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DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO DO DO SETOR SETOR FLORESTAL FLORESTAL DE<br />

COTRIGUAÇU, ESTADO DDE<br />

MATO GROSSO<br />

RELATÓRIO FINAL<br />

Belém, Pará<br />

1 DE DEZEMBRO DE 2010


DIAGNÓSTICO DO SETOR FLORESTAL DE<br />

COTRIGUAÇU, ESTADO DO MATO GROSSO.<br />

ELABORAÇÃO / CONTRATADA<br />

RELATÓRIO FINAL<br />

INSTITUTO FLORESTA TROPICAL – <strong>IFT</strong>.<br />

CNPJ: 05.388.409/0001-40<br />

Rua dos Mundurucus, 1613, Belém, Pará, Brasil. CEP 66025-660.<br />

Endereço eletrônico: www.ift.org.br<br />

Email: geral@ift.org.br<br />

Coordenação<br />

Marco W. Lentini, Diretor Executivo do <strong>IFT</strong>, Eng. Florestal, M.Sc. Economia Florestal.<br />

Email: lentini@ift.org.br<br />

Equipe<br />

Iran Paz Pires, Coordenador Operacional do <strong>IFT</strong>, Engenheiro Florestal.<br />

Ana Luiza Violato Espada, Engenheira de Projetos do <strong>IFT</strong>, Engenheira Florestal.<br />

Serginande Lima Reis, Instrutor Sênior do <strong>IFT</strong>, Técnico Agrícola.<br />

César de Sousa Pinheiro, Instrutor Sênior do <strong>IFT</strong>, Técnico Agrícola.<br />

SUPERVISÃO E APOIO: Instituto Centro de Vida – ICV.<br />

Fotos da capa: acervo <strong>IFT</strong> e fotos dos empreendimentos florestais visitados em<br />

Cotriguaçu, obtidas com autorização dos responsáveis pelos Planos de Manejo.


SUMÁRIO<br />

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ........................................................................................................................................ 4<br />

LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................................................................................... 5<br />

LISTA DE TABELAS .......................................................................................................................................................................... 7<br />

INTRODUÇÃO E OBJETIVOS ......................................................................................................................................................... 9<br />

CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA E REVISÃO DE DADOS EXISTENTES ......................................................................... 10<br />

MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................................................................................ 14<br />

DIAGNÓSTICO DO SETOR MADEIREIRO DE COTRIGUAÇU ......................................................................................... 16<br />

DEMANDA ATUAL E ESTIMATIVA DA DEMANDA FUTURA POR PRODUTOS MADEIREIROS DE<br />

COTRIGUAÇU ................................................................................................................................................................................... 28<br />

DIAGNÓSTICO DO NÍVEL DE ADOÇÃO DO MANEJO FLORESTAL EM COTRIGUAÇU ........................................ 30<br />

VARIÁVEIS ECONÔMICAS E SIMULAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA TÍPICOS DE UM EMPREENDIMENTO<br />

FLORESTAL DE COTRIGUAÇU .................................................................................................................................................. 36<br />

RECOMENDAÇÕES E CONCLUSÕES ....................................................................................................................................... 48<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................................................ 52<br />

ANEXOS ............................................................................................................................................................................................. 53<br />

3


LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS<br />

AMF Área de Manejo Florestal<br />

APP Área de Preservação Permanente<br />

AUTEX Autorização de Exploração Florestal<br />

CENAFLOR Centro Nacional de Apoio ao Manejo Florestal<br />

CERFLOR Programa Brasileiro de Certificação Florestal<br />

CIPEM Centro de Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado do Mato Grosso<br />

CoC Cadeia de Custódia (Certificação Florestal)<br />

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente<br />

EIR Exploração de Impacto Reduzido<br />

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária<br />

EPI Equipamento de Proteção Individual<br />

FAO Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura<br />

FFT Fundação Floresta Tropical<br />

FSC Forest Stewardship Council<br />

IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis<br />

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística<br />

ICMBio Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade<br />

ICV Instituto Centro de Vida<br />

<strong>IFT</strong> Instituto Floresta Tropical<br />

INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária<br />

INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais<br />

PA Projeto de Assentamento<br />

PE Parque Estadual<br />

PFNM Produto Florestal Não Madeireiro<br />

PMF Plano de Manejo Florestal<br />

PMFS Plano de Manejo Florestal Sustentável<br />

PN Parque Nacional<br />

PNRA Programa Nacional de Reforma Agrária<br />

POA Plano Operacional Anual<br />

RL Reserva Legal<br />

SEMA Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos<br />

SFB Serviço Florestal Brasileiro<br />

SIMLAM Sistema Integrado de Monitoramento e Licenciamento Ambiental<br />

TNC The Nature Conservancy<br />

UMF Unidade de Manejo Florestal<br />

UPA Unidade de Produção Anual<br />

UT Unidade de Trabalho<br />

4


LISTA DE FIGURAS<br />

Figura 1. Polos e zonas madeireiras do Estado de Mato Grosso em 2009 -------------------------------------------------- 10<br />

Figura 2. Delimitação municipal do noroeste Mato-Grossense. --------------------------------------------------------------- 11<br />

Figura 3. Situação fundiária do município de Cotriguaçu-MT ----------------------------------------------------------------- 12<br />

Figura 4. Produção de madeira em tora e bovina em Cotriguaçu no período de 2000-2008. --------------------------- 13<br />

Figura 5. Incremento do desmatamento no período de 2005 a 2010-------------------------------------------------------- 13<br />

Figura 6. Tipos de empresas processadoras de madeira nativa: (A) serraria, (B) beneficiadora e (C) laminadora. 16<br />

Figura 7. Volumetria por empresa e valor médio do volume das estufas para secagem artificial da madeira em<br />

Cotriguaçu, 2009-10. ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 17<br />

Figura 8. Equipamentos utilizados para a geração de energia para a indústria em Cotriguaçu, 2009-10. ----------- 17<br />

Figura 9. Fonte de energia para o processamento da madeira em tora nas empresas madeireiras de Cotriguaçu,<br />

2009-10. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 18<br />

Figura 10. Porte estimado das empresas diretamente envolvidas com o desdobro de madeira em tora em<br />

Cotriguaçu, 2009-10. ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 19<br />

Figura 11. Localização das áreas de exploração para a produção de madeira nativa em tora. ------------------------- 20<br />

Figura 12. Composição do acesso terrestre do transporte de madeira em tora da esplanada na floresta até o pátio<br />

da serraria em Cotriguaçu, 2009-10.--------------------------------------------------------------------------------- 21<br />

Figura 13. Relação das empresas madeireiras de Cotriguaçu que realizam a exploração ou a terceirizam, 2009-10.<br />

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 21<br />

Figura 14. Relação de empresários madeireiros que possuem área própria para a exploração florestal, 2009-10. 21<br />

Figura 15. Destinos da produção madeireira de Cotriguaçu por região do Brasil e por estado da região Sudeste,<br />

2009-10. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 24<br />

Figura 16. (A) Destinos da produção madeireira de Cotriguaçu por região do Brasil e, (B) por estado da região<br />

Sudeste, 2009-10. -------------------------------------------------------------------------------------------------------- 24<br />

Figura 17. Região de origem dos proprietários das empresas de Cotriguaçu, 2009-10. --------------------------------- 24<br />

Figura 18. Mercado de interesse como motivador da busca pela certificação florestal na percepção dos<br />

empresários de Cotriguaçu, 2009-10. ------------------------------------------------------------------------------- 25<br />

Figura 19. Tipo de apoio necessários para as empresas buscarem a certificação florestal na percepção dos<br />

empresários de Cotriguaçu, 2009-10. ------------------------------------------------------------------------------- 25<br />

Figura 20. Perspectivas e desafios do setor florestal de Cotriguaçu na visão dos empresários do setor, 2009-10. - 26<br />

Figura 21. Setores econômicos que tem recebido investimentos de empresários do setor madeireiro de<br />

Cotriguaçu, 2009-10. ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 26<br />

Figura 22. Percentagem de entrevistados que pretendem continuar com a atividade de exploração florestal. ----- 26<br />

Figura 23. Prioridades locais para o desenvolvimento do setor florestal de Cotriguaçu e região na percepção dos<br />

empresários de Cotriguaçu, 2009-10. ------------------------------------------------------------------------------- 27<br />

Figura 24. Prioridades para a conservação das florestas da região noroeste do Mato Grosso na percepção dos<br />

empresários de Cotriguaçu, 2009-10. ------------------------------------------------------------------------------- 27<br />

5


Figura 25. Identificação das UPAs conforme atividades em andamento nas mesmas na época da visita aos PMFS de<br />

Cotriguaçu, setembro de 2010. --------------------------------------------------------------------------------------- 30<br />

Figura 26. Atividades exploratórias já conduzidas e sendo conduzidas nas UPAs na época da visita aos PMFS de<br />

Cotriguaçu, setembro de 2010. --------------------------------------------------------------------------------------- 30<br />

Figura 27. Avaliação da qualidade das informações do macroplanejamento florestal dos PMFS de Cotriguaçu (safra<br />

2009-10). ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 31<br />

Figura 28. Avaliação da qualidade do planejamento para da exploração, escolha dos sistemas silviculturais e<br />

descrição das atividades do PMF e POAS (safra 2009-10). ------------------------------------------------------ 31<br />

Figura 29. Avaliação da qualidade das infraestruturas florestais nos PMFS de Cotriguaçu (safra 2009-10). -------- 32<br />

Figura 30. Avaliação da qualidade do romaneio e rastreabilidade da tora nos PMFS de Cotriguaçu (safra 2009-10).<br />

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 32<br />

Figura 31. Relação de equipamentos adequados para a operação de arraste de toras nos PMFS de Cotriguaçu<br />

(safra 2009-10).---------------------------------------------------------------------------------------------------------- 33<br />

Figura 32. Avaliação da qualidade dos ramais de arraste de toras nos PMFS de Cotriguaçu (safra 2009-10). ------ 33<br />

Figura 33. Avaliação da qualidade sinalização local nos PMFS de Cotriguaçu (safra 2009-10). ------------------------ 34<br />

Figura 34. Avaliação da qualidade dos acampamentos florestais nos PMFS de Cotriguaçu (safra 2009-10). -------- 34<br />

Figura 35. Pontuação das empresas envolvidas na avaliação das práticas de manejo em campo nos PMFS de<br />

Cotriguaçu (safra 2009-10). ------------------------------------------------------------------------------------------- 35<br />

Figura 36. Estrutura dos custos operacionais estimados das empresas típicas de exploração florestal de Cotriguaçu<br />

(safra 2009-10).---------------------------------------------------------------------------------------------------------- 42<br />

6


LISTA DE TABELAS<br />

Tabela 1. Produção de madeira em tora e receita bruta da indústria madeireira na Amazônia Legal em 2009----- 10<br />

Tabela 2. Polos madeireiros do Noroeste Mato-Grossense em 2009 -------------------------------------------------------- 11<br />

Tabela 3. Situação fundiária do município de Cotriguaçu, 2008. ------------------------------------------------------------- 12<br />

Tabela 4. Tipos de empresas madeireiras ativas diretamente envolvidas com o desdobro de madeira em tora em<br />

Cotriguaçu, 2009-10. ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 16<br />

Tabela 5. Equipamentos primários de processamento de madeira em tora que compõem as empresas de<br />

Cotriguaçu, 2009-10. ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 17<br />

Tabela 6. Quantidade e tipos de equipamentos de geração de energia por tipo de empresa madeireira em<br />

Cotriguaçu, 2009-10. ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 18<br />

Tabela 7. Custos estimados médios de processamento de madeira em tora nas empresas de Cotriguaçu, 2009-10.<br />

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 19<br />

Tabela 8. Demanda presente do setor industrial madeireiro de Cotriguaçu.----------------------------------------------- 19<br />

Tabela 9. Distância média, mínima e máxima para obter madeira nativa em tora. --------------------------------------- 20<br />

Tabela 10. Valores médio, mínimo e máximo pago pelo frete do metro cúbico da madeira em tora. ----------------- 20<br />

Tabela 11. Valores médio, mínimo e máximo da área de PMF e POA em Cotriguaçu, 2009-10. ------------------------ 22<br />

Tabela 12. Valores médio, mínimo e máximo para a elaboração e aprovação do PMF, 2009-10. ---------------------- 22<br />

Tabela 13. Valores médio, mínimo e máximo do custo de exploração da madeira nativa em Cotriguaçu, 2009-10. 22<br />

Tabela 14. Preços da madeira serrada das espécies madeireiras comercializadas em Cotriguaçu em 2010. -------- 23<br />

Tabela 15. Preços médios de madeira serrada, por classe de valor econômico, em Cotriguaçu, 2009-10. ----------- 23<br />

Tabela 16. Capacidade média geral e por tipo de empresa de consumo e produção atingida nos últimos três anos<br />

nas empresas madeireiras de Cotriguaçu. --------------------------------------------------------------------------- 28<br />

Tabela 17. Capacidade instalada média de consumo e produção das empresas madeireiras de Cotriguaçu. -------- 28<br />

Tabela 18. Simulação da demanda por áreas manejadas em função da atual capacidade instalada e de um aumento<br />

de 10% da demanda por madeira nas empresas madeireiras de Cotriguaçu. -------------------------------- 29<br />

Tabela 19. Trajetória de uso do solo em propriedades privadas em Cotriguaçu ------------------------------------------ 29<br />

Tabela 20. Qualidade dos tocos de árvores cortadas avaliados, média de altura e desvio padrão da estimativa nos<br />

PMFS de Cotriguaçu (safra 2009-10). -------------------------------------------------------------------------------- 33<br />

Tabela 21. Qualidade dos tocos de árvores cortadas avaliados, média de altura e desvio padrão da estimativa nos<br />

PMFS de Cotriguaçu (safra 2009-10). -------------------------------------------------------------------------------- 35<br />

Tabela 22. Percentual de execução, equipamentos utilizados e produtividades reportadas de empreendimentos<br />

florestais típicos de Cotriguaçu (safra 2009-10). ------------------------------------------------------------------ 36<br />

Tabela 23. Equipamentos típicos utilizados na exploração florestal em 53% dos empreendimentos de extração de<br />

Cotriguaçu (safra 2009-10). -------------------------------------------------------------------------------------------- 37<br />

Tabela 24. Equipamentos típicos utilizados na exploração florestal em 47% dos empreendimentos de extração de<br />

Cotriguaçu (safra 2009-10). -------------------------------------------------------------------------------------------- 37<br />

Tabela 25. Equipe típica utilizada na exploração florestal dos empreendimentos de extração de Cotriguaçu (safra<br />

2009-10). ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 38<br />

7


Tabela 26. Índices econômicos levantados em entrevistas com gerentes da exploração florestal nos<br />

empreendimentos de extração de Cotriguaçu (safra 2009-10). ------------------------------------------------- 38<br />

Tabela 27. Síntese da quantidade e área dos Planos de Manejo Florestal cadastrados no SIMLAM de Mato Grosso<br />

para o município de Cotriguaçu, 2009-2010. ----------------------------------------------------------------------- 39<br />

Tabela 28. Simulação 1 do fluxo de caixa de empresa florestal extratora de madeira típica de Cotriguaçu (arraste<br />

com trator skidder), safra de 2009-10. ------------------------------------------------------------------------------ 43<br />

Tabela 29. Simulação 2 do fluxo de caixa de empresa florestal extratora de madeira típica de Cotriguaçu (arraste<br />

com trator girico adaptado), safra de 2009-10. -------------------------------------------------------------------- 44<br />

Tabela 30. Simulação 3 do fluxo de caixa de suposta empresa florestal extratora de madeira que apostaria em<br />

manejo florestal no longo prazo, incluindo compra de terras no ano 0---------------------------------------- 45<br />

Tabela 31. Estimativa do valor presente líquido e da taxa interna de retorno reportadas para as quatro simulações<br />

de fluxo de caixa efetuadas --------------------------------------------------------------------------------------------- 47<br />

8


INTRODUÇÃO E OBJETIVOS<br />

O Instituto Floresta Tropical (<strong>IFT</strong>) é um centro de excelência na promoção e aprimoramento do manejo<br />

florestal de uso múltiplo na Amazônia. Há mais de 15 anos, uma de suas ações-chaves é a capacitação e<br />

treinamento de profissionais, tomadores de decisão, estudantes e membros de comunidades florestais<br />

nas práticas de manejo. O <strong>IFT</strong> é um dos únicos dois centros de treinamento em manejo florestal em<br />

atividade hoje, e o único centro independente. É parceiro do Cenaflor, Centro Nacional de Apoio ao<br />

Manejo Florestal, centro ligado ao Serviço Florestal Brasileiro (SFB), tendo esta organização como um<br />

de seus parceiros estratégicos nas suas ações.<br />

Desta forma, o <strong>IFT</strong> tem se especializado, seja através de capacitação e treinamento, seja através de<br />

outras estratégias de ação, em promover ações para a expansão do bom manejo de florestas na<br />

Amazônia. A condução de diagnósticos florestais é uma das especialidades do <strong>IFT</strong>, uma vez que tem<br />

ministrado cursos de inventário florestal para diversas comunidades tradicionais na Amazônia nos<br />

últimos anos, assim como projetos propositivos na agenda florestal de algumas regiões. Para citar<br />

alguns exemplos, em 2006, o <strong>IFT</strong> conduziu, no âmbito do projeto interinstitucional Estradas Verdes,<br />

financiado pela USAID, um extenso inventário florestal nos Projetos de Desenvolvimento Sustentável<br />

(PDS) de Virola-Jatobá e Esperança, no município paraense de Anapu. No Mato Grosso, o <strong>IFT</strong> foi<br />

responsável por diagnósticos florestais na região de Juara e Juruena em 1997.<br />

O <strong>IFT</strong> busca, no âmbito do presente trabalho, apoiar ações do Instituto Centro de Vida (ICV) em seu<br />

esforço de conduzir um diagnóstico do setor florestal do município de Cotriguaçu, Mato Grosso. A<br />

iniciativa do ICV faz parte de um objetivo mais amplo de, em conjunto ao Governo do estado de Mato<br />

Grosso, a The Nature Conservancy (TNC), a ONF Internacional (ONFI) e a Prefeitura Municipal de<br />

Cotriguaçu, desenvolver um projeto piloto de REDD+ na região Noroeste de Mato Grosso.<br />

O objetivo deste trabalho é reunir as informações necessárias à definição do componente de manejo<br />

florestal do projeto, no município de Cotriguaçu. Este relatório descreve, desta forma, as ações<br />

executadas pelo Instituto Floresta Tropical (<strong>IFT</strong>) voltadas a gerar informações estratégicas que visam<br />

apoiar o Instituto Centro de Vida (ICV) em sua missão de realizar um diagnóstico do setor florestal do<br />

município mato-grossense de Cotriguaçu. O trabalho tem, como objetivos específicos:<br />

1) Estimar a demanda presente e futura de produtos florestais, considerando a capacidade instalada e<br />

quantidade processada pela indústria local, a quantidade de madeira oriunda do município e<br />

processada em outros municípios e as perspectivas de evolução dessa demanda;<br />

2) Caracterizar os atores, as práticas, as deficiências e as perspectivas de futuro da cadeia produtiva<br />

do setor florestal no município; e<br />

3) Avaliar a viabilidade econômica do manejo florestal sustentável e mensurar os incentivos<br />

necessários para ampliar as áreas de manejo, promover melhores práticas e assegurar a<br />

conservação das florestas manejadas;<br />

4) Determinar as ações necessárias e custos associados para ampliar as áreas sob manejo florestal<br />

sustentável, aprimorar as práticas de manejo e assegurar a conservação das florestas manejadas.<br />

9


CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA E REVISÃO DE DADOS EXISTENTES<br />

Segundo dados da literatura, o estado do Mato Grosso é segundo maior produtor de madeira tropical da<br />

Amazônia Legal (Tabela 1), respondendo a 31% do total produzido pelos três maiores produtores (PA,<br />

MT e RO), e gerando uma receita bruta de US$ 803,20 milhões. O estado abriga 20 polos madeireiros 1<br />

distribuídos em três zonas madeireiras (Figura 1).<br />

Tabela 1. Produção de madeira em tora e receita bruta da indústria madeireira na Amazônia Legal em 2009<br />

(Adaptado de SFB & IMAZON, 2010).<br />

Estado<br />

№ polos<br />

madeireiros<br />

№ de<br />

indústrias<br />

Consumo<br />

anual de toras<br />

(milhares m3 )<br />

Receita Bruta<br />

(US$ milhões)<br />

Pará 30 1.067 6.599 1.094,2<br />

Mato Grosso 20 592 4.004 803,2<br />

Rondônia 14 346 2.220 358,6<br />

Outros estados 7 222 1.325 271,6<br />

Subtotal PA, MT e RO 64 2.005 12.823 2.256<br />

Total 71 2.227 14.148 2.482,6<br />

Figura 1. Polos e zonas madeireiras do Estado de Mato Grosso em 2009 (Fonte: Pereira et al. 2010).<br />

Em levantamento recente realizado pelo Imazon (Pereira et al. 2010), os maiores polos de Mato Grosso<br />

foram Sinop, Aripuanã e Juará, tornando o Centro-Oeste e o Noroeste do estado as regiões mais<br />

importantes para produção madeireira. O município de Cotriguaçu, objeto deste estudo, é um município<br />

de base florestal localizado na região Noroeste Mato-Grossense (Figura 2), região esta considerada a<br />

última fronteira florestal no estado. Apesar de ter perdido 10.000 quilômetros quadrados de florestas<br />

nos últimos dez anos, ainda mantém mais de 80% de cobertura florestal (86 mil dos 104 mil<br />

quilômetros quadrados originais).<br />

1 Polo madeireiro é um município ou microrregião com consumo anual superior a 100 mil metros cúbicos de madeira em tora (Veríssimo et al.<br />

2002).<br />

10


Figura 2. Delimitação municipal do noroeste Mato-Grossense.<br />

O Noroeste Mato-Grossense é composto por sete municípios (Colniza, Aripuanã, Cotriguaçu, Juína,<br />

Juara, Juruena e Taboporã) e contém 173 empresas madeireiras 2 que consomem, anualmente, 1.652<br />

milhões m 3 de madeira em tora, gerando 24.233 empregos e arrecadando US$ 352 milhões em receita<br />

bruta (Tabela 2).<br />

Tabela 2. Polos madeireiros do Noroeste Mato-Grossense em 2009 (Fonte: Pereira et al. 2010).<br />

Polo<br />

Madeireiro<br />

Número de<br />

Empresas<br />

Consumo Anual<br />

de Toras<br />

(milhares m³)<br />

Produção<br />

Processada<br />

(milhares m³)<br />

Empregos<br />

Gerados<br />

Receita Bruta<br />

(US$ milhões)<br />

Aripuanã a 30 461 211 6.176 99,3<br />

Colniza b 36 260 155 5.099 86,9<br />

Cotriguaçu c 15 129 57 2.048 27,7<br />

Juara d 39 460 187 5.023 76,2<br />

Juína 32 177 79 2.910 33,8<br />

Juruena 9 64 30 1.346 15,2<br />

Tabaporã 12 101 32 1.631 13,0<br />

Noroeste MT 173 1.652 751 24.233 352,1<br />

a Inclui distrito de Conselvan; b Inclui distrito de Guariba; c Inclui distritos de Nova União; d Inclui distritos de Porta do Céu, Paranorte e o município de<br />

Porto dos Gaúchos.<br />

Segundo a mesma fonte (Pereira et al. 2010), Cotriguaçu, 5º lugar no ranking geral dos polos<br />

madeireiros do Noroeste do Mato Grosso, em 2009, possuía 15 empresas madeireiras, com consumo de<br />

129 mil metros cúbicos de madeira em tora e arrecadação anual de 28 milhões de dólares.<br />

