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Colaboração logística na cadeia de suprimentos do etanol: o elo ...

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III SAEPRO – 2007 - UFV<br />

<strong>Colaboração</strong> <strong>logística</strong> <strong>na</strong> <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> <strong>de</strong> <strong>suprimentos</strong> <strong>do</strong> <strong>etanol</strong>: o <strong>elo</strong><br />

atacadista-varejista<br />

Adélia Maria Dal-Cere Paes <strong>de</strong> Almeida (UFV) a<strong>de</strong>lia.paes@gmail.com<br />

Julia<strong>na</strong> <strong>de</strong> Oliveira Vargas (UFV) ju.vargas@gmail.com<br />

Diogo Henrique <strong>de</strong> Oliveira Inácio (UFV) diogo_hoi@yahoo.com.br<br />

José Geral<strong>do</strong> Vidal Vieira (UFV) jose.vidal@ufv,br<br />

Resumo: Este artigo tem por objetivo apresentar uma pesquisa exploratória, que buscou<br />

i<strong>de</strong>ntificar os tipos <strong>de</strong> relacio<strong>na</strong>mento logísticos existentes <strong>na</strong> <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> <strong>de</strong> <strong>suprimentos</strong> <strong>do</strong><br />

<strong>etanol</strong>, focan<strong>do</strong> especialmente o <strong>elo</strong> existente entre as distribui<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> <strong>etanol</strong> e os postos <strong>de</strong><br />

combustíveis (varejistas). Para tanto, abor<strong>do</strong>u-se um estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> caso com cinco postos <strong>de</strong><br />

combustíveis <strong>na</strong> cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Viçosa, que pertence à Zo<strong>na</strong> da Mata Mineira. O estu<strong>do</strong> foi<br />

realiza<strong>do</strong> por meio da aplicação <strong>de</strong> questionários a estes postos, que foram leva<strong>do</strong>s a<br />

respon<strong>de</strong>r questões sobre o <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>s fornece<strong>do</strong>res. Com base <strong>na</strong>s respostas obtidas,<br />

foi possível i<strong>de</strong>ntificar em que nível são usadas as práticas <strong>de</strong> colaboração <strong>logística</strong>s neste<br />

<strong>elo</strong> da <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> <strong>do</strong> <strong>etanol</strong>. Como conclusão principal, po<strong>de</strong>-se dizer que os postos <strong>de</strong><br />

combustíveis que possuem um contrato <strong>de</strong> exclusivida<strong>de</strong> com o atacadista apresentam um<br />

maior nível <strong>de</strong> colaboração <strong>logística</strong>, e os postos que não mantém essa exclusivida<strong>de</strong>, ou<br />

seja, os “postos <strong>de</strong> ban<strong>de</strong>ira branca”, têm um nível <strong>de</strong> relacio<strong>na</strong>mento que não chega ao da<br />

colaboração. Entretanto, foi possível perceber que os “postos <strong>de</strong> ban<strong>de</strong>ira branca”<br />

apresentaram um menor preço <strong>de</strong> venda em relação aos postos <strong>de</strong> “ban<strong>de</strong>ira colorida”, o<br />

que significa dizer que nem sempre um nível <strong>de</strong> colaboração <strong>logística</strong> implica em menores<br />

preços.<br />

Palavras chave: Logística colaborativa; Logísca <strong>de</strong> abastecimento;Postos <strong>de</strong> gasoli<strong>na</strong>.<br />

1. Introdução<br />

A busca por eficiência tem como pré-requisito a alta qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s serviços presta<strong>do</strong>s<br />

ao cliente fi<strong>na</strong>l. No entanto, atualmente para se atingir esse objetivo não basta ape<strong>na</strong>s ter o<br />

aprimoramento das ativida<strong>de</strong>s inter<strong>na</strong>s da empresa. É fundamental também que exista um alto<br />

nível <strong>de</strong> integração entre os parceiros <strong>de</strong> uma mesma <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong>. As empresas cada vez mais estão<br />

se conscientizan<strong>do</strong> <strong>de</strong> que não é possível aten<strong>de</strong>r às exigências <strong>de</strong> serviço <strong>do</strong>s clientes e,<br />

simultaneamente, cumprir com os objetivos <strong>de</strong> custo da empresa sem trabalhar <strong>de</strong> forma<br />

coor<strong>de</strong><strong>na</strong>da com outros participantes da <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> <strong>de</strong> <strong>suprimentos</strong> (FLEURY e et. al., 2000).<br />

O Brasil é o maior produtor <strong>de</strong> ca<strong>na</strong>-<strong>de</strong>-açúcar <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, segui<strong>do</strong> pela Índia e<br />

Austrália. Os números <strong>do</strong> setor sucroalcooleiro são expressivos no contexto <strong>do</strong> agronegócio<br />

brasileiro: são 320 indústrias <strong>de</strong> açúcar e álcool, 5,5 milhões <strong>de</strong> hectares <strong>de</strong> terras cultivadas,<br />

produzin<strong>do</strong> 1,5 milhões <strong>de</strong> toneladas <strong>de</strong> ca<strong>na</strong> por ano, geran<strong>do</strong> ao to<strong>do</strong> 1 milhão <strong>de</strong> empregos<br />

diretos, segun<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s da UNICA 1 . Aproximadamente 55% da produção brasileira <strong>de</strong> ca<strong>na</strong><strong>de</strong>-açúcar<br />

transformam-se em álcool (anidro e hidrata<strong>do</strong>).<br />

Apesar <strong>de</strong> a <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> <strong>de</strong> produção <strong>do</strong> <strong>etanol</strong> se mostrar coor<strong>de</strong><strong>na</strong>da em termos <strong>de</strong><br />

produção, uma vez que a agroindustria geralmente controla a produção e o fornecimento da<br />

matéria-prima por contrato ou por verticalização, é necessário disponibilizar atenção aos<br />

