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CAPÍTULO VIII<br />

SOLOS, NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO<br />

Ana Lúcia Borges<br />

Arlene Maria Gomes Oliveira<br />

Luciano da Silva Souza<br />

INTRODUÇÃO<br />

Solos, nutrição e adubação<br />

A utilização de solos de baixa fertilidade e a não-manutenção dos níveis<br />

adequados de nutrientes durante o ciclo da planta (mãe-filho-neto) são fatores<br />

responsáveis pela baixa produtividade da cultura da bananeira. Geralmente, as<br />

quantidades de fertilizantes aplicadas não atendem satisfatoriamente à nutrição<br />

da planta. E, sendo a bananeira uma cultura exigente em nutrientes, é portanto<br />

necessário fornecê-los à planta em quantidades e épocas apropriadas, a fim de<br />

que ela produza economicamente.<br />

Na maioria das vezes, o desconhecimento do solo cultivado e,<br />

principalmente, da exigência nutricional da cultura leva a práticas de preparo,<br />

manejo e adubações inadequadas que afetarão significativamente o<br />

desenvolvimento e a produtividade da bananeira.<br />

Desta maneira, acredita-se que o conhecimento e a utilização de tecnologias<br />

adequadas e disponíveis para a cultura poderão contribuir para melhoria das<br />

condições necessárias a o desenvolvimento da bananeira, proporcionando<br />

maiores rendimentos com menores custos.<br />

A cultura da banana<br />

197


Solos, nutrição e adubação<br />

SOLO<br />

Preparo do solo<br />

De maneira geral, o preparo do solo visa a melhorar as suas condições físicas<br />

para o crescimento das raízes, mediante o aumento da aeração e da infiltração<br />

de água e redução da resistência do solo ao crescimento das raízes; visa também<br />

ao controle do mato. O adequado preparo do solo permite o uso mais eficiente<br />

dos corretivos de acidez, dos fertilizantes e de outras práticas agronômicas.<br />

Cuidados no preparo do solo<br />

a) alternar o tipo de implemento e a profundidade de trabalho - o uso de<br />

implementos com diferentes mecanismos de corte do solo (por exemplo:<br />

arado de disco, arado de aiveca, etc.) e em diferentes profundidades é<br />

importante para minimizar os riscos de formação de camadas compactadas<br />

e de degradação do solo;<br />

b) revolver o solo o mínimo possível - a quebra excessiva dos torrões, pulverizando<br />

o solo, deixa-o mais sujeito ao aparecimento de crostas superficiais e, em<br />

conseqüência, à erosão;<br />

c) trabalhar o solo em condição adequada de umidade - o preparo do solo com<br />

excesso de umidade permite maiores riscos de compactação, além de o solo<br />

aderir aos implementos, dificultando o trabalho; o preparo com o solo<br />

muito seco forma grandes torrões, exigindo maior número de gradagens<br />

para destorroá-lo; a condição ideal de umidade é com o solo friável, ou<br />

seja, o solo deve apresentar umidade suficiente para não levantar poeira e<br />

não aderir aos implementos;<br />

d) deixar o máximo de resíduos vegetais sobre a superfície do terreno - os resíduos<br />

evitam ou reduzem o impacto das gotas de chuva na superfície do solo,<br />

diminuindo a degradação da sua estrutura; também constituem um<br />

impedimento ao fluxo das enxurradas, reduzindo a sua velocidade e, em<br />

conseqüência, a sua capacidade de desagregação e de transporte de solo.<br />

Na cultura da banana, o preparo da área para plantio pode ser feito<br />

manualmente ou usando máquinas.<br />

No caso do preparo manual, inicialmente é feita a limpeza da área,<br />

executando-se a derrubada ou roçagem do mato, destoca, encoivaramento e<br />

queima das coivaras; o preparo do solo restringe-se ao coveamento manual.<br />

Em áreas com vegetação arbórea, pode-se efetuar a destoca gradativa ano a<br />

ano, após o plantio, tendo-se o cuidado de que as árvores caídas não obstruam<br />

os canais de drenagem naturais ou artificiais e que não interfiram nas possíveis<br />

linhas de plantio. Os resíduos das árvores podem durar bastante tempo em<br />

decomposição, podendo ocasionar distúrbios nas operações de cultivo e colheita<br />

198<br />

A cultura da banana


Solos, nutrição e adubação<br />

da planta. Este sistema tradicional tem como vantagens não perturbar<br />

demasiadamente o solo e manter a matéria orgânica distribuída uniformemente<br />

sobre o solo (Soto Ballestero, 1992).<br />

No caso do preparo mecanizado, a limpeza da área pode ser feita por<br />

máquinas, tendo-se o cuidado de não remover a camada superficial do solo,<br />

que é rica em matéria orgânica; em seguida é feita a aração, gradagem e o<br />

coveamento ou sulcamento para plantio (Soto Ballestero, 1992).<br />

Áreas que vêm sendo cultivadas com pastagens ou que apresentam subsolos<br />

compactados ou adensados devem ser subsoladas a 50-70 cm de profundidade<br />

(Stover & Simmonds, 1987). Godefroy (1967) observou efeitos benéficos da<br />

subsolagem em bananeira, em um solo que apresentava uma camada adensada<br />

a 30-35 cm de profundidade, fazendo com que o sistema radicular da cultura<br />

penetrasse mais profundamente no solo; em solos sem problemas de camadas<br />

compactadas a subsolagem não mostrou efeito positivo. Estes resultados<br />

confirmam a importância de observar o perfil do solo como um todo, e não<br />

apenas as camadas superficiais.<br />

Como a maioria das raízes da bananeira localiza-se nos primeiros 20 a 40<br />

cm de profundidade, a aração deve ser no mínimo a 20 cm, ou mais profunda,<br />

se possível. Em áreas declivosas deve-se reduzir o uso de máquinas, a fim de<br />

evitar a aceleração do processo de erosão do solo (Belalcázar Carvajal, 1991).<br />

Em todos os casos, devem-se usar máquinas e implementos o menos pesado<br />

possível e executar as operações sempre acompanhando as curvas de nível do<br />

terreno (Soto Ballestero, 1992).<br />

Em áreas sujeitas a encharcamentos deve-se estabelecer um bom sistema<br />

de drenagem. Os excessos continuados de umidade no solo por mais de três<br />

dias promovem perdas irreparáveis no sistema radicular, com reflexos negativos<br />

na produção da cultura. Por esta razão, os solos cultivados com banana devem<br />

ter uma boa drenagem interna, para que os excessos de umidade sejam drenados<br />

rapidamente e que o nível do lençol freático mantenha-se a 1,80 m de<br />

profundidade, no mínimo. No planejamento de um sistema de drenagem<br />

devem-se considerar as condições climáticas, em especial o regime de<br />

precipitação. Como fatores ligados ao solo devem-se avaliar topografia, textura,<br />

estrutura, porosidade total, macro e microporosidade, capacidade de retenção<br />

de água e permeabilidade dos diferentes horizontes do solo, o que permitirá<br />

determinar a presença de camadas impermeáveis ou pouco permeáveis, a quais<br />

influenciarão a altura do nível freático dentro do perfil (Soto Ballestero, 1992).<br />

Manejo e conservação do solo<br />

O princípio básico da conservação do solo deve ser o de manter a rentabilidade<br />

do solo próxima à da sua condição original, ou recuperá-lo, se é baixa a sua<br />

produtividade, usando para isto sistemas de manejo capazes de controlar a<br />

A cultura da banana<br />

199


Solos, nutrição e adubação<br />

ação dos agentes condicionantes do processo erosivo e dos agentes responsáveis<br />

pela degradação do solo (Cintra, 1988).<br />

O cultivo comercial de banana deve ser feito de preferência em terrenos<br />

planos, por várias razões, entre as quais o menor desgaste do solo produzido<br />

pelos implementos e máquinas agrícolas e a não-formação de focos de erosão,<br />

tão comuns em áreas de declive (Alves et al., 1986).<br />

No entanto, a maioria dos plantios de banana localiza-se em áreas com<br />

declividade acentuada, representando a situação mais observada nas principais<br />

regiões produtoras do País. Por este motivo, a conservação do solo na cultura<br />

da bananeira assume grande importância como prática de cultivo,<br />

principalmente no primeiro ciclo da cultura, quando o solo permanece<br />

descoberto durante grande parte do ano (Alves et al., 1986). Neste particular,<br />

a cobertura do solo é uma prática bastante recomendável, pois, sabe-se que,<br />

isoladamente, é a que mais responde pelo controle da erosão, além de outros<br />

efeitos benéficos.<br />

A proteção do solo de um bananal com coberturas vegetais (vivas ou mortas)<br />

tem como objetivo evitar o impacto das gotas de chuva no solo e manter os<br />

teores de matéria orgânica em níveis elevados por toda a vida útil do bananal.<br />

Evitar o impacto das gotas de chuva sobre a superfície do solo assume<br />

importância fundamental, tendo em vista a localização da maioria dos bananais<br />

em áreas com declive acentuado. Manter níveis elevados de matéria orgânica<br />

proporciona ao solo melhores níveis e maiores disponibilidades de nutrientes,<br />

além de mantê-lo com umidade satisfatória por todo o ano, evitando os estresses<br />

hídricos tão prejudiciais à bananeira (Cintra, 1988). A cobertura do solo<br />

também reduz o custo com capinas.<br />

Por serem mínimas as reservas hídricas da bananeira, as plantas são obrigadas<br />

a equilibrar constantemente, pela absorção radicular, as perdas de água por<br />

transpiração (Aubert, 1968). Quando são submetidas a estresses de água, os<br />

estômatos fecham-se durante o dia, impedindo a atividade fotossintética, o<br />

que resulta em atraso do ciclo vegetativo e do crescimento dos órgãos florais.<br />

Outro efeito marcante dos períodos de déficit hídrico é o ressecamento<br />

acelerado das folhas mais velhas, fazendo com que, no início do florescimento,<br />

as plantas tenham duas ou três folhas funcionais a menos do que nos períodos<br />

de umidade normal (Soto Ballestero, 1992).<br />

Segundo Braga (1984), em todas as fases de desenvolvimento da bananeira<br />

a deficiência temporária de umidade no solo causa sérios danos à planta, em<br />

face da alta sensibilidade dessa espécie às variações de temperatura e umidade.<br />

No período vegetativo, a falta de água afeta a taxa de desenvolvimento das<br />

folhas; no florescimento, limita o crescimento e o número de frutos; e no<br />

período de formação do cacho, afeta o tamanho e o enchimento dos frutos.<br />

200<br />

A cultura da banana


Solos, nutrição e adubação<br />

Estes aspectos são particularmente importantes na região Nordeste do Brasil,<br />

que responde por parte expressiva da produção de banana do País. Esta região<br />

caracteriza-se por apresentar déficits hídricos entre os meses de novembro e<br />

março, tornando necessária a suplementação de água, para garantir as<br />

necessidades da cultura e uma produtividade satisfatória (Manica et al., 1975).<br />

Como, na grande maioria dos casos, não são adotados cuidados especiais<br />

visando à suplementação de água nos períodos secos, ocorrem flutuações na<br />

produção e, conseqüentemente, nos preços, além da má qualidade do produto<br />

comercializado.<br />

Nas condições climáticas do Nordeste do Brasil, para manter o solo com<br />

umidade adequada por todo o ciclo da bananeira é necessário o uso da irrigação<br />

convencional ou a utilização de práticas alternativas capazes de manter a<br />

umidade do solo próxima à capacidade de campo. A adoção da irrigação em<br />

grande escala é pouco provável por ser a maioria dos bananicultores pequenos<br />

produtores, descapitalizados e com acesso limitado ao crédito. Diante disto, a<br />

utilização de espécies vegetais como plantas de cobertura ou melhoradoras do<br />

solo ou o uso de cobertura morta com resíduos vegetais podem ser soluções<br />

alternativas para os estresses hídricos a que são submetidos os bananais desta<br />

região, o que também protege as áreas contra a erosão e degradação do solo<br />

(Cintra, 1988).<br />

Plantas melhoradoras do solo<br />

Um grande número de espécies vegetais pode ser utilizado como plantas<br />

melhoradoras do solo. Dentre elas destacam-se as leguminosas, pela<br />

característica que têm em obter a quase totalidade do nitrogênio de que<br />

necessitam por meio da simbiose com bactérias específicas, as quais, ao se<br />

associarem com as leguminosas, utilizam o nitrogênio atmosférico,<br />

transformando-o em compostos nitrogenados (Sprague, 1975). A preferência<br />

pelo uso das leguminosas como plantas melhoradoras do solo é função não só<br />

da fixação simbiótica, mas também por possuírem raízes geralmente bem<br />

ramificadas e profundas, que atuam estabilizando a estrutura do solo (Miyasaka<br />

et al., 1983).<br />

De maneira geral, o uso de leguminosas como plantas melhoradoras do<br />

solo pode ocorrer sob três formas: 1) como adubo verde, cujo objetivo principal<br />

é o enriquecimento do solo com o nitrogênio proveniente da simbiose;<br />

2) como plantas de cobertura, visando a diminuir os efeitos do impacto das<br />

gotas de chuva sobre o solo; e 3) como plantas recuperadoras de solos<br />

degradados pelo cultivo intensivo. A utilização de uma ou outra planta<br />

melhoradora do solo atende aos três objetivos citados, com maior ou menor<br />

intensidade (Cintra, 1988).<br />

A cultura da banana<br />

201


Solos, nutrição e adubação<br />

Com relação à cultura da banana, Hernandez (1979) citou as seguintes<br />

características desejáveis de uma planta para cobertura vegetal: 1) produção<br />

de sementes de boa viabilidade; 2) deve ser perene; 3) deve tolerar alta<br />

precipitação pluvial; 4) boa adaptação ao solo; 5) facilidade de manejo; 6)<br />

persistência mesmo em locais onde caem folhas, talos e resíduos de colheita<br />

da banana; 7) resistência a pragas e doenças; 8) competição com as plantas<br />

daninhas; 9) tolerância ao sombreamento; 10) fixação de nitrogênio; 11)<br />

adaptação às condições climáticas; e 12) compatibilidade com a bananeira.<br />

Embora o autor não mencione, acredita-se que as características 2 e 3 acima<br />

são importantes para regiões de alta precipitação pluvial; na região Nordeste<br />

do Brasil, onde a bananeira é constantemente submetida a períodos de déficits<br />

hídricos, é importante que a planta de cobertura do solo seja anual e tolere<br />

condições de baixa pluviosidade, pois a presença de vegetação perene nas<br />

entrelinhas do bananal, nos períodos secos, poderá exercer elevada competição<br />

por água, com reflexos negativos na produção. Todas estas características,<br />

atuando em conjunto, refletirão em melhor controle da erosão, aumento dos<br />

teores de matéria orgânica, maior retenção de umidade, menor aplicação de<br />

fertilizantes, controle de plantas daninhas e hospedeiras de pragas e doenças<br />

e, em conseqüência, menor utilização de defensivos.<br />

Estudando os efeitos de diferentes manejos do solo em pomar de bananeira<br />

‘Prata’, em Cruz das Almas (BA), Cintra (1982) observou melhor<br />

comportamento das coberturas vegetais realizadas com feijão-de-porco<br />

(Canavalia ensiformes) e leucena (Leucaena leucocephala), considerando-se os<br />

dados de vigor da planta na floração (Tabela 1). As coberturas vegetais com<br />