Com uma extensão territorial de 9.386 km 2, estima-se que 19% da área florestal de Cotriguaçu foi<br />

desmatada até 2008 (INPE, 2010). Possui, atualmente, 81% de sua área total coberta por florestas, o<br />

equivalente a 7.594 km 2, concentradas em uma terra indígena, assentamentos rurais, unidades de<br />

conservação e propriedades privadas (Tabela 3). A situação fundiária do município pode ser vista na<br />

Figura 3.<br />

2 Microsserrarias, Serrarias, Laminadoras, Fábricas de compensado, Beneficiadoras (apenas que processam madeira em tora).<br />

11


Tabela 3. Situação fundiária do município de Cotriguaçu, 2008.<br />

Categoria<br />

Área de floresta original Área desmatada (2008)<br />

Área de floresta<br />

remanescente (2008)<br />

km² % km² % km² %<br />

Terras indígenas 1.650 18 4 0,02 1.646 99,8<br />

Unidades de conservação 1.349 14 11 0,08 1.339 99,2<br />

Assentamentos 1.278 14 660 52 617 48<br />

Outras (áreas privadas) 5.109 54 1.117 22 3.992 78<br />

Cadastrada no SIMLAM 2.438 26 242 10 2.196 90<br />

Não cadastradas no SIMLAM 2.672 28 875 33 1.796 67<br />

Total 9.386 100 1.792 19 7.594 81<br />

Fonte: ICV. Fonte dos dados: IBGE (limites municipais), SIMLAM-SEMA (2009) (APRT), SEMA (Unidades de Conservação),<br />

INCRA (assentamentos, vetorização sobre imagens de satélite para os assentamentos CEDERES), PRODES-INPE, (2008)<br />

(desmatamento).<br />

Figura 3. Situação fundiária do município de Cotriguaçu-MT (Fonte: ICV, a partir de fontes de dados expressos no<br />

rodapé da figura).<br />

12


Com uma população estimada em 14.965 pessoas, o município possui sua base econômica na atividade<br />

florestal (IGBGE Cidades, 2000), no entanto, vem expandindo suas fontes em outras atividades de base<br />

rural, como agricultura e, principalmente, pecuária (Figura 4).<br />

Figura 4. Produção de madeira em tora e bovina em Cotriguaçu no período de 2000-2008.<br />

Produção<br />

250.000,00<br />

200.000,00<br />

150.000,00<br />

100.000,00<br />

50.000,00<br />

0,00<br />

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008<br />

Ano<br />

Fonte: IBGE - Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura; Pesquisa Pecuária Municipal (Bando de Dados SIDRA).<br />

Com essas novas perspectivas econômicas, as florestas do município e região sofrem pressões para a<br />

mudança de uso do solo. Entretanto, as taxas de desmatamento no município vêm decrescendo nos<br />

últimos anos (Figura 5), resultado de ações de fiscalização e embargos por parte do governo para evitar<br />

o desmatamento e queimadas. Por isso, o momento é propício para se discutir formas de evitar o<br />

desmatamento através de atividades economicamente sustentáveis.<br />

Figura 5. Incremento do desmatamento no período de 2005 a 2010 (Fonte: INPE, 2010).<br />

Incremento do Desmatamento<br />

(km2 )<br />

300<br />

200<br />

100<br />

0<br />

Madeira em tora (m3) Bovino (cabeças)<br />

04/05 05/06 06/07 07/08 08/09<br />

Ano<br />

Florestas plantadas. Segundo o diagnóstico executado por Shimizu et al. (2007), Cotriguaçu continha<br />

neste mesmo ano cerca de 1.300 hectares de áreas reflorestadas com Teca (Tectona grandis), o que<br />

colocava o município, apesar da pequena área plantada, atrás apenas de Juruena dentre os municípios<br />

do noroeste de Mato Grosso.<br />

13


MATERIAIS E MÉTODOS<br />

As informações desse estudo foram obtidas através de levantamento de dados secundários (SEMA-MT,<br />

IBGE, outros), mas, principalmente, através de levantamentos de dados primários por meio da aplicação<br />

de questionários durante visita a empreendimentos do setor florestal de Cotriguaçu.<br />

DADOS SECUNDÁRIOS<br />

Informações sobre empreendimentos florestais cadastrados e licenciados foram obtidas através de<br />

levantamento de dados secundários, com base no banco de dados da Secretaria de Estado do Meio<br />

Ambiente - SEMA-MT (SISFLORA e SIMLAM). Além disso, dados da Secretaria de Estado da Fazenda -<br />

SEFAZ-MT, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Centro de Indústrias Produtoras e<br />

Exportadoras de Madeira do Estado do Mato Grosso - CIPEM e dados de estudos anteriores do Instituto<br />

do Homem e Meio Ambiente da Amazônia - IMAZON (Fatos Florestais da Amazônia 2003, 2005 e 2010)<br />

realizados na região foram consultados para compor o estudo.<br />

O acesso a essas informações foi realizado visitando os sítios eletrônicos dessas instituições, além de<br />

acesso ao banco de dados fornecido por algumas delas. Os endereços eletrônicos estão listados no final<br />

deste relatório, em Referências Bibliográficas.<br />

DADOS PRIMÁRIOS<br />

O levantamento das informações in loco foi conduzido em duas expedições ao município de Cotriguaçu<br />

nos meses de agosto e setembro de 2010, quando foram visitados empresas e estabelecimentos que<br />

realizam o processamento da madeira nativa, e empreendimentos de execução de planos de manejo<br />

florestal madeireiro.<br />

1. Empreendimentos de Processamento de Madeira<br />

Com o objetivo de obter variáveis econômicas, de produção, de mercado e opinião do empresariado,<br />

foram visitados as empresas e estabelecimentos que realizam o primeiro processamento da madeira<br />

nativa após sua extração na floresta 3 no município de Cotriguaçu. No período de 16/08/2010 a<br />

27/08/2010, a equipe do <strong>IFT</strong>, composta por um técnico agrícola e uma engenheira florestal, visitou<br />

todas as madeireiras - em funcionamento no período da expedição -, além de mapear as coordenadas<br />

geográficas de todos os empreendimentos de processamento de madeira, incluindo aqueles<br />

desativados, não entrevistados - por conta da ausência do proprietário ou falta de interesse em<br />

participar da entrevista - e os ativos.<br />

Nas empresas visitadas e entrevistadas, aplicamos um questionário semiestruturado contendo questões<br />

gerais sobre a empresa, proprietário, consumo e produção, e origem da matéria-prima; com o intuído<br />

de rastrear as localidades que abastecem a indústria madeireira de Cotriguaçu e, além disso, conhecer o<br />

tipo de exploração (PMF, desmatamento legal e ilegal, reflorestamentos) e seus custos.<br />

Variáveis de custos e das condições do transporte das toras também foram incluídas por ser um item<br />

importante na viabilidade econômica do empreendimento. Também foi incluído o destino da produção,<br />

destacando os tipos de mercado (local, nacional e internacional), as espécies e seus valores<br />

comercializados.<br />

Em relação às variáveis econômicas básicas, foram questionados os custos de elaboração e aprovação<br />

do PMFS, para as empresas que detêm PMFS, bem como custos de processamento da madeira nas<br />

empresas. Questões sobre certificação florestal também foram abordadas e, por fim, questões da<br />

3 Baseado em SFB & IMAZON (2010), consideramos que as empresas ou estabelecimentos que realizam o primeiro processamento da madeira<br />

nativa após sua extração na floresta na Amazônia são classificados em microsserrarias, serrarias, beneficiadoras, laminadoras ou faqueadoras<br />

e fábricas de painéis.<br />

14


opinião dos entrevistados sobre o setor florestal de Cotriguaçu, suas tendências, desafios e<br />

perspectivas.<br />

No mapeamento dos empreendimentos de processamento da madeira foram identificadas 28 empresas,<br />

sendo que, até o momento do levantamento de campo, oito empresas encontravam-se desativadas e,<br />

dos 20 empreendimentos ativos, 16 foram entrevistados (Anexo 1). Com isso, o levantamento atingiu<br />

80% de amostragem do universo de empresas existentes.<br />

2. Planos de Manejo Florestal<br />

Para avaliar tecnicamente os planos de manejo em execução no município de Cotriguaçu, a equipe do<br />

<strong>IFT</strong>, composta por um técnico agrícola com 15 anos de experiência no setor florestal e um engenheiro<br />

florestal, visitou os empreendimentos que executam exploração através de planos de manejo florestal<br />

licenciados pelo órgão ambiental responsável - SEMA-MT. No período de 28/08/2010 a 18/09/2010, a<br />

equipe visitou uma amostra significativa dos Planos de Manejo existentes no município, com o objetivo<br />

de avaliar a qualidade da implementação das práticas de manejo florestal madeireiro de forma a<br />

identificar problemas e gargalos sistemáticos que limitem a sua adoção plena.<br />

As visitas consistiram na aplicação de dois questionários, tendo um deles o objetivo de incluir questões<br />

para caracterizar o empreendimento e com isso diferenciar as diversas situações de exploração<br />

florestal dentro do município (porte, equipamentos e tecnologia, detentores e nível de experiência com<br />

manejo florestal). Um segundo questionário foi desenvolvido na forma de uma ficha de avaliação do<br />

manejo baseada em padrões reconhecidos de vistoria da qualidade de Planos de Manejo, como o<br />

manual de vistoria do IBAMA. As avaliações foram expeditas, e duraram entre meio dia a um dia de<br />

avaliação, focando em aspectos gerais da implementação de manejo, documentos de apoio e coleta de<br />

dados econômicos e índices de produtividade.<br />

Entrevistas com atores locais e empresários do setor florestal de Cotriguaçu identificaram, na época do<br />

levantamento de campo, a existência de 12 Planos de Manejo Florestal aprovados no município, sendo<br />

que 75% dos PMFS foram amostrados, o equivalente a nove empreendimentos (Anexo 2).<br />

15


DIAGNÓSTICO DO SETOR MADEIREIRO DE COTRIGUAÇU<br />

Caracterização do polo madeireiro de Cotriguaçu. No município de Cotriguaçu foram identificados<br />

28 empreendimentos madeireiros, no entanto, somente 20 empresas estavam ativas (Tabela 4). Dessas,<br />

7 são serrarias 4 que possuem uma serra de fita, 12 são beneficiadoras 5 e 1 laminadora/faqueadora, que<br />

também faz beneficiamento (Figura 6). O Anexo 3 apresenta um mapa com a localização das<br />

madeireiras ativas e desativadas no município.<br />

Tabela 4. Tipos de empresas madeireiras ativas diretamente envolvidas com o desdobro de madeira em tora em<br />

Cotriguaçu, 2009-10.<br />

Tipos de madeireiras №<br />

Serraria (1 Serra Fita) 07<br />

Laminadora 01<br />

Beneficiadora 12<br />

Total 20<br />

Figura 6. Tipos de empresas processadoras de madeira nativa: (A) serraria, (B) beneficiadora e (C) laminadora.<br />

A<br />

4 Empresas ou estabelecimentos que realizam somente o desdobro de toras (Pereira et al. 2010).<br />

5 Empresas ou estabelecimentos que processam industrialmente a madeira serrada, como movelarias e outras fábricas de produtos<br />

beneficiados (Pereira et al. 2010). Nesse levantamento, foram consideradas apenas as beneficiadoras que também processam a madeira em<br />

tora, já que apenas estas empresas satisfazem os requerimentos deste levantamento no que se refere à estimativa de demanda por matéria<br />

prima florestal.<br />

B<br />

C<br />

16


Parque industrial instalado em Cotriguaçu. Foram identificados como equipamentos de<br />

processamento da madeira serras de fita, plainas, tornos de laminadoras e faqueadoras (Tabela 5), além<br />

dos equipamentos complementares (serra circular, serra múltipla, etc.) e equipamento de apoio<br />

(carregadeira, outros). No Anexo 4 se encontram fotos ilustrativas destes equipamentos instalados no<br />

parque industrial de Cotriguaçu.<br />

Tabela 5. Equipamentos primários de processamento de madeira em tora que compõem as empresas de<br />

Cotriguaçu, 2009-10.<br />

Equipamentos №<br />

Serra Fita 20<br />

Laminadora (torno) 2<br />

Faqueadora 2<br />

Plaina 23<br />

Total 47<br />

No processo de produção, 50% das madeireiras possuem estufa para secagem artificial da madeira<br />

(n=8), apresentando um volume médio por estufa de 305 m 3 (Figura 7).<br />

Figura 7. Volumetria por empresa e valor médio do volume das estufas para secagem artificial da madeira em<br />

Cotriguaçu, 2009-10.<br />

Volume de madeira (m3)<br />

560<br />

490<br />

400 400<br />

250<br />

Energia para o processamento de madeira. Como fonte de energia para o funcionamento da<br />

indústria, a caldeira a vapor alimentada com resíduos do processamento da madeira é o principal<br />

equipamento utilizado (Figura 8). Em consequencia disso, a principal fonte de energia para essas<br />

indústrias é o resíduo madeireiro das empresas.<br />

Figura 8. Equipamentos utilizados para a geração de energia para a indústria em Cotriguaçu, 2009-10.<br />

% de enpresas<br />

600<br />

450<br />

300<br />

150<br />

0<br />

50%<br />

40%<br />

30%<br />

20%<br />

10%<br />

0%<br />

A B C D E F G H Média<br />

44%<br />

38%<br />

Empresa<br />

caldeira (resíduo) motor a diesel rede pública termoelétrica<br />

Equipamentos para geração de energia da indústria<br />

(resíduo)<br />

31%<br />

150<br />

130<br />

19%<br />

60<br />

305<br />

17


Observamos que 31% das empresas têm acesso a rede pública de energia (Figura 8), mas apenas 13%<br />

utilizam essa fonte de energia para o processamento da madeira (Figura 9), considerando assim que a<br />

rede pública é uma segunda opção, caso a principal fonte de energia falhe. O motor a diesel também<br />

ganha notoriedade, principalmente, para as empresas de pequeno e médio porte, enquanto as<br />

termoelétricas que funcionam com resíduos das serrarias estão presentes nas empresas de médio e<br />

grande porte. Na Tabela 6, discriminamos a quantidade de equipamentos de geração de energia para o<br />

funcionamento da indústria por tipo de empresa.<br />

Figura 9. Fonte de energia para o processamento da madeira em tora nas empresas madeireiras de Cotriguaçu,<br />

2009-10.<br />

% de empresas<br />

50%<br />

40%<br />

30%<br />

20%<br />

10%<br />

0%<br />

44%<br />

Tabela 6. Quantidade e tipos de equipamentos de geração de energia por tipo de empresa madeireira em<br />

Cotriguaçu, 2009-10.<br />

Equipamento 1 SFT Beneficiadora Laminadora<br />

38%<br />

caldeira (resíduo) motor a diesel termoelétrica rede pública<br />

Fonte de energia<br />

Caldeira (resíduo) 2 5 -<br />

Motor a diesel 2 4 -<br />

Rede pública - 2 -<br />

Termoelétrica - 2 1<br />

Através dos valores individuais da capacidade de consumo de madeira em tora, foi possível classificar<br />

as madeireiras por porte 6 (Figura 10). Ver no Anexo 5 a localização das madeireiras por porte conforme<br />

a capacidade de produção. Estimamos, ainda, que os custos médios de processamento da madeira em<br />

tora (conversão primária da madeira em tora para madeira serrada) tenham sido de aproximadamente<br />

R$ 84,4 por metro cúbico em 2009-10 (dp=29,9) (Tabela 7).<br />

6 Micro: consumo anual de madeira em tora inferior a 4 mil m 3 ; Pequeno: consumo anual de madeira em tora entre 4 mil e 10 mil m 3 ; Médio:<br />

consumo anual de madeira entre 10 mil e 20 mil m 3 ; Grande: consumo anual de madeira em tora superior a 20 mil m 3 (Lentini et al. 2003).<br />

19%<br />

13%<br />

18


Figura 10. Porte Porte estimado das empresas diretamente envolvidas com com o desdobro de madeira em tora em<br />

Cotriguaçu, 2009-10.<br />

21%<br />

21%<br />

Tabela 7. Custos estimados médios de processamento de madeira em tora nas empresas de Cotriguaçu, 2009 2009-10.<br />

# de observações Custo média (R$/m Desvio padrão da Valor máximo<br />

madeira em tora) estimativa<br />

registrado<br />

13 84,45 84,4<br />

29,86 144<br />

Consumo e Produção (2009 e 2010)<br />

aproximadamente, 142 mil m3, sendo que a produção de madeira serrada foi de 48 mil m<br />

rendimento médio de processamento da madeira em tora de 33,8<br />

mil m3 Consumo e Produção (2009 e 2010). Em 2009, o consumo de madeira em tora no município atingiu,<br />

, sendo que a produção de madeira serrada foi de 48 mil m<br />

samento da madeira em tora de 33,8%. Em 2010, o consumo atingiu 117<br />

e um rendimento de 26,7%, com uma um produção processada 31 mil m<br />

queda do rendimento geral de processamento de madeira das empresas foi o aumento da produção<br />

beneficiada em 2010.<br />

3 município atingiu,<br />

, sendo que a produção de madeira serrada foi de 48 mil m<br />

(Tabela<br />

queda do rendimento geral de processamento de madeira das empresas foi o aumento da produção<br />

3, obtendo um<br />

%. Em 2010, o consumo atingiu 117<br />

(Tabela 8). A razão para a<br />

queda do rendimento geral de processamento de madeira das empresas foi o aumento da produção<br />

Tabela 8. Demanda presente (produção, consumo, empregos, empregos renda bruta) do setor industrial madeireiro de<br />

Cotriguaçu.<br />

Item<br />

Consumo (m 3 /ano)<br />

Produção (m 3 /ano)<br />

Rendimento<br />

Empregos *<br />

Renda Bruta<br />

14%<br />

43%<br />

Micro<br />

Pequena<br />

Média<br />

Grande<br />

(R$/m 3<br />

* empregos diretos da linha de produção e administração.<br />

Valor mínimo<br />

registrado<br />

2009 2010<br />

141.855,33<br />

47.929,47<br />

33,8%<br />

Empregos diretos e indiretos. . Neste mesmo mesmo período, o número de empregos diretos gerados pela<br />

indústria local local foi foi igual a 574. Se considerarmos considerarmos que o município município gera, gera, para para fins médios, entre 150 150-190 150<br />

empregos diretos diretos na na exploração exploração florestal, temos um total de empregos do setor madeireir madeireiro madeireir<br />

compreendido entre 724-764. 764. Em seguida, se considerarmos uma proporção média entre os empregos<br />

indiretos e diretos de 2:1, estimamos que o setor florestal do município gere<br />

entre 2172-2292<br />

empregos, estimativa bastante consistente com os dados do Imazon (Pereira et al al., 2010, igual a<br />

aproximadamente 2000 empregos).<br />

Renda Bruta. Em 2009, tendo um consumo de 142 mil m Cotriguaçu gerou, aproximadamente, R$<br />

3 de madeira tora, o polo madeireiro de<br />

aproximadamente, R$ 50 milhões de renda bruta, , enquanto no ano de 2010, essa<br />

-<br />

117.750,00<br />

31.211,11<br />

26,5%<br />

574<br />

R$ 50.435.863,00 R$ 32 32.855.811,72<br />

40<br />

19


enda bruta foi estimada em R$ 33 milhões. Cotriguaçu tem sua base econômica na indústria<br />

madeireira, a qual tem sido o principal responsável pela geração de emprego e renda local (IBGE, 2000).<br />

Considerando as estimativas apresentadas acima, os empregos diretos e indiretos podem representar<br />

50% da população economicamente ativa do município 7. Em média, na indústria, as empresas do<br />

município funcionam 11 meses no ano, os funcionários são registrados e recebem seus salários de<br />

acordo com o salário base da categoria.<br />

Origem da matéria-prima. As florestas de Cotriguaçu são os principais fornecedores de madeira<br />

nativa para o polo madeireiro do município (Figura 11).<br />

Figura 11. Localização das áreas de exploração para a produção de madeira nativa em tora.<br />

3,3%<br />

97%<br />

Cotriguaçu<br />

Outros municípios (Colniza, Nova Bandeirante, Aripuanã)<br />

A distância máxima alcançada para obter a matéria-prima é de 100 km (Tabela 9). O caso em que a<br />

distância mínima foi 0 km deve-se ao fato da serraria estar locada dentro da área do plano de manejo<br />

florestal, sendo que o valor do frete é mínimo também (Tabela 10). Em média, na percepção dos<br />

empresários, o custo médio de transporte da madeira em tora das florestas locais até os pátios das<br />

serrarias é de R$ 34,5 por metro cúbico explorado. Os valores expressos nas Tabelas 9 e 10 são apenas<br />

referenciais para a distância e custos médios percebidos pelas empresas processadoras. Nas simulações<br />

econômicas a serem apresentadas neste relatório, entretanto, optamos por utilizar os custos médios<br />

declarados pelos detentores e gerentes de PMFS em campo, que geraram valores bastante semelhantes<br />

(em média, R$ 29,6 por metro cúbico de madeira em tora transportado da floresta às indústrias).<br />

Tabela 9. Distância média, mínima e máxima para obter madeira nativa em tora.<br />

Distância Distância Distância<br />

média mínima máxima<br />

46,83 km 0 km 100 km<br />

Tabela 10. Valores médio, mínimo e máximo pago pelo frete do metro cúbico da madeira em tora.<br />

Valor médio Valor mínimo Valor máximo<br />

R$ 34,50/m 3 R$ 5,00/m 3 R$ 65,00/m 3<br />

O valor do frete relaciona-se, dentre outras variáveis, com a qualidade do caminho que o caminhão de<br />

transporte das toras percorre desde a esplanada de estocagem da madeira na área florestal até o pátio<br />

da serraria. Com isso, a Figura 12 revela a composição média desse acesso na região de Cotriguaçu, na<br />

qual se observa que a maior parte do trajeto (77% é composto por estradas de terra não piçarradas).<br />

7 Considerando dados do IBGE do ano de 2000, em que a população economicamente ativa e ocupada de Cotriguaçu era de 4.196 pessoas<br />

(IBGE, 2000).<br />

20


Figura 12. Composição do acesso terrestre do transporte de madeira em tora da esplanada na floresta até o pátio<br />

da serraria em Cotriguaçu, 2009-10.<br />

Piçarra<br />

Estrada suja<br />

23%<br />

77%<br />

A maioria das madeireiras de Cotriguaçu (60%) é verticalizada no que se refere a realiza realizar diretamente<br />

a exploração florestal (Figura 13). As demais empresas que terceirizam essa atividade, geralmente,<br />

contratam essas madeireiras de exploração própria.<br />

Figura 13. Relação das empresas empresas madeireiras madeireiras de Cotriguaçu Cotriguaçu que realizam realizam a exploração exploração ou ou a a terceirizam, 2009 2009-10. 2009<br />

Empresa própria<br />

Empresa terceirizada<br />

40%<br />

A área florestal pode pertencer ertencer ao próprio empresário ou então ser área de terceiros (Figura 114).<br />

Em<br />

Cotriguaçu, toda a a madeira madeira nativa nativa é proveniente proveniente de de planos planos de de manejo manejo florestal, florestal, sendo sendo que situação<br />

fundiária destas as áreas é definida, já que todos os PMF PMFS estão licenciados em propriedades priedades particulares.<br />

No município, as propriedades são divid divididas as e destinadas para uma ou mais empresa de exploração<br />

florestal. Poucos empresários do setor madeireiro possuem área própria (Figura ( 14).<br />

Figura 14. Relação de empresários madeireiros madeireiros que que possuem possuem área área própria para a exploração florestal, 2009 2009-10.<br />

2009<br />

Área própria<br />

Área de terceiros<br />

66%<br />

33%<br />

60%<br />

21


Em média, na amostra de empresas madeireiras, determinamos que as áreas dos PMFS são de 5 mil<br />

hectares e os Planos Operacionais Anuais (POAs) possuem uma área média de 890 ha (Tabela 11).<br />