1 UNICA – União da Agroindústria Ca<strong>na</strong>vieira <strong>de</strong> São Paulo – da<strong>do</strong>s da safra <strong>de</strong> 2004.<br />

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custos logísticos associa<strong>do</strong>s ao suprimento e distribuição que são incorpora<strong>do</strong>s ao longo da<br />

<strong>ca<strong>de</strong>ia</strong>.<br />

O setor sucroalcooleiro <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l possui elevada competitivida<strong>de</strong> no âmbito mundial,<br />

produtivida<strong>de</strong> e rendimento industrial eleva<strong>do</strong>s, além <strong>de</strong> expressar os menores custos <strong>de</strong><br />

produção, se compara<strong>do</strong> aos seus principais concorrentes. Os custos <strong>de</strong> produção <strong>do</strong> álcool<br />

brasileiro encontram-se <strong>na</strong> faixa <strong>de</strong> US$ 0,18/litro, enquanto nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s este custo é<br />

<strong>de</strong> US$ 0,33/litro e <strong>na</strong> Europa chega a US$ 0,53/litro (PORTAL DO BIODIESEL, 2007).<br />

Entretanto, quan<strong>do</strong> a atenção é voltada aos custos <strong>de</strong> transporte, tanto da matériaprima<br />

quanto <strong>do</strong> produto fi<strong>na</strong>l, vimos que esse custo dá um salto significativo, chegan<strong>do</strong> a<br />

mais <strong>de</strong> 30% <strong>do</strong> custo fi<strong>na</strong>l para os postos <strong>de</strong> gasoli<strong>na</strong>.<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, é evi<strong>de</strong>nte a importância <strong>de</strong> se avaliar o grau <strong>de</strong> colaboração <strong>logística</strong><br />

entres os <strong>elo</strong>s da <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong>, a fim <strong>de</strong> avaliar como a<strong>do</strong>ção ou não <strong>de</strong>sta prática po<strong>de</strong> exercer<br />

influência nos altos custos <strong>de</strong> transporte registra<strong>do</strong>.<br />

Assim, o presente artigo tem por objetivo a<strong>na</strong>lisar o grau <strong>de</strong> colaboração <strong>logística</strong><br />

existente entre as distribui<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> álcool combustível e o varejista, e <strong>de</strong> que forma esse nível<br />

po<strong>de</strong> estar afetan<strong>do</strong> a formação <strong>do</strong> custo fi<strong>na</strong>l <strong>do</strong> combustível.<br />

Para efeitos <strong>de</strong>ste trabalho, nos restringiremos aos <strong>elo</strong>s a jusante da usi<strong>na</strong> <strong>de</strong> produção<br />

<strong>do</strong> <strong>etanol</strong>, ou seja, <strong>na</strong> distribuição <strong>do</strong> produto. Será a<strong>na</strong>lisa<strong>do</strong> o abastecimento <strong>de</strong> álcool das<br />

distribui<strong>do</strong>ras para os postos <strong>de</strong> gasoli<strong>na</strong>.<br />

2. Referencial teórico<br />

2.1 A <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> <strong>de</strong> produção <strong>do</strong> <strong>etanol</strong><br />

A atual estrutura existente <strong>na</strong> <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> <strong>de</strong> álcool, representada <strong>na</strong> figura 1, advém <strong>de</strong><br />

políticas públicas iniciadas <strong>na</strong> década <strong>de</strong> 1970 com a implantação <strong>do</strong> “Programa Nacio<strong>na</strong>l <strong>do</strong><br />

Álcool – PROALCOOL”, Esse programa foi uma das estratégias a<strong>do</strong>tadas p<strong>elo</strong> governo da<br />

época em resposta ao primeiro choque <strong>do</strong> petróleo ocorri<strong>do</strong> em 1973. Através <strong>de</strong> incentivos<br />

gover<strong>na</strong>mentais, o álcool passou a ser relevante <strong>na</strong> matriz energética brasileira. Num primeiro<br />

momento a meta era a produção <strong>de</strong> álcool anidro para a adição à gasoli<strong>na</strong>. Assim, os<br />

incentivos vieram <strong>na</strong> forma <strong>de</strong> expansão e adaptação das usi<strong>na</strong>s <strong>de</strong> açúcar para a produção <strong>de</strong><br />

álcool. Com o segun<strong>do</strong> choque <strong>do</strong> petróleo em 1979, o setor ganhou mais relevância, uma vez<br />

que a produção <strong>de</strong> álcool hidrata<strong>do</strong> para abastecer a frota <strong>de</strong> carros se fazia necessária. Com<br />

isso, os incentivos foram para a construção <strong>de</strong> plantas que produziam unicamente álcool.<br />

FORNECEDOR DE<br />

CANA<br />

INDEPENDETE<br />

AGOINDÚSTRIA<br />

PRODUTORA DE<br />

CANA<br />

USINA<br />

BENEFICIADORA<br />

ÁLCOOL<br />

FIGURA 1-Ca<strong>de</strong>ia Principal <strong>de</strong> Produção <strong>do</strong> <strong>etanol</strong><br />