Crotalaria retusa, soja perene (Glycine javanica) e vegetação natural ceifada<br />

periodicamente tiveram um comportamento inferior às anteriormente citadas.<br />

Tabela 1. Diâmetro do pseudocaule e altura da planta nos diferentes manejos<br />

de solo estudados em pomar de bananeira, no florescimento, em<br />

Cruz das Almas, BA.<br />

Tratamento Diâmetro do pseudocaule Altura da planta<br />

(cm) (m)<br />

Cobertura morta 19,4 2,9<br />

Herbicida 17,2 2,4<br />

Leucena 16,1 2,3<br />

Capina manual 16,0 2,3<br />

Crotalaria retusa 15,4 2,2<br />

Soja perene 15,3 2,2<br />

Cobertura natural 13,9 2,2<br />

Feijão-de-porco 17,1 2,7<br />

Fonte: Cintra (1982).<br />

202<br />

A cultura da banana


Solos, nutrição e adubação<br />

Tomando-se como base o início do florescimento aos oito meses após o plantio,<br />

verificou-se um percentual de plantas floradas de 33%, 22% e 22% em leucena,<br />

soja perene e Crotalaria retusa, enquanto os tratamentos vegetação natural e<br />

feijão-de-porco não apresentaram, nesta época, nenhuma planta florada.<br />

Quanto à incidência da broca-do-rizoma (Cosmopolites sordidus), Mesquita et<br />

al. (1983) observaram não haver diferença significativa no número de insetos<br />

adultos coletados nas coberturas vegetais estudadas (feijão-de-porco, Crotalaria<br />

retusa, Leucaena leucocephala, soja perene e cobertura natural), o mesmo<br />

acontecendo quanto ao coeficiente de infestação da praga no primeiro seguidor<br />

da bananeira.<br />

No Espírito Santo, Salgado (1983) trabalhou com a associação de<br />

leguminosas em plantios de banana, com o objetivo principal de reduzir a<br />

erosão na implantação da cultura, pois os plantios são realizados em áreas<br />

com declives acentuados; o aumento do teor de matéria orgânica do solo, a<br />

redução da adubação nitrogenada pela fixação simbiótica do nitrogênio do ar<br />

e a reciclagem de nutrientes dos horizontes mais profundos do solo foram<br />

outros benefícios esperados. Ele observou um bom comportamento do guandu<br />

(Cajanus cajan), destacando-se pela velocidade de crescimento, resistência ao<br />

sombreamento e produção de massa verde. A leucena também teve um bom<br />

comportamento, em função do porte arbustivo, sistema radicular pivotante e<br />

boa produção de massa, apesar do lento desenvolvimento inicial, sendo sensível<br />

ao ataque de formigas, nesta fase. O kudzu-tropical (Pueraria phaseoloides)<br />

apresentou resistência ao sombreamento, eliminando a vegetação natural;<br />

entretanto, devido à sua agressividade, competiu desfavoravelmente com a<br />

cultura da banana, atrasando-lhe o ciclo.<br />

Em um ensaio demonstrativo conduzido em Nazaré (BA), com a cultivar<br />

‘Terra’, Cintra (1984) observou superioridade da cobertura do solo do bananal<br />

com soja perene e com feijão-de-porco, em relação à capina manual (Tabela 2). Já<br />

Borges (1991) não obteve efeito favorável do uso do feijão-de-porco quando<br />

comparado com a capina, no primeiro ciclo da bananeira, acreditando que os<br />

benefícios proporcionados pela leguminosa somente devem surgir após vários<br />

anos, em função da decomposição da grande quantidade de massa seca<br />

produzida e da presença de raízes bem ramificadas e profundas, que são<br />

importantes na melhoria da estrutura do solo. Monnet (1953), testando o<br />

efeito da cobertura do solo com leguminosas, em bananais, considerou o feijãode-porco<br />

como das mais promissoras, por sua tolerância à sombra, pelo grande<br />

volume de massa verde produzido e pelo porte ereto.<br />

Enriquez et al. (1987a) observaram que o feijão-caupi (Vigna unguiculata)<br />

mostrou-se menos sensível ao sombreamento, quando associado com a banana,<br />

do que o feijão-comum (Phaseolus vulgaris). A mandioca resistiu mais ao<br />

sombreamento da banana do que o milho, enquanto o abacaxi reduziu o<br />

tamanho do fruto para a metade ou um pouco menos (Enriquez et al., 1987b).<br />

A cultura da banana<br />

203


Solos, nutrição e adubação<br />

Tabela 2. Variáveis avaliadas por ocasião da colheita em ensaio demonstrativo<br />

conduzido em Nazaré (BA), com a cultivar ‘Terra’; primeiro ciclo,<br />

planta-mãe.<br />

Tratamento<br />

204<br />

A cultura da banana<br />

N o<br />

de pencas<br />

N o<br />

de frutos<br />

N o de<br />

folhas<br />

vivas<br />

Peso do<br />

cacho (kg)<br />

Produção<br />

média 1<br />

(t/ha)<br />

Cobertura morta 8,8 136,7 6,6 46,2 51,3<br />

Soja perene 7,9 105,0 1,3 21,0 23,3<br />

Feijão-de-porco 7,3 98,4 0,7 16,6 18,4<br />

Capina 6,6 85,2 0,0 7,3 8,1<br />

1 Densidade de 1.111 plantas/ha.<br />

Fonte: Cintra (1984).<br />

Ternisien (1988) avaliou os efeitos de diferentes rotações de cultura com a<br />

banana, com o propósito de promover um sistema de cultivo menos frágil<br />

que o monocultivo, o qual se caracterizava principalmente pela baixa no<br />

rendimento e aumento na população de parasitas no solo. A rotação com<br />

batata-doce e com gramíneas (cana-de-açúcar, Brachiaria decumbens e sorgo,<br />

este em associação com siratro) proporcionou uma redução drástica na<br />

população de Radopholus similis no solo. Quanto ao efeito no rendimento da<br />

banana, o melhor resultado foi da rotação com sorgo + siratro, vindo em<br />

seguida a cana-de-açúcar, braquiária e Desmodium distortum.<br />

Segovia Santacruz & Tobón Cardona (1988) avaliaram os efeitos de<br />

diferentes associações de cultivos com a banana, concluindo que a associação<br />

com mandioca reduziu em 62,2% a produção da banana; quatro a sete sulcos<br />

de feijão intercalados produziram igual efeito, enquanto dois sulcos de milho<br />

ou de milho + feijão praticamente não afetaram a produção da banana.<br />

Cobertura morta<br />

A prática da cobertura morta do solo com resíduos vegetais já é bastante<br />

utilizada em muitas regiões produtoras de banana, não só pela sua alta eficiência<br />

na proteção contra a erosão e a redução da perda de água por evaporação, mas<br />

também pela grande quantidade de nutrientes que adiciona ao solo, além de<br />

reduzir os custos com capinas. Uma dificuldade ao amplo uso desta prática é<br />

a disponibilidade de material vegetal para a cobertura do solo (Cintra, 1988).<br />

A utilização da bananeira para formação da cobertura morta representa<br />

uma fonte substancial de matéria orgânica, através dos resíduos constituídos<br />

por toda a planta após a colheita do cacho, pelas folhas secas provenientes das


Solos, nutrição e adubação<br />

desfolhas e pelos rizomas e raízes que se decompõem no solo. Contudo, devido<br />

à sua decomposição acelerada, este volume de resíduos é insuficiente para a<br />

formação de uma cobertura morta contínua e efetiva. Uma solução testada,<br />

no CNPMF, consiste na implantação de um pequeno bananal, contíguo à área<br />

de produção definitiva, para suprir os resíduos vegetais necessários à formação<br />

de uma cobertura morta eficiente. Para tal, deve-se adensar ao máximo o plantio<br />

e usar variedades regionais de crescimento rápido, de elevada produção de<br />

massa verde e resistentes às principais pragas e doenças (Cintra, 1988).<br />

Vários resultados de pesquisa têm demonstrado a alta eficiência da cobertura<br />

morta no crescimento e na produção da bananeira (Tabelas 1, 2, 3 e 4), em<br />

relação a outros sistemas de manejo.<br />

Com relação à possibilidade da cobertura morta com resíduos da bananeira<br />

propiciar condições mais favoráveis à multiplicação e ao ataque da broca, os<br />

dados obtidos por Mesquita et al. (1983) mostraram semelhantes coeficientes<br />

de infestação no rizoma das plantas entre os manejos testados. Embora o<br />

número de insetos nas parcelas mantidas com cobertura morta tenha sido<br />

maior, sugerindo que os adultos têm preferência pela parcela sob cobertura<br />

morta, isto não implica que a postura seja feita nas plantas desta parcela.<br />

Quanto aos efeitos no solo, resultados obtidos por Borges (1991), em<br />

amostras de solo coletadas 18 meses após a instalação do ensaio, mostraram<br />

que o uso da cobertura morta melhorou sensivelmente o nível de nutrientes<br />

no solo, em especial os teores de K, Ca, soma de bases, CTC, saturação por<br />

bases e matéria orgânica, com aumentos percentuais da ordem de 139%, 183%,<br />

140%, 21%, 100% e 12%, em relação à capina (Tabela 5). Além disto, foram<br />

observados teores mais altos de nutrientes nas folhas das bananeiras sob<br />

cobertura morta, com exceção de N, Cu, Fe e Mn, com destaque para o teor<br />

de K, maior em cerca de 94% em relação à capina (Tabela 6).<br />

Com relação ao balanço de água no solo, realizado por Cintra (1988) em<br />

Cruz das Almas (BA), nos meses de mais baixa precipitação (setembro a<br />

dezembro), observou-se que a cobertura morta proporcionou ao solo maior<br />

conservação da umidade, superior em 180% à da cobertura do solo com<br />

vegetação natural e em 92% à do solo capinado manualmente (Figura 1).<br />

EXIGÊNCIAS E ABSORÇÃO DE NUTRIENTES<br />

A cultura da bananeira necessita de fertilização abundante, não só porque as<br />

quantidades de elementos exportadas pelos frutos são elevadas, como também<br />

porque os solos da maioria das regiões produtoras são normalmente pobres<br />

em nutrientes, pois predominam caulinita, óxidos de ferro e alumínio, ou<br />

seja, argilas de baixa atividade, além da acidez elevada. A bananeira extrai<br />

grande quantidade de nutrientes do solo, superando várias culturas, dentre<br />

elas as de cacau, feijão e mandioca (Tabela 7).<br />

A cultura da banana<br />

205


Solos, nutrição e adubação<br />

Tabela 3. Variáveis avaliadas na época do florescimento e da colheita, em Cruz das Almas, BA. 1<br />

206<br />

A cultura da banana<br />

1 Os dados representam as médias de duas cultivares (Prata e Prata Anã) e três espaçamentos (4 x 2 x 1,5m; 4 x 2 x 2,0m; 4 x 2 x 3,0m).<br />

Fonte: Borges (1987).


Tabela 4. Variáveis avaliadas na cultivar Terra, em Nazaré, BA; 1982/1986.<br />

1 Variáveis avaliadas no início do florescimento; as demais foram avaliadas na colheita.<br />

Fonte: Cintra & Borges (1988).<br />

Solos, nutrição e adubação<br />

A cultura da banana<br />

207


Solos, nutrição e adubação<br />

Tabela 5. Resultados de análises do solo do ensaio com a cultivar Terra, em Nazaré, BA; primeiro ciclo, aos 18<br />

meses após a instalação do ensaio.<br />

208<br />

A cultura da banana<br />

Fonte: Borges (1991).


Solos, nutrição e adubação<br />

Tabela 6. Resultados de análises da 3 a folha das bananeiras do ensaio com<br />

a cultivar Terra, em Nazaré (BA); primeiro ciclo, aos 18 meses após<br />

a instalação do ensaio.<br />

Fonte: Borges (1991).<br />

N P K Ca Mg Cu Fe Mn Zn<br />

Tratamentos % ppm<br />

Capina 3,01 0,16 1,49 0,65 0,33 18,7 207 1.439 32,9<br />

Cobertura morta 2,87 0,17 2,89 0,69 0,38 18,2 195 697 36,4<br />

Quantidades absorvidas e teores na planta<br />

Estudos sobre extração de nutrientes pela bananeira mostram que o potássio<br />

e o nitrogênio são os nutrientes mais absorvidos pela planta (Tabelas 7, 8 e 9).<br />

Além disso, é grande a quantidade de nutrientes extraída pelos frutos (Tabelas<br />

9 e 10). Deve-se considerar que dois terços da parte aérea da bananeira retornam<br />

ao solo, em forma de pseudocaule e folhas, admitindo-se haver recuperação<br />

significativa da quantidade de nutrientes absorvida.<br />

As quantidades e os teores de nutrientes variam entre as diversas partes da<br />

planta (Tabelas 11 e 12). Concentrações mais elevadas de nitrogênio (N),<br />

fósforo (P), cálcio (Ca) e enxofre (S) foram observadas nas folhas; de potássio<br />

(K) no pseudocaule e nas bainhas; enquanto a menor concentração de Mg foi<br />

encontrada no cacho (Tabela 12). Os teores de nutrientes variam também<br />

durante as fases do desenvolvimento das folhas; as concentrações de N, P e K<br />

decrescem nas folhas mais velhas (Tabelas 13 e 14). Genú (1976), trabalhando<br />

com a cultivar Prata, observou que os teores de K e Ca nas folhas variaram<br />

durante o crescimento da planta, mostrando que as primeiras folhas<br />

desenroladas apresentaram valores mais altos de K, e as terceiras folhas, valores<br />

mais elevados de Ca. Ao contrário, o Mg permaneceu mais ou menos constante<br />

(Tabela 14). Variações também ocorrem dentro da própria folha, ou seja, teores<br />

de N e P são mais baixos na parte interna do limbo, enquanto os de K e Ca,<br />

mais elevados. Os teores de Mg encontram-se mais baixos na parte interna do<br />

limbo, nas cultivares Prata, Pacovan e Mysore, e mais altos, nas cultivares<br />

Nanicão e Nanica (Tabela 15).<br />

As variações de concentração de nutrientes ocorrem também entre cultivares<br />

(Tabela 16). Observa-se que as concentrações de N, P, K, cobre (Cu), ferro<br />

(Fe) e zinco (Zn) foram maiores na cv. Nanica, enquanto cálcio (Ca) e<br />

manganês (Mn), na ‘Mysore’ e magnésio (Mg), na ‘Prata’.<br />

A cultura da banana<br />

209


Solos, nutrição e adubação<br />

210<br />

A cultura da banana<br />

Figura 1.<br />

Balanço de água no solo<br />

cultivado com bananeira,<br />

sob diferentes sistemas de<br />

manejo a 0-40cm de profundidade.<br />

Fonte: Cintra (1988).


