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Estatística Experimental: Planejamento de Experimentos

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16<br />

Exemplo Exemplo 1.1<br />

<strong>Planejamento</strong> <strong>de</strong> <strong>Experimentos</strong><br />

Suponha-se a seguinte questão: Porque a produtivida<strong>de</strong> do trigo no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul é<br />

baixa? Uma resposta simples a essa questão po<strong>de</strong>ria ser <strong>de</strong>rivada da observação empírica <strong>de</strong> que<br />

as condições ambientais nesse Estado são <strong>de</strong>sfavoráveis ao cultivo do trigo. Pesquisadores<br />

científicos <strong>de</strong>sse problema não se satisfariam com explicações simples e genéricas como essa, e<br />

iniciariam pelo exame crítico do próprio problema, antes <strong>de</strong> tentarem a busca <strong>de</strong> uma solução para<br />

ele. De fato, aquela pergunta implica uma generalização empírica que po<strong>de</strong> ser refinada através<br />

<strong>de</strong> sua <strong>de</strong>composição em perguntas menos gerais, como as duas seguintes: Sob que<br />

circunstâncias ambientais (referentes a solo, clima, incidências <strong>de</strong> doenças e pragas, etc.) a<br />

produtivida<strong>de</strong> tem sido baixa? Nessas circunstâncias, quais são as características relevantes das<br />

técnicas <strong>de</strong> cultivo <strong>de</strong> trigo (cultivares utilizadas, tratamentos fitossanitários, fertilização e correção<br />

do solo, etc.) que po<strong>de</strong>m ter implicações sobre a produtivida<strong>de</strong>? As questões postas <strong>de</strong>ssa forma<br />

ainda são <strong>de</strong>masiadamente vagas e po<strong>de</strong>m ser mais refinadas através da formulação <strong>de</strong><br />

perguntas mais específicas, tais como: A produtivida<strong>de</strong> tem sido mais baixa em anos <strong>de</strong><br />

temperatura e umida<strong>de</strong> relativa elevadas durante o ciclo vegetativo do trigo? Em que estádios do<br />

<strong>de</strong>senvolvimento da planta essas condições são mais adversas? Em que estádios <strong>de</strong> seu<br />

<strong>de</strong>senvolvimento a planta é mais suscetível a essas condições climáticas? Essas condições <strong>de</strong><br />

clima favorecem o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> doenças fúngicas do trigo? Quais doenças fúngicas? As<br />

cultivares em uso são suscetíveis a essas condições <strong>de</strong> clima? São elas suscetíveis a essas<br />

doenças fúngicas?<br />

Assim, uma análise do problema inicial <strong>de</strong>masiadamente genérico e vago – baixa<br />

produtivida<strong>de</strong> do trigo no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul – conduz a um conjunto <strong>de</strong> problemas mais<br />

específicos que têm implicações negativas sobre a produtivida<strong>de</strong> do trigo nesse Estado; por<br />

exemplo, suscetibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cultivares <strong>de</strong> trigo a temperatura e umida<strong>de</strong> relativa elevadas;<br />

incidência <strong>de</strong> doenças fúngicas; incidência da ferrugem; suscetibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cultivares a doenças<br />

fúngicas. Cada problema ou pergunta simples e precisa que possa ser passível <strong>de</strong> solução ou<br />

resposta com o conhecimento científico atual e os recursos disponíveis constitui um problema<br />

problema<br />

científico científico científico ou problema problema <strong>de</strong> <strong>de</strong> pesquisa pesquisa. pesquisa<br />

Cada problema científico suscitará uma ou mais conjeturas <strong>de</strong> solução ou resposta.<br />

Consi<strong>de</strong>re-se, por exemplo, o seguinte problema: prejuízo à produtivida<strong>de</strong> do trigo <strong>de</strong>corrente da<br />

incidência da ferrugem. Esse problema po<strong>de</strong> suscitar diversas conjeturas, tais como: a)<br />

temperatura e umida<strong>de</strong> relativa elevadas favorecem a incidência da ferrugem; b) a ocorrência da<br />

ferrugem po<strong>de</strong> ser controlada através <strong>de</strong> fungicidas; e c) a incidência da ferrugem po<strong>de</strong> ser<br />

evitada com o uso <strong>de</strong> cultivares resistentes. Cada uma <strong>de</strong>ssas conjeturas que possa ser verificada<br />

empiricamente constitui uma hipótese hipótese científica científica ou hipótese hipótese <strong>de</strong> <strong>de</strong> pesquisa pesquisa. pesquisa<br />

Então, cada uma <strong>de</strong>ssas conjeturas po<strong>de</strong>rá ser verificada empiricamente através <strong>de</strong> suas<br />

conseqüências. Por exemplo, a) se elevadas temperatura e umida<strong>de</strong> relativa são <strong>de</strong>terminantes da<br />

incidência da ferrugem e conseqüente diminuição da produtivida<strong>de</strong>, então lavouras <strong>de</strong> trigo que<br />

difiram quanto àquelas características <strong>de</strong>vem apresentar diferentes graus <strong>de</strong> incidência <strong>de</strong><br />

ferrugem e diferentes níveis <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>; b) se fungicidas controlam a incidência da ferrugem,<br />

então lavouras com fungicidas eficazes <strong>de</strong>vem ser mais produtivas que lavouras sem esses<br />

fungicidas ou com fungicidas ineficazes; c) se a suscetibilida<strong>de</strong> à ferrugem é um <strong>de</strong>terminante<br />

importante da produtivida<strong>de</strong> baixa, então lavouras que difiram quanto a cultivares com níveis<br />

diferentes <strong>de</strong> suscetibilida<strong>de</strong> (ou <strong>de</strong> resistência) e sejam semelhantes quanto às <strong>de</strong>mais<br />

características <strong>de</strong>vem ter níveis <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> diferentes.<br />

A verificação <strong>de</strong> cada hipótese científica po<strong>de</strong>rá ser procedida através <strong>de</strong> uma pesquisa<br />

pesquisa<br />

científica científica que compreen<strong>de</strong>rá a observação e coleta ou reunião <strong>de</strong> dados por meios científicos. Por<br />

exemplo, na presente ilustração, através <strong>de</strong>: a) uma pesquisa conduzida em lavouras, em diversos<br />

locais e em vários anos, com variação natural <strong>de</strong> temperatura e umida<strong>de</strong> relativa; b) uma pesquisa<br />

com fungicidas disponíveis e um controle (sem fungicida); c) uma pesquisa com cultivares<br />

disponíveis com diferentes níveis <strong>de</strong> suscetibilida<strong>de</strong> (ou resistência) à ferrugem.<br />

Finalmente, em cada pesquisa particular, serão avaliados os méritos das alternativas <strong>de</strong> sua<br />

hipótese, o que po<strong>de</strong>rá conduzir a refutação ou não refutação <strong>de</strong>ssa hipótese. Se as observações<br />

coletadas ou reunidas pela pesquisa não concordarem com as conseqüências <strong>de</strong>rivadas da<br />

hipótese, a hipótese será refutada. Caso contrário, ou seja, se essas observações se colocarem<br />

em linha com a hipótese, a hipótese não será refutada. Nesse último caso, proce<strong>de</strong>rá dizer-se que<br />

as observações corroboraram a hipótese. Observe-se, entretanto, que uma hipótese jamais é<br />

comprovada, pois estará sempre sujeita a ser refutada por uma observação futura.

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