Idem - Repositório Aberto da Universidade do Porto
Idem - Repositório Aberto da Universidade do Porto
Idem - Repositório Aberto da Universidade do Porto
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
MANUEL FERNANDES DA SILVA MESTRE E ARQUITECTO 11683-1751)<br />
franja<strong>do</strong>, com seu capello; e para a Quaresma, e Advento outro de se<strong>da</strong><br />
roxa. E enl ca<strong>da</strong> altar haverá huma cruz de pão <strong>do</strong>ura<strong>da</strong> com seu pe<br />
e huma raboa <strong>da</strong> sacra com molduras <strong>do</strong>ura<strong>da</strong>s ov pinhidwu<br />
Essas cores apõem-se às já utiliza<strong>da</strong>s como fornativas <strong>do</strong> espaço, tanto na policro-<br />
mia azulejar como refabilística, onde sobressaem, neste início <strong>do</strong> século XVIII, O<br />
azul, o branco e o <strong>do</strong>ura<strong>da</strong>, associaçáo na qual historia<strong>do</strong>res <strong>da</strong> arte encontraram<br />
a especifiu<strong>da</strong>de <strong>da</strong> arte bmoca portuguesa 'S<br />
A cor altera profun<strong>da</strong>mente o interior sagra<strong>do</strong>, converten<strong>do</strong>-se, na expressão de<br />
Fernandes Pereira, «no próprio espectáculo barroco, compensan<strong>do</strong> e substituin<strong>do</strong><br />
uma arquitectura de fslego reduzi<strong>do</strong>u na.<br />
Para realçar os efeitos feéricos <strong>da</strong> cor é neces&io luz. Por outro Ia<strong>do</strong>, sempre a<br />
mentali<strong>da</strong>de católica associou luz <strong>do</strong> sol a luz espiritual.<br />
As potenciali<strong>da</strong>des <strong>da</strong> luz não são estranhas a D. Rodrigo & Moura Teles quan<strong>do</strong><br />
na remodela@o <strong>do</strong> seu Paço Episcopal coloca, ao ermo <strong>da</strong> esca<strong>da</strong>ria nobre, uma<br />
figura que segura um facho na mão '3', que, juntamente com a cattela, aludem ao<br />
senti<strong>do</strong> <strong>da</strong> Visão.<br />
Tanto o pensamento religioso como os valores sensitivos barrocos sobre cor e luz,<br />
conduziriam à introdução de alteraçGes arquitectónicas nos espaços antigos, «ao ras-<br />
ga.r de novas portas e janelas ou à ampliaçáo <strong>da</strong>s já existentes* z'2.<br />
Transforma<strong>da</strong> que estava a zma <strong>da</strong> cabeceira <strong>da</strong> S6, urgia resolver o problema <strong>da</strong><br />
iluminação. Para tanto Manuel Fernandes <strong>da</strong> Silva constrói uma torre lanterna no<br />
cruzeiro e um conjunto de catorze frestas ao longo <strong>da</strong> nave principal, sete de ca<strong>da</strong><br />
la<strong>do</strong>. A propósito destas duas aquisiçães, Boaventura Maciel Aranha escreveu em<br />
1743: xhurna e outra couza dá a esta famosa Basílica a admiravel clari<strong>da</strong>de, de<br />
que muito carecim 23'.<br />
1 .I .2.5.1. A Torre Lanterna <strong>do</strong> Cruzeiro (fot. 6)<br />
Na<strong>da</strong> sabemos <strong>da</strong> estrutura arquitectónica que foi substituí<strong>da</strong> pela construçtío <strong>da</strong><br />
torre lanterna <strong>do</strong> cruzeiro, tão apenas que em 1713 não respondia às novas preten-<br />
Consrrririçoenr Sino<strong>da</strong>o <strong>do</strong> Arceb~~padn de Braga ordena<strong>da</strong>s pelo IIE~tsfnssrino Sor. Arcebispo D<br />
SEbn*trio de Maos Senof no Anno de 1639 E man<strong>da</strong><strong>da</strong>! emprimir aprimeira vez pelo Illu~tnS.8imo<br />
Senhor D João de Sousn (or) Arsibispo es de Braga Primas <strong>do</strong>s Erpnnhrrs eia Joneyrci de 1697, Lisboa,<br />
Offictna de Migwl üednn<strong>da</strong> - impressor de Sua Magestade, 1697, p. 332<br />
" PEREIRA. José Femandw - Policromin, in Dioionúrio <strong>da</strong> Arrr Barrttca ein Purrugai. L~sboa, Ed<br />
Presença. 1989, p 365<br />
<strong>Idem</strong> - rbidem. p 365<br />
"' REIS, Antánio Maros - ar1 c, p 380.<br />
3: <strong>Idem</strong> - rbrdem, p 376.<br />
'9 ARANHA, Boaventura Maael - Cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>da</strong> Morte e Descui<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>da</strong> Via, Lisboa, 1743, p. 674<br />
Cit por REIS, António Matos - art til. p 376