Dissertação Zimmermann, T.G. 2011 - UFSC
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ex situ (viveiros e parques) ou introduzidos em rios na região de influência indireta da<br />
usina. Posteriormente, com a implantação das Usinas Hidrelétricas Machadinho e Barra<br />
Grande, outras populações foram descobertas, e algumas touceiras foram resgatadas e<br />
destinadas à conservação ex situ ou realocadas em afluentes da região (Wiesbauer & Reis<br />
2009).<br />
Contudo, a maioria das tentativas de introdução dessa espécie não obteve sucesso.<br />
Apesar dos locais apresentarem rios de fluxo rápido e margens rochosas, em grande parte<br />
deles a incidência solar era baixa e as frestas rochosas rasas, dificultando a fixação das<br />
plantas. Não houve recrutamento de indivíduos via semente, e em quase todas as áreas a<br />
maioria dos adultos foram carreados com as enxurradas (Wiesbauer et al. 2009). Outra<br />
causa do insucesso da relocação dessa bromélia em alguns locais foi a predação da lagarta<br />
da borboleta Strymon rufofuscus Hewitson (Lycaenidae: Theclinae), que se alimenta do<br />
mesofilo foliar dessa bromélia, o que causou a morte de várias touceiras (Wiesbauer 2008;<br />
Reis et al. 2009).<br />
Entre os locais de conservação ex situ de D. distachya, a maior diversidade<br />
genética está presente nas coleções de Itá, seguida das coleções de Barra Grande e<br />
Machadinho. Essa diferença é devido, principalmente, ao número de indivíduos resgatados<br />
em cada população antes do alagamento (Wiesbauer 2008). Isso mostra a importância da<br />
coleta para tentar manter a variabilidade genética das espécies raras e em perigo de<br />
extinção (Cochrane 2004).<br />
O melhor método de conservar uma espécie é através da conservação in situ -<br />
conservação dos habitats e ecossistemas com suas populações naturais (Prance 2004). A<br />
conservação ex situ - conservação de uma espécie fora do seu ambiente natural - é uma<br />
alternativa provisória para a manutenção de uma espécie (Prance 2004), e pode fornecer<br />
subsídios para as medidas in situ, por aumentar o conhecimento das técnicas de<br />
regeneração, proteger o material genético e ser fonte de propágulos para as futuras<br />
reintroduções (Cochrane 2004).<br />
Os métodos de conservação ex situ incluem uma grande variedade de técnicas, que<br />
diferem na intensidade do manejo, no investimento de recursos e laboratórios, e nos níveis<br />
potenciais de modificações genéticas da espécie. Entre os métodos, estão os bancos de<br />
sementes, criopreservação, culturas in vitro, casas de vegetação, cultivo em jardins,<br />
coleções vivas de material genético (field gene banks), entre outros (Prance 2004).<br />
Contudo, o principal desafio da conservação ex situ é manter as populações como<br />
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