12.05.2013 Views

excelentíssimo senhor desembargador-presidente do egrégio

excelentíssimo senhor desembargador-presidente do egrégio

excelentíssimo senhor desembargador-presidente do egrégio

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

ESTADO DE GOIÁS<br />

MINISTÉRIO PÚBLICO<br />

________________________________________________________________________<br />

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR-PRESIDENTE DO EGRÉGIO<br />

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS.<br />

RAZÕES N. 102/2010<br />

RECURSO ESPECIAL NA APELAÇÃO CRIMINAL Nº 200903800955<br />

APELANTE : JESUS ROBERTO RODRIGUES E IVONALDO LEITE FERREIRA<br />

APELADO : MINISTÉRIO PÚBLICO<br />

RELATOR : DES. LUIZ CLÁUDIO VEIGA BRAGA<br />

CÂMARA : SEGUNDA CRIMINAL<br />

PROCURADOR DE JUSTIÇA: PEDRO TAVARES FILHO<br />

Observação quanto ao prazo: A intimação <strong>do</strong><br />

Ministério Público perfez-se em 06.04.2010. Assim,<br />

o prazo de 15 dias iniciou seu curso em 07.04.10 e<br />

vencerá em 21.04.10 (FERIADO), deven<strong>do</strong> ser<br />

prorroga<strong>do</strong> para o primeiro dia útil seguinte –<br />

22.04.2010.<br />

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS, no<br />

exercício das atribuições que lhe são conferidas por lei, nos<br />

autos <strong>do</strong> APELAÇÃO CRIMINAL em que são apelantes JESUS ROBERTO<br />

RODRIGUES REZENDE e IVONALDO LEITE FERREIRA, inconforma<strong>do</strong> com<br />

o teor <strong>do</strong> V. Acórdão de fls., por entender que contraria os<br />

artigos 33, caput, e 50, §§ 1º e 2º, ambos da Lei 11.343/06,<br />

sobre os quais versou, vem, perante Vossa Excelência com o<br />

habitual acatamento, com fulcro no Artigo 105, inciso III,<br />

alínea "a", da Constituição Federal, na forma <strong>do</strong>s artigos 26 e<br />

FMC<br />

1


ESTADO DE GOIÁS<br />

MINISTÉRIO PÚBLICO<br />

________________________________________________________________________<br />

seguintes, da Lei 8038/90, e <strong>do</strong>s artigos 255 e seguintes <strong>do</strong><br />

Regimento Interno <strong>do</strong> Colen<strong>do</strong> Superior Tribunal de Justiça,<br />

interpor o presente RECURSO ESPECIAL, fazen<strong>do</strong>-o nos termos das<br />

razões anexas.<br />

Recebi<strong>do</strong> e processa<strong>do</strong> na forma da lei,<br />

requer seja o presente Recurso admiti<strong>do</strong> e encaminha<strong>do</strong> ao<br />

Colen<strong>do</strong> Superior Tribunal de Justiça.<br />

FMC<br />

Goiânia, 12 de março de 2010<br />

PEDRO TAVARES FILHO<br />

Procura<strong>do</strong>r de Justiça<br />

2


ESTADO DE GOIÁS<br />

MINISTÉRIO PÚBLICO<br />

________________________________________________________________________<br />

RECURSO ESPECIAL - ESTADO DE GOIÁS<br />

BASE LEGAL : Art. 105, III, alínea “a”, CF - Contrariedade aos<br />

arts. 33, caput, e 50, §§ 1º e 2º, ambos da Lei 11.343/06.<br />

RECORRENTE : MINISTÉRIO PÚBLICO<br />

RECORRIDO:JESUS ROBERTO RODRIGUES REZENDE E IVONALDO LEITE FERREIRA<br />

I - DOS FATOS E DO DIREITO<br />

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS<br />

ofereceu denúncia em desfavor de JESUS ROBERTO RODRIGUES<br />

REZENDE e IVONALDO LEITE FERREIRA, imputan<strong>do</strong>-lhes a autoria<br />

das condutas tipificadas nos artigos 33, caput, e 35, caput,<br />

da Lei 11.343/06, por terem si<strong>do</strong> aborda<strong>do</strong>s “trazen<strong>do</strong> consigo”<br />

duas porções de cocaína, pesan<strong>do</strong> aproximadamente 19,665g<br />

(dezenove gramas, seiscentos e cinquenta e cinco miligramas),<br />

e por atuarem, mediante associação, para difusão ilícita de<br />

entorpecentes.<br />

Após regular trâmite, sobreveio sentença<br />

acatan<strong>do</strong> parcialmente a denúncia para condenar os Recorri<strong>do</strong>s<br />

somente no artigo 33, caput, da lei 11.343/06, aplican<strong>do</strong>, ao<br />

primeiro, pena de 2 (<strong>do</strong>is) anos e 09 (nove) meses de reclusão,<br />

em regime inicial fecha<strong>do</strong>, e 250 (duzentos e cinquenta) dias<br />

multa e, ao segun<strong>do</strong>, 06 (seis) anos de reclusão, em regime<br />

inicial fecha<strong>do</strong>, e 550 (quinhentos e cinquenta) dias multa.<br />

