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Projecto Afectivo-Sexual - Escola Básica Integrada de Capelas

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Auto-estima<br />

Auto-conhecimento<br />

Auto-confiança<br />

Segurança<br />

Conhecimento <strong>de</strong> si próprio<br />

Crescer<br />

Aceitação<br />

Opção


Ano Lectivo 2007/2008<br />

Quanto mais tragédias terão<br />

os nossos jovens<br />

que sofrer antes que<br />

os adultos<br />

aceitem o facto <strong>de</strong> que<br />

a inocência não é<br />

preservada pela ignorância?<br />

Susan Haytman


Introdução<br />

Índice<br />

Educação <strong>Sexual</strong> .<br />

<strong>Sexual</strong>ida<strong>de</strong> Humana<br />

Educação <strong>Sexual</strong> na <strong>Escola</strong> ..<br />

a) Enquadramento legal .<br />

b)<br />

c)<br />

d)<br />

A operacionalização da Educação <strong>Sexual</strong> na <strong>Escola</strong> .<br />

A importância da família nas aprendizagens das crianças e jovens sobre a sexualida<strong>de</strong><br />

A articulação <strong>Escola</strong>-Família no âmbito da Educação <strong>Sexual</strong> .<br />

A comunida<strong>de</strong> educativa da <strong>Escola</strong> <strong>Básica</strong> <strong>Integrada</strong> <strong>de</strong> <strong>Capelas</strong><br />

Desenvolvimento sexual na criança ..<br />

Educação <strong>Afectivo</strong>-<strong>Sexual</strong> no Pré-<strong>Escola</strong>r e no 1º Ciclo do Ensino Básico<br />

a)<br />

b)<br />

c)<br />

d)<br />

e)<br />

Dificulda<strong>de</strong>s percepcionadas pelos professores em relação ao tema .<br />

Objectivos da Educação <strong>Sexual</strong> para o Pré-<strong>Escola</strong>r<br />

Objectivos da Educação <strong>Sexual</strong> para o 1º Ciclo<br />

Atitu<strong>de</strong>s<br />

Competências .<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

2<br />

3<br />

4<br />

7<br />

9<br />

10<br />

13<br />

15<br />

17<br />

19<br />

21<br />

24<br />

24<br />

25<br />

25<br />

26


Metodologias e Estratégias<br />

a)<br />

b)<br />

c)<br />

d)<br />

1ª Área<br />

2ª Área<br />

3ª Área<br />

4ª Área<br />

O conhecimento e a valorização do corpo ..<br />

A reprodução humana<br />

As relações interpessoais .<br />

A i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> sexual ..<br />

Intervenção no 2º e 3º Ciclo ..<br />

Desenvolvimento afectivo-sexual na pré-adolescência e na adolescência .<br />

Activida<strong>de</strong>s .<br />

A puberda<strong>de</strong> dos pais<br />

<strong>Sexual</strong>ida<strong>de</strong> Humana .<br />

Conclusão ..<br />

Legislação Consultada ..<br />

Bibliografia<br />

Documentação Digital ..<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

26<br />

29<br />

35<br />

39<br />

46<br />

51<br />

51<br />

61<br />

78<br />

79<br />

93<br />

95<br />

96<br />

98


Ano Lectivo 2007/2008<br />

Introdução<br />

Os valores são as coisas em que acreditamos. Conhecê-los permite objectivar o que<br />

queremos, tomar <strong>de</strong>cisões e não nos <strong>de</strong>ixarmos manipular pelos outros.<br />

Os valores <strong>de</strong>vem dar sentido e significado à nossa vida. Devem também orientar as<br />

nossas <strong>de</strong>cisões.<br />

Assim é importante ajudar as crianças e os adolescentes a i<strong>de</strong>ntificar os valores da<br />

família, os valores das pessoas que os ro<strong>de</strong>iam e os seus próprios valores.<br />

Um dos objectivos do presente projecto é contribuir para uma visão positiva da<br />

sexualida<strong>de</strong>, que integre os princípios <strong>de</strong> respeito e igualda<strong>de</strong> entre os sexos.<br />

Quando se toma em mãos a tarefa <strong>de</strong> educar há que ter em conta a importância da<br />

promoção <strong>de</strong> valores fundamentais também em educação sexual.<br />

O estudo da sexualida<strong>de</strong> envolve o crescimento global do indivíduo, tanto<br />

intelectual, físico, afectivo-emocional e sexual propriamente dito.<br />

Este trabalho visa a promoção da saú<strong>de</strong>, nomeadamente ao nível da Educação<br />

<strong>Afectivo</strong>-<strong>Sexual</strong>, dos alunos que frequentam a <strong>Escola</strong> <strong>Básica</strong> <strong>Integrada</strong> <strong>de</strong> <strong>Capelas</strong> (Pré-<br />

<strong>Escola</strong>r, 1º, 2º e 3º Ciclo). Assim os temas abordados e que po<strong>de</strong>rão servir <strong>de</strong> orientação<br />

aos docentes que irão implementar este projecto junto dos alunos, são acompanhados por<br />

activida<strong>de</strong>s práticas, no sentido <strong>de</strong> facilitar a sua aplicação.<br />

Salienta-se ainda que no âmbito do projecto, enfatizam-se assuntos tais como:<br />

Educação <strong>Sexual</strong> na <strong>Escola</strong>; Educação <strong>Afectivo</strong>-<strong>Sexual</strong> no Pré-escolar e no 1º Ciclo do<br />

Ensino Básico e Intervenção no 2º e 3º Ciclo.<br />

A <strong>Escola</strong> <strong>Básica</strong> <strong>Integrada</strong> irá beneficiar do apoio <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s parceiras, tais como<br />

o Centro <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ponta Delgada, nomeadamente Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Capelas</strong> e<br />

Associação <strong>de</strong> Desenvolvimento Local, Norte Crescente.<br />

2


Ano Lectivo 2007/2008<br />

Educação <strong>Sexual</strong><br />

Para falar <strong>de</strong> Educação <strong>Sexual</strong> é essencial que comecemos por explicar o que<br />

enten<strong>de</strong>mos por sexualida<strong>de</strong>. Segundo a Organização Mundial da Saú<strong>de</strong>, a <strong>Sexual</strong>ida<strong>de</strong> é<br />

uma energia que nos motiva para encontrar amor, contacto, ternura e intimida<strong>de</strong>. Integra-se<br />

no modo como nos movemos, tocamos e somos tocados. Influencia pensamentos,<br />

sentimentos, acções e interacções e, por isso, influencia a nossa saú<strong>de</strong> física e mental.<br />

A sexualida<strong>de</strong> tem uma vertente emocional, sendo um elemento essencial na<br />

formação da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> global, do auto-conceito, da auto-estima e do bem-estar físico e<br />

emocional <strong>de</strong> qualquer ser humano. É também uma componente essencial do<br />

relacionamento com os outros, nomeadamente no campo amoroso.<br />

A sexualida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> também estar associada a acontecimentos com uma carga<br />

negativa: gravi<strong>de</strong>z não <strong>de</strong>sejada, transmissão <strong>de</strong> doenças sexuais, episódios <strong>de</strong> violência e<br />

abuso.<br />

A sexualida<strong>de</strong> está sujeita a um processo <strong>de</strong> aprendizagem que ocorre ao longo <strong>de</strong><br />

toda a vida do indivíduo. Assim, po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar que a educação sexual se refere a todas<br />

as formas <strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong> valores e informações sobre sexualida<strong>de</strong>, nas suas múltiplas e<br />

variadas dimensões. Inicia-se logo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o nascimento, na forma como os pais se<br />

relacionam com a criança e nos comportamentos que os reforçam ou inibem. É veiculada<br />

em termos sociais, nas normas existentes sobre o comportamento que é consi<strong>de</strong>rado<br />

apropriado para os indivíduos, <strong>de</strong> acordo com o seu sexo e ida<strong>de</strong>. Passa também pelas<br />

mensagens que são divulgadas através dos meios <strong>de</strong> comunicação social, como sejam a<br />

televisão, o cinema e a publicida<strong>de</strong>, mensagens que, por vezes, são contraditórias,<br />

transmitindo i<strong>de</strong>ias confusas sobre o comportamento masculino e feminino em termos<br />

3


sexuais e sociais. Po<strong>de</strong> assim afirmar-se que a educação sexual implica um processo <strong>de</strong><br />

socialização que é comum a todos os indivíduos.<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

A sexualida<strong>de</strong> humana<br />

A sexualida<strong>de</strong> infantil e a sexualida<strong>de</strong> adolescente são importantes etapas<br />

preparatórias para a construção da sexualida<strong>de</strong> adulta. Embora todos nasçamos equipados<br />

para o sexo pela existência <strong>de</strong> órgãos específicos, a sexualida<strong>de</strong> é um longo processo <strong>de</strong><br />

maturação física e psicológica, organizado a partir <strong>de</strong> uma evolução interna e construído na<br />

relação com os elementos significativos do universo relacional <strong>de</strong> cada indivíduo.<br />

Por volta dos três e seis anos, a criança vai construir a sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> sexual por<br />

i<strong>de</strong>ntificação ao mo<strong>de</strong>lo escolhido, <strong>de</strong> uma maneira geral, o progenitor do mesmo sexo.<br />

Surgem aqui as primeiras curiosida<strong>de</strong>s acerca da sexualida<strong>de</strong> do pai e da mãe (ex.: como<br />

nascem os bebés?...), sendo importante que os adultos (pais e educadores) respondam às<br />

perguntas <strong>de</strong> forma a<strong>de</strong>quada à ida<strong>de</strong> das crianças.<br />

Dos seis anos até ao início da adolescência, a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> sexual afirma-se e<br />

consolida pela aprendizagem dos papéis sexuais <strong>de</strong> homem e mulher, tal como surgem na<br />

família e escola.<br />

A forma como a criança viveu a infância e a maneira como os pais (ou substitutos<br />

parentais) lidaram com as questões relacionadas com a sexualida<strong>de</strong> surgidas nesse período,<br />

são essenciais para uma boa evolução dos comportamentos sexuais na adolescência.<br />

A puberda<strong>de</strong> inicia o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da adolescência e esten<strong>de</strong>-se por<br />

um período variável, em regra durante dois ou três anos. Com a produção das hormonas<br />

sexuais e com o <strong>de</strong>senvolvimento dos caracteres sexuais secundários, a curiosida<strong>de</strong> sexual<br />

intensifica-se. É uma época <strong>de</strong> profundas alterações biológicas e psicológicas, on<strong>de</strong> são<br />

inevitáveis mudanças <strong>de</strong> humor e <strong>de</strong> comportamento. Na puberda<strong>de</strong>, <strong>de</strong>senvolve-se uma<br />

4


sexualida<strong>de</strong> interiorizada em que as fantasias sexuais, os impulsos <strong>de</strong>sconhecidos e a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> concretização física do acto sexual inva<strong>de</strong>m o imaginário adolescente: aos<br />

pais compete respeitar a privacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste período, mas mostrar disponibilida<strong>de</strong> para ouvir<br />

e esclarecer.<br />

A sexualida<strong>de</strong> na adolescência progri<strong>de</strong> <strong>de</strong> experiências <strong>de</strong> auto-erotismo para<br />

interacções <strong>de</strong> carícias e beijos com colegas e amigos, muitas vezes em território escolar. É<br />

importante que a escola <strong>de</strong>fina limites para os comportamentos sexualizados no seu<br />

perímetro, o que se consegue com uma discussão aberta com os estudantes, na qual a<br />

dimensão ética é essencial: as boas práticas <strong>de</strong>monstram que os alunos não têm dificulda<strong>de</strong><br />

em aceitar regras <strong>de</strong> comportamento na área da sexualida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que sejam ouvidos e<br />

estimulados a participar na sua <strong>de</strong>finição.<br />

As tensões e impulsos sexuais sentidos pelos adolescentes e a pressão dos pares são<br />

importantes para o começo da vida sexual, mas as atitu<strong>de</strong>s da família e da escola nunca<br />

po<strong>de</strong>rão ser esquecidas: a informação criteriosa e a disponibilida<strong>de</strong> para ouvir <strong>de</strong>vem ser a<br />

regra, mas a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>ve caber aos próprios. Os pais e professores <strong>de</strong>vem, contudo,<br />

compreen<strong>de</strong>r que a primeira experiência sexual comporta um conjunto significativo <strong>de</strong><br />

emoções e <strong>de</strong>ve exigir uma responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ambos os jovens, sendo <strong>de</strong>ver dos<br />

educadores a constante recomendação <strong>de</strong> padrões éticos <strong>de</strong> respeito e afecto mútuos<br />

(Sampaio 2006).<br />

Os comportamentos sexuais juvenis <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da interacção entre motivações<br />

internas e relacionamentos interpessoais, mas po<strong>de</strong>m ser influenciados pela forma<br />

como os adultos, na família e na escola, vivem o seu quotidiano afectivo-sexual. Na<br />

prática escolar, interessa saber que a sexualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> quatro factores<br />

psicossexuais (que envolvem o <strong>de</strong>senvolvimento da personalida<strong>de</strong> e os<br />

comportamentos sexuais): a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> sexual, a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> género, a orientação<br />

sexual e o comportamento sexual (Sadock, 2005). Nas acções com alunos, surgem<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

5


com frequência questões relacionadas com estas dimensões, pelo que interessa <strong>de</strong>finir<br />

brevemente cada uma <strong>de</strong>las.<br />

A i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> sexual é o padrão <strong>de</strong>finido pelas características biológicas e sexuais,<br />

que formam um conjunto coerente: através dos cromossomas, genitais internos e<br />

externos, hormonas e caracteres sexuais secundários, o indivíduo não tem (na gran<strong>de</strong><br />

maioria dos casos) dúvidas acerca do seu sexo. Importa referir, no entanto, que a<br />

construção da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> sexual é um processo que po<strong>de</strong> sofrer vicissitu<strong>de</strong>s a<br />

necessitar <strong>de</strong> abordagem especializada.<br />

A i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> género<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

está relacionada com o sentido <strong>de</strong> ser masculino ou<br />

feminino e estabelece-se muito precocemente na infância, cerca dos 2 ou 3 anos.<br />

Resulta <strong>de</strong> uma série infindável <strong>de</strong> experiências com os familiares e com os pares e <strong>de</strong><br />

fenómenos culturais, em que as características biológicas interagem com uma série <strong>de</strong><br />

estímulos, <strong>de</strong> modo a <strong>de</strong>finir o género (Sadock, 2005). No contexto da sexualida<strong>de</strong><br />

pré-adolescente ou adolescente, as questões da masculinida<strong>de</strong> e da feminilida<strong>de</strong><br />

surgem com frequência e po<strong>de</strong>m ser abordadas num programa <strong>de</strong> Educação <strong>Sexual</strong>.<br />

A orientação sexual <strong>de</strong>screve o objecto dos impulsos sexuais: heterossexual (sexo<br />

oposto), homossexual (mesmo sexo) ou bissexual (os dois sexos). Na puberda<strong>de</strong> e na<br />

fase média da adolescência, po<strong>de</strong>m surgir dúvidas transitórias sobre a orientação<br />

sexual, até que esta se consoli<strong>de</strong>. A informação da heterogeneida<strong>de</strong> dos<br />

comportamento sexuais e o respeito pela diferença <strong>de</strong>vem fazer parte <strong>de</strong> temas a<br />

discutir, num programa organizado <strong>de</strong> Educação <strong>Sexual</strong>, sobretudo se for uma<br />

questão solicitada pelos alunos.<br />

O comportamento sexual<br />

inclui o <strong>de</strong>sejo, as fantasias ligadas à sexualida<strong>de</strong>, o<br />

auto-erotismo, a procura <strong>de</strong> parceiros e, <strong>de</strong> um modo geral, todas as tentativas com o<br />

objectivo <strong>de</strong> obter gratificação <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s sexuais.<br />

6


Os relatos que actualmente nos chegam <strong>de</strong> comportamentos sexuais em território<br />

escolar, através da utilização <strong>de</strong> novas tecnologias e em contexto on<strong>de</strong> não está<br />

presente a dimensão afectiva, <strong>de</strong>vem merecer atenção especial por parte <strong>de</strong> pais e<br />

educadores.<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

Educação <strong>Sexual</strong> na <strong>Escola</strong><br />

A educação para a saú<strong>de</strong>, na qual integra-se a Educação <strong>Sexual</strong>, concentra-se na<br />

mudança <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s e crenças, julgadas <strong>de</strong>terminantes do comportamento. Procura-se obter<br />

com esta estratégia uma promoção do melhor estado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, com o objectivo <strong>de</strong> melhorar<br />

a saú<strong>de</strong> e prevenir a doença, esten<strong>de</strong>-se a campos sociais e legislativos.<br />

A Educação <strong>Sexual</strong> tem como objectivo a integração harmoniosa das diversas<br />

facetas da sexualida<strong>de</strong> humana, promovendo a aquisição <strong>de</strong> uma postura responsável,<br />

flexível e gratificante <strong>de</strong> crianças e jovens enquanto seres sexuados. Neste sentido a<br />

Educação <strong>Sexual</strong> foi pensada através <strong>de</strong> uma abordagem transversal não reducionista. Isto<br />

é, respeitando uma estrutura multifacetada da sexualida<strong>de</strong> humana, abordando relações<br />

interpessoais, responsabilida<strong>de</strong>s, anatomia e fisiologia, etc.<br />

A faceta mais marcante da sexualida<strong>de</strong> no contexto escolar, é o facto <strong>de</strong> ser uma das<br />

características humanas mais <strong>de</strong>terminadas e moldadas pelo processo <strong>de</strong> socialização. O<br />

que cada um <strong>de</strong> nós é, fantasia, <strong>de</strong>seja ou põe em prática a nível sexual é o resultado <strong>de</strong> um<br />

processo <strong>de</strong> interacção e aprendizagem contínuo, realizado num contexto formal (a escola<br />

ou a religião, por exemplo) ou informal (os meios <strong>de</strong> comunicação social, são o exemplo<br />

por excelência).<br />

7


Uma vez que todas as socieda<strong>de</strong>s procuram, formal ou informalmente, transmitir<br />

valores fundamentais e normas <strong>de</strong> conduta no que à sexualida<strong>de</strong> toca, a escola tem um<br />

papel a <strong>de</strong>sempenhar neste âmbito, enquanto espaço privilegiado <strong>de</strong> socialização para as<br />

crianças e os jovens.<br />

Voluntária ou involuntariamente, a escola é um lugar on<strong>de</strong> se constroem saberes e<br />

que suscita vivências ao nível afectivo-sexual e que não se po<strong>de</strong> furtar a uma abordagem:<br />

formal; estruturada; intencional; a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> questões relacionada com a<br />

sexualida<strong>de</strong> humana, a qual é comummente <strong>de</strong>signada <strong>de</strong> Educação <strong>Sexual</strong> em contexto<br />

escolar.<br />

É <strong>de</strong> reforçar a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que é atribuída à escola a função <strong>de</strong> suscitar o ensaio <strong>de</strong><br />

competências essenciais ao pleno <strong>de</strong>senvolvimento da pessoa, tendo a seu favor, para essa<br />

missão, o facto <strong>de</strong> ser um espaço <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> permanência temporal nas ida<strong>de</strong>s em que se<br />

realiza uma boa parte das aprendizagens básicas <strong>de</strong> todos os indivíduos.<br />

No entanto, vários argumentos têm sido avançados contra o envolvimento da escola<br />

em programas <strong>de</strong> Educação <strong>Sexual</strong>.<br />

Um dos argumentos mais frequentes para o não envolvimento da <strong>Escola</strong> na<br />

Educação <strong>Sexual</strong> é o receio <strong>de</strong> que falar da sexualida<strong>de</strong> em contextos formais possa<br />

funcionar como mecanismo <strong>de</strong> incentivo a comportamentos sexuais mais precoces. Se é<br />

verda<strong>de</strong> que os estudos sobre os comportamentos sexuais dos jovens nas socieda<strong>de</strong>s<br />

oci<strong>de</strong>ntais têm revelado um aumento no número <strong>de</strong> jovens sexualmente activos,<br />

especialmente rápido no caso das raparigas, este facto não po<strong>de</strong> ser associado à Educação<br />

<strong>Sexual</strong> nas escolas, a qual, na maioria dos casos, foi feita <strong>de</strong> forma esporádica e tardia em<br />

relação às próprias mudanças sociais.<br />

A avaliação <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> Educação <strong>Sexual</strong> em curso noutros países tem<br />

inviabilizado a confirmação <strong>de</strong>ste argumento. Os estudos existentes revelaram que a<br />

frequência <strong>de</strong> aulas ou activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Educação <strong>Sexual</strong> não provoca maior precocida<strong>de</strong> e,<br />

pelo contrário, constatou-se que os jovens que frequentaram este tipo <strong>de</strong> acções, em<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

8


comparação com outros jovens que as não frequentaram, iniciaram, em média, a activida<strong>de</strong><br />

sexual um pouco mais tar<strong>de</strong>.<br />

Os mesmos estudos revelaram que, sob os aspectos preventivos, a promoção <strong>de</strong><br />

programas <strong>de</strong> Educação <strong>Sexual</strong> tem efectivamente contribuído para uma redução do<br />

número <strong>de</strong> comportamentos <strong>de</strong> risco e um aumento dos comportamentos preventivos.<br />

Para concluir é necessário salientar que tendo em conta a natureza do processo <strong>de</strong><br />

socialização sexual, enten<strong>de</strong>-se que a escola é somente um dos agentes daquele processo.<br />

Tal como em qualquer esfera da vida, a educação sobre sexualida<strong>de</strong> na escola não <strong>de</strong>ve ser<br />

entendida como remédio santo que assegura um futuro sem problemas. A sexualida<strong>de</strong><br />

como componente da intimida<strong>de</strong> será sempre um processo <strong>de</strong> construção individual,<br />

hesitações e tomadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão, feito <strong>de</strong> experiências e aprendizagens <strong>de</strong> vida. A escola,<br />

agindo <strong>de</strong> forma a<strong>de</strong>quada, po<strong>de</strong> contribuir para que este caminho seja feito <strong>de</strong> forma mais<br />

positiva e mais gratificante.<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

a) Enquadramento Legal<br />

A Lei nº 120/99 <strong>de</strong> 11 <strong>de</strong> Agosto visa conce<strong>de</strong>r maior eficácia aos dispositivos<br />

legais que garantam a promoção <strong>de</strong> uma vida sexual e reprodutiva saudável, mais<br />

gratificante e responsável, consagrando medidas no âmbito da educação sexual nos<br />

estabelecimentos <strong>de</strong> ensino do básico e secundário; do reforço do acesso ao planeamento<br />

familiar e aos métodos contraceptivos, tendo em vista a prevenção <strong>de</strong> gravi<strong>de</strong>zes<br />

in<strong>de</strong>sejadas e o combate às doenças sexualmente transmissíveis.<br />

O mesmo diploma salienta a abordagem interdisciplinar e a colaboração com os<br />

serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>; associações <strong>de</strong> pais e <strong>de</strong> estudantes, como estratégias para abordar os<br />

seguintes conteúdos: sexualida<strong>de</strong> humana, aparelho reprodutivo e a fisiologia da<br />

reprodução, sida e outras doenças sexualmente transmissíveis, métodos contraceptivos e as<br />

relações interpessoais, a partilha <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>s e a igualda<strong>de</strong> entre os géneros.<br />

9


O Decreto Legislativo Regional nº 18/2000/A <strong>de</strong> 8 <strong>de</strong> Agosto estabelece orientações<br />

específicas dirigidas à administração regional para a efectiva concretização dos objectivos<br />

<strong>de</strong> informação, formação e implementação do planeamento familiar e da educação afectivo-<br />

sexual. Este diploma faz referência à educação afectivo-sexual como área essencial do<br />

processo educativo, no sentido <strong>de</strong> proporcionar uma vivência mais informada, mais<br />

gratificante, mais autónoma e mais responsável da sexualida<strong>de</strong>. Estabelece igualmente o<br />

acesso da comunida<strong>de</strong> educativa à informação e formação relativas à afectivida<strong>de</strong> e<br />

sexualida<strong>de</strong>, assim como assegura a inclusão no plano anual <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s através do<br />

<strong>Projecto</strong> Educativo <strong>de</strong> <strong>Escola</strong>, a concretização <strong>de</strong> um programa para a promoção da saú<strong>de</strong> e<br />

da sexualida<strong>de</strong>, com a respectiva calendarização e i<strong>de</strong>ntificação dos responsáveis pela sua<br />

implementação.<br />

O Decreto-lei nº 259/2000 <strong>de</strong> 17 <strong>de</strong> Outubro enuncia que o <strong>Projecto</strong> Educativo <strong>de</strong><br />

cada escola <strong>de</strong>ve integrar estratégias <strong>de</strong> promoção da saú<strong>de</strong> sexual, tanto no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento do currículo, como na organização <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> enriquecimento<br />

curricular, favorecer a articulação escola-família, fomentar a participação da comunida<strong>de</strong>-<br />

escola e dinamizar parcerias com entida<strong>de</strong>s externas à escola, nomeadamente com o centro<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

10<br />

b) A operacionalização da educação sexual na escola<br />

A sexualida<strong>de</strong> não po<strong>de</strong> ser reduzida aos seus aspectos anatomo-fisiológicos, dado<br />

que é uma característica e activida<strong>de</strong> humana fortemente enraizadas em aspectos<br />

emocionais, tanto ao nível individual como relacional. A neutralida<strong>de</strong> moral não é pois<br />

possível quando se abordam comportamentos humanos, e em especial os comportamentos<br />

sexuais. Por outro lado, uma pretensa informação sexual , reduzida às componentes<br />

biológicas e preventivas da sexualida<strong>de</strong>, nem é <strong>de</strong>sejável, nem escapa igualmente a<br />

referências éticas e morais.