Fonte: Adapta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Sabadin & Gonçalves (2005)<br />

DISTRIBUIDOR<br />

ATACADISTA<br />

POSTO<br />

DE COMBUSTÍVEL<br />

CONSUMIDOR<br />

FINAL<br />

A <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> produtiva da ca<strong>na</strong>-<strong>de</strong>-açúcar no Brasil é bastante estruturada. O Brasil é o<br />

único país <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> que <strong>do</strong>mi<strong>na</strong> to<strong>do</strong>s os estágios da tecnologia <strong>de</strong> produção. O agronegócio<br />

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da ca<strong>na</strong>-<strong>de</strong>-açúcar compõe-se <strong>de</strong> <strong>elo</strong>s gera<strong>do</strong>res <strong>de</strong> várias oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócios:<br />

produção da ca<strong>na</strong>-<strong>de</strong>-açúcar, processamento <strong>de</strong> açúcar, álcool, e produtos <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

subprodutos, <strong>de</strong>ntre outros. A produção <strong>de</strong> <strong>etanol</strong> se mostra como uma das mais atraentes<br />

oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> setor. A busca por fontes energias renováveis, objetivan<strong>do</strong> a<br />

reestruturação da matriz energética mundial, vem fazen<strong>do</strong> com que a produção <strong>de</strong> <strong>etanol</strong><br />

cresça expressivamente. A figura 2 apresenta as projeções <strong>de</strong> da produção <strong>do</strong> <strong>etanol</strong> no Brasil<br />

entre safras 2005/06 e 2015/16:<br />

Figura 2- Projeções para a produção <strong>de</strong> <strong>etanol</strong> no Brasil<br />

Fonte: IEA<br />

A<strong>na</strong>lisan<strong>do</strong> os principais atores <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> <strong>do</strong> <strong>etanol</strong>, po<strong>de</strong>mos afirmar que existem <strong>do</strong>is<br />

tipos <strong>de</strong> atores <strong>na</strong> produção agrícola, a própria usi<strong>na</strong> ou um produtor in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte. A usi<strong>na</strong><br />

po<strong>de</strong> produzir em terras próprias ou arrendar terras vizinhas à sua planta para a produção <strong>de</strong><br />

ca<strong>na</strong>. A verticalização das usi<strong>na</strong>s é um fato comum no Brasil. No caso <strong>do</strong> produtor<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, a produção ocorre em proprieda<strong>de</strong>s pertencentes aos próprios produtores, que<br />

po<strong>de</strong>m ou não possuir vínculo contratual com uma usi<strong>na</strong>.<br />

O processamento ocorre numa planta industrial comumente chamada <strong>de</strong> usi<strong>na</strong><br />

beneficia<strong>do</strong>ra. No caso da produção <strong>de</strong> álcool, essa usi<strong>na</strong> po<strong>de</strong> ser mista ou específica. Ela é<br />

mista quan<strong>do</strong> nesta também se produz outros <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s da ca<strong>na</strong>-<strong>de</strong>-açúcar, como o próprio<br />

açúcar. Dá-se o nome <strong>de</strong> usi<strong>na</strong> específica quan<strong>do</strong> nessa só ocorre a produção <strong>de</strong> álcool.<br />

As usi<strong>na</strong>s produzem três tipos <strong>de</strong> álcool, o anidro, hidrata<strong>do</strong> e o neutro. O álcool<br />

anidro é repassa<strong>do</strong> da usi<strong>na</strong> para a indústria <strong>de</strong> alimentos e a <strong>de</strong> combustíveis, <strong>de</strong>pois pra a <strong>de</strong><br />

transformação, distribuição e fi<strong>na</strong>lmente para o consumi<strong>do</strong>r.<br />

O álcool hidrata<strong>do</strong> é utiliza<strong>do</strong> <strong>na</strong> indústria química, <strong>de</strong> alimentos e farmacêutica.<br />

Depois <strong>de</strong> passar por esta transformação, ele é distribuí<strong>do</strong> até o consumi<strong>do</strong>r fi<strong>na</strong>l. Enquanto o<br />

álcool anidro é usa<strong>do</strong> como aditivo à gasoli<strong>na</strong>, o hidrata<strong>do</strong> é utiliza<strong>do</strong>, <strong>de</strong>ntre outros mo<strong>do</strong>s,<br />

como combustível puro para automóveis. O álcool neutro possui as mesmas interações que o<br />

hidrata<strong>do</strong> no que diz respeito a <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> <strong>de</strong> produção.<br />

O processo <strong>de</strong> distribuição, principalmente <strong>do</strong> álcool, sofreu gran<strong>de</strong>s transformações<br />

após <strong>de</strong>sregulamentação <strong>do</strong> setor. Até o início da década <strong>de</strong> 1990 o governo regulava a<br />

política <strong>de</strong> preços para o setor e havia somente sete gran<strong>de</strong>s empresas distribui<strong>do</strong>ras, com as<br />

quais as usi<strong>na</strong>s comercializavam. Estima-se que atualmente este número ultrapasse a casa <strong>do</strong>s<br />

duzentos.<br />

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III SAEPRO – 2007 - UFV<br />