FMC<br />

3


ESTADO DE GOIÁS<br />

MINISTÉRIO PÚBLICO<br />

________________________________________________________________________<br />

Inconforma<strong>do</strong>s, os réus interpuseram recurso<br />

de apelação pleitean<strong>do</strong> absolvição por insuficiência de provas,<br />

e, alternativamente, a desclassificação da conduta para a<br />

tipificada no art. 28, a mitigação da pena aplicada e a<br />

isenção da pena patrimonial.<br />

Instada a manifestar-se, a Procura<strong>do</strong>ria de<br />

Justiça opinou pelo conhecimento e desprovimento <strong>do</strong> apelo.<br />

Conhecen<strong>do</strong> <strong>do</strong> recurso, o Eg. Tribunal de<br />

Justiça <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de Goiás, à unanimidade, concedeu-lhe<br />

provimento, nos seguintes termos:<br />

FMC<br />

APELACAO CRIMINAL. CRIME DE TRAFICO DE<br />

ENTORPECENTES. LAUDO DE EXAME TOXICOLÓGICO<br />

DEFINITVO. AUSÊNCIA. FALTA DE COMPROVAÇÃO DA<br />

MATERIALIDADE CRIMINOSA. ABSOLVIÇÃO.<br />

I. A atual Lei de Drogas, em seu art. 50, §§ 1º e<br />

2º, dispõe sobre a necessidade de confecção <strong>do</strong><br />

lau<strong>do</strong> definitivo, servin<strong>do</strong>, o primeiro, para<br />

justificar a prisão em flagrante delito e o<br />

oferecimento da denúncia, e o segun<strong>do</strong>, prestante à<br />

comprovação da materialidade delitiva, para<br />

confortar o julgamento de mérito da acusação por<br />

fato penalmente relevante, tipifica<strong>do</strong> pela Lei nº<br />

11.343/06, não lhe dispensan<strong>do</strong> a existência para a<br />

demonstração <strong>do</strong> delito <strong>do</strong> art. 33, da norma penal<br />

extravagante.<br />

II – É compreensível que, sem a realização <strong>do</strong> lau<strong>do</strong><br />

de exame toxicológico definitivo da natureza da<br />

droga, não há comprovação efetiva da materialidade<br />

<strong>do</strong> delito de tráfico ilícito de entorpecentes,<br />

tipifica<strong>do</strong> pelo art. 33, da Lei nº 11.343/06, pelo<br />

que a sentença condenatória editada sem a juntada<br />

4


ESTADO DE GOIÁS<br />

MINISTÉRIO PÚBLICO<br />

________________________________________________________________________<br />

desse <strong>do</strong>cumento nos autos, precedentemente à<br />

II. DO CABIMENTO DO RECURSO<br />

audiência de instrução e julgamento, deve ser<br />

reformada, para absolver os processa<strong>do</strong>s, com<br />

fundamento no art. 386, inciso II, <strong>do</strong> Código de<br />

Processo Penal. APELO PROVIDO.<br />

É cabível o presente Recurso com base nas<br />

alínea "a" <strong>do</strong> inciso III <strong>do</strong> artigo 105 da Constituição<br />

Federal, senão vejamos:<br />

"Art. 105 - Compete ao Superior Tribunal de Justiça:<br />

III - julgar, em recurso especial, as causas decididas,<br />

em única ou última instância, pelos tribunais Regionais<br />

Federais ou pelos tribunais <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s, <strong>do</strong> Distrito<br />

Federal e Territórios, quan<strong>do</strong> a decisão recorrida:<br />

a) contrariar trata<strong>do</strong> ou lei federal, ou negar-lhes<br />

vigência;.<br />

Satisfeitos que se encontram os requisitos<br />

genéricos da tempestividade, legitimidade, interesse ,<br />

adequação, e, ainda, os específicos de última instância e <strong>do</strong><br />

prequestionamento, resta demonstrar as razões <strong>do</strong> pedi<strong>do</strong> de<br />