Quando nos referimos às metodologias da Educação <strong>Sexual</strong>, uma das questões<br />

fundamentais pren<strong>de</strong>-se com a forma como se opera esta educação para os valores ligados à<br />

sexualida<strong>de</strong>. Esta terá que contribuir para a capacitação das crianças e dos jovens para<br />

agirem autonomamente, assumindo opções conscientes e responsáveis nos diversos<br />

contextos <strong>de</strong> vida, manifestando respeito pelos outros que com eles interagem,<br />

estabelecendo um relacionamento positivo e satisfatório para todos.<br />

De acordo com estas consi<strong>de</strong>rações, constituem valores essenciais da Educação <strong>Sexual</strong>:<br />

o reconhecimento <strong>de</strong> que a sexualida<strong>de</strong> é uma fonte <strong>de</strong> prazer e comunicação, e<br />

uma componente positiva <strong>de</strong> realização pessoal e das relações interpessoais;<br />

a valorização das diferentes expressões da sexualida<strong>de</strong> ao longo do ciclo <strong>de</strong> vida;<br />

o respeito pela pessoa do outro, quaisquer que sejam as suas características físicas<br />

e a sua orientação sexual;<br />

a promoção da igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> direitos e oportunida<strong>de</strong>s entre os sexos;<br />

o respeito pelo direito à diferença;<br />

o reconhecimento da importância da comunicação e do envolvimento afectivo e<br />

amoroso na vivência da sexualida<strong>de</strong>;<br />

o reconhecimento do direito a uma maternida<strong>de</strong>/paternida<strong>de</strong> livres, conscientes e<br />

responsáveis;<br />

o reconhecimento <strong>de</strong> que a autonomia, a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> escolha e uma informação<br />

a<strong>de</strong>quada são aspectos essenciais para a estruturação <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s e<br />

comportamentos responsáveis no relacionamento sexual;<br />

a recusa <strong>de</strong> expressões da sexualida<strong>de</strong> que envolvam violência ou coacção, ou<br />

envolvam relações pessoais <strong>de</strong> dominação e <strong>de</strong> exploração;<br />

a promoção da saú<strong>de</strong> dos indivíduos e dos casais, nas esferas sexual e reprodutiva.<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

11


Decorrente <strong>de</strong>ste conjunto <strong>de</strong> valores, po<strong>de</strong>ríamos apontar como gran<strong>de</strong> objectivo da<br />

Educação <strong>Sexual</strong> o <strong>de</strong> contribuir (ainda que parcialmente) para uma vivência mais<br />

informada, mais gratificante, mais autónoma e, logo, mais responsável da sexualida<strong>de</strong>.<br />

Especificamente, em relação à esfera dos conhecimentos a Educação <strong>Sexual</strong> po<strong>de</strong><br />

contribuir para um maior e melhor conhecimento dos factos e componentes que integram a<br />

sexualida<strong>de</strong>, nomeadamente:<br />

das várias dimensões da sexualida<strong>de</strong><br />

do corpo sexuado e dos seus órgãos internos e externos<br />

das componentes anatomo-fisiológicas, psicológicas e socioculturais da expressão<br />

da sexualida<strong>de</strong> humana<br />

da diversida<strong>de</strong> dos comportamentos sexuais ao longo da vida e das suas<br />

diferenças individuais<br />

dos mecanismos da reprodução e da contracepção e da prática do sexo seguro<br />

das i<strong>de</strong>ias e valores com que as diversas socieda<strong>de</strong>s foram encarando a<br />

sexualida<strong>de</strong>, o amor, a reprodução e as relações entre os sexos ao longo da<br />

história e nas diferentes culturas<br />

os problemas que po<strong>de</strong>m surgir ligados a esta esfera da saú<strong>de</strong> sexual e<br />

reprodutiva, nomeadamente as gravi<strong>de</strong>zes não <strong>de</strong>sejadas, o contágio <strong>de</strong> DST, os<br />

abusos e a violência sexual, bem como dos apoios possíveis.<br />

Um segundo conjunto <strong>de</strong> objectivos relaciona-se com os sentimentos e atitu<strong>de</strong>s, referindo-<br />

se especificamente à possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> a Educação <strong>Sexual</strong> contribuir para:<br />

uma aceitação positiva e confortável do corpo sexuado, do prazer e da<br />

afectivida<strong>de</strong><br />

uma atitu<strong>de</strong> não sexista<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

12


uma atitu<strong>de</strong> não discriminatória face às expressões e orientações sexuais <strong>de</strong><br />

outro(s)<br />

uma atitu<strong>de</strong> preventiva da doença e promotora do bem estar e da saú<strong>de</strong>.<br />

Um terceiro conjunto <strong>de</strong> objectivos situa-se no <strong>de</strong>senvolvimento das competências<br />

individuais, nomeadamente:<br />

no treino e reforço das competências para tomar <strong>de</strong>cisões e <strong>de</strong> recusar<br />

comportamentos não <strong>de</strong>sejados ou que violem a sua dignida<strong>de</strong> e os seus direitos<br />

no treino e reforço das competências <strong>de</strong> comunicação<br />

no treino e reforço <strong>de</strong> um vocabulário a<strong>de</strong>quado<br />

na utilização, quando necessário, <strong>de</strong> meios seguros e eficazes <strong>de</strong> contracepção e<br />

<strong>de</strong> prevenção do contágio <strong>de</strong> DST<br />

no treino <strong>de</strong> competências <strong>de</strong> pedir ajuda e saber recorrer a apoios quando<br />

necessário.<br />

A Educação <strong>Sexual</strong> <strong>de</strong>verá <strong>de</strong>senvolver acções a três níveis:<br />

- Disciplinar<br />

- Interdisciplinar<br />

- Extracurricular<br />

A nível disciplinar, os currículos <strong>de</strong> quase todas as disciplinas possibilitam, como à<br />

frente se verá, a abordagem <strong>de</strong> diversos temas <strong>de</strong> Educação <strong>Sexual</strong>. Existem algumas<br />

disciplinas que explicitamente incluem temas <strong>de</strong> Educação <strong>Sexual</strong>, por exemplo, Estudo do<br />

Meio, Ciências Naturais, Língua Portuguesa, Desenvolvimento Pessoal e Social e Educação<br />

Moral e Religiosa.<br />

A primeira via <strong>de</strong> inclusão será feita por cada núcleo/<strong>de</strong>partamento, i<strong>de</strong>ntificando nos<br />

seus programas momentos curriculares em que possam ser incluídos temas <strong>de</strong> Educação<br />

<strong>Sexual</strong>, consi<strong>de</strong>rando os centros <strong>de</strong> interesse dos alunos.<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

13


A segunda via pressupõe, a partir do 2º Ciclo, a articulação entre professores <strong>de</strong> várias<br />

disciplinas para a abordagem <strong>de</strong> um ou vários temas <strong>de</strong> Educação <strong>Sexual</strong>. Tal como na<br />

situação anterior, torna-se importante auscultar os interesses dos alunos e tê-los em conta<br />

aquando da organização das abordagens.<br />

A terceira via, ou seja, as activida<strong>de</strong>s extracurriculares <strong>de</strong>verão ser um complemento<br />

das anteriores <strong>de</strong>vido ao seu carácter casual, irregular e menos responsabilizador da escola<br />

como um todo. Neste momento, estas activida<strong>de</strong>s serão da responsabilida<strong>de</strong> das Entida<strong>de</strong>s<br />

parceiras.<br />

c) A Importância da família nas aprendizagens das crianças e jovens sobre a<br />

sexualida<strong>de</strong><br />

É inquestionável a importância da família na Educação <strong>Sexual</strong> das crianças e dos<br />

jovens: a aprendizagem da sexualida<strong>de</strong> é um dos elementos do processo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento global da pessoa, no qual a família, como se sabe, é um dos principais<br />

agentes.<br />

Para além das iniciativas conscientes e <strong>de</strong>liberadas com que as famílias procuram<br />

aumentar e solidificar os conhecimentos dos seus filhos e educandos na esfera sexual, o<br />

quadro familiar é, por si só, um contexto básico e primordial <strong>de</strong> aprendizagem e <strong>de</strong> vivência<br />

da sexualida<strong>de</strong>.<br />

Com efeito, é no contexto familiar que se realizam as primeiras relações afectivas,<br />

<strong>de</strong> apego e <strong>de</strong> sociabilida<strong>de</strong> que em muito influenciarão os ciclos <strong>de</strong> vida subsequentes,<br />

nomeadamente nas suas dimensões afectiva, amorosa e sexual. A qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssas<br />

primeiras relações - com o pai e a mãe (biológicos ou sociais), outros familiares e restantes<br />

figuras <strong>de</strong> apego - interferem no <strong>de</strong>senvolvimento global das crianças e jovens e evi<strong>de</strong>nciar-<br />

se-á, a vários níveis na continuida<strong>de</strong> da sua vida. São um bom exemplo, porque foram<br />

objecto <strong>de</strong> estudos científicos bastante conclusivos, os graus <strong>de</strong> confiança em si e nos<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

14


outros, atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aceitação ou <strong>de</strong> recusa em relação ao corpo e à expressão dos afectos e<br />

da sexualida<strong>de</strong>.<br />

Paralelamente, como mecanismo <strong>de</strong> influência da família nas crianças e jovens, a<br />

aprendizagem pela observação <strong>de</strong> comportamentos e pela integração <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los<br />

incorporam tanto o fazer, como o pensar e o julgar<br />

participação da família na Educação <strong>Sexual</strong> das crianças e jovens.<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

15<br />

que<br />

vem reforçar a inevitabilida<strong>de</strong> da<br />

Sob esse prisma, a comunicação verbal na família acerca da sexualida<strong>de</strong> é apenas<br />

uma das fontes possíveis da aprendizagem sexual, mas não é, certamente, a mais<br />

importante. De facto, a linguagem afectivo-sexual tem múltiplas expressões. Tomem-se<br />

alguns exemplos: o modo como cada elemento da família exerce o seu papel sócio-sexual e<br />

como é, sistematicamente, organizado o conjunto familiar, a proximida<strong>de</strong> ou a distância<br />

física, as reacções mínimas acerca <strong>de</strong> acontecimentos que se relacionem com esta temática,<br />

os comentários sobre os comportamentos <strong>de</strong> outras pessoas ou sobre acontecimentos<br />

públicos e o silêncio, voluntário ou involuntário, em torno da temática afectivo-sexual.<br />

Tal como noutros domínios, a inserção das crianças e jovens em socieda<strong>de</strong> vem<br />

complementar, reforçar, questionar e, por vezes, abalar estas aprendizagens básicas e<br />

fundamentais do foro afectivo-sexual, realizadas no contexto familiar. Uma vez que as<br />

crianças e os jovens se integram, ao longo da sua vida em contextos diferenciados, o que é<br />

normal e <strong>de</strong>sejável, é então previsível que, a cada um <strong>de</strong>sses contextos, correspondam<br />

vivências diferentes, mensagens <strong>de</strong> intencionalida<strong>de</strong> e conteúdos diversos e canais <strong>de</strong><br />

comunicação próprios. Por isso, são múltiplos os agentes que participam na aprendizagem<br />

dos temas da sexualida<strong>de</strong>: a família, os amigos e colegas <strong>de</strong> escola ou <strong>de</strong> vizinhança, os<br />

professores, os profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, a televisão, o cinema e as leituras diversas (livros,<br />

revistas, jornais, <strong>de</strong>sdobráveis, cartazes...).<br />

Em geral, nenhum dos agentes que interfere no saber que a criança e o jovem vão<br />

acumulando, substitue as funções e as potencialida<strong>de</strong>s da família. Contudo, mesmo com


funções mais difusas, não é possível nem aconselhável menosprezar o papel dos agentes<br />

exteriores à família e à escola na aprendizagem <strong>de</strong> conteúdos sexualmente conotados,<br />

sobretudo porque a sua influência é crescente ao longo da vida, como é o caso do grupo <strong>de</strong><br />

amigos.<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

16<br />

d) A articulação <strong>Escola</strong><br />

Relativamente à articulação escola<br />

Família no âmbito da Educação <strong>Sexual</strong><br />

família é importante ter em conta que ambos<br />

são agentes <strong>de</strong> socialização, que se complementam, por isso é conveniente consi<strong>de</strong>rar que:<br />

- A Educação <strong>Sexual</strong> nas escolas não se justifica apenas porque os alunos referem que os<br />

seus pais ou encarregados <strong>de</strong> educação não lhes falam sobre esse tema: esses conteúdos<br />

também são do âmbito escolar.<br />

- Não há competição entre o papel que a escola <strong>de</strong>sempenha ou preten<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenhar e<br />

o da família, já que dificilmente o substitui integralmente,<br />

- Porque a Educação <strong>Sexual</strong> faz parte da missão do sistema educativo, a articulação<br />

escola<br />

família nesse domínio não visa obter autorização para realizar acções<br />

concretas mas sim fomentar e efectivar essa articulação através do envolvimento dos<br />

pais e encarregados <strong>de</strong> educação,<br />

- Ao contrário <strong>de</strong> outras matérias, a sexualida<strong>de</strong> suscita opiniões, saberes e<br />

posicionamentos intelectuais e éticos divergentes que convém colocar em confronto,<br />

valorizando a sua expressão e assumindo uma atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> escuta activa, visando, sempre<br />

que possível, o consenso.<br />

Relativamente às iniciativas tomadas pelos professores ou pela escola no seu todo, a<br />

família não <strong>de</strong>verá ser mantida em estado <strong>de</strong> dúvida ou <strong>de</strong>sconfiança, estando em causa o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento do bem-estar dos seus filhos e educandos. Para o projecto escolar, a<br />

difusão da informação acerca das activida<strong>de</strong>s escolares <strong>de</strong>verá ser entendida como uma<br />

premissa básica.


Assim, não é a especificida<strong>de</strong> do tema da sexualida<strong>de</strong> e por este ser, ainda, um tema<br />

especial que se <strong>de</strong>ve enfatizar o preceito da articulação escola-família; esse preceito é<br />

sempre justificado e <strong>de</strong>ve estar presente nas várias fases <strong>de</strong> implementação do projecto<br />

escolar, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o seu planeamento à sua avaliação.<br />

Talvez pelo facto da Educação <strong>Sexual</strong> ser muito recente no nosso país e por vezes<br />

pela dificulda<strong>de</strong> por parte dos pais em enten<strong>de</strong>rem as finalida<strong>de</strong>s e o processo <strong>de</strong> uma acção<br />

ou <strong>de</strong> um programa <strong>de</strong> Educação <strong>Sexual</strong>, surgem dúvidas e receios, assim como<br />

expectativas e interesses. As i<strong>de</strong>ias e concepções dos pais <strong>de</strong>vem ser escutadas e discutidas.<br />

Para além <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias, as quais <strong>de</strong>vem merecer toda a atenção, é também<br />

comum a explicitação <strong>de</strong> pedidos <strong>de</strong> ajuda, <strong>de</strong> sugestões ou <strong>de</strong> apoio, os quais, como<br />

facilmente se enten<strong>de</strong>, não são <strong>de</strong> resposta imediata e requerem um diálogo mais<br />

aprofundado.<br />

Assim, a articulação escola-famílias é imprescindível e cumpre, pelo menos os<br />

seguintes objectivos:<br />

- Garantir e promover a participação das famílias no processo educativo dos seus filhos e<br />

educandos;<br />

- Encontrar formas <strong>de</strong> rentabilização e <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> das intenções educativas da<br />

escola no âmbito da sexualida<strong>de</strong>;<br />

- Impedir ou evitar que em torno das activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Educação <strong>Sexual</strong> explícita<br />

<strong>de</strong>senvolvidas na escola se criem entendimentos ou receios infundados acerca da<br />

finalida<strong>de</strong> e dos efeitos <strong>de</strong>ssas activida<strong>de</strong>s.<br />

No que diz respeito às estratégias, estas <strong>de</strong>verão servir os objectivos da escola e,<br />

simultaneamente, os interesses das famílias. A i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong>ve ser objecto<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> criativida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quação aos contextos precisos <strong>de</strong> cada local, <strong>de</strong> cada<br />

estabelecimento <strong>de</strong> ensino e até <strong>de</strong> cada turma. O envolvimento dos alunos <strong>de</strong>verá ser<br />

sempre que possível activo, no sentido <strong>de</strong> serem eles a elaborar, criar, pesquisar, quer<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

17


sejam <strong>de</strong>bates, trabalhos <strong>de</strong> grupo ou até mesmo dramatizações. Nunca nos <strong>de</strong>vemos<br />

esquecer que apren<strong>de</strong>mos mais e melhor fazendo, e que os pais, com maior facilida<strong>de</strong> ou<br />

com maior grau <strong>de</strong> motivação vêm à escola no sentido <strong>de</strong> assistirem a algo criado ou<br />

apresentado pelos filhos.<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

18<br />

A comunida<strong>de</strong> educativa da <strong>Escola</strong> <strong>Básica</strong> <strong>Integrada</strong> <strong>de</strong> <strong>Capelas</strong><br />

A <strong>Escola</strong> <strong>Básica</strong> <strong>Integrada</strong> <strong>de</strong> <strong>Capelas</strong> é uma das cinco escolas <strong>de</strong>sta tipologia<br />

do concelho <strong>de</strong> Ponta Delgada, situa-se na costa norte da Ilha <strong>de</strong> S. Miguel e possui<br />

uma área pedagógica <strong>de</strong> oito freguesias: Fenais da Luz, São Vicente Ferreira,<br />

<strong>Capelas</strong>, Santo António, Santa Bárbara, Remédios; Ajuda e Pilar, numa área <strong>de</strong> 74,9<br />

Km², o que correspon<strong>de</strong> a 28,6% da área do concelho.<br />

De acordo com os censos <strong>de</strong> 2001, este concelho conta com cerca <strong>de</strong> 66.000<br />

habitantes, que se distribuem <strong>de</strong> modo muito irregular pelo território. Em todas as<br />

freguesias do concelho predomina a população adulta não chegando a percentagem <strong>de</strong><br />

jovens a atingir os 30% da população total.<br />

No que concerne ao nível <strong>de</strong> instrução, há uma gran<strong>de</strong> incidência <strong>de</strong> níveis <strong>de</strong><br />

instrução muito baixos, sendo preocupante o grau <strong>de</strong> analfabetismo nas freguesias<br />

rurais. A ocupação que prevalece é a ligada à agro-pecuária e a prestação <strong>de</strong> serviços<br />

(como construção civil...). Esta é uma situação que se tem vindo a alterar nos últimos<br />

<strong>de</strong>z anos nas zonas mais próximas da se<strong>de</strong> <strong>de</strong> concelho, fruto da melhoria das<br />

acessibilida<strong>de</strong>s, dos novos empregos, da existência da <strong>Escola</strong> Profissional, do acesso<br />

à informação, dos cursos <strong>de</strong> formação promovidos pelas Casas do Povo e Juntas <strong>de</strong><br />

Freguesia e, <strong>de</strong> algum modo, fruto da evolução do sector económico, permitindo a<br />

muitas famílias o encaminhamento dos filhos para o prosseguimento <strong>de</strong> estudos, além<br />

da escolarida<strong>de</strong> obrigatória, situação que, há décadas atrás, não era tão significante.<br />

A cultura <strong>de</strong>sta zona geográfica, é marcada por uma mentalida<strong>de</strong><br />

conservadora, que associada a graus <strong>de</strong> instrução baixa e até mesmo analfabetismo,


po<strong>de</strong>rão contribuir para que a sexualida<strong>de</strong> não seja abordada pela família, é portanto<br />

em muita situações, um assunto tabu, o que conduz a situações <strong>de</strong>:<br />

- falta <strong>de</strong> informação;<br />

- falta <strong>de</strong> cultura específica;<br />

- <strong>de</strong>srespeito por diferentes tendências sexuais;<br />

- gravi<strong>de</strong>zes precoces;<br />

- situações <strong>de</strong> abuso;<br />

- vulnerabilida<strong>de</strong> (grupos <strong>de</strong> risco).<br />

Na <strong>Escola</strong> <strong>Básica</strong> <strong>Integrada</strong> incluem-se doze estabelecimentos <strong>de</strong> ensino:<br />

<strong>Escola</strong> <strong>Básica</strong> 2, 3 <strong>de</strong> <strong>Capelas</strong>; EB1/JI Fenais da Luz; EB1/JI Francisco José <strong>de</strong><br />

Me<strong>de</strong>iros; EB1/JI S. Vicente Ferreira; EB1/JI <strong>de</strong> Poços; EB1/JI <strong>de</strong> Teatro Novo;<br />

EB1/JI <strong>de</strong> <strong>Capelas</strong>; EB1/JI <strong>de</strong> Santo António; EB1/JI <strong>de</strong> Santa Bárbara; EB1/JI Padre<br />

António Nunes; EB1/JI João Francisco Cabral e EB1/JI Manuel António<br />

Vasconcelos.<br />

A criação da <strong>Escola</strong> <strong>Básica</strong> <strong>Integrada</strong> permitiu uma melhor rentabilização dos<br />

recursos humanos, materiais, pedagógicos e financeiros.<br />

Esta nova tipologia <strong>de</strong> escola flexibilizou todo um potencial humano para um<br />

enca<strong>de</strong>amento <strong>de</strong> projectos pedagógicos entre os vários ciclos, beneficiando<br />

essencialmente, os alunos do primeiro ciclo do ensino básico e da educação pré-<br />

escolar, os quais passaram a contar com a formação científica específica dos<br />

professores dos 2º e 3º ciclos, principalmente nas áreas das línguas e das expressões<br />

(Anexo 1).<br />

A área da educação para os afectos e sexualida<strong>de</strong> será igualmente beneficiada<br />

por esta flexibilização <strong>de</strong> recursos, além <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r contar com a colaboração da<br />

Associação Norte Crescente (Anexo 2) e do Centro <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ponta Delgada,<br />

Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Capelas</strong> (Anexo 3).<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

19


Ano Lectivo 2007/2008<br />

20<br />

Desenvolvimento sexual na criança<br />

Após o nascimento tem imediatamente início o processo <strong>de</strong> socialização sexual .<br />

Será então <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o nascimento que se <strong>de</strong>ve começar a Educação <strong>Sexual</strong>. Nos primeiros<br />

anos <strong>de</strong> vida do bebé toda a relação está ligada ao tocar, às carícias, às respostas dadas às<br />

necessida<strong>de</strong>s que a criança vai manifestando, ao contacto corporal que se permite e se<br />

promove. Neste contexto, é possível ajudar a criança a encontrar a sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> sexual,<br />

isto é, permitir que ela se veja como menino ou menina, como pessoa que pertence ao sexo<br />

que tem. No entanto, o que é próprio <strong>de</strong> rapaz e rapariga está a alterar-se na socieda<strong>de</strong><br />

actual, pelo que é pertinente a existência <strong>de</strong> uma abertura relativamente aos valores e papéis<br />

sociais masculinos e femininos<br />

não se <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser rapaz por se brincar com bonecas, nem<br />

se <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser rapariga por se brincar aos polícias. Desta forma, Pais e/ou Educadores<br />

<strong>de</strong>verão orientar a criança, contribuindo para uma boa evolução afectiva, sexual e social. A<br />

partir do ano e meio/dois anos, a criança começa a adquirir algumas competências motoras,<br />

mentais e linguísticas muito importantes para a sua autonomia, para a compreensão do<br />

mundo que a ro<strong>de</strong>ia e para a sua comunicação com os outros, tendo a Família, e muitas<br />

vezes o Jardim-<strong>de</strong>-infância, um papel muito importante neste <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Com cerca <strong>de</strong> dois anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, inicia-se o processo <strong>de</strong> ensino à criança do<br />

controlo dos músculos que permitem a contenção e expulsão das fezes e urina (controlo dos<br />

esfíncteres), ao mesmo tempo que se orienta a criança em relação à higiene corporal (Moita<br />

& Santos, 1992). Esta é uma fase muito importante no <strong>de</strong>senvolvimento da criança que<br />

po<strong>de</strong>rá provocar-lhe muita ansieda<strong>de</strong>, sobretudo se existir excessiva rigi<strong>de</strong>z na educação. É<br />

<strong>de</strong>sejável que o processo seja realizado com tranquilida<strong>de</strong>, aceitando o ritmo da criança.<br />

Será conveniente ainda, evitar um exagero na necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> limpeza uma vez que a<br />

associação entre sexo e falta <strong>de</strong> higiene po<strong>de</strong>rá, mais tar<strong>de</strong>, no adulto, ter como


consequência uma não-aceitação do seu próprio corpo, dos seus cheiros e líquidos, o que<br />

po<strong>de</strong>rá implicar manifestações negativas na sua vida íntima.<br />

Por volta dos três anos surge a ida<strong>de</strong> dos porquês<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

21<br />

e o reconhecimento do sexo,<br />

através do toque e observação. É muito frequente que a criança, ao longo do seu<br />

<strong>de</strong>senvolvimento, toque e brinque com os seus órgãos genitais, tendo brinca<strong>de</strong>iras, como<br />

seja aos médicos ou aos pais e mães , que incluem a exploração sexual. Os adultos<br />

frequentemente <strong>de</strong>sencorajam estes comportamentos. No entanto, se for dada à criança a<br />

oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar com tranquilida<strong>de</strong>, e sem fantasmas, esta <strong>de</strong>scoberta dos órgãos<br />

genitais, a sua imagem do corpo no seu todo será mais íntegra e satisfatória (Moita &<br />

Santos, 1992).<br />

Ao iniciar a escolarida<strong>de</strong>, com cerca <strong>de</strong> seis anos, a criança já adquiriu as<br />

capacida<strong>de</strong>s motoras fundamentais, está habilitada para se relacionar com a realida<strong>de</strong><br />

concreta e enten<strong>de</strong>r a sua lógica, tem um bom <strong>de</strong>senvolvimento da linguagem e socialmente<br />

surge já com uma certa in<strong>de</strong>pendência em relação aos Pais, interiorizando normas sociais e<br />

morais, controlando os seus comportamentos e abrindo-se a relações <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong><br />

relativamente estáveis com os seus pares.<br />

Entre os seis e os doze anos as mudanças biológicas, intelectuais, linguísticas e<br />

sociais ocorrem <strong>de</strong> forma progressiva e geralmente sem gran<strong>de</strong>s conflitos. Assim, o<br />

conjunto <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>s já existentes e a relativa estabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste período, constituem um<br />

terreno muito favorável para a educação escolar básica. De uma forma geral, a evolução da<br />

sexualida<strong>de</strong> neste período é influenciada pela socieda<strong>de</strong>, pelos Pais, pelos Professores,<br />

pelos colegas, pelo sistema educativo, pelos meios <strong>de</strong> comunicação social e pelos heróis da<br />

literatura infantil, factores estes que actuam através <strong>de</strong> práticas e normas que condicionam a<br />

conduta sexuada e as manifestações sexuais das crianças (PPES<br />

APF<br />

DGS, 1999).<br />

Daí que o diálogo entre a Família e a <strong>Escola</strong>, fundamental em todo o processo<br />

educativo, adquira uma importância muito especial no âmbito mais específico da Educação<br />

<strong>Sexual</strong>, quer pela ajuda que a <strong>Escola</strong> po<strong>de</strong> dar aos Pais na realização dos seus papéis, quer


pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cooperação saudável e coerente entre as Famílias e a <strong>Escola</strong> para que o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento da sexualida<strong>de</strong> das crianças possa ser integrado <strong>de</strong> forma harmoniosa,<br />

preparando-se estas para uma vivência positiva das transformações da puberda<strong>de</strong>.<br />

Educação <strong>Afectivo</strong>-<strong>Sexual</strong> no Pré-<strong>Escola</strong>r e no 1º Ciclo do Ensino Básico<br />

A interiorização, por parte da criança, <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada moral sexual não<br />

acontece apenas em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> lhe serem transmitidas explicitamente umas tantas normas,<br />

reforçadas por estímulos positivos ou negativos. A aprendizagem <strong>de</strong>corre ao longo da<br />

observação do comportamento dos pais, professores e adultos em geral, face a inúmeras<br />

situações, e passa pelo grau <strong>de</strong> coerência entre as normas verbalizadas e as práticas<br />

realizadas.<br />

A família é a instância social com papel mais <strong>de</strong>terminante no <strong>de</strong>senvolvimento e na<br />

educação da sexualida<strong>de</strong> da criança, quer pela importância dos vínculos afectivos entre pais<br />

e filhos, quer pela influência que têm os pais como mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> observação quotidiana,<br />

nomeadamente enquanto casal. Por outro lado, o grau <strong>de</strong> comunicação no interior da<br />

família condiciona o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> processos educativos em que a criança apren<strong>de</strong> ou<br />

não a analisar e tomar posição face aos <strong>de</strong>safios da sua vida social, aprendizagens escolares,<br />

brinca<strong>de</strong>iras e jogos, cumplicida<strong>de</strong>s com os seus pares, consumo televisivo, leituras, etc.<br />

Nesta dinâmica criança-família-socieda<strong>de</strong>, a escola é um espaço privilegiado, pelo<br />

seu contributo na aquisição e estruturação dos conhecimentos, na interiorização <strong>de</strong> valores<br />

e no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> práticas que vão constituir um suporte essencial para a cidadania.<br />

A finalida<strong>de</strong> básica da Educação <strong>Sexual</strong> para o 1º Ciclo do Ensino Básico e o Pré-<br />

<strong>Escola</strong>r é contribuir para que as crianças construam o Eu em relação , através <strong>de</strong><br />

um melhor conhecimento do seu corpo, da compreensão da sua origem, da<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

22


valorização dos afectos e da reflexão crítica acerca dos papéis sociais <strong>de</strong> ambos os<br />

sexos<br />

(PPES<br />

APF<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

23<br />

DGS, 1999).<br />

De uma forma geral, é aconselhável que a metodologia utilizada para a<br />

concretização <strong>de</strong>stes objectivos consi<strong>de</strong>re como pontos <strong>de</strong> partida as vivências, a possível<br />

heterogeneida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estádios <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e <strong>de</strong> contextos sócio-culturais dos vários<br />

elementos, os interesses e, sobretudo, as questões concretas que as crianças vão<br />

formulando, questões estas que, po<strong>de</strong>rão ser relacionadas com as diversas vertentes da<br />

Educação <strong>Sexual</strong> e com as restantes áreas temáticas que constituem o currículo escolar.


