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Estatística Experimental: Planejamento de Experimentos

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6<br />

1.3<br />

1.3<br />

<strong>Planejamento</strong> <strong>de</strong> <strong>Experimentos</strong><br />

ou rechaçadas, e o corpo <strong>de</strong> conhecimento científico é incrementado. Assim, a ciência<br />

cresce a partir do conhecimento comum e o supera com o seu crescimento. De fato, o<br />

trabalho científico inicia no ponto em que a experiência e o conhecimento comum <strong>de</strong>ixam<br />

<strong>de</strong> prover soluções para problemas referentes a fenômenos <strong>de</strong> interesse, ou mesmo <strong>de</strong><br />

formulá-los.<br />

Entretanto, o conhecimento científico não é um mero refinamento e extensão do<br />

conhecimento comum. É um conhecimento <strong>de</strong> natureza especial. A ciência também trata<br />

<strong>de</strong> fenômenos não observáveis e não cogitados pelo homem comum, levanta conjeturas<br />

que vão além do conhecimento comum, e submete essas conjeturas à prova com base<br />

em suas teorias e com o auxílio <strong>de</strong> técnicas especiais. Por outro lado, a ciência é incapaz<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver conhecimento a partir <strong>de</strong> explicações não naturais.<br />

Assim, a abordagem científica distingue-se <strong>de</strong> outras formas <strong>de</strong> geração <strong>de</strong><br />

conhecimento em muitos aspectos, particularmente quanto ao método. Entretanto, ela<br />

tem algumas semelhanças com essas outras fontes <strong>de</strong> conhecimento, pelo menos se é<br />

limitada consi<strong>de</strong>ração ao conhecimento ordinário gerado pelo senso comum. De fato, o<br />

senso comum, assim como a ciência, aspira a ser racional e objetivo. Entretanto, o i<strong>de</strong>al<br />

<strong>de</strong> racionalida<strong>de</strong>, ou seja, a sistematização coerente do conhecimento somente é<br />

conseguida mediante teorias, que constituem o núcleo da ciência, enquanto que o<br />

conhecimento comum é constituído por acumulação <strong>de</strong> peças <strong>de</strong> informação pouco<br />

relacionadas. Por outro lado, a objetivida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>al, ou seja, a construção <strong>de</strong><br />

representações da realida<strong>de</strong> impessoais, não po<strong>de</strong> ser lograda sem a superação dos<br />

limites estreitos da vida cotidiana e da experiência pessoal. Ela <strong>de</strong>manda a formulação <strong>de</strong><br />

conjeturas <strong>de</strong> existência <strong>de</strong> objetos físicos além das precárias impressões sensoriais, e a<br />

verificação <strong>de</strong> tais conjeturas por meio <strong>de</strong> experiência objetiva, planejada e interpretada<br />

com o auxílio <strong>de</strong> teorias. O senso comum po<strong>de</strong> conseguir apenas objetivida<strong>de</strong> limitada<br />

porque está estreitamente vinculado à percepção e à ação.<br />

Em resumo, o conhecimento científico é racional e objetivo como o originado do<br />

senso comum, mas muito mais racional e objetivo do que este. A peculiarida<strong>de</strong> da<br />

abordagem científica que a distingue do senso comum é a forma como opera, ou seja, o<br />

método científico, e o objetivo para o qual esse método é aplicado. Esses temas são<br />

tratados nas Seções Seções 1.5 1.5, 1.5<br />

1.6 e 1.7 1.7. 1.7<br />

1.3 Relação Relação da da da Ciência Ciência com com a a Filosofia<br />

Filosofia<br />

O método científico é algumas vezes contrastado com outras abordagens para a<br />

geração <strong>de</strong> conhecimento. Surge, então, a questão natural da credibilida<strong>de</strong> do<br />

conhecimento científico, em contraste com conhecimento <strong>de</strong> outras origens.<br />

Particularmente, são algumas vezes questionados o caráter filosófico e a estrutura lógica<br />

do conhecimento científico.<br />

Em primeiro lugar, <strong>de</strong>ve ser observado que a ciência é um método e não uma<br />

filosofia. Como tal, ela não está comprometida com qualquer teoria ou filosofia particular<br />

<strong>de</strong> conhecimento. De fato, a ação do cientista revela certas preferências mentais e<br />

consistências <strong>de</strong> seu método que são algumas vezes relacionadas com pontos <strong>de</strong> vistas<br />

<strong>de</strong> escolas filosóficas conhecidas pelas <strong>de</strong>signações <strong>de</strong>:<br />

• racionalismo,<br />

• empirismo,<br />

• positivismo,<br />

• pragmatismo e<br />

• <strong>de</strong>terminismo.<br />

Um exame breve do significado filosófico <strong>de</strong>ssas <strong>de</strong>signações é útil para esclarecer<br />

a distinção da posição do cientista em relação a esses pontos <strong>de</strong> vista, que implicam em<br />

diferenças nas perspectivas referentes ao conhecimento.

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