reforma.<br />

III - DAS RAZÕES DO PEDIDO DE REFORMA<br />

FMC<br />

DA CONTRARIEDADE À LEI FEDERAL<br />

Dispõem os artigos indigita<strong>do</strong>s:<br />

5


ESTADO DE GOIÁS<br />

MINISTÉRIO PÚBLICO<br />

________________________________________________________________________<br />

Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar,<br />

produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à<br />

venda, oferecer, ter em depósito, transportar,<br />

trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar,<br />

entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que<br />

gratuitamente, sem autorização ou em desacor<strong>do</strong> com<br />

determinação legal ou regulamentar:<br />

Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e<br />

pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e<br />

quinhentos) dias-multa.<br />

Art. 50. Ocorren<strong>do</strong> prisão em flagrante, a<br />

autoridade de polícia judiciária fará,<br />

imediatamente, comunicação ao juiz competente,<br />

remeten<strong>do</strong>-lhe cópia <strong>do</strong> auto lavra<strong>do</strong>, <strong>do</strong> qual será<br />

dada vista ao órgão <strong>do</strong> Ministério Público, em 24<br />

(vinte e quatro) horas.<br />

o<br />

§ 1<br />

Para efeito da lavratura <strong>do</strong> auto de prisão em<br />

flagrante e estabelecimento da materialidade <strong>do</strong><br />

delito, é suficiente o lau<strong>do</strong> de constatação da<br />

natureza e quantidade da droga, firma<strong>do</strong> por perito<br />

oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea.<br />

O V. Acórdão contrariou os artigos<br />

indica<strong>do</strong>s ao reconhecer elementos que confirmam a autoria e a<br />

materialidade da conduta, mas absolver os recorri<strong>do</strong>s tão<br />

somente pela ausência de juntada aos autos <strong>do</strong> lau<strong>do</strong><br />

toxicológico definitivo.<br />

verifica a ofensa:<br />

FMC<br />

Vejam-se os termos <strong>do</strong> acórdão onde se<br />

Reside o inconformismo <strong>do</strong>s processa<strong>do</strong>s contra a<br />

resposta penal desfavorável, que os repreendeu pelo<br />

6


ESTADO DE GOIÁS<br />

MINISTÉRIO PÚBLICO<br />

________________________________________________________________________<br />

delito de tráfico de drogas, tipifica<strong>do</strong> pelo art. 33,<br />

FMC<br />

caput, da Lei nº 11.343/06 (...).<br />

Segun<strong>do</strong> narra a peça acusatória, no dia 22 de outubro<br />

de 2008, por volta das 23:00 horas, no Posto Trevo,<br />

situa<strong>do</strong> na cidade de Uruana, policiais militares<br />

faziam patrulhamento de rotina, quan<strong>do</strong> abordaram os<br />

processa<strong>do</strong>s, que trafegavam em uma motocicleta, marca<br />

Honda, CBX-250, placa LWJ 3626, sen<strong>do</strong> que durante a<br />

revista pessoal foram encontradas, com eles, 02 (duas)<br />

porções de cocaína,pesan<strong>do</strong>, aproximadamente, 19,655g<br />

(dezenove gramas e seiscentos e cinquenta e cinco<br />

miligramas), que foram submetidas, unicamente, ao<br />

lau<strong>do</strong> de constatação (fls. 29/30), “a fim de instruir<br />

o Auto de Prisão em Flagrante <strong>do</strong> porta<strong>do</strong>r da<br />

substância referida” (fl. 30).<br />

No empreendimento de se avaliar a postulação mais<br />

abrangente da insurreição defensiva, pertinente à<br />

comprovação da materialidade delitiva, como requisito<br />

indispensável para os crimes de rastro, como o<br />

envolven<strong>do</strong> drogas ilícitas, indispensável que a<br />

investigação, inquisitiva ou judicial, proceda à<br />

realização <strong>do</strong> exame toxicológico, para apuração, em<br />

peça técnica, por peritos, da droga apreendida,<br />

identifican<strong>do</strong>-a como substância causa<strong>do</strong>ra de<br />

dependência física e/ou psíquica, constante <strong>do</strong> rol<br />

daquelas de circulação proibida pela ANVISA,<br />

constituin<strong>do</strong> produto que figura no ato administrativo<br />

que preenche a norma penal em branco que contém a Lei<br />

n° 11.343/06. (...)<br />

A atual Lei de Drogas, em seu art. 50, §§ 1º e 2º,<br />

dispõe sobre a necessidade de confecção <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> de<br />

constatação preliminar e <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> definitivo,<br />

servin<strong>do</strong>, o primeiro, para justificar a prisão em<br />

flagrante delito e o oferecimento da denúncia, e o<br />

segun<strong>do</strong>, prestante à comprovação da materialidade<br />

delitiva, para confortar o julgamento de mérito da<br />

acusação por fato penalmente relevante, tipifica<strong>do</strong><br />

pela Lei nº 11.343/06, não lhe dispensan<strong>do</strong> a<br />

7


ESTADO DE GOIÁS<br />

MINISTÉRIO PÚBLICO<br />

________________________________________________________________________<br />

existência para a demonstração <strong>do</strong> delito <strong>do</strong> art. 33,<br />

