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A Poética e a Métrica Clássicas: um estudo do hexâmetro ... - Unesp

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OBJETIVOS<br />

O objetivo principal desta pesquisa é oferecer o que será, até onde se pôde apurar, a<br />

única tradução vernácula de <strong>um</strong> repertório de textos antigos que versam sobre <strong>Poética</strong> e<br />

<strong>Métrica</strong> <strong>Clássicas</strong> latinas, no presente caso, <strong>um</strong> recorte da obra de Mário Vitorino.<br />

É preciso insistir também em que tal objetivo se coaduna com outro objetivo mais<br />

amplo, qual seja, o <strong>estu<strong>do</strong></strong> das noções de métrica de poemas latinos. A vaga noção que temos<br />

das sílabas longas e breves que compõem a métrica latina é matéria prima de manuais de<br />

métrica como os de Mário Vitorino, traduzi-los e estudá-los significa deixar vir à luz<br />

concepções e conceitos que nortearam a produção poética, sobretu<strong>do</strong> lírica, <strong>do</strong>s latinos. Muito<br />

embora seja a métrica a orientar e determinar boa parte <strong>do</strong>s comportamentos estilísticos<br />

observa<strong>do</strong>s nos poemas, esta dimensão não tem si<strong>do</strong> privilegiada modernamente pelos<br />

pesquisa<strong>do</strong>res da cultura greco-romana.<br />

Ao relegar a métrica a <strong>um</strong> plano inferior, deixamos de estudar os efeitos de expressão<br />

a cuja apreensão só se chega por meio de análise <strong>do</strong> plano da expressão poética. A esses<br />

meios de análise poder-se-ia chamar poética da expressão ou, ainda, métrica estilística.<br />

Assim, ao propor <strong>um</strong>a tradução <strong>do</strong> texto <strong>do</strong> Liber Secundus da obra Marii Victorinii<br />

Artis Grammaticae Libri Tres, compreendemos que o propósito não é somente transpor para o<br />

vernáculo <strong>um</strong> texto da Antiguidade, mas sim, permitir que se amplie o repertório de textos<br />

que versam sobre <strong>Poética</strong> e <strong>Métrica</strong> <strong>Clássicas</strong> latinas. Concluída a pesquisa, este texto estará<br />

acessível para participar e colaborar com suas <strong>do</strong>utrinas em <strong>estu<strong>do</strong></strong>s e reflexões acerca da<br />

métrica <strong>do</strong>s antigos gramáticos latinos, sua evolução, suas definições, conceitos, méto<strong>do</strong>s e<br />

objetos privilegia<strong>do</strong>s.<br />

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA<br />

Os manuais modernos de métrica, produzi<strong>do</strong>s com base na <strong>do</strong>utrina métrica da<br />

antiguidade, procuraram catalogar as regularidades percebidas na poesia clássica e formular<br />

as normas de sua ocorrência nos versos, ou seja, procederam à investigação das medidas de<br />

harmonia encontradas – os metros – e trataram de estabelecer as leis que governariam seu<br />

emprego e os efeitos produzi<strong>do</strong>s por eles, mas sempre com base no fenômeno sonoro de <strong>um</strong>a<br />

língua antiga – no caso, o grego ou o latim – que não pôde fazer chegar aos pósteros qualquer<br />

testemunho seguro da maneira pela qual seus fonemas eram articula<strong>do</strong>s.<br />

Por essa razão é que se fez necessário <strong>um</strong> novo enfoque teórico que, tanto quanto<br />

possível, prescindisse <strong>do</strong> da<strong>do</strong> fonético hoje perdi<strong>do</strong>, para investir no valor fonológico das<br />

Anais XXIII SEC, Araraquara, p. 321-329, 2008<br />

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