Deste modo, <strong>de</strong>stacam-se quatro áreas temáticas prioritárias, para as faixas etárias<br />

em causa (e consi<strong>de</strong>rando os centros <strong>de</strong> interesse mais comuns), visando proporcionar às<br />

crianças:<br />

- Um melhor conhecimento do seu corpo (dando importância a todas as diferentes partes do<br />

corpo, sem excepção, realçando os aspectos positivos <strong>de</strong> cada pessoa e a promoção da auto-<br />

estima);<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

24<br />

Objectivos<br />

Aquisição <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>de</strong><br />

Conhecimentos Atitu<strong>de</strong>s<br />

- Nas diferentes componentes<br />

anatómicas do corpo humano,<br />

da sua originalida<strong>de</strong> em cada<br />

sexo e da sua evolução com a<br />

ida<strong>de</strong>;<br />

- Nos fenómenos <strong>de</strong><br />

discriminação social baseada<br />

nos papéis <strong>de</strong> género;<br />

- Nos mecanismos básicos da<br />

reprodução humana,<br />

compreen<strong>de</strong>ndo os elementos<br />

essenciais da concepção,<br />

gravi<strong>de</strong>z e parto;<br />

- Nos cuidados necessários ao<br />

recém-nascido e à criança;<br />

- <strong>de</strong> aceitação das diferentes<br />

partes do corpo e da imagem<br />

corporal;<br />

- <strong>de</strong> aceitação positiva da<br />

sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> sexual e da<br />

dos outros;<br />

- <strong>de</strong> reflexivida<strong>de</strong> e<br />

relativização face aos papéis<br />

<strong>de</strong> género;<br />

- <strong>de</strong> reconhecimento da<br />

importância das relações<br />

afectivas na família;<br />

Aquisição <strong>de</strong> Competências<br />

- Para expressar opiniões e<br />

sentimentos pessoais;<br />

- Para comunicar acerca <strong>de</strong> temas<br />

relacionados com a sexualida<strong>de</strong>;<br />

- Para cuidar, <strong>de</strong> modo autónomo,<br />

da higiene do seu corpo;<br />

- Para se envolver nas activida<strong>de</strong>s<br />

escolares;<br />

- Para actuar <strong>de</strong> modo assertivo<br />

nas diversas interacções sociais;<br />

- <strong>de</strong> valorização das relações<br />

- Para procurar apoios, quando<br />

necessário.<br />

- No significado efectivo e<br />

social da família, das<br />

<strong>de</strong> cooperação e <strong>de</strong> interajuda.<br />

diferentes relações <strong>de</strong><br />

parentesco e da existência <strong>de</strong><br />

vários mo<strong>de</strong>los familiares.<br />

Quadro 1. Principais objectivos da Educação <strong>Sexual</strong> no 1º Ciclo do Ensino Básico (adaptado a<br />

partir <strong>de</strong> PPES APF DGS, 1999).


- A compreensão da sua origem, ou seja os mecanismos da reprodução humana<br />

(nomeadamente a concepção, a gravi<strong>de</strong>z e o parto);<br />

- A valorização dos afectos<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

25<br />

e expressões <strong>de</strong> sentimentos<br />

que os ligam aos outros<br />

(procurando <strong>de</strong>senvolver competências sociais <strong>de</strong> integração e relacionamento positivo com<br />

os outros);<br />

- A capacida<strong>de</strong> para se confrontarem com os mo<strong>de</strong>los socioculturais do masculino e do<br />

feminino (on<strong>de</strong> se inscrevem as questões relacionadas com o género e papel sexual);<br />

Estas quatro áreas temáticas, entendidas como vertentes ou dimensões da<br />

sexualida<strong>de</strong>, não <strong>de</strong>vem ser separadas, uma vez que se conjugam para a construção do Eu<br />

em relação , isto é, para o <strong>de</strong>senvolvimento pessoal e social das crianças, nos seus<br />

contextos <strong>de</strong> vida.<br />

As estratégias para este Ciclo não concebem a Educação <strong>Sexual</strong> como uma área<br />

separada das restantes mas, antes, articulada com outras temáticas que constituem o seu<br />

currículo e com os seus objectivos. Desta forma, os conteúdos da Educação <strong>Sexual</strong> po<strong>de</strong>m<br />

ser interligados, sem artificialida<strong>de</strong>, com o Estudo do Meio, a Língua Portuguesa, a<br />

Matemática, a Expressão/Educação Físico-Motora e o Inglês (PPES<br />

APF<br />

DGS, 1999).<br />

a) Dificulda<strong>de</strong>s percepcionadas pelos professores em relação ao tema<br />

Paiva e Paiva (2002:37) são <strong>de</strong> opinião que confessar <strong>de</strong>sconhecimento, dúvidas,<br />

fragilida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>sconforto não <strong>de</strong>ve envergonhar os professores, muito pelo contrário,


normalmente as nossas forças adquirem mais sentido quando emergem das nossas<br />

fraquezas, mas mais importante do que tudo, <strong>de</strong>ve ser o professor a questionar-se a si<br />

próprio, porque tem relutância <strong>de</strong> falar nestes assuntos. Muitas vezes <strong>de</strong>paramo-nos com a<br />

questão <strong>de</strong> quando se <strong>de</strong>ve na realida<strong>de</strong> iniciar a Educação <strong>Sexual</strong> e se as crianças nesta<br />

faixa etária estão preparadas para lidar com a sua sexualida<strong>de</strong>. Poucos são os assuntos que<br />

os pais e professores não querem que as crianças aprendam e quanto mais cedo melhor.<br />

Contudo, com o sexo passa-se o mesmo? É comum ouvirmos dizer: «Espera até seres mais<br />

crescido»; «Digo-te noutra altura».<br />

Na resposta a esta questão, <strong>de</strong>scobriu-se que são feitas mais perguntas sobre sexo<br />

por crianças do que por adolescentes (Koblinsky, 1980, citado por Sampaio, 1987:44).<br />

Reforçando esta i<strong>de</strong>ia, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>-se ainda que se as crianças têm ida<strong>de</strong> suficiente para<br />

perguntar, tem ida<strong>de</strong> suficiente para saber (Solnit, 1977, citado por Sampaio, 1987:44).<br />

A realida<strong>de</strong> mostra-nos que alguns educadores/professores ainda têm «receio» em<br />

abordar este tema e não po<strong>de</strong>mos esquecer o facto <strong>de</strong>, ao longo do tempo e em todas as<br />

socieda<strong>de</strong>s, a educação sexual ter assumido <strong>de</strong> uma forma geral, um conjunto <strong>de</strong> normas<br />

rígidas consagradas nas religiões, nas políticas, nos costumes e nas leis.<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

26<br />

b) Objectivos da Educação <strong>Sexual</strong> para o Pré-<strong>Escola</strong>r<br />

Ao longo da frequência do ensino pré-escolar, é <strong>de</strong>sejável que as crianças possam:<br />

Consolidar e aumentar os conhecimentos sobre:<br />

as principais componentes do corpo humano e da sua originalida<strong>de</strong> em cada sexo;<br />

os papeis sexuais e as necessárias excepções;<br />

os mecanismos básicos da reprodução humana, compreen<strong>de</strong>ndo os elementos<br />

essenciais acerca da concepção, da gravi<strong>de</strong>z e do parto;


os cuidados necessários ao recém-nascido;<br />

as diferentes relações <strong>de</strong> parentesco e <strong>de</strong> tipo <strong>de</strong> família;<br />

a a<strong>de</strong>quação das várias formas <strong>de</strong> contacto físico nos diferentes contextos <strong>de</strong><br />

sociabilida<strong>de</strong>.<br />

(Marques, António e outros, 2002; Ministérios da Educação e da Saú<strong>de</strong>, APF; 2000)<br />

c) Objectivos da Educação <strong>Sexual</strong> para o 1º Ciclo do Ensino Básico<br />

Aumentar e consolidar os seus conhecimentos acerca:<br />

das diferentes componentes anatómicas do corpo humano, da sua originalida<strong>de</strong> em<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

27<br />

cada sexo e da sua evolução com a ida<strong>de</strong>;<br />

dos fenómenos <strong>de</strong> discriminação social baseada nos papéis <strong>de</strong> género;<br />

dos mecanismos básicos da reprodução humana, compreen<strong>de</strong>ndo os elementos<br />

essenciais acerca da concepção, da gravi<strong>de</strong>z e do parto;<br />

dos cuidados necessários ao recém-nascido e à criança;<br />

do significado afectivo-social da família, das diferentes relações <strong>de</strong> parentesco e da<br />

existência <strong>de</strong> vários mo<strong>de</strong>los familiares;<br />

da a<strong>de</strong>quação dos diferentes contactos físicos nos diversos contextos <strong>de</strong><br />

sociabilida<strong>de</strong>;<br />

dos abusos sexuais e outros tipos <strong>de</strong> agressão.<br />

(Marques, António e outros, 2002; Ministérios da Educação e da Saú<strong>de</strong>, APF; 2000)<br />

d) Atitu<strong>de</strong>s<br />

Aceitação das diferentes partes do corpo e da imagem corporal;<br />

Aceitação positiva da sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> sexual e da dos outros;


Reflexão face aos papéis <strong>de</strong> género;<br />

Reconhecimento da importância das relações afectivas na família;<br />

Valorização das relações <strong>de</strong> cooperação e <strong>de</strong> inter-ajuda;<br />

Aceitação do direito <strong>de</strong> cada pessoa <strong>de</strong>cidir sobre o seu próprio corpo.<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

28<br />

e) Competências<br />

Expressar opiniões e sentimentos pessoais;<br />

Comunicar acerca <strong>de</strong> temas relacionados com a sexualida<strong>de</strong>;<br />

Cuidar, <strong>de</strong> modo autónomo, da higiene do seu corpo;<br />

Envolver-se nas activida<strong>de</strong>s escolares e para a sua criação e dinamização;<br />

Actuar <strong>de</strong> modo assertivo nas diversas interacções sociais (com familiares, amigos,<br />

colegas e <strong>de</strong>sconhecidos);<br />

A<strong>de</strong>quar as várias formas <strong>de</strong> contacto físico aos diferentes contextos <strong>de</strong> sociabilida<strong>de</strong>;<br />

I<strong>de</strong>ntificar e saber aplicar respostas a<strong>de</strong>quadas em situações <strong>de</strong> injustiça, abuso ou<br />

perigo e saber procurar apoio, quando necessário.<br />

Metodologias e estratégias<br />

Centrando-se os objectivos da Educação <strong>Sexual</strong> para o Pré-<strong>Escola</strong>r e o 1º Ciclo<br />

no apoio ao percurso vivenciado por cada criança em relação à sua sexualida<strong>de</strong> e no<br />

contexto do seu <strong>de</strong>senvolvimento global, é aconselhável que a metodologia seguida<br />

consi<strong>de</strong>re como pontos <strong>de</strong> partida as vivências, os interesses e, sobretudo, as questões<br />

concretas que as crianças vão formulando, como já foi referido anteriormente. Estas<br />

questões constituem <strong>de</strong>safios que po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>volvidas às crianças no sentido <strong>de</strong><br />

estimular, <strong>de</strong> forma lúdica, o seu gosto pela aprendizagem, pela <strong>de</strong>scoberta e pela<br />

inter-ajuda.


Por outro lado, essas questões são, elas próprias, bons indicadores das suas necessida<strong>de</strong>s,<br />

interesses e vivências. Finalmente, estas questões relacionar-se-ão também com as diversas<br />

vertentes da Educação <strong>Sexual</strong> e com as restantes áreas temáticas que constituem o currículo<br />

escolar.<br />

Convirá, entretanto, tomar a maior atenção à possível heterogeneida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estádios<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e <strong>de</strong> contextos sócioculturais dos vários elementos <strong>de</strong> uma mesma<br />

turma. Apenas <strong>de</strong>sse modo será possível realizar intervenções educativas acessíveis e<br />

a<strong>de</strong>quadas a todos, mesmo que tal implique ou justifique aproximações individuais.<br />

Para a articulação escola-famílias em activida<strong>de</strong>s relacionadas com a Educação <strong>Sexual</strong>, por<br />

sua vez interligadas com as diversas áreas do programa, convirá recorrer a estratégias que,<br />

<strong>de</strong> modo fácil e atractivo, permitam a sua concretização.<br />

A títu1o <strong>de</strong> exemplo, <strong>de</strong>screvemos em seguida, algumas das activida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>senvolvidas na <strong>Escola</strong> do 1º Ciclo <strong>de</strong> S. Julião (Gouveia).<br />

1º Exemplo:<br />

Sabendo que a reprodução humana é dos principais focos <strong>de</strong> interesse das crianças<br />

<strong>de</strong>sta faixa etária, partiu-se das perguntas mais frequentes procurando-se, em primeiro<br />

lugar, i<strong>de</strong>ntificar as respostas que as próprias crianças sugeriam para as questões.<br />

Por exemplo: como é que eu nasci? , como era quando nasci? , quanto pesava? ,<br />

como me alimentava? .<br />

No seguimento <strong>de</strong>sta activida<strong>de</strong> construiu-se, com as crianças, um pequeno<br />

questionário para, em casa, envolverem nas respostas os Pais e/ou Encarregados <strong>de</strong><br />

Educação. As respostas recolhidas suscitaram novas questões em torno da gravi<strong>de</strong>z, do<br />

parto e da alimentação na primeira infância (relacionadas com os conteúdos do Estudo do<br />

Meio). A comparação dos pesos à nascença permitiu também construir representações<br />

gráficas <strong>de</strong>sses dados, o que se relaciona com os conteúdos da Matemática. Em termos<br />

gerais, a redacção das perguntas do questionário e das respostas dadas pelos Pais e/ou<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

29


Encarregados <strong>de</strong> Educação, ofereceram diversas oportunida<strong>de</strong>s para trabalhar na área da<br />

Língua Portuguesa.<br />

A criativida<strong>de</strong>, a participação e a responsabilização <strong>de</strong>vern pautar as activida<strong>de</strong>s<br />

relacionadas com o tema da sexualida<strong>de</strong>, ta1 como em todas as áreas disciplinares <strong>de</strong>ste<br />

ciclo. Assim, na mesma escola, e na continuida<strong>de</strong> das activida<strong>de</strong>s inicialmente<br />

<strong>de</strong>senvolvidas, orientaram-se as intervenções pedagógicas nos temas relacionados com o<br />

conhecimento do corpo e a sua diferenciação nos dois sexos, <strong>de</strong> um modo que revelou<br />

múltiplas potencialida<strong>de</strong>s.<br />

2º Exemplo:<br />

Partindo do <strong>de</strong>senho dos contornos do corpo <strong>de</strong> um rapaz e <strong>de</strong> uma rapariga em<br />

folhas <strong>de</strong> papel <strong>de</strong> cenário, criaram-se duas personagens que acompanharam uma sucessão<br />

<strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s. Com base nessas personagens foram-se adquirindo conhecimentos acerca<br />

do corpo humano, <strong>de</strong>senhando e <strong>de</strong>signando as suas diferentes componentes anatómicas<br />

exteriores, como os olhos, a boca, os pés, incluindo também os órgãos genitais. A função <strong>de</strong><br />

vários órgãos e sistemas, incluindo o reprodutor, foi também abordada. Fundamental foi<br />

ainda a integração <strong>de</strong>stas personagens nas fantasias colectivas das crianças: com elas<br />

inventaram situações <strong>de</strong> faz-<strong>de</strong>-conta , em busca <strong>de</strong> novas <strong>de</strong>scobertas. Solicitou-se às<br />

crianças que escolhessem imagens <strong>de</strong> revistas e que registassem os sentimentos que as<br />

mesmas lhes sugeriam. Desta forma, proporcionaram-se diversos momentos <strong>de</strong> diálogo<br />

acerca da multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sentimentos que se po<strong>de</strong>m experimentar, valorizando-se a<br />

expressão pessoal <strong>de</strong> cada aluno. No seguimento <strong>de</strong>sta activida<strong>de</strong>, foi proposto aos alunos<br />

que dialogassem com os Pais e/ou Encarregados <strong>de</strong> Educação sobre alguns momentos <strong>de</strong><br />

alegria e <strong>de</strong> tristeza que já tivessem vivenciado, respostas essas que foram registadas pelas<br />

crianças. Paralelamente, <strong>de</strong> modo justificado e articulado com as restantes activida<strong>de</strong>s, foi<br />

criado um registo individual, sob a forma <strong>de</strong> um diário íntimo <strong>de</strong> sentimentos, no qual cada<br />

criança, voluntariamente, foi registando os acontecimentos do seu quotidiano, assim como<br />

os sentimentos e as emoções a eles associados. Somente a Professora da turma teve acesso<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

30


a este registo, sendo este facto expresso por ela no momento da proposta da activida<strong>de</strong>,<br />

respeitando-se, assim, o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> privacida<strong>de</strong>, ainda que os alunos pu<strong>de</strong>ssem falar sobre os<br />

conteúdos <strong>de</strong>sses relatos pessoais, se assim o enten<strong>de</strong>ssem. Através <strong>de</strong>stas activida<strong>de</strong>s, os<br />

alunos <strong>de</strong>scobriram (ou confirmaram) que os seus Pais e companheiros também se alegram<br />

e sofrem, sentindo que a palavra partilha está intimamente ligada à palavra afecto .<br />

A i<strong>de</strong>ntificação e a análise dos papéis sócio-sexuais são outras das gran<strong>de</strong>s áreas<br />

temáticas justificadas para esta faixa etária, consi<strong>de</strong>rando que, mesmo nestas ida<strong>de</strong>s, se<br />

verificam já fenómenos <strong>de</strong> estereotipia do masculino e do feminino.<br />

Assim, a aquisição <strong>de</strong> competências para a analisar <strong>de</strong> forma crítica alguns dos<br />

fenómenos <strong>de</strong> atribuição das tarefas, dos modos <strong>de</strong> ser e <strong>de</strong> fazer, em função do sexo,<br />

proporcionam o fomento <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> relativização <strong>de</strong> conceitos rígidos adquiridos<br />

precocemente nomeadamente através da compreensão <strong>de</strong> que as normas que regulam o<br />

comportamento <strong>de</strong> rapazes e raparigas e <strong>de</strong> homens e mulheres são diferentes <strong>de</strong> lugar para<br />

lugar e vão mudando ao longo dos tempos.<br />

Deste modo, po<strong>de</strong>m ser objecto <strong>de</strong> interrogação e <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate programas <strong>de</strong> televisão<br />

que as crianças queiram comentar, os seus jogos e brinca<strong>de</strong>iras, as tarefas que realizam em<br />

casa, as profissões, etc.<br />

Mais algumas sugestões <strong>de</strong> acordo com as quatro áreas envolvidas no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento afectivo-sexual.<br />

1ª Área<br />

Metodologias e Estratégias:<br />

pequenas.<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

31<br />

O Conhecimento e a Valorização do Corpo<br />

Activida<strong>de</strong>: Crescer e Modificar-se (2-6 anos)<br />

Pedir às crianças para escolherem com os seus pais fotografias <strong>de</strong> quando eram


Objectivo:<br />

- Observar as alterações que elas próprias tiveram <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que nasceram;<br />

- Procurar num conjunto <strong>de</strong> imagens as diferentes fases da vida humana e or<strong>de</strong>ná-las<br />

por or<strong>de</strong>m crescente num painel;<br />

- Sugerir que tragam roupas <strong>de</strong> quando nasceram e <strong>de</strong> quando tinham um ano e levá-<br />

las a perceber como cresceram.<br />

Recursos Necessários:<br />

Fotografias, imagens, cola e cartolina.<br />

Notas e comentários:<br />

Esta activida<strong>de</strong> só será possível com o envolvimento das famílias a quem as crianças<br />

recorrem para trazerem as fotografias e as roupas. Tal facto é potencialmente promotor do<br />

diálogo familiar acerca das fases <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento anterior das crianças, assim como das<br />

emoções associadas ao seu nascimento e <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

À medida que a criança observa e conversa sobre as alterações que vão ocorrendo no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento, vai interiorizando conceitos e adquirindo conhecimentos sobre o seu<br />

corpo.<br />

Metodologias e Estratégias:<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

32<br />

Somos Todos Diferentes (2-6 anos)<br />

- Propor às crianças que peçam aos pais revistas para que possam recortar em<br />

diferentes fases da vida: bebés, crianças, jovens, adultos e etnias diferentes.<br />

Objectivo:<br />

- Comentar as diferenças.<br />

-Realizar conjuntos, séries, etc.<br />

- Construir um cartaz e escrever os comentários das crianças.<br />

Recursos Necessários:


Revistas, tesoura, cola e cartolina.<br />

Notas e comentários:<br />

Dialogar sobre o facto <strong>de</strong> todas as pessoas serem diferentes, o que não implica que umas<br />

sejam melhores do que as outras.<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

33<br />

As Diferentes Partes do Nosso Corpo e Para que Servem (2-6 anos)<br />

Metodologias e Estratégias:<br />

Dialogar em gran<strong>de</strong> grupo sobre as diferenças entre meninos e meninas, sobre as diferentes<br />

partes do nosso corpo.<br />

Assinalar o que po<strong>de</strong>mos fazer com elas: jogar, abraçar, correr, cantar, lutar, etc. I<strong>de</strong>ntificar<br />

o que po<strong>de</strong>mos sentir através do corpo: fome, se<strong>de</strong>, vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> urinar, prazer, etc.<br />

Propor ao grupo jogos <strong>de</strong> movimento e/ou jogos sensoriais.<br />

Pedir à criança para apontar as diferentes partes do seu corpo e dizer para que servem as<br />

mãos, os braços, a boca, os pés, etc.<br />

Pedir também que apontem os genitais.<br />

Perguntar «on<strong>de</strong> está o teu pénis?» ou «on<strong>de</strong> está a tua vulva?».<br />

Neste jogo apenas as crianças do sexo nomeado po<strong>de</strong>m apontar os seus genitais, o que<br />

exige alguma concentração.<br />

Recursos Necessários:<br />

Música (facultativo), materiais para realizar jogos sensoriais (diferentes cheiros, sabores,<br />

etc.).<br />

Notas e comentários:


Ao jogarem, as crianças po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>senvolver os diferentes órgãos dos sentidos e <strong>de</strong>scobrir<br />

novas sensações através das diferentes partes do seu corpo, melhorar o vocabulário,<br />

apren<strong>de</strong>r novas palavras, etc.<br />

Por serem activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> movimento, as crianças divertem-se e participam bastante.<br />

Devemos transmitir à criança que todas as partes do nosso corpo são importantes e fazem-<br />

nos falta, pois através <strong>de</strong>las po<strong>de</strong>mos passear, ouvir música, ver coisas bonitas, conversar,<br />

ter sensações agradáveis, etc. Os sentidos<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

34<br />

o gosto, a audição, o olfacto, a visão e o tacto<br />

mantêm-nos informados <strong>de</strong> tudo o que se passa à nossa volta e, por isso, permitem-nos<br />

conhecer-nos a nós e a tudo o que se passa à nossa volta e <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> nós mesmos. Po<strong>de</strong>mos<br />

<strong>de</strong>scobrir o prazer, a dor e sensações agradáveis e <strong>de</strong>sagradáveis.<br />

Devemos conversar com a criança sobre as activida<strong>de</strong>s realizadas, mostrando-lhe que, tanto<br />

as crianças do sexo feminino, como as do sexo masculino, conseguem fazer as mesmas<br />

coisas e gostar ou não <strong>de</strong>las.<br />

Metodologias e Estratégias:<br />

Contorno da Figura Humana (2-10 anos)<br />

Um rapaz e uma rapariga <strong>de</strong>itam-se, cada um <strong>de</strong>les em cima <strong>de</strong> uma tira <strong>de</strong> papel <strong>de</strong> cenário<br />

e outras crianças contornam os seus corpos com um marcador.<br />

Em seguida, completam as diferentes partes do corpo e escrevem o nome <strong>de</strong> cada uma<br />

<strong>de</strong>las.<br />

Material Necessário:<br />

Papel <strong>de</strong> cenário, marcadores e tesoura.<br />

Relação com outras Activida<strong>de</strong>s Curriculares<br />

Língua Portuguesa:<br />

- Registo escrito da activida<strong>de</strong> realizada.<br />

- Aprendizagem e aplicação <strong>de</strong> novo vocabulário.


Estudo do Meio:<br />

- Exploração do tema «À <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> si mesmo». Estudar as diversas funções:<br />

respiratória, circulatória, reprodutora, completando as figuras com os diferentes aparelhos<br />

do corpo.<br />

Expressão Plástica:<br />

- Realizar em papel ou tecido as roupas das figuras contornadas.<br />

- Recortar e formar puzzles <strong>de</strong> figuras do sexo feminino e masculino.<br />

Expressão Física:<br />

- Fazer jogos e exercícios <strong>de</strong>senvolvendo os diferentes órgãos dos sentidos.<br />

Educação Musical:<br />

- Apren<strong>de</strong>r e inventar canções alusivas ao tema.<br />

Metodologias e Estratégias:<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

35<br />

Rapaz/Rapariga<br />

Homem/Mulher (6-10 anos)<br />

Divi<strong>de</strong>-se a turma em pequenos grupos que vão analisar o material recolhido para<br />

posteriormente construírem cartazes (legendados) com fotografias, <strong>de</strong>senhos e recortes <strong>de</strong><br />

várias figuras humanas, com e sem roupa.<br />

O resultado <strong>de</strong>ste trabalho é <strong>de</strong>pois exposto, constituindo assim objecto <strong>de</strong> estudo para<br />

todos os grupos.<br />

Segue-se um momento <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate, visando a resolução <strong>de</strong> dúvidas.<br />

Material Necessário:<br />

Recortes <strong>de</strong> fotografias ou <strong>de</strong>senhos <strong>de</strong> rapazes, raparigas, homens e mulheres, vestidos e<br />

nus.<br />

Relação com outras Activida<strong>de</strong>s Curriculares<br />

Língua Portuguesa:<br />

- Diálogo sobre as fotografias analisadas.<br />

- Registo escrito das conclusões atingidas.


