Educação de Jovens e Adultos ea indefinição no plano bimestral do ...

More documents

Recommendations

Info

propósito de organizar uma proposta curricular para educação de jovens e adultos. Dentre essas ações estão: as Conferências Internacionais, Congressos, Seminários Nacionais e Fóruns Estaduais e Municipais esses movimentos, têm sido organizados para se discutir a EJA e a formação de seus educadores. Materiais e Métodos O estudo aqui exposto sumariza uma abordagem empírica qualitativa, onde procuramos buscar o sentido do comportamento da própria autora, baseando-se na interpretação dos dados coletados. (GIL,1994, p. 11) argumenta que esse tipo de pesquisa, “[...] trata-se de uma “descrição em profundidade”, em que se considera, ao mesmo tempo, uma interconexão entre a análise do comportamento e do sentido”. Portanto, os resultados aqui mostrados após as visitas e entrevistas feitas com professores e alunos da EJA nas nove escolas da rede Municipal, evidenciam que a ausência de planejamento tanto para o ensino como para a aprendizagem do aluno adulto além de outros fatores tais como: seleção de conteúdo, mobiliário insuficiente, salas de aulas mau iluminadas, transporte inadequado, nenhum recurso além de quadro e giz, professores ministrando aula fora de sua área de graduação, e a falta de professores qualificados tem sido entraves no ensino e na aprendizagem desses alunos. Além disso, quase não encontramos pesquisas e literaturas sobre política curricular, conteúdos ou métodos específicos para essa modalidade de ensino. Vejamos, quando se fala em educação de adultos, focamos logo o pedreiro, o carpinteiro, o torneiro mecânico, o serralheiro, o vendedor de frutas, a secretária do lar, a costureira, a merendeira, as pequenas comerciantes de bijuterias, cosméticos, camelôs e outros (as) profissionais. Evidentemente, público como esse, que possuem um grande acúmulo de experiência, também sugere tratamento diferenciado em seu processo de ensino. Oliveira (1996, p. 37) argumenta que “[...] o adulto é o agente de sua aprendizagem e por isso é ele quem deve decidir sobre o que aprender”. Logo, o foco das atividades educacionais proposta para o adulto deverá ser na própria aprendizagem e não no ensino. E, isso não foi visto nas salas de aulas investigadas. Vejamos o que diz três desses alunos ao serem indagadas pela pesquisadora: Pesquisadora: “O que os professores tem feito para tornar a aula prazerosa?
“Aqui nada, até hoje nenhum professor deu uma aula diferente, só mandam fazer trabalho, trabalho e exercício nos cadernos. Só isso”. (aluna A) “Eu não aprendo nada, aliás, tudo que eu já sei, eu aprendi na loja onde trabalho. Nossos professores só gostam de mandar ler e copiar coisas dos livros, isso só faz perder tempo” (aluna B) “Professor, eu só estou aqui nessa escola porque preciso concluir pelo menos a oitava série, é a firma onde trabalho que está exigindo que todos os funcionários apresentem até o final do ano, a ficha 19”. (aluno C) Nas falas desses alunos podemos perceber, que alguns desses professores não apresentam uma metodologia adequada para esse público como também não planejam seus conteúdos. Por exemplo, passar trabalho em excesso não é uma melhor forma de fazer o aluno construir conhecimento, até porque, a maioria desses alunos não dispõe de tempo suficiente para pesquisar livros ou outras fontes para concluírem seus trabalhos. Por outro lado, dentre as nove escolas pesquisadas e, 38 diários de classe não encontramos um único diário em qual quer disciplina, com seus planejamentos atualizados. Isso implica dizer que os professores ensinam aquilo que sabe, e como sabe. O que quer e como quer. Isso nos faz recordar ao mestre Freire ao afirmar que “[...] ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção (p.47). Adultos tendem a ter grande número de preocupações e de problemas a resolver fora da situação de aprendizagem isso sugere um balanceamento adequado entre o tempo necessário para apresentação da situação de aprendizagem e o tempo necessário para a obtenção da aprendizagem. Por outro lado, “[...] o acúmulo de experiência também pode ser negativo, pois o adulto pode ter desenvolvido hábitos mentais, predisposições que podem levá-lo a não aceitar novos modelos, abordagens e novas formas de pensar”. (SILVA, 2006) e quando falamos do conhecimento sistematizado em particular, essa resistência e a não aceitação tende a ser mais visível nas salas de EJA. Olhando em outra direção, percebemos na fala do aluno “C” que boa parte daqueles que permanecem nas salas de aulas das demais escolas, precisam de seus empregos e isso só será possível se mostrarem para o empregador que também está inserido no contexto de uma sociedade letrada. Isto é, também possui um certificado de conclusão do Ensino Fundamental.
Page 1 and 2: Educação de Jovens e Adultos e a
Page 3: com a idade, pois estes afetam o se
Page 7 and 8: no processo educacional e contribui
Page 9 and 10: Portanto, a aprendizagem deve apoia
Page 11: SOARES, Leôncio. & GIOVANETI, Mari

Educação de Jovens e Adultos ea indefinição no plano bimestral do ...

Create successful ePaper yourself

Delete template?

Save as template?