FÍSICA - Universidade Castelo Branco
FÍSICA - Universidade Castelo Branco
FÍSICA - Universidade Castelo Branco
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
VICE-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO E CORPO DISCENTE<br />
COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA<br />
<strong>FÍSICA</strong><br />
Rio de Janeiro / 2008<br />
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS À<br />
UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO
UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO<br />
Todos os direitos reservados à <strong>Universidade</strong> <strong>Castelo</strong> <strong>Branco</strong> - UCB<br />
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, armazenada ou transmitida de qualquer forma ou<br />
por quaisquer meios - eletrônico, mecânico, fotocópia ou gravação, sem autorização da <strong>Universidade</strong> <strong>Castelo</strong><br />
<strong>Branco</strong> - UCB.<br />
Un3f <strong>Universidade</strong> <strong>Castelo</strong> <strong>Branco</strong><br />
Física / <strong>Universidade</strong> <strong>Castelo</strong> <strong>Branco</strong>. – Rio de Janeiro: UCB, 2008. -<br />
64 p.: il.<br />
ISBN<br />
1. Ensino a Distância. 2. Título.<br />
<strong>Universidade</strong> <strong>Castelo</strong> <strong>Branco</strong> - UCB<br />
Avenida Santa Cruz, 1.631<br />
Rio de Janeiro - RJ<br />
21710-250<br />
Tel. (21) 2406-7700 Fax (21) 2401-9696<br />
www.castelobranco.br<br />
CDD – 371.39
Responsáveis Pela Produção do Material Instrucional<br />
Coordenadora de Educação a Distância<br />
Prof.ª Ziléa Baptista Nespoli<br />
Coordenadora do Curso de Graduação<br />
Maurício Magalhães - Ciências Biológicas<br />
Sônia Albuquerque - Matemática<br />
Conteudistas<br />
Wilson Jorge Gonçalves<br />
Supervisor do Centro Editorial – CEDI<br />
Supervisor do Centro Editorial – CEDI<br />
Joselmo Botelho
Apresentação<br />
Prezado(a) Aluno(a):<br />
É com grande satisfação que o(a) recebemos como integrante do corpo discente de nossos cursos de graduação,<br />
na certeza de estarmos contribuindo para sua formação acadêmica e, conseqüentemente, propiciando<br />
oportunidade para melhoria de seu desempenho profi ssional. Nossos funcionários e nosso corpo docente esperam<br />
retribuir a sua escolha, reafi rmando o compromisso desta Instituição com a qualidade, por meio de uma<br />
estrutura aberta e criativa, centrada nos princípios de melhoria contínua.<br />
Esperamos que este instrucional seja-lhe de grande ajuda e contribua para ampliar o horizonte do seu conhecimento<br />
teórico e para o aperfeiçoamento da sua prática pedagógica.<br />
Seja bem-vindo(a)!<br />
Paulo Alcantara Gomes<br />
Reitor
Orientações para o Auto-Estudo<br />
O presente instrucional está dividido em quatro unidades programáticas, cada uma com objetivos defi nidos e<br />
conteúdos selecionados criteriosamente pelos Professores Conteudistas para que os referidos objetivos sejam<br />
atingidos com êxito.<br />
Os conteúdos programáticos das unidades são apresentados sob a forma de leituras, tarefas e atividades complementares.<br />
As Unidades 1 e 2 correspondem aos conteúdos que serão avaliados em A1.<br />
Na A2 poderão ser objeto de avaliação os conteúdos das quatro unidades.<br />
Havendo a necessidade de uma avaliação extra (A3 ou A4), esta obrigatoriamente será composta por todo o<br />
conteúdo de todas as Unidades Programáticas.<br />
A carga horária do material instrucional para o auto-estudo que você está recebendo agora, juntamente com<br />
os horários destinados aos encontros com o Professor Orientador da disciplina, equivale a 60 horas-aula, que<br />
você administrará de acordo com a sua disponibilidade, respeitando-se, naturalmente, as datas dos encontros<br />
presenciais programados pelo Professor Orientador e as datas das avaliações do seu curso.<br />
Bons Estudos!
Dicas para o Auto-Estudo<br />
1 - Você terá total autonomia para escolher a melhor hora para estudar. Porém, seja<br />
disciplinado. Procure reservar sempre os mesmos horários para o estudo.<br />
2 - Organize seu ambiente de estudo. Reserve todo o material necessário. Evite<br />
interrupções.<br />
3 - Não deixe para estudar na última hora.<br />
4 - Não acumule dúvidas. Anote-as e entre em contato com seu monitor.<br />
5 - Não pule etapas.<br />
6 - Faça todas as tarefas propostas.<br />
7 - Não falte aos encontros presenciais. Eles são importantes para o melhor aproveitamento<br />
da disciplina.<br />
8 - Não relegue a um segundo plano as atividades complementares e a auto-avaliação.<br />
9 - Não hesite em começar de novo.
SUMÁRIO<br />
Quadro-síntese do conteúdo programático ...................................................................................................11<br />
Contextualização da disciplina .....................................................................................................................13<br />
UNIDADE I<br />
INTRODUÇÃO<br />
1.1 - A Ciência Física ...................................................................................................................................15<br />
1.2 - A Grandeza Física ................................................................................................................................15<br />
1.3 - O Sistema Internacional de Unidades (SI) ...........................................................................................16<br />
1.4 - Notação Científi ca ...............................................................................................................................16<br />
UNIDADE II<br />
TERMOLOGIA<br />
2.1 - Termometria .........................................................................................................................................18<br />
2.2 - Dilatação dos Sólidos ..........................................................................................................................22<br />
2.3 - Dilatação dos Líquidos ........................................................................................................................24<br />
2.4 - Propagação do Calor ............................................................................................................................25<br />
UNIDADE III<br />
MECÂNICA<br />
3.1 - Conceito de Força ................................................................................................................................30<br />
3.2 - Leis de Newton ....................................................................................................................................32<br />
3.3 - Energia .................................................................................................................................................35<br />
UNIDADE IV<br />
ÓPTICA GEOMÉTRICA<br />
4.1 - Introdução ............................................................................................................................................42<br />
4.2 - Princípios da Óptica Geométrica .........................................................................................................43<br />
4.3 - Refl exão da Luz ...................................................................................................................................44<br />
4.4 - Imagem em um Espelho Plano ............................................................................................................46<br />
4.5 - Refração da Luz – Fibras Ópticas ........................................................................................................48<br />
4.6 - Lentes Esféricas ...................................................................................................................................51<br />
Glossário .......................................................................................................................................................60<br />
Gabarito .........................................................................................................................................................61<br />
Referências bibliográfi cas .............................................................................................................................63
Quadro-síntese do conteúdo<br />
programático<br />
UNIDADES DO PROGRAMA OBJETIVOS<br />
I- INTRODUÇÃO<br />
1.1 - A Ciência Física<br />
1.2 - A Grandeza Física<br />
1.3 - O Sistema Internacional de Unidades (SI)<br />
1.4 - Notação Científi ca<br />
II - TERMOLOGIA<br />
2.1 - Termometria<br />
2.2 - Dilatação dos Sólidos<br />
2.3 - Dilatação dos Líquidos<br />
2.4 - Propagação do Calor<br />
III- MECÂNICA<br />
3.1. Conceito de Força<br />
3.2. Leis de Newton<br />
3.3. Energia<br />
IV- ÓPTICA GEOMÉTRICA<br />
4.1. Introdução<br />
4.2. Princípios da Óptica Geométrica<br />
4.3. Refl exão da Luz<br />
4.4. Imagem em um Espelho Plano<br />
4.5. Refração da Luz – Fibras Ópticas<br />
4.6. Lentes Esféricas<br />
• Levar o aluno a pensar sobre o Universo – espaço<br />
físico onde habita – e desenvolver uma consciência<br />
de estar no mundo;<br />
• Conhecer e distinguir os dois tipos de grandezas físicas<br />
utilizadas na quantifi cação de medidas físicas;<br />
• Familiarizar o aluno com o sistema de unidades<br />
adotado atualmente no Brasil e no mundo;<br />
• Identifi car uma quantidade na forma apresentada<br />
em textos.<br />
• Apresentar as principais escalas termométricas<br />
usadas e converter as temperaturas de uma escala<br />
para outra;<br />
• Mostrar a importância dos efeitos da dilatação<br />
dos sólidos no nosso cotidiano;<br />
• Comparar a dilatação dos líquidos com a dos sólidos<br />
e conhecer a dilatação anômala da água e sua<br />
conseqüência;<br />
• Mostrar os meios de propagação do calor em fenômenos<br />
do cotidiano.<br />
• Defi nir força sob o aspecto da Física e comparar<br />
com as defi nições usadas no cotidiano;<br />
• Destacar a importância das Leis de Newton e<br />
identifi cá-las no nosso dia-a-dia;<br />
Defi nir e apresentar os principais tipos de energia.<br />
• Reconhecer a importância da luz em toda a história<br />
do homem até os dias de hoje;<br />
• Conhecer os princípios que fundamentam todo o<br />
estudo da óptica geométrica;<br />
• Apresentar as leis que regem o comportamento<br />
da refl exão da luz;<br />
• Conhecer as características da imagem nos espelhos<br />
planos;<br />
• Apresentar as leis que regem o comportamento<br />
da refração da luz;<br />
• Conhecer os tipos de lentes esféricas e seu emprego<br />
nos equipamentos ópticos.<br />
11
Contextualização da Disciplina<br />
Os mais antigos registros históricos já mostravam a preocupação dos homens em entender e explicar o mundo<br />
no qual viviam. Ao longo do tempo, temos organizado muito desse entendimento e tentado, com ele, construir<br />
nosso mundo.<br />