- Listas <strong>de</strong> nomes próprios a<strong>de</strong>quados para o sexo feminino e sexo masculino.<br />

Estudo do Meio:<br />

- Estudo dos órgãos genitais externos e internos masculinos e femininos.<br />

- Cuidados <strong>de</strong> higiene do corpo.<br />

Expressão Plástica:<br />

- Pintar fichas com o corpo nu <strong>de</strong> um rapaz e <strong>de</strong> uma rapariga e <strong>de</strong> um homem e <strong>de</strong> uma<br />

mulher, anotando as diferenças.<br />

- Mo<strong>de</strong>lar figuras humanas.<br />

- Organizar cartazes com as fotografias recolhidas.<br />

Metodologias e Estratégias:<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

36<br />

Higiene do Corpo (2-10 anos)<br />

Apresentação <strong>de</strong> imagens que <strong>de</strong>staquem regras <strong>de</strong> higiene, horas <strong>de</strong> sono, tempo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>scanso, horas <strong>de</strong> televisão e necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> praticar exercício físico. Realização <strong>de</strong> um<br />

<strong>de</strong>bate colectivo focalizado nestes temas.<br />

Divi<strong>de</strong>-se a turma em grupos e cada grupo vai dramatizar uma das situações apresentadas<br />

nas gravuras e os restantes irão i<strong>de</strong>ntificá-las.<br />

Posteriormente, para sistematizar e consolidar os conteúdos <strong>de</strong>senvolvidos, propomos a<br />

utilização <strong>de</strong> fichas <strong>de</strong> trabalho que contenham imagens relacionadas com higiene corporal<br />

e as rotinas diárias, pedindo-se para or<strong>de</strong>narem, legendarem e colorirem essas imagens.<br />

Material Necessário:<br />

Fichas <strong>de</strong> trabalho e imagens (Anexo 4, 5, 6 e 7).<br />

Relação com outras Activida<strong>de</strong>s Curriculares


Língua Portuguesa:<br />

- Produção <strong>de</strong> textos sobre os cuidados a ter com o corpo.<br />

- Legendar imagens alusivas à higiene corporal.<br />

- Listar os cuidados a ter com o corpo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a manhã até ao fim do dia.<br />

Estudo do Meio:<br />

- Trabalhar com o tema: «Para uma Vida Saudável».<br />

- Praticar na escola algumas regras básicas <strong>de</strong> higiene corporal: lavar os <strong>de</strong>ntes, tomar<br />

banho após as aulas <strong>de</strong> Educação Física, etc.<br />

Expressão Plástica:<br />

- Ilustração <strong>de</strong> situações alusivas ao tema.<br />

- Colorir e or<strong>de</strong>nar imagens.<br />

- Desenhar utensílios <strong>de</strong> higiene pessoal.<br />

Expressão Dramática:<br />

- Dramatização <strong>de</strong> situações.<br />

Educação Musical:<br />

- Apren<strong>de</strong>r canções.<br />

Metodologias e Estratégias:<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

37<br />

2ª Área<br />

A Reprodução Humana<br />

Activida<strong>de</strong>: O Meu Nascimento (6-10 anos)<br />

Através do diálogo com a turma, i<strong>de</strong>ntificar-se-ão várias perguntas que as crianças <strong>de</strong>sejam<br />

colocar às famílias sobre a sua origem. Estas perguntas constituirão um questionário para<br />

aplicar aos pais/encarregados <strong>de</strong> educação.<br />

A partir do conjunto <strong>de</strong> perguntas enunciado pelas crianças, organiza-se um questionário,<br />

que po<strong>de</strong>rá variar <strong>de</strong> conteúdo, <strong>de</strong> criança para criança, conforme as questões que mais lhe


interessam. Por ex.: «A que horas nasci?», «Quanto pesava?», «Quanto media?», «Qual foi<br />

a minha primeira alimentação?», etc. Cada criança fará a aplicação do questionário à<br />

respectiva família. As respostas serão posteriormente partilhadas na turma.<br />

Relação com outras Activida<strong>de</strong>s Curriculares<br />

Língua Portuguesa:<br />

- Elaboração <strong>de</strong> perguntas que <strong>de</strong>sejam fazer às suas famílias sobre a sua origem.<br />

- Seleccionar e or<strong>de</strong>nar as perguntas que surgiram a partir do diálogo proposto<br />

anteriormente.<br />

- Registo e organização dos dados obtidos.<br />

Estudo do Meio:<br />

- Aplicação do questionário aos pais.<br />

- Desenvolvimento do tema «Eu e o meu corpo»: lista <strong>de</strong> vocabulários relacionados com a<br />

fecundação, gravi<strong>de</strong>z, parto, etc.<br />

- Realizar fichas sobre o corpo humano (feminino/masculino).<br />

- Desenvolver os conteúdos relacionados com o nascimento e crescimento dos bebés dos<br />

diferentes animais.<br />

- Procurar fotografias dos pais, avós, etc., quando eram bebés ou crianças, para melhor<br />

perceberem o ciclo da vida humana.<br />

- Inventar situações problemáticas, fazer gráficos, etc.<br />

Matemática:<br />

- Inventar situações problemáticas, fazer gráficos, etc.<br />

Expressão Plástica:<br />

- Fazer puzzles do corpo humano, <strong>de</strong>senhar o corpo <strong>de</strong> um bebé, criança, jovem, adulto,<br />

idoso, etc.<br />

- Mo<strong>de</strong>lar em diversos materiais mulheres grávidas, bebés e objectos relacionados com a<br />

nossa origem.<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

38


Metodologias e Estratégias:<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

39<br />

Relação <strong>Sexual</strong>/Fecundação/Nascimento (6-10 anos)<br />

Os cartões que vão ser jogados têm a face voltada para baixo.<br />

Cada criança retira um cartão e vai colocar a imagem sobre o texto que se lhe refere.<br />

Dialogar com os alunos sobre cada sequência <strong>de</strong> imagens.<br />

Material Necessário:<br />

Cartões contendo imagens e legenda (Anexo 8 e9).<br />

Relação com outras Activida<strong>de</strong>s Curriculares<br />

Língua Portuguesa:<br />

- Aprendizagem e aplicação <strong>de</strong> novos vocábulos relacionados com o tema.<br />

- Organização <strong>de</strong> um dicionário ilustrado.<br />

Produção <strong>de</strong> textos:<br />

- Um espermatozói<strong>de</strong> encontra um óvulo. Imagina o que acontece a seguir, o que po<strong>de</strong>rão<br />

dizer um ao outro<br />

- Era uma vez uma galinha e um galo<br />

- Quando eu nasci<br />

Estudo do Meio:<br />

- Estudo da função reprodutora.<br />

- Estudo das diferentes formas <strong>de</strong> vir ao mundo.<br />

Matemática:<br />

- Marcar num calendário os tempos: mulher grávida, ca<strong>de</strong>la prenha, galinha chocar<br />

Expressão Plástica:<br />

- Reprodução dos <strong>de</strong>senhos apresentados nos cartões.<br />

Como nascem os Bebés? (2-6 anos)


Metodologias e Estratégias:<br />

Mostrar às crianças imagens <strong>de</strong> homens e mulheres a trocar carícias nos diferentes períodos<br />

<strong>de</strong> gravi<strong>de</strong>z e do parto.<br />

Com as imagens escolhidas, po<strong>de</strong>mos construir painéis sequenciais com as crianças.<br />

Materiais Necessários:<br />

Livros com explicações simples sobre o nascimento <strong>de</strong> um bebé ou outros materiais, como<br />

imagens, acetatos ou filmes.<br />

Este pequeno texto po<strong>de</strong> servir <strong>de</strong> apoio para o diálogo com as crianças:<br />

Quando um homem e uma mulher se apaixonam, gostam muito <strong>de</strong> estar sozinhos, <strong>de</strong> conversar, <strong>de</strong><br />

olhar um para o outro, <strong>de</strong> brincar e trocar carícias. Eles querem estar sempre juntos e têm prazer<br />

em se acariciarem, abraçarem, beijarem e sentem <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> fazer amor. Quando um homem e uma<br />

mulher fazem amor, po<strong>de</strong>m ter um filho(a). É através da união dos genitais masculino e feminino<br />

que se gera uma nova vida. Na relação sexual, o pénis (do homem) entra na vagina (da mulher) e<br />

<strong>de</strong>posita um líquido - o esperma - que contém milhões <strong>de</strong> espermatozói<strong>de</strong>s (células sexuais<br />

masculinas), mas apenas um <strong>de</strong>les consegue entrar no óvulo (célula sexual feminina) que está<br />

<strong>de</strong>ntro do corpo da mulher. Quando isso acontece, o óvulo <strong>de</strong>senvolve-se no útero da mulher dando<br />

origem a um bebé.<br />

Metodologias e Estratégias:<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

40<br />

Na Barriga da Mãe (2-6 anos)<br />

Explicar à criança que o bebé vai estar nove meses na barriga da mãe e que, com o passar<br />

dos dias, vai crescendo e o seu corpo vai-se formando.<br />

Mostrar imagens dos diferentes períodos <strong>de</strong> gravi<strong>de</strong>z. Essas imagens po<strong>de</strong>m ser tanto da<br />

parte externa do corpo, como da parte interna. A partir das alterações que se vão dando no<br />

bebé, mostrar as posições que vai adquirindo, o espaço que vai ocupando <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o momento<br />

da fecundação até ao parto.<br />

Sugerir que a criança recorte as imagens da gravi<strong>de</strong>z e as or<strong>de</strong>ne (Anexos 10 e 11).<br />

Recortar também as imagens dos fetos e colocá-las nas figuras.


Aproveitar esta ocasião para falar sobre os cuidados que <strong>de</strong>ve ter a mulher grávida: visitas<br />

periódicas ao médico, alimentação equilibrada, cuidados <strong>de</strong> higiene oral e corporal,<br />

vestuário confortável, passeios ao ar livre.<br />

Pedir à criança que pergunte à mãe como foi a sua gravi<strong>de</strong>z e traga para a sala uma<br />

fotografia (e/ou uma ecografia) da mãe quando estava grávida.<br />

Construir cartazes.<br />

Materiais Necessários:<br />

Fichas <strong>de</strong> Trabalho (Anexos 10 e 11).<br />

Fotografias, imagens, cola, cartolina, tesouras.<br />

Notas comentários:<br />

Nunca é <strong>de</strong>mais lembrar a importância <strong>de</strong> haver articulação entre pais e educadores. A<br />

nossa experiência diz-nos que as crianças gostam muito <strong>de</strong> recuar no tempo e <strong>de</strong> se rever.<br />

Os próprios pais também têm prazer em colaborar connosco nesta activida<strong>de</strong>, a qual<br />

mobiliza o reviver <strong>de</strong> situações <strong>de</strong> forte impacto emocional e afectivo.<br />

Este texto po<strong>de</strong> servir <strong>de</strong> suporte aos educadores e aos pais:<br />

No útero da mãe, a criança está envolvida numa espécie <strong>de</strong> saco que se vai enchendo <strong>de</strong> um líquido<br />

(amniótico) que a protege dos barulhos e dos choques e que a faz sentir-se confortável e quentinha. Para se<br />

<strong>de</strong>senvolver, o bebé precisa <strong>de</strong> oxigénio e <strong>de</strong> alimentos. O bebé está ligado por meio <strong>de</strong> um pequeno tubo - o<br />

cordão umbilical - à placenta da mãe. A placenta é como uma esponja que está encarregada <strong>de</strong> fazer passar<br />

todas as substâncias boas do corpo da mãe para o bebé e <strong>de</strong> eliminar as substâncias <strong>de</strong> que o filho não<br />

necessita. São precisos nove meses para que o ovo se transforme numa criança pronta a nascer. Nos<br />

primeiros três meses, o pequeno ovo <strong>de</strong>senvolve-se completamente e, nesta altura, o pequeno bebé tem o<br />

tamanho <strong>de</strong> um pêssego. Ao quinto mês, a mãe sente os movimentos do seu bebé <strong>de</strong>ntro da barriga. Ao sétimo<br />

mês, o bebé já abre os olhos, torna-se mais pesado, habitua-se a ouvir os movimentos da mãe, a sua voz, o<br />

seu coração. Nos dois últimos meses, a criança continua a engordar, fica mais forte e a barriga da mãe fica<br />

muito gran<strong>de</strong>. Ao nono mês, a criança prepara-se para nascer. Põe-se <strong>de</strong> cabeça para baixo, com os braços e<br />

as pernas encolhidos. A qualquer momento po<strong>de</strong> nascer.<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

41<br />

3ª Área<br />

Metodologias e Estratégias:<br />

As Relações Interpessoais<br />

Activida<strong>de</strong> - O que Sentimos? (2 - 6 Anos)


Mostrar às crianças as diferentes imagens dos anexos 12 e 13.<br />

Pedir às crianças para i<strong>de</strong>ntificarem as diferentes formas <strong>de</strong> as pessoas se relacionarem.<br />

Saber como acham que as pessoas se sentem.<br />

Utilizar imagens <strong>de</strong> diferentes situações (criança a cair, pessoas doentes, um almoço em<br />

família, uma festa <strong>de</strong> anos, um brinquedo estragado, etc.).<br />

I<strong>de</strong>ntificar com as crianças como se estão a sentir essas pessoas e como se sentiriam elas.<br />

Realizar com o grupo jogos <strong>de</strong> expressão dramática.<br />

Sugerir que façam um <strong>de</strong>senho sobre coisas que lhes sejam agradáveis.<br />

Materiais Necessários:<br />

Fichas <strong>de</strong> Trabalho (Anexos 12 e 13).<br />

Imagens, filmes, livros, revistas, etc.<br />

Papel e lápis.<br />

Notas e Comentários:<br />

Ao conversar com as crianças sobre estes temas, estamos a falar <strong>de</strong> sentimentos que todas<br />

partilham. A alegria, a tristeza, a dor, o medo são sentimentos universais que fazem parte<br />

<strong>de</strong> todas as pessoas, quer sejam do sexo masculino, quer do sexo feminino e <strong>de</strong> todas as<br />

ida<strong>de</strong>s, etnias, etc.<br />

Metodologias e Estratégias:<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

42<br />

Quando Eu Sinto-me (2-7 anos)<br />

Dialogar com as crianças sobre diversas situações do dia-a-dia e o que nos fazem sentir. Por<br />

exemplo, ir à praia, comer um gelado, encontrar amigos, partir um brinquedo, ter um<br />

aci<strong>de</strong>nte.<br />

Fazer jogos <strong>de</strong> mímica para exprimir os diversos sentimentos.<br />

Entregar os anexos 14, 15 e 16.


Recortar as caras com expressões <strong>de</strong> alegria, tristeza e medo e estabelecer relações com as<br />

situações anteriores e os sentimentos, colocando as caras sobre os bonecos.<br />

Materiais Necessários:<br />

Fichas <strong>de</strong> trabalho (Anexos 14, 15 e 16).<br />

Notas e comentários:<br />

É importante que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> cedo a criança seja capaz <strong>de</strong> ir compreen<strong>de</strong>ndo o que sente e <strong>de</strong><br />

falar sobre isso.<br />

Procurar ajudar as crianças a serem capazes <strong>de</strong> encontrar alternativas<br />

quando posso melhorar se<br />

Material necessário:<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

43<br />

Imagens Sentimentos (6 - 10 Anos)<br />

eu sinto-me triste<br />

Imagens <strong>de</strong> revistas e jornais em que sejam evi<strong>de</strong>nciadas expressões <strong>de</strong> sentimentos.<br />

Cola e marcadores.<br />

Metodologias e Estratégias:<br />

Numa mesa, estão dispostas várias imagens. Cada grupo <strong>de</strong> trabalho selecciona uma <strong>de</strong>las e<br />

vai respon<strong>de</strong>r a algumas questões sobre a mesma.<br />

Por exemplo:<br />

O que vês?<br />

Gostas do que vês?<br />

As pessoas representadas estão felizes/tristes/preocupadas, etc.?<br />

Por que será que estão assim?<br />

Já alguma vez observaste uma situação parecida?<br />

Já viveste alguma situação parecida?<br />

O que se <strong>de</strong>ve fazer numa situação <strong>de</strong>stas?<br />

Relação com outras Activida<strong>de</strong>s Curriculares


Língua Portuguesa:<br />

- Observação e <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> gravuras.<br />

- Desenvolver competências no sentido <strong>de</strong> ser capaz <strong>de</strong> expressar oralmente e por escrito o<br />

seu sentir em relação a uma imagem.<br />

- Promover o <strong>de</strong>bate em pequeno grupo.<br />

- Produção <strong>de</strong> questionários.<br />

Estudo do Meio:<br />

- Trabalhar os principais acontecimentos da actualida<strong>de</strong>.<br />

- Recolha <strong>de</strong> imagens <strong>de</strong> acordo com os temas sugeridos.<br />

Matemática:<br />

- Procurar regularida<strong>de</strong>s em situações apresentadas.<br />

- Procurar ver e apreciar a estrutura abstracta que está presente numa situação, seja ela<br />

relativa a problemas do dia-a-dia, à natureza ou à arte.<br />

- Representar em gráfico <strong>de</strong> barras o número <strong>de</strong> crianças que concorda, discorda, ou tem<br />

uma posição neutra em relação a <strong>de</strong>terminada situação.<br />

Expressão Plástica:<br />

- Reprodução das imagens objecto do trabalho.<br />

Material Necessário:<br />

Cartões e um saco (Anexo 17 e 18).<br />

Metodologias e Estratégias:<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

44<br />

Jogo dos Medos (6 - 10 Anos)<br />

Cada criança recebe um cartão e escreve nele uma situação que, em geral, lhe gera medo.<br />

Dentro <strong>de</strong> um saco, colocam-se os cartões que contêm os medos expressos por cada<br />

criança.


Depois, um aluno retira um cartão e revela ao grupo o medo que lhe saiu na sorte e, em<br />

conjunto, todos procuram imaginar caminhos para ultrapassar aquele medo.<br />

A seguir, outro aluno retira também um cartão, apresenta o medo nele contido e todos<br />

procuram encontrar saídas, e assim sucessivamente até se completar a leitura dos cartões.<br />

Relação com outras activida<strong>de</strong>s Curriculares<br />

Língua Portuguesa:<br />

- Ter capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se exprimir <strong>de</strong> forma confiante, clara e audível com a<strong>de</strong>quação<br />

ao contexto e ao objectivo.<br />

- Produção <strong>de</strong> textos sobre o medo.<br />

Estudo do Meio:<br />

- Trabalhar o tema «A <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> si mesmo». Exprimir e discutir i<strong>de</strong>ias pessoais,<br />

promover a auto-estima e a segurança.<br />

Expressão Plástica:<br />

- Representar «Os medos» através <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho e pintura.<br />

Expressão Dramática:<br />

- Os medos e a mímica.<br />

- Teatro <strong>de</strong> Sombras.<br />

Material Necessário:<br />

Ficha <strong>de</strong> trabalho.<br />

Metodologias e Estratégias:<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

45<br />

Quem sou eu (6 - 10 Anos)<br />

Conduzir o diálogo no sentido <strong>de</strong> as crianças serem capazes <strong>de</strong> se <strong>de</strong>screver física e<br />

psicologicamente.<br />

Utilizar uma ficha <strong>de</strong> trabalho.<br />

Hipótese <strong>de</strong> uma ficha <strong>de</strong> trabalho:


Imagina que tens <strong>de</strong> te apresentar por carta a alguém que não te conhece e nunca te viu. Ao<br />

elaborares o texto, tem em atenção alguns aspectos:<br />

Como é que sou?<br />

O que é que gosto mais <strong>de</strong> fazer?<br />

O que gosto menos <strong>de</strong> fazer?<br />

Quais são os meus sonhos sobre o que eu gostava <strong>de</strong> ser?<br />

Relação com outras Activida<strong>de</strong>s Curriculares<br />

Língua Portuguesa:<br />

- Produção <strong>de</strong> textos escritos a<strong>de</strong>quados ao objectivo.<br />

- Conhecimento e aplicação <strong>de</strong> vocabulário diversificado.<br />

Estudo do Meio:<br />

- Expressão, fundamentação e discussão sobre as minhas melhores qualida<strong>de</strong>s e<br />

quais os meus piores <strong>de</strong>feitos.<br />

Matemática:<br />

- A predisposição para procurar enten<strong>de</strong>r a estrutura <strong>de</strong> um problema e a aptidão<br />

para <strong>de</strong>senvolver processos <strong>de</strong> resolução.<br />

Exemplo: Quais são os meus sonhos sobre o que eu gostava <strong>de</strong> ser?<br />

- Fazer estimativas sobre a ida<strong>de</strong> em que po<strong>de</strong>rão concretizar esses sonhos.<br />

Expressão dramática:<br />

- Dramatização, jogos <strong>de</strong> mímica acerca do tema.<br />

Metodologias e Estratégias:<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

46<br />

Jogo do Nascer e da Aventura dos Sentidos (2<br />

10 anos)<br />

Este jogo é da autoria do Dr. João Diegues, a sua construção resultou do trabalho entre a<br />

Equipa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>Escola</strong>r do Centro <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e o Jardim-<strong>de</strong>-infância <strong>de</strong> Mértola, com o<br />

apoio da Delegação <strong>de</strong> Lisboa da Associação para o Planeamento <strong>de</strong> Família.


Durante o ano lectivo <strong>de</strong> 1995/96, foram abordados diversos temas com as crianças<br />

(gravi<strong>de</strong>z e nascimento, graus <strong>de</strong> parentesco e as gerações; alimentação; cuidados básicos<br />

com o corpo; diferenças físicas; importância do corpo como fonte <strong>de</strong> prazer e comunicação,<br />

socialização da criança).<br />

Uma das activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste processo foi a realização <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhos, pelas crianças, ao longo<br />

das diversas etapas. Estes <strong>de</strong>senhos vieram a integrar este jogo da glória.<br />

Apresentam-se apenas como exemplo e para compreensão do jogo, pois o processo <strong>de</strong><br />

construção em cada Jardim-<strong>de</strong>-infância e <strong>Escola</strong> constitui um pretexto importante para<br />

trabalhar muitos dos conteúdos.<br />

Trata-se <strong>de</strong> um jogo inicialmente realizado como o Jogo da Glória gigante, mas que po<strong>de</strong><br />

ser usado como um Jogo da Glória normal. Nas casas com <strong>de</strong>senhos/imagens tem que se<br />

respon<strong>de</strong>r a perguntas ou realizar activida<strong>de</strong>s lúdicas que estimulam os sentidos e o<br />

imaginário.<br />

Mais do que i<strong>de</strong>ntificar e premiar respostas certas, o objectivo é fomentar a interacção entre<br />

as crianças, que po<strong>de</strong>m partilhar as respostas. As respostas que as crianças dão po<strong>de</strong>m ser<br />

motivo <strong>de</strong> um pequeno <strong>de</strong>bate orientado pelo animador do jogo. As respostas apresentadas<br />

são exemplos <strong>de</strong> respostas dadas pelas crianças e que foram consi<strong>de</strong>radas certas. Po<strong>de</strong>m ser<br />

mais ou menos elaboradas em função da profundida<strong>de</strong> com que o tema foi trabalhado entre<br />

todos (crianças, educadores e famílias).<br />

No caso do presente jogo, as peças são <strong>de</strong> látex, sendo 6 rectangulares <strong>de</strong> 80 x 30cm e 4 em<br />

meia-lua com idênticas dimensões. O dado <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> uma substância macia, como por<br />

exemplo, esponja.<br />

Casa nº2<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

47<br />

On<strong>de</strong> estavas antes <strong>de</strong> nascer?<br />

(<strong>de</strong>senho alusivo a uma mulher grávida)<br />

Resposta (s)<br />

(Avança 1 casa)<br />

Casa nº5<br />

Na barriga da mãe.<br />

O Manuel encostou o ouvido à barriga da mãe e pôs-se a ouvir o bebé.


Depois <strong>de</strong> reparar no <strong>de</strong>senho, a criança joga o jogo dos sons.<br />

Jogo dos sons.<br />

Com os olhos tapados, a criança tente i<strong>de</strong>ntificar 3 sons (por exemplo: som <strong>de</strong> flauta,<br />

pan<strong>de</strong>ireta, maracas, apito, ferrinhos, viola, cavaquinho etc.)<br />

(Avança 1 casa)<br />

Casa nº8<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

48<br />

Quem é a tua família?<br />

(<strong>de</strong>senho representando uma família)<br />

Resposta (s) - Preten<strong>de</strong>-se que a criança nomeie os pais, irmãos, avós, tios, primos, sendo<br />

importante os seus membros e graus <strong>de</strong> parentesco.<br />

(Avança 1 casa)<br />

Casa nº11<br />

O bebé nasceu. É menino ou menina? E tu?<br />

(<strong>de</strong>senho alusivo a uma criança)<br />

Joga o <strong>de</strong>senho do corpo.<br />

Preten<strong>de</strong>-se que a criança se i<strong>de</strong>ntifique com um <strong>de</strong> dois <strong>de</strong>senhos feitos por ela<br />

representando uma menina e um menino. Ao longo do <strong>Projecto</strong>, as crianças <strong>de</strong>senharam as<br />

suas silhuetas em papel <strong>de</strong> cenário. Estas silhuetas foram <strong>de</strong>pois sendo preenchidas ao<br />

longo do ano com alguns <strong>de</strong>talhes, incluindo a representação dos genitais externos.<br />

(Avança 2 casas)<br />

Casa nº14<br />

Resposta (s)<br />

(Avança 1 casa)<br />

Casa nº17<br />

De que se alimentam e como se alimentam os bebés <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> nascer?<br />

Os bebés alimentam-se <strong>de</strong> leite, ou o bebé está a mamar etc.<br />

O que está a menina a fazer?<br />

(<strong>de</strong>senho alusivo a uma criança que cheira uma flor)<br />

Joga o jogo dos cheiros.<br />

Com os olhos tapados, a criança cheira vários frascos (contendo, por ex., café, canela,<br />

chocolate, álcool, hortelã-pimenta, jasmim, etc.) e i<strong>de</strong>ntifica cada cheiro:<br />

(Avança 1 casa)


Casa nº20<br />

<strong>de</strong>dos.<br />

Joga o jogo do tacto.<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

49<br />

Temos olhos para ver o Mundo, mas também po<strong>de</strong>mos adivinhar com os<br />

Dentro <strong>de</strong> um saco <strong>de</strong> pano colorido encontram-se vários objectos relativos à infância<br />

exemplo, uma fralda, um biberão, um balão, uma boneca, uma chupeta, uma bola, etc.<br />

Preten<strong>de</strong>-se que a criança coloque a mão <strong>de</strong>ntro do saco e i<strong>de</strong>ntifique 2 ou 3 dos objectos<br />

que lá se encontram.<br />

(Avança 2 casas)<br />

Casa nº23<br />

os <strong>de</strong>ntes saudáveis?<br />

Resposta (s)/sugestões<br />

Quando rimos, mostramos os <strong>de</strong>ntes. O que é preciso fazer para manter<br />

por<br />

A criança <strong>de</strong>ve referir-se à lavagem dos <strong>de</strong>ntes e quando os <strong>de</strong>ve<br />

lavar. Po<strong>de</strong> também aproveitar para que algumas crianças exemplifiquem o método<br />

correcto <strong>de</strong> escovagem dos <strong>de</strong>ntes e refiram alimentos favoráveis ou prejudiciais à saú<strong>de</strong>.<br />

Igualmente se relembra a importância do flúor. Deve dar-se importância ao rir como forma<br />

<strong>de</strong> comunicação e <strong>de</strong> prazer.<br />

(Avança 2 casas)<br />

Casa nº26<br />

forma saudável.<br />

Resposta (s)<br />

(Avança 1 casa)<br />

Casa nº29<br />

O menino está crescido. Diz três alimentos que o aju<strong>de</strong>m a crescer <strong>de</strong> uma<br />

Leite, alface, peixe, etc.<br />

O bebé <strong>de</strong>sta história gostava acima <strong>de</strong> tudo <strong>de</strong> beijos, <strong>de</strong> muitos beijos!<br />

(<strong>de</strong>senho em que a mãe beija o filho)<br />

Salta 1 casa e ganha o jogo.<br />

4 ª Área<br />

Activida<strong>de</strong><br />

A I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>Sexual</strong><br />

Ser Menino ou Menina (2 - 6 Anos)


Metodologias e Estratégias:<br />

Dar às crianças vários jogos e brinquedos.<br />

Pedir que nos digam quais são as activida<strong>de</strong>s e jogos dos meninos, das meninas e <strong>de</strong> ambos.<br />

Conversar sobre estas questões e elaborar algumas activida<strong>de</strong>s em que as meninas<br />

brinquem com jogos dos meninos e vice-versa.<br />

Perguntar <strong>de</strong>pois como se sentiram.<br />

Materiais Necessários:<br />

Imagens, jogos, brinquedos, etc.<br />

Notas e comentários:<br />

É importante que as crianças sejam respeitadas nas suas opções. Há meninas que gostam<br />

muito <strong>de</strong> jogar à bola e brincar com carros e também há meninos que gostam <strong>de</strong> brincar na<br />

casinha das bonecas, <strong>de</strong> as embalar, cozinhar e limpar. Existem activida<strong>de</strong>s que todos<br />

gostam <strong>de</strong> fazer como, por exemplo, brincar nos baloiços, andar <strong>de</strong> bicicleta, etc. Todas as<br />

crianças <strong>de</strong>vem perceber que por não gostarem <strong>de</strong> um jogo não quer dizer que não saibam<br />

brincar com ele e isso também não significa ser melhor ou pior do que os seus amigos.<br />

Todos <strong>de</strong>vem respeitar os gostos e a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada um.<br />

Metodologias e Estratégias:<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

50<br />

Ser Homem e Ser Mulher (2 - 6 Anos)<br />

Pedir à criança para <strong>de</strong>senhar numa folha gran<strong>de</strong> o pai e a mãe.<br />

Desenhar à volta do pai alguns objectos que só o pai usa (gravata, máquina <strong>de</strong> barbear, etc.)<br />

Desenhar à volta da mãe coisas que só a mãe usa (batons, verniz, saias, etc.).<br />

Depois <strong>de</strong>senhar objectos que os dois usam.<br />

Materiais necessários:<br />

Papel, lápis.<br />

Notas e comentários:


Esta activida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser complementada com a ajuda dos pais:<br />

- Fazer com eles listas das profissões a ver quem as po<strong>de</strong> realizar, se só os homens, se só as<br />

mulheres ou se ambos.<br />

- Procurar, com a ajuda dos pais, imagens <strong>de</strong> vários <strong>de</strong>sportos e indicar qual o sexo das<br />

pessoas que os praticam.<br />

Material Necessário:<br />

Ficha <strong>de</strong> trabalho para toda a turma.<br />

Metodologias e Estratégias:<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

51<br />

Feminino ou Masculino (6<br />

10 Anos)<br />

Distribui-se uma ficha <strong>de</strong> trabalho com uma lista <strong>de</strong> nomes das partes do corpo (mãos,<br />

lábios, ná<strong>de</strong>gas, ovários, testículos, pénis, vagina, mamas, mamilos, orelhas, pés, a vulva<br />

etc.).<br />

A tarefa <strong>de</strong> cada aluno é <strong>de</strong>cidir que palavras da lista se aplicam a cada um dos sexos e<br />

quais se aplicam a ambos. As palavras <strong>de</strong>verão ser assinaladas com M , F ou A , ou<br />

então codificadas com cores diferentes.<br />

Relação com outras activida<strong>de</strong>s curriculares<br />

Língua Portuguesa:<br />

- Listagem <strong>de</strong> vocábulos e verbalização dos mesmos.<br />

- Or<strong>de</strong>nar alfabeticamente os nomes das partes do corpo.<br />

- Análise e produção <strong>de</strong> textos que contenham informação sobre o tema.<br />

Estudo do Meio:<br />

- Estruturar o conhecimento <strong>de</strong> si próprio, <strong>de</strong>senvolvendo atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> auto-estima e <strong>de</strong> auto-<br />

confiança e valorizando as suas i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s e raízes.<br />

Expressão Dramática:<br />

- Realizar jogos e exercícios <strong>de</strong> linguagem corporal.