A relação entre os distribui<strong>do</strong>res <strong>de</strong> álcool e as usi<strong>na</strong>s produtoras ocorre, normalmente,<br />

através <strong>de</strong> contrato <strong>de</strong> fornecimento. A usi<strong>na</strong> se compromete a fornecer <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>da<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> álcool com a contratante, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ven<strong>de</strong>r o exce<strong>de</strong>nte para outras<br />

distribui<strong>do</strong>ras.<br />

Os postos <strong>de</strong> combustível são responsáveis por repassar o combustível ao consumi<strong>do</strong>r<br />

fi<strong>na</strong>l, ou seja, são os varejistas da <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong>. Sob o ponto <strong>de</strong> vista da legislação, o tipo <strong>de</strong><br />

relacio<strong>na</strong>mento entre os postos e a distribui<strong>do</strong>ra sofreu gran<strong>de</strong>s mudanças <strong>na</strong>s últimas<br />

décadas. Segun<strong>do</strong> Pinto e Silva (2004), algumas ocorrências principais <strong>na</strong> década <strong>de</strong> 90, que<br />

exerceram importante influência no que diz respeito à distribuição <strong>de</strong> álcool por parte <strong>do</strong>s<br />

postos <strong>de</strong> combustível, são <strong>de</strong>stacadas abaixo:<br />

• Portaria <strong>do</strong> Ministério <strong>de</strong> Mi<strong>na</strong>s e Energia (MME) nº. 362, em 1193: foi autorizada a<br />

existência <strong>de</strong> postos <strong>de</strong> combustível no merca<strong>do</strong> sem contrato exclusivo com qualquer<br />

distribui<strong>do</strong>ra, esse novo agente foi chama<strong>do</strong> <strong>de</strong> reven<strong>de</strong><strong>do</strong>r <strong>de</strong> “ban<strong>de</strong>ira branca”.<br />

O merca<strong>do</strong> brasileiro tinha sua indústria <strong>de</strong> combustíveis caracterizada por contratos<br />

exclusivos entre distribui<strong>do</strong>ras e reven<strong>de</strong><strong>do</strong>ras, ou seja, cada posto <strong>de</strong> combustível<br />

obrigatoriamente estabelecia um contrato <strong>de</strong> exclusivida<strong>de</strong> com uma distribui<strong>do</strong>ra e<br />

ape<strong>na</strong>s adquiria combustível <strong>de</strong>ssa distribui<strong>do</strong>ra. A mudança <strong>de</strong>ssa estrutura foi, sem<br />

dúvida, um fator importante para o estabelecimento <strong>de</strong> uma nova dinâmica <strong>de</strong> formação<br />

<strong>de</strong> preços, gover<strong>na</strong>da por forças <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>,<br />

Com o surgimento <strong>do</strong> reven<strong>de</strong><strong>do</strong>r <strong>de</strong> ban<strong>de</strong>ira branca e <strong>de</strong> peque<strong>na</strong>s distribui<strong>do</strong>ras no<br />

merca<strong>do</strong> várias práticas irregulares foram facilitadas, como por exemplo, a adulteração <strong>de</strong><br />

combustíveis, <strong>de</strong>scumprimento <strong>de</strong> contratos <strong>de</strong> exclusivida<strong>de</strong> e sonegação <strong>de</strong> impostos.<br />

• Portaria <strong>do</strong> Ministério da Fazenda (MF) nº. 59/96, <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1996: liberação<br />

<strong>do</strong>s preços <strong>de</strong> venda das distribui<strong>do</strong>ras e <strong>do</strong>s reven<strong>de</strong><strong>do</strong>res para a gasoli<strong>na</strong> e o álcool<br />

hidrata<strong>do</strong> em praticamente to<strong>do</strong> território <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />

• Portaria MF/MME nº. 28/99, <strong>de</strong> 09 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1999: os preços ao consumi<strong>do</strong>r da<br />

gasoli<strong>na</strong> e <strong>do</strong> álcool hidrata<strong>do</strong> foram libera<strong>do</strong>s em to<strong>do</strong> território <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />

Fi<strong>na</strong>lmente, os consumi<strong>do</strong>res fi<strong>na</strong>is são os clientes <strong>do</strong>s postos <strong>de</strong> combustíveis, que só<br />

po<strong>de</strong>m comprar combustível <strong>de</strong>tes postos. Existem outros tipos <strong>de</strong> produtos que chegam ao<br />

consumi<strong>do</strong>r fi<strong>na</strong>l, no entanto esse trabalho foca o <strong>etanol</strong> combustível.<br />

2.2. Logística colaborativa<br />

Atualmente tem si<strong>do</strong> muito discuti<strong>do</strong> que a tendência <strong>na</strong> competição por merca<strong>do</strong>s não<br />

será <strong>de</strong>finida somente por empresas individuais, mas sim pela gestão da <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>suprimentos</strong>. Estu<strong>do</strong>s sobre a gestão da <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> <strong>de</strong> <strong>suprimentos</strong>, parcerias e <strong>logística</strong> mostram a<br />

importância das organizações estabelecerem relacio<strong>na</strong>mentos colaborativos <strong>na</strong> intenção <strong>de</strong><br />

manter li<strong>de</strong>rança e crescimento <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> (VIVALDINI & SOUZA, 2006).<br />

Segun<strong>do</strong> Bowersox et al. in Vivaldini & Souza (2006), muitas companhias estão<br />

falan<strong>do</strong> sobre colaboração com seus parceiros <strong>na</strong> <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> <strong>de</strong> <strong>suprimentos</strong>, mas poucas<br />

atualmente têm alcança<strong>do</strong> isto. Para que se tenha uma verda<strong>de</strong>ira colaboração é fundamental<br />

um acor<strong>do</strong> entre os parceiros para integrar os recursos em ganho mútuo.<br />