Ciência signifi ca “conhecimento”. Ela resulta de um processo de observação, estudo e tentativa de explicar o<br />
ambiente em que vivemos. Ciência é criatividade, é observar, é aprender e fazer.<br />
A Física (do grego physiké) pode ser considerada a base de todas as outras ciências e da tecnologia, já que<br />
estuda os componentes básicos de um determinado fenômeno e as leis que governam suas intenções.<br />
Os primeiros “físicos” foram os fi lósofos gregos, que viveram entre 650 a.C. e 250 a.C. Eles foram pioneiros<br />
na tentativa de explicar os fenômenos da natureza. O conhecimento sistematizado por eles foi tão importante<br />
que sua infl uência se faz sentir ainda nos dias de hoje.<br />
Aristóteles foi um desses fi lósofos da Antigüidade; sua obra refere-se ao estudo dos movimentos, incluindo o<br />
dos corpos celestes. Ptolomeu dirigiu seus estudos à astronomia desenvolvendo um modelo para o sistema solar.<br />
Mais tarde (séc. XV), Galileu Galilei, analisando a queda dos corpos, chegou a conclusões que contrariaram<br />
as idéias de Aristóteles sobre o assunto.<br />
No início do séc. XVII, Isaac Newton sintetizou todo o conhecimento construído nos séculos anteriores e<br />
apresentou sua teoria, unifi cando as Físicas Celeste (gravitação universal) e Terrestre (movimentos dos corpos).<br />
Somente no início do séc. XX a sua teoria da gravitação foi substituída por outra, a teoria da relatividade<br />
geral, elaborada por Albert Einstein.<br />
Do séc. XVI ao séc. XIX, com o estudo do calor, desenvolveu-se um novo ramo da Física: a física térmica. O<br />
inglês New Comen construiu uma máquina a vapor d´água para retirar água do fundo das minas de carvão da<br />
Inglaterra. Celsius, Fahrenheit e Kelvin propuseram escalas de medidas para a temperatura.<br />
Os fenômenos ópticos e as teorias sobre a natureza da luz tiveram grande desenvolvimento com os trabalhos<br />
de Newton e Huygens no século XVII.<br />
Neste trabalho, procuraremos mostrar como a Física está presente em seu dia-a-dia. Num simples passeio<br />
pelas ruas encontramos inúmeras aplicações dessa ciência. No ambiente em que vivemos, seja na escola, no<br />
trabalho, etc., nos deparamos com fenômenos naturais que podem ser facilmente explicados pela Física.<br />
13
UNIDADE I<br />
INTRODUÇÃO<br />
1.1 - A Ciência Física<br />
Desde os primórdios, o ser humano se preocupou em entender e dominar o Universo que o cerca. Interessou-se<br />
em explicar, por exemplo, o som de um trovão, a luz de um relâmpago, por que os corpos têm cores diferentes,<br />
como é o movimento da Lua em relação à Terra, como a Terra e os demais planetas se movem em relação ao<br />
Sol ou como são os movimentos dos objetos nas proximidades da superfície terrestre. Todas essas questões,<br />
por diferentes que sejam, são estudadas pela Física, uma ciência tão presente em nossa vida que não podemos<br />
menosprezá-la. A Física é o motivo deste curso.<br />
A palavra Física tem origem grega e signifi ca Natureza. Assim, a Física é a ciência que estuda a Natureza; daí<br />
o nome ciência natural. Em qualquer ciência, acontecimentos ou ocorrências são chamados fenômenos, ainda<br />
que não sejam extraordinários ou excepcionais. A simples queda de um lápis, por exemplo, é, em linguagem<br />
científi ca, um fenômeno. Os fenômenos na Natureza são tão variados e numerosos que o campo de estudo da<br />
Física torna-se cada vez mais amplo.<br />
1.2 - A Grandeza Física<br />
A tudo aquilo que tem possibilidade de ser medido, associando-se a um valor numérico e a uma unidade, dá-se<br />
o nome de grandeza física.<br />
Grandeza Física<br />
Algo suscetível de ser comparado e medido.<br />
Exemplos: tempo, comprimento, massa, velocidade, aceleração, força, energia, trabalho, potência, temperatura,<br />
pressão etc.<br />
As grandezas físicas são classifi cadas em:<br />
a) GRANDEZA ESCALAR: fi ca perfeitamente caracterizada pelo valor numérico e pela unidade de medida;<br />
não se associa às noções de direção e de sentido.<br />
Exemplos: tempo, massa, energia etc.<br />
b) GRANDEZA VETORIAL: necessita, para ser perfeitamente caracterizada, das idéias de direção, de sentido,<br />
de valor numérico e de unidade de medida.<br />
O conjunto formado pelo valor numérico e pela unidade de medida é denominado intensidade.<br />
Exemplos: força, aceleração, velocidade etc.<br />
Sintetizando:<br />
• escalar ⇒ valor numérico e unidade;<br />
• vetorial ⇒ direção, sentido e intensidade.<br />
Outra classifi cação feita em relação às grandezas físicas é a seguinte:<br />
a) GRANDEZA FUNDAMENTAL: grandeza primitiva. Exemplos: comprimento, massa, tempo etc.<br />
b) GRANDEZA DERIVADA: grandeza defi nida por relações entre as grandezas fundamentais.<br />
Exemplos: velocidade, aceleração, força, trabalho, energia etc.<br />
15
16<br />
1.3 - O Sistema Internacional de Unidades (SI)<br />
O sistema de unidades utilizado atualmente no Brasil e na maioria dos países é denominado Sistema Internacional<br />
de Unidades (SI), derivado do antigo Sistema Métrico Decimal.<br />
De acordo com o SI, há sete unidades fundamentais, cada qual correspondendo a uma grandeza:<br />
1.4 – Notação Científica<br />
Utilizar a notação científi ca signifi ca exprimir um número da seguinte forma: N . 10 n , em que n é um expoente<br />
inteiro, é N e tal que 1 ≤ N < 10. Para exprimir a medida de uma grandeza em notação científi ca, o número N<br />
deve ser formado por todos os algarismos signifi cativos que nela comparecem.<br />
Por exemplo, considere que as medidas indicadas a seguir estejam expressas corretamente em algarismos<br />
signifi cativos: 360 s e 0,0035 m. Utilizando a notação científi ca e levando em conta o número de algarismos<br />
signifi cativos, escrevemos, respectivamente, para essas medidas: 3,60 . 10 2 s e 3,5 . 10 -3 m.<br />
Visando facilitar ainda mais a notação das grandezas, é bastante comum a utilização de prefi xos representando<br />
as potências de dez. A tabela seguinte traz a denominação dos principais prefi xos de acordo com o regulamentação<br />
do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial).<br />
Fonte: Resolução Conmetro 12/88, de 12 de outubro de 1988.
Exercícios de Auto-avaliação<br />
1. Escreva as quantidades abaixo em Notação Científi ca.<br />
a) 800 kg<br />
b) 65000 m<br />
c) 360 s<br />
d) 0,04 N<br />
e) 0,0055 A<br />
2. Faça as alterações necessárias nos valores numéricos abaixo, para que sejam expressos em Notação Científi ca:<br />
a) 23,5 x 10 -4<br />
b) 0,73 x 10 3<br />
c) 0,067 x 10 -2<br />
d) 1560 x 10 3<br />
e) 65,4 x 10 2<br />
f) 0,75<br />
17
18<br />
UNIDADE II<br />
TERMOLOGIA<br />
2.1 - Termometria<br />
Temperatura<br />
Em muitas situações é preciso medir e controlar a temperatura. A própria natureza forneceu aos seres vivos<br />
sistemas que regulam o frio e o calor. Nas aves e nos mamíferos, por exemplo, uma das funções do tecido adiposo,<br />
amplamente distribuído sob a pele, é o isolamento térmico, promovendo a defesa do organismo contra<br />
perdas excessivas de calor.<br />
Sabemos que os corpos são constituídos de diminutas partículas denominadas átomos e que, numa determinada<br />
substância, átomos diferentes se agrupam formando moléculas. A molécula da água, por exemplo, é<br />
formada por dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio.<br />
Imagine a seguinte experiência: coloca-se uma mistura de água e serragem num recipiente metálico, levando-o<br />
em seguida ao fogo. À medida que a água esquenta, o movimento das partículas da serragem vai aumentando.<br />
Essa observação permite concluir que:<br />
• As noções de quente e frio estão relacionadas à agitação das partículas do corpo;<br />
• O movimento das moléculas de um corpo é tanto maior quanto mais quente o corpo fi ca.<br />
A agitação das moléculas e dos átomos de um corpo é denominada agitação térmica.<br />
Recipiente com água e serragem aquecido por uma chama.<br />
Com base nessa experiência, podemos dizer que temperatura é uma grandeza que permite avaliar o grau<br />
de agitação térmica das moléculas de um corpo. Esse movimento está associado a um tipo de energia cinética,<br />
denominada energia térmica.<br />
Equilíbrio Térmico<br />
Quando dois objetos com temperaturas diferentes são postos em contato um com o outro, depois de certo tempo<br />
eles apresentam uma temperatura comum. Dizemos, então, que os objetos atingiram o equilíbrio térmico,<br />
com o corpo de temperatura mais alta cedendo calor ao de temperatura mais baixa.<br />
A Medida da Temperatura Corporal<br />
A avaliação da temperatura do corpo humano é de grande importância na Medicina, pois em muitas doenças<br />
ocorre sua variação. Quando a temperatura corporal aumenta além de 37ºC (que pode ser considerado um valor<br />
médio normal) dizemos que a pessoa está com febre ou hipertermia. Há também situações de anormalidades<br />
em que a temperatura diminui abaixo de 37ºC, caracterizando uma hipotermia.<br />
Os termômetros utilizados na medida da temperatura corporal são denominados termômetros clínicos. Atualmente,<br />
existe um grande número deles no mercado, a maior parte do tipo digital. Entretanto, ainda é muito difundido o
termômetro clínico de mercúrio. Nele, junto ao bulbo, no início do tubo capilar, há um estreitamento, que não<br />
impede a movimentação da coluna líquida quando a temperatura sobe e o mercúrio se dilata. Entretanto, se a<br />
temperatura diminuir, o mercúrio não consegue voltar para o bulbo, continuando a indicar a maior temperatura<br />
que foi medida. Portanto, trata-se de um termômetro de máxima. Para ser usado novamente, o termômetro deve<br />
ser vigorosamente sacudido, de tal maneira que o mercúrio retorne ao bulbo.<br />
O termômetro clínico da foto está graduado simultaneamente nas escalas Celsius (entre 35ºC e 42ºC) e Fahrenheit<br />
(entre 94º F e 108º F). A graduação é feita apenas entre esses valores extremos porque eles correspondem<br />
aos limites da temperatura do corpo humano.<br />
Escalas Termométricas<br />
• Escala Celsius<br />
A escala termométrica mais usada é a Celsius, construída pelo astrônomo sueco Anders Celsius (1701-1744).<br />
Nela se atribui o número 0 ao ponto de fusão do gelo e o 100 ao ponto do vapor da água à pressão de 1 atmosfera.<br />
Esse intervalo é dividido em 100 partes iguais; portanto, cada divisão corresponde a 1 grau Celsius (1 ºC).<br />
• Escala Fahrenheit<br />
Nos países de língua inglesa, utiliza-se a escala Fahrenheit, proposta pelo físico alemão Daniel Gabriel Fahrenheit<br />
(1686-1736).<br />
Nessa escala, atribui-se o número 32 ao ponto de fusão do gelo e 212 ao ponto do vapor da água. O intervalo<br />
entre esses números é dividido em 180 partes iguais (212 – 32 = 180); cada divisão corresponde a 1 grau<br />
Fahrenheit (1 ºF).<br />
19
20<br />
• Escala Kelvin<br />
Estudando o comportamento térmico da matéria, podemos concluir que, teoricamente, ela pode atingir a temperatura<br />