Brinquedos e Jogos - Imagina a Quem Pertencem e Quem os Joga (6<br />

Material Necessário:<br />

Ficha <strong>de</strong> trabalho.<br />

Metodologias e Estratégias:<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

52<br />

10 Anos)<br />

Criar 4 ou 5 espaços diferentes com jogos e brinquedos (bolas, bonecas, carros, cordas,<br />

etc.) e dar a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada criança optar pelo espaço preferido.<br />

Segue-se um momento <strong>de</strong> diálogo sobre a opção <strong>de</strong> cada um.<br />

Termina-se a activida<strong>de</strong> com a aplicação <strong>de</strong> uma ficha <strong>de</strong> trabalho.<br />

Hipóteses para as fichas <strong>de</strong> trabalho:<br />

O João e a Joana são gémeos. Têm 9 anos. Em casa <strong>de</strong>les há brinquedos. Imagina a quem<br />

pertencem:<br />

Jogos e brinquedos João Joana<br />

Bola<br />

Carros<br />

Bonecas<br />

Piões<br />

Cordas<br />

Bicicletas<br />

Legos<br />

Trens <strong>de</strong> cozinha<br />

Arcos<br />

Computadores<br />

Berlin<strong>de</strong>s


Ano Lectivo 2007/2008<br />

53<br />

Casinhas<br />

Fisgas<br />

Jogos electrónicos<br />

Puzzles<br />

O João e a Joana têm um quintal gran<strong>de</strong> e convidam às vezes os amigos e as amigas<br />

para irem para o quintal jogar com eles. Imagina quem entra nos jogos:<br />

Jogos João Joana<br />

Apanhada<br />

Futebol<br />

Macaca<br />

Corridas<br />

Mata<br />

Estátuas<br />

Escondidas<br />

Mamã dá licença<br />

Macaquinho<br />

chinês<br />

Cabra cega<br />

Relação com outras Activida<strong>de</strong>s Curriculares<br />

Língua Portuguesa:<br />

- Realização <strong>de</strong> entrevistas a outras crianças sobre o tipo <strong>de</strong> jogos e brinca<strong>de</strong>iras preferidas.<br />

- Produção <strong>de</strong> textos e registos da informação obtida.<br />

- Utilizar o dicionário na procura <strong>de</strong> palavras relacionadas com o tema.<br />

Estudo do Meio:<br />

- Que tipo <strong>de</strong> brinca<strong>de</strong>iras e jogos se faziam no tempo nos nossos pais e avós.<br />

Expressão Plástica:


- Criação <strong>de</strong> jogos, brinquedos.<br />

- Ilustração.<br />

Educação Musical:<br />

- Apren<strong>de</strong>r a dramatizar canções relacionadas com brinquedos, jogos, etc.<br />

Exemplo: Eu tenho um pião<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

54<br />

Intervenção no 2º e 3º Ciclos<br />

a)- Desenvolvimento afectivo-sexual na pré-adolescência e na adolescência<br />

Na primeira fase, caracterizada por uma relativa estabilida<strong>de</strong> emocional começam a<br />

acontecer, em temos fisio1ógicos e anatómicos os primeiros sinais da puberda<strong>de</strong>. A nível<br />

intelectual, ocorrem evoluções rápidas no que respeita à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> construir raciocínios<br />

abstractos, do aumento do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> reflexão e da construção <strong>de</strong> teorias e <strong>de</strong> armazenamento<br />

<strong>de</strong> conhecimentos.<br />

Na esfera individual. assiste-se frequentemente a sentimentos mais ou menos novos<br />

<strong>de</strong> pudor e vergonha face ao corpo.<br />

A nível relacional, os jovens formam muitas vezes grupos rnonossexuais nos quais<br />

se processa um jogo ambivalente <strong>de</strong> provocação e sedução entre rapazes e raparigas, <strong>de</strong><br />

paixões escondidas por um aparente afastamento, <strong>de</strong>sdém e troça (Cf. Fra<strong>de</strong> et al, 1992; pp.<br />

28-29).<br />

Basicamente, em termos <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s e informação, os jovens interessam-se por<br />

uma multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> temas, incluindo a área da sexualida<strong>de</strong>. Existe a vonta<strong>de</strong> intensa <strong>de</strong><br />

"saber tudo", não tanto porque estas dúvidas estejam ligadas às suas vivências pessoais,<br />

mas mais porque são mais capazes <strong>de</strong> questionar, <strong>de</strong> ter curiosida<strong>de</strong> sobre o mundo,<br />

nomeadamente sobre o mundo dos adultos. É ainda muito este sentimento <strong>de</strong> curiosida<strong>de</strong>


que predomina e que se expressa através <strong>de</strong> perguntas sobre a reprodução e a vida amorosa<br />

e sexual, nomeadamente a partir da eleição <strong>de</strong> ídolos, ou <strong>de</strong> outras pessoas mais velhas que<br />

funcionam como mo<strong>de</strong>los para os jovens.<br />

Todos estes sentimentos se acentuam no segundo tipo <strong>de</strong> situações mas misturam-se<br />

agora com as transformações biológicas e emocionais da puberda<strong>de</strong>, nomeadamente o<br />

aparecimento da menstruação, o crescimento físico e um acentuado aumento do <strong>de</strong>sejo<br />

sexual e das sensações eróticas. Nesta fase é portanto, natural que os jovens tenham mais<br />

dúvidas sobre as mudanças que estão a acontecer e não somente sobre as coisas que<br />

percepcionam à sua volta, no contexto familiar, escolar e social. Estas dúvidas po<strong>de</strong>m<br />

assumir a forma <strong>de</strong> sentimentos <strong>de</strong> perplexida<strong>de</strong> e preocupação face ao corpo em mudança<br />

(elegância, beleza, acne, etc.), <strong>de</strong> comparação com os outros jovens, <strong>de</strong> timi<strong>de</strong>z e<br />

insegurança.<br />

A nível relacional, esta fase é acompanhada <strong>de</strong> mudanças na relação com os adultos<br />

significativos e com os outros jovens. Em relação aos primeiros, há maior capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

fazer juízos morais, manifesta-se frequentemente num aumento da conflitualida<strong>de</strong> em torno<br />

das questões <strong>de</strong> disciplina doméstica, das liberda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saídas, das férias e, em alguns<br />

casos, dos problemas relacionados com a escola. E, frequentemente também os pais<br />

experienciam novas dificulda<strong>de</strong>s em gerir esta nova etapa <strong>de</strong> relacionamento com os filhos.<br />

Em relação aos segundos, a monossexualida<strong>de</strong> ten<strong>de</strong>ncial dos grupos começa agora<br />

a ser quebrada, e as paixões antes escondidas começam a ser <strong>de</strong>claradas e algumas a<br />

concretizar-se nas primeiras relações amorosas. Os jovens começam a experimentar os<br />

sucessos e insucessos e dificulda<strong>de</strong>s na esfera amorosa, assim como se po<strong>de</strong>m consolidar<br />

positivamente a auto-estima e a auto-confiança, ou reforçar-se ou <strong>de</strong>senvolver-se<br />

sentimentos negativos.<br />

Muitas vezes, a acentuação do <strong>de</strong>sejo sexual e das sensações eróticas não têm o<br />

mesmo objecto das relações amorosas. Centram-se mais na exploração do corpo, nas<br />

fantasias, no culto e atracção pelos ídolos e menos numa activida<strong>de</strong> com eventuais<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

55


parceiros amorosos reais. Assim, nesta fase, o comportamento sexual mais frequente é a<br />

masturbação e, eventualmente, as carícias mútuas sem penetração. Mas, nalguns casos,<br />

po<strong>de</strong>m ocorrer relações sexuais quer no contexto <strong>de</strong> relações amorosas, quer em contextos<br />

ocasionais. O último tipo <strong>de</strong> situação, mais frequente no final do 3ºCiclo, é,<br />

fundamentalmente, caracterizado por um aumento da frequência do relacionamento<br />

amoroso e sexual. "A ambivalência característica da fase anterior ten<strong>de</strong> a <strong>de</strong>saparecer para<br />

dar lugar a uma explicitação mais clara das preferências sexuais, quer em termos da<br />

orientação do <strong>de</strong>sejo (hetero, homo ou bissexual), quer em termos da escolha <strong>de</strong> parceiros<br />

ou parceiras..." (Fra<strong>de</strong> et Al, 1992 pp.66). Nesta fase, numa parcela significativa dos jovens<br />

- embora, segundo os estudos disponíveis, ainda não maioritária - os objectos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sejo<br />

amoroso e sexual ten<strong>de</strong>m a coincidir, assim como a ocorrência <strong>de</strong> relações sexuais. Esta<br />

vivência da sexualida<strong>de</strong> é, muitas vezes, pautada pelas sensações <strong>de</strong> experimentação e <strong>de</strong><br />

risco, o que dificulta, em muitos casos, a adopção <strong>de</strong> práticas preventivas, nomeadamente<br />

no plano das gravi<strong>de</strong>zes não <strong>de</strong>sejadas. Outro comportamento que se acentua e a prática da<br />

masturbação. As necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> informação ten<strong>de</strong>m a centrar-se na própria vivência<br />

afectiva e sexual dos jovens, nas suas preocupações e dúvidas, não apenas sobre si, mas<br />

sobre as suas relações com os outros numa busca <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> pessoal e sexual e da<br />

construção das suas atitu<strong>de</strong>s e valores.<br />

Acompanhando estes três tipos <strong>de</strong> situações ou, se quisermos estas três etapas <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento, a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> género vai também sofrer alterações, não em termos <strong>de</strong><br />

sentido <strong>de</strong> pertença a um sexo biológico mas em termos dos conteúdos, ou seja dos papéis<br />

<strong>de</strong> género, do que é ser-se rapaz ou rapariga, <strong>de</strong> como comportar-se em termos amorosos,<br />

sexuais e sociais. Neste sentido, esta componente da construção da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> pessoal e<br />

sexual é também um campo <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s e dúvidas, que é importante consi<strong>de</strong>rar.<br />

Assim o 2º e 3º Ciclo do Ensino Básico abrangem períodos distintos <strong>de</strong> evolução da<br />

sexualida<strong>de</strong> dos jovens e do seu <strong>de</strong>senvolvimento global, caracterizados por mudanças rápidas<br />

e em ritmos muito diferenciados <strong>de</strong> jovem para jovem. Po<strong>de</strong>rão distinguir-se pelo menos três<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

56


situações distintas: uma primeira, que po<strong>de</strong>rá ser mais frequente até aos 12 anos, em que uma<br />

parte significativa dos jovens não iniciou as transformações pubertárias mais evi<strong>de</strong>ntes; uma<br />

segunda, mais frequente entre os 13/14 anos, na qual estes fenómenos se estão a <strong>de</strong>senvolver<br />

rapidamente, numa parte significativa dos jovens; e uma terceira, entre os 14/15 anos, na qual o<br />

ritmo das mudanças corporais pubertárias se <strong>de</strong>sacelera e que alguns autores classificam como<br />

adolescência propriamente dita . Em termos escolares, a primeira situação é mais frequente<br />

no 2º Ciclo e as outras duas ten<strong>de</strong>m a ocorrer durante o 3º Ciclo (PPES APF DGS, 1999).<br />

Ninguém escapa à puberda<strong>de</strong>, na sua passagem <strong>de</strong> criança a adulto. Nesta fase da vida, tudo se<br />

transforma. Suce<strong>de</strong>m-se as alterações hormonais, físicas, psicológicas... Uma etapa essencial<br />

para raparigas e rapazes que sofrem uma autêntica metamorfose no espaço <strong>de</strong> alguns anos.<br />

O sinal <strong>de</strong> partida é dado por or<strong>de</strong>ns que provêm do cérebro, tanto para os rapazes como<br />

para as raparigas. A puberda<strong>de</strong> traduz-se numa sucessão <strong>de</strong> lentas transformações do corpo que<br />

geralmente se prolongam por vários anos. A esta metamorfose física em cada um dos dois<br />

sexos vão juntar-se certas <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>ns psicológicas ligadas à perturbação generalizada sentida<br />

pelo corpo. A palavra puberda<strong>de</strong> teve origem no termo púbis que em latim significa pêlo. Os<br />

mecanismos fisiológicos são praticamente idênticos, mas a puberda<strong>de</strong> não se manifesta em<br />

todas as pessoas na mesma ida<strong>de</strong> ou da mesma maneira. O verda<strong>de</strong>iro começo da puberda<strong>de</strong> é<br />

orquestrado pelo hipotálamo que, por intermédio da hipófise, estimula as glândulas sexuais<br />

femininas (os ovários) e as masculinas (os testículos). Inicia-se assim uma reacção hormonal<br />

em ca<strong>de</strong>ia. Os ovários passam a segregar hormonas sexuais (os estrogénios e a progesterona),<br />

enquanto os testículos produzem outras hormonas sexuais (os androgenos, especialmente a<br />

testosterona) (http://sau<strong>de</strong>.sapo.pt).<br />

Esta fase é o ponto <strong>de</strong> partida para a aparição dos caracteres sexuais nas raparigas e nos<br />

rapazes. A etapa da vida em que o adolescente abandona a infância é extremamente<br />

enriquecedora. Vai <strong>de</strong>scobrir novos centros <strong>de</strong> interesse, enfrentar novas emoções e, sobretudo,<br />

amadurecer. Os jovens adolescentes mantêm-se, geralmente, entre pessoas do mesmo sexo, até<br />

que progressivamente se vão constituindo grupos mistos. No final, acabam por se criar casais.<br />

Os adolescentes preocupam-se com a aparência e interrogam-se sobre a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

sedução. Vão, paralelamente, sentindo atracções físicas e <strong>de</strong>scobrindo as suas primeiras<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

57


emoções sexuais. Os pensamentos tornam-se eróticos e esta é a altura em que vão viver as suas<br />

primeiras histórias românticas. Estas pulsões naturais são-lhes agradáveis, ao mesmo tempo que<br />

lhes trazem alguns receios. O outro sexo representa o <strong>de</strong>sconhecido e nesse campo o melhor é<br />

estar seguro.<br />

A puberda<strong>de</strong> da rapariga inicia-se em média entre os 8 e os 14 anos. A produção<br />

hormonal dos ovários vai provocar gran<strong>de</strong>s alterações. O aparecimento da menstruação<br />

<strong>de</strong>monstra que a jovem atingiu a maturida<strong>de</strong> sexual. A partir <strong>de</strong>sta altura po<strong>de</strong> já engravidar.<br />

Um dos primeiros sinais é frequentemente a aparição dos seios sob a forma <strong>de</strong> pequenos<br />

nódulos, por vezes sensíveis, ao nível do mamilo. Mais do que uma dor, trata-se <strong>de</strong> um ligeiro<br />

incómodo. Depois, os seios aumentam <strong>de</strong> volume. As auréolas que circundam o mamilo<br />

alargam e tornam-se proeminentes. No final do <strong>de</strong>senvolvimento, apenas a extremida<strong>de</strong> dos<br />

seios fica firme e dura.<br />

Cerca <strong>de</strong> seis meses após o início do crescimento dos seios aparecem geralmente os<br />

primeiros pêlos na púbis on<strong>de</strong> vão crescendo <strong>de</strong> forma triangular. Os pêlos axilares surgem<br />

mais tar<strong>de</strong> e com eles o início da activida<strong>de</strong> das glândulas sudoríparas que libertam o suor. Por<br />

último, a penugem que cobria o corpo transforma-se em pêlos mais longos nas pernas e nos<br />

braços.<br />

Paralelamente à aparição dos pêlos produz-se uma modificação interna dos órgãos<br />

genitais, aumentando o tamanho dos ovários e do útero. A mucosa vaginal transforma-se, os<br />

gran<strong>de</strong>s lábios <strong>de</strong>senvolvem-se e os pequenos pigmentam-se. O clítoris cresce e torna-se<br />

sensível. No final da puberda<strong>de</strong>, o corpo <strong>de</strong> uma rapariga é já o <strong>de</strong> uma mulher. Uma<br />

aceleração sensível do crescimento ósseo ocorre sob a influência das hormonas. A bacia alarga,<br />

enquanto o alto do corpo se torna mais fino, sendo possível um certo aumento <strong>de</strong> peso. As<br />

gorduras, por seu lado, vão-se espalhando, localizando-se nas ancas, na bacia e nas coxas. Em<br />

Portugal, a menstruação surge geralmente entre os doze e os treze anos. A instalação é<br />

progressiva, na maior parte dos casos dois anos após o início do crescimento dos seios<br />

(http://sau<strong>de</strong>.sapo.pt). No ano seguinte à primeira aparição, a menstruação já ocorre com<br />

intervalos <strong>de</strong> seis semanas ou <strong>de</strong> dois meses. Quase sempre são indolores. Ao cabo <strong>de</strong> um<br />

período que po<strong>de</strong> ir até um ano, os ciclos tornam-se ovulatórios. A ovulação está ligada à<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

58


secreção pelos ovários <strong>de</strong> uma nova hormona: a progesterona. A menstruação torna-se então<br />

geralmente mais regular, cada 28 ou trinta dias, e po<strong>de</strong> ser acompanhada <strong>de</strong> dores. Nos rapazes,<br />

a puberda<strong>de</strong> inicia-se geralmente entre os 11 e os 16 anos. A testosterona aumenta, lentamente<br />

no princípio, <strong>de</strong>pois com maior rapi<strong>de</strong>z, <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ando uma série <strong>de</strong> alterações. Mais tardias<br />

do que no caso das raparigas, estas alterações começam a tornar-se visíveis entre os 12 e os 13<br />

anos. Prosseguem durante 4 ou 5 anos. O final da puberda<strong>de</strong> significa o início da maturida<strong>de</strong><br />

sexual. O jovem fica então fisiologicamente apto a ter relações sexuais e a tornar-se pai. Um<br />

dos primeiros sinais é a modificação e o aumento do tamanho dos órgãos genitais, membro viril<br />

e testículos. Esta transformação acontece entre os 11 e os 12 anos. O escroto que envolve os<br />

testículos torna-se mais escuro, ao mesmo tempo que se enruga. Mas levará ainda alguns anos<br />

até que o pénis atinja o seu tamanho adulto e o escroto a sua cor <strong>de</strong>finitiva. O aparecimento dos<br />

pêlos ocorre geralmente até aos 16 anos. Classicamente, aparecem em primeiro lugar na púbis,<br />

pelos 13 anos, espalhando-se em forma <strong>de</strong> losango. Por volta dos 14 anos começam a aparecer<br />

nas pernas e, aos 15, nas axilas. Depois, entre os 16 e os 17 anos, os pêlos ganham espessura e<br />

endurecem no rosto. Em alguns casos, começam também a crescer no peito. A velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

crescimento acelera-se durante a puberda<strong>de</strong>, ao mesmo tempo que se verifica a maturação dos<br />

ossos. O corpo também se modifica em termos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da musculatura, sobretudo<br />

em volta das espáduas. Paralelamente, as pernas e o tronco vão-se alongando, embora<br />

raramente <strong>de</strong> forma sincronizada. O corpo po<strong>de</strong> ficar provisoriamente <strong>de</strong>sarmonioso, com umas<br />

partes mais <strong>de</strong>senvolvidas do que outras. O dorso ganha volume, as espáduas alargam com o<br />

crescimento das clavículas, mas a bacia mantém-se mais estreita. Estas últimas transformações,<br />

essencialmente ligadas aos níveis <strong>de</strong> testosterona, ocorrem geralmente entre os 15 e os 16 anos.<br />

A testosterona é também responsável pelas mudanças na voz, o que acontece entre os 13 e os<br />

15 anos. Involuntariamente ou não, as erecções ocorrem em qualquer ida<strong>de</strong>. Quando a<br />

pilosida<strong>de</strong> púbica se torna acentuada e o pénis cresce, as erecções multiplicam-se. São<br />

frequentemente manifestações sexuais e, alguns meses mais tar<strong>de</strong>, aparecem as ejaculações. A<br />

primeira ejaculação representa a maturida<strong>de</strong> sexual (http://sau<strong>de</strong>.sapo.pt). Ao aproximar-se a<br />

puberda<strong>de</strong> é essencial informar as crianças, em <strong>de</strong>vido tempo, da revolução fisiológica que o<br />

seu corpo vai sofrer. A perda <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> referência da criança surge <strong>de</strong> uma maneira brutal. O<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

59


corpo modifica-se subitamente no curto espaço <strong>de</strong> um ou dois anos, período insuficiente para<br />

que um adolescente consiga adaptar-se às dimensões do seu novo corpo. Sente-se bizarro e<br />

suporta mal a situação. A única coisa a fazer é dar-lhe tempo para se habituar às suas novas<br />

medidas.<br />

Na adolescência, rapazes e raparigas entram frequentemente em conflito com os<br />

adultos, revoltam-se, procuram afirmar-se. Afastam-se da família para criar outra: os amigos.<br />

Este <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> in<strong>de</strong>pendência traduz uma busca <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> própria indispensável à sua<br />

futura vida social. Durante estas fases os pais nunca <strong>de</strong>vem renunciar ao seu papel <strong>de</strong><br />

educadores (http://sau<strong>de</strong>.sapo.pt). Esta é mais uma fase do <strong>de</strong>senvolvimento e não, como<br />

algumas famílias a encaram, o início <strong>de</strong> dores <strong>de</strong> cabeça . Há Pais que a partir <strong>de</strong>ste<br />

momento alteram as suas atitu<strong>de</strong>s. Deixam, por exemplo <strong>de</strong> sentar o filho ou a filha ao colo<br />

acariciando-os enquanto conversam como, até antes <strong>de</strong>ste período, acontecia. Este<br />

comportamento alterado por falta <strong>de</strong> à vonta<strong>de</strong> dos Pais, agora que a filha é mulher ou o<br />

filho é homem , po<strong>de</strong>rá causar perplexida<strong>de</strong> e tristeza no jovem ou ainda contribuir como<br />

um factor <strong>de</strong> recusa <strong>de</strong> crescimento (Moita & Santos, 1992). Em termos <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

informação, os jovens interessam-se por uma multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> temas incluindo a<br />

sexualida<strong>de</strong>. Existe uma vonta<strong>de</strong> intensa <strong>de</strong> saber tudo , não tanto porque estas dúvidas<br />

estejam ligadas à sua vivência pessoal, mas mais porque são capazes <strong>de</strong> questionar e ter<br />

curiosida<strong>de</strong> sobre o mundo, nomeadamente sobre o mundo dos adultos. Estas dúvidas<br />

po<strong>de</strong>m ainda assumir a forma <strong>de</strong> sentimentos <strong>de</strong> perplexida<strong>de</strong> e preocupação face ao corpo<br />

em mudança (elegância, beleza, etc.), <strong>de</strong> comparação com os outros jovens, <strong>de</strong> timi<strong>de</strong>z e<br />

insegurança. Nesta altura, os jovens começam também a experimentar os sucessos,<br />

insucessos e dificulda<strong>de</strong>s na esfera amorosa, assim como se po<strong>de</strong>m consolidar<br />

positivamente a auto-estima e a auto-confiança, ou reforçar-se ou <strong>de</strong>senvolver-se<br />

sentimentos negativos, baixa <strong>de</strong> auto-estima e perda <strong>de</strong> confiança. Relativamente ao<br />

<strong>de</strong>senvolvimento da sexualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta fase, o comportamento mais frequente é a<br />

masturbação e, eventualmente, as carícias mútuas sem penetração. No entanto, em alguns<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

60


casos, po<strong>de</strong>m ocorrer relações sexuais quer no contexto <strong>de</strong> relações amorosas, quer em<br />

contextos ocasionais. A partir <strong>de</strong> cerca dos 14/15 anos, existe uma tendência para o<br />

aumento da frequência do relacionamento amoroso e sexual. Esta vivência da sexualida<strong>de</strong><br />

é, muitas vezes, pautada pelas sensações <strong>de</strong> experimentação e <strong>de</strong> risco, o que dificulta, em<br />

muitos casos, a adopção <strong>de</strong> práticas preventivas, nomeadamente no plano da gravi<strong>de</strong>z não<br />

<strong>de</strong>sejada.<br />

Percorridos o 2º e 3º Ciclos, preten<strong>de</strong>-se que os alunos adquiram um perfil terminal,<br />

baseado nos seguintes objectivos gerais (PPES<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

61<br />

APF<br />

DGS, 1999):<br />

Desenvolvimento pleno e harmonioso da personalida<strong>de</strong> do educando, integrado na<br />

perspectiva dos valores <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> social;<br />

Direcção e natureza dos conhecimentos escolares no sentido da valorização da<br />

dimensão humana do trabalho;<br />

Aquisição <strong>de</strong> valores do domínio da consciência social e do humanismo<br />

universalista, numa perspectiva <strong>de</strong>mocrática e cívica.<br />

Neste contexto, enquadram-se três objectivos a atingir, ao longo <strong>de</strong>ste período, ao nível<br />

da Educação <strong>Sexual</strong>:<br />

- Aquisição <strong>de</strong> Conhecimentos<br />

- Desenvolvimento <strong>de</strong> Atitu<strong>de</strong>s<br />

- Aquisição <strong>de</strong> Competências<br />

Estes três objectivos concretizam-se através <strong>de</strong>:<br />

Aquisição <strong>de</strong> conhecimentos<br />

Desenvolvimento <strong>de</strong><br />

atitu<strong>de</strong>s<br />

Aquisição <strong>de</strong> Competências


- do conceito <strong>de</strong> sexualida<strong>de</strong> e as suas<br />

diferentes expressões;<br />

- do corpo sexuado, os seus órgãos<br />

internos e externos;<br />

- das mudanças fisiológicas e<br />

emocionais características <strong>de</strong>stas<br />

ida<strong>de</strong>s;<br />

- das regras <strong>de</strong> higiene corporal;<br />

- dos mecanismos da reprodução e os<br />

métodos contraceptivos,<br />

- dos mecanismos da resposta sexual<br />

humana;<br />

- das modificações do corpo e da<br />

sexualida<strong>de</strong> ao longo da vida;<br />

- das doenças sexualmente<br />

transmissíveis e das formas <strong>de</strong><br />

prevenção e tratamento;<br />

- <strong>de</strong> como, historicamente, foram<br />

encarados a sexualida<strong>de</strong> e o<br />

relacionamento amoroso, a reprodução<br />

e os papéis <strong>de</strong> género.<br />

Quadro 2. Principais objectivos da Educação <strong>Sexual</strong> no 2º e 3º Ciclos (adaptado a partir <strong>de</strong> PPES<br />

APF DGS, 1999).<br />

Refira-se que os objectivos gerais para o 2º e 3º Ciclo po<strong>de</strong>m ser o ponto <strong>de</strong> partida<br />

para uma <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> objectivos para o projecto <strong>de</strong> Educação <strong>Afectivo</strong>-<strong>Sexual</strong>, tendo por<br />

base os contextos curricular e disciplinar.<br />

A título <strong>de</strong> exemplo, segue-se um quadro que procura relacionar os objectivos<br />

curriculares da disciplina <strong>de</strong> Língua Portuguesa (2º Ciclo, <strong>Escola</strong> EB 2, 3 Joaquim <strong>de</strong><br />

Magalhães em Faro) com os objectivos <strong>de</strong> Educação <strong>Sexual</strong>.<br />

Exemplo:<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

62<br />

- <strong>de</strong> aceitação das mudanças<br />

fisiológicas emocionais<br />

próprias da sua ida<strong>de</strong>;<br />

- <strong>de</strong> aceitação da diversida<strong>de</strong><br />

dos comportamentos sexuais<br />

ao longo da vida;<br />

- <strong>de</strong> reflexão e <strong>de</strong> crítica face<br />

aos papéis estereotipados<br />

atribuídos socialmente a<br />

homens e a mulheres;<br />

- <strong>de</strong> reconhecimento da<br />

importância dos sentimentos e<br />

da afectivida<strong>de</strong> na vivência da<br />

sexualida<strong>de</strong>;<br />

- <strong>de</strong> aceitação dos diferentes<br />

comportamentos e orientações<br />

sexuais;<br />

- <strong>de</strong> prevenção face à saú<strong>de</strong>,<br />

nomeadamente na esfera<br />

sexual e reprodutiva.<br />

- para expressar os seus próprios<br />

sentimentos e opiniões;<br />

- para tomar <strong>de</strong>cisões pessoais e<br />

aceitar as <strong>de</strong>cisões dos outros;<br />

- para reconhecer situações <strong>de</strong><br />

abusos sexuais, i<strong>de</strong>ntificar<br />

soluções e procurar ajuda;<br />

- para comunicar acerca do tema<br />

sexualida<strong>de</strong>;<br />

- para aceitar os tipos <strong>de</strong><br />

sentimentos que po<strong>de</strong>m estar<br />

presentes nas diferentes relações<br />

entre as pessoas, incluindo ao<br />

nível da sexualida<strong>de</strong>;<br />

- para adoptar comportamentos<br />

informados e responsáveis face à<br />

contracepção;<br />

- para adoptar comportamentos<br />

sexuais informados e<br />

responsáveis, conducentes à<br />

prevenção <strong>de</strong> DST;<br />

- para pedir ajuda e saber<br />

i<strong>de</strong>ntificar apoios.<br />

Objectivos Curriculares Objectivos <strong>de</strong> Educação <strong>Sexual</strong>