FMC<br />

da norma penal extravagante.<br />

É de ver-se, a partir da abordagem desses parágrafos,<br />

<strong>do</strong> art. 50, da Lei nº 11.343/06, que a Lei de Tóxicos<br />

permite a lavratura <strong>do</strong> auto de prisão em flagrante e o<br />

oferecimento da denúncia sem o lau<strong>do</strong> pericial<br />

definitivo, desde que presente o de constatação da<br />

natureza e quantidade da droga, firma<strong>do</strong> por perito<br />

oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea, mas<br />

reafirman<strong>do</strong>, sem acanhamentos, a necessidade da peça<br />

técnica de feição eterna, para concretizar a<br />

existência de delito tipifica<strong>do</strong> pela norma penal<br />

extravagante.<br />

Dessa disposição legislativa, não pode subsistir<br />

condenação pelo delito de tráfico de substância<br />

entorpecente, tipifica<strong>do</strong> pelo art. 33, da Lei nº<br />

11.343/06, baseada, unicamente, no lau<strong>do</strong> de<br />

constatação prévia, para efeito de comprovação da<br />

materialidade delitiva, posto que resulta da<br />

necessidade de exames laboratoriais mais aprofunda<strong>do</strong>s,<br />

aptos a comprovar, ao largo de vacilação, a natureza<br />

tóxica da substância apreendida, para que a conduta<br />

imputada possa merecer incursão em figura delitiva<br />

contida na Lei de Drogas.<br />

Ressalte-se que o lau<strong>do</strong> de constatação é provisório e<br />

não tem a função de substituir a prova técnica<br />

especializada de forma a gerar a certeza <strong>do</strong> caráter<br />

toxicológico da substância apreendida, atividade<br />

reservada ao lau<strong>do</strong> definitivo, subscrito por perito<br />

oficial, que se vale de aparelhamento técnico adequa<strong>do</strong><br />

e utiliza méto<strong>do</strong>s científicos para essa identificação,<br />

servin<strong>do</strong> a demonstrar que a substância pode causar<br />

dependência física ou psíquica, incluída no ato<br />

administrativo da ANVISA, constituin<strong>do</strong> o preto da<br />

norma penal em branco.<br />

(...)É compreensível que, sem a realização <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> de<br />

exame toxicológico definitivo da natureza da droga,<br />

não há comprovação efetiva da materialidade <strong>do</strong> delito<br />

de tráfico ilícito de entorpecentes, tipifica<strong>do</strong> pelo<br />

art. 33, da Lei nº 11.343/06, pelo que a sentença<br />

8


ESTADO DE GOIÁS<br />

MINISTÉRIO PÚBLICO<br />

________________________________________________________________________<br />

condenatória editada sem a juntada desse <strong>do</strong>cumento nos<br />

autos, precedentemente à audiência de instrução e<br />

julgamento, deve ser reformada, para absolver os<br />

processa<strong>do</strong>s, com fundamento no art. 386, inciso II, <strong>do</strong><br />

Código de Processo Penal.<br />

Ao cabo <strong>do</strong> exposto, desacolhen<strong>do</strong> o pronunciamento<br />

ministerial, provejo o apelo.<br />

Expeça-se alvará de soltura clausula<strong>do</strong>.<br />

Como se observa, entende o Tribunal de<br />

Justiça que não apresenta<strong>do</strong> o lau<strong>do</strong> definitivo de<br />

identificação da substância entorpecente apreendida em poder<br />

<strong>do</strong> processa<strong>do</strong>, não resulta demonstrada a materialidade <strong>do</strong><br />

crime de tráfico de drogas, porquanto o lau<strong>do</strong> de constatação,<br />

de feição preliminar, prestar-se-ia somente à lavratura da<br />

prisão em flagrante e ao oferecimento da denúncia.<br />

Contu<strong>do</strong>, ao contrário <strong>do</strong> que prescreve a<br />

decisão recorrida, a exigência <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> toxicológico<br />

definitivo para a comprovação da materialidade <strong>do</strong> delito é<br />

relativa, isto é, haven<strong>do</strong> outros elementos nos autos<br />

suficientes à comprovação desta, não é possível negá-la<br />

somente pela ausência de juntada <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> lau<strong>do</strong> ao feito,<br />

mormente quan<strong>do</strong> o exame técnico preliminar, produzi<strong>do</strong> de<br />

acor<strong>do</strong> com as formalidades legais, atesta inequivocamente a<br />

natureza e a quantidade da substância entorpecente apreendida,<br />

como destaca<strong>do</strong> no aresto impugna<strong>do</strong>.<br />

Ocorre que, no sistema vigente em nosso<br />

ordenamento, de livre convencimento <strong>do</strong> Juiz, não é possível<br />