mínima de – 273,15 ºC. A essa temperatura o físico inglês William Thomson (Lord Kelvin; 1824-1907)<br />
atribuiu o número 0 (zero kelvin ou zero absoluto) e, em seguida, dividiu a escala em partes iguais às da escala<br />
Celsius; portanto, uma variação de 1 ºC corresponde a 1 kelvin (1 K). Essa escala é denominada escala Kelvin,<br />
absoluta ou termodinâmica e faz parte do SI.<br />
Como ela é dividida em partes iguais às da escala Celsius, 0 ºC corresponde a 273 K e 100 ºC correspondem<br />
a 373 K (para simplifi car, desprezamos o 0,15).<br />
Nos trabalhos científi cos, publicados internacionalmente, deve-se utilizar a escala Kelvin.<br />
Observações:<br />
• Em outubro de 1948, a 9ª Conferência Geral de Pesos e Medidas mudou o nome de escala centígrada para<br />
Celsius.<br />
• Em 1967, pela 13ª Conferência Geral de Pesos e Medidas, a unidade de temperatura grau Kelvin (ºK) passou<br />
a ser designada simplesmente Kelvin (K).<br />
Relação entre C e F<br />
As leituras T C e T F , correspondentes a um mesmo estado térmico e fornecidas pelos termômetros nas escalas<br />
Celsius e Fahrenheit, podem ser relacionadas estabelecendo uma proporção entre os números de divisões das<br />
duas escalas, conforme veremos a seguir:<br />
De acordo com a fi gura, temos:
Observação: A variação de 100 ºC corresponde a 180 ºF, e a de 1 ºC a de 1,8 ºF.<br />
Exemplo:<br />
Transforme:<br />
a) 30 ºC em ºF b) 50 ºF em ºC<br />
Resolução:<br />
a) Substituindo 30 ºC na relação dada, temos: b) Substituindo 50 ºF na mesma fórmula:<br />
Relação entre C e K<br />
Podemos relacionar as leituras T C e K, correspondentes a um mesmo estado térmico e fornecidas pelos termômetros<br />
nas escalas Celsius e Kelvin, estabelecendo uma proporção entre os números de divisões de duas<br />
escalas. Veja o esquema a seguir:<br />
De acordo com ele:<br />
Exemplo:<br />
O oxigênio entra em ebulição à temperatura de 90 K. Quanto vale essa temperatura em graus Celsius?<br />
Resolução: C = K – 273 = 90 – 273<br />
θ C = - 183 ºC<br />
Variação de Temperatura<br />
Consideremos que a temperatura de um sistema varie de um valor inicial θ 1 para um valor fi nal θ 2 num dado<br />
intervalo de tempo. A variação de temperatura Δθ é dada pela diferença entre o valor fi nal θ 2 e o valor inicial θ 1 :<br />
Então:<br />
21
22 Simplifi cando:<br />
Isolando<br />
Exemplo:<br />
Certo dia a cidade do Rio de Janeiro registrou uma temperatura mínima de 16 ºC e a máxima de 31 ºC. Calcule<br />
a variação dessas temperaturas nas escalas:<br />
a) Fahrenheit<br />
b) Kelvin<br />
2.2 – Dilatação dos Sólidos<br />
Portões de ferro abrem mais facilmente no inverno do que no verão. Recipientes de vidro quebram quando<br />
neles colocamos água fervendo. A tampa metálica dos vidros de conserva e a tampa de plástico dos vidros de<br />
esmalte são facilmente retiradas quando aquecidas.<br />
Você sabe por quê?<br />
No estado sólido a matéria tem forma própria e volume defi nido. Isso porque as moléculas que compõem o<br />
corpo sólido estão fortemente ligadas entre si. Com o aquecimento, o sólido dilata-se em todas as direções.<br />
Dependendo do caso, a dilatação de um sólido pode ser considerada:<br />
• linear – quando levamos em conta apenas a variação de uma de suas dimensões, como o comprimento;<br />
• superfi cial – quando levamos em consideração a variação da área de uma secção, por exemplo, comprimento<br />
e largura;<br />
• volumétrica – quando consideramos a variação de volume, isto é, do comprimento, da altura e da largura.<br />
Experiências com barra metálica aquecida mostram uma variação Δl no comprimento diretamente proporcional<br />
tanto ao comprimento original l0 da barra como à variação Δθ da temperatura. Assim, podemos escrever a<br />
seguinte equação da dilatação linear:<br />
Δ l = l0<br />
. α . Δθ<br />
A constante α, denominada coefi ciente de dilatação linear, depende da natureza do material. Veja alguns:
Analogamente à equação de dilatação linear, temos:<br />
• para a dilatação superfi cial ΔS:<br />
Em que β: coefi ciente de dilatação superfi cial do material<br />
S 0 : área inicial<br />
• para a dilatação volumétrica ΔV:<br />
Em que γ: coefi ciente de dilatação volumétrica do material<br />
V 0 : volume inicial<br />
É possível estabelecer, aproximadamente, as seguintes relações:<br />
Assim, no caso do alumínio, por exemplo, os coefi cientes de dilatação superfi cial e volumétrica são, respectivamente:<br />
A Lâmina Bimetálica<br />
A lâmina bimetálica é um dispositivo constituído por duas tiras justapostas e bem aderidas, feitas de metais com<br />
diferentes coefi cientes de dilatação (fi g. a). Ao serem aquecidas, as tiras se dilatam provocando o encurvamento<br />
da lâmina para o lado da tira de menor coefi ciente de dilatação (fi g. b).<br />
Um exemplo desses dispositivos é a lâmina bimetálica (de aço e latão) em um ferro elétrico de passar roupa:<br />
a temperatura é controlada pela expansão-contração dessa lâmina. A passagem de corrente elétrica provoca o<br />
seu aquecimento e, como o latão sofre dilatação maior que o aço, ele se curva, interrompendo a passagem de<br />
corrente e controlando, assim, a temperatura do ferro.<br />
Posição da lâmina bimetálica de um ferro de passar roupa<br />
quando frio (A) e quando quente (B).<br />
23
24<br />
2.3 – Dilatação dos Líquidos<br />
Introdução<br />
Dos líquidos, estuda-se somente a dilatação volumétrica, pois não possuem forma defi nida.<br />
Sendo V 0 o volume inicial, γ o coefi ciente de dilatação volumétrica do líquido e Δθ a variação de temperatura, têm-se:<br />
Como o líquido não possui forma defi nida, costuma-se utilizar recipientes sólidos para se medir a dilatação<br />
volumétrica do líquido. Então, na análise do comportamento térmico do líquido, deve-se considerar também a<br />
dilatação do recipiente, que ocorre simultaneamente.<br />
Seja, por exemplo, um recipiente sólido com um líquido até a borda. Se aquecer igualmente o conjunto<br />
(líquido+recipiente), nota-se que o líquido transborda, pois geralmente os líquidos dilatam-se muito mais do<br />
que os sólidos.<br />
Essa quantidade de líquido que transborda do recipiente mede a dilatação aparente do líquido.<br />
A tabela abaixo traz exemplos de valores médios de coefi cientes de dilatação real de alguns líquidos.<br />
Anomalia da Água<br />
Em geral, ao se elevar a temperatura de uma substância, verifi ca-se uma dilatação térmica.<br />
Entretanto, a água, ao ser aquecida de 0 ºC a 4 ºC, contrai-se, constituindo-se uma exceção. Esse fenômeno<br />
pode ser explicado da seguinte maneira:<br />
No estado sólido, os átomos de oxigênio, que são muito eletronegativos, unem-se aos átomos de hidrogênio<br />
através da ligação denominada ponte de hidrogênio. Em conseqüência disso, entre as moléculas,<br />
formam-se grandes vazios, aumentando o volume externo (aspecto macroscópico).<br />
Quando a água é aquecida de 0 ºC a 4 ºC, as pontes de hidrogênio rompem-se e as moléculas passam a ocupar<br />
os vazios antes existentes, provocando, assim, uma contração. Portanto, no intervalo de 0 ºC a 4 ºC, ocorre,<br />
excepcionalmente, uma diminuição no volume. Mas, de 4 ºC a 100 ºC, a água dilata-se normalmente.
Os diagramas ilustram o comportamento do volume e da densidade em função da temperatura.<br />
Então, a 4 ºC, tem-se o menor volume para a água e, conseqüentemente, a maior densidade da água no estado líquido.<br />
Observação:<br />
A densidade da água no estado sólido (gelo) é menor que a densidade da água no estado líquido, daí a razão<br />
para o gelo fl utuar.<br />
O fato de, a 4 ºC, a densidade da água atingir o seu valor máximo (1 g/cm 3 ) faz com que a massa da água a<br />
essa temperatura permaneça na parte mais profunda de lagoas e mares quando a temperatura na superfície é<br />
inferior a 0 ºC. A essa massa de água, a 4 ºC, sobrepõem-se massas cujas temperaturas variam de 4 ºC a 0 ºC,<br />
como mostra a seguinte fi gura:<br />
A água na superfície da lagoa pode congelar e formar uma camada de gelo que não submerge porque a sua<br />
densidade é menor que a da água. Por ser isolante térmico, essa camada de gelo impede que a massa de água<br />
abaixo dela se congele mantendo a vida dos peixes durante o rigor do inverno.<br />
2.4 – Propagação do Calor<br />
A propagação do calor pode se verifi car através de três processos diferentes: condução, convecção e irradiação.<br />
Qualquer que seja o processo, a transmissão do calor obedece à seguinte lei geral:<br />
Espontaneamente, o calor sempre se propaga de um corpo com maior temperatura para<br />
outro de menor temperatura.<br />
25
26<br />
Condução de Calor<br />
Considere que uma pessoa segura uma barra de ferro por uma das extremidades e coloca a outra sobre a chama.<br />
Em pouco tempo a extremidade que estiver segurando também estará quente.<br />
O calor da chama propaga-se através da barra por condução. Nesse processo o calor se propaga de molécula<br />
para molécula por meio de suas vibrações.<br />
A propagação de calor por condução é típica de materiais sólidos. Experiências mostram que, em geral, os<br />
metais são bons condutores de calor. Por isso panelas e frigideiras são de metal.<br />
São maus condutores de calor a lã, a lã de vidro, a cortiça, o gelo, o isopor, o papel e o amianto. Esses materiais<br />
são conhecidos também como isolantes térmicos. Como exemplo, usa-se lã de vidro nas paredes de geladeiras<br />
e fogões para isolamento térmico; usamos roupas de lã no inverno porque o ar que fi ca retido entre os fi os nos<br />
mantém aquecidos; os iglus dos esquimós são de gelo; nos países de clima frio as janelas são de vidro duplo,<br />
com uma camada de ar entre eles.<br />
Convecção de Calor<br />
Vimos que quase não ocorre condução de calor nos fl uidos (líquidos e gases). No entanto, eles podem ser<br />
aquecidos por convecção térmica, processo no qual o calor se propaga por causa do movimento do fl uido.<br />
A massa do fl uido próxima da fonte de calor dilata-se por causa do aquecimento e torna-se mais leve que a<br />
massa fria acima dela.<br />
Essa massa mais leve sobe e dá lugar à massa fria, mais pesada, e assim ocorre movimentação da matéria e<br />
se formam as correntes de convecção.<br />
Observe a fi gura a seguir:<br />
Vejamos algumas situações de convecção térmica:<br />
• Quando queremos aquecer uma sala, devemos colocar a fonte de calor em posições baixas;<br />
• Os ventos são correntes de convecção atmosférica;<br />
• No litoral, durante o dia, como a terra se aquece mais rapidamente que a água, as massas de ar sobre a terra<br />
sobem quando aquecidas e dão lugar ao ar frio que vem do mar para terra; são as brisas marítimas. Durante<br />
a noite, a terra se esfria mais rapidamente que a água, e um vento frio sopra de terra para o mar; são as brisas<br />
terrestres;<br />
• Nas geladeiras, os alimentos são resfriados por correntes de convecção.