- Exprimir-se oralmente com autonomia e<br />

clareza em função <strong>de</strong> objectivos<br />

diversificados;<br />

- Comunicar oralmente, tendo em conta a<br />

oportunida<strong>de</strong> e a situação;<br />

- Contactar com textos <strong>de</strong> temas variados<br />

da literatura nacional e universal.<br />

Apesar das estratégias em Educação <strong>Sexual</strong> se po<strong>de</strong>rem aplicar ao nível <strong>de</strong><br />

complemento curricular ou extracurricular, verifica-se que a perspectiva curricular,<br />

preferencialmente com um carácter interdisciplinar, <strong>de</strong>monstra gran<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quação e<br />

aplicabilida<strong>de</strong>, tendo em conta a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento da temática da Educação<br />

<strong>Sexual</strong> ao nível dos currículos.<br />

Seguem-se exemplos do 6º ano e do 9º ano <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>senvolvidos na<br />

<strong>Escola</strong> EB 2, 3 <strong>de</strong> Évora.<br />

Exemplo (6º ano <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>):<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

63<br />

- Desenvolver a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> análise das relações e<br />

interacções familiares e ser capaz <strong>de</strong> se expressar<br />

verbalmente sobre esse tema;<br />

- Enten<strong>de</strong>r a afectivida<strong>de</strong> como parte integrante da<br />

sexualida<strong>de</strong> e da comunicação sobre sexualida<strong>de</strong>;<br />

- Debater temas relacionados com sexualida<strong>de</strong>;<br />

- Debater as estruturas familiares, nomeadamente, as<br />

repercussões <strong>de</strong> algumas situações <strong>de</strong> conflito e ruptura;<br />

- Adquirir capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> comunicação sobre o tema da<br />

sexualida<strong>de</strong>;<br />

- Apreciar, através <strong>de</strong> textos literários, a influência dos<br />

papéis sexuais no relacionamento interpessoal e na<br />

organização social.<br />

Conteúdos Curriculares Temas <strong>de</strong> Educação <strong>Sexual</strong>


Exemplo (9º ano <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>):<br />

Desta forma, a abordagem transdisciplinar po<strong>de</strong> ser conseguida quando são<br />

trabalhados temas como Valores e Atitu<strong>de</strong>s em Educação <strong>Sexual</strong> , Os sentimentos , Eu<br />

e os outros , que estão contemplados nos objectivos gerais <strong>de</strong>stes Ciclos, estando por isso<br />

implícita ou explicitamente incluídos no processo global <strong>de</strong> ensino-aprendizagem (PPES<br />

APF<br />

- Tipologia Textual (Língua Portuguesa);<br />

- Transmissão da Vida (Ciências Naturais);<br />

- A População Portuguesa no Limiar do<br />

Século XX (História e Geografia <strong>de</strong><br />

Portugal);<br />

- Estatística: conceitos, organização e<br />

interpretação da informação (Matemática);<br />

- Comunicação (Educação Visual e<br />

Tecnológica).<br />

DGS, 1999).<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

64<br />

- Concepção, gravi<strong>de</strong>z e parto;<br />

- Noções básicas sobre contracepção;<br />

- Gravi<strong>de</strong>z na adolescência;<br />

- Aborto;<br />

- SIDA e outras DST;<br />

- <strong>Sexual</strong>ida<strong>de</strong> e valores;<br />

-Competências sociais em Educação<br />

<strong>Sexual</strong>.<br />

Conteúdos curriculares Temas <strong>de</strong> Educação <strong>Sexual</strong><br />

- Emigração: consequências socioculturais<br />

(Francês);<br />

- A Comunida<strong>de</strong> alargada: a minha/ a dos<br />

outros (Inglês);<br />

- Produção <strong>de</strong> textos em estilos <strong>de</strong>finidos<br />

(Língua Portuguesa)<br />

- A solidarieda<strong>de</strong>;<br />

- Gravi<strong>de</strong>z não <strong>de</strong>sejada;<br />

- Valores e atitu<strong>de</strong>s em Educação <strong>Sexual</strong>;<br />

- A dimensão sociocultural da sexualida<strong>de</strong>;<br />

- As diferentes manifestações da<br />

sexualida<strong>de</strong>.


Também po<strong>de</strong>rá optar-se por outras formas <strong>de</strong> inserir a Educação <strong>Sexual</strong> ao longo<br />

do 2º e 3º Ciclos.<br />

Alguns exemplos <strong>de</strong> outras activida<strong>de</strong>s (PPES<br />

Aplicação <strong>de</strong> questionários;<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

65<br />

APF<br />

Produção <strong>de</strong> textos, cartazes e outros materiais;<br />

Debates;<br />

Jogos temáticos;<br />

Visionamento <strong>de</strong> filmes;<br />

Realização <strong>de</strong> exposições;<br />

Activida<strong>de</strong>s<br />

DGS, 1999):<br />

Seguem-se alguns documentos publicados pela APF, assim como algumas fichas<br />

extraídas do livro Para me conhecer. Para te conhecer (San<strong>de</strong>rs, P. & Swi<strong>de</strong>n, L.<br />

1995), as quais po<strong>de</strong>rão ser utilizadas como apoio para activida<strong>de</strong>s em Educação <strong>Afectivo</strong>-<br />

<strong>Sexual</strong>.<br />

Para me conhecer, para te conhecer<br />

29- Colecção <strong>de</strong> sentimentos<br />

Objectivos<br />

- Percepcionar os sentimentos que temos, tanto os positivos como os negativos;<br />

- Introduzir vocabulário novo;<br />

- Levar as crianças a reflectir sobre os seus sentimentos.<br />

Nível etário sugerido<br />

- Qualquer ida<strong>de</strong><br />

Material necessário


- Folha <strong>de</strong> papel gran<strong>de</strong> afixada na pare<strong>de</strong>, com algumas palavras, sentimento (ver<br />

colecção <strong>de</strong> sentimentos). Preten<strong>de</strong>-se que esta lista esteja em exposição permanente e que<br />

a turma possa acrescentar novas palavras à lista.<br />

Tempo aproximado<br />

- Ao critério do Professor<br />

Número <strong>de</strong> pessoas envolvidas<br />

- <strong>de</strong> pequenos grupos até a turma toda.<br />

Activida<strong>de</strong>: O Professor apresenta as palavras da lista <strong>de</strong> sentimentos, dizendo, Sinto-<br />

me quando .<br />

Uma a uma as crianças escolhem uma palavra da lista para construírem uma frase,<br />

começando por Sinto-me quando . De início isto po<strong>de</strong> ser feito oralmente, e <strong>de</strong>pois<br />

por escrito.<br />

O Professor po<strong>de</strong> incentivar as crianças a acrescentar novas palavras. Esta lista<br />

crescente po<strong>de</strong> ser utilizada a qualquer momento, durante o dia escolar. O Professor po<strong>de</strong><br />

optar parar a activida<strong>de</strong> <strong>de</strong> grupo perguntar:<br />

- Como é que se estão a sentir? Escolham uma palavra da lista.<br />

- Porque é que se sentem assim?<br />

- Conseguem pensar em algum sentimento para acrescentar à lista?<br />

Variações<br />

Quando a lista estiver completa, as crianças mais velhas po<strong>de</strong>rão classificar as palavras<br />

sentimentos numa or<strong>de</strong>nação pessoal, agrupando palavras consoante se refiram<br />

sentimentos agradáveis ou <strong>de</strong>sagradáveis. Para facilitar o processo, os Professores po<strong>de</strong>m<br />

utilizar um diagrama como o do exemplo seguinte:<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

66<br />

Sentimentos <strong>de</strong>sagradáveis<br />

Sentimentos agradáveis


Colecção <strong>de</strong> Sentimentos<br />

Aborrecido Interessado<br />

Aliviado<br />

Ansioso Magoado<br />

Apaixonado Malicioso<br />

Arrependido<br />

Assustado Negativo<br />

Chocado Pensativo<br />

Concentrado<br />

Confiante Sozinho<br />

Confuso<br />

Curioso Triste<br />

Desgostoso<br />

Desgraçado<br />

Desiludido<br />

Determinado<br />

Emocionado<br />

Envergonhado<br />

Exasperado<br />

Exausto<br />

Feliz<br />

Frustrado<br />

Horrorizado<br />

In<strong>de</strong>ciso<br />

Indiferente<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

67<br />

Coisas que me fazem sentir<br />

Zangado Triste Alegre Frustrado


Para me conhecer, para te conhecer<br />

30- Os Sentimentos<br />

As pessoas utilizam frequentemente expressões idiomáticas para expor os seus sentimentos.<br />

Lista <strong>de</strong> algumas <strong>de</strong>ssas frases:<br />

- Sou o maior!<br />

- Estou a ser engolido!<br />

- Caí que nem um patinho!<br />

- Sinto-me abaixo <strong>de</strong> cão!<br />

- Sinto-me nas nuvens!<br />

- Sinto-me posto a um canto!<br />

- Queria enfiar-me pelo chão abaixo!<br />

- Pareço uma barata tonta!<br />

- Estou fresco que nem uma alface!<br />

- Sinto-me livre que nem um passarinho!<br />

- Aos pulos <strong>de</strong> alegria!<br />

Sugestão para os alunos: Se conseguires, acrescenta mais expressões à lista.<br />

Agora faz os teus próprios <strong>de</strong>senhos para cada uma <strong>de</strong>stas expressões. Conheces o<br />

significado <strong>de</strong> todas elas?<br />

Experimenta fazer isto com alguém lá <strong>de</strong> casa.<br />

Inventa uma expressão tua e faz um <strong>de</strong>senho que a ilustre.<br />

Para me conhecer, para te conhecer<br />

36- Rapazes e Raparigas brincam no recreio<br />

Objectivos<br />

- Analisar os jogos a que se brinca no recreio e o espaço que é ocupado pelos rapazes e<br />

pelas raparigas.<br />

Nível etário sugerido: 10-11 anos<br />

Tempo aproximado<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

68


- Variável, <strong>de</strong> acordo com o interesse do Professor.<br />

Número <strong>de</strong> pessoas envolvidas<br />

- Pequenos grupos<br />

O que fazer<br />

O Professor po<strong>de</strong> optar entre utilizar toda a ficha <strong>de</strong> trabalho ou parte <strong>de</strong>la. É necessário<br />

explicar/clarificar as tarefas da ficha <strong>de</strong> trabalho às crianças.<br />

Nos vossos grupos, listem todos os jogos que se fazem no recreio. Po<strong>de</strong>m também<br />

perguntar a crianças <strong>de</strong> outras ida<strong>de</strong>s da vossa <strong>Escola</strong>. Confirmem a vossa lista com outros<br />

grupos. Durante vários recreios, observem que jogos se fazem. Utilizem o código RZ (para<br />

rapazes) e RG (para raparigas) e tomem nota <strong>de</strong> quem brinca ao quê. Apresentem o vosso<br />

relatório ao resto da turma.<br />

Façam-lhes perguntas como:<br />

Os rapazes e as raparigas partilham o pátio <strong>de</strong> recreio <strong>de</strong> forma justa? ;<br />

Se não, porquê? ;<br />

O que é que po<strong>de</strong> ser feito em relação a isso .<br />

Po<strong>de</strong>m querer fazer um estudo mais aprofundado. Desenhem um esboço do formato<br />

do pátio <strong>de</strong> recreio. Quando estiverem a ver o que se passa nos recreios, ponham as letras<br />

RZ no vosso esboço nos sítios que os rapazes ocupam no pátio e as letras RG nos espaços que<br />

as raparigas ocupam. Po<strong>de</strong>m ter que fazer isto em vários recreios.<br />

É justo?<br />

Se não, o que é que po<strong>de</strong> ser feito relativamente a isso?<br />

Mostrem os resultados ao resto da turma. Perguntem-lhes se elas concordam ou não com as<br />

vossas <strong>de</strong>scobertas e i<strong>de</strong>ias. Façam o plano do vosso recreio i<strong>de</strong>al. Quando o tiverem feito,<br />

partilhem-no com os outros. Perguntem-lhes se gostam. Expliquem-lhes porque o fizeram<br />

<strong>de</strong>ste modo.<br />

É justo?<br />

Se não, o que é que po<strong>de</strong> ser feito relativamente a isso?<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

69


Mostrem os resultados ao resto da turma. Perguntem-lhes se eles concordam ou não com as<br />

vossas <strong>de</strong>scobertas e i<strong>de</strong>ias. Façam o plano do vosso recreio i<strong>de</strong>al. Quando o tiverem feito,<br />

partilhem-no com os outros. Perguntem-lhes se gostam. Expliquem-lhes porque o fizeram<br />

<strong>de</strong>ste modo.<br />

Vai ao encontro das necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> todos?<br />

O que é que os outros mudariam no vosso plano?<br />

Façam uma sondagem daquilo que eles gostam e do que não gostam no vosso recreio.<br />

Para me conhecer, para te conhecer<br />

37- Sherlock Holmes<br />

Objectivos<br />

- Encorajar as crianças a analisar o modo como vêem os outros.<br />

- Por em causa estereótipos.<br />

Nível etário sugerido: 10-11 anos<br />

Material necessário<br />

- Quatro sacos, cada um com quatro peças <strong>de</strong> roupa diferentes.<br />

(Uma selecção a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> roupas vai levar a uma discussão mais interessante).<br />

Tempo aproximado<br />

- 1h para o trabalho <strong>de</strong> grupo, 30 minutos para a discussão posterior.<br />

Número <strong>de</strong> pessoas envolvidas<br />

- Toda a turma dividida em quatro grupos.<br />

O que fazer<br />

A turma é dividida em quatro grupos.<br />

A cada grupo é dado um saco <strong>de</strong> roupas. A um dado sinal as crianças abrem o saco. São-<br />

lhes dados 30 minutos para discutirem que tipo <strong>de</strong> pessoas po<strong>de</strong>ria usar aquelas roupas;<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

70


para fazer o <strong>de</strong>senho do aspecto que essa pessoa teria e escrever um pequeno texto sobre<br />

ela. Depois dos 30 minutos cada grupo passa o saco a outro grupo. O processo é repetido.<br />

No seguimento <strong>de</strong>sta activida<strong>de</strong>, o Professor orienta uma discussão, para comparar<br />

os vários resultados. Os <strong>de</strong>senhos e os textos <strong>de</strong>vem ser expostos. Algumas perguntas que<br />

po<strong>de</strong>m ser colocadas para ajudar a realização da activida<strong>de</strong>:<br />

Pensamos todos do mesmo modo?<br />

Se sim, porquê? Se não, porquê?<br />

Po<strong>de</strong>mos saber como é uma pessoa por aquilo que veste?<br />

Como é que po<strong>de</strong>mos saber como são as pessoas?<br />

Uma afirmação como Mesmo quando pensamos que conhecemos bem as pessoas, elas<br />

po<strong>de</strong>m fazer algo <strong>de</strong> inesperado , po<strong>de</strong> levar a uma discussão posterior com a turma.<br />

Para me conhecer, para te conhecer<br />

38- Imagens sugestivas<br />

Objectivo<br />

- Explorar opções e variações <strong>de</strong> estilos <strong>de</strong> vida.<br />

Nível etário sugerido: 10-11 anos<br />

Material necessário<br />

- Fotocópias do conjunto <strong>de</strong> imagens sugestivas e das afirmações relacionadas, cartões em<br />

branco, material <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho.<br />

Tempo aproximado<br />

- mais <strong>de</strong> 30 minutos<br />

Número <strong>de</strong> pessoas envolvidas<br />

- Toda a turma.<br />

O que fazer<br />

O Professor divi<strong>de</strong> a turma em pares e distribui os conjuntos <strong>de</strong> cartões que foram<br />

previamente cortados. De seguida, o Professor pe<strong>de</strong> a cada grupo que alinhe as figuras e<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

71


que <strong>de</strong>cida qual dos cartões com as frases <strong>de</strong>ve ser colocado por baixo <strong>de</strong> cada figura. Po<strong>de</strong><br />

ser dada às crianças a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escreverem as suas próprias frases em cartões em<br />

branco. O professor pe<strong>de</strong> então às crianças que formem grupos <strong>de</strong> quatro para compararem<br />

respostas. Elas <strong>de</strong>vem tentar chegar a um acordo em relação às associações que fizeram.<br />

Isto po<strong>de</strong> pôr toda a turma a discutir sobre estereótipos.<br />

Po<strong>de</strong> ainda haver uma discussão sobre a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estilos <strong>de</strong> vida que as pessoas<br />

escolhem. Mais tar<strong>de</strong>, o Professor po<strong>de</strong> distribuir cartões em branco e pedir às crianças que<br />

ilustrem o estilo <strong>de</strong> vida que as personagens das figuras terão 10 anos <strong>de</strong>pois. Isto po<strong>de</strong><br />

levar a um jogo <strong>de</strong> adivinhas, em que só os <strong>de</strong>senhos das crianças são expostos e em que é<br />

dada à turma a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar que <strong>de</strong>senho correspon<strong>de</strong> a cada figura original.<br />

É uma oportunida<strong>de</strong> para continuar a discussão sobre estereótipos e diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estilos<br />

<strong>de</strong> vida. Como <strong>de</strong>senvolvimento da sessão, po<strong>de</strong>-se utilizar qualquer uma das figuras como<br />

estímulo para escrita criativa.<br />

Para me conhecer, para te conhecer<br />

59- Perguntas do chapéu<br />

Objectivos<br />

- Criar uma oportunida<strong>de</strong> para as crianças fazerem perguntas difíceis<br />

constrangimento.<br />

- Possibilitar às crianças a elaboração da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> trabalhos para a Educação <strong>Sexual</strong>.<br />

Nível etário sugerido: 10-11 anos<br />

Material necessário<br />

- Pedaços <strong>de</strong> papel em branco, lápis, um chapéu.<br />

Tempo aproximado<br />

- 20 minutos (Será necessário contar com muito mais tempo se o Professor tratar das<br />

questões na mesma sessão)<br />

Número <strong>de</strong> pessoas envolvidas<br />

- Toda a turma.<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

72<br />

sem


O que fazer<br />

Toda a turma se senta num círculo. O Professor distribui papel e caneta a cada criança e<br />

pe<strong>de</strong>-lhes que escrevam as perguntas sobre sexo para as quais queiram ter respostas.<br />

Quando as crianças tiverem feito isto, dobram o papel on<strong>de</strong> fizeram as perguntas e<br />

colocam-no num chapéu. As perguntas são então redistribuídas e cada criança lê em voz<br />

alta a pergunta que recebeu.<br />

O Professor po<strong>de</strong> optar por respon<strong>de</strong>r às perguntas <strong>de</strong> imediato com a participação<br />

das próprias crianças. Em alternativa, <strong>de</strong>pois das crianças terem lido as perguntas em voz<br />

alta, o Professor po<strong>de</strong> recolhê-las e usá-las para preparar outra sessão.<br />

Para me conhecer, para te conhecer<br />

60- Reacção <strong>de</strong> atracção<br />

Objectivos<br />

- Aprofundar os sentimentos das crianças em relação à expressão da atracção.<br />

- Proporcionar ao Professor informações sobre os valores das crianças.<br />

Nível etário sugerido: 10-11 anos<br />

Material necessário<br />

- Fotocópias da lista <strong>de</strong> palavras, lápis ou canetas <strong>de</strong> cor.<br />

Tempo aproximado<br />

- 30 minutos<br />

Número <strong>de</strong> pessoas envolvidas<br />

- Toda a turma.<br />

O que fazer<br />

Deve ser dada uma cópia da lista <strong>de</strong> palavras a cada criança. O Professor pe<strong>de</strong> às<br />

crianças que pensem sobre essas palavras em termos <strong>de</strong> como as pessoas mostram que se<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

73


sentem atraídas umas pelas outras. É então pedido às crianças que digam que palavras<br />

consi<strong>de</strong>ram indicar uma atracção forte, uma atracção mo<strong>de</strong>rada ou inexistência <strong>de</strong> atracção.<br />

As crianças po<strong>de</strong>m fazer isto <strong>de</strong>lineando círculos <strong>de</strong> cores diferentes à volta das palavras<br />

para indicar os diferentes graus <strong>de</strong> atracção, tendo o cuidado <strong>de</strong> elaborar uma legenda. De<br />

seguida, o Professor pe<strong>de</strong>-lhes que formem pares e que comparem e discutam as suas<br />

folhas. Têm as mesmas i<strong>de</strong>ias? Quais são as diferenças?<br />

As folhas po<strong>de</strong>m ser entregues ao Professor no fim da aula, o que lhe dará informações<br />

sobre os valores das crianças. Com este conhecimento, o Professor po<strong>de</strong>rá planear futuras<br />

discussões.<br />

Beijar Mordiscar Cantar Falar<br />

Acariciar Acarinhar Olhar intensamente Acenar<br />

Fazer cócegas Piscar o olho Comer Sorrir<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

74


Confortar Tocar Atirar beijos Abraçar<br />

Para me conhecer, para te conhecer<br />

63- Confirmar os factos<br />

Objectivos<br />

- Apresentar um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> ficha <strong>de</strong> trabalho que os Professores possam elaborar para as<br />

crianças.<br />

- Proporcionar às crianças um teste aos seus conhecimentos sobre a activida<strong>de</strong> sexual e a<br />

reprodução.<br />

Nível etário sugerido: 10-11 anos<br />

Material necessário<br />

- Fotocópias da ficha <strong>de</strong> trabalho cortada em duas, papel e canetas.<br />

Tempo aproximado: 30 minutos<br />

Número <strong>de</strong> pessoas envolvidas<br />

- Pequenos grupos <strong>de</strong> 2 ou 3.<br />

O que fazer<br />

O Professor pe<strong>de</strong> às crianças que olhem para as palavras e que constituam a partir<br />

<strong>de</strong>las categorias que se relacionem umas com as outras. O Professor po<strong>de</strong> então pedir às<br />

crianças que registem essas categorias num papel, para que qualquer palavra que não seja<br />

entendida possa ser esclarecida. Po<strong>de</strong> ser pedido às crianças que acabem frases utilizando<br />

os inícios <strong>de</strong> frases que estão no fim da ficha <strong>de</strong> trabalho.<br />

Útero On<strong>de</strong> o esperma é<br />

armazenado<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

75<br />

Óvulo<br />

Cordão Umbilical


Mais ou menos<br />

<strong>de</strong> 28 em 28 dias<br />

Copia estes inícios <strong>de</strong> frase, um <strong>de</strong> cada vez, e acrescenta o máximo <strong>de</strong> palavras que<br />

conseguires, usando palavras <strong>de</strong>sta activida<strong>de</strong>:<br />

- Eu sei que as mulheres têm...<br />

- Eu sei que os homens têm...<br />

- Regra geral, uma mulher tem o período...<br />

- Os bebés crescem...<br />

Agora faz tu algumas frases. Tenta usar algumas palavras <strong>de</strong>sta activida<strong>de</strong>.<br />

Para me conhecer, para te conhecer<br />

64- Em torno da verda<strong>de</strong><br />

Objectivos<br />

- Apresentar um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> ficha <strong>de</strong> trabalho que os Professores po<strong>de</strong>m elaborar para as<br />

crianças.<br />

Vagina<br />

Por on<strong>de</strong> o<br />

esperma sai do<br />

corpo<br />

- Avaliar a compreensão das crianças acerca do coito.<br />

Nível etário sugerido: 10-11<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

76<br />

Pénis<br />

On<strong>de</strong> os óvulos são<br />

armazenados<br />

On<strong>de</strong> os bebés<br />

crescem<br />

Ovo<br />

Testículos Masculino<br />

Escroto Ovários Feminino<br />

Nove meses Umbigo Período Gravi<strong>de</strong>z


Material necessário<br />

- Fotocópias da ficha <strong>de</strong> trabalho.<br />

Tempo aproximado: 20 minutos<br />

Número <strong>de</strong> pessoas envolvidas<br />

- Individual, <strong>de</strong>pois em pares.<br />

O que fazer<br />

Depois <strong>de</strong> transmitir às crianças algumas informações sobre a activida<strong>de</strong> sexual, o<br />

Professor distribui as fichas <strong>de</strong> trabalho.<br />

O Professor po<strong>de</strong> encorajar as crianças a escrever quaisquer questões que tenham surgido<br />

durante a activida<strong>de</strong>. Estas po<strong>de</strong>m ser postas na caixa <strong>de</strong> perguntas da turma ou utilizadas<br />

na activida<strong>de</strong> Perguntas no chapéu .<br />

Exemplo: A penetração é uma forma <strong>de</strong> activida<strong>de</strong> sexual.<br />

Põe um círculo em torno das frases que consi<strong>de</strong>rares verda<strong>de</strong>iras. Compara as tuas<br />

respostas com as <strong>de</strong> um colega.<br />

1. Para que a penetração aconteça, o pénis do homem tem que estar duro.<br />

2. Para que a penetração aconteça, o homem tem <strong>de</strong> se <strong>de</strong>itar sobre a outra pessoa.<br />

3. Para que a penetração aconteça, tem que ser usado um preservativo.<br />

4. As pessoas só têm relações sexuais quando estão apaixonadas.<br />

5. As pessoas só têm relações sexuais para ter bebés.<br />

6. Num <strong>de</strong>terminado momento da activida<strong>de</strong> sexual, são produzidos fluidos corporais.<br />

7. O pénis não po<strong>de</strong> emitir sémen e urina ao mesmo tempo.<br />

8. O clímax para o homem é quando o esperma sai do corpo.<br />

9. As pessoas fazem barulhos quando têm relações sexuais.<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

77<br />

Crescer<br />

(http://www.apf.pt/catalogo/textos/crescer.htm)


Folheto <strong>de</strong>stinado a pré-adolescentes (10-14 anos) que aborda temas como as<br />

mudanças pubertárias, expressões da sexualida<strong>de</strong>, concepção, gravi<strong>de</strong>z e parto, i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

pessoal e sexual.<br />

Destinatários: pré-adolescentes<br />

- Quem sou eu?<br />

- Que acontece ou acontecerá quando cresço?<br />

* És uma Rapariga<br />

* És um Rapaz<br />

- O que são Relações Sexuais e qual a ida<strong>de</strong> para as iniciar?<br />

- O que é a Masturbação?<br />

- Como se fazem os bebés? Como nascem os bebés?<br />

- Engravida-se sempre que se tem Relações Sexuais?<br />

- Temos tantas perguntas a pôr: Com quem po<strong>de</strong>mos falar?<br />

Quem sou eu?<br />

Sou eu, claro, eu próprio. Sempre o soube. Mas, agora parece-me que estou a<br />

mudar. Além <strong>de</strong> crescer, simplesmente em altura e peso, também me transformo. Descubro,<br />

por vezes, sensações novas e diferentes que me perturbam. Que se passa com o meu corpo?<br />

O que se passa comigo?<br />

Tu estás a mudar<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

78<br />

e agora <strong>de</strong>scobres sensações novas. Porquê? É assim que os<br />

rapazes se fazem homens e as raparigas mulheres. A infância po<strong>de</strong> ser divertida, mas tu não<br />

gostarias <strong>de</strong> ser criança toda a vida, pois não?<br />

Se isto ainda não se passou contigo, começará em breve. As pessoas não são todas<br />

iguais. Umas começam primeiro do que outras. Por isso, se o teu melhor amigo ou a tua<br />

melhor amiga já estão a mudar, não te preocupes, tu também irás sentir mudanças no teu<br />

corpo, no teu comportamento e nas relações com os teus amigos e com os teus pais, porque<br />

estarás na adolescência e a caminho <strong>de</strong> te tornares uma pessoa adulta.