Curiosamente, no questionário aplicado junto às empresas que realizam a exploração florestal, em<br />

campo, encontramos Planos de Manejo Florestal menores e, consequentemente, POAs menores. Os<br />

valores expressos abaixo são, portanto, apenas referenciais, e os valores determinados através da<br />

aplicação dos questionários de campo serão os utilizados para a estimativa de custos a ser apresentada<br />

neste relatório.<br />

Tabela 11. Valores médio, mínimo e máximo da área de PMF e POA em Cotriguaçu, 2009-10.<br />

Área média do PMF Área mínima do PMF Área máxima do PMF<br />

5.098,2 ha 700,0 ha 12.600,0 ha<br />

Área média do POA Área mínima do POA Área máxima do POA<br />

892,8 ha 260,0 ha 2.000,0 ha<br />

O papel dos engenheiros florestais. O município conta com engenheiros florestais para a elaboração<br />

dos planos de manejo florestal, submissão ao órgão licenciador e acompanhamento do processo de<br />

análise. O preço praticado para essa atividade é, em média, de R$130,00 por hectare (Tabela 12). Tais<br />

engenheiros não são responsáveis pelo acompanhamento das práticas de campo e implementação do<br />

manejo florestal, já que não possuem contratos de exclusividade com as empresas, conforme<br />

discutiremos adiante.<br />

Tabela 12. Valores médio, mínimo e máximo para a elaboração e aprovação do PMF, 2009-10.<br />

Valor médio do custo de elaboração e Valor mínimo do custo elaboração Valor máximo do custo elaboração<br />

aprovação do PMF<br />

e aprovação do PMF<br />

e aprovação do PMF<br />

R$ 129,37/ha R$ 110,00/ha R$ 150,00/ha<br />

Obs. Custos do inventário amostral estão incluídos.<br />

Quando aprovado, as empresas gastam, em média, R$ 36,00 para extrair o metro cúbico de madeira da<br />

floresta (Tabela 13). Esse valor refere-se aos custos de construção de infraestrutura, derruba e arraste<br />

até a esplanada de estocagem da madeira, ainda na área florestal. Conforme discutiremos adiante, tais<br />

custos também devem ser encarados como referências para os custos de exploração do município, que<br />

foram estimados para os PMF de Cotriguaçu na simulação de análises econômicas através do software<br />

RILSIM.<br />

Tabela 13. Valores médio, mínimo e máximo do custo de exploração da madeira nativa em Cotriguaçu, 2009-10.<br />

Valor médio do custo de Valor mínimo do custo de<br />

Valor máximo do custo de<br />

exploração<br />

exploração<br />

exploração<br />

R$ 36,00/m3 R$20,00/m3 R$50,00/m3 Produção madeireira: espécies, origem, preços e destinos. Nas entrevistas, foram relacionadas 23<br />

espécies madeireiras mais comumente comercializadas (Tabela 14), embora o número de espécies<br />

comerciais do polo seja efetivamente maior. Estas espécies foram classificadas em classes de valor<br />

econômico (baixo, médio e alto) em relação ao valor médio praticado (Tabela 15), baseando-se em<br />

classificação utilizada pela literatura especializada (Lentini et al., 2005; Pereira et al., 2010).<br />

22


Tabela 14. Preços da madeira serrada das espécies madeireiras comercializadas em Cotriguaçu em 2010.<br />

Nome vulgar Nome científico Preço médio serrado<br />

(R$m 3 )<br />

Principais espécies de alto valor econômico<br />

Cumaru Dipteryx odorata 1.354,05<br />

Ipê Tabebuia sp. 1.940,83<br />

Maçaranduba Manilka huberi 1.511,03<br />

Tatajuba Bagassa guianensis 1.416,91<br />

Principais espécies de médio valor econômico<br />

Amescla Protium heptaphyllum 950,00<br />

Angelim pedra Hymenolobium sp. 1.055,01<br />

Caixeta Simarouba amara 928,33<br />

Cambará Vochysia sp. 1.050,00<br />

Cedro amargoso Cedrela sp. 1.000,00<br />

Cupiúba Goupia glabra 1.150,00<br />

Faveiro ferro Dinizia excelsa 1.050,00<br />

Garapeira Apuleia molaris 1.043,75<br />

Jatobá Hymenaea courbaril 1.157,51<br />

Muiracatiara Astronium sp. 1.023,70<br />

Fava-orelha-de-macaco Enterolobium schomburgkii 900,00<br />

Peroba mica Aspidosperma sp. 1.350,00<br />

Sucupira Bowdichia sp. 1.083,33<br />

Tauari Couratari sp. 924,05<br />

Principais espécies de baixo valor econômico<br />

Cedro marinheiro Guarea sp. 757,50<br />

Faveira Parkia sp. 750,00<br />

Marupá Simarouba amara 700,00<br />

Paricá Schizolobium amazonicum 650,00<br />

Sumaúma Ceiba pentandra 800,00<br />

Tabela 15. Preços médios de madeira serrada, por classe de valor econômico, em Cotriguaçu, 2009-10.<br />

Ano Alto valor<br />

econômico<br />

(R$/m 3 )<br />

Médio valor<br />

econômico<br />

(R$/m 3 )<br />

Baixo valor<br />

econômico<br />

(R$/m 3 )<br />

Média<br />

(R$/m 3 )<br />

2010 1.555,71 1.047,55 731,5 1.111,58<br />

Mercado da produção processada. A produção de madeira de Cotriguaçu segue dois principais<br />

destinos: nacional e de exportação. Embora 16% é considerada como destino local (Figura 15), observase<br />

que esta produção é proveniente de serrarias que vendem o produto serrado para beneficiadoras<br />

locais e estas, por sua vez, destinam o produto para outros estados brasileiros ou mesmo exportação. A<br />

grande maioria da madeira processada em Cotriguaçu é destinada para o mercado nacional (74%).<br />

Dentre as regiões, ganha destaque o sudeste e sul do país (Figura 16A). Na região sudeste, em especial,<br />

SP e RJ são os maiores compradores (Figura 16B).<br />

23


Figura 15. Destinos da produção produção madeireira madeireira de de Cotriguaçu Cotriguaçu por região região do do Brasil Brasil e e por por estado da região região Sudeste,<br />

Sudeste,<br />

2009-10.<br />

% do destino da madeira processsada<br />

80%<br />

60%<br />

40%<br />

20%<br />

0%<br />

16,5%<br />

Local<br />

Figura 16. (A) Destinos da produção madeireira de Cotriguaçu por região do Brasil e, (B) (B por estado da região<br />

Sudeste, 2009-10.<br />

Destinos por região do Brasil<br />

5,0%<br />

4,5%<br />

Sudeste Sul Outros<br />

Origem dos empresários madeireiros. Quanto aos proprietários das madeireiras, todos os<br />

entrevistados são de origem sulista (Figura 17). 1 ). Parte da explicação para este fato está em virtude da<br />

ocupação das terras agricultáveis por famílias do oeste paranaense que iniciaram o processo de<br />

ocupação com interesse voltado para a agropecuária, tornando a região tomada por mini e pequenos<br />

produtores rurais, médios e grandes pecuaristas (IBGE Cidades, 2005).<br />

Figura 17. Região de origem dos proprietários das empresas de Cotriguaçu, 2009-10. 2009<br />

RS<br />

SC<br />

PR<br />

A<br />

20%<br />

7%<br />

80%<br />

64,8%<br />

74,3%<br />

9,2%<br />

Nacional Internacional<br />

n=15<br />

B<br />

Destinos região Sudeste<br />

16%<br />

24%<br />

29%<br />

31%<br />

SP<br />

RJ<br />

MG<br />

ES<br />

24


Certificação Florestal. Nenhuma das madeireiras de Cotriguaçu possui certificação de cadeia de<br />

custódia - CoC, ocorrendo o mesmo para a certificação florestal de origem dos PMFS do município.<br />

Quando questionados sobre o interesse em buscar a certificação florestal, os entrevistados se<br />

manifestaram quanto ao mercado a ser atingido e, com isso, 33% disseram que não tem nenhum<br />

interesse (Figura 17), pois não mudaria a relação comercial que possuem. Em contrapartida, outros<br />

33% disseram que o motivo de certificar o produto seria para atingir mercados internacionais, pois já<br />

existe uma pequena demanda de alguns compradores para que a madeira possua certificação de<br />

origem. Para atender alguns nichos do mercado nacional, alguns empresários estão se interessando em<br />

buscar certificação florestal (20%), e ainda, outros para atender mercado nacional e de exportação<br />

(13%) (Figura 18).<br />

Figura 18. Mercado de interesse como motivador da busca pela certificação florestal na percepção dos<br />

empresários de Cotriguaçu, 2009-10.<br />

% de entrevistados<br />

Embora a maioria dos entrevistados (66%) demonstre algum interesse em certificar os produtos<br />

florestais (CoC) ou a floresta (certificação de origem da madeira), ainda existem barreiras que<br />

dificultam o acesso das empresas a essa ferramenta de mercado. Com isso, foi questionado o tipo de<br />

apoio necessário para que os empresários de Cotriguaçu buscassem a certificação. O apoio deveria ser<br />

voltado para as questões técnicas, financeiras e burocráticas do processo de certificação (Figura 19). A<br />

maioria dos entrevistados, 82%, acredita que, para obter a certificação, existem muitas despesas tanto<br />

para a adequação técnica, quanto relacionadas ao processo de certificação em si. Também acreditam<br />

que as informações e os procedimentos para certificar o empreendimento não são claros e são<br />

complicados. A valorização econômica do produto foi citada por 55% dos entrevistados como estímulo<br />

à certificação. Além disso, 18% disseram que o mercado precisa dar credibilidade para tais produtos e<br />

realmente comprá-los por esse diferencial.<br />

Figura 19. Tipo de apoio necessários para as empresas buscarem a certificação florestal na percepção dos<br />

empresários de Cotriguaçu, 2009-10.<br />

.<br />

% de entrevistados<br />

40%<br />

30%<br />

20%<br />

10%<br />

0%<br />

100%<br />

80%<br />

60%<br />

40%<br />

20%<br />

0%<br />

33% 33%<br />

20%<br />

13%<br />

Nenhum Exportação Nacional Nacional e<br />

exportação<br />

82%<br />

Incentivo técnico, financeiro e<br />

burocrático<br />

55%<br />

18%<br />

Preço diferenciado Credibilidade<br />

25


Opinião dos entrevistados sobre o setor florestal de Cotriguaçu e região. O maior desafio do setor<br />

florestal de Cotriguaçu, na visão dos entrevistados, relaciona-se com a morosidade na análise e<br />

liberação dos planos de manejo florestal. Os empresários acreditam que o órgão responsável pelo<br />

licenciamento da atividade é lento, ocorrendo perda do período de safra devido à falta de agilidade no<br />

cumprimento dos prazos pelo mesmo. Relacionado a isso, a perspectiva dos empresários sobre a<br />

perpetuidade do setor refere-se a quantidade de áreas para manejo madeireiro. Comentam que no<br />

prazo de 5-10 anos o setor estará bem definido e restarão no mercado apenas as empresas que<br />

possuem áreas manejadas ou parcerias estabelecidas para a exploração (Figura 20).<br />

Figura 20. Perspectivas e desafios do setor florestal de Cotriguaçu na visão dos empresários do setor, 2009-10.<br />

% de entrevistados<br />

A percepção dos entrevistados sobre o futuro da atividade não é muito positiva, pois acreditam que o<br />

setor esteja estagnado. E mesmo assim, a maioria ainda investe no setor florestal como opção de<br />

negócio (Figura 21). Há, entretanto, aumento dos investimentos dos empresários locais para a atividade<br />

de pecuária, o que pode constituir uma ameaça à conservação das florestas locais no longo prazo. Já os<br />

empresários que, além de possuírem uma empresa constituída, também possuem planos de manejo e<br />

fazem a exploração florestal, demonstraram uma percepção otimista do setor, pois a maioria pretende<br />

continuar no ramo (Figura 22).<br />

Figura 21. Setores econômicos que tem recebido investimentos de empresários do setor madeireiro de<br />

Cotriguaçu, 2009-10.<br />

% dos empresários<br />

53%<br />

33%<br />

Figura 22. Percentagem de entrevistados que pretendem continuar com a atividade de exploração florestal.<br />

Sim<br />

Não<br />

60%<br />

40%<br />

20%<br />

0%<br />

80%<br />

70%<br />

60%<br />

50%<br />

40%<br />

30%<br />

20%<br />

10%<br />

0%<br />

33%<br />

Liberação de PMF Área própria Políticas Públicas Setor Estagnado<br />

73%<br />

53%<br />

27%<br />

33%<br />

13%<br />

n=15<br />

n=15<br />

Floresta Pecuária Outros (comércio e agricultura)<br />

67%<br />

n=12<br />

26


No entanto, tanto para estes empresários, como para aqueles que trabalham somente com a indústria,<br />

existem gargalhos na região que devem ser observados para que o setor florestal em Cotriguaçu se<br />

desenvolva (Figura 23). A grande maioria comenta que, para o sucesso da atividade florestal, tanto<br />

madeireira quanto de exploração, é preciso que as empresas trabalhem na legalidade tendo mais<br />

diálogo com os órgãos ambientais envolvidos (SEMA, IBAMA), além de melhor atuação quanto à<br />

fiscalização e licenciamento da atividade. Conjuntamente, políticas públicas voltadas à gestão do<br />

município são citadas para a geração de empregos, educação, e outras melhorias locais. Um elemento<br />

que mereceu atenção especial foi a questão de infraestrutura de transporte, de forma que uma<br />

diminuição dos custos de frete, em sua opinião, poderia estimular o desenvolvimento da indústria local.<br />

Figura 23. Prioridades locais para o desenvolvimento do setor florestal de Cotriguaçu e região na percepção dos<br />

empresários de Cotriguaçu, 2009-10.<br />

% dos entrevistados<br />

60%<br />

40%<br />

20%<br />

0%<br />

60%<br />

Melhor atuação dos<br />

órgão ambientais<br />

40%<br />

33%<br />

27% 27%<br />

Políticas Públicas Transporte Área para PMF Incentivos Fiscais Mão-de-obra<br />

qualificada<br />

Setores relacionados com o desenvolvimento florestal de Cotriguaçu<br />

A maioria dos empresários do setor florestal de Cotriguaçu acredita que a melhor forma de se manter as<br />

florestas da região conservadas é através do manejo florestal (Figura 23). Mas esta atividade deve estar<br />

devidamente licenciada, por isso comentam que os planos de manejo florestal devem ser analisados e<br />

licenciados com mais rapidez pela SEMA-MT. Paralelamente a esta atividade, acreditam que um<br />

pagamento como forma de compensação por manter a floresta em pé deve ser dado a aqueles que estão<br />

conservando, incluindo assim, na discussão, o Pagamento pelo Serviço Ambiental - PSA.<br />

E, como visto na Figura 20, devido às perspectivas de que em um futuro próximo falte área para manejo,<br />

os empresários (21%) dizem que os assentamentos rurais do município e a Terra Indígena do<br />

Escondido devem ser licenciadas para a atividade de manejo florestal, diminuindo a pressão sobre essas<br />

áreas, fornecendo matéria-prima para o setor madeireiro e evitando que os colonos continuem<br />

desmatando nos assentamentos rurais.<br />

Figura 24. Prioridades para a conservação das florestas da região noroeste do Mato Grosso na percepção dos<br />

empresários de Cotriguaçu, 2009-10.<br />

40%<br />

30%<br />

20%<br />

10%<br />

0%<br />

36%<br />

21% 21% 21%<br />

Manejo Florestal Liberação de PMF PSA Liberação de áreas (TI e<br />

Assentamento)<br />

14%<br />

Política Pública<br />

direcionada<br />

13%<br />

27


DEMANDA ATUAL E ESTIMATIVA DA DEMANDA FUTURA POR PRODUTOS<br />

MADEIREIROS DE COTRIGUAÇU<br />

Vimos na seção anterior que o setor florestal de Cotriguaçu é fundamental para a geração de empregos<br />

e renda no município, mas que existe uma crescente preocupação dos empresários sobre a<br />

sustentabilidade da exploração local. Ao mesmo tempo, há evidências de que uma parte significativa<br />

destes empresários está investindo em outras atividades de uso da terra que implicam na conversão<br />

destas terras a agropecuária. A pergunta que buscamos responder nesta seção é: levando-se em<br />

consideração a atual cobertura florestal de Cotriguaçu, ainda há tempo para a sustentabilidade da<br />

indústria local com base no manejo florestal?<br />

Capacidade instalada na indústria. Levantamos através de entrevistas com empresários a evolução<br />

da produção de madeira em Cotriguaçu nos últimos três anos. Segundo estas estimativas, a capacidade<br />

instalada no município vem crescentemente sendo menos utilizada neste período. A principal razão<br />

aferida para este fato é a crescente escassez de áreas licenciadas para manejo florestal. Em 2010,<br />

estimamos que cerca de 50% da capacidade instalada de Cotriguaçu está sendo utilizada (Tabela 16).<br />

Tabela 16. Capacidade média geral e por tipo de empresa de consumo e produção (em %) atingida nos últimos<br />

três anos nas empresas madeireiras de Cotriguaçu.<br />

Tipo de empresa Capacidade % 2008 Capacidade % 2009 Capacidade % 2010<br />

1 Serra Fita 80 67 68<br />

Laminadora 70 60 50<br />

Beneficiadora 69 58 49<br />

Capacidade média geral por ano 70% 60% 52%<br />

Ou seja, a capacidade instalada de consumo de madeira em tora das empresas que compõem o polo<br />

madeireiro de Cotriguaçu é da ordem de 209 mil metros cúbicos anuais (Tabela 17).<br />

Tabela 17. Capacidade instalada média de consumo e produção (em m 3 ) das empresas madeireiras de Cotriguaçu.<br />

Tipo de empresa Capacidade Consumo (m 3 /ano) Capacidade Produção (m 3 /ano)<br />

1 Serra Fita 32.341,67 14.553,75<br />

Laminadora 39.270,00 14.696,73<br />

Beneficiadora 137.484,43 31.190,84<br />

Total 209.096,09 60.441,32<br />

Se considerarmos que toda esta produção pudesse ser originada através de manejo florestal, seria<br />

necessária uma área de aproximadamente 330 mil hectares de florestas manejadas de forma<br />

permanente, considerando ciclos de corte de 25 anos e uma volumetria média explorada de 20 m 3/ha.<br />

Esta área representa uma estimativa conservadora, considerando ainda 20% da área total reservada<br />

para áreas de preservação permanente e reservas de proteção absoluta, requisito básico da certificação<br />

florestal. Se a produção de Cotriguaçu sofresse um aumento de 10% em função de um aumento da<br />

demanda por madeira oriunda de origem legal/sustentável, esta área seria estimada em 360 mil<br />

hectares (Tabela 18).<br />

28


Tabela 18. Simulação da demanda por áreas manejadas em função da atual capacidade instalada e de um<br />

aumento de 10% da demanda por madeira nas empresas madeireiras de Cotriguaçu.<br />

Item Demanda atual<br />

Aumento de 10% na demanda<br />

por madeira<br />

Demanda total atual 209.096,09 230.005,699<br />

Área efetivo manejo 261.370,11 287.507,12<br />

Área preservada (20% do total) 65.000,00 71.000,0<br />

Área total 326.370,11 358.507,12<br />

Disponibilidade de áreas privadas florestais em Cotriguaçu. Se considerarmos que as áreas<br />

públicas e os assentamentos de Cotriguaçu não possuem potencial para manejo florestal 8, segundo<br />

dados compilados pelo ICV, temos um total de aproximadamente 382 mil hectares de florestas privadas<br />

não degradadas no município (Tabela 19), que seriam suficientes para sustentar a produção local e até<br />

mesmo um aumento da demanda pela produção local em 10% da capacidade atual. Na verdade,<br />

mantendo as demais condições constantes, um cálculo linear mostra que, se toda esta área pudesse ser<br />

convertida para o bom manejo florestal, seria suficiente para comportar a indústria local com um<br />

aumento de 17% da produção em relação à capacidade instalada atual. Uma estimativa grosseira é de<br />

que esta área manejada, baseada nas médias de geração de empregos por empresa, poderiam gerar<br />

1500 empregos permanentes e 4500 diretos e indiretos na indústria e exploração florestal 9. Para fins de<br />

comparação, existem apenas 4200 postos de população economicamente ativa no município<br />

atualmente. A capacidade de suporte local, considerando também índices médios e a totalidade da<br />

capacidade instalada sendo utilizada, seria, neste cenário, de 24 empresas.<br />

Tabela 19. Trajetória de uso do solo em propriedades privadas em Cotriguaçu (Fonte: ICV, a partir de dados do<br />

Imazon).<br />

Categorias Área (ha) % Área<br />

Água 11.778 2%<br />

Desmatamento antigo 40.823 8%<br />

Desmatamento de floresta degradada 4.730 1%<br />

Desmatamento de floresta primária 81.074 15%<br />

Desmatamento de floresta secundária 1 0%<br />

Floresta degradada 7.020 1%<br />

Floresta não degradada 381.954 72%<br />

Floresta secundaria 10 0%<br />

Total 527.391 100%<br />

8 Os assentamentos, por se apresentar em evoluído estado de degradação, e as Terras Indígenas por haver um entendimento<br />

legal atual de que o manejo florestal nestas áreas para fins comerciais não é permitido.<br />

9 Tais estimativas devem ser vistas com cautela. Consideramos, para fins de simplificação, a mesma relação média entre o<br />

consumo de madeira em tora e o número de empregos diretos gerados existentes atualmente. Entretanto, é de se esperar que<br />

um suposto aumento da utilização da capacidade instalada das empresas não provoque um aumento de empregos de forma<br />

linear a esta relação.<br />

29


DIAGNÓSTICO DO NÍVEL DE ADOÇÃO DO MANEJO FLORESTAL EM COTRIGUAÇU<br />

Dentre 12 PMFS licenciados e aprovados no município de Cotriguaçu na época da visita de campo<br />

(setembro 2010), nove foram visitados. As avaliações de campo que subsidiaram este trabalho estão<br />

distribuídas em áreas de UPAs 2009 já exploradas (33%), UPAs 2010 sendo exploradas (56%) e UPA<br />

2009/2010 (11% de UPA teve início exploração ano passado e que estão finalizando em 2010) (Figura<br />

25). Desta forma, foi possível avaliarmos diferentes atividades de execução da exploração madeireira,<br />

uma vez que as atividades de corte, arraste e transporte estavam ocorrendo no período das visitas<br />

(Figura 26).<br />

Figura 25. Identificação das UPAs conforme atividades em andamento nas mesmas na época da visita aos PMFS<br />

de Cotriguaçu, setembro de 2010.<br />

56%<br />

Figura 26. Atividades exploratórias já conduzidas e sendo conduzidas nas UPAs na época da visita aos PMFS de<br />

Cotriguaçu, setembro de 2010.<br />

67%<br />

11%<br />

33%<br />

11%<br />

UPAs 2009<br />

UPA 2009/2010<br />

UPA 2010<br />

22%<br />

n=9<br />

Corte e Arraste<br />

Corte, Arraste e Transporte<br />

Todas<br />

n=9<br />

Avaliação da qualidade do manejo florestal. Foram mensurados cada um dos temas importantes<br />

para a implementação do manejo florestal, composto por: (i) qualidade do planejamento da exploração<br />

e do macroplanejamento do uso florestal; (ii) qualidade das infraestruturas e estruturas de drenagem<br />