O que é Inversão Térmica?<br />
Em geral, o ar das camadas próximas ao solo é mais quente que o das camadas<br />
superiores e formam-se correntes de convecção: o ar quente sobe e o frio<br />
desce.<br />
Nos dias frios de inverno, pode ocorrer a inversão térmica, isto é, o ar das<br />
camadas próximas ao solo é mais frio que o das camadas superiores e não se<br />
formam as correntes de convecção, pois o ar quente está em cima (o ar quente<br />
não desce; sua tendência é subir).<br />
Quando não há vento, a inversão térmica nas grandes cidades provoca vários<br />
problemas porque o ar poluído fi ca praticamente estacionário.<br />
Irradiação do Calor<br />
Vista aérea de São Paulo com o<br />
céu poluído em conseqüência de<br />
uma inversão térmica (1999).<br />
O calor que o Sol nos envia atravessa o espaço onde não existe matéria (vácuo). Se não existe matéria, o calor<br />
não está propagando-se por condução nem por convecção. Nesse caso ele está se propagando por irradiação,<br />
processo em que apenas a energia (calor) se propaga, não sendo necessário nenhum meio material.<br />
Por causa desse processo de propagação, em um dia frio poderemos sentir calor se estivermos sob ação direta<br />
dos raios solares, mas, se fi carmos em uma sombra, sentiremos frio.<br />
27
28<br />
Quando nos aproximamos de um objeto muito quente ou do fogo, recebemos calor principalmente por irradiação.<br />
Uma garrafa térmica não permite a rápida troca de calor entre o líquido nela contido e o meio ambiente. Suas<br />
paredes são de vidro e duplas, com vácuo entre elas, que impede a condução e a convecção do calor. Como o<br />
vidro é espelhado, também não há transferência de calor por irradiação.<br />
É fato conhecido que corpos revestidos de cores claras absorvem pouco calor e refl etem muito. Cores escuras<br />
são bons absorventes de calor, mas perdem calor rapidamente uma vez retirada a fonte; por isso se diz que bons<br />
absorventes de energia radiante são bons emissores.<br />
As chaleiras devem ser bem polidas para que irradiem pouco calor, e o seu fundo deve ser rugoso ou, de<br />
preferência, negro para que absorva facilmente o calor.<br />
O exemplo mais clássico da aplicação da irradiação é a estufa de plantas. A luz solar (energia radiante) atravessa<br />
as paredes transparentes de vidro e é absorvida por diversos corpos. Posteriormente, essa energia é emitida<br />
na forma de raios infravermelhos que não atravessam o vidro. Dessa maneira, o ambiente interno mantém-se<br />
aquecido.<br />
O dióxido de carbono e o vapor d’água da atmosfera também difi cultam a propagação dos raios infravermelhos.<br />
Com isso, a energia térmica emitida pela Terra fi ca, em parte, retida. Tal fenômeno recebe o nome de efeito<br />
estufa. Com o decorrer dos anos, esse efeito intensifi cado, aumentará a temperatura média do planeta, devido<br />
ao acúmulo de dióxido de carbono produzido pelas atividades humanas.
Exercícios de Auto-avaliação<br />
1. Um termômetro indica 20 ºC. Determine esta temperatura nas escalas:<br />
a) Fahrenheit<br />
b) Kelvin<br />
2 Numa das regiões mais frias do mundo, o termômetro indica – 76 ºF. Que valor será esse nas escalas.<br />
a) Celsius<br />
b) Kelvin<br />
3. Uma temperatura na escala Fahrenheit é dada por um valor que excede em 5 unidades o dobro do valor<br />
correspondente na escala Celsius. Determine esta temperatura.<br />
4. Certo dia, na cidade de Salvador, o serviço de meteorologia anunciou uma temperatura máxima de 38 ºC e<br />
uma mínima de 23 ºC. Calcule essa variação de temperatura nas escalas:<br />
a) Celsius<br />
b) Fahrenheit<br />
c) Kelvin<br />
5. Quando se deseja aferir a temperatura de uma pessoa, coloca-se o termômetro clínico sob sua língua, por<br />
exemplo, e aguarda-se algum tempo antes de fazer a leitura. Por que esse intervalo de tempo é necessário?<br />
6. Duas barras A e B, de mesmo comprimento inicial, sofrem a mesma elevação de temperatura. As dilatações<br />
destas barras poderão ser diferentes? Explique:<br />
7. Considere uma arruela de metal com raio interno r 0 e raio externo R 0 , em temperatura ambiente, tal como<br />
representado na fi gura. Quando aquecida a uma temperatura de 200 ºC, o que acontece com o comprimento do<br />
raio interno e com o comprimento do raio externo?<br />
8. Um tanque cheio de gasolina de um automóvel, quando exposto ao sol por algum tempo, derrama uma<br />
certa quantidade desse combustível. O que podemos concluir em relação à dilatação do tanque e à dilatação<br />
da gasolina?<br />
9. Um cobertor de lã “produz calor” em contato com o nosso corpo. Essa afi rmativa é correta? Explique:<br />
10. O uso de chaminés para escape de gases quentes provenientes de combustão é uma aplicação de que tipo<br />
de processo de propagação do calor?<br />
29
30<br />
UNIDADE III<br />
MECÂNICA<br />
3.1 - Conceito de Força<br />
Automóveis e caminhões transportam passageiros e cargas pelas estradas. Tratores preparam o solo para a<br />
produção de alimentos. Foguetes partem rumo ao espaço para colocar satélites e naves em órbita.<br />
O que causa e mantém esses movimentos? O que altera a velocidade de um corpo?<br />
Essas perguntas serão respondidas neste módulo, no qual estudaremos os movimentos com as suas causas.<br />
Esse estudo faz parte da Mecânica e denomina-se Dinâmica.<br />
O que é Força?<br />
As teorias da Dinâmica são desenvolvidas tendo como protagonista o conceito de força.<br />
A primeira noção de força é intuitiva, relacionada com o puxão ou o empurrão dado em um corpo por meio de<br />
esforços musculares. Com a evolução do conhecimento, essa noção foi gradativamente ampliada para outros<br />
fenômenos.<br />
Veja alguns exemplos:<br />
• A atração de um corpo pela Terra é uma força denominada força de gravidade ou força peso.<br />
Força de gravidade<br />
• Uma pedra é atirada com um estilingue pela ação da força elástica.<br />
Força elástica
• Um barco fl utua na água por causa da ação da força exercida pela água, denominada empuxo.<br />
Força de empuxo<br />
• Um imã atrai pedaços de ferro exercendo força magnética.<br />
Força magnética<br />
Conforme a direção e o sentido que uma força é aplicada, o efeito produzido é diferente. Isso sugere que a<br />
força requer uma representação vetorial.<br />
Nas fi guras abaixo, F1, F2<br />
e F3<br />
representam forças aplicadas em um corpo. A soma vetorial da ação de várias<br />
forças produz efeito de uma única, denominada resultante (R):<br />
Como o corpo se encontra em equilíbrio, podemos concluir que a resultante é nula.<br />
Força é, portanto, o resultado da interação entre corpos, causando-lhes deformação e/ou variação da velocidade.<br />
Sua unidade no Sistema Internacional é NEWTON (N).<br />
31
32<br />
3.2 – Leis de Newton<br />
Princípio da Inércia<br />
Um ponto material é chamado isolado quando não existem forças atuando nele ou quando as forças aplicadas<br />
ao ponto têm soma vetorial nula.<br />
Um ponto material isolado está em repouso ou em movimento retilíneo uniforme.<br />
Isso signifi ca que um ponto material isolado possui velocidade vetorial constante. Em outras palavras, um<br />
ponto material isolado está em equilíbrio estático (repouso) ou em equilíbrio dinâmico (movimento retilíneo<br />
uniforme).<br />
A aplicação de um força em um ponto material produz nele uma variação de velocidade.<br />
A partir dessas noções, podemos apresentar o conceito dinâmico de força:<br />
Força é a causa que produz num corpo variação de velocidade e, portanto, aceleração.<br />
• O que é Inércia?<br />
Um ponto material isolado e em repouso tem a tendência natural de permanecer em repouso. Quando em movimento<br />
retilíneo uniforme (MRU), tem a tendência natural de manter constante sua velocidade. Essa propriedade<br />
da matéria de resistir a qualquer variação em sua velocidade recebe o nome de inércia.<br />
Um corpo em repouso tende, por inércia, a permanecer em repouso; um corpo em movimento tende, por<br />
inércia, a continuar em MRU.<br />
Admita um ônibus em MRU em relação ao solo (fi gura a). Quando o ônibus é freado, os passageiros tendem,<br />
por inércia, a prosseguir com a velocidade que tinham em relação ao solo. Assim, deslocam-se para a frente em<br />
relação ao ônibus (fi gura b).<br />
Por inércia, os passageiros são atirados para a frente quando o ônibus freia.<br />
Analogamente, quando um carro inicia seu movimento, o motorista sente-se atirado para trás (em relação ao<br />
carro) por inércia, pois tende a permanecer na situação em que se encontrava em relação ao solo.
