Geomorfologia Setor Santo Antônio. - CPRM
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Portanto, os baixos platôs destacam-se na paisagem por erosão diferencial. A<br />
superfície de aplainamento, por sua vez, caracteriza-se por extensas superfícies<br />
planas a suavemente onduladas marcadas por incipiente entalhamento fluvial<br />
moderno, por vezes, mais ou menos expressivo. Mello et al. (1978) confere uma<br />
idade neopleistocênica para o sugerido pediplano. Por sua vez, os dados<br />
contemplados pelo ZSEE-RO (1999) preferem não arriscar considerações<br />
genéticas preferindo, simplesmente, denominá-las de superfícies de aplainamento.<br />
Entretanto, devido a sua extensão e grau de desenvolvimento, esta ampla<br />
superfície aplainada deve ter sido gerada durante todo o Cenozóico Superior<br />
(Neógeno), considerando que o Neo-Pleistoceno é um período geológico muito<br />
breve para o aplainamento avançado de uma vasta superfície de erosão,<br />
conforme já sugerido pela literatura (Young, 1983; Twidale, 1998; dentre outros).<br />
Assim sendo, consideramos que a superfície de aplainamento que abrange<br />
grande parte de área de estudo, seja correlacionada à Superfície Velhas<br />
postuladas por King (1956), de idade plio-pleistocênica.<br />
Sabe-se que o modelo clássico de evolução geomorfológica através de processos<br />
de pediplanação e pedimentação pressupõe um padrão erosivo comandado por<br />
processos de desagregação mecânica e recuo a remontante das encostas sob um<br />
regime climático dominante que oscilaria entre o semi-úmido e semi-árido. A<br />
despeito da comprovada ocorrência de paleoclimas mais secos na Amazônia<br />
durante o Quaternário, é inegável a marcante influência do intemperismo químico<br />
em ambiente quente e úmido que impera na região. Assim sendo, dificilmente<br />
poderia se explicar à evolução geomorfológica da área em apreço evocando,<br />
apenas, a geração de pediplanos em clima semi-úmido.<br />
Thomas (1994) destaca a importância do intemperismo químico na evolução do<br />
modelado do relevo em regiões tropicais úmidas, onde podem ser registrados<br />
perfis de alteração com espessuras superiores a 50 metros. Assim sendo,<br />
podemos sugerir um predomínio de processos de “etchplanação” (Büdel, 1982)