(estradas, pátios, pontes, bueiros, etc.); (iii) qualidade e técnicas utilizadas nas operações de corte; (iv)<br />

qualidade e técnicas utilizadas na operação de arraste; (v) qualidade dos sistema de rastreabilidade<br />

mínima da produção da empresa; (vi) desperdícios e danos decorrentes da exploração; (vii) aspectos<br />

sociais da empresa, como política de remuneração, qualidade do acampamento, jornada de trabalho e<br />

sinalização das operações. Tais temas receberam, conforme discutiremos adiante, para uma<br />

classificação dos empreendimentos visitados, uma pontuação relativa a seu desempenho em cada um<br />

30


destes quesitos. Nesta parte inicial desta seção, descreveremos os principais problemas e aspectos<br />

gerais dos temas avaliados.<br />

Planejamento. No geral, precário, com escassa utilização de mapas na exploração. Informações sobre<br />

macroplanejamento/zoneamento consideradas importantes na elaboração de um PMFS e de um POA<br />

não são utilizadas. As ferramentas de planejamento das operações de campo ficam a cargo de empresas<br />

terceirizadas que, por sua vez, em poucos casos são acompanhadas pelos engenheiros florestais que<br />

escreveram os PMFS. A fragilidade das atividades de pré-planejamento e planejamento limita o<br />

desempenho dos Planos de Manejo a um patamar regular (Figuras 27 e 28).<br />

Figura 27. Avaliação da qualidade das informações do macroplanejamento florestal dos PMFS de Cotriguaçu<br />

(safra 2009-10).<br />

% de PMF<br />

Figura 28. Avaliação da qualidade do planejamento para da exploração, escolha dos sistemas silviculturais e<br />

descrição das atividades do PMF e POAS (safra 2009-10).<br />

% de PMF<br />

80%<br />

60%<br />

40%<br />

20%<br />

0%<br />

100%<br />

80%<br />

60%<br />

40%<br />

20%<br />

0%<br />

n=7<br />

0%<br />

28,6%<br />

Infraestruturas. Há bons investimentos na qualidade das estradas principais e de acesso. Os bueiros<br />

necessitam de adequação. As estradas secundárias oscilam entre regulares a boas (Figura 29),<br />

apresentando em alguns casos bom desenho, poucos danos à vegetação lateral e largura dentro de<br />

padrões aceitáveis. Mas há, também, situações precárias em virtude das condições locais de solos e<br />

construção sem equipamentos adequados, apresentando profundidade excessiva e excesso de solo nas<br />

laterais. Há uma preocupação exacerbada quanto ao tamanho dos pátios. Em geral, por várias razões, os<br />

mesmo são subdimensionados (409 m 2 em média, d.p. de 149 m 2), irregulares, com tocos de exploração<br />

e árvores inteiras nos pátios, construídos na confluência de duas estradas, etc. Nitidamente não há um<br />

padrão na construção dessas infraestruturas. Os gerentes revelaram que a construção de pátios sofre<br />

71,4%<br />

Bom Regular Ruim<br />

20%<br />

Qualidade das informações do macroplanejamento<br />

80%<br />

Bom Regular Ruim<br />

Qualidade do planejamento<br />

0%<br />

n=5<br />

31


influência de agentes de órgãos fiscalizadores, que provocam receios da construção de pátios maiores<br />

(tipicamente, recomendados em 500m 2).<br />

Figura 29. Avaliação da qualidade das infraestruturas florestais nos PMFS de Cotriguaçu (safra 2009-10).<br />

% dos empreendimentos<br />

Rastreabilidade. Em geral, suficiente (Figura 30). Árvores e toras continham placas, marcação com giz<br />

de cera e demais informações necessárias à manutenção da rastreabilidade das toras. É feito o<br />

romaneio das toras ainda no pátio da floresta.<br />

Figura 30. Avaliação da qualidade do romaneio e rastreabilidade da tora nos PMFS de Cotriguaçu (safra 2009-10).<br />

% de PMF<br />

100<br />

90<br />

80<br />

70<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

0<br />

100%<br />

80%<br />

60%<br />

40%<br />

20%<br />

0%<br />

Bueiros Est. Acesso Ponte Est Secundária Est Principal<br />

86%<br />

Tipo de infraestrutura<br />

14% 0<br />

Bom Regular Ruim<br />

RUIM REGULAR BOM<br />

Corte. Os danos às árvores remanescentes e matrizes na floresta durante o corte estão além do<br />

tolerável. Em grande parte isso se deve a ausência do uso completo das técnicas de corte, ausência do<br />

uso de cunha, e em algumas poucas situações a presença de cipós. O corte de cipós, quando realizado,<br />

acontece no momento da derruba, o que não garante os efeitos benéficos dessa atividade. Apesar de<br />

alguns entrevistados afirmarem que faziam teste do oco antes da derruba, a equipe não o presenciou ou<br />

viu tais sinais nas árvores ou toras. De fato, há grande quantidade de árvores ocas derrubadas. Há<br />

presença de EPI nas motosserras, mas o mesmo não acontece com a presença e uso de EPI pelos<br />

ajudantes e operadores de corte. Os tocos de árvores derrubadas avaliados são, em média, regulares,<br />

com uma altura média de 46 cm do solo (Tabela 20), acima da altura média recomendável para<br />

minimizar os desperdícios e evitar rachaduras em toras de certas espécies.<br />

n=7<br />

Qualidade do romaneio e mecanismos de rastreabilidade da tora<br />

32


Tabela 20. Qualidade dos tocos de árvores cortadas avaliados, média de altura e desvio padrão da estimativa nos<br />

PMFS de Cotriguaçu (safra 2009-10).<br />

Desempenho/<br />

% por qualidade do toco Média de Altura dos tocos Desvio padrão da média de<br />

qualidade<br />

(n=70)<br />

(cm) (n=58)<br />

altura (cm) (n=58)<br />

Bom 22,9% 36,0 17,4<br />

Regular 52,9% 40,9 16,5<br />

Ruim 24,3% 68,0 20,9<br />

Média Geral - 46,62 21,82<br />

Arraste. Os equipamentos utilizados pra o arraste de toras são em geral apropriados com o porte dos<br />

empreendimentos e os volumes extraídos (Figura 31, ver seção seguinte para uma descrição dos<br />

equipamentos florestais). Na maioria dos casos utilizam trator agrícola adaptado com guincho e torre<br />

pra elevar a cabeça das toras. Os ramais de arraste oscilam de qualidade regular a boa (Figura 32).<br />

Apesar da largura e dos danos serem toleráveis, não há uma atividade específica de planejamento dos<br />

ramais.<br />

Figura 31. Relação de equipamentos adequados para a operação de arraste de toras nos PMFS de Cotriguaçu<br />

(safra 2009-10).<br />

Figura 32. Avaliação da qualidade dos ramais de arraste de toras nos PMFS de Cotriguaçu (safra 2009-10).<br />

% de PMF<br />

60%<br />

40%<br />

20%<br />

0%<br />

17%<br />

30%<br />

83%<br />

n=6<br />

Sim Não<br />

40%<br />

Sinalização. A qualidade da sinalização nas unidades de manejo é precária (Figura 33). A placa<br />

informativa do Plano de Manejo é a única sinalização comum. Há escassez de placas nas estradas<br />

principais, estradas de acesso e para as demais atividades que acontecem dentro das áreas de manejo.<br />

30%<br />

Bom Regular Ruim<br />

Qualidade dos ramais de arraste<br />

n=10<br />

33


Figura 33. Avaliação da qualidade sinalização local nos PMFS de Cotriguaçu (safra 2009-10).<br />

% de PMF<br />

Acampamentos. Os acampamentos são, em geral, de qualidade regular (Figura 34), sendo pequenos e<br />

com infraestruturas básicas para atender as necessidades dos trabalhadores. Seriam precisos<br />

adequações nos acampamentos caso haja o interesse dos empreendimentos em atingir eventualmente a<br />

certificação florestal (i.e., adequação com os requerimentos da NR 31).<br />

Figura 34. Avaliação da qualidade dos acampamentos florestais nos PMFS de Cotriguaçu (safra 2009-10).<br />

% de PMF<br />

100%<br />

80%<br />

60%<br />

40%<br />

20%<br />

0%<br />

60%<br />

40%<br />

20%<br />

0%<br />

n=9<br />

22,2%<br />

0%<br />

Desperdícios de madeira. Há desperdícios grandes através de tocos altos, traçamentos inadequados e<br />

árvores esquecidas. Há o corte de muitas árvores ocas, que apresentam baixo aproveitamento na<br />

indústria. Conforme discutimos anteriormente, os danos provocados no corte são excessivos, mas os<br />

provocados pelo arraste, toleráveis.<br />

Outros. Nenhum cruzamento de APP foi notado durante os caminhamentos. Em apenas uma situação<br />

observamos uma copa dentro da área de preservação, provavelmente pela ausência de corte<br />

direcionado da árvore.<br />

Avaliação geral da implementação de manejo florestal. Para fazer uma avaliação geral do manejo<br />

florestal em Cotriguaçu, criamos um índice que mensura cada um dos temas importantes para sua<br />

implementação, composto pelos itens acima descritos. Cada um destes temas recebeu uma pontuação<br />

variando de 1 (ruim) a 3 (bom), de forma que a pontuação máxima geral de uma dada empresa é 21<br />

pontos e a mínima, 7.<br />

Em média, as empresas avaliadas alcançaram uma pontuação de 13,8, de forma que há vários pontos<br />

cruciais para melhoria. Embora isto retire a possibilidade de dizer que o manejo florestal sendo<br />

praticado em Cotriguaçu é ruim, podemos concluir que as práticas executadas são, no mínimo,<br />

insuficientes. Apenas duas empresas marcaram uma pontuação acima de 14, que seria o ponto médio<br />

entre a pontuação mínima e máxima (Figura 35). A Tabela 21 apresenta a pontuação de cada empresa<br />

em cada um dos quesitos avaliados em campo.<br />

77,8%<br />

Bom Regular Ruim<br />

44%<br />

Qualidade da sinalização local<br />

33%<br />

22%<br />

Bom Regular<br />

Qualidade acampamento florestal<br />

Ruim<br />

n=9<br />

34


Figura 35. Pontuação das empresas envolvidas na avaliação das práticas de manejo em campo nos PMFS de<br />

Cotriguaçu (safra 2009-10).<br />

Pontuação<br />

21<br />

14<br />

7<br />

0<br />

13<br />

14<br />

Tabela 21. Qualidade dos tocos de árvores cortadas avaliados, média de altura e desvio padrão da estimativa nos<br />

PMFS de Cotriguaçu (safra 2009-10).<br />

QO Planejamento Infraestrutura Derruba Arraste<br />

10<br />

16<br />

14<br />

12 12<br />

A B C D E<br />

Empresa<br />

F G H I<br />

Rastreabilidade<br />

Desperdícios e<br />

danos<br />

Asp. Sociais<br />

Índice<br />

Desempenho<br />

A 1 1 2 2 3 3 1 13<br />

B 2 3 2 1 2 2 2 14<br />

C 1 1 1 1 2 1 3 10<br />

D 1 2 2 2 3 3 3 16<br />

E 1 3 2 1 3 2 2 14<br />

F 2 2 1 1 2 2 2 12<br />

G 1 2 1 2 3 2 1 12<br />

H 1 2 1 3 3 2 2 14<br />

I 1 3 3 3 3 3 3 19<br />

Nota de precaução: O que representa a pontuação geral de desempenho apresentada neste<br />

trabalho em relação ao potencial para a certificação florestal? O método desenvolvido neste<br />

trabalho tem a intenção de diagnosticar de forma expedita os principais gargalos e problemas na<br />

implementação do manejo florestal. Isto significa que, por exemplo, um empreendimento que obtivesse<br />

21 pontos estaria em condições mínimas de implementação de manejo que o colocasse em situação de<br />

ser passível de certificação nos itens técnicos e ambientais com poucas ações corretivas requisitadas.<br />

Entretanto, não avaliamos neste trabalho com a devida profundidade itens trabalhistas, legais, formais<br />

(e.g., documentação e conteúdo dos planos de manejo e POAs), ecológicos (i.e., existência de reserva<br />

absoluta e de identificação de florestas com alto valor de conservação, além de um plano de mitigação<br />

dos impactos ambientais da exploração) e sociais importantes que poderiam impedir o<br />

empreendimento de ser certificado. Claramente, itens como aprimoramentos nos sistemas de<br />

rastreabilidade, qualidade do acampamento e sinalização necessitariam de grandes melhorias para<br />

atingir os requerimentos típicos da certificação. Além disso, é importante registrar que a inexistência de<br />

área florestal suficiente para completar o ciclo de corte em todas as empresas avaliadas é uma barreira<br />

à certificação. O desempenho mensurado neste trabalho representa, desta forma, apenas os principais<br />

aspectos operacionais importantes nesta direção.<br />

14<br />

19<br />

Nível ideal<br />

n = 9<br />

Nível mínimo<br />

35


VARIÁVEIS ECONÔMICAS E SIMULAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA TÍPICOS DE UM<br />

EMPREENDIMENTO FLORESTAL DE COTRIGUAÇU<br />

A TÍPICA EMPRESA FLORESTAL DE COTRIGUAÇU<br />

Para a simulação dos fluxos de caixa, e posterior estimativa dos valores presente líquidos e taxas<br />

internas de retorno das operações florestais de Cotriguaçu, adotamos, com base nos questionários<br />

conduzidos com os gerentes das operações de campo, a configuração típica das empresas de Cotriguaçu.<br />

Isto equivale a dizer que existe no universo de extratores de madeira local empresas mais ou menos<br />

eficientes. Primeiro, apresentamos na Tabela 22 os principais percentuais de execução de atividades e<br />

rendimentos médios das operações florestais do município.<br />

Tabela 22. Percentual de execução, equipamentos utilizados e produtividades reportadas de empreendimentos<br />

florestais típicos de Cotriguaçu (safra 2009-10).<br />

ITENS/OPERAÇÕES Valor Unidade<br />

Inventário e delimitação<br />

Realizado por terceiros ao detentor do PMF (geralmente equipe do eng.<br />

florestal) 71,4% %<br />

Sistema convencional (X e Y) 100,0% %<br />

Equipamentos<br />

GPS 100,0% %<br />

Bússolas 66,7% %<br />

Teodolitos 100,0% %<br />

Produtividade 15,0 ha/dia<br />

Corte de cipós<br />

EMF que fazem o corte 1 ano antes da exploração 14,3% %<br />

Planejamento de estradas e infraestruturas<br />

EMF que o realiza com sua própria equipe 87,5% %<br />

Utilização de mapas no planejamento 66,7% %<br />

Produtividade média 925,0 m/dia<br />

Construção de estradas<br />

EMF que o realiza com sua própria equipe 62,5% %<br />

Sistema básico: tratores de esteiras 85,7% %<br />

Produtividade 758,0 m/dia<br />

Planejamento de arraste<br />

EMF que o realiza com sua própria equipe 85,7% %<br />

EMFs que não utilizam mapas durante o planejamento 60,0% %<br />

Produtividade 27,5 árvores/dia<br />

Corte<br />

EMF que o realiza com sua própria equipe 62,5% %<br />

EMF que realizam o traçamento junto ao corte 85,7% %<br />

Uso de cunhas 14,3% %<br />

Equipe básica 1+1 -<br />

# médio motosserras por EMF 2,7 unidade<br />

Produtividade 19,3 árvores/dia<br />

Arraste<br />

EMF que o realiza com sua própria equipe 62,5% %<br />

36


ITENS/OPERAÇÕES Valor Unidade<br />

EMF que utilizam giricos adaptados 57,1% %<br />

Equipe básica 1+1<br />

Produtividades<br />

Girico 66,4 m 3 /dia<br />

Skidder 99,2 m 3 /dia<br />

Transporte<br />

Próprio 42,9% %<br />

Terceirizado 42,9% %<br />

Ambos 14,3% %<br />

Segundo, temos, nas Tabelas 23 e 24, as duas configurações típicas das empresas extratoras de madeira<br />

de Cotriguaçu no que se refere aos equipamentos utilizados na extração florestal. Cerca de 53% das<br />

empresas visitadas possuíam um trator girico adaptado para o arraste florestal, e os demais 47% um<br />

trator florestal skidder. Ambas as configurações serão consideradas na simulação do fluxo de caixa de<br />

empresas florestais em Cotriguaçu. Foi reportado, em média, 2,7 caminhões de transporte de madeira<br />

por empresa florestal do município, muito embora os volumes explorados (média de 12 mil m 3/ano)<br />

não demandariam de fato tal investimento. Entretanto, os rendimentos de operações reportados em<br />

Cotriguaçu têm sido baixos em comparação a outros empreendimentos florestais da Amazônia e<br />

optamos por manter tal configuração. Algumas empresas têm também reportado a aluguel de<br />

motoniveladoras para a manutenção de estradas locais, mas não consideramos tais custos por se tratar<br />

de uma porção menor das empresas. Investimentos em equipamentos de exploração encontrados,<br />

portanto, variam entre R$ 940 k – R$ 1.120 k.<br />

Tabela 23. Equipamentos típicos utilizados na exploração florestal em 53% dos empreendimentos de extração de<br />

Cotriguaçu (safra 2009-10).<br />

Equipamento Qtidade Propriedade Marca típica Idade Valor aferido<br />

Trator esteiras 1 Detentor CAT/Komatsu - 170.000,00<br />

Girico 1 Detentor Valmet - 115.000,00<br />

Carregadeira 1 1 Detentor CAT/Case 33% > 20 anos 113.333,33<br />

Caminhão 3 Detentor Scania-Volvo/Mercedes 53% < 10 anos 166.666,67<br />

Camionete (ou<br />

carro apoio)<br />

1 Detentor Bandeirantes 50% novas, 50% até 20 anos 36.000,00<br />

Motosserras 3 Detentor Stihl - 2.150,00<br />

Valor capital 940.783,33<br />

Tabela 24. Equipamentos típicos utilizados na exploração florestal em 47% dos empreendimentos de extração de<br />

Cotriguaçu (safra 2009-10).<br />

Equipamento Qtidade Propriedade Marca típica Idade Valor aferido<br />

Trator esteiras 1 Detentor CAT/Komatsu - 170.000,00<br />

Trator skidder 1 Detentor Muller 40% < 10 anos 300.000,00<br />

Carregadeira 1 1 Detentor CAT/Case 33% > 20 anos 113.333,33<br />

Caminhão 3 Detentor Scania-Volvo/Mercedes 53% < 10 anos 166.666,67<br />

Camionete (ou<br />

carro apoio)<br />

1 Detentor Bandeirantes 50% novas, 50% até 20 anos 36.000,00<br />

Motosserras 3 Detentor Stihl - 2.150,00<br />

Valor capital 1.125.783,33<br />

37


Terceiro, consideramos a equipe típica utilizada por uma empresa de extração florestal. As empresas<br />

amostradas reportaram uma quantidade de trabalhadores entre 8-15 pessoas. Adotamos a<br />

configuração típica encontrada, de dez trabalhadores de exploração, coordenados por um gerente de<br />

campo (Tabela 25). Cerca de 31% dos trabalhadores da exploração foram declarados pelos<br />

entrevistados como terceirizados. Nenhum dos entrevistados reportou, adicionalmente, funcionários<br />

trabalhando sem carteira assinada. Para os cálculos dos custos finais, adicionamos um percentual de<br />

36% sobre os salários registrados referentes a impostos e encargos trabalhistas.<br />

Tabela 25. Equipe típica utilizada na exploração florestal dos empreendimentos de extração de Cotriguaçu (safra<br />

2009-10).<br />

Equipe média # funcionários<br />

Salários Médios<br />

(R$/mês)<br />

Cozinheiro 1 790,0<br />

Ajudante corte 1 940,0<br />

Ajudante arraste 1 990,0<br />

Motosserrista 2 1.500,0<br />

Operador máquina 2 1.564,0<br />

Motorista (caminhão) 2 1.560,0<br />

Gerente campo 1 1.800,0<br />

Outros 3 1.304,1<br />

Média Geral 10 915,4<br />

Treinamento. A maioria dos treinamentos oferecidos aos funcionários de campo podem ser<br />

classificados como orientações dadas por engenheiros e outros profissionais em aspectos gerais de<br />

segurança e saúde no trabalho. Em 2009-10, empresários locais contrataram serviços de treinamento<br />

operacional a alguns trabalhadores de campo, mas declararam que estes treinamentos não foram<br />

capazes de aprimorar os trabalhadores no que se refere a implementação operacional das práticas de<br />

manejo florestal.<br />

Finalmente, apresentamos outros índices importantes para a construção dos fluxos de caixa, levantados<br />

através de entrevistas com os gerentes de exploração, na Tabela 26.<br />

Tabela 26. Índices econômicos levantados em entrevistas com gerentes da exploração florestal nos<br />

empreendimentos de extração de Cotriguaçu (safra 2009-10).<br />

Item Valor Unidade<br />

Área do PMFS 2.333,71 hectare<br />

Área dos POA 777,90 hectare<br />

Área Anual sob efetivo MF 569,15 hectare<br />

# de POAs previstos 3,0 -<br />

Intensidade de exploração 21,20 m 3 / hectare<br />

Produção anual 12.065,95 m 3<br />

Custo da terra (com floresta) 2.008,33 R$/alqueire (2,42 hectares)<br />

Custo da confecção do POA 129,37 R$/ hectare<br />

Custo de transporte até o pátio da serraria 29,63 R$/m 3<br />

Jornada de trabalho diária 8,57 h/dia<br />

Jornada de trabalho semanal 47,135 h/semana<br />

Valor da madeira em tora no pátio da serraria 166,50 R$/m 3<br />

Custo do óleo diesel 2,42 R$/l<br />

38


Item Valor Unidade<br />

Custo da gasolina 3,28 R$/l<br />

COMPILAÇÃO DAS ESTATÍSTICAS DO SIMLAM - MT<br />

Para a simulação dos fluxos de caixa de empreendimentos de manejo florestal típicos de Cotriguaçu,<br />

consideramos também as estatísticas geradas para os Planos de Manejo Florestal cadastrado no Sistema<br />

Integrado de Monitoramento e Licenciamento Ambiental da SEMA de Mato Grosso – SIMLAM. Os dados<br />

do SIMLAM acusam os seguintes fatos, compilados e redigidos abaixo pelo ICV:<br />

Existem atualmente em Cotriguaçu 36 Planos de Manejo Florestal cadastrados no SIMLAM,<br />

localizados em 31 propriedades rurais 10. Esses PMFS cobrem uma área total de 41 mil hectares,<br />

o que representa cerca de 10% da área total potencial para PMFS no município (i.e., áreas<br />

cadastradas e não cadastradas no SIMLAM, conforme discutido anteriormente neste relatório),<br />

avaliada em 399 mil hectares;<br />

A área média de PMFS cadastrados por propriedade é de 1.324 hectares. Na maioria dos casos<br />

(22/31 PMFS, respondendo por 72% da área total de PMFS cadastrados), a área de PMFS na<br />

propriedade está entre 500 e 2500 hectares. Existem sete propriedades com PMFS menores que<br />

