Geomorfologia Setor Santo Antônio. - CPRM
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tenham sido gerados por uma reativação neotectônica de um antigo plano de<br />
falha. Em campo, observa-se um extenso alinhamento de morrotes dissecados<br />
demarcando tal lineamento por dezenas de quilômetros.<br />
A sedimentação quaternária é restrita, tanto nesta seção do rio Madeira, quanto<br />
em seus tributários devido ao seu posicionamento no Alto Estrutural, excetuando-<br />
se a planície aluvial do baixo curso do rio Jaci-Paraná e em algumas seções<br />
alveolares do rio Madeira, onde se desenvolvem planícies de inundação mais<br />
extensas e ilhas fluviais. Nesse contexto, excetua-se a margem esquerda do rio<br />
Madeira. Esta área consiste numa extensa superfície deposicional, baixa e plana<br />
constituída por depósitos pelíticos, de ambiente flúvio-lacustre e idade correlata ao<br />
Mioceno Superior (Latrubesse et al., 1997) da Formação Solimões (atual<br />
Formação Rio Madeira); sobrepostos a estes, foram depositados sedimentos<br />
inconsolidados de origem aluvial, de composição areno-argilosa e idade<br />
pleistocênica da Formação Içá (atual Formação Jaci-Paraná), representado pelo<br />
atual nível de terraços fluviais. Trabalhos de campo identificaram um belo<br />
afloramento deste pacote aluvial pleistocênico próximo à localidade de Vila<br />
Amazonas (Cachoeira do Teotônio).<br />
Confrontadas as exíguas planícies aluviais da margem direita do rio Madeira,<br />
imprensadas contra as barrancas pelas superfícies aplainadas e baixos platôs<br />
lateríticos, com os extensos terraços fluviais da margem esquerda, que exibem<br />
extensões de dezenas de quilômetros, nota-se uma clara anomalia no padrão<br />
deposicional regional. Trata-se de um fato intrigante para a História Geológica<br />
Quaternária do Vale do Rio Madeira. Parece-nos bastante plausível uma gradual<br />
migração do leito do rio Madeira em direção a sul-sudeste, por basculamento<br />
neotectônico, para explicar a notável diferença de sedimentação entre as duas<br />
margens do rio Madeira e a assimetria do divisor Madeira-Purus, conforme<br />
proposto por Quadros et al. (1996).