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A Poética e a Métrica Clássicas: um estudo do hexâmetro ... - Unesp

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Anais XXIII SEC, Araraquara, p. 321-329, 2008<br />

ou então, desta forma, muito melhor:<br />

āt rē|gīnă gră|vī iām|dūdūm| sāucǐă| cūră 5 .<br />

Do mesmo mo<strong>do</strong>, afirma o autor, é preciso cuidar para que o terceiro pé não delimite<br />

<strong>um</strong>a palavra, e que o verso se divida a partir dele, como em:<br />

cūi nōn | dīctŭs Hў|lās || pŭĕr | ēt Lā|tōnĭă| Dēlŏs. 6<br />

O autor considera tão defeituosos os versos cita<strong>do</strong>s há pouco quanto os que usam<br />

apenas <strong>um</strong> pé durante o verso to<strong>do</strong>; muito mais belos seriam se mesclassem os pés.<br />

Heroi versus vitiosi habentur qui ex solis dactylis vel qui ex solis spondeis constant, quia<br />

in talibus aut gravis tarditas aut velocitas nimia vitiosa est. Insignes autem in metris sunt<br />

aut dactylici, id est c<strong>um</strong> quinque dactyli ultimo spondeo clauduntur, ut<br />

panditur interea <strong>do</strong>mus omnipotentis Olympi;<br />

Aqueles versos heróicos que constam somente de dátilos ou somente de espondeus, são<br />

considera<strong>do</strong>s defeituosos porque, em tais versos, ou há <strong>um</strong>a pesada lentidão, ou há <strong>um</strong>a<br />

rapidez por demais desagradável. Por outro la<strong>do</strong>, os [versos] datílicos são os mais<br />

importantes dentre os metros, isto é, quan<strong>do</strong> cinco dátilos são encerra<strong>do</strong>s com <strong>um</strong><br />

espondeu final, como 7<br />

[pāndĭtŭr | īntĕrĕ|ā dŏmŭs | ōmnĭpŏ|tēntĭs Ŏ|lympī;] 8,<br />

<strong>um</strong>a opção para a mistura entre dátilos e espondeus é o verso espondiazonte, que consiste em<br />

colocar <strong>um</strong> espondeu na 5ª e na 6ª regiões <strong>do</strong> verso. Como no exemlo cita<strong>do</strong>:<br />

cōrnŭă | vēlā|tārūm ob|vērtĭmŭs | āntē|mnārūm 9 .<br />

Outra questão relevante, <strong>do</strong> ponto de vista da tradução levada a cabo até o presente<br />

momento, foi que, ao trabalhar modernamente com a métrica clássica, parte-se da vaga noção<br />

moderna <strong>do</strong> que teriam si<strong>do</strong> as sílabas breves e longas <strong>do</strong>s gregos e romanos, e, a partir daí,<br />

determina-se a formação <strong>do</strong>s pés métricos.<br />

Algo diferentemente dessa forma de descrever os pés métricos, Vitorino apresenta-os<br />

não como sen<strong>do</strong> a simples combinação entre breves e longas, mas como variação de outros<br />

5 Vergilius Maro, Publius, Aeneis, Livro IV, 1 (Trad. Mas já a rainha fatigada por <strong>um</strong>a grave preocupação).<br />

6<br />

Vergilius Maro, Publius, Georgicon, Livro III, 6 (Trad. A quem não é chama<strong>do</strong> menino Hilas e a Delos<br />

Latônia).<br />

7 Mário Vitorino, Liber Secundus <strong>do</strong>s Artis grammaticae Libri III, p. 69.<br />

8 Vergilius Maro, Publius, Aeneis, Livro X, 1. (Trad. Do Olimpo omnipotente os paços se abrem – Eneida/ de<br />

Virgílio; traduzida por José Victorino Barreto Feio, José Maria da Costa e Silva; Organizada por Paulo Sérgio de<br />

Vasconcellos. São Paulo : Martins Fontes, 2004, pág. 307 ).<br />

9 Vergilius Maro, Publius, Aeneis, Livro III, 549 (Trad. viramos ao contrário as pontas <strong>do</strong>s mastros das velas).<br />

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