500 hectares, e duas propriedades com PMFS acima de 2500 hectares, sendo que o maior tem<br />

seis mil hectares (ver Tabela 27);<br />

Há um total de 42 unidades de produção anual (UPA) cadastradas, com uma área total de 25 mil<br />

hectares e uma área média de 595 hectares;<br />

Em sua grande maioria, os PMFS existentes são de tamanho reduzido e são explorados em<br />

menos de três anos. Essa situação está relacionada ao alto custo de elaboração e às dificuldades<br />

para a aprovação dos PMFS pela SEMA. Esta situação leva os empresários a uma incerteza em<br />

relação ao aprovisionamento de suas indústrias em médio prazo, o que prejudica a<br />

sustentabilidade de seus negócios. Por esse motivo, deve ser buscada a aprovação de PMFS<br />

maiores que darão sustentação mais longa à atividade de MFS no município, e os números acima<br />

deverão ser monitorados como indicadores de sustentabilidade desse setor.<br />

Tabela 27. Síntese da quantidade e área dos Planos de Manejo Florestal cadastrados no SIMLAM de Mato Grosso<br />

para o município de Cotriguaçu, 2009-2010.<br />

Classe de tamanho<br />

(hectares)<br />

# de propriedades<br />

rurais cadastradas<br />

Área total dos<br />

PMFS (ha)<br />

Área média dos<br />

PMFS (ha)<br />

Participação<br />

relativa dos PMFS<br />

na área total<br />

cadastrada<br />

< 500 7 1.701 243 4%<br />

500 - 2500 22 29.466 1.339 72%<br />

2500 - 5000 1 3.789 3.789 9%<br />

> 5000 1 6.097 6.097 15%<br />

Média Geral 31 41.053 1.324 100%<br />

10 É importante notar que algumas propriedades abrigam mais de um PMFS cadastrado.<br />

39


O CÁLCULO DE CUSTOS OPERACIONAIS DE EMPRESAS FLORESTAIS TÍPICAS DE COTRIGUAÇU<br />

Utilizamos o software RILSIM (Reduced Impact Logging Simulator, v. 2.00, desenvolvido com o apoio da<br />

USAID e USDA Forest Service, ver página eletrônica http://www.blueoxforestry.com/) para o cálculo<br />

dos custos operacionais e cronograma de execução das empresas florestais típicas de Cotriguaçu. O<br />

RILSIM é um programa de gerenciamento financeiro das operações florestais e funciona como uma<br />

calculadora levando-se em consideração os custos, rendimentos, equipes e demais variáveis<br />

operacionais. Utilizamos este programa neste trabalho para gerar os custos de cada operação dos PMFS<br />

de Cotriguaçu, que foram posteriormente alimentados nas simulações de fluxo de caixa. Desta forma,<br />

temos, primeiramente, como resultados da primeira simulação (empresas com tratores skidder), o<br />

seguinte cronograma de execução e custos operacionais (considerando POAs médios levantados em<br />

entrevistas e equivalentes a 569,15 ha):<br />

E, para a segunda simulação, considerando os custos de empresas que operam o arraste com girico<br />

(POAs de 569,15 ha):<br />

Em seguida, refizemos as mesmas simulações para um tamanho de POA médio encontrado no SIMLAM<br />

(595 hectares), apesar na notável semelhança com a área média obtida através de entrevistas, de forma<br />

a explorar durante as simulações de fluxo de caixa a maior diversidade possível de situações. Temos,<br />

desta forma, para empreendimentos florestais equipados com tratores skidder:<br />

40


E, para empreendimentos florestais equipados com tratores agrícolas adaptados:<br />

Algumas ressalvas são importantes. Não conseguimos coletar durante os levantamentos de campo bons<br />

dados relativos à manutenção e depreciação de equipamentos, além de alguns índices médios de<br />

infraestruturas e volumetria, de forma que tivemos de assumir alguns destes índices ou utilizar dados<br />

levantados em um experimento sobre os custos e benefícios do manejo florestal conduzido no CMF<br />

Roberto Bauch (Paragominas, Pará), em 1996 (Holmes et al. 2002) 11. A experiência do <strong>IFT</strong> com tais<br />

dados no CMF Roberto Bauch também ajudou a nortear estes índices médios. Teríamos desta forma,<br />

graficamente, as seguintes estruturas de custos operacionais em empreendimentos florestais operando<br />

com tratores skidder (Figura 36 A) e tratores giricos adaptados (Figura 36 B), considerando POAs<br />

médios cuja área foi levantada através de entrevistas (569,15 ha). O mesmo é válido para os POAs<br />

médios acusados através de dados do SIMLAM (Figuras 36 C e 36 D). As estruturas de custos calculadas<br />

pelo RILSIM equivalem a custos médios de R$ 23,5/m 3 - R$ 23,6/m 3 explorado no sistema skidder e R$<br />

25,2/m 3 - R$ 25,4/m 3 no sistema girico (excluindo o transporte até as empresas). Para fins de<br />

comparação, estes valores estão abaixo da média de custo de exploração reportados por empresários<br />

madeireiros e apresentados na primeira seção de resultados deste relatório, mas acima dos valores<br />

mínimos reportados pelos mesmos.<br />

11 Alguns índices assumidos ou copiados, neste contexto, foram: (i) camionete (carro de apoio) e caminhão, vida útil de 6.000<br />

horas e custos de manutenção de US$ 0,88/h (R$ 1,50/h), custo de combustível de R$ 4,34/h (camionete, assumindo 70<br />

km/dia rodados, uso de 10 litros por dia) e R$ 20,16/h (caminhão, assumindo 140 km/dia corridos, ou 35 km em duas viagens<br />

de ida e volta, com o uso de 100 litros por dia); (ii) vida útil da carregadeira, skidder e girico iguais a 10.000 horas e custos de<br />

manutenção e reparos médios extraído de Holmes et al. (2002); (iii) motosserras com depreciação total de 19% (baseado em<br />

índice usado para a motosserra 051 no estudo de Holmes et al., 2002), custo de ferramentas de R$ 2,92/h e custo de<br />

manutenção de R$ 0,69/h; (iv) custos de materiais de apoio (material de cozinha, materiais para o planejamento de arraste,<br />

operações de pátio, entre outros), equivalentes aos custos encontrados pelo <strong>IFT</strong> no CMF Roberto Bauch; (v) custo com<br />

refeições por pessoa assumidos em R$ 5,50 por dia, baseado nos custos encontrados pelo <strong>IFT</strong> no CMF Roberto Bauch; (vi)<br />

volume médio por árvore de 4,5 m 3, por escassez de informações locais consistentes sobre o assunto coletadas entre os<br />

diferentes informantes; (vii) área de infraestruturas (estradas secundárias e pátios) iguais a um talhão de exploração de<br />

impacto reduzido típico na Amazônia Oriental.<br />

41


Figura 36. Estrutura dos custos operacionais estimados das empresas típicas de exploração florestal de<br />

Cotriguaçu (safra 2009-10).<br />

A (Empresas com tratores skidder, POA médio de 569,15 ha) B (Empresas com tratores giricos, POA médio de 569,15 ha)<br />

Planej.<br />

Infraestrutura;<br />

775,82<br />

Transporte;<br />

357.509,49<br />

C (Empresas com tratores skidder, POA médio de 595 ha) D (Empresas com tratores giricos, POA médio de 595 ha)<br />

Planej. Gerenciamento;<br />

Infraestrutura;<br />

810,98<br />

36.913,35<br />

Transporte;<br />

373.748,15<br />

Gerenciamento;<br />

36.913,35<br />

Corte;<br />

59.133,79<br />

Arraste;<br />

89.494,07<br />

Construção est.<br />

pátios; 6.497,64<br />

Planej. arraste;<br />

14.469,68<br />

Operações<br />

pátio;<br />

77.849,27<br />

Construção est.<br />

pátios; 6.815,54<br />

Corte;<br />

61.756,54<br />

Planej. arraste;<br />

15.125,61<br />

Arraste;<br />

93.469,43<br />

Operações<br />

pátio; 81.307,37<br />

Planej.<br />

Infraestrutura;<br />

775,82<br />

Transporte;<br />

357.509,49<br />

Planej.<br />

Infraestrutura;<br />

810,98<br />

Transporte;<br />

373.748,15<br />

Gerenciamento<br />

; 48.277,17<br />

Gerenciamento<br />

; 48.277,17<br />

O FLUXO DE CAIXA DE EMPRESAS FLORESTAIS TÍPICAS DE COTRIGUAÇU<br />

Construção est.<br />

pátios;<br />

6.497,64<br />

Corte;<br />

59.133,79<br />

Planej. arraste;<br />

14.469,68<br />

Operações<br />

pátio;<br />

107.625,58<br />

Arraste;<br />

69.635,30<br />

Construção est.<br />

pátios;<br />

6.815,54<br />

Corte;<br />

61.756,66<br />

Planej. arraste;<br />

15.125,61<br />

Arraste;<br />

72.701,43<br />

Operações<br />

pátio;<br />

112.364,48<br />

Fluxos de caixa de empresas típicas realizando a exploração florestal na safra de 2009-10 são<br />

apresentados nas Tabelas 28 e 29. No tempo zero são incluídos os custos de investimento no projeto,<br />

destacando os custos de confecção e aprovação do PMFS/POA, investimentos em máquinas e veículos,<br />

compra das áreas florestais e o custo de construção do acampamento florestal. Assumimos este último<br />

custo em R$ 50.000, com custos de manutenção da estrutura do acampamento iguais a 10% do custo<br />

total ao ano. Os custos de investimento levam em consideração a vida útil dos equipamentos utilizados<br />

(vida útil das máquinas e equipamentos estimada em 8 safras e dos veículos em 5 safras). Desta forma<br />

os horizontes de ambos os fluxos levam em consideração a duração dos equipamentos (8 anos). Custos<br />

operacionais foram extraídos dos cálculos realizados com o software RILSIM, conforme discutimos no<br />

item anterior. Finalmente, na Tabela 30, simulamos um fluxo de caixa com um horizonte de<br />

planejamento de 25 anos, referente a um ciclo de manejo florestal, usando para isto custos típicos de<br />

uma operação com bom nível de implementação de manejo (extraídos de Holmes et al. 2002 e<br />

simulados através do RILSIM). A compra das terras florestais (19,5 mil hectares) é feita no ano zero, e<br />

consideramos custos de um acampamento florestal aprimorado em relação à situação atual. Para fins de<br />

simplificação, todas as simulações apresentadas consideram a estrutura de custos operacionais típicas<br />

de empreendimentos com POAs anuais de áreas médias equivalentes às levantadas através de<br />

entrevistas (569,15 ha). Existem sutis diferenças para as simulações realizadas com POAs de tamanho<br />

médio ao indicado pelo SIMLAM (595 hectares), conforme exploraremos adiante.<br />

42


Tabela 28. Simulação 1 do fluxo de caixa de empresa florestal extratora de madeira típica de Cotriguaçu (arraste com trator skidder), safra de 2009-10. Horizonte<br />

de planejamento corresponde a vida útil estimada das máquinas do extrator (aproximadamente 8 safras).<br />

Item 0 (início) 1 2 3 4 5 6 7 8<br />

Investimentos<br />

PMF/POA -301.912,06<br />

Máquinas -1.125.783,33<br />

Veículos<br />

Terra -1.936.722,14<br />

-301.912,06<br />

-1.936.722,14<br />

Ano<br />

-536.000,00<br />

-201.274,71<br />

-1.291.148,09<br />

Acampamento -50.000,00 -5.000,00 -5.000,00 -5.000,00 -50.000,00 -5.000,00 -5.000,00 -50.000,00 -5.000,00<br />

Custos operacionais<br />

Planejamento Infraestruturas<br />

Gerenciamento<br />

Construção estradas e pátios<br />

Corte<br />

Planejamento de arraste<br />

Arraste<br />

Operações pátio<br />

Transporte<br />

Receitas<br />

-775,82 -775,82 -775,82 -775,82 -775,82 -775,82 -775,82 -775,82<br />

-36.913,35 -36.913,35 -36.913,35 -36.913,35 -36.913,35 -36.913,35 -36.913,35 -36.913,35<br />

-6.497,64 -6.497,64 -6.497,64 -6.497,64 -6.497,64 -6.497,64 -6.497,64 -6.497,64<br />

-59.133,79 -59.133,79 -59.133,79 -59.133,79 -59.133,79 -59.133,79 -59.133,79 -59.133,79<br />

-14.469,68 -14.469,68 -14.469,68 -14.469,68 -14.469,68 -14.469,68 -14.469,68 -14.469,68<br />

-89.494,07 -89.494,07 -89.494,07 -89.494,07 -89.494,07 -89.494,07 -89.494,07 -89.494,07<br />

-77.849,27 -77.849,27 -77.849,27 -77.849,27 -77.849,27 -77.849,27 -77.849,27 -77.849,27<br />

-357.509,49 -357.509,49 -357.509,49 -357.509,49 -357.509,49 -357.509,49 -357.509,49 -357.509,49<br />

2.008.998,41 2.008.998,41 2.008.998,41 2.008.998,41 2.008.998,41 2.008.998,41 2.008.998,41 2.008.998,41<br />

Total -3.414.417,54 1.361.355,30 1.361.355,30 1.361.355,30 -922.278,91 1.361.355,30 825.355,30 -176.067,50 1.361.355,30<br />

43


Tabela 29. Simulação 2 do fluxo de caixa de empresa florestal extratora de madeira típica de Cotriguaçu (arraste com trator girico adaptado), safra de 2009-10.<br />

Horizonte de planejamento corresponde a vida útil estimada das máquinas do extrator (aproximadamente 8 safras).<br />

Item 0 (início) 1 2 3 4 5 6 7 8<br />

Investimentos<br />

PMF/POA -301.912,06<br />

Máquinas -940.783,33<br />

Veículos<br />

Terra -1.936.722,14<br />

Ano<br />

-301.912,06<br />

-1.936.722,14<br />

-536.000,00<br />

-201.274,71<br />

-1.291.148,09<br />

Acampamento -50.000,00 -5.000,00 -5.000,00 -5.000,00 -50.000,00 -5.000,00 -5.000,00 -50.000,00 -5.000,00<br />

Custos operacionais<br />

Planejamento Infraestruturas<br />

Gerenciamento<br />

Construção estradas e pátios<br />

Corte<br />

Planejamento de arraste<br />

Arraste<br />

Operações pátio<br />

Transporte<br />

Receitas<br />

-775,82 -775,82 -775,82 -775,82 -775,82 -775,82 -775,82 -775,82<br />

-48.277,17 -48.277,17 -48.277,17 -48.277,17 -48.277,17 -48.277,17 -48.277,17 -48.277,17<br />

-6.497,64 -6.497,64 -6.497,64 -6.497,64 -6.497,64 -6.497,64 -6.497,64 -6.497,64<br />

-59.133,79 -59.133,79 -59.133,79 -59.133,79 -59.133,79 -59.133,79 -59.133,79 -59.133,79<br />

-14.469,68 -14.469,68 -14.469,68 -14.469,68 -14.469,68 -14.469,68 -14.469,68 -14.469,68<br />

-69.635,30 -69.635,30 -69.635,30 -69.635,30 -69.635,30 -69.635,30 -69.635,30 -69.635,30<br />

-107.625,58 -107.625,58 -107.625,58 -107.625,58 -107.625,58 -107.625,58 -107.625,58 -107.625,58<br />

-357.509,49 -357.509,49 -357.509,49 -357.509,49 -357.509,49 -357.509,49 -357.509,49 -357.509,49<br />

2.008.998,41 2.008.998,41 2.008.998,41 2.008.998,41 2.008.998,41 2.008.998,41 2.008.998,41 2.008.998,41<br />

Total -3.229.417,54 1.340.073,94 1.340.073,94 1.340.073,94 -943.560,27 1.340.073,94 804.073,94 -197.348,86 1.340.073,94<br />

44


Tabela 30. Simulação 3 do fluxo de caixa de suposta empresa florestal extratora de madeira que, com equipamentos típicos da região, apostaria em manejo<br />

florestal no longo prazo, incluindo compra de terras no ano 0. Horizonte de planejamento corresponde a um ciclo de corte, 25 anos.<br />

Ano<br />

Item<br />

Investimentos<br />

0 (início) 1 a 5 6 7 e 8 9 10 11 12 a 15<br />

PMF/POA -88.128,00 -88.128,00 -88.128,00 -88.128,00 -88.128,00 -88.128,00 -88.128,00 -88.128,00<br />

Máquinas -1.125.783,33<br />

-589.783,33<br />

Veículos<br />

-536.000,00<br />

-536.000,00<br />

Terra -16.139.351,18<br />

Acampamento<br />

Custo operacionais<br />

-100.000,00 -10.000,00 -10.000,00 -10.000,00 -10.000,00 -10.000,00 -10.000,00 -10.000,00<br />

Delimitação estradas<br />

-580,01 -580,01 -580,01 -580,01 -580,01 -580,01 -580,01<br />

Delimitação talhões<br />

-5.731,02 -5.731,02 -5.731,02 -5.731,02 -5.731,02 -5.731,02 -5.731,02<br />

Delimitação pátios<br />

-337,52 -337,52 -337,52 -337,52 -337,52 -337,52 -337,52<br />

Construção estradas<br />

-4.186,06 -4.186,06 -4.186,06 -4.186,06 -4.186,06 -4.186,06 -4.186,06<br />

Inventário<br />

-11.939,63 -11.939,63 -11.939,63 -11.939,63 -11.939,63 -11.939,63 -11.939,63<br />

Corte cipós<br />

-3.330,88 -3.330,88 -3.330,88 -3.330,88 -3.330,88 -3.330,88 -3.330,88<br />

Construção pátios<br />

-4.176,95 -4.176,95 -4.176,95 -4.176,95 -4.176,95 -4.176,95 -4.176,95<br />

Processamento dados<br />

-2.363,61 -2.363,61 -2.363,61 -2.363,61 -2.363,61 -2.363,61 -2.363,61<br />

Mapeamento<br />

-4.630,44 -4.630,44 -4.630,44 -4.630,44 -4.630,44 -4.630,44 -4.630,44<br />

Marcação árvores<br />

-3.098,32 -3.098,32 -3.098,32 -3.098,32 -3.098,32 -3.098,32 -3.098,32<br />

Delimitação trilhas<br />

-6.450,23 -6.450,23 -6.450,23 -6.450,23 -6.450,23 -6.450,23 -6.450,23<br />

Corte e traçamento<br />

-14.333,48 -14.333,48 -14.333,48 -14.333,48 -14.333,48 -14.333,48 -14.333,48<br />

Despesas acampamento<br />

-39.099,30 -39.099,30 -39.099,30 -39.099,30 -39.099,30 -39.099,30 -39.099,30<br />

Arraste<br />

-31.722,00 -31.722,00 -31.722,00 -31.722,00 -31.722,00 -31.722,00 -31.722,00<br />

Operações pátio<br />

-31.494,93 -31.494,93 -31.494,93 -31.494,93 -31.494,93 -31.494,93 -31.494,93<br />

Transporte<br />

-357.509,49 -357.509,49 -357.509,49 -357.509,49 -357.509,49 -357.509,49 -357.509,49<br />

Receitas<br />

2.008.998,41 2.008.998,41 2.008.998,41 2.008.998,41 2.008.998,41 2.008.998,41 2.008.998,41<br />

Total -17.453.262,52 1.389.886,54 853.886,54 1.389.886,54 800.103,21 1.389.886,54 853.886,54 1.389.886,54<br />

45


Continuação....<br />

Ano<br />

Item<br />

Investimentos<br />

16 17 18 a 20 21 22 a 24 25<br />

PMF/POA -88.128,00 -88.128,00 -88.128,00 -88.128,00 -88.128,00 -88.128,00<br />

Máquinas<br />

-589.783,33<br />

-589.783,33<br />

Veículos<br />

Terra<br />

-536.000,00<br />

-536.000,00<br />

Acampamento<br />

Custo operacionais<br />

-10.000,00 -10.000,00 -10.000,00 -10.000,00 -10.000,00 -10.000,00<br />

Delimitação estradas -580,01 -580,01 -580,01 -580,01 -580,01 -580,01<br />

Delimitação talhões -5.731,02 -5.731,02 -5.731,02 -5.731,02 -5.731,02 -5.731,02<br />

Delimitação pátios -337,52 -337,52 -337,52 -337,52 -337,52 -337,52<br />

Construção estradas -4.186,06 -4.186,06 -4.186,06 -4.186,06 -4.186,06 -4.186,06<br />

Inventário -11.939,63 -11.939,63 -11.939,63 -11.939,63 -11.939,63 -11.939,63<br />

Corte cipós -3.330,88 -3.330,88 -3.330,88 -3.330,88 -3.330,88 -3.330,88<br />

Construção pátios -4.176,95 -4.176,95 -4.176,95 -4.176,95 -4.176,95 -4.176,95<br />

Processamento dados -2.363,61 -2.363,61 -2.363,61 -2.363,61 -2.363,61 -2.363,61<br />

Mapeamento -4.630,44 -4.630,44 -4.630,44 -4.630,44 -4.630,44 -4.630,44<br />

Marcação árvores -3.098,32 -3.098,32 -3.098,32 -3.098,32 -3.098,32 -3.098,32<br />

Delimitação trilhas -6.450,23 -6.450,23 -6.450,23 -6.450,23 -6.450,23 -6.450,23<br />

Corte e traçamento -14.333,48 -14.333,48 -14.333,48 -14.333,48 -14.333,48 -14.333,48<br />

Despesas acampamento -39.099,30 -39.099,30 -39.099,30 -39.099,30 -39.099,30 -39.099,30<br />

Arraste -31.722,00 -31.722,00 -31.722,00 -31.722,00 -31.722,00 -31.722,00<br />

Operações pátio -31.494,93 -31.494,93 -31.494,93 -31.494,93 -31.494,93 -31.494,93<br />

Transporte -357.509,49 -357.509,49 -357.509,49 -357.509,49 -357.509,49 -357.509,49<br />

Receitas 2.008.998,41 2.008.998,41 2.008.998,41 2.008.998,41 2.008.998,41 2.008.998,41<br />

Total 853.886,54 800.103,21 1.389.886,54 853.886,54 1.389.886,54 800.103,21<br />

46


Valores presentes líquidos e taxas internas de retorno. Finalmente, apresentamos, na Tabela 31, os<br />

valores presente líquidos (taxa de interesse de 12% ao ano) e as taxas internas de retorno encontradas<br />

para cada uma das três simulações apresentadas acima (com as suas simulações correspondentes em<br />

termos de utilização do tamanho médio de POA indicado pelo SIMLAM) e de uma quarta simulação<br />

efetuada, mas não apresentada em detalhes.<br />

Tabela 31. Estimativa do valor presente líquido e da taxa interna de retorno reportadas para as quatro<br />

simulações de fluxo de caixa efetuadas (tamanho médio de POA igual ao levantado em entrevistas e igual ao<br />

indicado através do SIMLAM).<br />

ID Rótulo Descrição<br />

1 SK 8 ET<br />

2 SK 8 SL<br />

3 GR 8 ET<br />

4 GR 8 SL<br />

5 EIR 1 ET<br />

6 EIR 1 SL<br />

7 EIR 2 ET<br />

8 EIR 2 SL<br />

Horizonte de 8 anos (duração dos equipamentos), empresa<br />

equipada com trator skidder, POA de 569,15 hectares.<br />

Horizonte de 8 anos (duração dos equipamentos), empresa<br />

equipada com trator skidder, POA de 595 hectares.<br />

Horizonte de 8 anos (duração dos equipamentos), empresa<br />

equipada com trator girico, POA de 569,15 hectares.<br />

Horizonte de 8 anos (duração dos equipamentos), empresa<br />

equipada com trator girico adaptado, POA de 595 hectares.<br />

Horizonte de 25 anos, empresa equipada com skidder<br />

(mesma área anual explorada), compra de terras no ano zero,<br />

POA de 569,15 hectares.<br />

Horizonte de 25 anos, empresa equipada com skidder<br />

(mesma área anual explorada), compra de terras no ano zero,<br />

POA de 595 hectares.<br />

Horizonte de 25 anos, empresa equipada com skidder<br />

(mesma área anual explorada), compra de terras de forma<br />

gradual a cada 5 anos, POA de 569,15 hectares.<br />

Horizonte de 25 anos, empresa equipada com skidder<br />

(mesma área anual explorada), compra de terras de forma<br />

gradual a cada 5 anos, POA de 595 hectares.<br />

VPL<br />

(taxa de 12% a.a.)<br />

TIR<br />

830.364,36 21,2%<br />

1.113.999,26 24,1%<br />

901.151,74 22,6%<br />

1.183.138,05 25,6%<br />

- 6.650.133,10 5,1%<br />

-6.173.705,65 5,7%<br />

1.852.456,09 20,9%<br />

2.328.883,55 22,9%<br />

No cenário atual, o valor presente líquido dos empreendimentos florestais típicos de Cotriguaçu a uma<br />

taxa de juros de 12% estaria entre R$ 800.000 – R$ 1.200.000 dependendo do método, tecnologia<br />

adotada e tamanho dos POAs. Neste cenário, a taxa interna de retorno média estaria entre 21%-26%.<br />