Para Vieira (2006) essa colaboração <strong>na</strong> <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong>, chamada <strong>de</strong> <strong>logística</strong> colaborativa, é<br />

uma parte integrante <strong>de</strong> que todas as áreas funcio<strong>na</strong>is (agregan<strong>do</strong> valor no <strong>de</strong>senvolvimento,<br />

fabricação, comercialização e distribuição <strong>do</strong>s produtos) interagem com as <strong>de</strong>mais <strong>de</strong> tal<br />

forma que no resulta<strong>do</strong> fi<strong>na</strong>l <strong>na</strong>da <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>iramente importante seja esqueci<strong>do</strong>. Assim, tu<strong>do</strong><br />

é pensa<strong>do</strong> e executa<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma integrada.<br />

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Neste senti<strong>do</strong>, Vivaldini & Souza (2006) apresentam a <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> <strong>de</strong> <strong>suprimentos</strong>, com<br />

uma abordagem colaborativa, sen<strong>do</strong> duas ou mais empresas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes trabalhan<strong>do</strong><br />

conjuntamente para planejar e executar operações <strong>de</strong> <strong>suprimentos</strong> com maior sucesso <strong>do</strong> que<br />

atuan<strong>do</strong> isoladamente. Ou seja, a colaboração é baseada em objetivos mútuos.<br />

Os autores ainda ressaltam que o relacio<strong>na</strong>mento com enfoque <strong>na</strong> gestão colaborativa<br />

surgiu com o avanço <strong>de</strong> práticas <strong>de</strong> integração e melhorias nos processos <strong>de</strong> comunicação e<br />

informação, como o ECR (Efficient Consumer Response), VMI (Ven<strong>do</strong>r Ma<strong>na</strong>ged Inventory),<br />

CR (Continuous Replenishment), e CPFR (Colaborative Planning, Forecasting, and<br />

Replenisment).<br />

Veiga et. al. (2005) completa que esse novo enfoque contempla uma forma <strong>de</strong><br />

integração que vai além das fronteiras organizacio<strong>na</strong>is, ligan<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os níveis <strong>de</strong><br />

fornece<strong>do</strong>res e <strong>de</strong> clientes à própria organização. Assim, uma perspectiva exter<strong>na</strong> é a<strong>do</strong>tada,<br />

em que a <strong>de</strong>cisão das empresas <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar não somente sua performance individual, mas<br />

<strong>de</strong> toda a <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong>.<br />

2.3. <strong>Colaboração</strong> e a <strong>logística</strong> <strong>de</strong> abastecimento<br />

A <strong>logística</strong> tem a função <strong>de</strong> promover uma perfeita coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ntro<br />

da <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> <strong>de</strong> valor que produzirá o lucro <strong>de</strong>seja<strong>do</strong> (MOREIRA, 1996). Diante disso, além da<br />

produção e venda, a <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> <strong>de</strong> suprimento é <strong>de</strong> real importância, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> o relacio<strong>na</strong>mento<br />

com fornece<strong>do</strong>res tor<strong>na</strong>-se uma arma estratégica <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> significância, pois <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong>s <strong>de</strong><br />

abastecimento comprometidas com a transparência <strong>do</strong>s negócios alcançam reduções <strong>do</strong>s<br />

custos; atingem um amplo gerenciamento das informações e diminuem o tempo <strong>do</strong> fluxo<br />

fi<strong>na</strong>nceiro <strong>do</strong> sistema (SIGOLI, 2001).<br />

Sobre a importância <strong>do</strong>s fornece<strong>do</strong>res e o trabalho para estabelecerem-se parcerias<br />

entre cliente e fornece<strong>do</strong>r, Martins (2001), <strong>de</strong>staca que cada vez mais as empresas acordam<br />

para o fato <strong>de</strong> que as alianças estratégicas terão importância primordial no futuro. Essas<br />

alianças estão evoluin<strong>do</strong> a uma gran<strong>de</strong> v<strong>elo</strong>cida<strong>de</strong>, fazen<strong>do</strong> com que ninguém possa mais<br />

fazer tu<strong>do</strong> sozinho. O processo <strong>de</strong> evolução <strong>de</strong>ssas alianças faz com que gerem as parcerias<br />

entre cliente e fornece<strong>do</strong>r on<strong>de</strong> se procura <strong>de</strong>senvolver um clima <strong>de</strong> confiança mútua para que<br />

ambos saiam ganhan<strong>do</strong>.<br />

Para obter melhores resulta<strong>do</strong>s Lewis (1997) cita que o cliente e o fornece<strong>do</strong>r <strong>de</strong>vem<br />

buscar maximizar seu <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> forma conjunta, em vez <strong>de</strong> apostar no rendimento<br />

individual. As relações tradicio<strong>na</strong>is entre cliente e fornece<strong>do</strong>r são tipicamente caracterizadas<br />

p<strong>elo</strong> baixo grau <strong>de</strong> confiança mútua e eleva<strong>do</strong> grau <strong>de</strong> hostilida<strong>de</strong>.<br />

Os fatores confiança e o comprometimento <strong>do</strong> fornece<strong>do</strong>r são os que asseguram a<br />

troca das informações necessárias para alcançar um <strong>de</strong>sempenho eleva<strong>do</strong> e para encorajar o<br />

fornece<strong>do</strong>r a <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>r seus melhores recursos para as tarefas.<br />