Tabela 7. Extração de macronutrientes por algumas culturas.<br />

Cultura Produção Extração (kg/ha)<br />

Fonte: Malavolta (1980).<br />

Solos, nutrição e adubação<br />

(t/ha) N P K Ca<br />

Banana (cachos) 30 142 18 365 13<br />

Amendoim (frutos) 3 201 16 140 113<br />

Batatinha (tubérculos) 40 80 5 120 49<br />

Cacau (frutos) 1 20 6 30 3<br />

Café (frutos) 2 33 3 52 7<br />

Cana-de-açúcar (colmos) 100 132 8 110 13<br />

Feijão (vagens) 1 37 4 22 4<br />

Mandioca (raízes) 19 39 4 32 12<br />

Milho (grãos) 6,4 122 24 30 0,4<br />

Tomate (frutos) 41 72 18 130 7<br />

Marcha de absorção<br />

Montagut & Martin-Prével (1965), em trabalho conduzido nas Antilhas,<br />

constataram pequena a absorção dos macronutrientes até o quarto mês, em<br />

função do crescimento lento da bananeira. No entanto, do quarto mês até o<br />

florescimento (sétimo ao décimo mês) o crescimento é grande, com acúmulo<br />

significativo de matéria seca e conseqüentemente de nutrientes. Após o<br />

florescimento até a colheita, é praticamente estável a absorção de nutrientes.<br />

O N tem grande importância do início do desenvolvimento das folhas até<br />

a emissão da inflorescência, havendo uma redução da sua absorção até a<br />

colheita; o K é absorvido em torno de dois terços, da fase de indução floral até<br />

a colheita; o P é requerido em menores quantidades, com a maior absorção a<br />

partir do estádio inicial de desenvolvimento das folhas até a emissão das flores<br />

(Martin-Prével, 1984a).<br />

Gomes (1988) observou que, em bananeiras da cv. Prata, acima de 75% de<br />

N, P e K são absorvidos a partir de 180 dias, enquanto mais de 70% de Ca,<br />

Mg, B, Zn e Cu são absorvidos a partir dos estádios de 210 a 240 dias após o<br />

plantio. Twyford & Walmsley (1968) observaram, em bananeira ‘Robusta’,<br />

absorção estável de B e Cu durante o ciclo da planta, enquanto o Fe e o Mn<br />

mostraram picos de absorção no início do florescimento e o Zn, acentuado<br />

acúmulo no início da frutificação até o corte.<br />

A cultura da banana<br />

211


Solos, nutrição e adubação<br />

Tabela 8. Quantidades de macronutrientes absorvidas pela bananeira, em kg/ha.<br />

212<br />

A cultura da banana<br />

1 Tendência a deficiência de magnésio.<br />

Fonte: Martin-Prevel (1980).


Solos, nutrição e adubação<br />

Tabela 9. Quantidades médias de macro e micronutrientes contidas em<br />

bananeiras do subgrupo Cavendish; 2.000 plantas-mãe/ha com<br />

seguidores (raízes não incluídas). Peso médio do cacho = 25 kg.<br />

Elementos<br />

Quantidade<br />

em 50t de<br />

frutos (kg)<br />

Quantidade no<br />

restante da<br />

planta (kg)<br />

Total<br />

(kg)<br />

Exportação<br />

pelos frutos<br />

(%)<br />

N 189 199 388 49<br />

P 29 23 52 56<br />

K 778 660 1.438 54<br />

Ca 101 126 227 45<br />

Mg 49 76 125 39<br />

S 23 50 73 32<br />

Cl 75 450 525 14<br />

Na 1,6 9 10,6 15<br />

Mn 0,5 12 12,5 4<br />

Fe 0,9 5 5,9 15<br />

Zn 0,5 4,2 4,7 12<br />

B 0,7 0,57 1,27 55<br />

Cu 0,2 0,17 0,37 54<br />

Al 0,2 2,0 2,2 9<br />

Mo - 0,0013 - -<br />

Fonte:Lahav & Turner (1983).<br />

Assim, vê-se que a bananeira é uma cultura exigente em nutrientes,<br />

principalmente K e N, com variações entre partes da planta, idade e cultivares,<br />

com picos de absorção do quarto mês até o florescimento.<br />

FUNÇÃO E IMPORTÂNCIA DOS NUTRIENTES NA PLANTA<br />

Os macro e micronutrientes exercem funções na planta que são classificadas<br />

em estrutural, constituinte de enzimas e ativador enzimático. Quando o<br />

nutriente faz parte da molécula de um ou mais compostos orgânicos ele tem<br />

função estrutural. Os constituintes de enzimas, normalmente os metais, fazem<br />

parte do grupo prostético das enzimas e são essenciais nas suas atividades. Por<br />

último, na função de ativador enzimático, o nutriente não faz parte do grupo<br />

prostético da enzima, mas é necessário à sua atividade (Malavolta et al., 1989).<br />

A cultura da banana<br />

213


Solos, nutrição e adubação<br />

Tabela 10. Quantidades médias (kg/t) de macronutrientes extraídas pelos frutos da bananeira.<br />

214<br />

A cultura da banana


Fonte : EMBRAPA (1987).<br />

Solos, nutrição e adubação<br />

Tabela 11. Quantidades médias (g) de macro e micronutrientes em diversos<br />

órgãos da bananeira ‘Prata Anã’ aos seis meses de idade.<br />

EMBRAPA-CNPMF, 1985/86.<br />

Tabela 12. Teores de macronutrientes (%) em diferentes partes da bananeira<br />

‘Grande Naine’.<br />

Partes da planta N P K Ca Mg S<br />

Cacho 0,87 0,104 2,75 0,07 0,14 0,10<br />

Folhas 1,73 0,126 2,92 1,41 0,29 0,14<br />

Bainhas 0,90 0,086 5,33 1,35 0,31 0,06<br />

Pseudocaule 0,97 0,094 6,21 1,18 0,31 0,07<br />

Rizoma 0,98 0,109 4,65 0,21 0,29 0,07<br />

Fonte: Marchal & Mallesard (1979).<br />

Tabela 13. Concentrações (%) de N, P e K nas folhas de bananeira em<br />

diferentes idades.<br />

Folha N P K<br />

1 a<br />

3 a<br />

5 a<br />

7 a<br />

Fonte: Hewitt (1955).<br />

Orgãos Pecíolos +<br />

Nutrientes Rizoma Bainhas Cartucho Nervuras Limbos Total<br />

N 86,91 153,73 72,35 68,84 481,62 863,45<br />

P 8,99 15,52 8,88 8,05 27,98 69,42<br />

K 126,28 376,44 101,33 142,22 325,38 1.071,65<br />

Ca 56,66 163,49 5,84 88,55 160,37 474,91<br />

Mg 44,28 63,87 6,43 15,46 68,31 198,35<br />

Fe 1,47 2,43 0,43 0,63 2,35 7,31<br />

Mn 1,53 4,74 0,29 1,89 11,65 20,10<br />

Zn 1,13 0,23 0,09 0,12 0,28 1,85<br />

2,83 0,30 3,73<br />

3,21 0,26 3,30<br />

3,09 0,24 3,00<br />

2,63 0,24 3,09<br />

A cultura da banana<br />

215


Solos, nutrição e adubação<br />

Tabela 14. Concentração (%) de K, Ca e Mg em diferentes idades da bananeira<br />

Prata, na primeira e na terceira folha inteiramente desenroladas.<br />

Fonte: Genú (1976).<br />

Tabela 15. Médias dos teores de macro (%) e micronutrientes (ppm) na terceira<br />

folha, na parte interna (PI) e na parte externa (PE) do limbo da<br />

planta-mãe de várias cultivares de banana, na época de<br />

florescimento. Nazaré, BA; 1985/86.<br />

Fonte: EMBRAPA-CNPMF (dados não publicados).<br />

216<br />

A cultura da banana<br />

Idade da planta (meses)<br />

Elemento Folha 6 8 10 12 14 16<br />

K<br />

Ca<br />

Mg<br />

1 a<br />

3 a<br />

1 a<br />

3 a<br />

1 a<br />

3 a<br />

2,94 3,07 3,37 3,80 4,13 3,68<br />

2,16 1,97 2,37 2,54 2,91 2,92<br />

0,23 0,45 0,36 0,29 0,35 0,30<br />

0,31 0,40 0,48 0,41 0,47 0,47<br />

0,22 0,27 0,36 0,23 0,27 0,29<br />

0,21 0,27 0,35 0,23 0,31 0,32<br />

Macronutrientes Micronutrientes<br />

Cultivares N P K Ca Mg Cu Fe Mn Zn<br />

Prata, PI 2,91 0,18 2,86 1,16 0,66 16,2 120 176 32<br />

Prata, PE 3,30 0,20 2,47 0,92 0,76 13,0 120 452 36<br />

Pacovan, PI 2,88 0,18 2,71 1,01 0,55 14,5 122 261 35<br />

Pacovan, PE 3,35 0,21 2,52 0,85 0,73 15,2 145 611 41<br />

Nanicão, PI 2,96 0,14 3,39 1,57 0,82 13,8 116 282 35<br />

Nanicão, PE 3,50 0,20 3,13 0,95 0,53 17,0 150 500 36<br />

Nanica, PI 3,21 0,21 3,75 1,27 0,79 17,2 136 166 34<br />

Nanica, PE 3,79 0,24 3,16 0,97 0,57 15,0 117 360 38<br />

Mysore, PI 2,58 0,17 2,99 1,25 0,42 8,6 257 199 31<br />

Mysore, PE 2,99 0,19 2,52 1,01 0,57 9,4 110 612 30


Fonte: EMBRAPA (1985).<br />

Solos, nutrição e adubação<br />

Tabela 16. Concentrações médias de macro (%) e micronutrientes (ppm) na<br />

terceira folha de diferentes cultivares de banana, na época do<br />

florescimento Nazaré, BA, 1983/84.<br />

Macronutrientes Micronutrientes<br />

Cultivares N P K Ca Mg Cu Fe Mn Zn<br />

Pacovan 3,16 0,16 2,21 0,41 0,28 15 139 681 31<br />

Mysore 3,01 0,16 2,20 0,60 0,28 14 135 765 29<br />

Prata 3,06 0,16 2,21 0,52 0,32 15 153 508 25<br />

Nanica 3,68 0,20 2,70 0,55 0,31 24 173 562 36<br />

Nanicão 3,26 0,18 2,52 0,42 0,30 17 163 357 23<br />

Macronutrientes<br />

Nitrogênio<br />

O nitrogênio tem função estrutural na planta, pois faz parte de moléculas de<br />

aminoácidos e proteínas, além de ser constituinte de bases nitrogenadas e<br />

ácidos nucléicos. Participa ainda de processos como absorção iônica,<br />

fotossíntese, respiração, multiplicação e diferenciação celular (Malavolta<br />

et al., 1989).<br />

Este nutriente é muito importante para o crescimento vegetativo da planta,<br />

principalmente durante os três primeiros meses de crescimento, quando o<br />

meristema está em desenvolvimento (Warner & Fox, 1977). A planta nova<br />

tem maiores necessidades desse nutriente (Martin-Prével, 1962; 1964). Vale<br />

lembrar que a bananeira não armazena o N absorvido (Martin Prével, 1980).<br />

O nitrogênio é responsável pelo aumento do número de pencas e pela<br />

emissão e crescimento dos rebentos, aumentando consideravelmente a<br />

quantidade total de matéria seca. Existe uma correlação positiva (r2 =0,79)<br />

entre produção de matéria seca e N absorvido (Lahav & Turner, 1983).<br />

Fósforo<br />

O fósforo faz parte da estrutura química de compostos essenciais, como<br />

fosfolipídeos, coenzimas e ácidos nucléicos, sendo responsável pelos processos<br />

de armazenamento e transferência de energia (Malavolta et al., 1989).<br />

A cultura da banana<br />

217


Solos, nutrição e adubação<br />

É um dos macronutriente menos encontrados na planta, visto que 56%<br />

são exportados pelos frutos (Tabela 9). Esse nutriente favorece o<br />

desenvolvimento vegetativo em geral e o sistema radicular, bem como influi<br />

nas funções dos órgãos florais. Martin Prével (1980) relatou que a absorção<br />

de P é relativamente baixa, principalmente durante os primeiros estádios de<br />

desenvolvimento da planta.<br />

Acredita-se que a absorção de P é influenciada pelo suprimento de Mg, ou<br />

seja, baixo suprimento de Mg reduz a absorção de P pelas raízes, diminuindo<br />

a transferência do mesmo para a parte aérea da planta, reduzindo, assim, a<br />

concentração de P na 3 a folha; no entanto, a concentração de P nas raízes não<br />

