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Livro: Mentes Perigosas - O Psicopata Mora ao Lado - ceapp

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Aos poucos, Laura foi se envolvendo com suas histórias tristes e experimentou um<br />

sentimento dúbio de compaixão e atra-ção. Ela sucumbiu <strong>ao</strong>s seus encantos, floresceu<br />

uma grande paixão e foram morar juntos.<br />

Ricardo tinha uma carreira promissora numa empresa multinacional, mas não quis que<br />

Laura exercesse sua profissão. Ele gostava de vê-la bem vestida e bela, esperando-o<br />

para o jantar e com sua casa impecável. "No início eu até tentei argumentar que a<br />

veterinária era o meu grande sonho, mas acabei aceitando porque o amava<br />

verdadeiramente".<br />

Certo dia Laura encontrou um cãozinho abandonado e muito doente no meio da rua. Ela<br />

se sensibilizou e levou o cachorro para casa, a fim de tratar do animal. Ricardo teve um<br />

ataque de<br />

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fúria e quis devolvê-lo para o mesmo lugar. Ela conseguiu persuadi-lo e cuidou do cão<br />

como se fosse um filho. Resolveu chamá-lo de Pituca. Com dois meses de tratamento e<br />

muito carinho, Pituca já esbanjava saúde, vitalidade e se tornara um vira-lata branco e<br />

peludo de dar inveja a qualquer cachorro de raça.<br />

"Que bom que ele está curado, agora podemos colocá-lo na rua", disse Ricardo. "Mas<br />

como? Eu tenho o maior amor por ele! Não posso abandoná-lo, isso é desumano!"<br />

Ricardo não pensou duas vezes: deu vários pontapés no animal, colocou-o no carro e<br />

desapareceu com Pituca.<br />

Perguntei se ela sabia para onde ele havia levado o cãozinho. Aos prantos, respondeu:<br />

"Ele matou o Pituca! Disse que me amava demais e não queria me ver doente cuidando<br />

de um simples cachorro. Você consegue imaginar o que isso significou pra mim? Como<br />

é que ele pôde esperar que eu cuidasse do Pituca, nutrisse afeto por ele e depois fazer<br />

uma coisa dessas?".<br />

Continuei indagando sobre o comportamento de Ricardo, desde a época em que eles se<br />

conheceram. "Lembro-me de que quando namorávamos seu pai deixava alguns cheques<br />

em branco assinados para pagamentos das contas. Ricardo sempre preenchia valores<br />

muito mais altos que o necessário e ficava com o troco. Ele nunca escondeu isso de<br />

mim. Ao contrário, ria e comentava satisfeito que, apesar da valentia de seu pai, ele não<br />

tinha o menor controle sobre sua conta bancária", disse-me encabulada.<br />

O relacionamento também sempre foi muito instável. Ora ele era extremamente<br />

delicado, romântico e mostrava-se orgulhoso em apresentar sua bela companheira <strong>ao</strong>s<br />

amigos; ora muito agressivo e temperamental, tratando-a <strong>ao</strong>s berros e com ameaças de<br />

"meter-lhe a mão". Mas, segundo Laura, invariavelmente ele pedia mil desculpas e a<br />

enchia de carinhos: "Puxa vida, não sei onde estava com a cabeça!", "Acho que estou<br />

muito estressado com as responsabilidades do trabalho", "Querida, você é tudo pra mim,<br />

a mulher mais linda do mundo!", "Isso nunca mais vai acontecer,<br />

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