priorizar qualquer tipo de prova. Desse mo<strong>do</strong>, desde que a<br />

fundamentação encontre esteio em elementos instrutórios<br />

obti<strong>do</strong>s por meios lícitos, a materialidade da conduta<br />

FMC<br />

9


ESTADO DE GOIÁS<br />

MINISTÉRIO PÚBLICO<br />

________________________________________________________________________<br />

consubstanciada na demonstração da natureza da substância<br />

apreendida para a configuração <strong>do</strong> crime de tráfico pode ser<br />

feita também pelo lau<strong>do</strong> de constatação, vez que igualmente<br />

emiti<strong>do</strong> por perito, principalmente se este encontra<br />

consonância com as demais provas <strong>do</strong>s autos, como in casu.<br />

Nesses termos, o juiz singular, ampara<strong>do</strong><br />

pelo exame de constatação preliminar, conjuga<strong>do</strong> aos demais<br />

elementos carrea<strong>do</strong>s aos autos, reconheceu a materialidade e a<br />

autoria <strong>do</strong> delito em comento, motivo pelo qual imprimiu juízo<br />

de condenação aos recorri<strong>do</strong>s, vin<strong>do</strong> este a ser cassa<strong>do</strong> tão<br />

somente pela ausência da juntada <strong>do</strong> exame definitivo, o que<br />

importou na absolvição <strong>do</strong>s réus.<br />

Ora, absolver os réus apenas pela ausência<br />

de juntada de lau<strong>do</strong> definitivo, desqualifican<strong>do</strong> o exame<br />

técnico legalmente produzi<strong>do</strong> e os demais elementos <strong>do</strong>s autos<br />

que atestam a materialidade pela natureza e quantidade da<br />

substância apreendida em poder <strong>do</strong>s recorri<strong>do</strong>s, é providência<br />

que foge à razoabilidade.<br />

De fato, não parece lógico, com a devida<br />

venia, que seja julgada improcedente a pretensão estatal pela<br />

ausência de prova da materialidade, quan<strong>do</strong>, na verdade, há no<br />

acórdão impugna<strong>do</strong> o reconhecimento de que o material<br />

apreendi<strong>do</strong> com os recorri<strong>do</strong>s era realmente substância<br />

entorpecente.<br />

Nesses termos, em que pese parte da<br />

<strong>do</strong>utrina e da jurisprudência considerar imprescindível a<br />

juntada <strong>do</strong> exame definitivo, o Superior Tribunal de Justiça<br />

FMC<br />

10


ESTADO DE GOIÁS<br />

MINISTÉRIO PÚBLICO<br />

________________________________________________________________________<br />

tem relativiza<strong>do</strong> tal entendimento para reconhecer que, haven<strong>do</strong><br />

nos autos outros elementos que atestem a materialidade <strong>do</strong><br />

delito, mormente se conjuga<strong>do</strong>s ao exame provisório, a juntada<br />

<strong>do</strong> lau<strong>do</strong> definitivo torna-se prescindível:<br />

PENAL. PROCESSUAL PENAL. RECURSO ESPECIAL. TRÁFICO<br />

INTERNACIONAL DE ENTORPECENTES(...). AUSÊNCIA DE<br />

LAUDO TOXICOLÓGICO. PRESCINDIBILIDADE. CONJUNTO<br />

PROBATÓRIO ROBUSTO A COMPROVAR A MATERIALIDADE DO<br />

DELITO.(...)O lau<strong>do</strong> de exame toxicológico<br />

definitivo da substância entorpecente não é<br />

condição única para basear a condenação se outros<br />

da<strong>do</strong>s suficientes, incluin<strong>do</strong> a vasta prova<br />

testemunhal e <strong>do</strong>cumental produzidas na instrução<br />

criminal, militam no senti<strong>do</strong> da materialidade <strong>do</strong><br />

delito.(REsp 1009380/MS, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES<br />

LIMA, QUINTA TURMA, julga<strong>do</strong> em 12/05/2009, DJe<br />

15/06/2009)<br />

No referi<strong>do</strong> julga<strong>do</strong>, o Ministro Arnal<strong>do</strong><br />

Esteves expõe suas razões citan<strong>do</strong> outro precedente <strong>do</strong> Superior<br />