Quando um cavalo pára diante de um obstáculo, o cavaleiro é atirado para frente por inércia, por ter a tendência<br />
de prosseguir com a mesma velocidade (fi gura 1). Um carro numa curva tende, por inércia, a sair pela tangente,<br />
mantendo a velocidade que possuía (fi gura 2).<br />
Figura 1 – Por inércia, o cavaleiro tende a prosseguir com sua velocidade. Figura 2 – Por inércia, o carro tende a sair pelatangente.<br />
Princípio Fundamental da Dinâmica<br />
A resultante das forças aplicadas a um ponto material é igual ao produto de sua massa pela aceleração adquirida:<br />
Signifi ca que a força resultante F R produz uma aceleração a com mesma direção e sentido da força resultante<br />
e suas intensidades são proporcionais.<br />
Da equação fundamental ( FR = m a ) concluímos que, se aplicarmos em corpos de massas diferentes a mesma<br />
força resultante, o corpo de maior massa adquirirá aceleração de menor módulo, isto é, o corpo de maior massa<br />
resiste mais a variação em sua velocidade. Por isso, a massa é a medida da inércia de um corpo.<br />
Na equação fundamental, se a massa m estiver em quilograma (kg) e a aceleração, em m/s 2 , a unidade de<br />
intensidade de força denomina-se Newton (símbolo:N), em homenagem ao célebre cientista inglês.<br />
Peso e Massa<br />
FR = m a<br />
Quando são abandonados nas vizinhanças do solo, os corpos caem, sofrendo variações de velocidade. Dizemos<br />
então que a Terra interage com esses corpos, exercendo uma força chamada peso, indicada por P (na<br />
fi gura abaixo). Portanto:<br />
Peso de um corpo é a força de atração que a Terra exerce sobre ele.<br />
O peso de um corpo é a força de atração da Terra sobre ele.<br />
33
34<br />
Quando um corpo está em movimento sob ação exclusiva de seu peso P , ele adquire uma aceleração denomi-<br />
nada aceleração da gravidade g . Sendo m a massa do corpo, a equação fundamental da dinâmica F R = m a<br />
transforma-se em P = m g , pois a resultante FR é o peso P e a aceleração da gravidade g :<br />
Em módulo, temos: P = mg<br />
Observe que a massa m é uma grandeza escalar, e o peso P é uma grandeza vetorial. Assim, o peso tem a<br />
direção vertical e sentido para baixo. A aceleração g tem a mesma direção e sentido de P .<br />
Sendo o peso uma força, sua intensidade é medida em Newtons (N).<br />
É importante distinguir cuidadosamente massa e peso. A massa é uma propriedade invariante do corpo. Contudo,<br />
o peso depende do valor local de g . Nas proximidades da superfície terrestre, o valor de g é aproximadamente<br />
igual a 9,8 m/s 2 . A massa é medida em quilogramas, enquanto o peso é uma força e, como tal, sua intensidade<br />
é medida em Newtons.<br />
Em termos rigorosos, é incorreto falar “o peso de um corpo é 10 kg”.<br />
Assim, um corpo de massa 10kg, num local em que g = 9,8 m/s 2 , tem peso cuja intensidade é:<br />
P = mg = 10 . 9,8 ⇒ P ⇒ 98 N<br />
Princípio da Ação e Reação<br />
Sempre que dois corpos quaisquer A e B interagem, as forças exercidas são mútuas. Tanto A exerce força em<br />
B, como B exerce força em A. A interação entra corpos é regida pelo princípio da ação-e-reação (ou terceira<br />
lei de Newton), como veremos no quadro seguinte.<br />
Toda vez que um corpo A exerce uma força F A num corpo B, este também exerce uma força F B tal que<br />
essas forças:<br />
a) têm a mesma intensidade F A<br />
b) têm a mesma direção;<br />
c) têm sentidos opostos;<br />
=<br />
F B = F;<br />
d) têm a mesma natureza, sendo ambas de campo ou ambas de contato.
Ao receber o golpe (ação), o rosto do lutador também<br />
exerce uma força (reação) sobre a luva do adversário.<br />
3.3 – Energia<br />
Introdução<br />
Ao ejetar os gases em com bustão num sentido, a nave<br />
movimenta-se em sentido oposto, o que se explica pelo<br />
princípio da ação-e-reação.<br />
Nosso estilo de vida atual, cada vez mais dependente do avanço tecnológico, do uso da eletricidade, do petróleo<br />
e seus derivados (gasolina, óleo diesel etc.), é sofi sticado, prático e confortável. No entanto, todo esse conforto<br />
tem um custo muito alto. A crescente necessidade de novas fontes de energia, por exemplo, é uma das muitas<br />
questões que o mundo tem procurado discutir e solucionar.<br />
Precisamos de energia o tempo todo. Obtemos essa energia em pequenos “pacotes”, que fazem rádios, walkmen,<br />
carrinhos de brinquedo, relógios e máquinas fotográfi cas funcionarem, ou por meio de um fornecimento<br />
contínuo, de uma companhia de distribuição de energia, que coloca em funcionamento uma quantidade de<br />
aparelhos cada vez maiores e mais sofi sticados: microcomputadores, vídeogames, eletrodomésticos, motores,<br />
lâmpadas, aquecedores etc.<br />
Para suprir esse grande consumo, são necessárias usinas geradoras de eletricidade. Ano após ano, essas usinas<br />
aumentam em tamanho, número e variedade: hidrelétricas, termelétricas, nucleares, eólicas... Infelizmente,<br />
cresce também o impacto ambiental.<br />
Esse imenso universo tecnológico que atende às nossas necessidades tornou-se possível devido à utilização de<br />
diversas formas naturais de energia e à capacidade de converter ou transformar um tipo de energia em outro.<br />
Hoje em dia, praticamente todas as nossas atividades envolvem a utilização e a conversão de alguma forma de<br />
energia.<br />
As palavras energia e trabalho são usadas muitas vezes na conversação comum.<br />
Você pode dizer, por exemplo: “Joguei futebol tanto tempo que não tive energia nem para voltar para casa”.<br />
Nesse caso, talvez você esteja fazendo confusão entre energia e força.<br />
Você diz a um amigo: “Eu não posso ir agora à biblioteca porque tenho trabalho para fazer em casa”. Aqui a<br />
palavra trabalho quer dizer tarefa.<br />
Para um físico, energia é a capacidade de mudar ou mover coisas. Ela pode tomar várias formas e passar de<br />
uma para outra.<br />
35
36<br />
OBS.: A unidade de energia no Sistema<br />
Internacional é JOULE (J).<br />
Energia Potencial<br />
Na mecânica existem dois tipos de energia potencial: a gravitacional e a elástica.<br />
Energia Potencial Gravitacional<br />
Um corpo situado em uma posição tal que seu peso possa realizar trabalho possui energia potencial gravitacional.<br />
Em relação ao solo, a energia potencial do corpo da fi gura a seguir pode ser determinada pelo trabalho<br />
que seu peso realiza quando ele cai da altura h.<br />
Como a energia potencial desse corpo (E ) é medida pelo trabalho realizado pelo seu peso , podemos escrever:<br />
p P<br />
E p = Ph ou E p = mgh<br />
A energia potencial gravitacional depende:<br />
• da massa do corpo;<br />
• da aceleração da gravidade; portanto, do local;<br />
• do nível de referência.<br />
Exemplo:<br />
Calcule a energia potencial gravitacional de um homem de 60kg de massa, situado a uma altura de 5 metros<br />
em relação ao solo.<br />
Dado: g = 10 m/s 2<br />
SOLUÇÃO<br />
E PG = m . g . h<br />
E PG = 60 x 10 x 5<br />
E PG = 3000 J
Energia Potencial Elástica<br />
Um corpo é denominado elástico quando, cessada a ação da força que o deformou, ele volta à situação inicial.<br />
Corpos elásticos, como a mola de aço, o elástico de estilingue e a corda de um relógio, podem armazenar<br />
energia quando são deformados. Essa energia é a potencial elástica.<br />
Quando uma força F produz deformação em uma mola, comprimindo-a ou esticando-a, a mola exerce uma<br />
força Fel<br />
denominada força elástica, sempre no sentido contrário ao da deformação.<br />
A energia potencial elástica armazenada na mola ou em outro corpo elástico é medida pela seguinte fórmula:<br />
Em que k é a constante elástica do corpo elástico, medida em N/m no SI e x é a deformação da mola em metros.<br />
Exemplo:<br />
Uma mola de constante elástica 200 N/m sofre deformação de 0,8 m. Calcule a energia ganha pela mola.<br />
Solução:<br />
E = k . x PE 2<br />
E = . 200 ( 0,8 ) PE 2<br />
1<br />
2<br />
1<br />
2<br />
E = 64J<br />
PE<br />
Energia Cinética<br />
Quando deslocamos um corpo, estamos transferindo energia para ele, realizando um trabalho sobre ele.<br />
A energia que um corpo possui por causa do seu estado de movimento denomina-se energia cinética.<br />
É calculada pela seguinte fórmula:<br />
E c = , onde<br />
m – massa do corpo (kg)<br />
– velocidade do corpo (m/s)<br />
37
38<br />
Exemplo:<br />
Determinar a energia cinética de uma bola de 0,2 kg no instante em que sua velocidade é 10 m/s.<br />
SOLUÇÃO:<br />
E c =<br />
E c = 10 J<br />
Energia Mecânica<br />
A energia mecânica de um sistema é a soma de suas energias potencial e cinética.<br />
Conservação da Energia Mecânica<br />
E M = E p + E c<br />
Vamos, agora, analisar as conversões de energia que ocorrem em um sistema puramente mecânico.<br />
Na fi gura a seguir, mostramos uma pessoa escorregando por um tobogã, cujo perfi l segue os pontos A, B, C, D<br />
e E. Consideremos que o nível zero de energia potencial gravitacional seja o ponto E, isto é, no ponto E consideraremos<br />
que a energia potencial gravitacional é nula.<br />
Se considerarmos que o tobogã é extremamente liso, ou seja, se pudermos desprezar os atritos, então não haverá<br />
dissipação de energia sob a forma de calor. Nesse caso, a energia mecânica do sistema – que corresponde<br />
agora à energia total – permanecerá constante.<br />
Matematicamente, concluímos que:<br />
E MEC (A) = E MEC (B) ... E MEC (E)<br />
A tabela ao lado mostra-nos os valores das energias potencial, cinética<br />
e mecânica da pessoa durante a descida.<br />
Observe que, durante a descida pelo tobogã, a energia cinética da<br />
pessoa aumenta, mas a potencial gravitacional diminui. Em outras<br />
palavras, a velocidade aumenta à medida que sua altura em relação<br />
ao nível zero de energia potencial (ponto E) diminui.
