.C. – Porque todos os processos de acusações
de abusos ou falsos abusos, em todo
o mundo, têm no topo uma fi gura muito
mediática, ou na comunidade ou no país,
para os credibilizar. Aqui o raciocínio é: se
prenderam o Carlos Cruz, numa altura em
que eu era a pessoa mais credível de Portugal
segundo todos os inquéritos, então é verdade.
E isto faz parte da estratégia deste tipo de casos.
Lux – Diz no seu livro que está “preso”
há nove anos. É assim que se sente?