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avaliar se é possível a adoção de medidas relevantes neste sentido. Também é preciso avaliar se outros<br />

produtos são viáveis de exploração na região, destacando resíduos de exploração e da construção de<br />

infraestruturas florestais. Evidentemente, é também importante notar o papel que uma eventual<br />

remuneração por serviços ambientais poderia desempenhar como estratégia complementar ao manejo<br />

das florestas do município.<br />

Finalmente, a certificação florestal é uma ferramenta importante para o aumento do controle<br />

independente e do valor dos produtos florestais locais. Entretanto, é preciso que os empreendimentos<br />

apresentem uma melhoria na qualidade do manejo antes de investir em certificação. A experiência do<br />

<strong>IFT</strong> também demonstra que é preciso realizar oficinas de sensibilização com empresários (e<br />

eventualmente comunidades se estas se tornarem provedoras de matéria prima) para que sejam<br />

removidos os mitos relativos a certificação florestal comuns nos setores florestais locais na Amazônia.<br />

Uma das barreiras locais a certificação é, entretanto, a pequena participação do mercado internacional,<br />

notadamente europeu, no consumo da produção madeireira de Cotriguaçu (~1%). Desta forma, os<br />

atuais consumidores de madeira do município não costumam exigir uma melhoria do manejo florestal<br />

e, portanto, produção com certificação independente.<br />

(vi) Tratamentos silviculturais. Idealmente, a adoção de tratamentos silviculturais pode catalisar o<br />

crescimento da floresta explorada e garantir a continuidade da ocorrência de espécies sensíveis a<br />

exploração (como o caso do ipê, Tabebuia sp.) em futuros ciclos de corte. Entretanto, experimentos<br />

realizados na Amazônia tem frequentemente reportado a inviabilidade econômica da aplicação destes<br />

tratamentos em escala empresarial. É preciso estudar formas de incentivar sua adoção diante da<br />

intenção de conservar as florestas privadas locais no longo prazo. Entre os Planos visitados, por<br />

exemplo, é comum a prática de plantio de pupunha (Bactris sp.), principalmente nas áreas de<br />

infraestruturas. Este é um sistema que poderia ser mais bem testado em consórcio com outras espécies<br />

sensíveis a exploração nas áreas manejadas do município.<br />

SÍNTESE E CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS FINAIS<br />

Há evidências de existir área privada com baixo nível de degradação florestal em Cotriguaçu<br />

suficiente para manter a capacidade instalada do município, até mesmo considerando certa<br />

expansão no curto prazo, de forma sustentável. Para isto, existem dois desafios óbvios.<br />

Primeiro, é preciso que os empreendedores locais tenham a percepção de que investimentos<br />

no setor florestal são interessantes economicamente vis-a-vis outras atividades de uso da<br />

terra. Segundo, é preciso que haja incentivos à melhoria no parque industrial local para fazer<br />

uso mais eficiente da matéria-prima. Por exemplo, tomando 2009 como base (rendimento de<br />

26,5% e consumo de 117 mil m 3), caso houvesse uma melhoria de rendimento total de 10%, a<br />

mesma produção poderia ser originada com uma diminuição de 1500 hectares anuais de<br />

florestas exploradas. A melhoria de tecnologia de processamento local também levaria a uma<br />

maior diversificação da produção do município e aumentaria a rentabilidade do manejo.<br />

Dentre os incentivos, é importante frisar as políticas de treinamento, fomento florestal e<br />

crédito. A primeira estimularia uma diminuição dos desperdícios provocados pela exploração,<br />

aumento dos rendimentos operacionais na floresta e menores danos na área explorada, com<br />

consequentes aumentos na rentabilidade e no valor futuro da floresta. O fomento estimularia<br />

ações florestais como o reflorestamento, considerando que a área reflorestada no município<br />

ainda é desprezível (< 0,2% em 2007) e esta estratégia pode ser importante para<br />

complementar o suprimento de empresas no médio prazo (principalmente laminadoras). O<br />

terceiro incentivo poderia estimular empresas a apostar no manejo florestal no longo prazo<br />

se taxas de juros pequenas puderem ser adquiridas (simulações realizadas neste trabalho<br />

revelaram que pode ser inviável a um empreendimento adquirir áreas extensas de florestas<br />

no tempo zero para fazer o manejo florestal com taxas de juros superiores a 5% a.a.).<br />

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