You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
<strong>exercícios</strong><br />
“A vida humana tem um aspecto cumulativo que é inerente à<br />
própria noção <strong>de</strong> cultura e <strong>de</strong> tradição. ”<br />
“. . . No progresso científico, percebe-se a cada passo que aquilo que<br />
se constituia ontem em objeto <strong>de</strong> estudo per se, torna-se hoje uma<br />
espécie <strong>de</strong> postulado, compreendido e merecedor <strong>de</strong> fé, conhecido<br />
e familiar, uma ferramenta <strong>de</strong> pesquisas e <strong>de</strong> novas <strong>de</strong>scobertas.”<br />
1. Abrevie por s, r, t as proprieda<strong>de</strong>s simétrica, reflexiva, transitiva. Exemplos <strong>de</strong> relação<br />
s mas não r nem t, i<strong>de</strong>m para as <strong>de</strong>mais (7 ou 8?) combinações (e.g., s+t mas não r).<br />
2. Exemplo <strong>de</strong> homomorfismo <strong>de</strong> anéis ϕ : A −→ B com algum a ∈ A elemento não<br />
invertível <strong>de</strong> A tal que ϕ(a) é invertível em B.<br />
m<br />
<br />
3. Seja K um corpo finito. Para cada m ∈ N, seja m · 1 := 1 + · · · + 1 , soma <strong>de</strong> m parcelas<br />
iguais a 1 ∈ K. Mostre que o menor inteiro m > 0 tal que m · 1 = 0 é necessariamente um<br />
número primo.<br />
4. Seja A, B anéis com 1= 0. Seja C = A × B. Mostre que existe c ∈ C tal que 0 = c = 1<br />
com c 2 = c. Um tal elemento é chamado <strong>de</strong> i<strong>de</strong>mpotente não trivial.<br />
5. Seja C uma anel. Suponha que existe c ∈ C i<strong>de</strong>mpotente não trivial. Mostre que C é<br />
do tipo relatado na questão anterior. I<strong>de</strong>mpotentes em Z6?<br />
6. Um elemento a <strong>de</strong> um anel A é dito nilpotente se a n = 0 para algum n ∈ N. <strong>Lista</strong> dos<br />
nilpotentes em Z4; em ZN? Soma <strong>de</strong> nilpotentes é nilpotente. O conjunto dos nilpotentes<br />
é um i<strong>de</strong>al. Se a é nilpotente então 1 + a é invertível. A soma <strong>de</strong> um nilpotente com<br />
qualquer invertível continua invertível.<br />
7. Sejam A ⊆ B domínios. Mostre que F r(A) é isomorfo a um subcorpo <strong>de</strong> F r(B).<br />
8. Seja K um corpo. Seja A = K[x], o anel <strong>de</strong> polinômios na variável x. Mostre que os<br />
invertíveis <strong>de</strong> A são as constantes não nulas. Mostre que todo elemento f ∈ F r(A), f = 0<br />
se escreve, <strong>de</strong> maneira única na forma f = c · p q com c ∈ K e p, q ∈ K[x] mônicos coprimos.<br />
Costuma-se <strong>de</strong>notar K(x) o corpo <strong>de</strong> frações <strong>de</strong> K[x]. Os elementos <strong>de</strong> K(x) são<br />
chamados <strong>de</strong> funções racionais <strong>de</strong> uma variável a coeficientes em K.<br />
9. Seja A um domínio. Seja B = A[x]. Seja K = F r(A). Mostre que F r(B) é isomorfo a<br />
K(x).<br />
10. Sejam I, J ⊆ A i<strong>de</strong>ais. Mostre que se I ∪ J é um i<strong>de</strong>al então I ⊆ J ou J ⊆ I.<br />
11. Sejam I, J ⊆ A i<strong>de</strong>ais. Define-se o produto I · J como o i<strong>de</strong>al gerado pelos produtos<br />
xy com x ∈ I, y ∈ J. Exemplo em que formando apenas o conjunto dos produtos não<br />
resulta um i<strong>de</strong>al. Mostre que I · J ⊆ I ∩ J. Exemplo em que a inclusão é estrita. Define-se<br />
I 2 = I · I e mais geralmente, I n = I n−1 · I. Exemplo com I n ⊂ I n−1 inclusão estrita para<br />
todo n; exemplo com I = I 2 = I 3 .