3. Meto<strong>do</strong>logia<br />

O artigo se caracteriza como pesquisa aplicada, por procurar a<strong>na</strong>lisar um fenômeno<br />

prático, e reconhecer situações específicas por meio da discussão teórica da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

colaboração <strong>logística</strong> <strong>na</strong> <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> <strong>do</strong> <strong>etanol</strong>. A discussão teórica visa um aprofundamento <strong>de</strong><br />

conhecimentos sobre o relacio<strong>na</strong>mento e a importância <strong>do</strong>s fornece<strong>do</strong>res <strong>de</strong> álcool <strong>de</strong> postos<br />

<strong>de</strong> gasoli<strong>na</strong> para a obtenção <strong>de</strong> produtos com a qualida<strong>de</strong> requerida p<strong>elo</strong>s consumi<strong>do</strong>res fi<strong>na</strong>is.<br />

Terá característica qualitativa, se tratan<strong>do</strong>, especificamente, <strong>de</strong> um estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> caso que<br />

trabalha <strong>na</strong> interpretação <strong>de</strong> fenômenos, <strong>na</strong> atribuição <strong>de</strong> significa<strong>do</strong>s e <strong>na</strong> análise <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s,<br />

não fazen<strong>do</strong> uso <strong>de</strong> méto<strong>do</strong>s e técnicas estatísticas.<br />

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III SAEPRO – 2007 - UFV<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> trabalho a<strong>do</strong>tará o procedimento da pesquisa bibliográfica a<br />

respeito <strong>do</strong> tema, centra<strong>do</strong> especificamente <strong>na</strong>s questões que tratam <strong>do</strong> relacio<strong>na</strong>mento ente<br />

postos <strong>de</strong> combustível e seus fornece<strong>do</strong>res <strong>de</strong> álcool, objetivan<strong>do</strong> conhecer em que nível se<br />

encontra a colaboração nesta <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong>, e que implicações isso tem <strong>na</strong> eficiência das operações<br />

<strong>logística</strong>s e <strong>na</strong> formação fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> preços.<br />

O resulta<strong>do</strong> da análise é proveniente <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> questionários semi-estrutura<strong>do</strong>s,<br />

visan<strong>do</strong> avaliar a importância e o <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>s fornece<strong>do</strong>res para as empresas em questão.<br />

Estas empresas estão localizadas <strong>na</strong> cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Viçosa, zo<strong>na</strong> da mata mineira, e não terão seus<br />

nomes mencio<strong>na</strong><strong>do</strong>s, pois o objetivo <strong>de</strong>ste artigo é somente fazer uma análise genérica <strong>do</strong>s<br />

casos.<br />

4. Resulta<strong>do</strong>s e discussões<br />

4.1. Estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> caso<br />

Este estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> caso se baseia em uma série <strong>de</strong> questionários aplica<strong>do</strong>s durante os<br />

meses <strong>de</strong> junho e julho <strong>de</strong> 2007. Esta iniciativa se caracteriza pela tentativa <strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong><br />

um diagnóstico <strong>do</strong> nível <strong>de</strong> colaboração entre fornece<strong>do</strong>res e os postos <strong>de</strong> álcool no município<br />

<strong>de</strong> Viçosa-MG, bem como i<strong>de</strong>ntificar as diferentes formas <strong>de</strong> relacio<strong>na</strong>mento existentes entre<br />

estas partes.<br />

Logo nos primeiros contatos realiza<strong>do</strong>s com os gerentes <strong>de</strong> postos <strong>na</strong> cida<strong>de</strong>, foi<br />

possível observar que as formas <strong>de</strong> recebimento <strong>do</strong> álcool são muito diversificadas. Isto se<br />

<strong>de</strong>ve a diversos fatores, sen<strong>do</strong> que a maioria <strong>de</strong>les está relacio<strong>na</strong>da com os preços e o volume<br />

<strong>de</strong> vendas <strong>do</strong>s postos. Por sua vez, estes pontos caracterizam a fatia <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> que o posto<br />

possui, bem como seu faturamento. As informações mais relevantes coletadas po<strong>de</strong>m ser<br />

vistas no Anexo A.<br />

Com base nos fatores qualifica<strong>do</strong>res já <strong>de</strong>staca<strong>do</strong>s foi possível chegar a três diferentes<br />

tipos <strong>de</strong> postos, quanto à forma <strong>de</strong> recebimento <strong>de</strong> álcool.<br />

Tipo 1 – Postos <strong>de</strong>tentores <strong>de</strong> sua própria frota e vincula<strong>do</strong>s a uma gran<strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

fornece<strong>do</strong>res, chama<strong>do</strong>s <strong>de</strong> “postos <strong>de</strong> ban<strong>de</strong>ria colorida”.<br />

Possuem poucos problemas com a <strong>logística</strong>, e principalmente quanto à troca <strong>de</strong><br />

informações com os seus fornece<strong>do</strong>res. A boa eficiência se <strong>de</strong>ve ao fato <strong>de</strong> serem eles<br />

próprios responsáveis p<strong>elo</strong> transporte <strong>do</strong> álcool <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ponto <strong>de</strong> origem (distribui<strong>do</strong>r<br />

atacadista) até chegar à sua unida<strong>de</strong> (posto <strong>de</strong> combustível), além <strong>de</strong> raramente ocorrer falta<br />

<strong>do</strong> produto no local <strong>de</strong> coleta <strong>do</strong> combustível (To<strong>do</strong>s <strong>na</strong> Gran<strong>de</strong> BH). A vantagem <strong>de</strong> se<br />

vincular a uma gran<strong>de</strong> re<strong>de</strong> é a utilização <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> comunicação eficiente, sen<strong>do</strong> um<br />

