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A Sardinha no século XX: Capturas e esforço de pesca (PDF ... - INRB

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12<br />

registos das Estatísticas <strong>de</strong> Pescas eram efectuados nas alfân<strong>de</strong>gas, on<strong>de</strong> a <strong>no</strong>tação era feita<br />

pelos funcionários dos serviços a quem competia a cobrança do <strong>pesca</strong>do (Ministério da<br />

Marinha – Comissão Central <strong>de</strong> Pescarias, 1896-1954). O valor do <strong>pesca</strong>do <strong>de</strong>sembarcado era<br />

registado com os preços verificados em lota, bastante inferiores aos <strong>de</strong> venda ao público.<br />

Assim, a utilização do preço verificado <strong>no</strong> mercado <strong>de</strong> Lisboa, para a conversão do valor<br />

<strong>de</strong>sembarcado em peso <strong>de</strong>sembarcado, originaria uma subestimação do peso da sardinha<br />

<strong>de</strong>sembarcada.<br />

Vicente Almeida <strong>de</strong> Eça (in Ministério da Marinha – Comissão Central <strong>de</strong> Pescarias, 1896-<br />

1954) afirma que “o valor fornecido pela lota ou por outros meios é, em muitos casos, apenas<br />

um valor inicial que vai aumentando, por vezes, extraordinariamente, mercê dos numerosos<br />

intermediários ocasionais, até o momento em que o peixe é adquirido pelo consumidor. O<br />

preço que este paga seria, talvez, o verda<strong>de</strong>iro valor do peixe. Mas como <strong>de</strong>terminá-lo? Há<br />

quem calcule em 25 por cento a diferença entre os dois valores; outros, vão até 50 por cento.<br />

Se se tomar 35 por cento, não se estará muito longe da verda<strong>de</strong>”.<br />

De forma a verificar a credibilida<strong>de</strong> e metodologia utilizada neste trabalho para calcular o<br />

preço médio por quilo <strong>de</strong> sardinha, aumentou-se em 35 por cento o custo do quilo <strong>de</strong> sardinha<br />

estimado pela equação (1), para o período entre 1900 a 1908. A estimativa aumentada em 35<br />

por cento, mostrou valores bastante semelhantes aos registados nas Estatísticas <strong>de</strong> Pesca para<br />

o mercado <strong>de</strong> Lisboa <strong>no</strong> mesmo período, validando assim, o método utilizado neste trabalho.<br />

Com os valores <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarques <strong>de</strong> 1896 a 1926, convertidos em peso, obteve-se a série<br />

completa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarques <strong>de</strong> sardinha para as diferentes sub-áreas <strong>de</strong> Portugal continental<br />

(Fig. 8).<br />

No início do <strong>século</strong> (1896-1914), regista-se uma relativa estabilida<strong>de</strong> <strong>no</strong> volume <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sembarques, mas posteriormente e, ao longo <strong>de</strong> todo o <strong>século</strong> <strong>XX</strong>, as capturas apresentam<br />

flutuações constantes. Ao longo da década <strong>de</strong> vinte, as séries sofreram uma clara mudança<br />

estrutural nas três zonas <strong>de</strong> Portugal continental, atingindo uma média e variância mais<br />

elevada. A sub-área OCN <strong>de</strong>marcou-se igualmente neste período, como sendo a área <strong>de</strong><br />

Portugal continental <strong>de</strong> maior importância na captura <strong>de</strong> sardinha.

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