Tribunal de Justiça:<br />

FMC<br />

Na hipótese, o lau<strong>do</strong> da substância entorpecente não<br />

é condição única para basear a condenação se outros<br />

da<strong>do</strong>s suficientes, incluin<strong>do</strong> a vasta prova<br />

testemunhal e <strong>do</strong>cumental produzida na instrução<br />

criminal, convenceram as instâncias ordinárias no<br />

senti<strong>do</strong> da traficância e, em consequência, da<br />

materialidade delitiva.<br />

Confira-se o seguinte precedente:<br />

HABEAS CORPUS . MENOR. SEMILIBERDADE. FRAGILIDADE DA PROVA.<br />

EXAME. INVIABILIDADE EM SEDE HERÓICA. EXAME TOXICOLÓGICO E<br />

LAUDO PERICIAL DA ARMA. PRESCINDIBILIDADE. OUTROS DADOS.<br />

O remédio de habeas corpus não se presta ao exame de prova, razão por<br />

11<br />

que a discussão em torno da fragilidade da prova deve submeter-se a


ESTADO DE GOIÁS<br />

MINISTÉRIO PÚBLICO<br />

________________________________________________________________________<br />

procedimento de cognição plena.O exame toxicológico, bem como, o<br />

lau<strong>do</strong> pericial na arma não se mostram imprescindíveis para o<br />

convencimento condenatório se outros da<strong>do</strong>s informam a verdade<br />

real.Ordem denegada. (HC 40.329/RJ, Rel. Min. JOSÉ ARNALDO DA<br />

FONSECA, Quinta Turma, DJ de 21/3/05)<br />

Com efeito, o Superior Tribunal de Justiça<br />

já sufragou esse entendimento em diversas oportunidades:<br />

FMC<br />

CRIMINAL. RESP. USO DE ENTORPECENTES. AUSÊNCIA DE<br />

EXAME TOXICOLÓGICO DEFINITIVO. IRRELEVÂNCIA.<br />

MATERIALIDADE COMPROVADA PELO AUTO DE APREENSÃO E<br />

LAUDO DE CONSTATAÇÃO DA SUBSTÂNCIA. RECURSO<br />

DESPROVIDO. É imprópria a pretensão de nulidade da<br />

sentença apenas em razão da pretensa invalidade <strong>do</strong><br />

exame toxicológico definitivo, se evidencia<strong>do</strong>, nos<br />

autos, a comprovação da materialidade <strong>do</strong> delito por<br />

meio de lau<strong>do</strong> provisório de constatação de<br />

substância entorpecente, entre outros elementos de<br />

convicção, tais como, a própria confissão <strong>do</strong> réu.<br />

Recurso desprovi<strong>do</strong>.(REsp 722552/MG, Rel. Ministro<br />

GILSON DIPP, QUINTA TURMA, julga<strong>do</strong> em 07/03/2006, DJ<br />

27/03/2006 p. 320)<br />

12<br />

CRIMINAL. HC. ENTORPECENTES. NULIDADE. AUSÊNCIA DE<br />

EXAME TOXICOLÓGICO DEFINITIVO. IRRELEVÂNCIA.<br />

MATERIALIDADE COMPROVADA PELO AUTO DE APREENSÃO E<br />

LAUDO DE CONSTATAÇÃO DA SUBSTÂNCIA. ORDEM DENEGADA.<br />

É imprópria a alegação de nulidade em razão da<br />

falta <strong>do</strong> exame toxicológico definitivo, se<br />

evidencia<strong>do</strong>, nos autos, a comprovação da<br />

materialidade <strong>do</strong> delito por meio de lau<strong>do</strong><br />

provisório de constatação de substância<br />

entorpecente.A desconstituição <strong>do</strong> julga<strong>do</strong> só é<br />

admitida em casos de flagrante e inequívoca<br />

ilegalidade, o que não restou evidencia<strong>do</strong> in casu.<br />

Ordem denegada.(HC 19518/MS, Rel. Ministro GILSON DIPP,


ESTADO DE GOIÁS<br />

MINISTÉRIO PÚBLICO<br />

________________________________________________________________________<br />

QUINTA TURMA, julga<strong>do</strong> em 02/04/2002, DJ 20/05/2002 p.<br />

FMC<br />

171)<br />

No aresto supra, restou consigna<strong>do</strong>:<br />

13


ESTADO DE GOIÁS<br />

MINISTÉRIO PÚBLICO<br />

________________________________________________________________________<br />

também se manifestou:<br />

FMC<br />

No mesmo caso, o Supremo Tribunal Federal<br />

14<br />

EMENTA: DIREITO CONSTITUCIONAL, PENAL E PROCESSUAL<br />

PENAL. TRÁFICO DE ENTORPECENTES (ART. 12 DA LEI N°<br />

6.368, DE 21.10.1976). LAUDO DE EXAME TOXICOLÓGICO.