Em uma montanha-russa, a energia potencial aumenta<br />
à medida que o carrinho sobe e, conseqüentemente,<br />
a velocidade diminui. Durante a descida, enquanto<br />
a energia potencial diminui, a energia cinética e a<br />
velocidade do carrinho aumentam. Se desprezarmos<br />
o atrito, a energia mecânica do carrinho permanecerá<br />
constante.<br />
Lembre-se: a cada momento, ao nosso redor, a Energia está se transformando de uma forma em outra.<br />
Ou ainda:<br />
A energia não pode ser criada ou destruída, mas transformada de uma forma em outra.<br />
Exercícios de Auto-avaliação<br />
1. Qual a intensidade da resultante de duas forças aplicadas a um corpo, sabendo-se que tem sentidos contrários<br />
e mesma direção, com intensidades de 12 N e 8 N?<br />
2. A resultante de duas forças perpendiculares entre si e aplicadas sobre um mesmo corpo tem intensidade<br />
igual a . Se a intensidade de uma força é o dobro da outra, a intensidade da maior é:<br />
a) 0,5N b) 1,0N c) 2,0N d) 4,0N e) 8,0N<br />
3. Em cada uma das fi guras abaixo é representada uma partícula com todas as forças que agem sobre ela. Essas<br />
forças, constantes, são representadas por vetores; todas elas têm o mesmo módulo.<br />
3.1- Em qual dos casos a partícula pode ter velocidade constante?<br />
a) somente I b) somente IV c) I e III d) I e IV e) II e IV<br />
3.2 - Em qual dos casos a partícula terá aceleração constante e não-nula?<br />
a) somente III b) somente II c) I e II d) somente IV e) II e III<br />
4. Assinale a proposição correta:<br />
a) A massa de um corpo na Terra é menor do que na Lua.<br />
b) O peso mede a inércia de um corpo.<br />
c) A massa de um corpo na Terra é maior do que na Lua.<br />
d) O sistema de propulsão a jato funciona baseado no princípio da ação e reação.<br />
5. Na parte fi nal do seu livro Discursos e demonstrações concernentes a duas novas ciências, publicado em<br />
1638, Galileu Galilei trata do movimento do projétil da seguinte maneira:<br />
39
40<br />
“Suponhamos um corpo qualquer, lançado ao longo de um plano horizontal, sem atrito; sabemos (...) que esse<br />
corpo se moverá indefi nidamente ao longo desse mesmo plano, com um movimento uniforme e perpétuo, se<br />
tal plano for ilimitado”.<br />
O princípio físico com o qual se pode relacionar o trecho destacado acima é:<br />
a) o princípio da inércia ou Primeira Lei de Newton.<br />
b) o princípio fundamental da Dinâmica ou Segunda Lei de Newton.<br />
c) o princípio da ação e reação ou Terceira Lei de Newton.<br />
d) a lei da gravitação universal.<br />
e) o princípio da energia cinética.<br />
6. Dois corpos, A e B, de massas 3kg e 5kg, respectivamente, estão apoiados numa superfície horizontal<br />
perfeitamente lisa. O fi o que liga os corpos tem massa desprezível (ideal). A força horizontal F que traciona os<br />
corpos é constante de intensidade 20N. Qual é a aceleração do sistema?<br />
a) 6,7 m/s 2 b) 5,0 m/s 2 c) 4,0 m/s 2 d) 2,5 m/s 2 e) 1,0 m/s 2<br />
7.<br />
1ª afi rmação:<br />
Quando um livro está em repouso sobre a sua mesa de trabalho, você pode afi rmar que a resultante do peso<br />
P e da força F exercida pela mesa sobre o livro é nula, porque...<br />
2ª afi rmação:<br />
P e F constituem um par ação-reação no sentido da 3ª lei de Newton.<br />
Responda mediante o código:<br />
a) As duas afi rmações estão corretas e a 1ª justifi cativa a 2ª.<br />
b) As duas afi rmações estão corretas e a 1ª não justifi ca a 2ª.<br />
c) A 1ª afi rmativa está correta e a 2ª afi rmativa está errada.<br />
d) A 1ª afi rmativa está errada e a 2ª afi rmativa está correta.<br />
e) As duas afi rmativas estão erradas.<br />
8. Um ciclista desce uma ladeira, com forte vento contrário ao movimento. Pedalando vigorosamente, ele<br />
consegue manter a velocidade constante. Pode-se, então, afi rmar que a sua:<br />
a) energia cinética está aumentando.<br />
b) energia cinética está diminuindo.<br />
c) energia potencial gravitacional está aumentando.<br />
d) energia potencial gravitacional está diminuindo.<br />
e) energia potencial gravitacional é constante.
9. Um corpo é abandonado do ponto A e desliza sem atrito sobre as superfícies indicadas atingindo o ponto<br />
B. O corpo atingirá o ponto B com maior velocidade, no caso:<br />
a) I. b) II. c) III. d) IV. e) A velocidade escalar é a mesma no<br />
ponto B em todos os casos.<br />
10. Um pequeno corpo, de massa m, inicialmente em repouso no ponto P, escorrega ao longo da superfície cujo<br />
perfi l é mostrado na fi gura:<br />
O atrito entre o corpo e a superfície, bem como a resistência do ar, são desprezíveis. As alturas são contadas a<br />
partir do nível indicado, que é também o nível zero de energia potencial.<br />
O ponto em que a energia potencial do corpo tem maior valor é:<br />
a) P. b) Q. c) R. d) S. e) U.<br />
41
42<br />
UNIDADE IV<br />
ÓPTICA GEOMÉTRICA<br />
4.1 - Introdução<br />
O homem sempre necessitou de luz para enxergar as coisas ao seu redor: luz do Sol, de tocha, de vela, de<br />
lâmpada. Sem ela seria impossível viver. Afi nal, como seria o mundo sem luz?<br />
Fisicamente, a luz é uma forma de energia radiante que se propaga por meio de ondas eletromagnéticas. É<br />
o agente físico responsável pela produção da sensação visual.<br />
O estudo da luz é realizado pela Óptica e é dividido, didaticamente, em:<br />
ÓPTICA GEOMÉTRICA – analisa a trajetória da propagação luminosa;<br />
ÓPTICA <strong>FÍSICA</strong> – enfoca a natureza da luz.<br />
Neste estudo trataremos apenas da Óptica Geométrica, em que veremos a geometria da luz, sem se preocupar<br />
com a sua natureza.<br />
Fontes de Luz<br />
As fontes de luz são corpos visíveis, que podem ser de dois tipos:<br />
• CORPO LUMINOSO ou FONTE PRIMÁRIA: corpo que possui luz própria.<br />
Exemplos: o Sol, lâmpada e vela acesas etc.<br />
• CORPO ILUMINADO ou FONTE SECUNDÁRIA: corpo que não possui luz própria.<br />
Exemplos: a Lua, a carteira, o livro, o lápis, etc.<br />
Classificação dos Objetos<br />
Os objetos são vistos com nitidez, através de meios materiais, como o vidro comum, a água em pequenas camadas e<br />
o ar. Estes meios são denominados meios transparentes (fi gura a). O vidro fosco, o papel de seda e o papel vegetal,<br />
por exemplo, permitem a visualização dos objetos, mas sem nitidez. São os meios translúcidos (fi gura b). Outros<br />
meios, como a madeira e o concreto, não permitem a passagem de luz. São os meios opacos (fi gura c).<br />
Observação:<br />
É importante no estudo da Óptica Geométrica o conceito físico de Raio de luz:<br />
RAIO DE LUZ: representação geométrica da trajetória da luz, indicando a direção e o<br />
sentido de sua propagação. No exemplo, de cada ponto da chama da vela, saem infi nitos<br />
raios de luz, dos quais alguns chegam ao observador O.<br />
Note-se que um raio de luz é representado por um segmento de reta orientado, na fi gura,<br />
da chama para o observador.
4.2 - Princípios da Óptica Geométrica<br />
1º - Princípio da Propagação Retilínea dos Raios de Luz<br />
Todo raio de luz percorre trajetórias retilíneas em meios transparentes e homogêneos.<br />
2º - Princípio da Independência dos Raios de Luz<br />
Quando raios de luz se cruzam, cada um deles segue seu trajeto como se os outros não existissem.<br />
Os raios a e b se cruzam e continuam a se propagar como se nada tivesse ocorrido.<br />
3º - Princípio da Reversibilidade dos Raios de Luz<br />
A trajetória seguida pelo raio de luz, num sentido, é a mesma quando o raio troca o sentido de percurso.<br />
Na fi gura a, o raio de luz percorre um caminho num sentido, enquanto na fi gura b, o raio percorre o mesmo caminho em sentido oposto.<br />
Devido a esse princípio, exemplifi cando, o motorista do táxi e o passageiro do banco de trás enxergam-se<br />
pelo mesmo espelho.<br />
A seguir, veremos algumas aplicações do princípio da propagação retilínea da luz.<br />
Formação dos Eclipses<br />
Quando a sombra e a penumbra da Lua, determinadas pela luz do Sol, interceptam a superfície da Terra, ocorrem<br />
os eclipses, que podem ser totais ou parciais (como a fi gura abaixo).<br />
O eclipse solar total ocorre para um observador na situação assinalada por A na fi gura abaixo. Estando na<br />
região de sombra, ele não recebe luz do Sol.<br />
O eclipse solar parcial ocorre para um observador situado na região de penumbra, assinalada por B ainda na<br />
fi gura abaixo, o qual recebe luz de uma parte do Sol, fi cando a outra parte encoberta pela Lua.<br />
43
44<br />
Observe que os raios solares que atingem a Terra são praticamente paralelos.<br />
• Determinação da Altura de um Edifício<br />
Fotomontagem com seis fases do eclipse total<br />
da luz observadas da Zona Norte da cidade de<br />
São Paulo em 15/02/03.<br />
A semelhança de triângulos permite determinar, por exemplo, a altura de um edifício quando se conhece o<br />
comprimento de sua sombra, determinada pelos raios solares, assim como a altura de uma pessoa e também o<br />
comprimento de sua sombra. A pessoa deve estar próxima ao edifício.<br />
Assim, sejam h = 1,8 m e s = 0,6 m de altura e o comprimento da sombra de uma pessoa e S = 5,0 m o comprimento<br />
da sombra do edifício. A semelhança entre os triângulos sombreados permite-nos achar a altura H do edifício:<br />
4.3 – Reflexão da Luz<br />
A refl exão da luz é um fenômeno óptico que ocorre quando a luz, ao incidir numa superfície S como na fi gura abaixo,<br />
que separa dois meios, volta ao meio original, obedecendo às leis da refl exão, que serão vistas mais adiante.<br />
Espelho Plano<br />
É aquele em que a superfície S anteriormente descrita é plana e polida.<br />
Um espelho plano é constituído de uma lâmina de vidro de faces paralelas, sendo que em uma das faces é<br />
depositada uma fi na camada de prata.
Tipos de Reflexão<br />
Refl exão regular: o feixe de raios paralelos que se propaga no meio (1) incide sobre a superfície S e retorna<br />
ao meio (1), mantendo o paralelismo. É o que acontece, por exemplo, com a superfície plana e polida de um<br />
metal. É também chamada de refl exão especular.<br />
Refl exão difusa: O feixe de raios paralelos que se propaga no meio (1) incide sobre a superfície S e retorna<br />
ao meio (1), perdendo o paralelismo e espalhando-se em todas as direções (como na fi gura abaixo). A difusão é<br />
devida às irregularidades da superfície. A refl exão difusa é responsável pela visão dos objetos que nos cercam.<br />
Por exemplo, vemos uma parede porque ela refl ete difusamente para nossa vista a luz que recebe. É também<br />
chamada de refl exão irregular.<br />
Leis da Refl exão (Regular)<br />
A refl exão da luz é regida por duas leis:<br />
Primeira Lei:<br />
Raio refl etido, a normal e o raio incidente estão situados no mesmo plano.<br />
Segunda Lei:<br />
O ângulo de refl exão é igual ao ângulo de incidência: r = i .<br />
Com o auxílio dessas leis, explicaremos a formação de imagens nos espelhos planos.<br />
• Se a incidência for perpendicular à superfície, os ângulos de incidência e de refl exão, além de iguais, valem 0º.<br />
45
46<br />
Exemplo:<br />
i = r = 0º<br />
Um raio de luz incide num espelho plano, formando com sua superfície um ângulo de 40º. Qual o valor do<br />
correspondente ângulo de refl exão?<br />
Solução:<br />
Sendo N normal à superfície do espelho, temos:<br />
40º + i = 90º ⇒ i = 50º<br />
Mas como r = i , temos r = 50º<br />
Resposta: r = 50º<br />
4.4 – Imagem em um Espelho Plano<br />
De Ponto<br />
Uma fonte puntiforme A, colocada à frente de um espelho plano, forma uma imagem A’, que pode ser vista<br />
pelo observador, pois o raio refl etido chega ao seu globo ocular.
