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Livro: Mentes Perigosas - O Psicopata Mora ao Lado - ceapp

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A coisa chegou a tal ponto, que a palavra "política" passou a designar precisamente esse<br />

jogo amoral no qual a igualdade é sempre ultrapassada por pessoas que, desdenhando<br />

das leis, passam a controlá-las em vez de zelar por elas. Ou um ritual os quais os<br />

criminosos são acusados, mas quando são importantes, livram-se da pena porque têm<br />

comprovadas relações pessoais e partidárias com os donos do poder. Roberto DaMatta<br />

(sociólogo). Revista Veja, ed. 2.021, ano 40, artigo: "Sem culpa e sem vergonha", Ed.<br />

Abril, 15/8/2007.<br />

Uma pesquisa realizada pelo Ibope (encomendada pela revista Veja) para saber o que os<br />

brasileiros acham de seus parlamentares mostra que, embora a maioria dos entrevistados<br />

considere que o Congresso é essencial para a democracia, a imagem que eles passam<br />

para a população resume-se nos seguintes adje-tivos: "desonestos, insensíveis,<br />

mentirosos". Revista Veja, ed. 1.993, ano 40, Ed. Abril, 31/1/2007.<br />

Também achei importante destacar neste tópico a presença dos psicopatas em casos de<br />

pedofilia - abuso sexual contra crianças ou pré-púberes (13 anos ou menos). Para<br />

realizarem essa perversidade, os psicopatas se camuflam em profissões que permitam<br />

aproximar-se de crianças. São professores, chefes de escoteiros, treinadores esportivos,<br />

pediatras, religiosos que atuam em colégios, entre dezenas de profissões que exigem<br />

contato com crianças. Todas essas atividades profissionais apresentam uma aura<br />

socialmente reconhecida como nobres e educativas. O psicopata<br />

Página 98<br />

pedófilo usa, de forma maquiavélica, essa artimanha para acercar-se de suas vítimas,<br />

sem despertar suspeitas.<br />

O caso do médico Eugênio Chipkevitch, um dos pediatras mais conceituados do Brasil e<br />

detentor de um currículo invejável, ilustra essa constatação de forma bastante didática.<br />

Em 2002, o médico russo, naturalizado brasileiro e especializado em psicoterapia<br />

infanto-juvenil, foi detido sob a acusação de abusar sexualmente de seus jovens<br />

pacientes. A sordidez de suas táticas abusivas foi detalhada em quase quarenta fitas de<br />

vídeo, que teriam sido gravadas pelo próprio médico em seu consultório. Após<br />

conquistar a confiança de seus pacientes, o médico aplicava-lhes injeções com sedativos<br />

e depois abusava sexualmente deles.<br />

Ao ser detido, Chipkevitch agiu de forma indiferente e, sem qualquer constrangimento,<br />

admitiu ser ele o médico que aparecia nas fitas. Conseguiu até, de forma afável e<br />

tranquila, oferecer cafezinho <strong>ao</strong>s policiais que vasculharam seu apartamento em busca<br />

de provas.<br />

O perfil psicopático do médico pode ser observado em alguns aspectos: a perversidade<br />

do ato em si, o requinte rituaiístico de dopar as vítimas e filmá-las e a sua indiferença<br />

afetiva em relação a toda situação.<br />

A maneira como o médico escondeu o lado obscuro de sua vida revela um talento<br />

inquestionável para mentir e manipular. Tal fato gerou perplexidade, inclusive, em seus<br />

próprios colegas de trabalho: "Eu o conheço desde 1985. É um médico muito<br />

conceituado e não consigo acreditar nisso", declarou a psicopedagoga Maria Aparecida<br />

Casagrandi à revista Veja (ns 1.744 de 27/3/2002).

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