Quer o teu crescimento seja lento, quer seja rápido, serás a pessoa que <strong>de</strong>vias ser e<br />

com o <strong>de</strong>senvolvimento a<strong>de</strong>quado.<br />

* És uma Rapariga<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

79<br />

Que acontece ou acontecerá quando cresço?<br />

O teu corpo prepara-se para ser o corpo <strong>de</strong> uma mulher. Alguns órgãos especiais do<br />

teu corpo, as glândulas, produzem umas substâncias chamadas hormonas, que provocam<br />

mudanças no teu corpo. Começam a aparecer pêlos <strong>de</strong>baixo dos braços e à volta dos teus<br />

órgãos genitais. Os bicos do peito<br />

mamilos<br />

<strong>de</strong>senvolvem-se, as tuas mamas tornam-se<br />

maiores e arredondadas e as tuas ancas ficarão arredondadas e mais largas.<br />

O que é a menstruação? ("período", "incómodo", "história"...)<br />

Entre os 9 e os 16 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> (a maior parte por volta dos 12 anos) surge a primeira<br />

menstruação<br />

menarca<br />

um fluxo <strong>de</strong> sangue que sai do corpo da rapariga, todos os meses<br />

e durante alguns dias. Durante as semanas anteriores a esta perda <strong>de</strong> sangue, o revestimento<br />

do útero torna-se mais espesso, preparando-se para uma possível gravi<strong>de</strong>z. Dentro <strong>de</strong> ti tens<br />

dois órgãos<br />

ovários<br />

que estão cheios <strong>de</strong> óvulos rudimentares (não <strong>de</strong>senvolvidos). A<br />

partir do momento em que és menstruada, todos os meses um óvulo (a célula reprodutora<br />

feminina) é libertado dos ovários. Cada ovário está ligado ao útero por uma espécie <strong>de</strong> tubo<br />

Trompa <strong>de</strong> Falópio. Não é possível aperceberes-te do momento em que o óvulo sai do<br />

ovário, este momento chama-se ovulação. Cerca <strong>de</strong> duas semanas após a ovulação surge a<br />

menstruação ou período menstrual. O fluxo menstrual é libertado através da vagina e tem<br />

duração <strong>de</strong> mais ou menos 3 a 5 dias; <strong>de</strong>pois pára, para recomeçar <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um mês<br />

aproximadamente. Tudo isto é perfeitamente natural.<br />

Durante estes dias, para proteger as tuas roupas e por uma questão <strong>de</strong> higiene, <strong>de</strong>ves<br />

usar pensos higiénicos ou tampões para absorver o sangue e <strong>de</strong>ves lavar-te normalmente.<br />

Durante o primeiro ano em que tens os períodos menstruais, eles po<strong>de</strong>m não ser regulares.<br />

Mais tar<strong>de</strong>, a maior parte das raparigas são menstruadas <strong>de</strong> 4 em 4 semanas. Se tomares


nota dos teus períodos num calendário, po<strong>de</strong>rás ver quantos dias passam entre eles e assim<br />

saberes <strong>de</strong> quantos dias é o teu ciclo menstrual. Isto vai ajudar-te a saber quando <strong>de</strong>ves<br />

esperar a tua próxima menstruação. A maior parte das raparigas sentem-se óptimas durante<br />

a menstruação e po<strong>de</strong>m fazer todas as coisas que fazem habitualmente. Po<strong>de</strong>m nadar e<br />

divertir-se como <strong>de</strong> costume. Outras raparigas po<strong>de</strong>m sentir algum mal-estar, o que também<br />

é natural.<br />

A altura em que as mulheres <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> ser menstruadas é variável a não ser durante<br />

a gravi<strong>de</strong>z e por volta dos 50 anos (menopausa).<br />

* És um Rapaz<br />

glândulas<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

80<br />

Que acontece ou acontecerá quando cresço?<br />

O teu corpo prepara-se para ser o corpo <strong>de</strong> um homem. Uns órgãos especiais<br />

produzem umas substâncias chamadas hormonas que provocam mudanças no<br />

teu corpo. Na cara começará a crescer a barba. Começam a aparecer pêlos <strong>de</strong>baixo dos<br />

braços e à volta dos teus órgãos genitais. A tua voz tornar-se-á mais grave<br />

rouca ou esganiçada. Não te preocupes<br />

saberes porquê, o teu pénis torna-se mais volumoso e duro<br />

as<br />

po<strong>de</strong>rá ser<br />

esta fase é temporária. Às vezes mesmo sem<br />

tens uma erecção. Po<strong>de</strong> por<br />

vezes ser incómodo, mas passados alguns minutos o teu pénis volta a adquirir a sua forma<br />

inicial. Tudo isto é perfeitamente natural.<br />

O que são sonhos molhados?<br />

A maioria dos rapazes começa a ter "sonhos molhados" entre os 12 e os 16 anos.<br />

Um líquido chamado sémen/esperma é produzido pelos testículos e lançado através do<br />

pénis enquanto dormes. É provocado por um sonho <strong>de</strong> natureza sexual que po<strong>de</strong>s ter. O<br />

sémen é a substância que contém os espermatozói<strong>de</strong>s. O esperma é constituído por<br />

pequenas células, <strong>de</strong>masiado pequenas para as po<strong>de</strong>res ver<br />

os espermatozói<strong>de</strong>s (que são<br />

as células reprodutoras masculinas), que viajam <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os testículos através do canal


<strong>de</strong>ferente para a uretra<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

81<br />

um canal que existe <strong>de</strong>ntro do pénis. É normal ter sonhos<br />

molhados e não <strong>de</strong>ves ficar preocupado por sujares o pijama ou os lençóis.<br />

O que são Relações Sexuais e qual a ida<strong>de</strong> para as iniciar?<br />

A maioria das pessoas chama relação sexual à relação em que existe penetração do<br />

pénis na vagina. As relações sexuais são uma das formas <strong>de</strong> expressar a sexualida<strong>de</strong>. Não<br />

há uma ida<strong>de</strong> própria para iniciar as relações sexuais. Se entre os teus amigos e amigas<br />

alguém já teve a sua primeira relação sexual, isso não significa que tu tenhas <strong>de</strong> fazer o<br />

mesmo. O importante é perceber que esse início <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da vonta<strong>de</strong>, da <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> cada<br />

pessoa e da informação que te permita viver as relações sexuais e a sexualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma<br />

maneira saudável e responsável.<br />

Tal como no crescimento, não existem regras fixas para que as coisas aconteçam.<br />

Cada pessoa tem o seu próprio ritmo e a sua maneira <strong>de</strong> viver a sexualida<strong>de</strong>.<br />

O que é a Masturbação?<br />

O acariciar do pénis nos rapazes e o acariciar da zona exterior à vagina (por ex. o<br />

clítoris) ou dos seios nas raparigas, chama-se masturbação. É muitas vezes acompanhada<br />

por fantasias e pensamentos sexuais. A masturbação é uma das formas <strong>de</strong> exprimir a nossa<br />

sexualida<strong>de</strong>, quer sejam rapaz ou rapariga, homem ou mulher. É também uma forma <strong>de</strong><br />

conheceres o teu corpo, <strong>de</strong> libertar tensões e obter prazer.<br />

A masturbação não é prejudicial. Há quem diga que po<strong>de</strong> provocar borbulhas,<br />

habituação ou fazer mal à saú<strong>de</strong>, no entanto, está cientificamente provado que é uma<br />

manifestação saudável da nossa sexualida<strong>de</strong>.<br />

Como se fazem os bebés? Como nascem os bebés?<br />

As relações sexuais po<strong>de</strong>m dar origem a uma gravi<strong>de</strong>z. Quando após uma relação<br />

sexual um espermatozói<strong>de</strong> (célula reprodutora masculina) se encontra com um óvulo


(célula reprodutora feminina) na Trompa <strong>de</strong> Falópio dá-se a fecundação. O óvulo, uma vez<br />

fecundado (ovo), vai fixar-se no útero on<strong>de</strong> se irá <strong>de</strong>senvolver e mais tar<strong>de</strong>, cerca <strong>de</strong> nove<br />

meses <strong>de</strong>pois, dar origem ao nascimento do bebé.<br />

Como nascem os bebés?<br />

Quando o bebé está pronto para sair transmite sinais à mãe<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

82<br />

as contracções do<br />

útero. Tal como po<strong>de</strong>s ver nas imagens, o colo do útero dilata-se <strong>de</strong> modo a permitir a saída<br />

do bebé pela vagina.<br />

contraceptivos<br />

Engravida-se sempre que se tem Relações Sexuais?<br />

A maioria das pessoas usa formas <strong>de</strong> controlar a fecundida<strong>de</strong><br />

os métodos<br />

po<strong>de</strong>ndo assim viver a sua sexualida<strong>de</strong> sem receio <strong>de</strong> uma possível<br />

gravi<strong>de</strong>z, <strong>de</strong> cada vez que tem uma relação. Assim, quando as pessoas querem ter um bebé<br />

e po<strong>de</strong>m cuidar <strong>de</strong>le, têm a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> planear o seu nascimento. Para tal po<strong>de</strong>m<br />

procurar aconselhamento nas consultas <strong>de</strong> Planeamento Familiar.<br />

Temos tantas perguntas a pôr: Com quem po<strong>de</strong>mos falar?<br />

Provavelmente, a tua mãe e o teu pai gostariam <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r às tuas perguntas.<br />

Porque é que não tomas tu a iniciativa? Eles po<strong>de</strong>rão falar contigo e até arranjar outros<br />

livros para ti. Alguns professores e professoras dar-te-ão respostas úteis. Ou talvez<br />

conheças uma pessoa adulta a quem possas pôr questões. Por vezes há pessoas que afirmam<br />

saber muito sobre sexo, mas po<strong>de</strong>m dizer-te coisas que não são verda<strong>de</strong>iras. Enquanto<br />

cresces, a coisa mais importante a recordar é que tu és uma pessoa especial. Se fores rapaz,<br />

um dia serás um homem; se fores rapariga, um dia serás mulher. Toda a gente cresce. Tu<br />

fá-lo-ás segundo o teu ritmo próprio. E, quando lá chegares, procura <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> ti a tua<br />

harmonia. Sê tu próprio. Pensa por ti. Não faças coisas só porque as outras pessoas o fazem.<br />

Faz coisas que te façam sentir orgulhoso <strong>de</strong> ti próprio. Crescer po<strong>de</strong> ser muito divertido.<br />

Vale a pena saber que o teu corpo está a <strong>de</strong>senvolver-se normalmente, <strong>de</strong>scontrai-te e vive a


tua vida na escola e em casa sem te assustares com aquilo que se passa com ele. O teu<br />

corpo muda<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

83<br />

o que acontece a todas as pessoas.<br />

A puberda<strong>de</strong> dos pais (Anexo 19)<br />

(http://www.apf.pt/temas/temas)<br />

A puberda<strong>de</strong>, para além <strong>de</strong> angustiante para os rapazes e raparigas, é também um<br />

<strong>de</strong>safio para os pais. O segredo parece estar em agir com equilíbrio, verda<strong>de</strong> e bom senso.<br />

Como proce<strong>de</strong>r?<br />

- Banalizar e tornar positivos os acontecimentos.<br />

Uma mensagem serena favorece a boa aceitação <strong>de</strong> uma situação. A chegada da<br />

menstruação, por exemplo, não <strong>de</strong>ve ser apresentada como um drama, mas como uma<br />

conquista <strong>de</strong> feminilida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> fecundida<strong>de</strong>.<br />

- Respon<strong>de</strong>r sem vergonha nem hesitações.<br />

Contudo, se as perguntas não surgem, não receie provocá-las. Qualquer pretexto po<strong>de</strong><br />

servir, como por exemplo um programa <strong>de</strong> televisão sobre o parto, a menstruação, a<br />

esterilida<strong>de</strong> ou em quaisquer outras alturas propícias.<br />

- Evitar as perguntas.<br />

O que não <strong>de</strong>ve fazer<br />

Tente estar sempre disponível para respon<strong>de</strong>r a todas as perguntas dos seus filhos. Mesmo<br />

quando surgem num momento pouco conveniente.<br />

- Disfarçar as perguntas incómodas.<br />

Uma criança <strong>de</strong> 3 anos tem tanto direito a uma resposta como qualquer outra. É possível<br />

respon<strong>de</strong>r a perguntas em qualquer ida<strong>de</strong> com total sincerida<strong>de</strong>. E, acalme-se, o adolescente<br />

não lhe vai exigir pormenores incómodos. Por isso, não entre em <strong>de</strong>talhes que ninguém lhe<br />

pediu.<br />

- Nunca mentir.


Mentir <strong>de</strong>strói a confiança que possam ter em si. Já lá vai o tempo em que os bebés<br />

eram trazidos pela cegonha ou nasciam <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma couve. Mesmo muito jovem, a<br />

criança tem direito à verda<strong>de</strong>, naturalmente com palavras ao seu alcance.<br />

- Não forçar.<br />

De uma maneira ou <strong>de</strong> outra, a criança está sempre a enviar-lhe mensagens, mesmo que o<br />

não saiba. Não é raro que um adolescente faça uma pergunta e não espere pela resposta<br />

completa. Em vez <strong>de</strong> ouvir, prefere ir brincar com o computador, ou ir falar com alguém. É,<br />

<strong>de</strong> resto, um fenómeno que acontece em qualquer ida<strong>de</strong>. Embora este comportamento possa<br />

exasperar, mantenha a calma. Esta fuga inconsciente é um sinal para não insistir. O jovem<br />

já registou o que lhe interessava e sabe que os pais estão abertos às suas perguntas. O<br />

objectivo foi alcançado. (http://www.sexualida<strong>de</strong>s.com)<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

84<br />

SEXUALIDADE HUMANA<br />

(http://www.apf.pt/catalogo/textos/sexualida<strong>de</strong>_humana1.htm)<br />

Somos seres humanos sexuados, mulheres e homens que ao longo <strong>de</strong> toda a nossa<br />

vida da infância à velhice, vamos manifestando <strong>de</strong> maneiras diversas a nossa sexualida<strong>de</strong>.<br />

A sexualida<strong>de</strong> abrange-nos na totalida<strong>de</strong> e não só numa parte do nosso corpo. Na maioria<br />

dos animais a sexualida<strong>de</strong> está apenas relacionada com a procriação. Nos seres humanos ela<br />

é sobretudo fonte <strong>de</strong> prazer, <strong>de</strong> comunicação e <strong>de</strong> bem-estar e só nalguns períodos, as<br />

vivências sexuais têm como finalida<strong>de</strong> a reprodução.<br />

A relação sexual é o encontro <strong>de</strong> duas pessoas inteiras, com todas as partes do seu<br />

corpo, toda a sua afectivida<strong>de</strong>, todas as suas fantasias, expectativas e <strong>de</strong>sejos. Portanto, a<br />

relação sexual não é apenas o contacto entre duas zonas genitais, um ritual mecânico, uma<br />

maneira <strong>de</strong> dominar outra pessoa, uma mera utilização do corpo. A relação sexual é sim,<br />

uma fonte <strong>de</strong> enriquecimento e <strong>de</strong> prazer para a própria pessoa e para as outras com quem<br />

estabelece laços.


As preocupações pessoais em relação à sexualida<strong>de</strong> costumam ir sendo resolvidas<br />

através <strong>de</strong> conversas com pessoas em que confiamos. Estas preocupações po<strong>de</strong>m ser muito<br />

variadas, po<strong>de</strong>m ser maiores ou menores, pren<strong>de</strong>r a nossa atenção e até às vezes tirar-nos o<br />

sono. Algumas <strong>de</strong>las às vezes só po<strong>de</strong>m ser respondidas através da própria vivência da<br />

sexualida<strong>de</strong>, outras vezes através <strong>de</strong> uma informação actualizada e objectiva.<br />

Foram seleccionadas algumas perguntas que mais frequentemente as raparigas e os<br />

rapazes colocam e foram apresentadas algumas respostas possíveis. Estas respostas po<strong>de</strong>m<br />

talvez servir para dar pistas ou para satisfazer as primeiras necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> informação.<br />

Em síntese: Se nos aceitarmos sexualmente tal como somos, substituindo os nossos<br />

medos e angústias por um autêntico conhecimento do nosso corpo e pelo prazer <strong>de</strong> nos<br />

relacionarmos com as outras pessoas, se formos capazes <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r as diferentes formas<br />

<strong>de</strong> sexualida<strong>de</strong> ainda que possam não nos agradar, iremos construindo uma sexualida<strong>de</strong><br />

enriquecedora e positiva.<br />

1. Quais são os órgãos genitais masculinos externos? (Anexo 20)<br />

O que se vê exteriormente é o pénis e o escroto. A extremida<strong>de</strong> do pénis chama-se<br />

glan<strong>de</strong>. A glan<strong>de</strong> está coberta por uma pele elástica, o prepúcio. O pénis tem um pequeno<br />

orifício, o meato urinário, através do qual sai a urina e também o esperma. O escroto é a<br />

bolsa <strong>de</strong> pele rugosa que contém os dois testículos.<br />

2. Quais são os órgãos genitais masculinos internos? (Anexo 21)<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

85<br />

(http://www.sexualida<strong>de</strong>s.com)<br />

- Os testículos: glândulas que fabricam espermatozói<strong>de</strong>s ou células reprodutoras<br />

masculinas; os testículos são também produtores <strong>de</strong> hormonas sexuais.<br />

- Os epidídimos: local on<strong>de</strong> os espermatozói<strong>de</strong>s amadurecem.<br />

- Os canais <strong>de</strong>ferentes: canais através dos quais os espermatozói<strong>de</strong>s se <strong>de</strong>slocam até às<br />

vesículas seminais.


- As vesículas seminais: local on<strong>de</strong> se acumulam os espermatozói<strong>de</strong>s e se misturam com o<br />

líquido seminal que lhes serve <strong>de</strong> veículo e <strong>de</strong> alimento.<br />

- A próstata: glândula que produz o líquido prostático <strong>de</strong> características semelhantes ao<br />

anterior. O conjunto formado pelo líquido seminal e prostático e pelos espermatozói<strong>de</strong>s<br />

constitui o sémen ou esperma, líquido branco e espesso que sai no momento da ejaculação<br />

através da uretra.<br />

- A uretra: canal que atravessa a parte esponjosa do pénis por on<strong>de</strong> passa a urina e o<br />

esperma. O seu funcionamento é regulado por um pequeno músculo<br />

impe<strong>de</strong> a saída dos dois líquidos ao mesmo tempo.<br />

3. É importante o tamanho do pénis?<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

86<br />

a próstata<br />

Em relação a esta pergunta existem muitas i<strong>de</strong>ias falsas que provocam angústias<br />

<strong>de</strong>snecessárias. Há pessoas que pensam que quanto maior é o pénis maior prazer se sente.<br />

Isto não é verda<strong>de</strong>, fundamentalmente por duas razões:<br />

1) As diferenças entre os pénis ten<strong>de</strong>m a <strong>de</strong>saparecer quando estão em erecção, isto é,<br />

os gran<strong>de</strong>s e os pequenos ficam praticamente do mesmo tamanho.<br />

2) No coito, a vagina adapta-se aos vários tamanhos porque tem uma abertura e<br />

dimensão flexíveis.<br />

Não existe portanto, relação entre o tamanho do pénis e o prazer feminino e masculino. Não<br />

nos <strong>de</strong>vemos preocupar minimamente com este aspecto.<br />

4. O que é a fimose?<br />

O pénis está coberto por uma pele fina, sensível e elástica que se retrai no momento<br />

da erecção, <strong>de</strong>ixando visível a ponta da glan<strong>de</strong>. Nalguns casos, esta pele não é tão elástica<br />

ou é mais estreita e não <strong>de</strong>ixa a glan<strong>de</strong> sair totalmente. Isto é a fimose. Uma pequena<br />

intervenção cirúrgica, muito fácil e rápida, chamada circuncisão, resolverá este problema.<br />

que


5. Quais são os órgãos genitais femininos externos? (Anexo 22)<br />

Se utilizarmos um espelho vemos a vulva, que é um conjunto dos vários órgãos. Na<br />

vulva po<strong>de</strong>mos distinguir os gran<strong>de</strong>s lábios, duas gran<strong>de</strong>s pregas <strong>de</strong> pele com pelos que<br />

cobrem os restantes órgãos. Por <strong>de</strong>ntro estão os pequenos lábios, que se unem por cima do<br />

clítoris, um pequeno órgão saliente extremamente sensível e que é a fonte <strong>de</strong> maior prazer<br />

sexual da mulher. Mais abaixo encontra-se o orifício <strong>de</strong> entrada da vagina. Entre esta e o<br />

clítoris há o meato urinário, por on<strong>de</strong> sai a urina.<br />

6. Quais são os órgãos sexuais femininos internos? (Anexo 23) (http://www.sexualida<strong>de</strong>s.com)<br />

- Os ovários: glândulas que produzem os óvulos, as células reprodutoras femininas; os<br />

ovários são também produtores <strong>de</strong> hormonas sexuais.<br />

- As trompas <strong>de</strong> Falópio: dois canais compridos e estreitos que captam os óvulos quando<br />

saem do ovário e os conduzem ao útero. O útero ou matriz: órgão internamente revestido<br />

por uma mucosa on<strong>de</strong> em caso <strong>de</strong> gravi<strong>de</strong>z, o óvulo fecundado (ovo) se aloja e se<br />

<strong>de</strong>senvolve. Todos os meses, esta mucosa modifica-se, preparando-se para uma possível<br />

gravi<strong>de</strong>z.<br />

- A vagina: canal flexível situado entre o útero e o exterior.<br />

7. O que é a menstruação? (Anexo 24)<br />

Nas mulheres entre os 13/15 anos e os 45/50 anos, aproximadamente, todos os<br />

meses alternadamente amadurece num dos ovários um óvulo que ao <strong>de</strong>spren<strong>de</strong>r-se é<br />

captado pela trompa <strong>de</strong> Falópio e conduzido ao útero. Se o óvulo não se unir a um<br />

espermatozói<strong>de</strong> sai para o exterior, através da vagina, juntamente com o sangue e com parte<br />

da mucosa das pare<strong>de</strong>s internas do útero, agora <strong>de</strong>snecessária pois não houve gravi<strong>de</strong>z. Este<br />

líquido chama-se menstruação e sai durante 3 a 8 dias. Durante estes dias algumas <strong>de</strong> nós<br />

sentem indisposições passageiras. Se persistirem é conveniente ir a uma consulta <strong>de</strong><br />

ginecologia para saber as causas e fazer um tratamento a<strong>de</strong>quado.<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

87


8. O que é a puberda<strong>de</strong>?<br />

A puberda<strong>de</strong> é um conjunto <strong>de</strong> transformações físicas com base numa modificação<br />

hormonal. Quando o organismo chega a um certo grau <strong>de</strong> amadurecimento geral, o cérebro<br />

envia uma or<strong>de</strong>m a uma glândula, a hipófise, que começa a segregar hormonas. Estas<br />

hormonas circulam através do sangue por todo o corpo e produzem uma série <strong>de</strong><br />

transformações, entre as quais a aptidão do organismo para a reprodução.<br />

A puberda<strong>de</strong> é o início <strong>de</strong> um período mais amplo, a adolescência. A adolescência é<br />

a passagem da infância à ida<strong>de</strong> adulta. É uma fase <strong>de</strong> afirmação pessoal, <strong>de</strong> ambivalência,<br />

<strong>de</strong> crises, <strong>de</strong> mudanças. É uma época em que queremos <strong>de</strong>scobrir quem somos para<br />

po<strong>de</strong>rmos construir a nossa própria maneira <strong>de</strong> viver, <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r a vida.<br />

9. Em que ida<strong>de</strong> se atinge a puberda<strong>de</strong>?<br />

A ida<strong>de</strong> do início da puberda<strong>de</strong> é muito variável e está muito condicionada pela<br />

hereditarieda<strong>de</strong>, pelas condições ambientais, pelo clima, pela educação, pela saú<strong>de</strong>. Os<br />

limites habituais do seu início são muito amplos: entre os 9 e os 15 anos.<br />

10. Que se passa fisicamente com os rapazes quando chegam à puberda<strong>de</strong>? (Anexo 25)<br />

Aumentam rapidamente <strong>de</strong> tamanho. Cresce a sua força muscular. Aumenta o<br />

volume dos testículos, em primeiro lugar, e <strong>de</strong>pois o pénis. Aparecem os pêlos na púbis,<br />

nas axilas, no bigo<strong>de</strong>, na barba e noutras partes do corpo. Têm a primeira ejaculação.<br />

11. Em que situações aparece a ejaculação nos rapazes?<br />

Po<strong>de</strong> acontecer pela primeira vez quando nos masturbamos e, nesse dia, aparecem<br />

umas gotas <strong>de</strong> esperma. Também po<strong>de</strong> acontecer durante a noite enquanto dormimos,<br />

quando estamos em tensão nervosa, quando sentimos excitação erótica, quando fazemos<br />

exercício físico. Mas certamente se perguntarmos a pessoas amigas encontraremos ainda<br />

outras respostas.<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

88


12. O que é a polução nocturna/sonhos molhados?<br />

É uma ejaculação espontânea durante o sono e que está ligada a um sonho erótico.<br />

O prazer po<strong>de</strong> ser tão intenso que po<strong>de</strong>mos acordar. As poluções nocturnas/sonhos<br />

molhados são fenómenos absolutamente normais em todas as ida<strong>de</strong>s.<br />

13. O que se passa fisicamente com as raparigas quando chegam à puberda<strong>de</strong>? (Anexo<br />

26)<br />

Aumentam rapidamente <strong>de</strong> tamanho; <strong>de</strong>senvolvem-se as mamas; surgem os pêlos na<br />

púbis e nas axilas; a cintura estreita-se, as ancas <strong>de</strong>senvolvem-se e têm a primeira<br />

menstruação.<br />

14. É a mesma coisa a ejaculação nos rapazes e a menstruação nas raparigas?<br />

Somente se assemelha na medida em que são o sinal <strong>de</strong> que a partir <strong>de</strong>sse momento<br />

tanto os rapazes como as raparigas po<strong>de</strong>m ser pais ou mães se assim o <strong>de</strong>sejarem.<br />

15. Faz mal tomar banho durante a menstruação?<br />

Não só não faz mal como é também principalmente neste período que melhor temos<br />

que vigiar a higiene genital.<br />

16. Usar tampões faz per<strong>de</strong>r a virginda<strong>de</strong>?<br />

Ser virgem significa que uma rapariga ou mulher não tiveram relações sexuais<br />

coitais e, por isso, não houve "rotura" do hímen. Falar <strong>de</strong> rotura po<strong>de</strong> dar a i<strong>de</strong>ia falsa pois,<br />

na verda<strong>de</strong>, o hímen é uma membrana fina e flexível que apenas cobre parcialmente a<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

89


entrada da vagina, o que permite não só a saída <strong>de</strong> sangue na menstruação como a<br />

introdução <strong>de</strong> tampões. A prática <strong>de</strong> <strong>de</strong>sportos po<strong>de</strong> fazer diminuir a superfície <strong>de</strong>sta<br />

membrana, ou seja, "romper" o hímen. Há também hímens <strong>de</strong> tal forma flexíveis que nunca<br />

rompem durante as relações sexuais e que, em geral se rompem na altura do parto.<br />

Por razões culturais, a virginda<strong>de</strong> foi sendo sobrevalorizada como se fosse um dos<br />

valores mais importantes numa rapariga. Ainda hoje as pressões sociais se fazem sentir <strong>de</strong><br />

maneiras diferentes em relação aos comportamentos sexuais femininos e masculinos,<br />

encorajando os homens a terem um papel activo, a tomarem iniciativas, a fazerem<br />

experiências e penalizando, <strong>de</strong> várias formas, todos estes comportamentos quando são<br />

assumidos pelas mulheres. Isto acontece praticamente em todas as áreas, com relevo<br />

especial para a sexualida<strong>de</strong> e, muito concretamente, para a virginda<strong>de</strong>. De facto, os rapazes<br />

sentem-se valorizados através das suas experiências sexuais e as raparigas, pelo contrário,<br />

sentem-se <strong>de</strong>svalorizadas e culpabilizadas.<br />

É urgente acabarmos com este duplo padrão <strong>de</strong> comportamento que gera angústias e<br />

conflitos tanto nos rapazes como nas raparigas.<br />

O que é importante é sermos conscientes, responsáveis e livres.<br />

17. Que quer dizer masturbar-se?<br />

A masturbação é uma manifestação sexual comum aos dois sexos, em que obtemos<br />

prazer sexual auto-estimulando os nossos órgãos genitais e outras partes do corpo. Começa<br />

quando somos bebés e é uma das maneiras <strong>de</strong> expressarmos a sexualida<strong>de</strong> ao longo da vida.<br />

18. A masturbação é prejudicial?<br />

A masturbação não faz mal nenhum, ainda que, ao longo do tempo, lhe tenham<br />

atribuído toda a espécie <strong>de</strong> doenças e males, como as borbulhas, a impotência, a perda <strong>de</strong><br />

vigor físico e mental, etc. Está cientificamente provado que é mentira. Po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar<br />

a masturbação como uma forma importante <strong>de</strong> auto-conhecimento.<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

90


19. Em que situação as raparigas e os rapazes se masturbam?<br />

Quando estamos em repouso e experimentamos uma sensação <strong>de</strong> paz e <strong>de</strong> prazer<br />

enquanto a imaginação voa para recordações, situações vistas, pessoas que <strong>de</strong>sejamos.<br />