ESTADO DE GOIÁS<br />

MINISTÉRIO PÚBLICO<br />

________________________________________________________________________<br />

"HABEAS CORPUS": PEDIDO DE ABSOLVIÇÃO, POR FALTA DO<br />

LAUDO DEFINITIVO DE PERÍCIA TOXICOLÓGICA. ALEGAÇÃO<br />

REPELIDA. 1. Não está reproduzida nestes autos a<br />

sentença condenatória.<br />

2. Até a sua prolação, porém, não houve qualquer<br />

alegação da defesa <strong>do</strong> réu, contrária ao lau<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

exame de constatação, elabora<strong>do</strong> por perito nomea<strong>do</strong><br />

pela autoridade policial, nos termos <strong>do</strong> artigo 159,<br />

§ 1º e 2º <strong>do</strong> C.P.P., combina<strong>do</strong> com o § 1º <strong>do</strong> art.<br />

22 da Lei nº 6.368/76.<br />

3. Só na apelação é que argüiu a nulidade <strong>do</strong><br />

processo, por falta de lau<strong>do</strong> de perícia<br />

toxicológica propriamente dita. E o acórdão<br />

estadual, que lhe negou provimento, a esse respeito<br />

observou: "Se a defesa não questionou oportunamente<br />

a falta <strong>do</strong> exame definitivo, presume-se que aceitou<br />

como autêntico e suficiente para a comprovação da<br />

materialidade <strong>do</strong> delito o Lau<strong>do</strong> de Constatação<br />

acosta<strong>do</strong> ao feito".<br />

4. E não ficou nisso, ao que se colhe <strong>do</strong>s tópicos<br />

reproduzi<strong>do</strong>s: "As provas <strong>do</strong>s autos são robustas no<br />

senti<strong>do</strong> de que o agente estava transportan<strong>do</strong><br />

substância entorpecente", escondida em veículo por<br />

ele dirigi<strong>do</strong>.<br />

5. Por isso mesmo, o aresto <strong>do</strong> Superior Tribunal de<br />

Justiça, denegou a ordem.<br />

6. Enfim, não há constrangimento ilegal decorrente<br />

<strong>do</strong> acórdão <strong>do</strong> S.T.J., denegatório <strong>do</strong> "writ" lá<br />

impetra<strong>do</strong>. 7. "H.C." indeferi<strong>do</strong>, por maioria de<br />

votos.(HC 82035, Relator(a): Min. SYDNEY SANCHES,<br />

Primeira Turma, julga<strong>do</strong> em 04/02/2003, DJ 04-04-<br />

2003 PP-00051 EMENT VOL-02105-02 PP-00357)<br />

Dessarte, com apoio no entendimento das<br />

Cortes Superiores, incorreta a decisão <strong>do</strong> Tribunal de Justiça<br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de Goiás que absolveu os réus por falta <strong>do</strong> lau<strong>do</strong><br />

definitivo, quan<strong>do</strong> o lau<strong>do</strong> de constatação e os demais<br />

FMC<br />

15


ESTADO DE GOIÁS<br />

MINISTÉRIO PÚBLICO<br />

________________________________________________________________________<br />

elementos constantes <strong>do</strong>s autos atestam a materialidade<br />

delitiva.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, ainda que se considere<br />

necessária a juntada <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> definitivo, incorreta se mostra<br />

a providência a<strong>do</strong>tada pelo Tribunal de Justiça, qual seja, a<br />

absolvição <strong>do</strong>s recorri<strong>do</strong>s.<br />

Não obstante a ressalva quanto a posição<br />

a<strong>do</strong>tada, jamais deveria o Juízo a quo ter absolvi<strong>do</strong> os réus, e<br />

sim ter anula<strong>do</strong> a decisão e determina<strong>do</strong> a juntada <strong>do</strong> referi<strong>do</strong><br />

exame, com vista às partes e prolação de nova decisão, como<br />

tem entendi<strong>do</strong> em outros casos o Superior Tribunal de Justiça:<br />