é afetada (Martin-Prével, citado por Lahav & Turner, 1983). Porém, Turner,<br />

citado por Lahav & Turner (1983), constatou que o baixo suprimento de Mg<br />

não influenciou a transferência de P para a parte aérea, uma vez que a<br />

quantidade de P total da planta retida nas raízes não foi afetada.<br />

Potássio<br />

O potássio está presente predominantemente na forma iônica, não tendo função<br />

estrutural. Atua como ativador enzimático e participa de processos como<br />

abertura e fechamento dos estômatos, fotossíntese, transporte de carboidratos<br />

e respiração (Malavolta et al., 1989).<br />

Este elemento é considerado o mais importante na nutrição da bananeira,<br />

pois é encontrado em alta quantidade na planta (Tabelas 8 e 9). O potássio é<br />

importante na translocação dos fotossintatos, no balanço de água, na produção<br />

de cachos e pencas, e na qualidade e resistência dos frutos (Langenegger<br />

& Du Plessis, 1980a), acelerando o seu desenvolvimento e maturação (Ho,<br />

1969). Além disso, Lahav & Turner (1983) citaram que o baixo suprimento<br />

de K reduz o peso específico das raízes e a taxa de crescimento relativo.<br />

Relata-se que doenças têm sido controladas pelo uso de adubos potássicos.<br />

O potássio, por influenciar a atividade de certas enzimas, levaria à diminuição<br />

de compostos solúveis de baixo peso molecular, que, quando presentes,<br />

proporcionam um meio favorável ao desenvolvimento de vários parasitas. Além<br />

disso, este nutriente favorece a estrutura das paredes celulares, aumentando a<br />

sua resistência mecânica à penetração de patógenos, e proporcionando uma<br />

cicatrização mais rápida dos tecidos (D’Alejandro Vaz, 1986).<br />

Cálcio<br />

O cálcio é constituinte estrutural dos pectatos de cálcio da lamela média das<br />

células. Participa nos processos e no funcionamento das membranas, além da<br />

absorção iônica (Malavolta et al., 1989).<br />

218<br />

A cultura da banana


Solos, nutrição e adubação<br />

Acredita-se que o Ca contido nos tecidos das plantas influencie a incidência<br />

de doenças, pois enzimas como as poligalacturonases de cálcio são necessárias<br />

para manter a estabilidade da lamela média. Além disso, muitos parasitas<br />

invadem os tecidos das plantas, devido à produção extracelular de enzimas<br />

pectolíticas que dissolvem a lamela média; a presença de Ca inibe<br />

significativamente a atividade dessas enzimas (Marschener, 1986).<br />

Magnésio<br />

O magnésio é integrante da molécula de clorofila, é ativador de enzimas e<br />

participa nos processos de absorção iônica, na fotossíntese e na respiração<br />

(Malavolta et al., 1989).<br />

Esse nutriente facilita a absorção de outros elementos, ou seja, para que se<br />

possa aplicar elevada quantidade de K no solo, requerido em grande quantidade<br />

pela bananeira, é necessário que exista Mg suficiente, a fim de evitar o<br />

aparecimento do azul-da-bananeira. Este distúrbio fisiológico manifesta-se<br />

quando a relação K/Mg no solo é maior que 0,6 (Champion et al., 1958;<br />

Garcia et al., 1978); nas folhas, K/Mg é maior que 2,0 na colheita (Garcia<br />

et al., 1978); e no florescimento, é maior que 4,5 (Lichtemberg & Malburg,<br />

1983).<br />

Enxofre<br />

O enxofre, como o nitrogênio, é componente estrutural de aminoácidos<br />

(cisteína, cistina, metionina, taurina) e proteínas, como também de vitaminas<br />

e coenzimas. Participa de processos como fotossíntese, respiração e síntese de<br />

gorduras (Malavolta et al., 1989).<br />

Segundo Murray (1959), a ausência de S afeta principalmente os órgãos<br />

jovens, nos quais induz a perturbações metabólicas que dificultam a formação<br />

da clorofila, culminando com a paralisação das atividades vegetativas. Já<br />

Langenegger & Du Plessis (1980a) relataram que o S interfere na qualidade<br />

do fruto.<br />

Sabe-se que após o lançamento da inflorescência é reduzida a taxa de<br />

absorção. Assim, a planta retira das folhas e do pseudocaule o S necessário<br />

para o crescimento dos frutos.<br />

Micronutrientes<br />

Boro<br />

O boro, ou seja, o ânion BO 3<br />

- - - , não foi identificado em nenhum composto<br />

ou enzima específica. No entanto, facilita o transporte de açúcares através das<br />

membranas, participa no metabolismo de ácidos nucléicos e de fitormônios,<br />

A cultura da banana<br />

219


Solos, nutrição e adubação<br />

na formação de paredes celulares e na divisão celular, tendo também função<br />

na estabilidade da membrana celular (Dechen et al., 1991). Assim, a deficiência<br />

de B inibe ou paralisa o crescimento dos tecidos meristemáticos da parte aérea<br />

e das raízes (Gupta, 1979).<br />

Cloro<br />

O cloro (Cl) é essencial na fotólise da água (reação de Hill), ou seja, o cloreto<br />

(Cl – ) é imprescindível no desdobramento da molécula de água na fotossíntese II.<br />

Segundo Freney et al., citados por Dechen et al. (1991), os teores de alguns<br />

aminoácidos e amidas tornam-se extremamente altos em plantas deficientes<br />

em Cl, levando, assim, à inibição da síntese de proteínas ou à sua degradação.<br />

Contudo, a bananeira apresenta altos teores de Cl (Tabela 9) em razão das<br />

altas quantidades de cloreto de potássio (KCl) aplicadas.<br />

Cobre<br />

O cobre participa de vários processos fisiológicos, como: fotossíntese,<br />

respiração, distribuição de carboidratos, redução e fixação de N, metabolismo<br />

de proteínas e da parede celular. Controla a produção de DNA e de RNA e<br />

sua deficiência severa inibe a reprodução das plantas, ou seja, reduz a produção<br />

de sementes e o pólen torna-se estéril. Além disso, o Cu está envolvido no<br />

mecanismo de resistência a doenças, pois o suprimento adequado do elemento<br />

pode aumentar a resistência de plantas às doenças fúngicas (Dechen et al;<br />

1991). Plantas mal supridas em Cu são pouco lignificadas, tornando-se mais<br />

suscetíveis à penetração e ao desenvolvimento do patógeno. Além disso, outros<br />

compostos fenólicos estão envolvidos na resistência a doenças fúngicas, ou<br />

seja, muitas enzimas que necessitam de Cu atuam no metabolismo dos fenóis.<br />

A enzima polifenoloxidase catecolase, existente na bananeira, reduz sua<br />

atividade quando há deficiência de Cu.<br />

Ferro<br />

O ferro, considerado elemento essencial nas transformações energéticas, ocorre<br />

em proteínas dos grupos heme e não-heme e encontra-se principalmente nos<br />

cloroplastos. Está diretamente implicado no metabolismo de ácidos nucléicos<br />

(Dechen et al., 1991).<br />

Manganês<br />

Como o ferro e o cobre, o manganês também é um ativador enzimático,<br />

participando de reações bioquímicas da fotossíntese e da respiração, além<br />

de participar na absorção iônica e no controle hormonal (Charpentier<br />

220<br />

A cultura da banana


Solos, nutrição e adubação<br />

& Martin-Prével, 1965; Malavolta et al., 1989). A participação do Mn no<br />

desdobramento da molécula de água e na evolução de oxigênio (O 2 ) no sistema<br />

fotossintético (reação de Hill) é sua função mais estudada.<br />

Molibdênio<br />

O molibdênio (Mo) é constituinte das enzimas nitrogenase e redutase do<br />

– – nitrato. Esta última catalisa a redução biológica do NO a NO2 , que é a<br />

3<br />

primeira transformação do N para a sua incorporação como NH nas proteínas<br />

2<br />

(Dechen et al., 1991).<br />

Zinco<br />

O zinco é componente de várias enzimas (desidrogenases, proteinases,<br />

ribonucleases-RNAse, etc.). Dechen et al. (1991) citaram que o zinco participa<br />

no metabolismo de carboidratos e proteínas, de fosfatos e também na formação<br />

de auxinas, RNA e ribossomas. Segundo Malavolta et al. (1989), o zinco<br />

estimula o crescimento e a frutificação. Assim, as plantas deficientes em zinco<br />

mostram diminuição no nível de RNA, o qual provoca diminuição na síntese<br />

de proteína, dificultando a divisão celular.<br />

Vale lembrar a correlação positiva existente entre deficiência de Zn e<br />

incidência do mal-do-panamá. O zinco é essencial na síntese do triptofano, e<br />

este é precursor do ácido indolacético (AIA). O AIA induz à produção de<br />

tilose, que completa efetivamente os mecanismos de resistência da planta ao<br />

mal-do-panamá (Cordeiro, 1984).<br />

Assim, observou-se que os macronutrientes (N, P, K, Ca, Mg e S) e os<br />

micronutrientes (B, Cl, Cu, Fe, Mn, Mo e Zn) apresentam funções específicas,<br />

não podendo, desta maneira, ser substituídos por outro. Portanto, na ausência<br />

de qualquer um deles, a planta não completa seu ciclo de vida.<br />

Os elementos carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O) não foram<br />

abordados, pois são fornecidos à planta basicamente pelo ar e pela água.<br />

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL<br />

A avaliação do estado nutricional baseia-se na comparação entre amostra e<br />

padrão. AMOSTRA é a planta que se quer avaliar e o PADRÃO, a planta<br />

“normal” sob o ponto de vista nutricional (Malavolta et al., 1989).<br />

Diagnose visual<br />

Quando um elemento mineral está em deficiência ou em excesso, a planta<br />

expressa este desequilíbrio por sintomas visuais, que normalmente se traduzem<br />

por deformações nas folhas e frutos, redução do crescimento de vários órgãos<br />

vegetais e mudanças na coloração, principalmente, do sistema foliar. A diagnose<br />

A cultura da banana<br />

221


Solos, nutrição e adubação<br />

visual se baseia em que cada elemento desempenha um papel específico nas<br />

funções fisiológicas das plantas que, em condições de desequilíbrios, excessos<br />

e deficiências, apresentam sintomas muitas vezes característicos, os quais<br />

permitem a identificação do(s) elemento(s) em desordem.<br />

Embora, de modo geral, as deficiências de alguns macro e micronutrientes<br />

se expressem da mesma forma em diversas plantas, o sintoma de carência de<br />

um determinado elemento pode diferir tanto de uma espécie vegetal para<br />

outra que este conhecimento prévio não poderá ser extrapolado. Para<br />

estabelecer os sintomas visuais é necessário um conhecimento profundo da<br />

cultura diagnosticada; é necessário também o desenvolvimento de ensaios<br />

controlados, no quais se simulem desequilíbrios, deficiências e excessos dos<br />

nutrientes, acompanhando-se sistematicamente as mudanças visuais que<br />

ocorrem nas plantas, bem como o teor dos nutrientes nos diversos órgãos<br />

vegetais e no solo, para que se possa correlacionar um sintoma visual de<br />

anomalia com a carência ou toxidez determinada por um nutriente. A partir<br />

destes conhecimentos, podem-se estabelecer os sintomas que uma cultura<br />

específica vai demonstrar quando algum desequilíbrio nutricional estiver<br />

ocorrendo.<br />

Porém, não basta somente dispor dos sintomas visuais descritos para afirmar<br />

que uma anomalia seja fruto da desordem provocada por um nutriente<br />

específico. Vários fatores podem atuar de forma a suscitar muitas dúvidas<br />

para emitir um diagnóstico baseado apenas na sintomatologia, como, por<br />

exemplo: alguns elementos podem apresentar sintomas carênciais idênticos; a<br />

planta pode já expressar danos em termos de produção e qualidade do produto<br />

final, enquanto os sintomas visuais não se expressaram claramente; a deficiência<br />

de vários elementos pode ocorrer ao mesmo tempo, dificultando a diagnose;<br />

e alguns fatores como encharcamentos ou déficit hídrico, incidência de pragas<br />

e doenças podem apresentar sintomas idênticos ao de uma desordem<br />

nutricional. Portanto, deve-se aliar ao diagnóstico de campo a análise foliar e<br />

de solo, para confirmar o(s) nutriente(s) em carência ou excesso e, desta forma,<br />

especificar e orientar uma correção da adubação ou das condições de fertilidade<br />

do solo a que uma cultura esteja sendo submetida.<br />

Em geral, os sintomas de carência ou excesso dos nutrientes na bananeira<br />

se expressam de três formas: sintomas generalizados – nitrogênio e cobre;<br />

sintomas se iniciando pelas folhas jovens – enxofre, boro, cálcio, zinco, ferro e<br />

manganês; sintomas se iniciando pelos órgãos velhos – magnésio, potássio,<br />

fósforo; e desequilíbrios entre cátions (azul-da-bananeira).<br />

A seguir serão descritos e ilustrados os sintomas visuais de deficiências ou<br />

desequilíbrios nutricionais baseados em Charpentier & Martin-Prével (1968)<br />

e Solis & López (1994), em que os autores unem fotos a informações obtidas<br />

em ensaio em meio artificial, em observações de campo e em bibliografia.<br />

222<br />

A cultura da banana


Macronutrientes<br />

Nitrogênio<br />

Solos, nutrição e adubação<br />

A carência nitrogenada se expressa por uma clorose generalizada, acentuada<br />

nas folhas velhas. Observa-se também uma coloração verde-amarelo-pálida<br />

dos limbos, verde-amarelo-rosada dos pecíolos e bainhas. O crescimento da<br />

planta fica fortemente retardado, ocorre um engasgamento e modificação do<br />

arranjo foliar. O tronco fica fino, os pecíolos delgados e comprimidos, enquanto<br />

as folhas se apresentam pequenas e com uma vida mais curta (Figura 2). Existe<br />

uma grande influência no rendimento e uma reação muito rápida da planta<br />

tanto à carência como ao suprimento deste nutriente.<br />

Fósforo<br />

Na deficiência de fósforo, a folhagem se apresenta com uma coloração verdeescura<br />

tendendo a azulada, salvo se não existir uma carência simultânea em<br />

ferro. Algumas vezes ocorre uma descoloração marginal muito estreita,<br />

irregular, podendo demonstrar pequenas manchas pardas. Posteriormente, as<br />

necroses se desenvolvem em grandes dentes de serra em direção a nervura<br />

central, a partir dos bordos do limbo, quase sem clorose prévia; pequenas<br />

manchas pardas de aspecto oleoso podem se apresentar sobre a zona clorótica<br />

de transição (Figura 3). Ocorre uma senescência prematura das folhas por<br />

extensão das necroses, uma forte redução do crescimento dos novos filhos,<br />

mas só influencia o peso do cacho no caso de a carência ser acentuada e<br />

prolongada.<br />

Potássio<br />

Na deficiência de potássio, as folhas se apresentam com um amarelecimento<br />

intenso sobre a totalidade de sua superfície, começando pelas folhas mais velhas<br />