Portanto, para se obter geometricamente a imagem de um objeto pontual, basta traçar por ele, perpendicularmente<br />
ao espelho, uma reta e marcar simetricamente o ponto imagem. A fi gura abaixo mostra a construção de<br />
três pontos imagens.<br />
De Corpo Extenso<br />
Sabendo-se que o corpo extenso é constituído de infi nitos pontos, e que a imagem de cada ponto está igualmente<br />
distanciada em relação ao espelho, isto é, o ponto objeto e o ponto imagem são simétricos em relação ao<br />
mesmo, obtém-se a imagem de um corpo extenso, ponto por ponto.<br />
Retomando-se como na fi gura abaixo e ligando-se os pontos objetos A, B e C, ter-se-á um corpo extenso<br />
triangular. Procedendo-se da mesma forma com os pontos imagens A’, B’ e C’, ter-se-á obtido a imagem do<br />
triângulo, da natureza virtual.<br />
Observando a fi gura ao lado, nota-se<br />
que a imagem e o objeto são simétricos<br />
em relação ao espelho e de mesmo<br />
tamanho.<br />
Diz-se que a imagem é DIREITA (ou DIRETA), pois<br />
que ela não é invertida.<br />
Resumindo: Um espelho plano conjuga imagem virtual, direita, de mesmo tamanho do objeto e posicionada<br />
simetricamente ao objeto em relação ao plano do espelho.<br />
Leis da Refração<br />
Seja um raio de luz monocromática incidente (Ri) no ponto I da superfície plana (S), que separa dois meios transparentes,<br />
1 e 2, de índices de refração, respectivamente, iguais a n 1 e n 2 .<br />
Conhecidos esses aspectos preliminares, podem-se enunciar as duas leis de refração:<br />
Primeira Lei: Raio incidente (Ri) , a normal (N) e o raio refratado (Rr) são coplanares.<br />
Segunda Lei (ou Lei de Snell-Descartes): Para o raio de luz monocromática passando de um meio para outro, é constante<br />
o produto do seno do ângulo, formado pelo raio e a normal, pelo índice de refração do meio em que se encontra esse raio.<br />
47
48<br />
Se o raio incidente (Ri) passar de um meio menos refringente para um mais refringente, ele se aproxima da normal (N).<br />
Se o raio incidente (Ri) passar de um meio mais refringente para um menos refringente, ele se afasta da normal (N).<br />
4.5 – Refração da Luz - Fibras Ópticas<br />
Introdução<br />
A refração da luz permite explicar por que uma piscina com água aparenta ser mais rasa, ou uma régua parcialmente<br />
mergulhada em água parece estar quebrada. Ainda, a refração explica por que a luz branca se dispersa<br />
ao passar do ar para o vidro.<br />
THALES TRIGO<br />
O fenômeno de refração nada mais é que a passagem da luz de um meio transparente ou translúcido para outro.<br />
Nessa passagem, ocorre uma mudança da velocidade da luz. Portanto:<br />
Refração da luz é um fenômeno óptico da velocidade que a luz sofre ao passar de um meio para outro.
Índice de Refração<br />
Sabe-se que a velocidade da luz em qualquer meio transparente é sempre menor que no vácuo. Assim, defi nese<br />
índice de refração absoluto (n) para um dado meio como o quociente entre a velocidade da luz no vácuo<br />
(c) e a velocidade da luz (v) no meio em questão, ou seja:<br />
O número n que defi ne o índice de refração absoluto indica quantas vezes a velocidade da luz, c = 3. 10 8 m/s<br />
(constante), é maior que a velocidade v da mesma luz, no meio considerado.<br />
Na tabela seguinte, estão exemplifi cados os valores dos índices de refração de algumas substâncias e com que<br />
velocidade a luz se propaga nesses meios.<br />
Dispersão da Luz<br />
O índice de refração absoluto de um meio depende do tipo de luz<br />
monocromática que se propaga nesse meio. Verifi ca-se que, para<br />
um meio material, o menor índice de refração corresponde à luz<br />
vermelha e o maior, à luz violeta, sendo que as demais cores apresentam<br />
índices de refração intermediários. Na dispersão luminosa,<br />
baseia-se, em parte, a formação do arco-íris na atmosfera.<br />
Em todas as situações que estudamos até aqui, considaremos sempre uma luz monocromática. Entretanto, o<br />
que ocorre quando um feixe de luz solar (policromática), propagando-se no ar, incide obliquamente na superfície<br />
de um bloco de vidro? O feixe refratado se aproxima da normal.<br />
Como o vidro apresenta maior índice de refração para a luz violeta, é ela a que mais se aproxima da normal. À<br />
luz vermelha, o meio oferece o menor índice de refração e, portanto, é ela a que menos se aproxima da normal.<br />
Assim, a luz violeta sofre maior desvio e a luz vermelha menor desvio. Entre essas duas luzes temos as demais,<br />
intermediárias. Na ordem crescente de desvios: vermelho, alaranjado, verde, azul, anil e violeta.<br />
49
50<br />
Refração Atmosférica<br />
Variação do Índice de Refração com Altitude<br />
O ar em pequenas camadas, como o existente em uma sala, é um meio homogêneo e transparente, e nele a luz<br />
se propaga em linha reta. Já toda atmosfera terrestre não é um meio homogêneo, pois sua densidade diminui<br />
com o aumento da altitude.<br />
Verifi ca-se experimentalmente que, quanto maior a densidade de um meio, maior o seu índice de refração.<br />
Portanto o índice de refração do ar diminui com o aumento da altitude. Por isso um raio de luz proveniente do<br />
vácuo e incidindo obliquamente na atmosfera segue uma trajetória curvilínea. A atmosfera foi representada por<br />
várias camadas superpostas, cada uma delas com índice de refração diferente.<br />
O que São as Fibras Ópticas?<br />
Para comunicações a grandes distâncias, a tecnologia moderna utiliza as denominadas fi bras ópticas em lugar<br />
dos tradicionais cabos metálicos. As mensagens, hoje, são transmitidas através de impulsos luminosos, em vez de<br />
impulsos elétricos.<br />
A transmissão da luz ao longo das fi bras ópticas é baseada no fenômeno da refl exão total. Cada fi bra é basicamente<br />
constituída de dois tipos de vidros de índices de refração diferentes. A parte central da fi bra, o núcleo, é feita de<br />
um vidro com índice de refração maior que o vidro da camada envolvente, a casca (fi gura A).
A fi gura B mostra como a luz se refl ete sucessivamente ao longo da fi bra. Um estreito feixe luminoso, produzido<br />
por uma fonte laser, propaga-se no vidro no núcleo e atinge a superfície de separação com o vidro da casca<br />
por um ângulo maior que o ângulo limite, ocorrendo então a refl exão total. O feixe refl etido atinge novamente<br />
a superfície de separação com ângulo maior que o limite, e o fenômeno vai se repetindo até a luz emergir pela<br />
outra extremidade da fi bra, com uma perda de energia muito pequena.<br />
Dessa forma, a luz pode percorrer longos caminhos ao longo da fi bra, atingindo pontos normalmente inacessíveis<br />
a uma iluminação direta. Por isso, antes da sua utilização em telecomunicações, as fi bras ópticas já<br />
eram usadas em instrumentos médicos, os endoscópios destinados à observação do interior de órgãos do corpo<br />
humano, como o esôfago, o estômago e os intestinos.<br />
Há inúmeras vantagens no uso das fi bras ópticas sobre o uso dos cabos metálicos nas telecomunicações. Um<br />
cabo metálico pode ser substituído por outro de fi bra óptica de peso 26 vezes menor. Além do pequeno peso e<br />
volume reduzido, as fi bras ópticas não sofrem as interferências magnéticas comuns aos fi os metálicos, promovendo<br />
uma fi delidade muito maior na transmissão de informações. Outra vantagem é a abundância da matériaprima,<br />
sobretudo a sílica, necessária à fabricação das fi bras ópticas, o que torna sua utilização extremamente<br />
econômica em comparação aos fi os de metal.<br />
A infovia óptica brasileira se estende de Porto Alegre até Fortaleza, conectando-se ao norte com Venezuela,<br />
América Central, Estados Unidos e Europa e ao sul com Argentina e Uruguai. Para isso são utilizados cabos<br />
subterrâneos, aéreos e submarinos.<br />
4.6 – Lentes Esféricas<br />
Introdução<br />
Lente é todo meio transparente limitado por duas superfícies curvas ou por uma superfície curva e outra plana.<br />
Em geral, os instrumentos ópticos – lupa, microscópio, telescópio, máquina fotográfi ca, projetor, fi lmadora,<br />
óculos, o olho humano etc. – são formados por uma ou mais lentes, que podem ser classifi cadas em côncavas<br />
ou convexas.<br />
Lentes côncavas são aquelas que possuem a parte central mais fi na que as bordas.<br />
51
52<br />
Lentes convexas, ao contrário, apresentam a parte central mais larga que as bordas.<br />
Dependendo do meio em que estão imersas, as lentes côncavas e convexas podem ser convergentes ou divergentes.<br />
No estudo geométrico de lentes convergentes e divergentes, é costume representá-las da seguinte forma:<br />
Nomenclatura<br />
Existem seis tipos de lentes esféricas, os quais podem ser facilmente identifi cados através de suas faces.<br />
Estas podem apresentar-se côncavas, convexas ou planas. Como há duas faces a nomear, a composição do nome<br />
da lente é feita da seguinte maneira: em primeiro lugar citamos a face de maior raio de curvatura e, em segundo,<br />
a de menor raio; quando as duas faces tiverem nomes iguais, usamos o prefi xo bi (bicôncava ou biconvexa);<br />
quando uma das faces for plana, o seu nome vem em primeiro lugar (plano-côncava ou plano-convexa).<br />
Elementos Geométricos<br />
Geralmente, as lentes são constituídas de vidro ou de acrílico, como nos óculos, enquanto o meio ambiente<br />
é o ar. Pode-se, no entanto, usar outros materiais para fazê-las, bem como colocá-las em outro meio que não<br />
seja o ar.<br />
Vamos defi nir agora seus elementos geométricos de acordo com a fi gura abaixo:<br />
• faces da lente: S e S ; 1 2<br />
• centros de curvatura das faces: C e C ; 1 2<br />
• raios de curvatura das faces: R e R ; 1 2<br />
• eixo principal da lente: 1 2 ;<br />
• vértices das faces: V e V ; 1 2<br />
• espessura da lente: e (e = V V ). 1 2 C e C
Comportamento Óptico das Lentes Esféricas<br />
As lentes esféricas classifi cam-se, quanto ao comportamento óptico, em duas categorias: lentes convergentes<br />
e lentes divergentes.<br />
Para diferenciá-las, basta fazer incidir na lente um estreito feixe de luz constituído de raios paralelos ao eixo<br />
principal. A lente será convergente quando os raios refratados convergirem para um só ponto F’ (fi gura abaixo). A<br />
lente será divergente quando os raios refratados divergirem como se partissem de um mesmo ponto F’ .<br />
Qualquer lente pode comportar-se como convergente ou divergente, dependendo do material de que é constituída<br />
e do meio em que se encontra. Citemos, inicialmente, um caso comum, o das lentes de vidro imersas no ar (como é<br />
o caso dos óculos). Nesse caso, as lentes de bordos fi nos têm comportamento convergente, ao passo que as lentes<br />
de bordos espessos têm comportamento divergente (fi gura abaixo).<br />
De modo geral, quando o material que constitui a lente é mais refringente que o meio em que ela se encontra,<br />
a lente de bordos fi nos comporta-se como convergente, e a de bordos espessos, como divergente.<br />
Quando o meio externo é mais refringente que o material da lente, ocorre o inverso: as lentes de bordos fi nos<br />
comportam-se como divergentes e as de bordos espessos, como convergentes. Citemos um exemplo: uma bolha<br />
de ar no interior de um bloco de vidro comporta-se como uma lente e corresponde ao segundo caso, como<br />
mostram as fi guras:<br />
53
54<br />
Resumindo, temos:<br />
Associação de Lentes – Aplicações<br />
Muitos dos instrumentos ópticos, de larga utilização na vida moderna, são constituídos por associações de<br />
lentes. Essas associações corrigem os defeitos que uma única lente produz.<br />
As objetivas de máquinas fotográfi cas, microscópios e lunetas de boa qualidade são constituídos por pares de<br />
lentes justapostas, ou seja, com separação nula entre elas.<br />
• O Retroprojetor<br />
O retroprojetor fornece imagem de um objeto como um desenho ou um texto impressos numa lâmina transparente,<br />
comumente denominada transparência.<br />
A transparência é colocada sobre uma base de vidro. Os raios de luz emitidos pela lâmpada atravessam uma<br />
lente denominada lente de Fresnel, que é construída de forma a aumentar a efi ciência da fonte luminosa.<br />
Os raios de luz atravessam a transparência, incidem na lente de projeção, sofrem refração e em seguida são<br />
refl etidos no espelho plano, formando na tela a imagem ampliada do objeto.