FMC<br />

PROCESSUAL PENAL - HABEAS CORPUS - TRÁFICO DE<br />

DROGAS - SENTENÇA QUE RECONHECE A MATERIALIDADE DO<br />

DELITO COM BASE EM LAUDO PROVISÓRIO - (...) -<br />

CONDENAÇÃO QUE EXIGE O LAUDO DEFINITIVO - ORDEM<br />

CONCEDIDA PARA ANULAR PARCIALMENTE A SENTENÇA E<br />

DETERMINAR A JUNTADA DO LAUDO. DETERMINAÇÃO DE<br />

EXPEDIÇÃO DE ALVARÁ DE SOLTURA, SALVO PRISÃO POR<br />

OUTRO MOTIVO.(...) Se a sentença foi proferida sem<br />

o lau<strong>do</strong> definitivo, impõem-se a sua nulidade para<br />

que previamente seja junta<strong>do</strong> o exame toxicológico e<br />

dada vista às partes para que sobre ele se<br />

manifestem.(HC 118.666/MG, Rel. Ministra JANE<br />

SILVA (DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/MG), SEXTA<br />

TURMA, julga<strong>do</strong> em 05/02/2009, DJe 02/03/2009)<br />

HABEAS CORPUS. ECA. ATO INFRACIONAL ANÁLOGO AO<br />

TRÁFICO DE ENTORPECENTES EM ASSOCIAÇÃO.<br />

INEXISTÊNCIA DE LAUDO TOXICOLÓGICO DEFINITIVO NOS<br />

AUTOS. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA MATERIALIDADE<br />

DELITIVA. ORDEM CONCEDIDA.<br />

16


ESTADO DE GOIÁS<br />

MINISTÉRIO PÚBLICO<br />

________________________________________________________________________<br />

1. A materialidade <strong>do</strong> ato infracional de tráfico de<br />

FMC<br />

entorpecentes deve ser comprovada mediante a<br />

juntada aos autos <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> toxicológico definitivo,<br />

o qual não pode ser supri<strong>do</strong> pelo lau<strong>do</strong> prévio de<br />

constatação de substância entorpecente alia<strong>do</strong> à<br />

confissão <strong>do</strong> a<strong>do</strong>lescente, sob pena de nulidade<br />

absoluta.2. Ordem concedida para anular a sentença<br />

que julgou procedente a representação, a fim de que<br />

seja realizada prévia instrução probatória,<br />

determinan<strong>do</strong> ao paciente que aguarde a conclusão <strong>do</strong><br />

processo em liberdade assistida.(HC 76.990/RJ, Rel.<br />

Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA,<br />

julga<strong>do</strong> em 10/05/2007, DJ 28/05/2007 p. 381)<br />

RECURSO ESPECIAL. PENAL. ART. 12, CAPUT, DA LEI N.º<br />

6.368/76.AUSÊNCIA DE LAUDO TOXICOLÓGICO DEFINITIVO.<br />

NULIDADE ABSOLUTA. JUNTADA AOS AUTOS.<br />

Ao se constatar a ausência <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> definitivo, o<br />

feito deve ser anula<strong>do</strong> para que ocorra a juntada <strong>do</strong><br />

exame pericial e a devida intimação das partes.<br />

2. Recurso provi<strong>do</strong>.(REsp 749.597/RS, Rel. Ministra<br />

LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julga<strong>do</strong> em 12/08/2008,<br />

DJe 08/09/2008)<br />

ESTATUTO DA CRIANÇA E ADOLESCENTE. (...).<br />

LEGALIDADE. AUSÊNCIA DO LAUDO TOXICOLÓGICO<br />

DEFINITIVO. MATERIALIDADE DELITIVA.<br />

17<br />

(...)A ausência <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> toxicológico definitivo,<br />

nos delitos tipifica<strong>do</strong>s na lei de entorpecentes,<br />

nulifica a sentença condenatória, porque não<br />

comprovada a materialidade delitiva (art. 25 da Lei<br />

nº 6.368/76 e art. 31, §1º, da Lei nº 10.409/2002)<br />

Ordem parcialmente concedida para anular a decisão<br />

que julgou procedente a representação oferecida<br />

pelo Ministério Público, a fim de que seja<br />

procedida prévia instrução probatória com juntada<br />

<strong>do</strong> lau<strong>do</strong> toxicológico definitivo.(RHC 17.608/RJ,


ESTADO DE GOIÁS<br />

MINISTÉRIO PÚBLICO<br />

________________________________________________________________________<br />

Rel. Ministro PAULO MEDINA, SEXTA TURMA, julga<strong>do</strong><br />

em 27/10/2005, DJ 20/02/2006 p. 362)<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, ao absolver os réus, o<br />

aresto recorri<strong>do</strong> violou os artigos menciona<strong>do</strong>s, merecen<strong>do</strong><br />

reforma para reconhecer a materialidade delitiva e manter a<br />

sentença condenatória ou, não sen<strong>do</strong> este o entendimento<br />

pre<strong>do</strong>minante, desconstituir o juízo absolutório, anulan<strong>do</strong> a<br />

sentença e determinan<strong>do</strong> a juntada <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> definitivo para<br />

posterior prolação de nova decisão.<br />

V - DO PEDIDO<br />

Pelo exposto, requer o Ministério Público<br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de Goiás ao Eminente Ministro e à Colenda Turma a<br />

que couber o recebimento e o conhecimento <strong>do</strong> presente Recurso,<br />

que o admita, dele conheça e lhe dê provimento para reformar o<br />

V. Acórdão recorri<strong>do</strong> no senti<strong>do</strong> de reconhecer a materialidade<br />

delitiva e manter a sentença condenatória, ou,<br />

subsidiariamente, anular a sentença e determinar que outra<br />

seja proferida após juntada <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> definitivo e vista às<br />

partes.<br />

FMC<br />

Goiânia, 09 de abril de 2010.<br />

PEDRO TAVARES FILHO<br />

Procura<strong>do</strong>r de Justiça<br />

18

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!