(murchamento rápido). Inicialmente a clorose se apresenta de cor amareloouro,<br />

depois alaranjada quase uniforme, ganhando a totalidade do limbo em<br />

dois ou três dias, seguido de completo murchamento. O limbo se rasga, se<br />

dobra sobre a base e a nervura principal se quebra em torno de dois terços do<br />

seu comprimento; a folha adquire um aspecto encarquilhado, característico,<br />

antes de cair, dando à bananeira uma aparência seca (Figura 4). Em geral,<br />

aparecem manchas pardas na nervura que evoluem em manchas pardo-violáceas<br />

na face inferior dos pecíolos (azul- potássico). O murchamento atinge as folhas<br />

cada vez mais jovens; em carência grave, a bananeira pode perder toda a sua<br />

superfície foliar. Os cachos e frutos ficam raquíticos e de má qualidade.<br />

A cultura da banana<br />

223


Solos, nutrição e adubação<br />

224<br />

Figura 2. Coloração verde-amarela pálida da folhagem<br />

pela deficiência de nitrogênio.<br />

Figura 3. Deficiência grave de fósforo, com as folhas de<br />

coloração verde-escura tendendo a azulada,<br />

apresentando necroses em forma de dentes de<br />

serra.<br />

A cultura da banana


Figura 4. Deficiência de potássio.<br />

Solos, nutrição e adubação<br />

A cultura da banana<br />

225


Solos, nutrição e adubação<br />

Cálcio<br />

Na deficiência de cálcio ocorre uma clorose localizada em dentes de serra,<br />

principalmente nas extremidades das folhas, sem caráter de continuidade e já<br />

visível sobre o cartucho; os dentes cloróticos amarelo-pálidos sobre as folhas<br />

mais jovens, passam a amarelo-ouro e, à medida que a folha envelhece, a<br />

coloração passa ao amarelo-púrpura. Cada folha passa pelo mesmo estádio de<br />

evolução da carência, que chega ao fim em torno da sexta ou sétima folha,<br />

quando então as manchas necrosadas não aumentam mais em tamanho. Esses<br />

sintomas são irreversíveis. Observa-se um raquitismo vegetativo, engasgamento<br />

com modificação do arranjo foliar, aspecto deformado do cartucho, espessamento<br />

das nervuras, que são a sede de escoriações superficiais, e as folhas<br />

apresentam-se com ondulações das margens. A influência no rendimento<br />

quantitativo é quase nula, porém produz frutos de má qualidade, com<br />

tendências a rachaduras antes do amadurecimento (Figura 5).<br />

Magnésio<br />

Quando a bananeira está com deficiência de magnésio, observa-se um<br />

amarelecimento paralelo às margens foliares que caminha até o interior da<br />

folha; as porções do limbo próximas à nervura central ficam verdes. Esta clorose<br />

aparece sobre as folhas mais velhas e passa, a seguir, às folhas mais novas,<br />

acentuando-se sobre as folhas mais iluminadas (Figura 6).<br />

226<br />

A cultura da banana<br />

Figura 5. Deficiência de cálcio, com folhas<br />

e cartucho apresentando sintomas<br />

típicos.


Solos, nutrição e adubação<br />

Em carência muito acentuada, as margens cloróticas se necrosam e<br />

encarquilham. Ocorrem, também, irregularidades no crescimento e grandes<br />

deformações morfológicas: emissão de folhas irregulares com largura reduzida,<br />

dispostas no mesmo plano (em leque), descolação das bainhas, que se quebram<br />

e apodrecem, provocando a senescência antecipada das folhas (Figura 7).<br />

O sintoma conhecido como azul-da-bananeira, que é uma desordem<br />

fisiológica causada pelo desequilíbrio entre K e Mg, evidencia-se pelo<br />

mosqueamento pardo-violáceo da face inferior dos pecíolos e da base das<br />

nervuras centrais, que quando cortadas podem apresentar apodrecimento<br />

interno e exalar mau cheiro.<br />

Observa-se uma influência muito acentuada no rendimento quantitativo e<br />

na qualidade dos frutos. A planta reage rapidamente tanto à carência como ao<br />

suprimento de magnésio.<br />

Enxofre<br />

Figura 6. Clorose magnesiana.<br />

Na deficiência de enxofre as bananeiras jovens apresentam uma clorose em<br />

duas ou três das folhas mais novas, cobrindo toda a superfície foliar, sendo<br />

reversível e acompanhada somente de um retardamento do crescimento. Em<br />

bananeiras mais idosas ocorrem problemas na diferenciação foliar: deformações<br />

morfológicas (redução dos limbos, espessamento das nervuras secundárias,<br />

ondulação das margens das folhas), descolorações internervais e, sobre a face<br />

inferior das folhas, alinhamento de pontos claros perpendiculares às nervuras.<br />

Em casos graves, ocorre a morte por abortamento do ponteiro vegetativo.<br />

Em caso de deficiência parcial, observa-se grande influência no rendimento.<br />

A cultura da banana<br />

227


Solos, nutrição e adubação<br />

Micronutrientes<br />

228<br />

Figura 7. Descolamento das bainhas e folhas mais<br />

novas com a largura reduzida devido a<br />

deficiência de magnésio.<br />

Boro<br />

A carência de boro se expressa em deformações acentuadas sobre as folhas<br />

jovens. O limbo se mostra fortemente reduzido (nervura central) e irregular,<br />

com ondulações das margens. Observam-se necroses sem clorose prévia sobre<br />

a borda das folhas (principalmente na sua extremidade, que se encarquilha),<br />

clorose internerval e estriação perpendicular às nervuras secundárias –<br />

alinhamento dos pontos descoloridos, escoriados, na face inferior das folhas<br />

(Figura 8). Os filhos, que são emitidos em abundância, apresentam sintomas<br />

ainda mais pronunciados. Em carência muito acentuada todo o crescimento é<br />

paralisado. Existem numerosas analogias em relação à carência de enxofre.<br />

A cultura da banana


Cobre<br />

Figura 8. Estrias perpendiculares decorrentes da<br />

deficiência de boro.<br />

Solos, nutrição e adubação<br />

A carência em cobre é observada geralmente em bananais cultivados em<br />

turfeiras; é muito facilmente confundida com uma carência em nitrogênio<br />

devido à clorose generalizada que dela se acompanha. Entretanto, a clorose<br />

cúprica é uniforme, de aspecto escuro sob o conjunto do vegetal: limbos,<br />

nervuras, pecíolos e pseudocaule. A planta fica extremamente sensível ao ataque<br />

de trips, fungos e ao vírus-do-mosaico. Podem-se observar também necroses<br />

marginais não regulares nas folhas velhas. O retardamento do crescimento<br />

lembra igualmente a carência em nitrogênio. A planta apresenta o porte caído,<br />

em guarda-sol ou em sino; palidez geral dos limbos, pecíolos e bainhas; e os<br />

frutos apresentam manchas de ferrugem.<br />

A cultura da banana<br />

229


Solos, nutrição e adubação<br />

Ferro<br />

A deficiência de ferro caracteriza-se por uma clorose marginal atingindo<br />

rapidamente o interior pelos espaços internervais, deixando inicialmente faixas<br />

mais verdes. Em carência mediana, as nervuras verdes se recortam finamente<br />

sobre o fundo amarelado do limbo. Em carência muito aguda, as nervuras<br />

transversais se descolorem, em primeiro lugar somente pelo lado direito<br />

(estriação das nervuras); a bananeira passa então de verde-pálida a<br />

esbranquiçada. Estes sintomas são substituídos então por uma clorose difusa<br />

generalizada. As zonas cloróticas dificilmente retomam a cor verde. Ocorre<br />

ainda folhas com tendência lanceolada, que se agrupam em roseta com forma<br />

de buquê, como na carência de zinco (Figura 9).<br />

Manganês<br />

Na deficiência de manganês, observa-se uma clorose em pente, marginal, por<br />

vezes com persistência de uma fina barra verde na bordadura das folhas. Depois<br />

ela atinge a nervura central, porém, a progressão é muito mais rápida nas<br />

nervuras transversais principais do que nas nervuras transversais secundárias,<br />

ou do que nos espaços internervais, que ficam muito tempo verdes. Esta clorose<br />

com aspecto estriado aparece nas segunda, terceira e quarta folhas, depois<br />

ganha muito rapidamente as folhas mais jovens e mais idosas. A totalidade da<br />

folhagem toma então uma coloração verde-amarelo-escura (cor cáqui),<br />

sobretudo nas partes do limbo mais iluminadas.<br />

230<br />

Figura 9. Deficiência de ferro.<br />

A cultura da banana


Solos, nutrição e adubação<br />

Eventualmente, ocorre o desenvolvimento do fungo Deightoniella torulosa,<br />

provocando necroses marginais mais ou menos consideráveis, podendo<br />

contaminar o cacho (Figura 10). Em caso de carência, ocorre uma grave<br />

influência no rendimento.<br />

Zinco<br />

Em deficiência de zinco observam-se cloroses em faixas, freqüentemente quase<br />

brancas, no sentido das nervuras secundárias e de largura muito variável,<br />

alternando com faixas perfeitamente verdes (Figura 11). Ocorre também uma<br />

pigmentação antocianínica (de cor vinho) no cartucho e na face inferior das<br />

folhas jovens, notadamente sobre a nervura central; esta coloração desaparece<br />

rapidamente e não é suficiente para diagnosticar uma carência em zinco.<br />

Em carência muito acentuada, observa-se uma clorose geral do limbo das<br />

folhas jovens, com pontuações brancas se destacando sobre o fundo amarelopálido;<br />

folhas de tamanho reduzido, pontiagudas, muito alongadas, agrupandose<br />

em roseta, em forma de buquê e não de leque. Uma carência pronunciada<br />

em zinco pode conduzir a problemas graves de diferenciação e produzir frutos<br />

deformados.<br />

Figura 10. Clorose acentuada das folhas velhas e<br />

pontuações escuras do fungo Deightoniella<br />

torulosa devido à deficiência de manganês.<br />

A cultura da banana<br />

231


Solos, nutrição e adubação<br />

Sódio<br />

232<br />

Figura 11. Deficiência de zinco.<br />

Embora o sódio (Na) não seja um micronutriente essencial para a maioria das<br />

plantas, merece ser mencionado devido a sua presença em teores elevados no<br />

complexo de troca do solo das regiões áridas e semi-áridas. O sintoma da<br />

toxidez de sódio se apresenta nas folhas como queimaduras que começam por<br />

um halo marginal regular e terminam em uma larga faixa marrom-acinzentada,<br />

ressecada, contínua, em torno de toda a folha. Na maioria dos casos, essa faixa<br />

não ultrapassa 3 a 5 cm; entretanto, danos em maiores extensões já foram<br />

observados (Figura 12). Toxidez de Na e sintomas semelhantes foram<br />

detectados em regiões semi-áridas dos estados da Bahia e do Rio Grande do<br />

Norte, recomendando-se que maiores cuidados devem ser tomados com a<br />

qualidade e o manejo da água de irrigação (Borges & Cintra, 1991).<br />

A cultura da banana


Figura 12. Toxicidade provocada por sódio.<br />

Solos, nutrição e adubação<br />

Diagnose foliar<br />

A diagnose foliar consiste na utilização da planta como solução extratora dos<br />

elementos nutritivos disponíveis no solo. Segundo Hewitt (1955) e Hewitt<br />

& Osborne (1962), as folhas são os locais de maior atividade química da vida<br />

da planta e a análise desse órgão parece ser o melhor indicador do estado<br />

nutricional do bananal.<br />

A análise foliar é importante para diagnosticar o elemento deficiente quando<br />

há sintomas visuais semelhantes (exemplo N e Cu) ou quando várias deficiências<br />

estão ocorrendo simultaneamente (Lahav & Turner, 1983). Assim, informações<br />

sobre a concentração de nutrientes na planta são úteis para diagnosticar<br />

deficiências e/ou toxidez; entretanto, os teores ótimos devem ser conhecidos.<br />

Amostragem<br />

Somente folhas sadias, livres de queimaduras de sol e danos por insetos devem<br />

ser amostradas. Além disso, não se devem misturar folhas com sintomas de<br />

deficiência com folhas de desenvolvimento normal. Cada amostra deve ser<br />

coletada em plantas da mesma cultivar, com a mesma idade e que representem<br />

a média da plantação (Comissão Estadual de Fertilidade do Solo, 1989).<br />

Em razão de vários fatores (órgão amostrado, idade, cultivar, época de<br />

amostragem, etc.) influenciarem a concentração de nutrientes na planta, tornouse<br />

necessário o desenvolvimento de uma técnica padrão de amostragem para<br />

que os resultados pudessem ser comparados.<br />

A cultura da banana<br />

233


Solos, nutrição e adubação<br />

Segundo norma internacional (Martin-Prével, 1984b), a folha amostrada<br />

é a terceira a contar do ápice com a inflorescência no estádio de todas as<br />

pencas femininas descobertas (sem brácteas) e apresentando até três pencas<br />

de flores masculinas. A coleta nesta época apresenta a vantagem de já ser possível<br />

verificar a quantidade de pencas e, assim, estimar a produção da área. Coletamse<br />