Quando nos sentimos em tensão ou a angústia e a tristeza se instalam. Às vezes, também<br />

nos masturbamos por rotina, por hábito. A masturbação além <strong>de</strong> produzir prazer po<strong>de</strong><br />

libertar tensões.<br />

20. Porque é que às vezes temos sentimentos <strong>de</strong> culpa quando nos masturbamos?<br />

Porque na socieda<strong>de</strong> em que vivemos ainda existe a opinião absurda <strong>de</strong> que<br />

masturbar-se faz mal, <strong>de</strong> que imaginar fantasias sexuais é algo prejudicial. Vivemos numa<br />

socieda<strong>de</strong> em que apesar <strong>de</strong> haver, <strong>de</strong> um modo geral, uma maior abertura na maneira <strong>de</strong><br />

encarar a sexualida<strong>de</strong>, ainda se faz muito pouco para compreen<strong>de</strong>r a sua dimensão humana<br />

e criativa. Relativamente à masturbação como a outros aspectos, persistem i<strong>de</strong>ias erradas e<br />

culpabilizantes que vamos vivenciando e interiorizando, produzindo-se sentimentos <strong>de</strong><br />

culpa que não têm razão <strong>de</strong> ser.<br />

É importante sabermos que a masturbação é uma maneira perfeitamente saudável <strong>de</strong><br />

vivermos a nossa sexualida<strong>de</strong> nas várias fases da vida.<br />

21. Em que ida<strong>de</strong> se po<strong>de</strong>m ter relações sexuais completas?<br />

Em geral fala-se <strong>de</strong> relação sexual completa quando existe penetração, ou seja,<br />

relação coital. Esta expressão está relacionada com uma perspectiva incorrecta que<br />

i<strong>de</strong>ntifica relação sexual com reprodução e, por isso, a relação sexual só seria completa, só<br />

teria valor se houvesse relação coital para permitir a reprodução. Todas as outras maneiras<br />

<strong>de</strong> expressar a sexualida<strong>de</strong> seriam consi<strong>de</strong>radas apenas como preliminares àquela. Embora<br />

esta i<strong>de</strong>ntificação muitas vezes já não esteja presente, persiste ainda esta perspectiva.<br />

Encarando as relações sexuais num sentido amplo em que se valorizam igualmente as<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

91


diversas maneiras <strong>de</strong> nos relacionarmos, po<strong>de</strong>mos dizer que não há normas universalmente<br />

válidas relativamente a uma ida<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quada para o seu início. O que é mais importante é<br />

saber aceitar e compreen<strong>de</strong>r as diferenças. Nesse sentido, não há uma ida<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada<br />

para o início das relações sexuais. Cada pessoa <strong>de</strong>ve encontrar a sua maneira <strong>de</strong> se<br />

expressar. Não <strong>de</strong>vemos pressionar nem admitir pressões. Devemos seguir o nosso próprio<br />

ritmo.<br />

22. O que significa ser-se homossexual?<br />

sexo.<br />

Significa que preferimos relacionarmo-nos sexualmente com pessoas do mesmo<br />

23. A que é <strong>de</strong>vida a homossexualida<strong>de</strong>?<br />

Po<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve também perguntar-se a que é <strong>de</strong>vida a heterossexualida<strong>de</strong>, ou seja, a<br />

preferência em nos relacionarmos sexualmente com pessoas <strong>de</strong> outro sexo, pois tanto esta<br />

como a homossexualida<strong>de</strong> são maneiras <strong>de</strong> expressarmos a nossa sexualida<strong>de</strong>. De facto, em<br />

todos os tempos e em todas as culturas houve e há pessoas homossexuais, heterossexuais e<br />

também bissexuais, as que gostam <strong>de</strong> se relacionar sexualmente com pessoas <strong>de</strong> ambos os<br />

sexos. Na verda<strong>de</strong>, todas as pessoas se po<strong>de</strong>m manifestar nos vários sentidos, pois a<br />

sexualida<strong>de</strong> é a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> darmos e <strong>de</strong> recebermos prazer, comunicação, afecto,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do facto <strong>de</strong> as pessoas envolvidas serem do mesmo ou do outro sexo.<br />

Tudo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>, como em muitos outros aspectos, da educação, do ambiente social em que<br />

vivemos, das diferentes experiências a que associamos o prazer sexual. O que aconteceu e<br />

ainda acontece é que algumas culturas por diversas razões, principalmente pela<br />

i<strong>de</strong>ntificação da sexualida<strong>de</strong> com reprodução, encaram a heterossexualida<strong>de</strong> como a norma<br />

e a homossexualida<strong>de</strong> como o "<strong>de</strong>svio", a "doença". Por isso, exerceram e exercem atitu<strong>de</strong>s<br />

representativas discriminatórias contra estas.<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

92


24. É-se homossexual só por alguma vez se ter tido relações sexuais com pessoas do<br />

mesmo sexo?<br />

Ainda que a maioria <strong>de</strong> nós adopte preferencialmente uma opção sexual <strong>de</strong>finida<br />

(homossexual, heterossexual ou bissexual), isso não exclui que possamos ter experiências<br />

diferentes ao longo da vida.<br />

Se somos homossexuais não <strong>de</strong>vemos ter angústias. É importante que cada qual se<br />

manifeste como é, respeitando as preferências e os sentimentos das outras pessoas e<br />

fazendo com que aceitem e respeitem os seus. Sermos homossexuais, heterossexuais ou<br />

bissexuais não estabelece diferenças e muito menos <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s. É a socieda<strong>de</strong> que <strong>de</strong><br />

facto as estabelece através <strong>de</strong> comportamentos repressivos e discriminatórios.<br />

25. Do ponto <strong>de</strong> vista fisiológico em que consiste a resposta sexual?<br />

A resposta sexual inicia-se com uma afluência <strong>de</strong> sangue, com o aumento da tensão<br />

muscular e do ritmo respiratório. Termina com a <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong> toda essa tensão através do<br />

orgasmo. Ao contrário do que se pensou durante muito tempo, a resposta sexual é muito<br />

semelhante na mulher e no homem.<br />

26. Quais as fases da resposta sexual? (Anexo 27)<br />

Em relação a este aspecto interessa saber que estas fases são apenas um esquema e<br />

que a vivência da sexualida<strong>de</strong> implica respostas tão variadas como são as próprias pessoas<br />

entre si. Como esquema serve só como informação, mas nunca como mo<strong>de</strong>lo a cumprir,<br />

pois cada pessoa <strong>de</strong>ve construir a sua própria maneira <strong>de</strong> expressar a sexualida<strong>de</strong>.<br />

Investigações feitas permitem-nos distinguir quatro fases na resposta sexual:<br />

1) Fases <strong>de</strong> excitação: iniciam-se as sensações eróticas estimuladas <strong>de</strong> diferentes<br />

maneiras <strong>de</strong> acordo com as preferências individuais. Fisiologicamente há uma<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

93


afluência <strong>de</strong> sangue e um aumento do ritmo da respiração e tensão muscular. A<br />

nível dos órgãos genitais, no homem o pénis endurece e aumenta <strong>de</strong> volume e na<br />

mulher os gran<strong>de</strong>s lábios e o clítoris aumentam <strong>de</strong> volume e a vagina hume<strong>de</strong>ce- se;<br />

2) Fases <strong>de</strong> planalto: continua o processo da excitação e intensificam-se as mudanças<br />

fisiológicas já iniciadas;<br />

3) Fases do orgasmo: há uma <strong>de</strong>scarga da tensão sexual acumulada e sentimos intensas<br />

sensações <strong>de</strong> prazer. No homem, o orgasmo coinci<strong>de</strong> habitualmente com a<br />

ejaculação;<br />

4) Fases da resolução: experimentamos uma sensação <strong>de</strong> calma e <strong>de</strong> bem-estar. No<br />

homem há então um período <strong>de</strong> tempo durante o qual não tem possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

erecção. A mulher po<strong>de</strong> ter outros orgasmos se a estimulação continuar.<br />

27. Atingir o orgasmo é tão importante como dizem?<br />

A cultura oriental encara a relação sexual no oci<strong>de</strong>nte como uma espécie <strong>de</strong><br />

montanha: tudo é orientado para se alcançar o cimo. No entanto, a sua perspectiva é <strong>de</strong> que<br />

a relação sexual também po<strong>de</strong> ser um vale: duas pessoas que se encontram, se acariciam e<br />

se sentem bem juntas. Nem sempre apetece atingir o orgasmo à maneira oci<strong>de</strong>ntal. Às vezes<br />

apetece trocar mais carícias, <strong>de</strong>scobrir o corpo da outra pessoa, comunicar com ela. O que<br />

acontece é que durante muito tempo, e às vezes ainda hoje, a relação sexual aparece<br />

i<strong>de</strong>ntificada com reprodução. Nesse sentido foi dada muita importância ao coito e ao<br />

respectivo orgasmo, sobretudo ao masculino, porque é mais visível, encarando-o como o<br />

cimo da montanha. Na terra existem montanhas, mas também vales...Tudo po<strong>de</strong> dar prazer<br />

e cada experiência é diferente das outras e igualmente agradável.<br />

28. O orgasmo e o coito são a mesma coisa?<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

94


Não. O coito é a introdução do pénis <strong>de</strong>ntro da vagina. O orgasmo correspon<strong>de</strong> ao<br />

momento da libertação da tensão sexual e produz uma intensa sensação <strong>de</strong> prazer. Po<strong>de</strong>-se<br />

atingir o orgasmo no coito, na masturbação ou noutras maneiras <strong>de</strong> expressarmos a nossa<br />

sexualida<strong>de</strong>.<br />

29. O que são doenças sexualmente transmissíveis? (Anexo 28)<br />

sexuais.<br />

É um conjunto <strong>de</strong> doenças infecciosas, que se transmitem através das relações<br />

30. As doenças <strong>de</strong> transmissão sexual são sempre graves?<br />

As doenças <strong>de</strong> transmissão sexual são quase sempre graves, aliás como qualquer<br />

infecção, se não se tratam a tempo. Algumas <strong>de</strong>las são até bastante graves, como é por<br />

exemplo o caso da SIDA, para a qual não existe cura até ao momento. É importante<br />

sabermos quais são os primeiros sintomas <strong>de</strong> algumas <strong>de</strong>ssas doenças para serem <strong>de</strong>tectadas<br />

logo que apareçam. A sífilis manifesta-se no princípio por uma pequena ferida situada nos<br />

órgãos genitais ou na mucosa da boca. Não é dolorosa e <strong>de</strong>saparece por si, sem que, no<br />

entanto, a doença esteja curada. Ao fim <strong>de</strong> umas semanas aparece então uma mancha cor-<br />

<strong>de</strong>-rosa alaranjada.<br />

A gonorreia manifesta-se por uma infecção dolorosa e purulenta (com pus) na uretra<br />

do homem e na vagina da mulher.<br />

O herpes manifesta-se através <strong>de</strong> feridas nos órgãos sexuais ou à volta <strong>de</strong>stes. Estas<br />

feridas po<strong>de</strong>m ser muito dolorosas com a sensação <strong>de</strong> ardor. Por vezes o herpes é<br />

acompanhado <strong>de</strong> febre.<br />

A SIDA, síndroma <strong>de</strong> imuno<strong>de</strong>ficiência adquirida, é a <strong>de</strong>signação para várias<br />

doenças que anulam ou modificam a <strong>de</strong>fesa imunológica da pessoa, isto é, ao contrair uma<br />

ou mais <strong>de</strong>ssas doenças o organismo per<strong>de</strong> a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recuperação. A SIDA<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

95


<strong>de</strong>senvolve-se através da infecção do vírus HIV, através do contacto sexual, sanguíneo e<br />

mãe/feto.<br />

31. Como proteger-se contra as doenças transmitidas sexualmente?<br />

Uma maneira muito eficaz <strong>de</strong> nos protegermos contra as doenças sexualmente<br />

transmissíveis é através do uso do preservativo <strong>de</strong>vendo, para aumentar a sua eficácia, usá-<br />

lo durante toda a relação.<br />

É muito importante ir a uma consulta sempre que apareça uma doença <strong>de</strong> pele,<br />

sobretudo se esta se situa na zona genital ou na boca. Um corrimento anormal na mulher,<br />

uma secreção amarelada no pénis ou uma sensação dolorosa ao urinar são alguns dos<br />

sintomas. Há que per<strong>de</strong>r o medo <strong>de</strong> ir à consulta <strong>de</strong> ginecologia ou <strong>de</strong> doenças <strong>de</strong><br />

transmissão sexual, é tão normal como ir a outra consulta qualquer. As doenças <strong>de</strong><br />

transmissão sexual po<strong>de</strong>m tratar-se com facilida<strong>de</strong> se formos rapidamente a uma consulta<br />

médica. Não <strong>de</strong>vemos nunca tomar medicamentos por conta própria ou por conselho <strong>de</strong><br />

pessoas amigas, isto é, não <strong>de</strong>vemos nunca recorrer à automedicação.<br />

32. O que é a contracepção?<br />

O nosso comportamento sexual como já vimos atrás, não tem directamente a ver<br />

com a reprodução. Como tal, quando um homem e uma mulher <strong>de</strong>sejam ter relações coitais,<br />

nem sempre querem gerar crianças. Neste caso, utilizam-se processos, os chamados<br />

métodos contraceptivos, que vão impedir uma gravi<strong>de</strong>z in<strong>de</strong>sejada interferindo nos<br />

mecanismos que a originam.<br />

33. Quais os métodos contraceptivos mais habituais e seguros? (Anexo 29)<br />

- Pílulas: Hormonas que impe<strong>de</strong>m a ovulação: é preciso ser receitado e ter vigilância<br />

médica; é muito seguro.<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

96


- Dispositivo intra-uterino (DIU): Pequeno dispositivo que se introduz no útero, para<br />

impedir a concepção. Tem que ser colocado por pessoal especializado e é preciso vigilância<br />

médica; é muito seguro.<br />

- Preservativo (Camisa <strong>de</strong> Vénus): Contraceptivo em látex que se coloca no pénis,<br />

impedindo a entrada do esperma na vagina. Quando usado correctamente é altamente<br />

eficaz, <strong>de</strong>vendo ser colocado no início da relação e retirado logo após a ejaculação. O<br />

preservativo é o método contraceptivo mais eficaz na prevenção das doenças sexualmente<br />

transmissíveis A sua eficácia aumenta se for usado conjuntamente com um espermicida. O<br />

preservativo po<strong>de</strong> ser adquirido em qualquer farmácia ou supermercado.<br />

- Preservativo Feminino (FEMIDOM): É constituído por uma membrana fina e flexível,<br />

pré-lubrificada e <strong>de</strong>stina-se a ser colocado no interior da vagina. Me<strong>de</strong> 17 cm <strong>de</strong> diâmetro e<br />

8 cm <strong>de</strong> comprimento, possuindo um anel interior que facilita a sua colocação <strong>de</strong>ntro da<br />

vagina e um anel exterior que fica a cobrir a área labial. Po<strong>de</strong> ser colocado antes da relação<br />

sexual e não necessita <strong>de</strong> ser retirado logo após o acto. É um método contraceptivo bastante<br />

eficaz, funcionando também como método preventivo das doenças sexualmente<br />

transmissíveis (incluindo o vírus HIV/SIDA).<br />

- Diafragma: Uma espécie <strong>de</strong> tampa larga, <strong>de</strong> borracha flexível, que se coloca no interior da<br />

vagina, cobrindo o orifício do colo do útero e impedindo a entrada <strong>de</strong> espermatozói<strong>de</strong>s.<br />

Tem que se utilizar sempre com cremes espermicidas para aumentar a sua eficácia. É<br />

preciso apren<strong>de</strong>r a colocá-lo. É <strong>de</strong> segurança elevada.<br />

- Espermicidas<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

97<br />

(Cremes, Espermicidas, Cones, etc.): São substâncias que impe<strong>de</strong>m os<br />

espermatozói<strong>de</strong>s <strong>de</strong> actuar. Dado o seu fraco índice <strong>de</strong> segurança, aconselhamos a que<br />

sejam utilizados com outro método (preservativo ou diafragma).<br />

Existem outros métodos, mas são pouco ou nada seguros:<br />

Coito interrompido ou "cuidado"<br />

muito pouco seguro.<br />

retirar o pénis da vagina antes da ejaculação. Método


Abstinência periódica, temperatura, calendário e muco<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

98<br />

trata-se <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar o dia da<br />

ovulação e, a partir daí, <strong>de</strong>terminar quais os dias em que se po<strong>de</strong> engravidar. É um método<br />

muito pouco seguro.<br />

Duche vaginal<br />

relação coital. Método nada seguro.<br />

consiste na limpeza da vagina para eliminar o esperma <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma<br />

34. O que se <strong>de</strong>ve ter em conta quando se escolhe um método contraceptivo?<br />

Não há nenhum método i<strong>de</strong>al e aplicável a toda a gente. Em cada caso, há que ter<br />

em conta vários factores como a ida<strong>de</strong>, a situação pessoal, o estado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, a frequência<br />

das relações sexuais, a atitu<strong>de</strong> do casal, etc. É absolutamente necessário ir a uma consulta<br />

<strong>de</strong> planeamento familiar ou <strong>de</strong> ginecologia, antes <strong>de</strong> escolher um método contraceptivo. O<br />

preservativo é o único método que não requer a ida a uma consulta.<br />

35. O aborto é um método contraceptivo?<br />

Não. O aborto não é um método contraceptivo; é a interrupção voluntária da<br />

gravi<strong>de</strong>z e somente po<strong>de</strong>rá como um último recurso, face a uma situação <strong>de</strong> emergência.<br />

No nosso país, o aborto já está legalizado. É preciso evitar o aborto e a única maneira <strong>de</strong> o<br />

fazer é utilizar um método contraceptivo seguro e não prejudicial.<br />

Conclusão<br />

Como vimos, a sexualida<strong>de</strong> é parte integrante da personalida<strong>de</strong> e permite-nos<br />

comunicar, estabelecer laços, dar e receber afecto, prazer e também ter crianças, mas só se<br />

realmente as <strong>de</strong>sejarmos.<br />

Ter uma filha ou um filho é um facto importante e bonito. Mas como as crianças<br />

precisam <strong>de</strong> afecto, <strong>de</strong> segurança, <strong>de</strong> condições económicas favoráveis e o facto <strong>de</strong> as ter é


irreversível, elas <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>sejadas e fruto <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>cisão livre e responsável. No<br />

sentido <strong>de</strong> se evitarem gravi<strong>de</strong>zes na adolescência, situações <strong>de</strong> abuso ou discriminação,<br />

torna-se fundamental abordar a sexualida<strong>de</strong> com as nossas crianças e jovens. Esta<br />

abordagem, tal como já foi referido anteriormente <strong>de</strong>ve ser a<strong>de</strong>quada à faixa etária e nível<br />

<strong>de</strong> conhecimentos dos jovens.<br />

O contexto familiar, contexto privilegiado por ser aquele on<strong>de</strong> a criança <strong>de</strong>senvolve<br />

as primeiras relações e que contribui em gran<strong>de</strong> parte para a sua socialização é, por estas<br />

razões, o principal responsável pela educação sexual das crianças. No entanto, essa<br />

responsabilida<strong>de</strong> não é exclusiva <strong>de</strong>ste contexto, a escola também tem um papel<br />

fundamental e complementar ao nível da educação afectivo-sexual. Este papel justifica-se<br />

pelo facto dos alunos passarem muito do seu tempo na escola e por neste contexto se<br />

<strong>de</strong>senvolverem relações <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong> e até mesmo <strong>de</strong> namoro, as quais não <strong>de</strong>vem ser<br />

ignoradas pelas pessoas (professores, funcionários, técnicos...) que intervêm na<br />

educação/formação dos nossos jovens.<br />

Abordar a sexualida<strong>de</strong>, nem sempre é fácil, até porque, mesmo os adultos têm<br />

dúvidas e por vezes alguns preconceitos ou falta <strong>de</strong> informação sobre <strong>de</strong>terminados temas<br />

<strong>de</strong>sta área. Pais e professores não têm que obrigatoriamente ser peritos ao nível da<br />

sexualida<strong>de</strong>, para abordarem este assunto junto das crianças e adolescentes. No entanto há<br />

características fundamentais que <strong>de</strong>vemos <strong>de</strong>senvolver enquanto intervenientes <strong>de</strong>sse<br />

processo, nomeadamente a disponibilida<strong>de</strong> para escutar, discutir/<strong>de</strong>bater, realizar pesquisas<br />

e consequentemente apren<strong>de</strong>r e principalmente, interesse/motivação.<br />

A educação afectivo-sexual costuma ser uma área que suscita alguns receios,<br />

contudo, consi<strong>de</strong>ramos que <strong>de</strong>ve ser encarada como um <strong>de</strong>safio, não como uma barreira ou<br />

dificulda<strong>de</strong>. O trabalho <strong>de</strong>senvolvido na escola <strong>de</strong>ve promover o envolvimento dos pais e<br />

<strong>de</strong> outros parceiros como o Centro <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> ou Associações da nossa comunida<strong>de</strong>, como é<br />

o caso da Associação Norte Crescente. Em equipa o trabalho é mais eficaz, mais<br />

gratificante e o resultado mais rico e positivo.<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

99


O <strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> Educação <strong>Afectivo</strong>-sexual, não po<strong>de</strong>rá ficar-se apenas pela<br />

transmissão <strong>de</strong> conhecimentos, a sexualida<strong>de</strong> íntegra, sentimentos, atitu<strong>de</strong>s, competências e<br />

valores, porque está patente na relação com o outro e <strong>de</strong>ve ser entendida como um todo. De<br />

salientar, que a aprendizagem da vivência sexual não termina nunca. A sexualida<strong>de</strong> está<br />

presente e vai-se enriquecendo ao longo <strong>de</strong> toda a vida.<br />

Para finalizar, fica o repto: não po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>ixar nunca <strong>de</strong> procurar informações, <strong>de</strong><br />

ler, <strong>de</strong> discutir e comparar opiniões e vivências. Esta é a base para promovermos nos nossos<br />

jovens a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> escolha e <strong>de</strong>cisão conscientes. Só assim iremos conseguir <strong>de</strong>smontar<br />

tabus e medos ancestrais e superar pouco a pouco a discriminação e a intolerância.<br />

Numa lógica <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> melhoria, o trabalho <strong>de</strong>senvolvido na área da<br />

educação afectivo-sexual será avaliado através <strong>de</strong> questionários junto dos alunos e dos<br />

docentes (Anexo 30).<br />

CIRCULAR C<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

100<br />

Legislação Consultada<br />

DRE/2007/17, <strong>de</strong> 20 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 2007<br />

âmbito da Educação <strong>Afectivo</strong>-<strong>Sexual</strong>;<br />

Uniformiza os procedimentos no


DECRETO LEGISLATIVO REGIONAL Nº 18/2000/A <strong>de</strong> 8 <strong>de</strong> Agosto<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

101<br />

Estabelece<br />

orientações específicas dirigidas à administração regional no âmbito da Educação<br />

<strong>Afectivo</strong>-<strong>Sexual</strong>;<br />

DECRETO-LEI N.º 259/2000 <strong>de</strong> 17 <strong>de</strong> Outubro<br />

<strong>Sexual</strong>;<br />

DECRETO-LEI N.º 6/2001 <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> Janeiro<br />

Organização e da Gestão Curricular do Ensino Básico;<br />

LEI N.º 3/84 <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong> Março<br />

LEI N.º 46/86 <strong>de</strong> 14 <strong>de</strong> Outubro<br />

LEI N.º 5/97 <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> Fevereiro<br />

LEI N.º 120/99 <strong>de</strong> 11 <strong>de</strong> Agosto<br />

Garante a promoção da Educação<br />

Estabelece os Princípios Orientadores da<br />

Sobre Educação <strong>Sexual</strong> e Planeamento familiar;<br />

Lei <strong>de</strong> Bases do Sistema Educativo;<br />

Lei-quadro da Educação Pré-<strong>Escola</strong>r;<br />

Reforça as garantias do direito à saú<strong>de</strong> reprodutiva.<br />

Bibliografia


CORTESÃO, I.; SILVA, M.; TORRES, M. (1989)<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

102<br />

Educação para uma <strong>Sexual</strong>ida<strong>de</strong><br />

Humanizada: Guia para professores e pais. Porto: Edições Afrontamento.<br />

CONSEJERIA DE EDUCACION, CULTURA Y DEPORTES, DIRECCION GENERAL<br />

DE PROMOCION EDUCATIVA, (1991) - Educación afectivo-sexual en la etapa<br />

primaria. Canárias: Consejería <strong>de</strong> Educación Cultura y Deportes Gobierno <strong>de</strong> Canárias.<br />

FORRETA, F. (2002)<br />

VILAR, D.; FORRETA, F.<br />

Características da <strong>Sexual</strong>ida<strong>de</strong> na Infância In MARQUES, A.;<br />

Os afectos e a sexualida<strong>de</strong> na educação pré-escolar: Um<br />

guia para Educadores e Formadores, p. 40-48. Lisboa: Texto Editora.<br />

FIGUEIREDO, M. (2002)<br />

MARQUES, A. (2002)<br />

FORRETA, F.<br />

Formação cívica. Lisboa: Bola <strong>de</strong> Neve.<br />

O que é a Educação <strong>Sexual</strong> In MARQUES, A.; VILAR, D.;<br />

Os afectos e a <strong>Sexual</strong>ida<strong>de</strong> na Educação Pré-<strong>Escola</strong>r: Um guia para<br />

educadores e formadores, p.10-14. Lisboa: Texto Editora.<br />

MARQUES, A.; VILAR, D.; FORRETA, F.(2002)<br />

para educadores e formadores. Lisboa: Texto Editora.<br />

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. (1997)<br />

Pré-<strong>Escola</strong>r. Lisboa: Ministério da Educação.<br />

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DA SAÚDE, APF (2000)<br />

<strong>Escola</strong>r<br />

Educação sexual no 1º ciclo: Um guia<br />

Orientações Curriculares para a Educação<br />

Educação <strong>Sexual</strong> em Meio<br />

Linhas orientadoras. Lisboa: Ministério da educação e da Saú<strong>de</strong>.<br />

PAIVA, J.; PAIVA, J. (2002)<br />

educadores. Lisboa: Plátano Editora, S. A.<br />

SAMPAIO, M. (1987)<br />

<strong>Sexual</strong>ida<strong>de</strong> e Afectos: para pais, professores e<br />

<strong>Escola</strong> e Educação <strong>Sexual</strong>. Lisboa: Livros Horizonte.


SILVA, M. (2004)<br />

Professor, n.º86, p.25-31.<br />

VAZ, J. (1996)<br />

VILAR, D. (2002)<br />

Ano Lectivo 2007/2008<br />

103<br />

A Educação <strong>Sexual</strong> em contexto escolar<br />

Educação <strong>Sexual</strong> na <strong>Escola</strong>. Lisboa: Universida<strong>de</strong> Aberta.<br />

Da lei à realida<strong>de</strong> , O<br />

Contributos para a História da Educação <strong>Sexual</strong> em Portugal In<br />

MARQUES, A.; VILAR, D.; FORRETA, F.<br />

Os afectos e a sexualida<strong>de</strong> na educação<br />

pré-escolar: Um guia para Educadores e Formadores, p.15-23. Lisboa: Texto Editora.


Ano Lectivo 2007/2008<br />

104<br />

Outras fontes (Documentação Digital)<br />

ASSOCIAÇÃO PARA O PLANEAMENTO DA FAMÍLIA (1999). Orientações Técnicas<br />

sobre Educação <strong>Sexual</strong> em Meio <strong>Escola</strong>r. Lisboa. http://www.apf.pt;<br />

BRANDÃO, A (s.d.)<br />

Como me posso preparar para enfrentar as dificulda<strong>de</strong>s? URL:<br />

www.sexualida<strong>de</strong>s.com/sections.php?op=viewarticle&artid=94 (acesso a 29/09/04);<br />

GTES (2007). Relatório Final. Lisboa. http://www.dgidc.min-edu.pt;<br />

http: //www.saú<strong>de</strong>.sapo.pt;<br />

http://www.apf.pt/;<br />

CD-ROM Workshop<br />

CD-ROM Saú<strong>de</strong> na <strong>Escola</strong><br />

Trabalho com jovens em saú<strong>de</strong> sexual e reprodutiva (APF Açores);<br />

Desenvolvimento <strong>de</strong> Competências Preventivas. Crianças dos<br />

11 aos 13 anos (Coor<strong>de</strong>nação Nacional para a Infecção VIH/SIDA.) 2007;<br />

CD-ROM Fisiologia da Reprodução e Psicologia do Amor (Centro <strong>de</strong> Estudos da Família e<br />

Reprodução) 2007.

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