Ao simularmos um suposto empreendimento florestal interessado em realizar a exploração bem<br />

planejada no longo prazo e que adquirisse as áreas florestais no ano zero, o VPL seria negativo no<br />

horizonte de 25 anos com a mesma taxa de interesse (- R$ 6,1 milhões - R$ 6,6 milhões), evidentemente<br />

devido às grandes despesas iniciais com a compra de terras. Entretanto, uma suposta empresa que<br />

aspirasse ao mesmo objetivo, mas que fosse adquirindo terras gradualmente (em lotes de 5 anos)<br />

conseguiria atingir a sustentabilidade com um VPL maior (R$ 1,8 milhão - R$ 2,3 milhões) e uma taxa<br />

interna de retorno semelhante às simulações iniciais (21%-23%).<br />

47


RECOMENDAÇÕES E CONCLUSÕES<br />

RESUMO: O SETOR INDUSTRIAL MADEIREIRO DE COTRIGUAÇU<br />

Cotriguaçu abriga 20 empresas que processam madeira em tora. O setor é composto, em sua maioria,<br />

por empresas de pequeno porte (consumo anual de madeira em tora entre 4.000 e 10.000 m 3). O<br />

município possui capacidade de consumo de 209 milhões de m 3/ano e rendimento médio de<br />

processamento de toras típico de outras regiões da Amazônia, entre 26% e 33%. Característico da<br />

região, a indústria madeireira é equipada com baixa tecnologia e com pouco aproveitamento dos<br />

resíduos industriais. Aliado a isso, a qualidade da exploração florestal faz com que toras de baixa<br />

qualidade, com presença de ocos e tortuosas, sejam abatidas, com baixo aproveitamento na indústria.<br />

O município arrecadou, em 2009, R$ 50.435.863,00 em receita bruta. Esse valor representa,<br />

aproximadamente, 10% da receita bruta que a região Noroeste do estado do Mato Grosso arrecada. Em<br />

2010, a produção foi menor comparada ao ano anterior, sendo previsto que o setor arrecade R$<br />

32.855.811,72. De fato, nos últimos três anos, o polo de Cotriguaçu vem diminuindo sua produção,<br />

atingindo, em 2010, 52% da sua capacidade total instalada.<br />

A madeira que abastece o município é proveniente de PMFS de áreas particulares, localizadas, em sua<br />

grande maioria, dentro do próprio município. As estradas de acesso são consideradas boas, uma vez<br />

que são os próprios empresários fazem a manutenção das mesmas.<br />

O principal destino nacional da produção são os estados da região Sudeste, notadamente, São Paulo e<br />

Rio de Janeiro. No mercado de exportação a região asiática é sua maior compradora (Japão e China). O<br />

valor médio praticado pelas empresas para madeira serrada é R$ 1.555,71, sendo comercializadas<br />

desde espécies como ipê, cumaru, jatobá (alto e médio valor econômico) até espécies de lâmina, como<br />

sumaúma e paricá (baixo valor econômico).<br />

As empresas não possuem certificação de cadeia de custódia, tampouco da origem da madeira. No<br />

entanto, alguns empresários enxergam o mercado que podem atingir buscando a certificação, tanto<br />

para destino nacional como internacional.<br />

Os empresários do setor acreditam que Cotriguaçu possui potencial para manter a indústria florestal no<br />

município, mas acreditam que nem todos terão as mesmas oportunidades num futuro próximo (5-10<br />

anos). Comentam que o setor será definido nesse tempo e que, apenas as empresas que possuem área<br />

para exploração ou parcerias, permanecerão ativas. Com essa perspectiva, alguns empresários buscam<br />

alternativas econômicas, investindo, principalmente, na pecuária bovina.<br />

Embora o município possua reservas florestais, como a TI Escondido e os PE Igarapé do Juruena e PN<br />

Juruena, o município está suscetível ao desmatamento, como vem ocorrendo dentro do PA Nova<br />

Cotriguaçu. Acreditam que o manejo florestal é a melhor opção para conservar as florestas do<br />

município. Mas acreditam que isso só ocorrerá se a SEMA-MT estiver preparada tecnicamente para<br />

atender os pedidos de licenciamento de PMFS.<br />

RESTRIÇÕES AO MANEJO FLORESTAL E RECOMENDAÇÕES PARA SUA MELHORIA EM<br />

COTRIGUAÇU<br />

Quando discutimos as restrições ao manejo florestal, é preciso considerar três níveis hierárquicos<br />

determinados pelo poder de um empreendimento pontual em fazer melhorias. Desta forma, podemos<br />

definir restrições sistêmicas, estruturais e ao nível de companhia (individual). No nível sistêmico, temos<br />

barreiras ao manejo como o grau de burocracia no processo de licenciamento (altos custos de transação<br />

do manejo florestal), a política cambial desfavorável às exportações, ou os incentivos perversos para<br />

que a exploração ilegal se perpetue. Não há nada que os empreendimentos possam individualmente<br />

48


implementar neste nível para aprimorar. No nível estrutural existem ações que a empresa pode auxiliar,<br />

mas no geral também dependem do poder público. Entre tais ações estariam medias como a construção<br />

de uma estrada para o escoamento de produção, ou a melhoria de um porto que diminuísse embaraços<br />

em seu despacho. Outrossim, discutiremos mais detalhadamente as restrições ao nível da companhia,<br />

destacando:<br />

(i) Inexistência de áreas significativas sob PMFS que possam manter a produção no longo prazo. Em<br />

média, os PMFS visitados possuem um horizonte de uso que varia de 1-3 safras (POAs). Este é um<br />

cenário que não permite investimentos de longo prazo no manejo florestal e tampouco estimula a<br />

manutenção das áreas florestais exploradas no longo prazo. Ao mesmo tempo, há uma escassez de áreas<br />

privadas com florestas de boa qualidade que possam manter a produção municipal nos níveis atuais.<br />

Algumas esperanças existem, entretanto. Há evidências de que Cotriguaçu possua uma quantidade de<br />

áreas florestais não degradadas que possam sustentar a capacidade instalada da indústria local no<br />

longo prazo. Entretanto, há também evidências de que, para manter a sustentabilidade econômica do<br />

manejo florestal, os empreendimentos precisem adquirir tais áreas de forma gradativa, até que tenham<br />

uma quantidade de florestas suficientes para manter o manejo florestal no longo prazo.<br />

(ii) Escassez de ações de planejamento que permitam um melhor uso das florestas. Há duas escalas de<br />

atuação importantes neste item. Ao nível de empreendimento, o planejamento pré-exploratório e o uso<br />

de mapas na construção de infraestruturas e durante a exploração precisa ser incorporado aos sistemas<br />

atuais de exploração de forma a assegurar um melhor controle sobre o manejo. Ações de treinamento,<br />

além do apoio de técnicos e engenheiros florestais durante a exploração, podem ajudar neste sentido.<br />

Em seguida, há considerações ao nível municipal. Cotriguaçu vive um momento no qual, apesar de ainda<br />

haver disponibilidade de áreas florestais para manter a sustentabilidade da indústria local, diversos<br />

empresários estão também investindo em atividades relacionadas à conversão do uso da terra. Ações<br />

organizadas ao nível municipal são importantes para fomentar os empreendimentos (informação,<br />

treinamento, crédito) e planejar a evolução do setor florestal. É recomendável que o setor florestal e<br />

colaboradores locais de forma organizada possam fomentar o manejo florestal das empresas e<br />

monitorar a evolução do manejo no município.<br />

(iii) Limitação no nível de conhecimento técnico dos trabalhadores da exploração. É preciso iniciativas de<br />

treinamento e capacitação prática de trabalhadores (i.e., ajudantes, braçais e operadores) e gerentes de<br />

exploração para a execução do bom manejo. Tais medidas garantiriam uma melhoria gradativa do nível<br />

de manejo florestal em direção ao ideal. Também garantiria um efeito indireto de disseminação das<br />

boas práticas localmente, uma vez que trabalhadores de Cotriguaçu eventualmente seriam contratados<br />

em outros municípios. Finalmente, é preciso considerar com seriedade o papel de técnicos florestais<br />

devidamente treinados no acompanhamento operacional do manejo florestal, já que estes técnicos<br />

podem ir aprimorando as práticas cotidianamente. O Cenaflor (Centro Nacional de Apoio ao Manejo<br />

Florestal), órgão federal ligado ao Serviço Florestal Brasileiro, pode direcionar ações neste sentido.<br />

(iv) Adoção de medidas para a redução de danos. A principal delas, uma vez discutido o planejamento, é<br />

o corte de cipós. A aplicação desta prática tem de ser avaliada e, se necessária, deve ser feita um ano<br />

antes da exploração para diminuir os danos durante o corte. A adoção de cunhas durante o corte, o<br />

corte direcional e o teste do oco são outras medidas importantes de ser implementadas, mas seriam<br />

convenientemente reforçadas durante o treinamento discutido acima.<br />

(iv) Remoção de incentivos perversos ao aumento dos danos e desperdícios. Em geral, políticas de<br />

remuneração por produtividade causam incentivos para o aumento dos danos e desperdícios. É preciso<br />

avaliar estas políticas empresariais, presentes em pequena proporção nos empreendimentos florestais<br />

visitados em Cotriguaçu. Também deve ser avaliado se a carga de trabalho levemente acima do normal<br />

(8,6 horas diárias em Cotriguaçu em média) também afeta a ocorrência de danos e desperdícios.<br />

(v) Aumento do valor agregado das florestas. O aumento do valor agregado e o maior rendimento no<br />

processamento dos produtos florestais são fatores que diminuem a pressão sobre as florestas. É preciso<br />

49


avaliar se é possível a adoção de medidas relevantes neste sentido. Também é preciso avaliar se outros<br />

produtos são viáveis de exploração na região, destacando resíduos de exploração e da construção de<br />

infraestruturas florestais. Evidentemente, é também importante notar o papel que uma eventual<br />

remuneração por serviços ambientais poderia desempenhar como estratégia complementar ao manejo<br />

das florestas do município.<br />

Finalmente, a certificação florestal é uma ferramenta importante para o aumento do controle<br />

independente e do valor dos produtos florestais locais. Entretanto, é preciso que os empreendimentos<br />

apresentem uma melhoria na qualidade do manejo antes de investir em certificação. A experiência do<br />

<strong>IFT</strong> também demonstra que é preciso realizar oficinas de sensibilização com empresários (e<br />

eventualmente comunidades se estas se tornarem provedoras de matéria prima) para que sejam<br />

removidos os mitos relativos a certificação florestal comuns nos setores florestais locais na Amazônia.<br />

Uma das barreiras locais a certificação é, entretanto, a pequena participação do mercado internacional,<br />

notadamente europeu, no consumo da produção madeireira de Cotriguaçu (~1%). Desta forma, os<br />

atuais consumidores de madeira do município não costumam exigir uma melhoria do manejo florestal<br />

e, portanto, produção com certificação independente.<br />

(vi) Tratamentos silviculturais. Idealmente, a adoção de tratamentos silviculturais pode catalisar o<br />

crescimento da floresta explorada e garantir a continuidade da ocorrência de espécies sensíveis a<br />

exploração (como o caso do ipê, Tabebuia sp.) em futuros ciclos de corte. Entretanto, experimentos<br />

realizados na Amazônia tem frequentemente reportado a inviabilidade econômica da aplicação destes<br />

tratamentos em escala empresarial. É preciso estudar formas de incentivar sua adoção diante da<br />

intenção de conservar as florestas privadas locais no longo prazo. Entre os Planos visitados, por<br />

exemplo, é comum a prática de plantio de pupunha (Bactris sp.), principalmente nas áreas de<br />

infraestruturas. Este é um sistema que poderia ser mais bem testado em consórcio com outras espécies<br />

sensíveis a exploração nas áreas manejadas do município.<br />

SÍNTESE E CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS FINAIS<br />

Há evidências de existir área privada com baixo nível de degradação florestal em Cotriguaçu<br />

suficiente para manter a capacidade instalada do município, até mesmo considerando certa<br />

expansão no curto prazo, de forma sustentável. Para isto, existem dois desafios óbvios.<br />

Primeiro, é preciso que os empreendedores locais tenham a percepção de que investimentos<br />

no setor florestal são interessantes economicamente vis-a-vis outras atividades de uso da<br />

terra. Segundo, é preciso que haja incentivos à melhoria no parque industrial local para fazer<br />

uso mais eficiente da matéria-prima. Por exemplo, tomando 2009 como base (rendimento de<br />

26,5% e consumo de 117 mil m 3), caso houvesse uma melhoria de rendimento total de 10%, a<br />

mesma produção poderia ser originada com uma diminuição de 1500 hectares anuais de<br />

florestas exploradas. A melhoria de tecnologia de processamento local também levaria a uma<br />

maior diversificação da produção do município e aumentaria a rentabilidade do manejo.<br />

Dentre os incentivos, é importante frisar as políticas de treinamento, fomento florestal e<br />

crédito. A primeira estimularia uma diminuição dos desperdícios provocados pela exploração,<br />

aumento dos rendimentos operacionais na floresta e menores danos na área explorada, com<br />

consequentes aumentos na rentabilidade e no valor futuro da floresta. O fomento estimularia<br />

ações florestais como o reflorestamento, considerando que a área reflorestada no município<br />

ainda é desprezível (< 0,2% em 2007) e esta estratégia pode ser importante para<br />

complementar o suprimento de empresas no médio prazo (principalmente laminadoras). O<br />

terceiro incentivo poderia estimular empresas a apostar no manejo florestal no longo prazo<br />

se taxas de juros pequenas puderem ser adquiridas (simulações realizadas neste trabalho<br />

revelaram que pode ser inviável a um empreendimento adquirir áreas extensas de florestas<br />

no tempo zero para fazer o manejo florestal com taxas de juros superiores a 5% a.a.).<br />

50


O manejo florestal praticado atualmente no município é de qualidade regular, e precisa de<br />

melhorias. Claramente, o nível de adoção de manejo florestal atual não é capaz de garantir<br />

que as áreas exploradas tenham bom potencial produtivo no início do segundo ciclo de corte<br />

(25-30 anos). Desta forma, há indícios de que a cultura florestal local atual, no longo prazo,<br />

somado aos grandes entraves estruturais e burocráticos ao manejo florestal, reforcem os<br />

incentivos perversos para a conversão de florestas à agropecuária e coloquem Cotriguaçu nos<br />

mesmos rumos adotados por tantos outros municípios da Amazônia baseados em modelos de<br />

desenvolvimento insustentáveis.<br />

O pagamento por serviços ambientais pode desempenhar um importante papel<br />

complementar ao manejo florestal pela conservação de florestas. Entretanto, esta ainda é uma<br />

mensagem que não está clara junto aos empresários, que acreditam que este mecanismo será<br />

capaz de remunerá-los completamente pela missão de conservação.<br />

O setor madeireiro organizado e os demais parceiros do projeto podem atuar em programas<br />

que incentivem a adoção do manejo florestal local e em sua melhoria. Um dos primeiros<br />

campos de atuação é na diminuição dos custos de transação do manejo florestal, garantindo<br />

que os empreendimentos florestais locais possam obter licenciamento mais rápido diante de<br />

certos compromissos assumidos pelos empresários e pelos parceiros. Um programa de<br />

incentivos bem sucedido pode monitorar eficientemente a qualidade do manejo florestal no<br />

município e buscar instrumentos de mercado interessados em estimular a produção<br />

originada sob tais princípios.<br />

51


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

Holmes, T., G.M. Blate, J.C. Zweede, R.J. Pereira, P. Barreto, F. Boltz, e R. Bauch. 2002. Custos e<br />

Benefícios Financeiros da Exploração Florestal de Impacto Reduzido em Comparação à<br />

Exploração Florestal Convencional na Amazônia Oriental. Belém. <strong>IFT</strong>. 2006. Disponível em<br />

http://www.inteligentesite.com.br/sistemas/ift/arquivos_download.asp<br />

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. 2000. Censo Demográfico e Contagem da<br />

População. Disponível em: http://www.sidra.ibge.gov.br/. Data de acesso: 05/11/2010<br />

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE Cidades. 2005. Histórico do Município de<br />

Cotriguaçu. Disponível em http://www.ibge.gov.br/cidadesat. Consultado em 14/11/2009.<br />

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE SIDRA. Produção da Extração Vegetal e da<br />

Silvicultura; Pesquisa Pecuária Municipal. Disponível em: http://www.sidra.ibge.gov.br/. Data<br />

de acesso: 05/11/2010<br />

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE (2010) Desmatamento nos municípios. Disponível<br />

em http://www.dpi.inpe.br/prodesdigital/prodesmunicipal.php. Consultado em 08/11/2010.<br />

Lentini, M.; Veríssimo, A.; Sobral L. 2005. Fatos florestais da Amazônia 2003. Belém: Imazon. 110 p.<br />

Lentini, M.; Pereira, D.; Celentano, D. & Pereira, R. 2005. Fatos florestais da Amazônia 2005. Belém:<br />

Imazon. 104 p.<br />

Pereira, D.; Santos, D.; Vedoveto M.; Guimarães, J.; Veríssimo, A. 2010. Fatos florestais da Amazônia<br />

2010. Belém: Imazon: SFB. 126 p.<br />

SFB & IMAZON. 2010. A atividade madeireira na Amazônia brasileira: produção, receita e<br />

mercados. Belém: SFB: Imazon. 32 p.<br />

Shimizu, J.Y., Klein, H., Oliveira, J.R.V. 2007. Diagnóstico das plantações florestais em Mato Grosso<br />

2007. Central de Texto. Cuiabá, 66p.<br />

Veríssimo, A.; Lima, E.; Lentini, M. 2002. Pólos Madeireiros do Estado do Pará. Belém: Imazon. 75 p.<br />