10 a 25 cm da parte interna mediana do limbo, eliminando-se a nervura<br />

central (Figura 13).<br />

Recomenda-se amostrar 10 a 20 plantas em uma plantação de 1 a 4 ha,<br />

quando 70% das plantas já estiverem floradas (Martin-Prével, 1984b).<br />

Sugere-se proceder à análise foliar para fazer ajustes no programa de<br />

adubação e, principalmente, avaliar a necessidade de micronutrientes.<br />

Vale ressaltar que a amostra deve ser identificada, com data da coleta, estádio<br />

de desenvolvimento da planta, e cultivar; além disso, recomenda-se, também,<br />

medir a altura da planta, o diâmetro do pseudocaule a 30 cm do solo, o número<br />

de folhas vivas e o número de pencas.<br />

Preparo da amostra<br />

Após a coleta, as amostras devem ser acondicionadas em sacos de papel comum<br />

e encaminhadas para análise pela via de transporte mais rápida.<br />

No laboratório, fazer lavagem rápida com água destilada, para não haver<br />

lixiviação de potássio. Caso a amostra esteja suja, limpá-la com detergente<br />

bem diluído (0,1%). Recomenda-se também não colocar o material muito<br />

molhado na estufa, pois formará uma película na superfície com maior<br />

concentração de nutrientes, os quais serão perdidos na moagem.<br />

Figura 13. Procedimento de amostragem para análise foliar.<br />

234<br />

A cultura da banana


Solos, nutrição e adubação<br />

Se não for possível encaminhar as amostras ao laboratório até 24 horas<br />

após a coleta, lavá-las com água destilada, colocar em saco de papel, secar em<br />

forno de cozinha (70 o C) ou ao sol e encaminhar para o laboratório (Malavolta<br />

et al., 1989).<br />

Interpretação dos resultados<br />

Na interpretação dos resultados, estabeleceram-se teores padrões, baseandose<br />

na correlação entre a concentração do nutriente nas folhas e o<br />

desenvolvimento ou produtividade da cultura. Entretanto, outros experimentos<br />

devem ser conduzidos com o objetivo de estabelecer, para diferentes cultivares,<br />

a concentração do nutriente abaixo da qual espera-se resposta à aplicação do<br />

adubo, pois não existem ainda estudos que possam definir, para nossas<br />

condições, os níveis críticos de nutrientes para bananeira.<br />

Lahav & Turner (1983) apresentaram resultados de níveis críticos obtidos<br />

por vários autores, na terceira folha de bananeiras do subgrupo Cavendish:<br />

2,5% N; 0,2% P; 3,0% K; 0,5% Ca; 0,3% Mg; 0,6% Cl; 0,23% S; 25 ppm<br />

Mn; 80 ppm Fe; 18 ppm Zn; 11 ppm B; 9 ppm Cu; 1,5-3,2 ppm Mo.<br />

Na Tabela 17 estão apresentados os teores padronizados de nutrientes que<br />

podem ser usados como referência.<br />

Esses índices deveriam ter aplicação universal; no entanto, estão relacionados<br />

com fatores ambientais. Assim, os valores de referência quase sempre precisam<br />

ser adaptados às condições locais, embora alguma extrapolação sempre seja<br />

possível (Bataglia & Dechen, 1986).<br />

ANÁLISE QUÍMICA DO SOLO<br />

Para fertilizar um bananal é essencial considerar os teores de nutrientes na<br />

planta e a disponibilidade deles no solo.<br />

A análise química do solo, por ser mais simples, é mais utilizada, sendo<br />

largamente aceita como uma ferramenta essencial na formulação de um bom<br />

programa de adubação e calagem. Pela análise do solo é possível determinar<br />

os teores de nutrientes nele existentes e assim recomendar as quantidades de<br />

corretivo e de adubo que devem ser aplicadas.<br />

Amostragem<br />

A amostragem do solo é considerada uma etapa crítica de todo o processo de<br />

análise, pois ocorrem nesta fase as maiores falhas, principalmente no que diz<br />

respeito à representatividade da área.<br />

A cultura da banana<br />

235


Solos, nutrição e adubação<br />

Tabela 17. Teores padronizados de nutrientes na parte interna do limbo da<br />

terceira folha no estádio da inflorescência descoberta (amostra<br />

internacional de referência).<br />

Elemento Deficiência Baixo Ótimo Toxidez<br />

N % 1,6-2,1 2,0-2,5 2,7-3,6<br />

P (%) 0,12-0,16 0,16-0,27<br />

K (%) 1,3-2,6 2,7-3,2 3,2-5,4<br />

Ca (%) 0,15 0,66-1,20<br />

Mg (%) 0,07-0,25 0,27-0,60<br />

S (%) 0,16-0,30<br />

Cl (%) 0,90-1,80 3,5<br />

Fe (ppm) 80-360<br />

Mn (ppm) 40-150 200-1.800 >3.000<br />

Zn (ppm) 6-17 20-50<br />

Cu (ppm)


Solos, nutrição e adubação<br />

Vale lembrar que, em áreas novas, é importante amostrar o solo em<br />

profundidade, com o objetivo de conhecer as limitações químicas e físicas que<br />

possam afetar a produtividade da cultura.<br />

A amostragem do solo pode ser feita com diversas ferramentas: enxadão,<br />

pá, tubo para amostragem ou sonda, trado (mais comum), etc. Em qualquer<br />

caso, é sempre necessário que as subamostras sejam retiradas de maneira<br />

uniforme em volume e profundidade (Raij, 1991).<br />

Após a retirada das subamostras e formada a amostra composta, esta deve<br />

ser bem misturada, colocada na caixinha própria para amostra de solo e<br />

encaminhada para o laboratório. É conveniente, se a terra estiver muito<br />

molhada, secá-la ao ar antes de colocá-la na embalagem para remessa ao<br />

laboratório.<br />

Interpretação dos resultados<br />

Uma das premissas básicas do uso da análise de solo e de sua interpretação é a<br />

existência de correlações entre resultados da análise química e a resposta da<br />

cultura à adubação ou à calagem, em condições de campo. Por essa razão, os<br />

manuais de recomendação de adubação e calagem são restritos às regiões onde<br />

foram feitas as experimentações agronômicas.<br />

Os resultados da análise de solo são, normalmente, classificados em faixas<br />

de teores, as quais foram obtidas mediante correlação entre os resultados da<br />

análise e a resposta da cultura, como apresentadas na Tabela 18, para o Estado<br />

da Bahia.<br />

Tabela 18. Faixas para interpretação de alguns parâmetros avaliados nos<br />

solos do Estado da Bahia.<br />

Parâmetros Baixa Média Alta<br />

Fósforo (ppm) 20<br />

Potássio (ppm) 120<br />

Cálcio (meq/100cm 3 ) 3,0<br />

Magnésio (meq/100 cm 3 ) 1,0<br />

Alumínio (meq/100cm 3 ) 1,0<br />

Matéria orgânica (%) 3,0<br />

Fonte: Comissão Estadual de Fertilidade do Solo (1989).<br />

A cultura da banana<br />

237


Solos, nutrição e adubação<br />

Recomendações de calagem e adubação<br />

As recomendações de calagem e adubação para a bananeira, apresentadas nos<br />

diversos boletins existentes, foram elaboradas em função dos resultados de<br />

pesquisa, especialmente pesquisa de campo, os quais relacionam a resposta da<br />

cultura à adubação, aos preços dos insumos e a outros produtos envolvidos.<br />

As recomendações de adubos e corretivos devem sempre procurar atingir a<br />

meta do máximo retorno líquido por área.<br />

Calagem<br />

Grande parte das terras agricultáveis brasileiras apresentam valores de pH na<br />

faixa de 4,5 a 5,5, afetando a disponibilidade e a absorção dos nutrientes.<br />

Na cultura da bananeira, segundo Lahav & Turner (1983), a influência do<br />

pH do solo não tem sido muito estudada; as plantas desenvolvem-se em pH<br />

extremos de 3,5 a 9,0, embora a faixa de 5,5 a 8,0 seja a mais comum.<br />

Langenegger & Du Plessis (1980a, b), na África do Sul, recomendaram calagem<br />

da bananeira quando o pH é menor que 5,8, pois o ideal é entre 5,8 a 6,5.<br />

Cunha & Fraga Júnior (1963) não verificaram efeito da calagem sobre a<br />

produção da bananeira em solos onde o pH variava de 5,17 a 5,95. Godefroy<br />

et al. (1978), trabalhando em solo orgânico, elevaram o pH de 3,4 para 6,7 e<br />

não constataram efeito no crescimento e na produção da bananeira ‘Poyo’.<br />

No entanto, em bananeira ‘Prata’, em Latossolo Amarelo álico, Borges (1994)<br />

constatou que o aumento de 0,5 unidade de pH proporcionou acréscimo de<br />

32 cm na altura da planta, como também aumento significativo de 60% e<br />

36%, respectivamente, no peso do cacho e do fruto. Moreira (1971) verificou<br />

que a elevação do pH do solo de 4,3 para 6,5 retardou em 12 meses o<br />

aparecimento dos sintomas do mal-do-panamá em banana ‘Maçã’.<br />

A prática da calagem, além de elevar o pH do solo, contribuindo para<br />

aumentar a disponibilidade de N, P, K, S e Mo, neutraliza o alumínio (Al) e/<br />

ou o manganês (Mn) trocáveis, fornece Ca e Mg para plantas, elevando a<br />

saturação por bases (V%) e equilibrando a relação K:Ca:Mg (0,3:2:1 e<br />

0,5:3:1), além de melhorar a atividade microbiana.<br />

Na cultura da bananeira, a falta de Ca e Mg no solo pode levar ao<br />

aparecimento do distúrbio fisiológico conhecido por azul-da-bananeira; além<br />

disso, o desbalanceamento nutricional pode favorecer o surgimento do maldo-panamá,<br />

em bananeira tolerante à doença (Moreira, 1983).<br />

Assim, a calagem é importante para a bananeira, sendo a quantidade aplicada<br />

baseada na análise de solo.<br />

Para o Estado da Bahia (Comissão Estadual de Fertilidade do Solo, 1989),<br />

a necessidade de calcário (NC) é calculada empregando-se a fórmula:<br />

238<br />

A cultura da banana


Solos, nutrição e adubação<br />

NC (t/ha) = [4 – (meq Ca ++ + Mg ++ /100cm 3 ] . f (f = 100/PRNT)<br />

Para o Estado de São Paulo, a calagem é determinada com base na elevação<br />

da saturação por bases (V) a 60%, mantendo o teor de magnésio acima de<br />

0,9meq/100 cm 3 (Raij et al., 1996).<br />

Desta maneira, a aplicação de calcário, quando recomendada, deve ser feita<br />

com antecedência mínima de 30 dias do plantio, preferencialmente. O calcário<br />

deve ser aplicado a lanço, após a aração, e incorporado por meio da gradagem.<br />

Caso não seja possível o uso de máquina, a incorporação pode ser efetuada na<br />

época da capina. Recomenda-se o uso do calcário dolomítico, que contém<br />

cálcio e magnésio, para evitar a ocorrência do distúrbio fisiológico azul-da-<br />

-bananeira.<br />

Carvalho et al. (1986) recomendaram o gesso agrícola no caso do subsolo<br />

apresentar teor muito baixo de Ca (menor que 0,3 meq Ca ++ /100cm 3 ) e/ou<br />

Al (maior que 0,5 meq Al +++ /100cm 3 ou saturação superior a 20%), pois<br />

como o gesso é carreador de Ca para as camadas mais profundas do solo,<br />

promove maior desenvolvimento do sistema radicular.<br />

Adubação<br />

O sucesso das respostas à adubação, além das quantidades adequadas, depende<br />

da localização e da época de aplicação, que quando adequadas facilitam a<br />

absorção pela planta e evitam perdas.<br />

Produção de mudas<br />

A adubação é um fator muito importante para o desenvolvimento e a obtenção<br />

de mudas de alta qualidade.<br />

A produção de mudas pode ser feita em canteiros, pelo método do<br />

fracionamento do rizoma, ou em viveiros, que são áreas estabelecidas em<br />

espaçamentos mais adensados (2 x 2m; 2 x 1m; 3 x 1 x 1,5m).<br />

Canteiros<br />

Os canteiros devem ser preparados colocando-se aproximadamente 20 litros<br />

de esterco de curral/m 2 bem incorporado ao solo.<br />

Viveiros<br />

Os solos mais indicados são os aluviais bem drenados e ricos em matéria<br />

orgânica. Este componente é muito importante. Desta maneira, recomendamse<br />

três litros de esterco de curral curtido por cova (Moreira, 1987).<br />

A cultura da banana<br />

239


Solos, nutrição e adubação<br />

A United Brands Company (1979) recomendou adubar cada touceira<br />

mensalmente com 114g de uréia, aplicando o adubo ao redor da touceira<br />

numa faixa de 60 cm de largura e a 45 a 60 cm da base da planta. Além da<br />

adubação nitrogenada, recomenda-se, dois meses após o plantio, aplicar a cada<br />

três meses 140g de cloreto de potássio.<br />

Já Soto Ballestero (1992) recomendou somente a adubação nitrogenada,<br />

aplicando-se 115g de uréia/touceira mensalmente ou a cada dois meses. Moreira<br />

(1987) recomendou, quando as mudas estiverem com 40 a 50 cm de altura,<br />

30g de sulfato de amônio ao redor de cada muda, mensalmente.<br />

Campo<br />

Orgânica<br />

Em geral, a adição de adubos orgânicos aos solos tropicais proporciona a<br />

melhoria das suas propriedades físicas, químicas e biológicas, obtendo-se boas<br />

respostas das plantas à aplicação. A fase de maior importância da adição de<br />

resíduos orgânicos no bananal é no plantio, pois estimula o desenvolvimento<br />

radicular e o estabelecimento da planta.<br />

Os adubos orgânicos, como tortas de mamona e de cacau, estercos de<br />

animais e compostos diversos, em geral, são pobres em macronutrientes,<br />

apresentando o nitrogênio em maior quantidade quando comparado aos outros<br />

nutrientes. Porém, os adubos orgânicos contribuem com micronutrientes,<br />

como boro, zinco, cobre, manganês e ferro, fornecendo uma fertilização mais<br />

equilibrada para a bananeira (Kiehl, 1985).<br />

Alguns cuidados devem ser tomados quando da utilização de estercos. Devese<br />

conhecer a procedência dos mesmos, para evitar aqueles de propriedades<br />

que utilizem em suas pastagens herbicidas hormonais, como o 2,4 D + picloran<br />

e 2,4 D + picloran + triclopyr (Tordon BR e Togar, respectivamente), que<br />

provocam fitotoxicidade na maioria das plantas de folha larga, como por<br />

exemplo a bananeira. Além disso, se o esterco utilizado não for compostado,<br />

deve-se misturá-lo à terra de enchimento da cova com antecedência mínima<br />

de 30 dias, para que o processo de fermentação não prejudique o desenvolvimento<br />

das raízes novas.<br />

Lahav, citado por Lahav & Turner (1983), observou que a aplicação de até<br />

80 t/ha/ano de resíduos de estábulos favoreceu o crescimento, antecipou o<br />

florescimento e reduziu o tempo entre o florescimento e a colheita da bananeira.<br />

Os resíduos por si só incrementaram o rendimento em 33%, sendo sempre<br />

vantajosa a aplicação conjunta de fertilizantes minerais com a matéria orgânica.<br />

