Capítulo I – A VISÃO DE MUNDO DO SER HUMANO Esta ... - fatebe

O estudo das variações lingüísticas é interessante para
que se reconheça a multiplicidade de dialetos que uma língua
pode apresentar. Ao pensar que cada indivíduo manipula sua
língua materna de uma maneira particular, pode-se concluir que
tantos quantos são os habitantes do país são as variações
lingüísticas, mas a essas características individuais chamam-se
idioletos, os quais não podem ser ignorados, mas a título de
estudo e catalogação dos diferentes registros de língua importa
apenas verificação do uso da língua materna relativa aos
diferentes grupos sociais.
No Brasil, há uma tendência de, ao distinguir grupos pela
maneira como se comunicam, também discriminá-los. Nota-se a
verificação da língua como instrumento de ascensão ou
discriminação social, visto que se busca, na maioria das vezes,
a Língua Padrão para conquistar e identificar certo status social.
É comum as pessoas se sentirem mais bem-sucedidas que
outras por dominar a Língua padrão. Entretanto, a sabedoria
humana não está na maneira como a pessoa se comunica
(mesmo porque o importante é a interação comunicativa), mas
sim no que ela tem a dizer, no conteúdo da sua comunicação.
Algumas pessoas, ainda crianças, são desestimuladas a
prosseguir no colégio porque a maneira como falam é diferente
de como a escola ensina.
Logo, é reconhecendo as diferenças lingüísticas e
admitindo suas variações que se poderá atingir a todos os
indivíduos, inserindo-os na sociedade como parte integrante e
não como uma realidade menor sem relevância. O padrão, a
gíria, o coloquial, o regional, o técnico e o vulgar são níveis da
língua materna que se misturam nos textos falados e nos
escritos, predominando em alguns momentos um ou outro e, por
isso, não podendo ter prestígios diferentes.