<strong>de</strong>les via internet. Outra característica marcante <strong>de</strong>stes postos é a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> venda <strong>de</strong><br />

álcool para outros postos da cida<strong>de</strong>.<br />

Um fator interessante é que o preço fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> venda <strong>do</strong> álccol é o mais alto <strong>de</strong>ntre to<strong>do</strong>s<br />

os tipos <strong>de</strong> postos.<br />

Tipo 2 – “Postos <strong>de</strong> <strong>de</strong> ban<strong>de</strong>ria colorida”, e sem frota própria.<br />

Assim, como no tipo 1, possuem vínculo <strong>de</strong> informações com o fornece<strong>do</strong>r, mas em<br />

menor proporção. O único sistema <strong>de</strong> comunicação é o telefone. Possuem confiabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

entrega mais baixa, pois a entrega é feita p<strong>elo</strong> fornece<strong>do</strong>r. Ainda assim, estes postos não<br />

possuem, em gran<strong>de</strong> proporção, problemas como atraso e falta <strong>de</strong> combustível.<br />

Apresentam um preço fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> venda <strong>do</strong> álcool <strong>de</strong> venda entre os apresentan<strong>do</strong>s p<strong>elo</strong>s<br />

postos tipo 1 e postos tipo 3.<br />

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III SAEPRO – 2007 - UFV<br />

Tipo 3 – São os postos in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s, também chama<strong>do</strong>s <strong>de</strong> “postos <strong>de</strong> ban<strong>de</strong>ira<br />

branca”, e não possuem frota própria.<br />

Estes postos contam com mais <strong>de</strong> um fornece<strong>do</strong>r, possuem a estratégia <strong>de</strong> comprar<br />

daquele que oferece as melhores condições no momento. No entanto, tais fornece<strong>do</strong>res ficam<br />

para trás quan<strong>do</strong> caracteriza<strong>do</strong>s quanto ao <strong>de</strong>sempenho logístico e a troca <strong>de</strong> informações<br />

<strong>logística</strong>s. O único sistema <strong>de</strong> comunicação usa<strong>do</strong> entre este tipo <strong>de</strong> posto e o fornece<strong>do</strong>r é o<br />

telefone.<br />

Apresentam o menor preço fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> venda <strong>de</strong>ntre to<strong>do</strong>s os tipos <strong>de</strong> postos. Um <strong>do</strong>s<br />

fornece<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s postos tipo 3 são os postos <strong>do</strong> tipo 1.<br />

4.2. Conclusão<br />

A pesquisa foi feita uma em cinco postos, o que cobre quase toda a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> postos <strong>do</strong><br />

centro <strong>de</strong> Viçosa – MG. Estes da<strong>do</strong>s, apesar <strong>de</strong> serem insuficientes para obter interpretações<br />

estatísticas, são uma fonte <strong>de</strong> análise e diagnóstico importante para auxiliar no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento da caracterização <strong>do</strong> conceito <strong>de</strong> <strong>logística</strong> colaborativa que ainda é muito<br />

embrionário para peque<strong>na</strong>s e médias empresas.<br />

Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que os postos <strong>de</strong> ban<strong>de</strong>ira colorida estabeleceram contrato com uma<br />

distribui<strong>do</strong>ra, sen<strong>do</strong> então associa<strong>do</strong>s através <strong>do</strong> contrato <strong>de</strong> exclusivida<strong>de</strong>, tem-se como<br />

resulta<strong>do</strong> que o nível <strong>de</strong> colaboração <strong>logística</strong> entre postos <strong>de</strong> “ban<strong>de</strong>ira colorida” e seu<br />

distribui<strong>do</strong>r atacadista é bem superior, chegan<strong>do</strong> a um relacio<strong>na</strong>mento <strong>do</strong> nível da integração.<br />

Já os postos <strong>de</strong> “ban<strong>de</strong>ira branca”, que permanecem não integra<strong>do</strong>s apresentaram<br />

baixo nível <strong>de</strong> colaboração, sem ocorrer a troca <strong>de</strong> informações <strong>logística</strong>s com nenhum <strong>do</strong>s<br />

fornece<strong>do</strong>res.<br />

O que po<strong>de</strong> se dizer é que as gran<strong>de</strong>s re<strong>de</strong>s proporcio<strong>na</strong>m este maior vínculo com o<br />

posto. Isto ocorre por possuírem uma visão mais estratégica <strong>de</strong> toda <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> e com isso<br />

possuem condição <strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>do</strong>brar seu <strong>de</strong>senvolvimento em função <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> seus<br />

distribui<strong>do</strong>res.<br />

Comparan<strong>do</strong> também os preços fi<strong>na</strong>is <strong>de</strong> venda <strong>do</strong> álcool combustível, notou-se que os<br />

postos <strong>de</strong> ban<strong>de</strong>ira branca ven<strong>de</strong>m a um preço menor <strong>do</strong> os postos <strong>de</strong> ban<strong>de</strong>ira colorida.<br />