12. Sejam I, J ⊆ A i<strong>de</strong>ais. Dizemos que I, J são co-maximais se I +J = 〈1〉. Exemplos em<br />
Z6? Mostre que vale I · J = I ∩ J para co-maximais. Se I, J são i<strong>de</strong>ais maximais distintos,<br />
mostre que I n , J m são sempre co-maximais.<br />
13. Sejam I, J ⊆ A i<strong>de</strong>ais. Consi<strong>de</strong>re o homomorfismo natural h : A → (A/I) × (A/J)<br />
<strong>de</strong>finido por x ↦→ (a+I, a+J). Mostre que o núcleo Nh = I ∩J. Mostre, imitando alguma<br />
<strong>de</strong>monstração chinesa, que se I, J são co-maximais então h é sobrejetivo. Conclua que,<br />
nesse caso, valem isomorfismos naturais A/(I · J) ∼ → A/(I ∩ J) ∼ → (A/I) × (A/J).<br />
14. Seja K um corpo e seja p ∈ K[x] um polinômio <strong>de</strong> grau m. Seja A = K[x]/〈p〉 o<br />
anel quociente. Mostre que A admite uma estrutura natural <strong>de</strong> K−espaço vetorial on<strong>de</strong><br />
a soma é a mesma do anel A e o produto por elementos <strong>de</strong> K provém da mesma operação<br />
em K[x]. Mostre que as classes 1, x, . . . , x m−1 formam uma base. Quantos elementos<br />
tem A = Z2[x]/〈x 2 + x + 1〉? Escreva as tabelas <strong>de</strong> soma e multiplicação para esse anelo.<br />
Mostre que A é um corpo.<br />
15. Seja K um corpo e seja p ∈ K[|x|] uma série formal <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m m. Mostre que o anel<br />
quociente A = K[|x|]/〈p〉 é um espaço vetorial <strong>de</strong> dimensão m sobre K.<br />
16. Seja A um DFU. Defina “conteúdo” e “primitivo”para séries formais f ∈ A[|x|].<br />
Continua valendo que produto <strong>de</strong> primitivos é primitivo? Conteúdo do produto é o produto<br />
dos conteúdos?<br />
17. Seja K um corpo e sejam p, q ∈ K[x]. Exemplo em que K[x]/〈pq〉 e (K[x]/〈p〉) ×<br />
(K[x]/〈q〉) não são anéis isomorfos, embora sejam espaços vetoriais isomorfos.<br />
18. Inteiros gaussianos. Seja A = Z[x]/〈x 2 + 1〉. Mostre que Z se i<strong>de</strong>ntifica a um sub-anel<br />
<strong>de</strong> A. Mostre que A é um domínio. Denotemos por i a classe <strong>de</strong> x em A. Mostre que<br />
i 2 = −1. Mostre que todo elemento <strong>de</strong> A se escreve, <strong>de</strong> maneira única, na forma z = a+bi,<br />
com a, b ∈ Z. (Trata-se do anel dos chamados inteiros gaussianos; costuma-se escrever<br />
A = Z[i].) Denotamos por z = a − bi o conjugado <strong>de</strong> um tal z. A norma <strong>de</strong> z = a + bi é<br />
<strong>de</strong>finida por ν(z) = zz = a 2 + b 2 . Mostre que ν(zz ′ ) = ν(z)ν(z ′ ) ∀ z, z ′ ∈ A. Mostre que z<br />
é invertível em A se e só se tiver norma 1. <strong>Lista</strong> completa dos invertíveis em A. Mostre que<br />
o corpo <strong>de</strong> frações F r(A) é isomorfo a Q[x]/〈x 2 + 1〉. Todo elemento <strong>de</strong> F r(A) se escreve,<br />
<strong>de</strong> maneira única, na forma α + βi com α, β ∈ Q. Dados z = m + ni = 0, Z = M + Ni<br />
com m, n, M, N ∈ Z, escreva<br />
Z<br />
z<br />
Zz<br />
= = α + βi<br />
ν(z)<br />
com α,β racionais; sejam a, b ∈ Z tais que |α − a| ≤ 1<br />
1<br />
2 , |β − b| ≤ 2 (por que existem?)<br />
e <strong>de</strong>fina w = a + bi. Mostre que ν(Z − wz) < ν(z). Faça as contas explícitas com<br />
Z = 11 + 8i, z = 3 + 4i. Enuncie e <strong>de</strong>monstre um análogo do algoritmo da divisão para<br />
Z[i], usando ν(z) para controlar “tamanho” do resto.<br />