Em um bananal bem conduzido, estima-se um fornecimento de 180 a 200<br />

t/ha/ano de restos da cultura. Em alguns trabalhos desenvolvidos na Jamaica,<br />

citados por Oschatz (1962), observou-se que a aplicação de 45 kg de esterco/<br />

planta aumentou significativamente a produção no segundo ano.<br />

240<br />

A cultura da banana


Solos, nutrição e adubação<br />

Em geral, recomenda-se a aplicação de 10 a 20 litros de esterco de curral<br />

por cova, porém, a quantidade e o tipo de material orgânico dependerá da<br />

disponibilidade e economicidade da aplicação. No entanto, recomenda-se dar<br />

preferência ao esterco de curral, em razão do maior volume utilizado.<br />

Mineral: macronutrientes<br />

A adubação é um dos principais fatores atuantes na produção da maioria das<br />

culturas, influenciando a produtividade, a qualidade dos frutos e a resistência<br />

às doenças. A adubação mineral da bananeira apresenta algumas<br />

particularidades que a difere de outras plantas, pois, após o primeiro ano de<br />

produção, encontram-se no bananal plantas em diferentes estádios de<br />

desenvolvimento, sendo portanto necessário o suprimento constante de todos<br />

os nutrientes. Sabe-se ainda que, da parte vegetativa aérea que a bananeira<br />

produz durante seu ciclo, são devolvidos aproximadamente dois terços ao<br />

solo na forma de pseudocaule e folhas. Considerando que somente os cachos<br />

da bananeira são retirados do campo, e que as folhas – que contêm em torno<br />

de 3% de K – retornam ao solo, acredita-se haver uma recuperação significativa<br />

da quantidade de K aplicada pelo processo de mineralização dos resíduos<br />

vegetais (Martin-Prével, 1964). Lacoeuilhe (1974) observou que em solos<br />

com elevado teor de K, à medida que se fornece mais N, a bananeira absorve<br />

mais K.<br />

As necessidades de adubação da bananeira citadas na literatura são muito<br />

variáveis, pois as mesmas são dependentes não só das condições de solo e<br />

clima, mas também das exigências nutricionais diferenciadas que demonstram<br />

as variedades. Lahav & Turner (1983) apresentaram as quantidades de NPK<br />

utilizadas em diversos países e em diferentes variedades de banana (Tabela 19).<br />

As quantidades de adubo extraídas pela colheita representam, portanto,<br />

quanto dos nutrientes estão saindo da área, podendo-se, desta forma,<br />

comparando-se com as doses aplicadas, estimar se as adubações que estão<br />

sendo efetuadas estão mantendo, enriquecendo ou empobrecendo o solo. Devese<br />

lembrar, também, que os adubos aplicados não são apenas imobilizados<br />

pelas diferentes partes da planta, mas também perdidos por lixiviação, por<br />

imobilização pelas plantas daninhas, por fixação em partículas minerais do<br />

solo e por volatilização. Portanto, no suprimento de nutrientes para a bananeira,<br />

não basta somente repor o que está sendo exportado pela colheita. Para estimar<br />

as doses de máxima eficiência econômica, ensaios de campo são necessários<br />

nas condições edafoclimáticas de cada local, de forma a definir as adubações<br />

com base nos níveis de nutrientes no solo.<br />

A cultura da banana<br />

241


Solos, nutrição e adubação<br />

As Tabelas de 20 a 26 apresentam as recomendações de adubação para<br />

alguns estados brasileiros com base nas análises de seus solos. Após a adoção<br />

de um esquema de adubação, é necessário o acompanhamento do bananal<br />

para detectar possíveis sintomas de deficiências e/ou desequilíbrios, devendose<br />

efetuar a análise foliar e de solo anualmente e observar a produtividade da<br />

cultura, de forma a adequar a adubação para obter os níveis nutricionais e de<br />

produtividade desejados.<br />

Tabela 19. Doses de NPK usadas em plantações de bananeira em diferentes<br />

países (kg/ha/ano).<br />

País Cultivar N P K<br />

Austrália (NSW) Williams 180 40-100 300-600<br />

Austrália (N.Territory) Williams 100 100 630<br />

Austrália (Qld.) Mons Mari 280-370 70-200 400-1.300<br />

Canaries Dwarf Cavendish 400-560 100-300 400-700 1<br />

Caribean Is. Robusta, Poyo 160-300 35-50 500<br />

Costa Rica Valery 300 - 550<br />

Honduras Valery 290 - -<br />

India Robusta 300 150 600 1<br />

India (Assam) Dwarf Cavendish 600 140 280 1<br />

Israel (Coastal Plain) Williams 400 90 1.200 1<br />

Israel (Jordan Valley) Williams 400 40 - 1<br />

Ivory Coast (Azaguine) Grand Nain 110 - 190<br />

Ivory Coast (Nieky) Grand Nain 180 - 310<br />

Jamaica Valery 225 65 470<br />

Taiwan Fairyman 400 50 750<br />

1 Adicionam anualmente consideráveis quantidades de esterco.<br />

Fonte: Lahav & Turner (1983).<br />

242<br />

A cultura da banana


Solos, nutrição e adubação<br />

Tabela 20. Recomendações de uso de fertilizantes em bananeira ‘Prata’, no<br />

Espírito Santo.<br />

Produtividade esperada: 10 t/ha<br />

Adubação após 30 dias do plantio:<br />

Fósforo (ppm) N-P2 O5 = (g/cova)<br />

20 20-15<br />

Adubação após o quarto mês do plantio:<br />

Potássio (ppm)<br />

80<br />

N-K2O = g/cova<br />

30-80 30-50<br />

Adubação após o nono mês do plantio:<br />

Potássio (ppm)<br />

< 80 >80<br />

N-K2O = g/cova<br />

35-100 35-70<br />

Adubação de produção:<br />

Potássio (ppm)<br />

80<br />

N-P N-P2O5-K2o = g/touceira<br />

2O5-K2O = g/touceira<br />

90-50-200 90-50-150<br />

Fonte: Prezotti (1992).<br />

- Acrescentar, por touceira, 15 g de sulfato de zinco.<br />

- Parcelar as adubações em três vezes: setembro, dezembro e março. Distribuir o adubo a 40 cm, na<br />

parte da frente da touceira.<br />

Para efetuar a adubação potássica (elemento mais requerido pela bananeira) é necessário que<br />

os nutrientes Ca + + e Mg + + estejam em níveis adequados. Um desequilíbrio destes três nutrientes<br />

pode causar o azul-da-bananeira – alteração no metabolismo da planta que favorece o ataque do<br />

mal-do-panamá. A relação K/Mg acima de 0,4 pode favorecer a ocorrência desta doença.<br />

A cultura da banana<br />

243


Solos, nutrição e adubação<br />

Tabela 21. Recomendações de uso de fertilizantes em bananeira não irrigada, na Bahia.<br />

244<br />

A cultura da banana<br />

1 Em bananais já implantados (a partir do primeiro ano), utilizar as doses anuais recomendadas na tabela, após análise de solo, sendo o P aplicado de<br />

uma única vez e o N e K divididos em três ou quatro aplicações. Dentro de cada época prevista, a aplicação dos adubos deve ocorrer em períodos de<br />

boa umidade no solo, de modo a facilitar o aproveitamento dos nutrientes.<br />

Fonte: Comissão Estadual de Fertilidade do Solo (1989).


Informações complementares da Tabela 21:<br />

Cultivares Produtividades<br />

médias (t/ha)<br />

Produtividades<br />

esperadas (t/ha)<br />

Espaçamento<br />

(m)<br />

Solos, nutrição e adubação<br />

Densidade<br />

(covas/ha)<br />

A cultura da banana<br />

Ciclo<br />

(meses)<br />

Prata 6 - 8 10 - 15 3,0 x 3,0 1111 14 - 16<br />

Terra 12 - 16 25 - 35 3,0 x 3,0 1111 14 - 18<br />

D’Angola 7 - 9 10 - 15 3,0 x 2,0 1667 14 - 18<br />

Prata Anã 8 - 10 12 - 18 2,5 x 2,5 1600 14 - 16<br />

Pacovan 8 - 10 12 - 18 3,0 x 2,0 1111 14 - 16<br />

Mysore 9 - 12 15 - 20 3,0 x 2,0 1667 14 - 16<br />

Tabela 22. Recomendações de uso de fertilizantes em bananeira irrigada, na<br />

Bahia.<br />

Nutrientes Plantio Em cobertura - dias após o plantio<br />

90 180 270 360 A partir<br />

do 1 o ano 1<br />

.................................... N(kg/ha) .................................<br />

Nitrogênio min.l min. ou org.<br />

25 50 50 50 50 300<br />

Fósforo no solo - ppm P<br />

(Mehlich) .................................. P2O5 (kg /ha) .............................<br />

Até 10 150 - - - - 100<br />

11 a 20 120 - - - - 70<br />

21 a 40 80 - - - - 40<br />

Potássio no solo - ppm K<br />

(Mehlich) ................................. K2O(kg/ha) ................................<br />

Até 60 50 50 50 50 50 400<br />

61-120 35 35 35 35 35 300<br />

121-160 20 20 20 20 20 150<br />

1 A partir do primeiro ano, as doses de N e K2O deverão ser divididas em quatro aplicações<br />

a cada período de 90 dias.<br />

Fonte: Comissão Estadual de Fertilidade do Solo (1989).<br />

245


Solos, nutrição e adubação<br />

Informações complementares da Tabela 22:<br />

Variedades: Pacovan e Prata Anã<br />

Espaçamento: 4,0 x 2,0 x 2,0m<br />

Densidade: 1.667 plantas/ha.<br />

Produtividade esperada: 20.000 kg/ha<br />

Adubação orgânica: Aplicar 15 litros de esterco de curral por cova e por família, no<br />

plantio, e a cada ano.<br />

Tabela 23. Recomendações de uso de fertilizantes em bananeira, em Minas<br />

Gerais.<br />

Produtividade esperada: 10 t/ha<br />

Espaçamento: 4,0 a 5,0 m x 2,0 m<br />

Adubação mineral:<br />

A. Adubação da cova de plantio:<br />

246<br />

A cultura da banana<br />

Quantidade (g/cova)<br />

P2O5<br />

K2O<br />

Total 120 90<br />

Observações:<br />

• Sugere-se usar metade da dose de P2O5 na forma solúvel em água e metade na<br />

forma de fosfato natural, com base no teor de P2O5 solúvel.<br />

• Recomenda-se, ainda, aplicar, misturados à terra de enchimento da cova e aos<br />

fertilizantes, 20 litros de esterco de curral, ou 5 litros de esterco de galinha, ou<br />

2 litros de torta de mamona, 60 dias antes do plantio, e 100g de calcário<br />

dolomítico para cada tonelada aplicada na área total.<br />

B. Adubação de crescimento e frutificação:<br />

Quantidade (g/planta)<br />

Parcelamentos Planta-mãe Planta-filha<br />

N K2O N P2O5 K2O<br />

A 20 - 60 70 -<br />

B 80 180 40 - 120<br />

C 140 240 - - -<br />

Total 240 420 100 70 120<br />

Fonte: Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais (1989).


Solos, nutrição e adubação<br />

Observações da Tabela 23:<br />

• Época dos parcelamentos da planta-mãe: (A), (B) e (C) são parcelamentos<br />

realizados nos períodos de pegamento da muda (A), dois meses após (B) e no<br />

aparecimento da inflorescência (C).<br />

• Época do parcelamento da planta-filha: (A) refere-se à época em que se realiza<br />

a colheita da planta-mãe e (B), passados dois meses da época (A).<br />

• Encontrando-se pela análise de solo teores de P e/ou K em níveis baixos, usar<br />

o total da adubação estabelecida; se em níveis médios, aplicar dois terços da<br />

adubação; e, em níveis altos, adicionar um terço da adubação recomendada.<br />

C. Níveis de P e K utilizados na interpretação da fertilidade do solo.<br />

Classificação<br />

Características Unidade Baixo Médio Alto<br />

K (disponível) ppm 0-45 46-80 > 80<br />

P (disponível), solo textura argilosa ppm 0-5 6-10 > 10<br />

P (disponível), solo textura média ppm 0-10 11-20 > 20<br />

P (disponível), solo textura arenosa ppm 0-20 21-30 > 30<br />

Fonte: Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais (1989).<br />

A cultura da banana<br />

247


Solos, nutrição e adubação<br />

Tabela 24. Recomendações de uso de fertilizantes em bananeira, no Rio<br />

Grande Sul e em Santa Catarina.<br />

1. NITROGÊNIO<br />

Adubações de formação e de reposição<br />

Cultivares<br />

Fonte: Comissão de Fertilidade do Solo-RS/SC (1995).<br />

248<br />

Teores de<br />

matéria<br />

orgânica<br />

no solo<br />

Observações da Tabela 24.<br />

Adubação de pré-plantio: aplicar na instalação do povoamento, preferentemente<br />

a lanço, com incorporação, no mínimo, na camada arável. No caso de<br />

plantio em encostas muito declivosas, sugere-se a aplicação dos fertilizantes após<br />

o coveamento, colocando-se metade das doses nas covas, homogeneizando-se<br />

bem com o solo; o restante deve ser aplicado em torno das mesmas.<br />

Adubação de plantio: aplicar na cova ou sulco de plantio. Misturar, juntamente<br />

com o fertilizante fosfatado, 15-20 litros de esterco de bovinos ou 3-4 litros de<br />

composto ou esterco de aves curtido, por cova, e misturar bem com o solo. O<br />

plantio ocorre, principalmente, nos meses de outubro e novembro.<br />

Adubação de formação (ou crescimento): corresponde à adubação do<br />

primeiro ciclo, ou seja, do primeiro ano. Visa a suprir as quantidades de nutrientes<br />

extraídas pelos cachos e o necessário para a formação dos demais órgãos da<br />

planta. As doses devem ser divididas em partes iguais, conforme o número de<br />

famílias.<br />

A cultura da banana<br />

Adubação nitrogenada<br />

Formação Reposição<br />

Meses subseqüentes ao plantio das mudas<br />

Jan. Abr. Ago. Dez. Abr.<br />

....%.... .................................................. kg N/ha ......................................<br />

