Palestra Proferida na II Reunião de Procuradores-Chefes da
Palestra Proferida na II Reunião de Procuradores-Chefes da
Palestra Proferida na II Reunião de Procuradores-Chefes da
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
16<br />
Revista <strong>da</strong> PGFN<br />
e a Lei n. 2.642, <strong>de</strong> 9 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1955, cometia, privativamente, ao<br />
Procurador <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> Nacio<strong>na</strong>l o exercício <strong>de</strong>sse encargo (art. 7 o , § 2 o ),<br />
como o fazem o vigente Decreto-Lei n. 147, <strong>de</strong> 3 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1967 (art.<br />
22) e o Regimento <strong>da</strong> Procuradoria Geral <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> Nacio<strong>na</strong>l, baixado<br />
pela Portaria n. 486, <strong>de</strong> 06.09.77, do Ministro <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong>.<br />
O referido Decreto-Lei n. 147/67 atribui à Procuradoria Geral<br />
<br />
cobrança judicial, a Dívi<strong>da</strong> Ativa <strong>da</strong> União, tributária (art. 201 <strong>da</strong> Lei n.<br />
5.172, <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1966), ou <strong>de</strong> qualquer outra <strong>na</strong>tureza” (art. 1 o ,<br />
inciso <strong>II</strong>) e o Regimento discipli<strong>na</strong> essa competência nos artigos 1 o , I e 12,<br />
<strong>II</strong>I, a.<br />
É tal a importância <strong>de</strong>sse ato, para o <strong>na</strong>scimento <strong>da</strong> Dívi<strong>da</strong> Ativa<br />
<strong>da</strong> União, que o Legislador houve por bem <strong>de</strong> atribuir ao Procurador <strong>da</strong><br />
Fazen<strong>da</strong> Nacio<strong>na</strong>l competência privativa para “apurar a liqui<strong>de</strong>z e certeza<br />
<strong>de</strong> or<strong>de</strong><strong>na</strong>r a inscrição, por ser ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> inerente ao Estado como Po<strong>de</strong>r<br />
Público”, assim que o douto Consultor-Geral <strong>da</strong> República, Dr. LUIZ<br />
<br />
com relação à Dívi<strong>da</strong> Ativa <strong>da</strong> União”, e, portanto, <strong>na</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>tiva<br />
<strong>da</strong> apuração <strong>da</strong> liqui<strong>de</strong>z e certeza e <strong>da</strong> inscrição “um dos <strong>de</strong>sempenhos mais<br />
<br />
privativamente por Procurador <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> Nacio<strong>na</strong>l, como <strong>de</strong>tentor <strong>de</strong><br />
parcela <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r do Estado, e, pois, formador do título executivo”.<br />
À lei compete precipuamente <strong>de</strong>linear os traços <strong>da</strong> execução força<strong>da</strong>,<br />
pois que a Constituição Fe<strong>de</strong>ral garante a inviolabili<strong>da</strong><strong>de</strong> dos direitos<br />
concernentes à vi<strong>da</strong>, à liber<strong>da</strong><strong>de</strong>, à segurança e à proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong> sorte<br />
que ninguém será obrigado a fazer ou <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> fazer alguma coisa senão<br />
em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> lei, ao que o constitucio<strong>na</strong>lista MANUEL GONÇALVES<br />
FERREIRA FILHO, enfatiza, sobretudo, por pressupor o patrimônio<br />
executável a <strong>de</strong>fesa constitucio<strong>na</strong>l do direito à proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>, toma<strong>da</strong> esta<br />
<strong>na</strong> acepção consoli<strong>da</strong><strong>da</strong> <strong>na</strong> doutri<strong>na</strong> e <strong>na</strong> jurisprudência, como direito<br />
fun<strong>da</strong>mental <strong>de</strong> não ser alguém <strong>de</strong>spido <strong>de</strong> direitos <strong>de</strong> seu patrimônio,<br />
condicio<strong>na</strong>do a função social, com amparo <strong>na</strong> doutri<strong>na</strong> social <strong>da</strong> Igreja,<br />
empresta<strong>da</strong> pelo legislador brasileiro, como um dos pilares máximos <strong>da</strong><br />
organização econômico-social e, até política, do Brasil.<br />
Cumpre assi<strong>na</strong>lar, pois, que a execução força<strong>da</strong> carrega a<br />
responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se fun<strong>da</strong>r num título que, no caso, é previsto no<br />
artigo 585, VI, do Código Processual, ou seja, a certidão <strong>da</strong> dívi<strong>da</strong> ativa<br />
correspon<strong>de</strong>nte aos créditos inscritos <strong>na</strong> forma <strong>da</strong> lei.<br />
Sem embargo <strong>de</strong> algumas opiniões em contrário, autores como<br />
JOSÉ DA SILVA PACHEGO, ALIOMAR BALEEIRO, JOSÉ AFONSO<br />
DA SILVA, anotam a inscrição como salutar providência administrativa<br />
e ALBERTO XAVIER, em sua recentíssima obra, Do Lançamento no<br />
Direito Tributário Brasileiro, prelecio<strong>na</strong> que a inscrição <strong>da</strong> dívi<strong>da</strong> ativa é um