19. Verifique se Z[ √ 10] é um DFU.<br />
2
20. Calcule o resto na divisão <strong>de</strong> x 80 por x 2 + x + 1 ∈ Z2[x].<br />
21. Calcule o resto na divisão <strong>de</strong> x 80 por x 2 + 1 ∈ R[x].<br />
22. Prove que todo número complexo satisfaz uma equação polinomial <strong>de</strong> grau ≤ 2 a<br />
coeficientes reais. Sabendo que todo polinômio complexo (<strong>de</strong> grau > 0) admite uma raiz<br />
complexa, mostre que todo polinômio real irredutível tem grau < 3.<br />
23. A <strong>de</strong>rivada <strong>de</strong> f(x) = aix i ∈ A[x] é, por <strong>de</strong>finição f ′ (x) = iaix i−1 . Seja<br />
f(x) = x 6 + x 4 + x 2 ∈ Z2[x]. Mostre que f ′ = 0. Seja p ≥ 2 primo. Mostre que se<br />
f ∈ Zp[x] tem <strong>de</strong>rivada nula então f é da forma ai(x p ) i . Mostre que a função Zp → Zp<br />
dada por a ↦→ a p é bijetiva. Conclua que<br />
f ∈ Zp[x], f ′ = 0 ⇒ ∃g ∈ Zp[x] tal que f = g p .<br />
24. Sejam f = adx d + · · · + a1x + a0, g = x − a ∈ A[x]. Mostre que a resultante Rfg é<br />
igual a f(a), a menos <strong>de</strong> sinal.<br />
25. Calcule as interseções <strong>de</strong> y = t(x+1) com x 2 +y 2 = 1 em função <strong>de</strong> t. Esboce. Deduza<br />
uma expressão geral para os pontos <strong>de</strong>sse círculo com coor<strong>de</strong>nadas racionais.<br />
26. Calcule as interseções <strong>de</strong> y = tx com y 2 = x 2 + x 3 em função <strong>de</strong> t. Esboce.<br />
27. Calcule a resultante <strong>de</strong> f = y − x 2 , g = (x 2 + y 2 ) 2 + y 2 − x 2 . O grau é o esperado?<br />
Esboce as curvas. A multiplicida<strong>de</strong> da raiz 0? Mostre que a equação geral <strong>de</strong> um círculo<br />
tangente à reta y = x na origem é da forma ft(x, y) := t(x 2 + y 2 ) + y − x. Calcule as<br />
interseções <strong>de</strong> ft, g em função <strong>de</strong> t.<br />
28. Seja m ≥ 1 e sejam fm, fm+1 ∈ K[x, y] polinômios homogêneos sem fator comum e<br />
com os graus indicados. Mostre que f = fm + fm+1 é irredutível. Estu<strong>de</strong> as interseções <strong>de</strong><br />
f com a reta variável y = tx. Mostre que existem funções racionais α(t), β(t) não ambas<br />
constantes tais que f(α(t), β(t)) = 0.<br />
“. . . a Ciência é cumulativa em um sentido muito especial. Não se<br />
po<strong>de</strong> conhecer verda<strong>de</strong>iramente o significado <strong>de</strong> uma experiência<br />
contemporânea sem que se compreenda quais são os instrumentos<br />
e os conhecimentos que intervêm na sua concepção. É em parte<br />
por isso que os avanços da Ciência <strong>de</strong> hoje parecem tão inacessíveis<br />
às pessoas comuns. As novas <strong>de</strong>scobertas são <strong>de</strong>finidas a partir <strong>de</strong><br />
objetos, <strong>de</strong> leis e <strong>de</strong> idéias que constituiam a Ciência <strong>de</strong> outrora.<br />
Por isso o estudante passa longos anos a apren<strong>de</strong>r os fatos e as<br />
técnicas que ele utilizará, sem hesitar, em seus trabalhos científicos<br />
e é precisamente isso que <strong>de</strong>sencoraja o “profano”, seja ele artista,<br />
erudito ou homem <strong>de</strong> negócios, a se engajar nesse longo túnel ao<br />
fim do qual cintila a luz da <strong>de</strong>scoberta.” a<br />
a J. R. Oppenheimer,“A Ciência e o bom senso”<br />
3