Nanica 5,0


Tabela 24. Continuação.<br />

2. FÓSFORO<br />

Adubações de pré-plantio, de plantio, de formação e de reposição:<br />

Cultivares Teor de<br />

P no solo<br />

Fonte: Comissão de Fertilidade do Solo-RS/SC (1995).<br />

Adubação fosfatada<br />

Formação<br />

Pré-plantio Plantio Meses subseqüentes<br />

ao plantio das mudas<br />

Solos, nutrição e adubação<br />

Abr. Ago. Dez. Abr. Reposição<br />

...................... kg P205/ha ...............................<br />

Limitante 120 40 25 25 25 25 45<br />

Nanica Muito baixo 90 40 25 25 25 25 45<br />

Nanicão Baixo 60 40 25 25 25 25 45<br />

Grande Naine Médio 30 30 25 25 25 25 30<br />

Suficiente 0 15 25 25 25 25 25<br />

Alto 0 ≤15 ≤25 ≤25 ≤25 ≤25 ≤25<br />

Limitante 120 25 13 13 13 13 22<br />

Muito baixo 90 25 13 13 13 13 22<br />

Prata Baixo 60 25 13 13 13 13 22<br />

Branca Médio 30 20 13 13 13 13 15<br />

Enxerto Suficiente 0 15 13 13 13 13 13<br />

(S. Catarina) Alto 0 ≤15 ≤13 ≤13 ≤13 ≤13 ≤13<br />

3) POTÁSSIO<br />

Adubação de pré-plantio, plantio, formação e reposição:<br />

Cultivares Teor de<br />

K no solo<br />

Préplantio<br />

Fonte: Comissão de Fertilidade do Solo-RS/SC (1995).<br />

Adubação Potássica<br />

Formação<br />

Meses subseqüentes<br />

ao plantio de mudas<br />

Jan. Abr. Ago. Dez. Abr.<br />

A cultura da banana<br />

Reposição<br />

.................................................. kg K 20/ha .....................................<br />

Limitante 130 65 65 65 65 65 65<br />

Muito baixo 100 65 65 65 65 65 65<br />

Nanica Baixo 70 65 65 65 65 65 65<br />

Nanicão Médio 40 65 65 65 65 65 65<br />

Grande Naine Suficiente 20 65 65 65 65 65 65<br />

Alto 0 ≤65 ≤65 ≤65 ≤65 ≤65 ≤65<br />

Limitante 130 33 33 33 33 33 33<br />

Muito baixo 100 33 33 33 33 33 33<br />

Prata Baixo 70 33 33 33 33 33 33<br />

Branca Médio 40 33 33 33 33 33 33<br />

Enxerto Suficiente 20 33 33 33 33 33 33<br />

(S. Catarina) Alto 0 ≤33 ≤33 ≤33 ≤33 ≤33 ≤33<br />

249


Solos, nutrição e adubação<br />

Adubação de reposição (ou manutenção): aplicada no bananal em fase de<br />

produção. Visa a restituir os nutrientes contidos nos cachos e as perdas ou<br />

imobilizações temporárias. As doses indicadas devem ser aplicadas a cada quatro<br />

meses, após a adubação de formação. O cálculo das doses foi baseado na<br />

produtividade de 30 toneladas/ha/ano para as cultivares Nanica, Nanicão e Grande<br />

Maine. Para as cultivares Prata, Branca e Enxerto, assumiu-se a produtividade de<br />

15 toneladas/ha/ano. É recomendado o ajuste das doses indicadas na Tabela 25,<br />

ocorrendo produtividades diferentes das especificadas.<br />

Tabela 25. Recomendações de uso de fertilizantes em bananeira ‘Prata’, no<br />

Estado de São Paulo.<br />

Produtividade P resina (mg/dm 3 ) K + trocável (mmolc/dm 3 )<br />

250<br />

esperada Nitrogênio 0-5 6-12 13-30 >30 0-0,7 0,8-1,5 1,6-3,0 >3,0<br />

(t/ha) (kg/ha) ------- P2O5 (kg/ha) ------ ------- K2O (kg/ha) --------<br />

< 20 120 80 60 40 20 330 330 130 0<br />

20-30 190 100 80 50 30 410 310 210 150<br />

30-40 270 140 110 70 40 490 390 290 210<br />

40-50 350 180 140 90 50 570 470 370 270<br />

50-60 430 220 170 110 60 650 550 450 330<br />

> 60 500 260 200 130 70 730 630 530 390<br />

Observações da Tabela 25:<br />

Espaçamento:<br />

- Cultivares de porte baixo e médio: 2x2m ou 2 x 2,5m (2.500 a 2.000 famílias/ha).<br />

- Cultivares de porte alto: 2,5 x 3m ou 3 x 3 m (1.111 a 1.333 famílias/ha).<br />

Adubação de plantio: aplicar por cova 10 litros de esterco de curral ou 2 litros<br />

de esterco de aves, e a metade das doses de fósforo da Tabela 25, estabelecidas<br />

pela análise de solo e pela produtividade esperada. Em solos com menos de 1,3<br />

mg/dm 3 de zinco, aplicar, no plantio, 5 kg/ha de zinco.<br />

Adubação de formação: aos 30-40 dias após o plantio, utilizar 20% das doses<br />

de N e K recomendadas na Tabela 25. Aos 70-90 dias, aplicar o restante da<br />

adubação fosfatada e 50% das doses de N e K. Aplicar os fertilizantes em círculos<br />

de 100 cm de diâmetro ao redor da planta.<br />

Adubação de formação e de produção: aplicar, em função dos resultados<br />

da análise de solo e da produtividade esperada, as doses de fertilizantes da Tabela 25.<br />

A cultura da banana


Solos, nutrição e adubação<br />

Adubação de produção: as adubações anuais de N, P e K, por família, deverão<br />

ser ajustadas em função da produtividade esperada, e teores de P e K revelados<br />

pela análise de solo. Em áreas sujeitas a períodos de seca sazonais, parcelar a<br />

adubação em três aplicações, no início, meado e final do período chuvoso. Em<br />

áreas irrigadas ou sem déficit hídrico, parcelar a adubação em seis vezes.<br />

Distribuir os adubos em semicírculos de 100 cm de raio, na frente do rebento<br />

mais jovem (no sentido do deslocamento da família).<br />

Utilizar fontes de N ou P capazes de fornecer anualmente 30 kg/ha de enxofre.<br />

Adubação com micronutrientes: aplicar anualmente 25 g de sulfato de zinco<br />

(quando for constatada a deficiência de zinco nas folhas) e 10 g de ácido bórico<br />

no orifício aberto no rizoma, por ocasião do debaste.<br />

Nas adubações iniciais, deve-se colocar o N na forma de sulfato para prevenir<br />

deficiências de S, caso se pense em utilizar nas fertilizações subseqüentes a<br />

uréia e o superfosfato triplo, adubos com menor quantidade de S. Às vezes,<br />

pode-se observar sintomas de deficiência de potássio onde o solo é rico neste<br />

nutriente, o que pode indicar problemas no sistema radicular, que não deve<br />

estar em boas condições para absorvê-lo do solo (Tezenas du Montcel, 1987).<br />

Malavolta & Vitti (1984), em caso de deficiências, recomendaram:<br />

Mg – aplicação foliar de MgSO 4 a 1%; S – misturas de NPK com 4% de S ou<br />

30-50 kg de S/ha/ano. Tezenas du Montcel (1987) sugeriu: N – doses de<br />

75 a 300 kg/ha; K – 250 a 600 kg de K/ha; Mg – 50 a 100 kg de sulfato de<br />

magnésio. Para correção do azul-da-bananeira, Charpentier & Martin-Prével<br />

(1968) recomendaram 50 a 110 kg de MgO/ha.<br />

Mineral: micronutrientes<br />

Acredita-se que os micronutrientes necessários ao desenvolvimento da<br />

bananeira são fornecidos pelo solo e pela adubação orgânica. Porém, pode-se<br />

efetuar adubações na cova ou em cobertura com micronutrientes, para evitar<br />

futuros problemas. O Zn é um dos elementos cuja importância tem sido mais<br />

relatada na planta de bananeira, recomendando-se a aplicação de 10 a 15 g de<br />

sulfato de zinco/touceira, em cobertura, parcelado em três aplicações.<br />

No caso de constatar sintomas de deficiência, Malavolta & Vitti (1984)<br />

recomendaram: boro (B) – 1 a 2 kg/ha de B na mistura de adubos; cobre<br />

(Cu) – aplicação foliar de CuSO 4 a 0,5% neutralizado com cal ou aplicação<br />

no solo de 0,25 kg/ha de Cu; ferro (Fe) – fornecimento foliar de FeSO 4 a<br />

0,5% ou de quelato (Fe-EDTA); manganês (Mn) – aplicação foliar de MnSO 4<br />

a 0,25% ou de 7-11 kg/ha de Mn no solo; molibdênio (Mo) – fornecimento<br />

foliar de molibdato de Na ou amônio com 4 ppm de Mo; zinco (Zn) – aplicação<br />

foliar de ZnSO 4 a 0,5% ou 2 a 3 kg/ha de Zn.<br />

O excesso de Na pode ser corrigido com gesso, isto é, para cada meq/100g<br />

de Na no solo, a 15 cm de profundidade, recomendam-se 2,1 t/ha de gesso.<br />

(Comissão Estadual de Fertilidade do Solo, 1989).<br />

A cultura da banana<br />

251


Solos, nutrição e adubação<br />

Época e localização dos adubos<br />

As plantas têm necessidades diferenciadas durante todo o seu ciclo de vida.<br />

Portanto, a quantidade de adubo juntamente com a época de aplicação e<br />

localização adequadas determinam o sucesso da adubação, com a obtenção de<br />

boas produções.<br />

Teoricamente, a partir das necessidades nutricionais fisiológicas de um<br />

bananal, deve-se fazer um parcelamento mensal da adubação, mas isto, muitas<br />

vezes, não é viável.<br />

Em bananais recém-plantados, recomenda-se o seguinte esquema de<br />

adubação: primeira fase (do plantio até a diferenciação floral) – N, P, S, Ca,<br />

Mg e micronutrientes; segunda fase (da diferenciação floral até a colheita) – K<br />

(Moreira, 1987).<br />

Como os sintomas de deficiência de potássio aparecem no florescimento,<br />

Tezenas du Montcel (1987) indicou aplicar potássio dois a três meses antes da<br />

data estimada do florescimento, de forma a garantir um bom desenvolvimento<br />

dos frutos. Gomes (1988) sugeriu para a cv. Prata, cultivada em solos com<br />

teores de médio a alto de potássio, parcelar este nutriente em três vezes, de<br />

forma que a primeira dose seja aplicada aos 180 dias após o plantio.<br />

No Estado da Bahia, a Comissão Estadual de Fertilidade do Solo (1989)<br />

recomendou para a bananeira, em condições de sequeiro, a aplicação de P na<br />

cova, enquanto N deve ser parcelado em quatro doses e K, em três doses. Em<br />

bananais adultos, o P é aplicado de uma única vez, enquanto o N e o K podem<br />

ser parcelados em três ou quatro vezes. Já para a bananeira sob irrigação<br />

recomenda-se, do plantio ao final do primeiro ano, a aplicação de todo o P na<br />

cova, e o N e o K em cinco doses: no plantio, aos 90, 180, 270 e 360 dias. A<br />

partir do primeiro ano, as doses de NPK devem ser divididas em quatro<br />

aplicações a cada período de 90 dias.<br />

No Estado do Espírito Santo, Prezotti (1992) propôs aplicar, após 30 dias<br />

do plantio, N e P; após o quarto e o nono mês de plantio, N e K. Já na fase de<br />

produção, a adubação deve ser parcelada em três vezes.<br />

Além da questão econômica e da época de maior exigência por cada<br />

nutriente, o parcelamento deve levar em conta a classe do solo e as suas<br />

condições de umidade. Em solos arenosos o parcelamento mais freqüente é<br />

necessário, pois as perdas dos adubos por lixiviação é maior, assim como em<br />

plantios estabelecidos em áreas inclinadas, que ficam sujeitos à perda de adubo<br />

por arraste. Nestes casos, recomenda-se a aplicação parcelada em quatro doses<br />

por ano.<br />

Em termos gerais, o nitrogênio deve ser fracionado em três ou quatro<br />

vezes no ano, devendo a sua aplicação iniciar-se no primeiro mês após o plantio.<br />

As aplicações devem ser maiores no início do crescimento, pois, quanto mais<br />

próximo do florescimento, menor é a exigência da bananeira por esse nutriente.<br />

Em regiões com pluviosidade elevada, devem-se fazer adubações mensais com<br />

este nutriente. Já o fósforo tem pouca mobilidade no solo e deve ser aplicado<br />

252<br />

A cultura da banana


Solos, nutrição e adubação<br />

todo, de uma única vez, junto com o adubo orgânico, na cova de plantio, e<br />

repetido anualmente quando a análise de solo assim o determinar. Em solos<br />

com mais de 27 ppm não se recomenda adubar com fósforo, e com menos de<br />

4 ppm já começam a aparecer sintomas de deficiência (Langenegger & Du<br />

Plessis, 1980a). O potássio deve ser aplicado antes da emissão da inflorescência,<br />

ou seja, mais ou menos quatro meses após o plantio, pois este elemento é de<br />

grande importância na fase de diferenciação floral. A quantidade total<br />

recomendada deve ser parcelada e aplicada de quatro em quatro meses ou de<br />

três em três meses, sendo o maior parcelamento recomendado principalmente<br />

para solos arenosos.<br />

As adubações devem ser efetuadas após o desbaste, antes da desfolha, de<br />

forma a que somente a família se beneficie dos nutrientes e que as folhas<br />

cortadas sirvam para cobrir o adubo. Não se deve colocar o adubo sobre os<br />

restos da cultura, mas sim diretamente no solo. Na cova deve-se colocar como<br />

fonte de nitrogênio apenas o adubo orgânico, pois as plantas ainda não têm<br />

raízes para se beneficiarem do adubo mineral, que pode, em caso de covas<br />

pequenas, causar salinização e queima das raízes recém-nascidas (Moreira, 1987).<br />

As adubações em cobertura, quando se tem apenas uma planta por cova,<br />

devem ser feitas em círculos, com 10-20 cm de largura e 20-40 cm distante da<br />

muda, aumentando-se a distância com a idade da planta (Figura 14). Quando<br />

a touceira está formada devem-se distribuir os adubos em meia lua, circundando<br />

a planta-neta (Figura 14). Em terrenos inclinados deve-se proceder à<br />

distribuição do adubo em meia-lua, circundando a planta acima da inclinação<br />

e incorporando-o ligeiramente ao solo. Em terrenos planos, com alta densidade<br />

de plantio, pode-se distribuir o adubo a lanço, nas ruas.<br />

Figura 14. Localização dos adubos aplicados em cobertura.<br />

a) planta-mãe; b) planta adulta.<br />

A cultura da banana<br />

253


Solos, nutrição e adubação<br />

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