• O Microscópio<br />
O microscópio da fi gura é denominado microscópio composto porque consta de duas lentes convergentes<br />
associadas convenientemente. A que está mais próxima do objeto a ser visto é denominada objetiva e a outra,<br />
mais perto do nosso olho, é uma lupa denominada ocular.<br />
Os microscópios comuns produzem aumentos entre 300 e 2.000 vezes, aproximadamente.<br />
Os microscópios eletrônicos permitem aumentos muito maiores que os obtidos nos microscópios ópticos.<br />
Nesses aparelhos, em vez de luz, utilizam-se feixes de elétrons que são desviados por campos magnéticos que<br />
funcionam como verdadeiras “lentes magnéticas”. Os microscópios eletrônicos (fi gura abaixo) produzem aumentos<br />
freqüentemente superiores a cem mil vezes.<br />
Exercícios de Auto-avaliação<br />
1. Dos seguintes objetos, qual seria visível em uma sala perfeitamente escurecida?<br />
a) Um espelho.<br />
b) Qualquer superfície clara.<br />
c) Um fi o aquecido ao rubro.<br />
d) Uma lâmpada desligada.<br />
e) Um gato preto.<br />
2. No esquema da fi gura representamos o Sol, a Terra e a Lua. Para um observador na superfície da Terra<br />
voltada para a Lua (ponto O):<br />
55
56<br />
a) É noite, fase da Lua Nova e ocorre eclipse da Lua.<br />
b) É dia, fase da Lua Cheia e ocorre eclipse do Sol.<br />
c) É noite, fase de Lua Cheia e a Lua está visível.<br />
d) É dia, fase da Lua Nova e ocorre eclipse da Lua.<br />
e) É noite, fase da Lua Cheia e ocorre eclipse da Lua.<br />
3. Um edifício iluminado pelos raios solares projeta uma sombra de comprimento L = 72,0 m. Simultaneamente,<br />
uma vara vertical de 2,50 m de altura, colocada ao lado do edifício, projeta uma sombra de comprimento l = 3,00 m.<br />
Qual é a altura do edifício?<br />
a) 90,0 m. b) 86,0 m. c) 60,0 m. d) 45,0. e) Nenhuma das anteriores.<br />
4. Um automóvel, de placa ZRN 2534, viaja atrás de outro automóvel. O motorista do automóvel da frente<br />
olha pelo espelho retrovisor e vê a placa do carro de trás. Assinale a opção que indica corretamente como esse<br />
motorista vê a placa:<br />
5. As fi guras abaixo pretendem representar objetos e suas respectivas imagens, refl etidas em um espelho plano.<br />
Em relação às fi guras, assinale a opção correta:<br />
a) Apenas I e III representam situações reais.<br />
b) Apenas I e II representam situações reais.<br />
c) Apenas II e III representam situações reais.<br />
d) I, II e III representam situações reais.<br />
e) Apenas I representa situação real.<br />
6. Um raio de luz refl ete-se num espelho plano. O ângulo entre os raios incidente e refl etido é de 40º. Determine<br />
o ângulo de incidência e o ângulo que o raio refl etido faz com a superfície do espelho.<br />
7. Um raio de luz incide I de um espelho plano E e após a refl exão passa pelo ponto P. Determine o ângulo de incidência.<br />
8. Sobre o vidro de um espelho plano, coloca-se a ponta de um lápis e verifi ca-se que a distância entre a ponta<br />
do lápis e sua imagem é de 12 mm. Em mm, a espessura do vidro do espelho é, então, de:<br />
a) 3. b) 6. c) 9. d) 12. e) 24.
9. A parte refratada de um feixe de luz que incide obliquamente sobre a superfície plana de separação entre os<br />
meios I e II é desviada afastando-se da normal. Assim sendo, as relações entre as velocidades e os índices de refração<br />
da luz nos meios I e II são dadas por:<br />
a)<br />
b)<br />
c)<br />
d)<br />
e)<br />
10. Os raios de luz, r 1 , r 2 , r 3 e r 4 incidem num bloco de vidro transparente de secção semicircular de centro C,<br />
conforme está indicado no esquema abaixo.<br />
Desses raios, aqueles que penetram no vidro sem sofrer desvio são:<br />
a) r 1 e r 2 . b) r 1 e r 3 . c) r 1 e r 4 . d) r 2 e r 3 . e) r 3 e r 4 .<br />
11. A dispersão da luz em suas cores componentes pode ser obtida fazendo-se um feixe de luz branca atravessar<br />
um prisma de vidro. Cada cor é desviada diferentemente pelo prisma. Considere as afi rmações:<br />
I. A luz vermelha é a que sofre menor desvio.<br />
II. A luz violeta é a que sofre maior desvio.<br />
III. À luz vermelha o prisma oferece o menor índice de refração.<br />
IV. À luz violeta o prisma oferece o maior índice de refração.<br />
Podemos afi rmar:<br />
a) Somente I e III estão corretas.<br />
b) Somente II e IV estão corretas.<br />
c) Somente I e II estão corretas.<br />
d) Todas as afi rmações estão corretas.<br />
e) Apenas três das afi rmações estão corretas.<br />
12. São lentes divergentes de vidro no ar:<br />
a) Biconvexa e plano-côncava.<br />
b) Biconvexa e plano-convexa<br />
c) Plano-côncava e plano-convexa.<br />
d) Plano-côncava e bicôncava.<br />
e) Biconvexa e bicôncava.<br />
57
58<br />
13. Um estudante deseja queimar uma folha de papel, concentrando, com apenas uma lente, um feixe de luz<br />
solar na superfície da folha. Para tal, ele dispõe de quatro lentes de vidro, cujos perfi s são mostrados a seguir.<br />
Para conseguir seu intento, o estudante poderá usar as lentes:<br />
a) I ou II somente.<br />
b) I ou III somente.<br />
c) I ou IV somente.<br />
d) II ou III somente.<br />
e) II ou IV somente.
Se você:<br />
1) concluiu o estudo deste guia;<br />
2) participou dos encontros;<br />
3) fez contato com seu tutor;<br />
4) realizou as atividades previstas;<br />
Então, você está preparado para as<br />
avaliações.<br />
Parabéns!<br />
59
60<br />
Glossário<br />
ºC-1 - Grau recíproco - unidade dos coefi cientes de dilatações.<br />
Luz monocromática - luz de uma única cor.<br />
Penumbra - região de pouca luz.<br />
Refl exão especular - refl exão da luz em superfícies espelhadas.
Gabarito<br />
Unidade I<br />
1. a) 8,0 x 10 2 kg<br />
b) 6,5 x 10 4 m<br />
c) 3,60 x 10 2 s<br />
d) 4,0 x 10 -2 N<br />
e) 5,5 x 10 -3 A<br />
2. a) 2,35 x 10 -3<br />
b) 7,3 x 10 2<br />
c) 6,7 x 10 -4<br />
d) 1,560 x 10 6<br />
e) 6,54 x 10 3<br />
f) 7,5 x 10 -1<br />
Unidade II<br />
1. a) 68ºF b) 293 K<br />
2. a) – 60ºC b) 213 K<br />
3. 135ºC 275ºF<br />
4. a) 15ºC b) 27ºF c) 15K<br />
5. Para que aconteça o equilíbrio térmico.<br />
6. Sim, se forem de materiais com diferentes coefi cientes de dilatações.<br />
7. Ambos aumentam.<br />
8. A dilatação da gasolina é maior que a dilatação do tanque.<br />
9. Não, o cobertor não é uma fonte de calor e sim um isolante térmico.<br />
10. Convecção.<br />
Unidade III<br />
1. 4 N 6. d<br />
2. d 7. c<br />
3. 3.1 - d ; 3.2 - e 8. d<br />
4. d 9. e<br />
5. a 10. a<br />
61
62<br />
Unidade IV<br />
1. c 6. i = 20º 70º 11. d<br />
2. e 7. 45º 12. d<br />
3. c 8. b 13. b<br />
4. e 9. a<br />
5. a 10. e
Referências Bibliográficas<br />
FUKE, Luiz Felipe & YAMANO, Kazuhito & TADASHI, Carlos. Os Alicerces da Física. São Paulo: Saraiva, 2003.<br />
GONÇALVES FILHO, Aurélio. Física para o ensino médio. São Paulo: Scipione, 2002.<br />
RAMALHO, Francisco. Fundamentos da Física. São Paulo: Moderna, 2003.<br />
TORRES, C. MAGNO [et. al.]. Física. São Paulo: Moderna, 2001.<br />
YOUNG, H. & FREEDMAN, R. Física. São Paulo: Prentice - Hall, 2003.<br />
63