Endereços eletrônicos dos sítios eletrônicos consultados:<br />

SEMA-MT http://www.sema.mt.gov.br/<br />

SISFLORA http://monitoramento.sema.mt.gov.br/sisflora/<br />

SIMLAM http://monitoramento.sema.mt.gov.br/simlam/<br />

INPE http://www.inpe.br/<br />

CIPEM http://www.cipem.org.br/novo/<br />

SEFAZ http://www.sefaz.mt.gov.br/lpm/consulta/lpmvigente/consultar<br />

IBGE Cidades http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1<br />

IBGE SIDRA http://www.sidra.ibge.gov.br<br />

52


ANEXOS<br />

ANEXO 1. EMPREENDIMENTOS DE PROCESSAMENTO DA MADEIRA MAPEADOS DURANTE O<br />

LEVANTAMENTO EM CAMPO.<br />

№ Empresa Responsável Endereço Contato Observação<br />

01<br />

MR Madeiras. Madeireira<br />

Richter Ltda<br />

02 Global Madeiras Ltda<br />

03<br />

04<br />

05<br />

06<br />

07<br />

Z2M Indústria e<br />

Comércio de Madeira<br />

João Claudio Rodrigues<br />

Cia Ltda<br />

Berwanger Indústria e<br />

Comércio de Madeiras<br />

Madeireira São Geraldo<br />

Ltda<br />

Vale do Juruena<br />

Agroflorestal Ltda<br />

Artemio Richter<br />

Fernando Rodrigo<br />

Bianchi<br />

Hélio Moreira<br />

Edson Hedler<br />

Venisio Henrique<br />

Berwanger<br />

Gilberto Antônio<br />

Leidentz<br />

Vitor Elisio<br />

Poltronieri<br />

08 E.J. Wagner Madeiras Eloy José Wagner<br />

09<br />

Madeireira Alto do<br />

Juruena Ltda -EPP<br />

Sidnei Gonçalo<br />

de Arruda<br />

Estrada 3ª Vicinal Leste, s/n - Lote<br />

02 - Quadra 04 - Setor Industrial.<br />

Estrada 3ª Vicinal Leste - Setor<br />

das Chácaras - Chácara n. 21<br />

Estrada 3ª Vicinal Leste, s/n, km<br />

1,5<br />

Estrada 3ª Vicinal Leste, s/n, km<br />

03 - Setor das Chácaras - Setor<br />

Industrial .<br />

Estrada 3ª Vicinal Leste, s/n -<br />

Quadra 01 - Setor das Chácaras -<br />

Chácara n. 05<br />

Rua Guido Drehmer, n. 280, Setor<br />

Industrial<br />

Estrada 7ª Vicinal Oeste, s/n -<br />

Setor Industrial<br />

Av. 20 de Dezembro, s/n - Setor<br />

Industrial<br />

Av. 20 de Dezembro, s/n - Setor<br />

Industrial<br />

(66) 3555-<br />

1141/3555-1290<br />

Entrevistada<br />

(66) 3555-1227 Entrevistada<br />

(66) 3555-1787 Entrevistada<br />

(66) 3555-1441 Entrevistada<br />

(66) 8432-4149 Entrevistada<br />

(66) 3555-1541 Entrevistada<br />

(66) 3555-<br />

110/1101/1139<br />

(66) 3555-<br />

1205/1193<br />

(66) 3555-<br />

1583/1657/1518<br />

Entrevistada<br />

Entrevistada<br />

Entrevistada<br />

10 Não identificado Paulo Agostini - - Desativada<br />

11 I. Mazzochio - ME Oldir Mazzochio<br />

Rua Rosa Giliolli, n. 350 - Setor<br />

Industrial<br />

(66) 3555-<br />

1659/1109<br />

Entrevistada<br />

12 Madeireira Treittinger Wener - - Desativada<br />

13<br />

J. V. N. Industria<br />

Comércio de Madeiras<br />

Ltda<br />

João Fay Neves<br />

Rua I-4 - s.n. - Setor Industrial. CEP<br />

78.330-000<br />

- Desativada<br />

14 MR Garlet E.P.P. - - - Desativada<br />

15<br />

16<br />

17<br />

Leste Internacional<br />

Importação E Exportação<br />

Ltda<br />

Madeireira Raio de Luz<br />

Ltda - ME<br />

Aléssio Indústria e<br />

Comércio de Madeira<br />

Jair Martins<br />

Jacinto<br />

Neudi Martini<br />

Adilar J.<br />

Lunardelli<br />

Rua Irmão Lusa - Lote 07 - Quadra<br />

03 - s/n - Setor Chácaras<br />

Estrada 3ª Vicinal, s/n - Chácara<br />

20, Quadra 03 - Setor das<br />

Chácaras<br />

Localidade de Ouro Verde dos<br />

Pioneiros, 78.331-000. Cotriguaçu<br />

(66) 3555-1263/<br />

1422<br />

(66) 3555-1840<br />

(66) 3553-3583/<br />

3587-1003/ 3587-<br />

Proprietário<br />

ausente<br />

Proprietário<br />

ausente<br />

Proprietário<br />

ausente<br />

53


№ Empresa Responsável Endereço Contato Observação<br />

18<br />

Ltda 1056<br />

Indústria e Comércio de<br />

Madeiras CL<br />

Vanderlei João<br />

Naue<br />

19 Madeireira Naue Ivo Arnoldo Naue<br />

20<br />

Madeireira Rondonorte<br />

Ltda<br />

Claudio<br />

21 Paulo Madeiras Ltda Paulo Agostini<br />

22<br />

Vale do Juruena<br />

Agroflorestal Ltda<br />

Vitor Elisio<br />

Poltronieri<br />

23 J.C.R. Madeiras Ltda Ederson Riedel<br />

24<br />

25<br />

26<br />

27<br />

28<br />

Jacareaçu Industria e<br />

Comercio de Madeiras<br />

Ltda<br />

Laminados Nova União<br />

Ltda<br />

Renascença Woods<br />

Importação e Exportação<br />

Ltda<br />

Prante Indústria e<br />

Comercio de Madeiras<br />

Ltda<br />

Madeireira Bosque do<br />

Oeste Ltda - EPP<br />

Fernando J.<br />

Negrisoli<br />

Carolina Schuck<br />

Cássio Roberto<br />

Gradela<br />

Elvis Albino<br />

Prante<br />

-<br />

Av. Principal, s/n - Setor Industrial<br />

Distrito de Nova União<br />

Av. Principal, s/n - Setor<br />

Industrial. Nova União<br />

Av. Marechal Rondon, s/n - Setor<br />

Industrial - Nova União<br />

Estrada Linha12, s/n - Distrito de<br />

Nova União<br />

Estrada Linha 12, km 14 - Distrito<br />

de Nova União<br />

Linha 06, Setor Industrial -<br />

Distrito de Nova União<br />

Linha Jacaré, s/n, km20 - Distrito<br />

de Nova União<br />

Estrada para Jacaré, s/n - Distrito<br />

de Nova União<br />

Linha 06, s/n - Setor Industrial -<br />

Distrito de Nova União<br />

Avenida Principal, s/n - Vila de<br />

Nova Esperança - Distrito de Nova<br />

União<br />

Estrada 3ª Vicinal Leste - Setor das<br />

Chácaras - Chácara n. 20<br />

(66) 3527-<br />

1016/1052<br />

Entrevistada<br />

(66) 3527-1010 Entrevistada<br />

(66) 3527-1027 Entrevistada<br />

-<br />

(66) 3555-<br />

110/1101/1139<br />

Proprietário<br />

ausente<br />

Entrevistada<br />

- Desativada<br />

(66) 3571-1356<br />

Proprietário<br />

não quis dar<br />

entrevista<br />

(66) 3556-4531 Desativada<br />

(66) 3527-1068 Desativada<br />

- Entrevistada<br />

- Desativada<br />

54


ANEXO 2. INFORMAÇÕES DOS EMPREENDIMENTOS VISITADOS QUE REALIZAM<br />

EXPLORAÇÃO FLORESTAL NO MUNICÍPIO DE COTRIGUAÇU-MT.<br />

№ Empresa Responsável Endereço Contato<br />

01 MR Madeiras. Madeireira<br />

Richter Ltda<br />

02 João Claudio Rodrigues Cia<br />

Ltda<br />

03 Berwanger Indústria e<br />

Comércio de Madeiras<br />

04 Vale do Juruena Agroflorestal<br />

Ltda<br />

Artemio Richter Estrada 3ª Vicinal Leste, s/n - Lote 02 -<br />

Quadra 04 - Setor Industrial.<br />

Edson Hedler Estrada 3ª Vicinal Leste, s/n, km 03 -<br />

Setor das Chácaras - Setor Industrial .<br />

Venisio Henrique<br />

Berwanger<br />

Estrada 3ª Vicinal Leste, s/n - Quadra 01 -<br />

Setor das Chácaras - Chácara n. 05<br />

Vitor Elisio Poltronieri Estrada 7ª Vicinal Oeste, s/n - Setor<br />

Industrial<br />

(66) 3555-1141/<br />

3555-1290<br />

(66) 3555-1441<br />

(66) 8432-4149<br />

(66) 3555-<br />

110/1101/1139<br />

05 E.J. Wagner Madeiras Eloy José Wagner Av. 20 de Dezembro, s/n - Setor Industrial (66) 3555-<br />

1205/1193<br />

06 Madeireira Alto do Juruena<br />

Ltda -EPP<br />

Sidnei Gonçalo de<br />

Arruda<br />

Av. 20 de Dezembro, s/n - Setor Industrial (66) 3555-<br />

1583/1657/1518<br />

07 I. Mazzochio - ME Oldir Mazzochio Rua Rosa Giliolli, n. 350 - Setor Industrial (66) 3555-<br />

1659/1109<br />

08 Leste Internacional<br />

Importação E Exportação Ltda<br />

Jair Martins Jacinto Rua Irmão Lusa - Lote 07 - Quadra 03 -<br />

s/n - Setor Chácaras<br />

09 Depósito de Madeira Torres Oziel Estrada 3ª Vicinal Leste, s/n - Setor<br />

Chácaras<br />

(66) 3555-1263/<br />

1422<br />

(66) 3555-2013/<br />

8432-4101<br />

55


ANEXO 3. MAPEAMENTO DOS EMPREENDIMENTOS DE PROCESSAMENTO DA MADEIRA EM<br />

TORA E DOS PLANOS DE MANEJO FLORESTAL NO MUNICÍPIO DE COTRIGUAÇU-MT.<br />

56


ANEXO 4. EXEMPLOS DE TECNOLOGIA EMPREGADAS NAS EMPRESAS MADEIREIRAS DE<br />

COTRIGUAÇU, SAFRA 2009-10 12 .<br />

Serra de Fita<br />

Plaina<br />

Laminadora/torno<br />

12 Crédito das fotos: <strong>IFT</strong> 2010.<br />

Serra de Fita<br />

Plaina<br />

Faqueadora<br />

57


Serra circular<br />

Serra circular<br />

Serra circular<br />

Serra circular<br />

Secadora de madeira laminada<br />

Serra circular<br />

58


Carregadeira<br />

Caldeira a resíduo madeireiro<br />

Vista geral de uma madeireira<br />

Carregadeira<br />

Estufa de secagem artificial da madeira<br />

Caminhão de transporte de madeira<br />

59


ANEXO 5. CLASSIFICAÇÃO DOS EMPREENDIMENTOS DE PROCESSAMENTO DA MADEIRA EM TORA CONFORME CONSUMO ANUAL NO<br />

MUNICÍPIO DE COTRIGUAÇU.<br />

60


CARTA DE APRESENTAÇÃO<br />

DIAGNÓSTICO DO SETOR FLORESTAL DE COTRIGUAÇU - MT<br />

Considerando a importância que a Amazônia possui hoje em escala global, em uma iniciativa<br />

inovadora voltada a buscar incentivos econômicos para a conservação de florestas tropicais, o<br />

Governo do estado de Mato Grosso, o Instituto Centro de Vida (ICV) e a The Nature Conservancy<br />

(TNC) estão desenvolvendo um projeto piloto de REDD+ na região Noroeste de Mato Grosso. Essa<br />

região é de prioridade altíssima para aplicar o mecanismo de REDD, considerando a forte pressão de<br />

desmatamento e de degradação florestal e o grande estoque florestal que ainda detém, bem como<br />

sua grande diversidade de atores e de usos da terra.<br />

No escopo deste projeto, o Instituto Floresta Tropical (<strong>IFT</strong>) está desenvolvendo um diagnóstico do<br />

setor florestal de Cotriguaçu - MT que servirá como informação base na discussão e implementação<br />

do projeto REDD+.<br />

O que é REDD e REDD+? Redução de Emissões por Degradação e Desmatamento - REDD é um<br />

mecanismo criado para países em desenvolvimento diminuirem suas emissões através do<br />

desmatamento evitado e da degradação florestal mediante compensação financeira. O REDD+<br />

inclui o incentivo a atividades de manejo florestal sustentável e de florestamentos e<br />

reflorestamentos.<br />

Quem são estas instituições? O <strong>IFT</strong> é o único centro independente de promoção e aprimoramento<br />

do manejo florestal na Amazônia Brasileira, estando fortemente pautado em atividades de<br />

fortalecimento do capital social através de capacitação e treinamento. O ICV é um instituto que<br />

promove a sustentabilidade e a qualidade de vida através de estudos e ações que favoreçam a<br />

conservação ambiental, o fortalecimento da cidadania e a harmonia entre sociedade e natureza,<br />

com atuação na Amazônia Meridional. A TNC é uma instituição com a missão de promover a<br />

conservação e preservação dos recursos naturais e que atua em diversos ecossistemas no Brasil e<br />

do exterior.<br />

Quais as fases deste projeto? Nesta primeira fase do projeto, o <strong>IFT</strong> está incumbido de apoiar os<br />

demais parceiros do projeto na realização de um diagnóstico do setor florestal de Cotriguaçu,<br />

levantando informações sobre as empresas madeireiras que atuam no município e nas áreas de<br />

entorno, além de entender a situação dos planos de manejo florestal e as dificuldades na<br />

implementação do manejo florestal no município. Tais informações serão importantes para que,<br />

em um segundo momento, seja possível elaborar estratégias para ampliar as áreas de manejo<br />

florestal, assegurando a conservação florestal, e subsidiando a preparação do projeto de REDD+<br />

para o município de Cotriguaçu.<br />

Confidencialidade. O <strong>IFT</strong>, ICV e TNC possuem um código de ética que garante que as informações<br />

fornecidas pelas empresas e detentores dos Planos de Manejo Florestal não serão divulgadas de<br />

forma individual. Ao invés disso, relatórios que contém uma compilação dos principais pontos<br />

levantados no diagnóstico serão disponibilizados para toda a sociedade local. O ICV e <strong>IFT</strong><br />

organizarão também reuniões e seminários locais para o repasse das informações levantadas.<br />

Para mais informações, sugestões e comentários, por favor, contate o <strong>IFT</strong> ou o ICV:<br />

Instituto Floresta Tropical - <strong>IFT</strong><br />

Ana Luiza Violato Espada<br />

Rua dos Mundurucus, 1613<br />

CEP 66025-660. Belém, Pará<br />

Fone/Fax (91) 3202-8300/8310<br />

E-mail: anaviolato@ift.org.br<br />

Site: www.ift.org.br<br />

Instituto Centro de Vida - ICV<br />

Renato Farias<br />

Av. Ariosto da Riva, 3473, Centro<br />

CEP 78580-000. Alta Floresta, Mato Grosso.<br />

Fone: (66) 3521-8555/7754<br />

E-mail: renato.farias@icv.org.br<br />

Site: www.icv.org.br


Diagnóstico do Setor Florestal de Cotriguaçu – MT<br />

Questionário 1: Empresas<br />

# Questionário __________________ Coordenadas empresa ____° ____’ ____” S ____° ____’ ____” W<br />

DADOS GERAIS Nome da Empresa ____________________________________________<br />

Nome Proprietário _______________________________ Tempo de atuação do proprietário no setor (anos)________<br />

Origem do proprietário (cidade e estado) _______________________________________________<br />

Nome do informante _________________________________________ Função na empresa ___________________<br />

Endereço __________________________________________________ Cotriguaçu Outro ________________<br />

Fone/Fax ( ____ ) ______________________ E-mail______________________________________<br />

Condição administrativa? Matriz Filial Sede única ________________________________<br />

TIPO DE EMPRESA Ano de instalação? _____________<br />

Tipo empresa: Serraria Laminadora Faqueadeira Fáb. Compensados Outros ___________<br />

Atividades: Exploração Transporte (toras) Processamento primário (peças construção)<br />

Processamento secundário Outros __________________________________________<br />

Funcionários Próprios Terceirizados<br />

Linha de produção<br />

Administrativo<br />

Floresta<br />

Equipamentos Serra de fita Qtidade _______ Tamanho da serra (m) ______ Idade _______<br />

(Focar nos Plainas de madeira Qtidade _______ Finalidade _____________________________<br />

equipamentos Equipamentos de apoio Serras circulares, múltiplas, etc. Outros ___________________<br />

próprios da Estufas para secagem artificial com uso de caldeiras _________________________________<br />

empresa) Equipamentos para a geração de energia para a indústria _____________________________<br />

PRODUÇÃO MADEIREIRA<br />

Serrarias pequenas: Serra circular SFT horizontal Induspan Outros _____________<br />

Laminadoras, torneadoras, ou facas para laminação______________________________________<br />

Produtos Serrados Beneficiados ( pisos, forros, S4S, decking, esquadrias, ___________)<br />

Produção Madeireira<br />

(em m³ geométricos)<br />

Laminados e faqueados Compensados Outros ____________________________________<br />

2009 2010<br />

(previsão)<br />

Pág. 1<br />

Rendimento processado/tora<br />

(%)<br />

Unidades<br />

Consumo de Tora (Nativa) - - - - - - - - m 3 /ano m 3 /mês<br />

Madeira serrada m 3 /ano m 3 /mês<br />

Madeira beneficiada m 3 /ano m 3 /mês<br />

Laminados e faqueados m 3 /ano m 3 /mês<br />

Quantos % da capacidade da empresa são (foram) utilizados? 2008 (____%) 2009 (____%) 2010 (____%)<br />

Há certificação da cadeia de custória da empresa? Sim (__________________) Não<br />

Quantos meses por ano a empresa funciona? _________________<br />

Data ______ /______ /2010<br />

PA


Composição estimada produção: spp. alto valor ____% spp. médio valor ____% spp. baixo valor ____%<br />

A empresa realiza o re-aproveitamento de sobras para fazer outros produtos? Sim (__________________) Não<br />

Qual a fonte de energia do processamento da madeira em tora? Rede pública Termoelétrica - resíduos<br />

ORIGEM DA<br />

Caldeira (resíduo de madeira) Motor a diesel Outros _______________________________<br />

MATÉRIA-PRIMA<br />

% do consumo total<br />

Quem realiza a<br />

exploração?<br />

Tipo de exploração<br />

Localização das áreas<br />

Situação fundiária<br />

A empresa ______ %<br />

Terceiros ______ %<br />

PMF ______ %<br />

Desmatamento (PEF) ______ %<br />

Reflorestamentos ______ %<br />

Área na qual se origina matéria prima da indústria<br />

(% da matéria prima consumida pela indústria)<br />

Próprias Terceiros<br />

Outros ________________ ______ %<br />

Cotriguaçu ______ %<br />

Outros __________________ ______ %<br />

Privada definida ______ %<br />

Privada indefinida ______ %<br />

Área pública ______________ ______ %<br />

QUESTÕES SE A EMPRESA UTILIZA MADEIRA ORIUNDA DE PMF<br />

Pág. 2<br />

A empresa ______ %<br />

Terceiros ______ %<br />

PMF ______ %<br />

Desmatamento (PEF) ______ %<br />

Reflorestamentos ______ %<br />

Outros ________________ ______ %<br />

Cotriguaçu ______ %<br />

Outros __________________ ______ %<br />

Privada definida ______ %<br />

Privada indefinida ______ %<br />

Área pública ______________ ______ %<br />

PMF 1 Detentor Própria empresa Proprietário Terceiros (nome) _______________________<br />

Área total do Plano ______ Área do Plano sob manejo ______<br />

Localização do Plano (município) Cotriguaçu Outros __________________________________<br />

Área POA atual _______ Número de POAs previstos______<br />

Sistema de exploração Mecanizado ( Skidder Trator esteiras Girico) Outro ________________<br />

Número de trabalhadores __________ Custo da exploração R$/m 3 ___________<br />

PMF 2 Detentor Própria empresa Proprietário Terceiros (nome) _______________________<br />

Área total do Plano ______ Área do Plano sob manejo ______<br />

Localização do Plano (município) Cotriguaçu Outros __________________________________<br />

Área POA atual _______ Número de POAs previstos______<br />

Sistema de exploração Mecanizado ( Skidder Trator esteiras Girico) Outro ________________<br />

Número de trabalhadores __________ Custo da exploração R$/m 3 ___________<br />

PMF 3 Detentor Própria empresa Proprietário Terceiros (nome) _______________________<br />

Área total do Plano ______ Área do Plano sob manejo ______<br />

Localização do Plano (município) Cotriguaçu Outros __________________________________<br />

Área POA atual _______ Número de POAs previstos______<br />

Sistema de exploração Mecanizado ( Skidder Trator esteiras Girico) Outro ________________<br />

Número de trabalhadores __________ Custo da exploração R$/m 3 ___________<br />

PA


Temos permissão para visitar seu PMF (se for o caso?) Sim Não. Por que? _______________________________<br />

________________________________________________________________________________________________<br />

TRANSPORTE DA MATÉRIA PRIMA (focar nos PMF, se não nas demais áreas exploradas)<br />

Área<br />

(p.ex., PMF1)<br />

Distância (km) Composição do acesso<br />

MERCADO (destacar apenas principais espécies e preços típicos)<br />

Asfalto ________ km % do total<br />

Piçarra ________ km % do total<br />

Estrada suja ________ km % do total<br />

Outros ________ km % do total<br />

Asfalto ________ km % do total<br />

Piçarra ________ km % do total<br />

Estrada suja ________ km % do total<br />

Outros ________ km % do total<br />

Asfalto ________ km % do total<br />

Piçarra ________ km % do total<br />

Estrada suja ________ km % do total<br />

Outros ________ km % do total<br />

Asfalto ________ km % do total<br />

Piçarra ________ km % do total<br />

Estrada suja ________ km % do total<br />

Outros ________ km % do total<br />

Pág. 3<br />

Custo de frete<br />

1: R$/m 3 2: R$/m 3 .km<br />

__________ 1 2<br />

__________ 1 2<br />

__________ 1 2<br />

__________ 1 2<br />

Destino e compradores Descrição Principais espécies Preços típicos (R$/m 3 FOB)<br />

Local ____%<br />

Compradores<br />

Consumidor Final (_____%)<br />

Outros ________________<br />

______________________<br />

______________________<br />

(_____%)<br />

Nacional ____%<br />

Compradores<br />

Consumidor Final (_____%)<br />

Outros ________________<br />

______________________<br />

______________________<br />

(_____%)<br />

Exportação ____%<br />

Compradores<br />

Consumidor Final (_____%)<br />

Outros ________________<br />

______________________<br />

______________________<br />

(_____%)<br />

Principais municípios<br />

1. __________________<br />

2. __________________<br />

3. __________________<br />

4. __________________<br />

Principais estados<br />

SP _____%<br />

(____) ____%<br />

(____) ____%<br />

Principais países<br />

1. __________ (_____)%<br />

2. __________ (_____)%<br />

3. __________ (_____)%<br />

Angelim<br />

Cumaru<br />

Ipê<br />

Garapeira<br />

Jatobá<br />

___________________<br />

___________________<br />

___________________<br />

___________________<br />

___________________<br />

Angelim<br />

Cumaru<br />

Ipê<br />

Garapeira<br />

Jatobá<br />

___________________<br />

___________________<br />

___________________<br />

___________________<br />

___________________<br />

Angelim<br />

Cumaru<br />

Ipê<br />

Garapeira<br />

Jatobá<br />

___________________<br />

___________________<br />

___________________<br />

___________________<br />

Pauta Próprio ______<br />

Pauta Próprio ______<br />

Pauta Próprio ______<br />

Pauta Próprio ______<br />

Pauta Próprio ______<br />

Pauta Próprio ______<br />

Pauta Próprio ______<br />

Pauta Próprio ______<br />

Pauta Próprio ______<br />

Pauta Próprio ______<br />

Pauta Próprio ______<br />

Pauta Próprio ______<br />

Pauta Próprio ______<br />

Pauta Próprio ______<br />

Pauta Próprio ______<br />

Pauta Próprio ______<br />

Pauta Próprio ______<br />

Pauta Próprio ______<br />

Pauta Próprio ______<br />

Pauta Próprio ______<br />

Pauta Próprio ______<br />

Pauta Próprio ______<br />

Pauta Próprio ______<br />

Pauta Próprio ______<br />

Pauta Próprio ______<br />

Pauta Próprio ______<br />

Pauta Próprio ______<br />

Pauta Próprio ______<br />

Pauta Próprio ______<br />

PA


CERTIFICAÇÃO. Qual o interesse de seus compradores em madeira certificada?<br />

Nenhum Apenas os de exportação Exportação e mercado nacional<br />

Observações __________________________________________________________________________________<br />

(Se detém PMF) Se houvesse algum tipo de apoio, a empresa se certificaria? Sim Não<br />

Por que? ____________________________________________________________________________________<br />

Se sim, qual o tipo de apoio necessário? _______________________________________________________________<br />

VARIÁVEIS ECONÔMICAS BÁSICAS<br />

(Se detém PMF) Qual o custo de elaboração e aprovação do PMF? ________ R$/m 3 R$/ha<br />

(Se detém PMF) Qual o custo médio da madeira em tora posta no pátio (R$/m 3 )? ________<br />

(Se não detém PMF) Qual o preço médio da madeira em tora posta no pátio na região (R$/m 3 )?<br />

espécies de alto valor ______ espécies de médio valor ______ espécies de baixo valor ______<br />

Qual o custo de processamento? ______ R$/m³ ( Tora Serrado)<br />

Quais os principais itens de custos do processamento em %? Mão-de-obra______ % Energia ______ %<br />

Manutenção ______ % Depreciação ______ % Impostos ______ % Outros ______________________ (______ %)<br />

TENDÊNCIAS DO SETOR E IMPLICAÇÕES PARA MANEJO FLORESTAL<br />

Quais os investimentos que a empresa ou o proprietário estão realizando atualmente?<br />

setor florestal ( indústria equipamentos floresta áreas) pecuária outros __________________<br />

Comentários ______________________________________________________________________________________<br />

O que está acontecendo com o setor florestal de Cotriguaçu (desafios e perspectivas)?<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

O que falta para desenvolver o setor florestal local?<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

(Se detém PMF). O que pretende fazer quando seu PMF (ou o da empresa) terminar?<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

(Se detém PMF). O que fará com a RL da área de manejo que vem sendo utilizada pela empresa?<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

Cotriguaçu pode manter a produção sustentada em manejo florestal no longo prazo? Por que?<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

O que acha que deve ser feito para conservar as florestas que ainda restam em Cotriguaçu e arredores?<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

COMENTÁRIOS LIVRES (anotar no verso)<br />

Pág. 4<br />

<br />

PA


# Questionário __________________<br />

Diagnóstico do Setor Florestal de Cotriguaçu – MT<br />

Questionário 2: Planos de Manejo Florestal<br />

Localização do PMF ________________________________________________________________________________<br />

DADOS GERAIS Nome da Empresa (se detentora) ______________________________________________<br />

Nome Detentor ____________________________________________ Tempo do detentor no setor (anos) ________<br />

Origem do detentor (cidade e estado) _______________________________________________<br />

Nome do informante _________________________________________ Função _____________________________<br />

Fone/Fax ( ____ ) ______________________ E-mail______________________________________<br />

DADOS SOBRE O PLANO DE MANEJO Engenheiro responsável ________________________<br />

Área total PMF (ha) _______ Área de efetivo manejo (ha) 1 _______<br />

Área POA atual (ha) (2009) _______ (2010) _______# de POAs previstos ________<br />

Reserva legal averbada? Sim Não. Se não, por que? ______________________________________________<br />

Produção atual (m 3 /safra) (2009) _________ (estimativa 2010) _________ (2008) _________<br />

Intensidade média (m 3 /ha) _____________ Época (meses) de exploração _____________ a _____________<br />

Existe algum fator limitando a exploração? Sim Não. Se sim, o que? _____________________________________<br />

________________________________________________________________________________________________<br />

Quem faz os mapas de exploração? _____________________________________________________<br />