Observou-se ainda que distribui<strong>do</strong>ras ven<strong>de</strong>m o seu produto a preços maiores às reven<strong>de</strong><strong>do</strong>ras<br />

que carregam a sua ban<strong>de</strong>ira <strong>do</strong> que a reven<strong>de</strong><strong>do</strong>ra <strong>de</strong> ban<strong>de</strong>ira branca. Este fato<br />

aparentemente para<strong>do</strong>xal se <strong>de</strong>ve aos contratos <strong>de</strong> exclusivida<strong>de</strong> assi<strong>na</strong><strong>do</strong>s entre distribui<strong>do</strong>ras<br />

e reven<strong>de</strong><strong>do</strong>ras que carregam as suas ban<strong>de</strong>iras. Isso vem em <strong>de</strong>corrência <strong>do</strong> fato <strong>de</strong> que os<br />

distribui<strong>do</strong>res estão sujeitos a um merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> livre concorrência quan<strong>do</strong> negociam com os<br />

postos <strong>de</strong> ban<strong>de</strong>ira branca.<br />

Assim, conclui-se que apesar <strong>de</strong> os postos <strong>de</strong> ban<strong>de</strong>ira branca apresentam um nível<br />

muito baixo <strong>de</strong> colaboração <strong>logística</strong> com os seus fornce<strong>do</strong>res, sem realizarem troca <strong>de</strong><br />

informações <strong>logística</strong>s e nem possuirem um sistema integra<strong>do</strong> <strong>de</strong> comunicação, os<br />

fornece<strong>do</strong>res sempre aten<strong>de</strong>m a pedi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> urgência. E, apesar <strong>de</strong>ssa falta <strong>de</strong> eficiência<br />

<strong>logística</strong>, estes postos conseguem repassar o álcool combustível a um preço inferior <strong>do</strong> que os<br />

postos que apresentam alto nível <strong>de</strong> colaboração com os fornece<strong>do</strong>res.<br />

Já os postos <strong>de</strong> ban<strong>de</strong>ira colorida, apesar <strong>de</strong> apresentarem alto nível <strong>de</strong> colaboração<br />

com seus fornece<strong>do</strong>res, apresentaram os mais altos preços fi<strong>na</strong>is <strong>de</strong> venda e custos <strong>de</strong><br />

aquisição <strong>do</strong> combustível.<br />

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III SAEPRO – 2007 - UFV<br />

Assim, este artigo caracteriza uma situação em que a eficiencia <strong>logística</strong> gerada pelas<br />

ferramentas <strong>de</strong> colaboração nem sempre significa preços baixos, pois nesse caso a integração,<br />

representada p<strong>elo</strong> contrato <strong>de</strong> exclusida<strong>de</strong>, gera altos custos <strong>de</strong> aqusição <strong>do</strong> combustível.<br />

Para estu<strong>do</strong>s posteriores, permanece ainda a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se avaliar a <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> <strong>do</strong><br />

<strong>etanol</strong> à montante da usi<strong>na</strong> <strong>de</strong> transformação, on<strong>de</strong> os custos <strong>de</strong> abastecimento são maiores,<br />

pois o transporte da ca<strong>na</strong> até a usi<strong>na</strong> é responsável por maior parcela <strong>do</strong>s custos logísticos<br />

totais <strong>na</strong> <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> <strong>do</strong> <strong>etanol</strong>.<br />

Referências<br />

FLEURY, P. F.[et al.] (2000) - Logística empresarial: a perspectiva brasileira. São Paulo: Atlas, 2000.<br />

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MARTINS, P. G.; ALT, P. R. C. (2001) - Materiais e recursos patrimoniais . São Paulo : Saraiva, 2001.<br />

MOREIRA, D. A. (1996) – Dimensões <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho em Manufatura e Serviços. São Paulo: Pioneira.<br />

PINTO, M.R.;SILVA, C.D.S. (2004) - O Brilho da Ban<strong>de</strong>ira Branca: Concorrência no Merca<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

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VEIGA, G. M. O. [et al.] (2005)- Importância <strong>do</strong>s fornece<strong>do</strong>res <strong>na</strong> indústria <strong>de</strong> alimentos: um estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> caso.<br />

Artigo publica<strong>do</strong> no XII SIMPEP - Simpósio <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> Produção. Bauru, SP.<br />

VIEIRA, D.R. (2006) – Melhoran<strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho com a <strong>logística</strong> colaborativa. Disponível em:<br />

Acesso em: 10 ju. 2007.<br />

VIVALDINI, M.; SOUZA, F. B. <strong>de</strong> (2006) - O relacio<strong>na</strong>mento colaborativo <strong>na</strong> <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> <strong>de</strong> <strong>suprimentos</strong> <strong>do</strong><br />

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VIVALDINI, M.; SOUZA, F. B. <strong>de</strong> (2006) - Entrega não assistida: uma contribuição para a <strong>logística</strong><br />

colaborativa. Artigo publica<strong>do</strong> no XXVI ENEGEP – Encontro Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> Produção. Fortaleza,<br />

CE.<br />

VIDAL, M. F.; SANTOS, J. A. N. <strong>do</strong>s; SANTOS, M. A. <strong>do</strong>s (2006) - Setor Sucroalcooleiro no or<strong>de</strong>ste<br />

Brasileiro: Estruturação da Ca<strong>de</strong>ia Produtiva, Produção e Merca<strong>do</strong>. Fortaleza, Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong><br />

Economia e Sociologia Rural<br />

SABADIN, C.; GONÇALVES, E. V. (2005) - Estu<strong>do</strong> da <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> produtiva <strong>do</strong>açúcar e <strong>do</strong> álcool no esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

mato grosso so sul. Campo Gran<strong>de</strong>,MS.<br />

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AEXO A – Informações obtidas por meio <strong>do</strong> questionário aplica<strong>do</strong><br />

III SAEPRO – 2007 - UFV<br />

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