SISTEMA DE EXPLORAÇÃO<br />

# Atividade Executor Sistema Equipamentos/insumos Produtividade média<br />

A<br />

B<br />

C<br />

D<br />

E<br />

F<br />

Inventário e<br />

Delimitação<br />

Corte de Cipós?<br />

Durante o<br />

inventário?<br />

Sim Não<br />

Planejamento de<br />

estradas e<br />

infraestruturas?<br />

Construção de<br />

estradas<br />

Planejamento de<br />

arraste?<br />

Corte<br />

Traçamento junto<br />

ao corte? Sim<br />

Não<br />

G Arraste<br />

H Transporte<br />

Própria<br />

Terceirizada<br />

Própria<br />

Terceirizada<br />

Própria<br />

Terceirizada<br />

Própria<br />

Terceirizada<br />

Própria<br />

Terceirizada<br />

Própria<br />

Terceirizada<br />

Própria<br />

Terceirizada<br />

Própria<br />

Terceirizada<br />

1 Excluindo APPs, reservas absolutas, entre outros.<br />

Precisão (GPS)<br />

Convencional (X e Y)<br />

Outro ____________<br />

Sim Não NA<br />

Pág. 1<br />

Quantos GPS? ______<br />

Quantas bússolas? ______<br />

Sim Não Mapas? Sim Não<br />

Esteiras<br />

Outro ____________ NA<br />

Sim Não Mapas? Sim Não<br />

1+1<br />

(motosserrista+ajudante)<br />

1+2 (motosserrista+2<br />

ajudantes)<br />

2+0 (2 motosserristas)<br />

Outro ____________<br />

Máquina (sem<br />

ajudantes)<br />

Máquinas (com<br />

ajudantes) Quantos?<br />

____________<br />

Motosserras ________<br />

Cunhas? Sim Não<br />

Skidder<br />

Track skidder + Skidder<br />

Esteiras<br />

Girico<br />

Catraca<br />

Outro ____________<br />

NA NA<br />

Data ______ /______ /2010<br />

______<br />

ha/dia _____<br />

ignorar se feito durante<br />

o IF<br />

______<br />

ha/dia _____<br />

______<br />

ha/dia _____<br />

______<br />

ha/dia _____<br />

______<br />

ha/dia _____<br />

______<br />

ha/dia árv./dia<br />

m 3 /dia _____<br />

______<br />

ha/dia árv./dia<br />

m 3 /dia _____<br />

PA


EQUIPE DE CAMPO Algum funcionário recebeu treinamento específico? Sim Não (se sim preencher última coluna)<br />

Quais os treinamentos oferecidos? (se sim a última pergunta)<br />

Treinamento na respectiva função SST Outros ___________________________________________________<br />

ID Função<br />

Terceirizado?<br />

#<br />

Carteira<br />

assinada?<br />

I Trabalhador Sim Não<br />

II Cozinheiro Sim Não<br />

III Ajudante cozinha Sim Não<br />

IV Motorista (extração) Sim Não<br />

V Motorista (caminhão) Sim Não<br />

VI Zelador acampamento Sim Não<br />

VII Identificador Sim Não<br />

VIII Ajudante corte Sim Não<br />

IX Ajudante arraste Sim Não<br />

X Motosserrista Sim Não<br />

XI Operador máquina Sim Não<br />

XII Gerente campo Sim Não<br />

XIII Técnico 1 Sim Não<br />

XIV Técnico 2 Sim Não<br />

XV Engenheiro (se exclusivo) Sim Não<br />

XVI<br />

XVII<br />

XVIII<br />

XIX<br />

XX<br />

XXI<br />

XXII<br />

Outros (listar)<br />

__________________<br />

__________________<br />

__________________<br />

__________________<br />

__________________<br />

__________________<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Sim Não<br />

Sim Não<br />

Sim Não<br />

Sim Não<br />

Sim Não<br />

Sim Não<br />

Sim Não<br />

Pág. 2<br />

Atividades<br />

(A, B, C...)<br />

_________<br />

_________<br />

_________<br />

_________<br />

_________<br />

_________<br />

Salários<br />

( Líquido Bruto)<br />

(anotar vários se houver<br />

variação por experiência)<br />

__________________<br />

__________________<br />

__________________<br />

__________________<br />

__________________<br />

__________________<br />

Treinamento 2<br />

(organização e<br />

ano)<br />

_______________<br />

_______________<br />

_______________<br />

_______________<br />

_______________<br />

_______________<br />

Funcionários são pagos durante todo o ano? Sim Não. Se não, por quantos meses? ______________________<br />

Durante a safra, qual o sistema de folgas? _______________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

Quantos dias de trabalho são então cumpridos por mês, em média? ______________________<br />

Qual a jornada de trabalho (quantas horas por dia)? __________________<br />

Os trabalhadores recebem adicional por produtividade? Se sim, quanto e como funciona? ______________________<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

Funcionários utilizam EPIs? Sim Não Listagem de EPIs________________________________________<br />

_____________________________________________________________________________________________<br />

2 Se treinamento for dado pela própria empresa sem instrutor externo, indicar “empresa” e ano (último ano se houveram vários).<br />

PA


EQUIPAMENTOS (apenas equipamentos não alugados)<br />

Item Qtidade<br />

Trator de esteiras<br />

Trator skidder<br />

Motoniveladora<br />

Carregadeira 1<br />

Carregadeira 2<br />

Caminhão<br />

Camionete (ou carro apoio)<br />

Motosserras<br />

EQUIPAMENTOS ALUGADOS<br />

Fabricante/Modelo/Ano<br />

(p.ex., CAT D6M 2000)<br />

Pág. 3<br />

# horas<br />

trabalhadas<br />

Estimativa de<br />

valor atual<br />

Item Qtidade<br />

Fabricante/Modelo/Ano<br />

(p.ex., CAT D6M 2000)<br />

Valor do aluguel<br />

Trator de esteiras _________ R$/h R$/______<br />

Trator skidder _________ R$/h R$/______<br />

Motoniveladora _________ R$/h R$/______<br />

Carregadeira 1 _________ R$/h R$/______<br />

Carregadeira 2 _________ R$/h R$/______<br />

Caminhão _________ R$/h R$/______<br />

Camionete (ou carro apoio) _________ R$/h R$/______<br />

_________ R$/h R$/______<br />

_________ R$/h R$/______<br />

CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E MANUTENÇÃO (se possível entrevistar o operador ou mecânico)<br />

Existe manutenção preventiva das máquinas e veículos? Sim Não<br />

Item<br />

Consumo<br />

(combustível)<br />

Trator de esteiras ______ l/_____<br />

Trator skidder ______ l/_____<br />

Motoniveladora ______ l/_____<br />

Carregadeira 1 ______ l/_____<br />

Carregadeira 2 ______ l/_____<br />

Caminhão ______ l/_____<br />

Camionete (ou carro apoio) ______ l/_____<br />

Motosserras ______ l/_____<br />

______ l/_____<br />

______ l/_____<br />

Consumo e tipo<br />

(lubrificantes)<br />

Peças trocadas na última safra<br />

(atenção com o # de pneus trocados por<br />

safra)<br />

PA


CONSUMO DE INSUMOS DE EXPLORAÇÃO EM UMA SAFRA 3 (informação secundária, mas seria importante coletar se possível)<br />

Insumo Qtdade utilizada Insumo Qtdade utilizada<br />

Apitos Plaquetas de inventário<br />

Bússolas Pregos<br />

Correntes de motosserra Sabres de motosserras<br />

Cunhas Sutas<br />

Facões e bainhas Tintas<br />

Fitas de sinalização Outras ferramentas<br />

Fitas diamétricas<br />

Foices<br />

Limas<br />

Marretas<br />

Placas de identificação<br />

Placas sinalização<br />

____________________________<br />

____________________________<br />

____________________________<br />

____________________________<br />

Pág. 4<br />

______________<br />

______________<br />

______________<br />

______________<br />

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES<br />

Qtidade de espécies exploradas ______. Principais espécies exploradas (desnecessário se puder ser obtida cópia de AUTEF)<br />

Angelim Cumaru Ipê Garapeira Jatobá<br />

Outras ___________________________________________________________________<br />

Qual é custo de combustíveis na região do empreendimento (diesel, gasolina, etc.) ____________________________<br />

Custo aferido de produção das toras (R$/m 3 ) ________________<br />

Entrega das toras com tal custo? Esplanada floresta Pátio Serraria. Distância (km) ______ Outro ____________<br />

Entrega das toras<br />

Esplanada floresta<br />

Pátio Serraria. Distância (km) ______<br />

Outro ____________<br />

Preço das toras (R$/m 3 )<br />

Spp. de alto valor<br />

(ex.,: __________)<br />

Spp. de médio valor<br />

(ex.,: __________)<br />

Práticas pós-exploratórias praticadas (como tratamentos silviculturais, PPs, plantios, experimentos, etc.)<br />

Spp. de baixo valor<br />

(ex.,: __________)<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

Sabe o preço da terra na região? (nua) ______ (com floresta) ______ Unidades: (R$/ha) (R$/alq.)<br />

Há acampamento na área florestal? Sim Não. Obs. ________________________________________________<br />

Qual a destinação dos resíduos do acampamento ________________________________________________________<br />

Existem medidas concretas contra incêndios florestais e invasões de terra?____________________________________<br />

________________________________________________________________________________________________<br />

Existem parcerias de pesquisa com universidades e instituição afins?__________________________________________<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

Existe aproveitamento de resíduos da exploração?________________________________________________________<br />

TENDÊNCIAS DO SETOR E IMPLICAÇÕES PARA MANEJO FLORESTAL<br />

O que acha que o detentor fará quando acabar a área para novos POAs? _____________________________________<br />

________________________________________________________________________________________________<br />

3 Não é preciso preencher se o detentor tiver uma lista de equipamentos usados em uma safra ou um controle de almoxarifado.<br />

PA


Quais as principais dificuldades na região para a implantação do MF? _________________________________________<br />

________________________________________________________________________________________________<br />

O que poderia ser feito para auxiliar nestas dificuldades? __________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

O que falta para desenvolver o setor florestal local?<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

O que acha que deve ser feito para conservar as florestas que ainda restam em Cotriguaçu e arredores?<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

COMENTÁRIOS LIVRES (anotar no verso)<br />

Pág. 5<br />

<br />

PA


Diagnóstico do Setor Florestal de Cotriguaçu – MT<br />

Ficha básica de avaliação dos Planos de Manejo Florestal<br />

Documentos POA PMFS # Questionário (mesmo número do questionário de PMF) ______<br />

disponíveis Mapas [ Pré-exploratório Base Corte Corte e arraste Pós-exploratório ]<br />

Coordenadas acampamento ou sede do PMF (se houver) ____° ____’ ____” S ____° ____’ ____” W<br />

A. Qualidade da informação e do macroplanejamento/zoneamento proporcionado pelos documentos providos<br />

(considerar as informações importantes para o manejo florestal)<br />

Bom (1) Regular (2) Ruim (3)<br />

Justificativas ______________________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

B. Qualidade do planejamento da exploração, escolha dos sistemas silviculturais e descrição das atividades no PMF e<br />

POAs (considerar as informações importantes para o manejo florestal)<br />

Bom (1) Regular (2) Ruim (3)<br />

Justificativas ______________________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

C. QUALIDADE DO PLANEJAMENTO E CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS<br />

Estruturas de drenagem nas estradas principal/de acesso bigodes caixa contenção valetas<br />

Comentários ______________________________________________________________________________________<br />

Coordenadas Tipo de infraestrutura Ponte<br />

____° ____’ ____” S<br />

____° ____’ ____” W<br />

____° ____’ ____” S<br />

____° ____’ ____” W<br />

____° ____’ ____” S<br />

____° ____’ ____” W<br />

____° ____’ ____” S<br />

____° ____’ ____” W<br />

____° ____’ ____” S<br />

____° ____’ ____” W<br />

____° ____’ ____” S<br />

____° ____’ ____” W<br />

Estrada principal<br />

Estrada de acesso<br />

Ponte<br />

Bueiro<br />

Estrada principal<br />

Estrada de acesso<br />

Ponte<br />

Bueiro<br />

Estrada principal<br />

Estrada de acesso<br />

Ponte<br />

Bueiro<br />

Estrada principal<br />

Estrada de acesso<br />

Ponte<br />

Bueiro<br />

Estrada principal<br />

Estrada de acesso<br />

Ponte<br />

Bueiro<br />

Estrada principal<br />

Estrada de acesso<br />

Ponte<br />

Bueiro<br />

Qualidade: 1 2 3<br />

Obs. ____________________________________________<br />

_________________________________________________<br />

Qualidade: 1 2 3<br />

Obs. ____________________________________________<br />

_________________________________________________<br />

Qualidade: 1 2 3<br />

Obs. ____________________________________________<br />

_________________________________________________<br />

Qualidade: 1 2 3<br />

Obs. ____________________________________________<br />

_________________________________________________<br />

Qualidade: 1 2 3<br />

Obs. ____________________________________________<br />

_________________________________________________<br />

Pág. 1<br />

Data ______ /______ /2010<br />

Qualidade: 1 2 3<br />

Obs. ____________________________________________<br />

_________________________________________________<br />

PA


Observações gerais _________________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

D. IDENTIFICAÇÃO DAS UPAS/UTS AVALIADAS PELA EQUIPE<br />

UPA/UT já explorada. Identificação da UPA/UT __________ Mês/Ano de exploração _____/______ (Seção E)<br />

UPA/UT sendo explorada. Identificação da UPA/UT __________ (Seção F)<br />

Atividades exploratórias já conduzidas Corte Construção infraestruturas Arraste Transporte<br />

Atividades exploratórias sendo conduzidas Corte Construção infraestruturas Arraste Transporte<br />

E. AVALIAÇÃO DE UPA/UT JÁ EXPLORADA<br />

E1. Avaliação dos tocos de exploração (avaliar um mínimo de 5 tocos por UT/UPA)<br />

Toco Coordenadas<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

____° ____’ ____” S<br />

____° ____’ ____” W<br />

____° ____’ ____” S<br />

____° ____’ ____” W<br />

____° ____’ ____” S<br />

____° ____’ ____” W<br />

____° ____’ ____” S<br />

____° ____’ ____” W<br />

____° ____’ ____” S<br />

____° ____’ ____” W<br />

UPA-UT ___________<br />

Qualidade: 1 2 3<br />

Obs. _____________________________<br />

_________________________________<br />

Qualidade: 1 2 3<br />

Obs. _____________________________<br />

_________________________________<br />

Qualidade: 1 2 3<br />

Obs. _____________________________<br />

_________________________________<br />

Qualidade: 1 2 3<br />

Obs. _____________________________<br />

_________________________________<br />

Qualidade: 1 2 3<br />

Obs. _____________________________<br />

_________________________________<br />

E2. Tamanho e conformidade dos pátios de estocagem<br />

Pátio Coordenadas<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

____° ____’ ____” S<br />

____° ____’ ____” W<br />

____° ____’ ____” S<br />

____° ____’ ____” W<br />

____° ____’ ____” S<br />

____° ____’ ____” W<br />

____° ____’ ____” S<br />

____° ____’ ____” W<br />

UPA-UT ___________<br />

Qualidade: 1 2 3<br />

Obs. _____________________________<br />

_________________________________<br />

Qualidade: 1 2 3<br />

Obs. _____________________________<br />

_________________________________<br />

Qualidade: 1 2 3<br />

Obs. _____________________________<br />

_________________________________<br />

Qualidade: 1 2 3<br />

Obs. _____________________________<br />

_________________________________<br />

Pág. 2<br />

UPA-UT ___________<br />

Qualidade: 1 2 3<br />

Obs. _____________________________<br />

_________________________________<br />

Qualidade: 1 2 3<br />

Obs. _____________________________<br />

_________________________________<br />

Qualidade: 1 2 3<br />

Obs. _____________________________<br />

_________________________________<br />

Qualidade: 1 2 3<br />

Obs. _____________________________<br />

_________________________________<br />

Qualidade: 1 2 3<br />

Obs. _____________________________<br />

_________________________________<br />

UPA-UT ___________<br />

Qualidade: 1 2 3<br />

Obs. _____________________________<br />

_________________________________<br />

Qualidade: 1 2 3<br />

Obs. _____________________________<br />

_________________________________<br />

Qualidade: 1 2 3<br />

Obs. _____________________________<br />

_________________________________<br />

Qualidade: 1 2 3<br />

Obs. _____________________________<br />

_________________________________<br />

E3. Qualidade das estradas secundárias Bom (1) Regular (2) Ruim (3)<br />

Justificativas ______________________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

PA


E4. Qualidade dos ramais de arraste Bom (1) Regular (2) Ruim (3)<br />

Justificativas ______________________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

E5. Rastreabilidade da matéria prima e qualidade do inventário<br />

Marcação das árvores com plaquetas Bom (1) Regular (2) Ruim (3)<br />

Identificação botânicas das espécies Bom (1) Regular (2) Ruim (3) NA (4)<br />

Identificação das toras Bom (1) Regular (2) Ruim (3) NA (4)<br />

Romaneio e cadeia de custódia Bom (1) Regular (2) Ruim (3) NA (4)<br />

Obs. _____________________________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

E6. Danos e desperdícios da exploração<br />

Danos provocados durante o corte (remanescentes e matrizes) Bom (1) Regular (2) Ruim (3) NA (4)<br />

Existe corte de cipós? Sim Não<br />

Desperdícios causados durante o corte (tocos altos e traçamento) Bom (1) Regular (2) Ruim (3) NA (4)<br />

Danos do arraste Bom (1) Regular (2) Ruim (3) NA (4)<br />

Desperdícios no pátio Bom (1) Regular (2) Ruim (3) NA (4)<br />

Houve cruzamento de APPs durente exploração? Sim Não Obs. ___________________________________<br />

Obs. _____________________________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

F. AVALIAÇÃO DE UPA/UT SENDO EXPLORADA NO MOMENTO DA VISITA<br />

F1. Avaliação da operação de corte (se cabível)<br />

Coordenadas<br />

Árvore 1 Árvore 2 Árvore 3 Árvore 4<br />

____° ____’ ____” S<br />

____° ____’ ____” W<br />

____° ____’ ____” S<br />

____° ____’ ____” W<br />

Pág. 3<br />

____° ____’ ____” S<br />

____° ____’ ____” W<br />

____° ____’ ____” S<br />

____° ____’ ____” W<br />

Qualidade 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3<br />

Teste do oco? Sim Não Obs., _________________________________________________________________<br />

Uso de cunha? Sim Não Obs., _________________________________________________________________<br />

Equipamentos adequados? Sim Não Obs., _________________________________________________________<br />

Itens de segurança da motosserra Travas aceleração Pino pega-corrente Freio da Corrente<br />

Proteção mão Obs., __________________________________________<br />

Uso de EPIs adequados (operador) Capacete Botas Calças Abafador<br />

Uso de EPIs adequados (ajudante) Botas Apito Perneira<br />

Operador/ajudante confirmam informações do questionário 2 sobre treinamento? ______________________________<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

Operador/ajudante recebem adicional de produtividade? Sim Não. Quanto recebem de adicional? ____________<br />

PA


Observações corte __________________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

F2. Avaliação dos tocos de exploração (avaliar um mínimo de 5 tocos por UT/UPA)<br />

Toco Coordenadas<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

____° ____’ ____” S<br />

____° ____’ ____” W<br />

____° ____’ ____” S<br />

____° ____’ ____” W<br />

____° ____’ ____” S<br />

____° ____’ ____” W<br />

____° ____’ ____” S<br />

____° ____’ ____” W<br />

____° ____’ ____” S<br />

____° ____’ ____” W<br />

UPA-UT ___________<br />

Qualidade: 1 2 3<br />

Obs. _____________________________<br />

_________________________________<br />

Qualidade: 1 2 3<br />

Obs. _____________________________<br />

_________________________________<br />

Qualidade: 1 2 3<br />

Obs. _____________________________<br />

_________________________________<br />

Qualidade: 1 2 3<br />

Obs. _____________________________<br />

_________________________________<br />

Qualidade: 1 2 3<br />

Obs. _____________________________<br />

_________________________________<br />

F3. Tamanho e conformidade dos pátios de estocagem<br />

Pátio Coordenadas<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

____° ____’ ____” S<br />

____° ____’ ____” W<br />

____° ____’ ____” S<br />

____° ____’ ____” W<br />

____° ____’ ____” S<br />

____° ____’ ____” W<br />

____° ____’ ____” S<br />

____° ____’ ____” W<br />

UPA-UT ___________<br />

F4. Avaliação da operação de arraste (se cabível)<br />

Qualidade: 1 2 3<br />

Obs. _____________________________<br />

_________________________________<br />

Qualidade: 1 2 3<br />

Obs. _____________________________<br />

_________________________________<br />

Qualidade: 1 2 3<br />

Obs. _____________________________<br />

_________________________________<br />

Qualidade: 1 2 3<br />

Obs. _____________________________<br />

_________________________________<br />

Pág. 4<br />

UPA-UT ___________<br />

Qualidade: 1 2 3<br />

Obs. _____________________________<br />

_________________________________<br />

Qualidade: 1 2 3<br />

Obs. _____________________________<br />

_________________________________<br />

Qualidade: 1 2 3<br />

Obs. _____________________________<br />

_________________________________<br />

Qualidade: 1 2 3<br />

Obs. _____________________________<br />

_________________________________<br />

Qualidade: 1 2 3<br />

Obs. _____________________________<br />

_________________________________<br />

UPA-UT ___________<br />

Qualidade: 1 2 3<br />

Obs. _____________________________<br />

_________________________________<br />

Qualidade: 1 2 3<br />

Obs. _____________________________<br />

_________________________________<br />

Qualidade: 1 2 3<br />

Obs. _____________________________<br />

_________________________________<br />

Qualidade: 1 2 3<br />

Obs. _____________________________<br />

_________________________________<br />

Equipamentos adequados? Sim Não Obs., _________________________________________________________<br />

Itens de segurança do trator ROPs Grade dianteira proteção operador Obs., _________________________<br />

Uso de EPIs adequados (operador) Capacete Botas Calças Abafador<br />

Uso de EPIs adequados (ajudante) Botas Apito Perneira<br />

Operador/ajudante confirmam informações do questionário 2 sobre treinamento? ______________________________<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

Operador/ajudante recebem adicional de produtividade? Sim Não. Quanto recebem de adicional? ____________<br />

Observações arraste ________________________________________________________________________________<br />

PA


_________________________________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

F5. Qualidade dos ramais de arraste Bom (1) Regular (2) Ruim (3)<br />

Justificativas ______________________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

F6. Qualidade das estradas secundárias Bom (1) Regular (2) Ruim (3)<br />

Justificativas ______________________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

F7. Rastreabilidade da matéria prima e qualidade do inventário<br />

Marcação das árvores com plaquetas Bom (1) Regular (2) Ruim (3)<br />

Identificação botânica das espécies Bom (1) Regular (2) Ruim (3) NA (4)<br />

Identificação das toras Bom (1) Regular (2) Ruim (3) NA (4)<br />

Romaneio e cadeia de custódia Bom (1) Regular (2) Ruim (3) NA (4)<br />

Obs. _____________________________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

F8. Danos e desperdícios da exploração<br />

Danos provocados durante o corte (remanescentes e matrizes) Bom (1) Regular (2) Ruim (3) NA (4)<br />

Existe corte de cipós? Sim Não<br />

Desperdícios causados durante o corte (tocos altos e traçamento) Bom (1) Regular (2) Ruim (3) NA (4)<br />

Danos do arraste Bom (1) Regular (2) Ruim (3) NA (4)<br />

Desperdícios no pátio Bom (1) Regular (2) Ruim (3) NA (4)<br />

Obs. _____________________________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

F9. Jornada de trabalho parece excessiva na opinião dos trabalhadores? Sim Não<br />

Quantas horas trabalham por dia_____________________ Obs., ____________________________<br />

________________________________________________________________________________________________<br />

OUTRAS OBSERVAÇÕES GERAIS DA EXPLORAÇÃO ________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________________________________<br />

G. DEMAIS PONTOS RELEVANTES<br />

G1. Qualidade da sinalização local Bom (1) Regular (2) Ruim (3) NA (4)<br />

Tráfego e pontos perigosos Caça e pesca PMF Outros ______________________________<br />

G2. Qualidade geral do acampamento (se visitado) Bom (1) Regular (2) Ruim (3) NA (4)<br />

Observações ______________________________________________________________________________________<br />

COMENTÁRIOS LIVRES (anotar no verso)<br />

Pág. 5<br />

PA

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